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A MODELAGEM COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NAS AULAS DE MATEMÁTICA

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ  DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS­GRADUAÇÃO 

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS   

 

ANTONIO CESAR PINHEIRO   

           

A MODELAGEM COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NAS AULAS DE  MATEMÁTICA 

               

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO   

               

MEDIANEIRA  2020

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ANTONIO CESAR PINHEIRO   

                             

A MODELAGEM COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NAS AULAS DE  MATEMÁTICA 

     

Monografia  apresentada  como  requisito  parcial à  obtenção  do  título  de  Especialista  na  Pós  Graduação em Ensino de Ciências – Polo UAB do  Município de Barueri/SP, Modalidade de Ensino a  Distância,  da  Universidade  Tecnológica  Federal  do Paraná – UTFPR – Câmpus Medianeira. 

 

Orientador:  Prof.  Dr.  Ismael  Laurindo  Costa  Junior. 

             

MEDIANEIRA  2020 

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Ministério da Educação 

Universidade Tecnológica Federal do Paraná  Diretoria de Pesquisa e Pós­Graduação 

Especialização em Ensino de Ciências 

 

   

TERMO DE APROVAÇÃO   

A MODELAGEM COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NAS AULAS DE  MATEMÁTICA 

  Por  

ANTONIO CESAR PINHEIRO   

Esta monografia foi apresentada às 9h do dia 12 de setembro de 2020 como requisito  parcial  para  a  obtenção  do  título  de  Especialista  no  Curso de  Especialização  em  Educação: Métodos e Técnicas de Ensino – Polo de Barueri, Modalidade de Ensino a  Distância, da Universidade Tecnológica Federal do  Paraná, Câmpus  Medianeira. O  candidato  foi  arguido  pela  Banca  Examinadora  composta  pelos  professores  abaixo  assinados.  Após  deliberação,  a  Banca  Examinadora  considerou  o  trabalho  APROVADO. 

 

______________________________________ 

Profº. Dr. Ismael Laurindo Costa Junior  UTFPR – Câmpus Medianeira        (orientador) 

 

____________________________________ 

Profº. Me. Ricardo Sobjak  UTFPR – Câmpus Medianeira 

   

_________________________________________ 

Profa. Ma. Marilete Terezinha De Marco   UTFPR – Câmpus Medianeira 

   

­ O Termo de Aprovação assinado encontra­se na Coordenação do Curso ­ 

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“A ciência não é só compatível com a espiritualidade; é uma profunda fonte de  espiritualidade” (Carl Sagan, O mundo assombrado pelos demônios) 

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AGRADECIMENTOS   

 

  A Deus pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer os obstáculos. 

  Aos meus pais, pela orientação, dedicação e incentivo nessa fase do curso de  pós­graduação e durante toda minha vida. 

Ao  meu  orientador  professor  Dr.  Ismael  Laurindo  Costa  Junior  pelas  orientações ao longo do desenvolvimento da pesquisa. 

  Agradeço aos professores do curso de Especialização em Ensino de Ciências,  professores da UTFPR, Câmpus Medianeira. 

  Agradeço aos tutores presenciais do polo de Barueri/SP e a distância que nos  auxiliaram no decorrer da pós­graduação. 

Enfim,  sou  grato  a  todos  que  contribuíram  de  forma  direta  ou  indireta  para  realização desta monografia. 

                                       

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RESUMO     

PINHEIRO,  A.  C.  A  Modelagem  como  estratégia  de  ensino  nas  aulas  de  Matemática.  32f.  2020.  Monografia  (Especialização  em  Ensino  de  Ciências). 

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2020. 

   

Este trabalho teve como temática o aprofundamento da Modelagem Matemática e da  experimentação  investigativa  como  estratégia  para  o  ensino  e  a  aprendizagem  de  equação  do  2º  grau  e  recorrências  lineares  do  2º  grau  a  partir  de  um  relato  de  experiência  em  sala  de  aula  sobre  o  número  de  ouro.  Foram  revisadas  diferentes  fontes  bibliográficas  além  dos  documentos  legais  como  a  Base  Nacional  Comum  Curricular – BNCC e o Currículo da Cidade de São Paulo – Matemática para embasar  o  significado  da  Modelagem  Matemática  e  assim  qualificar  e  melhorar  a  prática  de  ensino  de  Matemática.  Foram  discutidos  durante  o  trabalho  as  diversas  etapas  da  Modelagem  Matemática  e  a  conceituação  de  Modelo  Matemático  e  a  Modelação  Matemática  mais  voltada  para  a  prática  docente  na  Educação  Básica.    A  experimentação  ou  tarefa  investigativa  discutida  no  trabalho  merece  destaque  por  possibilitar,  justamente  com  a  Modelagem  Matemática,  o  prazer  do  aluno  aprender  conceitos matemáticos. 

 

Palavras­chave: Modelagem Matemática. Experimentação Investigativa. Modelação  Matemática. Equação do 2º grau. Número de ouro. 

                                   

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ABSTRACT     

PINHEIRO, A. C. Modeling as a teaching strategy in mathematics classes. 2020. 

32p. Monografia (Especialização em Ensino de Ciências). Universidade Tecnológica  Federal do Paraná, Medianeira, 2020.  

 

This work had as a thematic the deepening of Mathematical Modeling and investigative  experimentation as a strategy for teaching and learning equation 2nd degree and linear  recurrences of the 2nd degree from an experience report in the classroom about the  gold  number.  For  this  work,  several  books  and  articles  by  national  authors  were  analyzed in addition to legal documents such as the Common Basic Basic Curriculum 

­  BNCC  and  the  Curriculum  of  the  City  of  São  Paulo  ­  Mathematics  to  support  the  meaning  of  Mathematical  Modeling  and  thus  qualify  and  improve  the  Mathematics  teaching  practice.  They  are  discussed  during  the  work  as  several  stages  of  Mathematical  Modeling  and  conception  of  Mathematical  Model  and  Mathematical  Modeling more focused on the teaching practice in Basic Education. An experience or  investigative task discussed in the work deserves to be highlighted because it allows,  only  with  Mathematical  Modeling,  or  the  student's  pleasure  to  learn  mathematical  concepts. 

   

Keywords: Mathematical Modeling. Investigative Experimentation. Mathematical  Modeling. Equation 2nd degree. Gold number. 

                                                 

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SUMÁRIO   

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ... 12

3 EXPERIMENTAÇÃO INVESTIGATIVA ... 13

4 MODELAGEM MATEMÁTICA ... 16

4.1 MODELO MATEMÁTICO ... 17

4.1.1 Fases, etapas e subetapas da modelagem matemática ... 18

4.1.2 Modelação matemática ... 19

4.2 EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU ... 22

4.3 RECORRÊNCIAS LINEARES DO SEGUNDO GRAU ... 23

4.4 MODELAGEM MATEMÁTICA NA SALA DE AULA ... 25

4.5  RELATO  DE  EXPERIÊNCIA  COM  MODELAGEM  MATEMÁTICA  NA  SALA  DE  AULA ... 27

4.5.1 Número de ouro ... 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 31

REFERÊNCIAS ... 32  

   

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1 INTRODUÇÃO   

 

Há tempos que os índices de provas internas e externas de Matemática, como  o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB (Brasil, 2020) e o Programa  Internacional de Avaliação de Estudantes – Pisa (Brasil, 2019, p. 107; OECD, 2019,  p. 4), estão estagnados e não alcançam as metas, muito por conta do descompasso  existente  entre  o  ensino  tradicional  e  bancário  e  a  aprendizagem  tecnológica  e  contextualizada da Matemática.   

Este  trabalho  guia  professores  de  Educação  Básica  inquietos  com  a  forma  que caminha o Ensino de Matemática, introduzindo ideias da Modelagem Matemática  a  partir  de  atividades  experimentais.  A  Modelagem  Matemática  é  uma  das  várias  estratégias de ensino objetiva o letramento matemático que  

 

[...]  possibilita  raciocinar,  representar,  comunicar  argumentar  matematicamente e favorece o desenvolvimento de conjecturas, a formulação  e  a  resolução  de  problemas  em  contextos  variados,  utilizando  conceitos,  procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. (São Paulo, 2019, p. 71) 

 

A  questão  que  nos  guia  neste  trabalho  é Como  a  Modelagem  Matemática    pode contribuir para um melhor desempenho dos alunos na disciplina de Matemática  despertando neles o prazer em querer aprender Matemática? 

Este trabalho tem por objetivo apresentar aos professores de Matemática e  áreas afins o campo de pesquisa da Modelagem Matemática e o ensino de equação  do  segundo  grau  a  partir  da  estratégia  de  ensino  de  Modelagem  Matemática  (São  Paulo, 2019), do modelo matemático e da modelação matemática. 

   

               

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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA   

 

  A  revisão  teórica  deste  trabalho  se  encaixa  na  pesquisa  exploratória  prioritariamente  sobre  a  Modelagem  Matemática  e  em  seguida,  sobre  Experimentação Investigativa.  

Para este fim, vários livros e artigos pesquisados com a intenção de aprofundar  conhecimentos na linha de pesquisa Modelagem Matemática. 

Inicialmente foi abordado o conceito de experimentação ou tarefa investigativa  e  os  seus  benefícios  para  o  processo  educativo.  Em  seguida  discutidas  algumas  abordagens  teóricas  e  conceitos  sobre  a  Modelagem  Matemática e  suas etapas. E  por fim os objetos de conhecimentos equação do segundo grau e recorrências lineares  do segundo grau, que proporcionam suporte ao trabalho realizado em sala de aula,  sobre o número de ouro. 

       

   

                                         

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3 EXPERIMENTAÇÃO INVESTIGATIVA   

 

A  experimentação  investigativa  para  os  pesquisadores  Souza,  Ramos  e  Rodrigues (2016) ou tarefas investigativas, de acordo com o Currículo da Cidade de  São  Paulo –  Matemática  (SME,  2019),  objetiva  desafiar  estudantes  a  vivenciar  experimentos que podem instigar certos conhecimentos matemáticos. 

Os experimentos e tarefas investigativas “[...]  relacionam­se  a  contextos  intramatemáticos” (SME, 2019, p. 71), que se referem apenas aos objetos, símbolos  ou estruturas da Matemática, diferentemente do contexto extramatemáticos no qual  as “[...] tarefas podem ser encontradas no mundo real e que possuem um contexto  autêntico para o uso da Matemática” (SME, 2019, p. 66) como ocorrem em atividades  que  partem  das  linhas  de  pesquisa  da  Modelagem  Matemática  e  Etnomatemática. 

Vale destacar que nas discussões sobre experimentação ou tarefas investigativas, a  Matemática  não é “[...] uma  ciência  experimental,  assume­se  nesta  investigação  a  experimentação como uma atividade investigativa” (SOUZA, RAMOS; RODRIGUES,  2016, p. 12).  

Para Souza, Ramos e Rodrigues (2016) o uso da experimentação em sala de  aula  possui  alguns  pontos  importantes  que  merecem  destaque.  O  primeiro  ponto  corresponde à contribuição para a formação científica do estudante; o segundo ponto  refere­se  ao  fato  da  experimentação  investigativa  ser  um  meio  para  motivar  os  discentes nas aulas, mas não deve ser utilizada somente para esta intenção e, por  fim, o fato das atividades conseguirem relacionar os conteúdos abordados em sala de  aula com as atividades do cotidiano. Fica evidente a importância da experimentação  investigativa, segundo evidências dos autores: 

 

[...] a experimentação favorece o diálogo e a explicitação dos conhecimentos  já  construídos  pelos  estudantes,  tomando­os  como  ponto  de  partida  no  processo  de  ensino  e  aprendizagem  e,  consequentemente,  aproximando  e  integrando teoria e realidade. (SOUZA; RAMOS; RODRIGUES, 2016, p. 588)   

O Currículo da Cidade de São Paulo para Matemática (2019) apresenta quatro  momentos  ou  princípios  para  as  tarefas  investigativas  e  discute  uma  importante  distinção  entre  tarefas  investigativas  e  a  resolução  de  problemas.  Os  quatro  momentos  ou  fases  que  o  professor  deve  considerar  no  seu  planejamento  para  as  tarefas investigativas são: reconhecimento, formulação de conjecturas, realização de 

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testes  e  argumentação.  A  fase  de  conhecer  e  inteirar­se  sobre  o  problema  corresponde  à  primeira  fase.  A  fase  de  formulação  de  conjecturas  corresponde  à  construção de hipóteses. A fase da realização de testes “[...] corresponde a realização  de testagens e o refinamento das hipóteses levantadas no momento anterior” (SME, 2019,  p.  73).  E,  por  fim,  a  fase  da  argumentação  corresponde  à  publicidade  das  informações e à avaliação do trabalho realizado.  

É importante destacar que as fases para tarefas investigativas não são lineares  e podem ocorrer de duas delas acontecerem simultaneamente.  

Uma tarefa investigativa diferencia­se de um problema por conta de o processo  investigativo  ser  aberto  e  precisar  de  mais  tempo  para  a  conclusão.  Estes  pontos  podem  incomodar os  professores,  por  conta  da  sensação  de  perca  de  controle  da  gestão da sala de aula e o planejamento dos conteúdos. Essa mudança de postura  docente  é  muito  difícil  de  ocorrer  com  alguns  profissionais  por  conta  de  eles  ainda  apresentarem uma “[...] visão platônica da Matemática, aliado ao paradigma do ensino  tradicional” (MALHEIROS, 2012, p. 3).  

A  visão  platônica  da  Matemática  compreende  que  os  saberes  e  conteúdos  matemáticos  só  podem  ser  descobertos  e  manipulados  por  pesquisadores  e  estudiosos da Matemática, e, posteriormente, consultados pelo público em geral. Já o  paradigma do ensino tradicional entende o discente como um consumidor dos saberes  acumulados pelo seu professor sendo impossibilitado ao mesmo discutir e criticar os  métodos ou saberes (FREIRE, 1996).  

O  quadro  01  a  seguir  aponta  as  diferenças  entre  tarefas  investigativas  e  resolução de problemas (SME, 2019). 

 

Resolução de problemas  Tarefas investigações  Compreender a formulação  Explorar preliminarmente a tarefa e 

formular questões problematizadoras  Definir uma estratégia  Formular hipóteses 

Desenvolver uma estratégia para  solucionar o problema 

Testar e reformular as hipóteses  Avaliar os resultados e responder o 

problema 

Validar as hipóteses, elaborar  argumentos e relatar o processo  Quadro 01: Comparativo entre resolução de problemas e tarefas investigativas   Fonte: SME(2019) 

 

A  experimentação  ou  tarefa  investigativa  como  recurso  para  o  ensino  com  abordagem  em  Ciência,  Tecnologia  e  Sociedade  (CTS)  busca  desenvolver  nos 

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discentes  a  capacidade  de  tomada  de  decisão,  a  compreensão  da  ciência  e  o  seu  papel na sociedade favorecendo a construção do conhecimento (SOUZA, RAMOS e  RODRIGUES, 2016). Cabe ao docente registrar no seu planejamento anual e plano  de aula a atividade de experimentação ou tarefa investigativa e, se possível, pensar  nos  problemas,  desafios  e  facilidades  da  sua  realidade  escolar  e  estar  seguro  e  confiante destas novas práticas. 

                                       

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4 MODELAGEM MATEMÁTICA   

 

A  Modelagem  Matemática  pode  ser  considerada  como  um  novo  método  científico de pesquisa ou uma estratégia de ensino e aprendizagem para o ensino de  Matemática  que  certamente  discorda  do  ensino  e  aprendizagem  da  Matemática  tradicional. Segundo Bassanezi (2016), a Modelagem Matemática tem a resolução de  problemas como ponto de partida. 

Almeida,  Silva  e  Verturan  (2016)  salientam  que  o  problema  precisa  ser  interessante e motivacional e  não necessariamente matemático. Já o  procedimento  de criação deve despertar interesse para o estudo de Matemática. Neste novo formato  de ensino, o comportamento ativo orienta as relações entre professores e alunos na  definição  do  problema  e  não  somente  na  resolução  do  problema.  Os  problemas  originam­se  na  Matemática  Aplicada  de  uma  situação  inicial  ou  problemática  que  necessitam  de  procedimentos  matemáticos  para  a  resolução  do  problema  e  uma  situação final ou solução do problema. Nos procedimentos, ocorre o levantamento de  informações e uso de conceitos matemáticos e extramatemáticos. 

A Modelagem Matemática tem por objetivo propor soluções para problemas  por meio de modelos matemáticos e esses problemas são oriundos das buscas por  respostas  advindas  da  Matemática  e  da  compreensão  de  fenômenos  físico,  social  cultural que envolve o homem (CARAÇA, 1984). A Matemática é alicerce de quase  todas as áreas dos conhecimentos e a escola é um ambiente indicado e perfeito para  a criação e evolução de muitos modelos. Existe a necessidade de encontrar meios  eficientes  para  que  o  ensino  e  a  aprendizagem  no  âmbito  escolar  se  tornem  significativos. (BIEMBENGUT; HIEN, 2018). 

Vários autores apresentam uma definição de Modelagem Matemática e suas  etapas  e  subetapas  para  serem  trabalhadas  em  qualquer  nível  de  ensino.  Neste  trabalho foram estudadas e analisadas as ideias de Almeida, Silva e Verturan (2016),  Bassanezi (2016) e  Biembengut e Hien (2018), mediante a escolha ou a junção de  várias  destas  que  podem  contribuir  para  um  melhor  desempenho  dos  alunos  na  disciplina de Matemática, com a intenção de despertar o prazer em querer aprender  seus conteúdos. 

Antes  de  qualquer  definição  das  etapas  e  subetapas  da  Modelagem  Matemática,  vale  salientar  que  todos  os  autores  e  pesquisados  consideram  a 

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Modelagem Matemática como uma arte. Biembengut e Hien (2018, p. 11) afirmam que  a “[...] modelagem suscita a ideia de um escultor e seu trabalho. O modelo representa  algo. O modelo é uma imagem que se forma na mente do sujeito que representa de  forma intuitiva o que o sujeito está pensando”. Já, para Bassanezi (2016, p. 16), a arte  da Modelagem Matemática consiste em “[...] transformar problemas da realidade em  problemas matemáticos e resolvê­los interpretando suas soluções na linguagem do  mundo real”. 

   

4.1 MODELO MATEMÁTICO   

O modelo matemático é um conceito importante que necessita ser discutido  inicialmente  sobre  a  Modelagem  Matemática  antes  da  apresentação  das  suas  diferentes fases, etapas e subetapas.  

De  acordo  com  Almeida,  Silva  e  Verturan  (2016),  é  uma  representação  simplificada da realidade sob a ótica daquele que investigam. O modelo representativo  pode  ser  um  sistema  conceitual,  descritivo  ou  explicativo,  expresso  por  uma  linguagem ou estrutura matemática a partir de equações, tabelas, gráficos e imagens. 

Para Biembengut e Hien (2018) um modelo matemático é a resolução de um  problema composto por um conjunto de símbolos e relações matemáticas que procura  traduzir de alguma forma essas relações matemáticas à situação real do problema e  também discute que o modelo matemático pode ser representado a partir de várias  representações como equações, tabelas, gráficos e imagens. 

Segundo  Bassanezi (2016) um modelo  pode ser dividido em modelo objeto  que faz alusão à um objeto ou a um fato concreto, e o modelo teórico que é vinculado  à uma teoria geral. Entendemos que o modelo objeto corresponde à ideia de modelo  matemático de Almeida, Silva e Verturan (2016) e Biembengut e Hien (2018). Todos  os pesquisadores concordam que o modelo deve expressar as ideias de forma clara  e sem ambiguidade. 

       

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4.1.1 Fases, etapas e subetapas da modelagem matemática   

Para  Almeida,  Silva  e  Verturan  (2016)  as  fases  de  Modelagem  Matemática  são inteiração, matematização, resolução, interpretação de resultados e validação. Na  fase  de  inteiração  o  sujeito  inteira­se,  informa­se  e  tem  o  primeiro  contato  com  a  situação  problema.  Essa  etapa  é  caracterizada  fortemente  pela  escolha  do  tema  e  busca  de  informações  do  problema.  A  fase da matematização  é  caracterizada pelo  uso da linguagem matemática usual para dar significado ao problema da realidade. É  nesta  fase  que  ocorre  a  interpretação  do  problema  na  linguagem  natural  para  a  linguagem  matemática.  A  fase  da  resolução é  a  construção  do  modelo matemático  com a finalidade de descrever a situação, viabilização da realização de previsões para  o  problema  em  estudo.  Por  fim,  a  fase  da  interpretação  de  resultados  é  a  fase  de  validação e análise da resposta e comunicação de uma resposta do problema para  todos.  A  comunicação  e  argumentação  são  algumas  das  habilidades  cognitivas  desenvolvidas com os alunos fora do conhecimento e desenvolvimento de conceitos  matemáticos em atividades de modelagem matemática. 

Conforme  Biembengut  e  Hien  (2018),  as  fases  são  definidas  por  etapas  e  subetapas que envolvem uma série de procedimentos que são: 

a)  Interação 

•  Reconhecimento da situação problema; 

•  Familiarização com o assunto a ser modelado; 

•  Referencial teórico; 

b)  Matematização 

•  Formulação do problema; 

•  Hipótese; 

•  Resolução do problema em termos do modelo; 

c)  Modelo matemático 

•  Interpretação da seleção; 

•  Validação do problema; 

•  Avaliação. 

Na etapa de interação, a partir do problema posto, deve­se estudar o assunto  em  diversas  fontes.  Nas  subetapas  de  reconhecimento  da  situação­problema  e  a  familiarização  a  situação  vai  se  tornando  mais  clara,  a  medida  em  que  o  sujeito 

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  19 

interage  com  o  problema.  O  maior  desafio  da  etapa  da  matematização  será  a  formulação do problema e resolução. A intuição, criatividade e experiência acumulada  são elementos importantes na etapa da matematização onde o computador pode ser  um instrumento indispensável em alguns casos. O modelo matemático deve atender  às  necessidades  que  o  geraram;  caso  contrário  deve­se  voltar  à  etapa  da  matematização. 

Já  em  Bassanezi  (2016),  a  sequência  de  etapas  para  a  modelagem  matemática  corresponde  à  experimentação,  abstração,  resolução,  validação  e  modificação.  A  experimentação  é  uma  etapa  essencialmente  laboratorial  onde  se  processa a obtenção de dados para a adoção de técnicas e dados estatísticos.  Na  etapa da abstração ocorre a seleção das variáveis, problematização ou formulação  dos problemas teóricos numa linguagem própria da área de trabalho, a formulação de  hipóteses e a simplificação do problema. A etapa da resolução necessita da linguagem  matemática para explicar o modelo matemático onde em alguns casos precisa­se do  uso de recursos computacionais. A etapa da validação ocorre o processo de aceitação  ou não do modelo proposto. Por fim, a etapa da modificação corresponde a refazer o  modelo, pois mesmo sendo um modelo válido pode ocorrer que o mesmo não é aceito  intuitivamente.  Isso  geralmente  ocorre  por  um  problema  básico  no  momento  da  experimentação dos dados estatísticos. 

   

4.1.2 Modelação matemática   

Bassanezi  (2016)  define  a  Modelação  Matemática  como  a  Modelagem  em  Educação.  É  neste  ponto  que  o  trabalho  desta  pesquisa  converge,  pois  as  fases,  etapas e subetapas da Modelagem Matemática aplicam­se, com mais destaque em  Bassanezi (2016), à Matemática Aplicada para a resolução de grandes problemas de  otimização  e  ao  corte  de  despesas  para  setores  industriais,  governamentais  e  de  instituições financeiras. 

Contribui  com  essa  concepção  Biembengut  e  Hien  (2018)  que  indicam  a  necessidade de algumas modificações ao trabalhar com Modelagem Matemática por  conta principalmente do grau de escolaridade dos alunos,  do tempo disponível que  terão para trabalho extraclasse, do programa a ser cumprido e do estágio em que o 

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professor se encontra em relação ao conhecimento que o professor possui sobre a  Modelagem Matemática, e destacam que: 

Modelação  Matemática  norteia­se  para  desenvolver  um  conteúdo  programático  do  currículo a partir de um tema ou modelo matemático e orienta o aluno na realização de  seu próprio modelo­modelagem. (Biembengut; Hien, 2018, p.12). 

 

De acordo com os autores, a Modelação Matemática apresentam os seguintes  objetivos gerais: 

•  Aproximar outra área do conhecimento da Matemática; 

•  Enfatizar a importância da Matemática para a vida do aluno; 

•  Despertar o interesse pela Matemática a partir da aplicação; 

•  Melhorar a apreensão dos conceitos matemáticos; 

•  Desenvolver a habilidade de resolver problemas; e 

•  Estimular a criatividade. 

 

Várias  questões  pedagógicas  de  gestão  de  sala  à  mediação  da  aprendizagem,  administrativas  referentes  ao  currículo  e  sociais  sobre  as  condições  socioeconômicas dos discentes devem ser discutidas na Modelação Matemática, de  acordo com Biembengut e Hien (2018). Na implementação da Modelação Matemática  o professor precisa conhecer a realidade socioeconômico, o tempo disponível para a  realização  do  trabalho  extraclasse  e  o  conhecimento  matemático  que  possuem  os  discentes.  O professor pode escolher o problema de estudo ou os alunos. A vantagem  dos alunos escolherem o problema é que estes se sentirão participantes do processo  e a desvantagem, é que o problema pode ser complexo e exigir do professor um tempo  que não existe no planejamento.  

No desenvolvimento do conteúdo programático o professor segue as mesmas  etapas  e  subetapas  do  processo  de  Modelagem  Matemática.  Na  tarefa  matematização ocorrerá o desenvolvimento do conteúdo matemático necessário para  a formulação e resolução do problema. O objetivo principal da Modelação Matemática  é  criar  condições  para  que  os  alunos  aprendam  a  fazer  modelos  matemáticos  aprimorando seus conhecimentos, cabendo ao professor promover essa autonomia. 

(BIEMBENGUT; HIEN, 2018) 

A atuação do professor nas aulas com Modelagem Matemática deve ser muito  diferente do que atualmente acontece. Para que ocorra o trabalho com a Modelagem  Matemática inicialmente o professor precisa, em muitos casos, mudar a sua postura 

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em  sala  de  aula  passando  de  aulas  expositivas  para  aulas  onde  o  professor  é  o  orientador do processo de ensino e de aprendizagem. As atividades de Modelagem  Matemática  são  essencialmente  cooperativas,  logo  necessitando  serem  desenvolvidas  em  grupos  de  alunos,  que,  orientados  e  estimulados  pelo  professor  desenvolvem as atividades (ALMEIDA, SILVA; VERTURAN, 2016). 

Para  estes  autores,  a  integração  da  Modelagem  Matemática  no  contexto  brasileiro  depende  muito  da  familiarização  dos  estudantes  com  as  atividades  de  Modelagem Matemática, a qual deve ser de modo gradativo, em diferentes momentos,  tais como: 

1.  Contato  do  aluno  com  a  situação  problema,  colheita  de  dados  e  sua  investigação com acompanhamento do professor; 

2.  Situação  problema  sugerida  pelo  professor  e/ou  alunos  em  grupos  e  mais  investigação da situação; 

3.  Os alunos são responsáveis pela condução das atividades e em certo momento  sucede­se a comunicação da produção do grupo para os outros alunos. 

Para tornar a atividade de Modelagem Matemática viável em sala de aula, o  professor deve possibilitar um ambiente de confiança, independência e autoridade aos  alunos para delimitar uma situação problema. 

Biembengut  e  Hien  (2018)  sugerem  as  seguintes  etapas  que  podem  ser  seguidas para a realização do trabalho de Modelagem Matemática: 

a)  Escolha do tema com trabalho em grupo; 

b)  Interação com o tema; 

c)  Planejamento do trabalho a ser desenvolvido pelos grupos; 

d)  Conteúdo matemático; 

e)  Validação e extensão dos trabalhos desenvolvidos. 

Por  fim,  os  autores  aqui  referenciados  argumentam  que  é  importante  o  professor  da  Educação  Básica  conhecer  e  reaplicar  se  achar  a  necessidade  de  trabalhos  de  Modelagem  e  Modelação  Matemática.  Existem  diversos  modelos  clássicos que podem ser  reutilizados e adaptados para qualquer ano escolar. Essa  reutilização  desenvolve  no  professor  a  segurança  em  trabalhar  Modelagem  e  Modelação Matemática em sala de aula ao ponto do próprio professor criar os seus  modelos  matemáticos  e  despertar  nos  alunos  o  mesmo  interesse,  a  partir  de  sua  própria realidade. 

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4.2 EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU   

 

A  equação  de  segundo  grau  (MUNIZ  NETO,  2013)  pode  ser  escrita  da  seguinte forma genérica: 

𝑎𝑥²+ 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0,   

onde  a,  b,  e  c  são  coeficientes  reais  dados,  sendo  a ≠  0.  O  primeiro  membro  da  equação acima também é denominado por trinômio de segundo grau e será muito útil  para a fatoração e determinação das raízes/soluções de equações deste tipo. 

De  posse  de  manipulação  algébrica  como  produtos  notáveis  é  possível  determinar as raízes/soluções da equação 𝑎𝑥²+ 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 da seguinte forma: 

𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 (𝑥2 + 𝑏 𝑎𝑥 + 𝑐

𝑎  

= 𝑎 (𝑥2+ 𝑏

𝑎𝑥 + 𝑏2

4𝑎² 𝑏2 4𝑎2 + 𝑐

𝑎  

= 𝑎 [(𝑥2+ 𝑏

𝑎𝑥 + 𝑏2

4𝑎²) − 𝑏2 4𝑎2 + 𝑐

𝑎  

= 𝑎 [(𝑥2 + 𝑏 2𝑎)

2

𝑏2 4𝑎2 + 𝑐

𝑎  

= 𝑎 [(𝑥2+ 𝑏 2𝑎)

2

𝑏² − 4𝑎𝑐 4𝑎2  

= 𝑎 [(𝑥2 + 𝑏 2𝑎)

2

4𝑎2

Fazendo  𝑎𝑥2+ 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0,  fica  𝑎𝑥2+ 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 [(𝑥2+ 𝑏

2𝑎)2

4𝑎2 ] = 0,  onde resulta: 

 

(𝑥2+ 𝑏 2𝑎)

2

4𝑎2 = 0 ⇒ 

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  23 

(𝑥2+ 𝑏 2𝑎)

2

= 4𝑎2 ⇒ 

𝑥2 + 𝑏

2𝑎= ± √ 4𝑎2 ⇒ 

𝑥 = − 𝑏

2𝑎± √ 4𝑎2 ⇒ 

𝑥 = −𝑏 ± √∆

2𝑎 ⇒ 

𝑥 =−𝑏 ± √𝑏2− 4𝑎𝑐

2𝑎  

O número discriminante ∆ (leia­se: delta) é um número ∆ = 𝑏² − 4𝑎𝑐. Sejam a,  b  e  c  reais  dados,  com  a  ≠  0,  temos  que  a  equação  𝑎𝑥2+ 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0  tem  raízes/soluções reais se e só se ∆ > 0. Neste caso, suas raízes/soluções são dadas  por 𝑥 =−𝑏−√𝑏2−4𝑎𝑐

2𝑎  e 𝑥 =−𝑏+√𝑏2−4𝑎𝑐

2𝑎 . Para ∆ = 0, sua raiz/solução será dupla da forma  𝑥 =−𝑏

2𝑎. Enquanto que para ∆ < 0, não existem raízes/soluções reais da equação da  forma 𝑎𝑥2+ 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0, com a ≠ 0. 

   

4.3 RECORRÊNCIAS LINEARES DO SEGUNDO GRAU   

Uma  relação  de  recorrência  (BENEVIDES, 2019)  de uma  sequência  é  uma  expressão que permite calcular um termo da sequencia em função de seus anteriores. 

Temos como exemplos de relações de recorrência    

1. 𝑇𝑛+1 = 2𝑇𝑛 + 1,  2. 𝐺𝑛+1 = 3𝐺𝑛 

3. 𝑆𝑛+2 = 3𝑆𝑛+1+ 𝑆𝑛+ 5   

Tomando  como  primeiro  termo 𝑇1 = 0  da  primeira  relação  de  recorrência  𝑇𝑛+1 = 2𝑇𝑛+ 1 podemos determinar a sequência fazendo a iteração com o valor do  índice e o seu valor correspondente, que fica: 

      𝑇1 = 0 

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𝑇2 = 2𝑇1+ 1 = 2.0 + 1 = 1  𝑇3 = 2𝑇2+ 1 = 2.1 + 1 = 3  𝑇4 = 2𝑇3 + 1 = 2.3 + 1 = 7  𝑇5 = 2𝑇4+ 1 = 2.7 + 1 = 15   

Desta  forma  a  sequência  T(n)  correspondente  da  primeira  relação  de  recorrência será T(n) = (0, 1, 3, 7, 15, ...). A fórmula fechada da relação de recorrência  𝑇𝑛+1 = 2𝑇𝑛+ 1 pode ser determinada por alguns passos simples que necessita depois  ser  demonstrado  por  indução  finita.  Por  curiosidade  a  fórmula  fechada  é 𝑇(𝑛) = 2𝑛−1− 1. Em ciências experimentais ou em uma atividade de Modelagem Matemática  a  relação  de  recorrência  ou  a  sua  fórmula  fechada  corresponde  à  etapa  de  matematização à caminho da etapa de validação. 

Para  resolver  relações  de  recorrência  de  primeira  ordem  da  forma 𝑇𝑛+1 = 𝑐𝑇𝑛+ 𝑔(𝑛) com condição inicial 𝑇1, ou seja, determinar a sua fórmula fechada sugere­

se seguir os seguintes passos (Gersting, 2017): 

1.  Coloque sua relação de recorrência na forma 𝑇𝑛 = 𝑐𝑇𝑛−1+ 𝑔(𝑛) para  encontrar c e g(n); 

2.  Use c, g(n) e 𝑇1 na fórmula 𝑇𝑛 = 𝑐𝑛−1𝑇1+ ∑𝑛𝑖=2𝑐𝑛−1𝑔(1); 

3.  Calcule o somatório resultante para obter a expressão final. 

 

Para  resolver  relações  de  recorrência  de  segunda  ordem  da  forma 𝑇𝑛+2 = 𝑐1𝑇𝑛−1+ 𝑐2𝑇𝑛−2 com  condições  iniciais 𝑇1  e 𝑇2,  ou  seja,  determinar  a  sua  fórmula  fechada e que será muito útil para os trabalhos de Modelagem Matemática sobre o  número  de  ouro  e  torre  de  Hanói  sugere­se  seguir  os  seguintes  passos  (Gersting,  2017): 

1.  Resolva a equação característica t² ­ 𝑐1t ­ 𝑐2 = 0; 

2.  Se  a  equação  característica  tiver  raízes  distintas 𝑟1  e 𝑟2,a  solução  é  𝑇𝑛 = 𝑝𝑟1𝑛−1+ 𝑞𝑟2𝑛−1, em que 𝑝 + 𝑞 = 𝑇1 e 𝑝𝑟1+ 𝑞𝑟2 = 𝑇2 

3.  Se  a  equação  característica  tiver  raiz  repetida  r,  a  solução  é 𝑇𝑛 = 𝑝𝑟𝑛−1+ 𝑞(𝑛 − 1)𝑟𝑛−1, em que 𝑝 = 𝑇1 e 𝑝𝑟 + 𝑞𝑟 = 𝑇2

   

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  25 

4.4 MODELAGEM MATEMÁTICA NA SALA DE AULA   

 

A Base Nacional Comum Curricular ­ BNCC (BRASIL, 2018) para o Ensino  Fundamental  e  o  Currículo  da  Cidade  de  São  Paulo  (Matemática)  trazem  para  a  discussão  a  importância  da  linha  de  pesquisa  Modelagem  Matemática  como  a  resolução de problemas, tarefas investigativas, desenvolvimento de projetos, história  da  Matemática,  para  o  desenvolvimento  de  habilidades  e  competência  que  tem  o  compromisso com o letramento matemático.  

A BNCC define letramento matemático como: 

 

As  competências  e  habilidades  de  raciocinar,  representar,  comunicar  e  argumentar  matematicamente,  de  modo  a  favorecer  o  estabelecimento  de  conjecturas,  a  formulação  e  a  resolução  de  problemas  em  uma  variedade  de  contextos,  utilizando  conceitos,  procedimentos,  fatos  e ferramentas  matemáticas.  É  também o  letramento  matemático que assegura aos alunos reconhecer que os conhecimentos matemáticos  são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo e perceber o caráter de  jogo  intelectual  da  matemática,  como  aspecto  que  favorece  o  desenvolvimento  do  raciocínio  lógico  e  crítico,  estimula  a  investigação  e  pode  ser  prazeroso  (fruição). 

(BRASIL, 2018, p. 266). 

 

Além de contribuir para o letramento matemático, a Modelagem Matemática é  classificada,  juntamente  com  outras  linhas  de  pesquisa  da  Educação  Matemática  como  processos  matemáticos  que  apresentam  um  grande  potencial  para  o  desenvolvimento  de  competências  fundamentais  e  fortalecer  o  próprio  letramento  matemático.  A  Modelagem  Matemática  possui  formas  privilegiadas  de  atividades  matemáticas com inúmeras estratégias para a aprendizagem (BRASIL, 2018).   

O  Currículo  da  Cidade  de  São  Paulo –  Matemática  aborda  de  forma  mais  profunda  a  importância  da  Modelagem  Matemática  como  uma  das  diversas  estratégias no ensino de Matemática juntamente com a resolução de problemas, as  tarefas investigativas, o uso dos recursos tecnológicos, a etnomatemática e os jogos. 

O documento afirma que: 

 

A  modelagem  pode  ser  entendida  como  uma  oportunidade  de  os  estudantes  identificarem  questões  ou  problemas  oriundos  de  uma  problemática  do  cotidiano  relativa a um contexto real e que possam ser resolvidos por meio da Matemática, sem  a fixação de procedimentos prévios para a sua resolução (São Paulo, 2019, p. 75) 

 

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De  acordo  com  o  Currículo  da  Cidade  (São  Paulo,  2019),  a  Modelagem  Matemática  proporciona  um  ambiente  de  aprendizagem  problematizador  que  se  distancia muito do ensino tradicional. Neste ambiente problematizador o professor é o  mediador do conhecimento e no ensino tradicional o professor é o detentor de todo o  conhecimento.  É  importante  destacar  a  diferença  entre  Modelagem  Matemática,  tarefas investigativas e resolução de problemas para o Currículo da Cidade.  

Na Modelagem Matemática   

as perguntas e os procedimentos para encontrar a solução dos problemas serão feitos  pelos  estudantes,  que  podem  pensar  em  estratégias  nem  sempre  indicadas  ou  sugeridas  pelo  professor,  mas  mediadas  por  ele.  Nesse  sentido,  a  modelagem  se  diferencia  das  tarefas  investigativas,  pois  estas  se  relacionam  a  contextos  intramatemáticos e a modelagem se refere a contextos extramatemáticos. Ela também  se difere da resolução de problemas, pois na modelagem os temas e as questões, no  geral, são feitos pelos estudantes, o que não acontece com os problemas (São Paulo,  2019, p. 75). 

 

A  Modelagem  Matemática  possibilita  criar  relações  com  outras  áreas  do  conhecimento, potencializa o trabalho com a pedagogia dos projetos e necessita da  mudança de postura do professor, pois o docente levará em conta os interesses dos  estudantes.  O  desenvolvimento  de  atividades  de  Modelagem  Matemática  pode  assumir  três  configurações  referentes  à  relação  entre  professor  e  alunos,  que  se  segue: 

 

Primeira,  o  professor  descreve  a  situação  com  o  problema  formulado,  cabendo  aos  estudantes o processo de resolução. Na segunda, o professor traz o problema de outra  área  de  conhecimento  para  que  os  estudantes  colham  os  dados  e,  a  partir  deles,  busquem  procedimentos  para  a  resolução.  Na  terceira,  os  temas  são  extramatemáticos, e os estudantes formulam o problema, levantam dados, organizam  e encontram o caminho para a solução, atribuindo um tratamento matemático para o  problema.  Nos  três  casos,  o professor  participa do processo numa relação  dialógica  com  os  procedimentos  escolhidos  pelos  estudantes,  ajudando­os  a  verificar  se  o  caminho escolhido contribui ou não para a solução do problema (São Paulo, 2019, p. 

75). 

 

 

   Na  pesquisa  realizada  por  Bisognin  e  Bisognin  (2012)  sobre  as  percepções  sobre  o  uso  da  Modelagem  Matemática  em  sala  de  aula  com  professores  recém­

formados de um curso de mestrado as autoras apontam três eixos inter­relacionados,  que são: 

 

a) possibilidade de mudança na prática docente;  

b) dificuldades no exercício da docência com Modelagem Matemática; e   c) repercussões na aprendizagem docente e discente. (p. 1056 e 1057, 201) 

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4.5 RELATO DE EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA NA SALA DE  AULA 

   

Nesta  seção  seguem  duas  atividades  de  Modelação  Matemática  desenvolvidos em uma escola da Zona Sul da Cidade de São Paulo no ano de 2019. 

A atividade discute a presença do número de ouro. 

   

4.5.1 Número de ouro   

Conteúdo: Equação do 2º grau  

Público alvo: 9º ano do Ensino Fundamental ou 1º ano do Ensino Médio   Tempo: duas aulas 

 

1ª etapa – Interação com o assunto 

Os  alunos  fizeram  uma  pesquisa  sobre  o  número  de  ouro/razão  áurea.  O  número  de  ouro  é  um  número  irracional,  constante  e  real,  que  representa  matematicamente  a  perfeição  na  natureza.  O  número  de  ouro  é  representado  pela  letra grega phi, iniciais de Fídias, escultor e arquiteto encarregado pela construção de  Pártenon,  em  Atenas.  O  número  phi  também  é  representado  pelo  símbolo 𝜑.  A  aproximação de 𝜑 =1+√5

2 ≈ 1,618033988749895. O número de ouro pode surgir em  qualquer sequência numérica, que será abordada em breve, mas foi na sequência de  Fibonacci descoberta pelo matemático italiano Leonardo Fibonacci (1170 – 1250) a  partir do crescimento fictício de uma população de coelhos que introduziu, nos estudos  de matemáticos europeus, a proporção áurea ou número de ouro.  

 

2ª etapa – Matematização 

Após a pesquisa foi feita uma atividade investigativa que consiste em fazer  um experimento sobre o número de ouro ou phi. O número de ouro ou razão áurea é  o número irracional positivo da raiz da equação x² ­ x ­ 1 = 0 e simboliza a beleza e  perfeição  na  natureza.  Na  atividade  investigativa  os  alunos  deveriam  colocar  em  ordem crescente a sua data de nascimento com dia e mês. Em seguida o aluno soma 

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com o número anterior. Surge uma nova sequencia de números em ordem crescente. 

Por fim basta dividir, começando pelo segundo número da fila pelo seu anterior e por  toda a lista. As divisões tendem ao número de ouro 1,618.  

Exemplo: 

Data de nascimento: 14/07 

Primeira iteração: 7 ­ 14 ­ 21 ­ 35 ­ 56 ­ 91 ­ 147 ­ 238 ­ 385 ­ 623. 

Segunda iteração:  

14:7 = 2   21:14 = 1,5   35:21 = 1,66666   56:35 = 1,6   91:56 = 1,625   147:91 = 1,61538   238:147 = 1,61904   385:238 = 1,61764   623:385 = 1,61818  

A relação deste experimento com o conhecimento equação do segundo grau  ocorre por conta de uma das raízes ser o numero de ouro. A atividade descrita acima  aborda  a  ideia  de  modelagem  matemática  que  geralmente  é  estudada  no  Ensino  Superior  e  que  de  pouco  em  pouco  está  adentrando  nos  níveis  mais  básicos.  A  modelagem matemática possibilita o estudo de conceitos a partir de problemas reais  que tem por característica ser discutido em grupo e todos colaborarem e aprenderem. 

 

3ª etapa – Modelo Matemático 

Denotando  por 𝑓𝑛  a  soma  da  enésima  iteração  do  dia  com  o  mês  de  nascimento, por 𝑓𝑛−1 a primeira parcela, por exemplo, o dia de nascimento e por 𝑓𝑛−2  a segunda parcela, por exemplo, o mês de nascimento. Temos que a equação 𝑓𝑛 = 𝑓𝑛−1+ 𝑓𝑛−2  representa  o  problema  proposto.  A  equação 𝑓𝑛 = 𝑓𝑛−1 + 𝑓𝑛−2  é  uma  relação de recorrência, cuja resolução é a mesma que de uma equação diferencial  ordinária. A equação 𝑓𝑛 = 𝑓𝑛−1+ 𝑓𝑛−2  possui como equação característica a equação  da  forma 𝑎𝑛− 𝑝𝑎𝑛−1− 𝑞𝑎𝑛−2 = 0  cuja  solução  é 𝑐1𝑡𝑛+ 𝑐2𝑛𝑡𝑛,  com 𝑐1 =2𝑡𝑢1−𝑢2

𝑡²   e  𝑐2 =𝑢2−𝑡𝑢1

𝑡² . Os valores de 𝑢1 e 𝑢2 são os dois primeiros elementos da sequencia. No 

(28)

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exemplo 𝑢1 é o dia e 𝑢2 o mês de nascimento. Fazendo as substituições, encontra­se  como solução 𝑓𝑛 = 1

√5. (1+√5

2 )𝑛 1

√5. (1−√5

2 )𝑛.    

Reflexões da atividade investigativa em sala de aula   

Este experimento matemático é extremamente prazeroso desenvolver com os  alunos logo após o ensino da resolução de equação do 2º grau e gera muita discussão  e  curiosidade.  Observo  que  os  alunos  ficam  esperando  um  pouco  mais  de  descobertas,  daí  afirmo que as novas descobertas estão a partir daquele momento  com eles, pois a atividade investigativa é muito simples e qualquer um pode descobrir  padrões interessantes. 

Como  já  exposto  acima,  o  número  de  ouro  ou  razão  áurea  é  um  número  irracional positivo da raiz da equação x² ­ x ­ 1 = 0 e simboliza a beleza e perfeição na  natureza. Na atividade os alunos seguem os passos e todos desenvolvem a atividade.  

Como avaliação, é solicitado que os alunos registrem todos os processos no  caderno  e  que  expliquem  com  suas  próprias  palavras  o  que  acabaram  de  fazer. 

Considero  esta  etapa  de  escrita  matemática  como  uma  das  mais  importantes  das  aulas, pois mostra o que realmente o aluno compreendeu dos conceitos matemáticos  trabalhados.  É neste momento que ocorre feedback da atividade.  

A representação esquemática da atividade de Modelação Matemática: 

 

Referências

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