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Rev. Hist. (São Paulo) número170

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Academic year: 2018

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rev. hist. (São Paulo), n. 170, p. 11-12, jan.-jun., 2014 http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9141.v0i170p11-12

EDITORIAL

Desde sua fundação em 1950, a Revista de História tem como diretriz

prá-tica publicar um conjunto de artigos que apresenta diversidade temáprá-tica e de período. Quando considerou adequado intervir mais diretamente no debate historiográfico, apresentando temas ou recortes temporais específi-cos, ela utilizou a fórmula dos dossiês (cujos conteúdos e textos obedecem os mesmos critérios avaliativos gerais). Neste nº 170, o leitor terá novamente uma série de textos que revela a admirável diversidade de temas e épocas que a Revista estimula há anos.

São onze artigos e quatro resenhas que tratam de assuntos e perío-dos variaperío-dos. Dois deles discutem assuntos relacionaperío-dos à Antiguidade. Um aborda as metamorfoses das sentenças divinatórias na Mesopotâmia acadia-na e seu papel acadia-na preservação e difusão da memória, revelando, ao mesmo tempo, as dificuldades em tratar com as fontes da época e os intrincados caminhos na formação do “fato histórico”. O outro texto trata das tensões religiosas entre cristianismo e paganismo presentes no século IV na obra de Aurélio Vítor. Um terceiro artigo nos desloca para os séculos XVI e XVII para discutir como as teorias do direito natural debatidas por juristas e teólogos foram decisivas para a formação do Estado moderno e, principalmente, da sociedade colonial americana, núcleo central do texto. Nas discussões se revelam as imensas dificuldades para entender e incorporar os povos au-tóctones da América e da África, tanto nas formulações teóricas, como na lógica da nova comunidade internacional em formação. Ainda neste período e tendo como tema a fixação dos eremitas portugueses de santo Agostinho nas colônias no Índico, o texto debate os tensos processos internos à ordem católica ocorridos em torno de suas políticas para a região e as formas de conversão dos “gentios” na Ásia. Um último artigo debate como a construção

José Geraldo Vinci de Morais

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da memória de Eva Perón foi central para a sociedade argentina contempo-rânea e mais especificamente para o desenvolvimento do peronismo.

Os temas relativos à historiografia brasileira também apresentam rica diversidade. Um dos textos aproveita a presença, no século XVII, de uma certa pirataria europeia, sobretudo toscana, em águas amazônicas, para dis-cutir as tensões políticas portuguesas, espanholas e italianas no cenário do Atlântico norte da colônia. Outro artigo debate como a elite política baiana usou, nesta mesma época, o vocabulário tradicional praticado na Metrópole para construir seus próprios conceitos e imaginário tendo em vista, ao mes-mo tempo, identificar-se com a nobreza reinol e consolidar seu poder local. Já a ideia de uma “civilização dos índios” no século XVIII é debatida na ló-gica dos conflitos entre as políticas coloniais pombalinas e os jesuítas: neste contexto é que surge o “plano” de Domingos Barreto cujo objetivo central era abrandar influência da ordem religiosa entre os indígenas. Ainda neste período, o texto seguinte analisa um manuscrito original de Cláudio Manuel da Costa e também faz a crítica genética daobra já publicada, tendo em vista os trâmites e rotinas dos trabalhos da Real Mesa Censória, que aprovava ou

censurava a publicação de obras. Algumas das fortes tensões políticas do século XIX aparecem no artigo que procura situar o debate entre os liberais pernambucanos que, logo após a Revolta Praieira, discutem calorosamente a viabilidade da convocação de uma constituinte soberana e as reformas eleito-rais apresentadas pelo gabinete da conciliação. Por fim há uma análise com-parativa que cruza dois “monumentos historiográficos” da tradição intelec-tual luso-brasileira - História geral do Brasil, de Francisco Adolfo de Varnhagen, e a obra coletiva História da Colonização Portuguesa no Brasil - e como elas

atu-aram para difundir positivamente a ação colonizadora lusitana na América. Certamente o leitor reconhecerá na variedade de artigos desta edição as qualidades individuais das contribuições. E acreditamos, sobretudo, que neste cenário diversificado encontrará análises e leituras bastante desafia-doras e prazerosas.

José Geraldo Vinci de Moraes

Editor

rev. hist. (São Paulo), n. 170, p. 11-12, jan.-jun., 2014 http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9141.v0i170p11-12

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