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ESTABILIDADE E GARANTIA DE EMPREGO

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Academic year: 2022

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ESTABILIDADE E GARANTIA

DE EMPREGO

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INTRODUÇÃO

Tratam-se de institutos que decorrem dos princípios da continuidade da relação de emprego e da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88), uma vez que é por

meio do trabalho que a pessoa obtém a remuneração necessária para viver e se manter.

Lei nº 4.682/23 (Lei Eloy Chaves) – primeira norma a tratar do

assunto – previsão específica aos ferroviários.

(3)

A partir da previsão constitucional inserta no art. 7º, inciso I c/c art. 10, I, da ADCT firmou-se divergência doutrinária sobre os limites do poder de dispensa do empregador. Isto porque, da leitura de tais dispositivos e do art. 165, da CLT, é possível concluir que nosso ordenamento jurídico veda a

dispensa do empregado de forma arbitrária.

Em reforço a essa tese, existe a Convenção Internacional nº

158, da OIT.

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ESPÉCIES

existem duas espécies de estabilidade: a DEFINITIVA e a PROVISÓRIA.

A primeira não se fixa no tempo, isto é, uma vez adquirido o direito pelo trabalhador, não poderia o seu empregador dispensá-lo, salvo nas hipóteses determinadas em lei (falta grave - art. 482, da CLT -, por exemplo). É o caso da estabilidade decenal (art. 492 e ss, da CLT).

A segunda, garante a permanência do empregado no emprego, porém, somente durante certo período de tempo. É o caso da estabilidade

acidentária (art. 118, da Lei nº 8.213/91).

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CONCEITO DE ESTABILIDADE

Segundo Amauri Mascaro do Nascimento, estabilidade no emprego “é o direito do trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contra a vontade do empregador, enquanto inexistir uma causa relevante expressa em lei e que permita a sua dispensa. É o direito ao emprego. É o direito de não ser despedido. É a garantia de ficar no emprego, perdendo-o unicamente se houver uma causa que justifique a dispensa pela lei.”

(apud JORGE NETO, Francisco Ferreira. CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Manual de direito do trabalho. Tomo I. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2004. p. 685).

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ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO OU DECENAL

CLT – “Art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente

comprovadas.”

O referido empregado estável por tempo de serviço, para que fosse despedido, teria de ser processado através de um inquérito para apuração de falta grave, a ser ajuizado pelo empregador (art. 853,

da CLT).

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ESTABILIDADE DO DIRIGENTE SINDICAL

CF/88 – Art. 8º C/C art. 543 da CLT

“A estabilidade somente envolve os membros titulares e suplentes da diretoria e do conselho

fiscal.”

SÚMULA 369 DO TST?

(8)

SÚMULA NOVA

SÚMULA 369 - DIRIGENTE SINDICAL - ESTABILIDADE PROVISÓRIA I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao

empregador, na forma do § 5º do art. 543 da CLT. (ex-OJ nº 34 da SBDI-1 - inserida em 29.04.1994)

II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.

[...]

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REPRESENTANTE DA CIPA

A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) integra os órgãos de segurança e saúde do trabalho nas empresas. Sua

constituição é obrigatória (art. 163, da CLT).

Da leitura dos dispositivos em questão, percebe-se que apenas o REPRESENTANTE DOS EMPREGADOS GOZA DA ESTABILIDADE

PROVISÓRIA. Essa garantia, todavia, se aplica aos titulares e suplentes. A respeito, conferir a Súmula nº 676, do STF

(10)

EMPREGADA GESTANTE

ADCT – art. 10, II, b

Súmula 244 do TST

(11)

EMPREGADO ACIDENTADO

Artigo 118 da Lei 8.213/91

“O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente”.

(Art. 19 da Lei 8.213/91)

(12)

Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidades mórbidas (Art. 20, Lei 8.213/91)

DOENÇA PROFISSIONAL

✓LER

✓faringite em professor

✓Perda auditiva

DOENÇA DO TRABALHO

pneumoconiose

✓siderose

câncer desde que os agentes físicos, químicos ou biológicos estejam presentes no ambiente de trabalho

(13)

NÃO SÃO CONSIDERADAS DOENÇA DO TRABALHO (ART.

20, §1º DA LEI 8.213/91)

•A doença degenerativa;

•A inerente a grupo etário;

•A que não produza incapacidade laborativa;

•A doença endêmica adquirida por habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

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EQUIPARAM-SE A ACIDENTE DO TRABALHO

(ART. 21 E INCISOS DA LEI 8.213/91)

o acidente ligado ao trabalho que tenha contribuído diretamente para a morte do segurado, redução ou perda de sua capacidade para o trabalho, mesmo que não tenha sido a causa única;

ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

ofensa física intencional, mesmo de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

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ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de companheiro do trabalho;

ato de pessoa privada do uso da razão;

desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior;

na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

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em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada pela empresa dentro de seus planos para melhor capacitação de mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e do horário do trabalho.

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REQUISITOS

•Ter ocorrido um acidente de trabalho ou doença a ele equiparada;

• Ter o empregado recebido auxílio-doença;

•Ter obtido alta médica.

•Nexo Causal - também é um requisito indispensável para a aquisição da estabilidade

Súmula - 378, II, do TST

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COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE

Artigo 22 da Lei nº 8.213/91- “A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência...

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

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AUXÍLIO DOENÇA (Aquisição/Cessação)

Artigo 59, caput, da lei nº 8.213/91:

“O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos”

Súmula 378, II, do TST

OBS: O direito à estabilidade nasce com a alta, isto é, com a cessação do auxílio-doença (Vólia Bomfim).

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ALTA MÉDICA

•Obtida a alta médica, o empregado terá a estabilidade de, no mínimo, 12 meses.

• Depósito do FGTS

(21)

O empregado portador de garantia provisória no emprego que for dispensado de forma arbitrária ou sem justa causa deverá propor a ação buscando a sua reintegração no emprego, no cargo e na função em que se encontrava antes da ruptura do pacto laboral.

Essa reintegração poderá, no nosso entender, ser concedida a título de tutela de urgência antecipada (CPC, art. 300) ou mediante tutela de urgência cautelar (CPC, art. 301)

DISPENSA ARBITRÁRIA OU SEM JUSTA CAUSA: REINTEGRAÇÃO OU

INDENIZAÇÃO?

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• “Pensamos”

ser imprescindível que o empregado tenha ajuizado a ação trabalhista no prazo da garantia provisória no emprego, pois, caso deixe ultrapassar tal prazo e formule pedido único de indenização deverá, a nosso sentir, ter seu pedido julgado improcedente. Afinal, o bem da vida protegido pelo ordenamento jurídico é o emprego e não, a indenização. (LEITE, 2019)

Excepcionalmente, no caso de a entrega da prestação jurisdicional

efetivar-se ao depois de decorrido o período

“estabilitário”

é que

se poderá falar em indenização.

(23)

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA

Fundamento na Lei 9.029/1995, cujo art. 1º dispõe:

FICA PROIBIDA A ADOÇÃO DE QUALQUER PRÁTICA DISCRIMINATÓRIA E LIMITATIVA PARA EFEITO DE ACESSO A RELAÇÃO DE EMPREGO, OU SUA MANUTENÇÃO, POR MOTIVO DE SEXO, ORIGEM, RAÇA, COR, ESTADO CIVIL, SITUAÇÃO FAMILIAR OU IDADE, RESSALVADAS, NESTE CASO, AS HIPÓTESES DE PROTEÇÃO AO MENOR PREVISTAS NO INCISO XXXIII DO ART. 7º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

(24)

De acordo com o art. 4º da referida lei, o rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório do empregador, além do direito à reparação pelo dano moral, FACULTA AO EMPREGADO optar entre:

a READMISSÃO COM RESSARCIMENTO INTEGRAL DE TODO O PERÍODO DE AFASTAMENTO, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente, acrescidas dos juros legais;

a PERCEPÇÃO, EM DOBRO, DA REMUNERAÇÃO DO PERÍODO DE AFASTAMENTO, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.

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É importante assinalar que o TST editou a Súmula 443, in verbis:

Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra

doença grave que suscite estigma ou preconceito.

Inválido o ato, o empregado tem direito à

reintegração no emprego.

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OBSERVAÇÕES PARA A FASE PRÉ-

CONTRATUAL

(art. 442-A CLT)

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(28)
(29)
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(31)
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Art. 158 - Cabe aos empregados:

I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior;

Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

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RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. EMPREGADA DOMÉSTICA PORTADORA DE DOENÇA GRAVE (CÂNCER). DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. DANOS MORAIS. 1. Caso em que a Corte de origem imputou à reclamante, portadora de doença grave que suscita estigma ou preconceito (câncer), o ônus da prova quanto à natureza discriminatória da dispensa.

2. Decisão que contraria os termos da Súmula 443 do TST, segundo a qual "Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito". 3. Uma vez reconhecida a natureza discriminatória da dispensa da reclamante, faz ela jus ao recebimento da remuneração relativa ao período de afastamento em dobro, nos moldes do art. 4.º, II, da Lei 9.029/95, bem como à indenização por danos morais, no valor de R$ 10.000,00.

Recurso de revista conhecido e provido.

(TST - RR: 4655820155090664, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento:

09/08/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18/08/2017)

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RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM RITO SUMARÍSSIMO. 1. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO.

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA

. EMPREGADO

PORTADOR DO HIV. 1.1. Em reverência ao princípio da continuidade da relação de emprego, o legislador constituinte erigiu a proteção contra despedida arbitrária à garantia fundamental dos trabalhadores. Nesse aspecto, ressoa o inciso I do art. 7º da Constituição Federal. Há situações em que nem mesmo as compensações adicionais (arts. 7º, XXI, e 10,"caput"e inciso I, do ADCT) se propõem a equacionar a desigualdade social inaugurada pelo desemprego. É o caso. Com o fito de combater a dispensa discriminatória e em consagração ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, esta Corte Trabalhista formulou a diretriz que emana do verbete Sumular nº 443.[...]

(TST - RR: 100189320135140007, Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 18/03/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/03/2015)

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