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DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Academic year: 2022

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(1)AU TO RA L TO EI. DI R. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES. DE. PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”. OT. EG. ID. O. PE. LA. LE I. AVM FACULDADE INTEGRADA. CONSUMO. DO. CU. M. EN. TO. PR. A RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE. Por: Aline Rodrigues Alves de Brito. Orientador Prof. JOSÉ ROBERTO. Rio de Janeiro 2013.

(2) 2. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA. A RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO. Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em processo civil. Por: . Aline Rodrigues Alves de Brito.

(3) 3. AGRADECIMENTOS. ....ao meu esposo e aos meus pais com gratidão e carinho pela força e o apoio a mim concedido..

(4) 4. DEDICATÓRIA. ..... dedica-se aos meus pais e esposo..

(5) 5. SUMÁRIO. INTRODUÇÃO. 6. CAPÍTULO 1. 7. 1 – Conceito 1.1 – Responsabilidade Civil 1.2 – Relação de Consumo 2 – Evolução Histórica 2.1 – Responsabilidade Civil 2.2 – Relação de Consumo. CAPITULO 2. 20. 1 – Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo 1.1 – Introdução ao tema 1.2 – Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço 1.3 – Da responsabilidade objetiva 1.4 – Da responsabilidade por vício do produto e do serviço 1.5 – Da responsabilidade solidária 1.6 – Dos Prazos. CAPÍTULO 3. 35. 1 – Da análise dos casos concretos. CONCLUSÃO. 52. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA. 53.

(6) 6. INTRODUÇÃO O. presente. trabalho. apresenta. um. aspecto. conceitual. da. responsabilidade civil e da relação de consumo, com a temática de questões de grande relevância para o ordenamento jurídico com a definição apresentada sob várias vertentes decorrente da contribuição de importantes doutrinadores para esse estudo.. Verifica-se a questão da evolução histórica da responsabilidade civil na sociedade primitiva com a Lei de Talião com base na vingança coletiva e após com a Lex Aquília como divisor de águas, e também a evolução da relação de consumo com o marco da Revolução Industrial que resultou na evolução das grandes massas fazendo surgir à necessidade de uma nova adequação social no mercado de consumo.. O trabalho em questão dispõe o tema da responsabilidade civil nas relações de Comsumo consubstanciado na responsabilidade civil pelo fato do produto e do serviço, na responsabilidade civil objetiva, na responsabilidade civil por vício do produto e do serviço, e finalmente na responsabilidade solidária dos responsáveis pelo evento sendo de grande importância para a análise de questões fáticas e processuais.. Ressaltando ainda no presente estudo, a análise dos prazos com aplicação do código de defesa do consumidor e código de processual civil, e a análise dos casos concretos estudados em diversos aspectos, tendo em vista a grande área de abrangência das relações de consumo atuais..

(7) 7. CAPÍTULO I 1 - CONCEITO. 1.1 - Responsabilidade Civil. Para o presente estudo a respeito da responsabilidade civil, se faz necessário definir o seu conceito, que atualmente é dotado de aspectos importantes que precisam ser evidenciados.. Dessa forma entende-se que a responsabilidade civil surge quando há uma obrigação de reparar, ressarcir ou indenizar uma pessoa por um dano causado em virtude de um ato eivado de ilicitude através de uma conduta culposa ou dolosa praticada pelo agente, essa reparação, visa trazer à situação ocorrida ao estado anterior ao prejuízo ocorrido onde ainda não havia lesão.. Assim,. temos. alguns. doutrinadores. que. formularam. seus. entendimentos sobre o tema, então veremos as palavras de José Geraldo Brito Filomeno: “Entende-se por responsabilidade civil a circunstância de alguém ser compelido a ressarcir algum prejuízo causado a outrem pela prática de um ato ilícito, quer por dolo, quer por culpa. O código civil de 1916 adotara a chamada teoria da culpa para dar ensejo à indenização reclamada por alguém prejudicado pela ação, dolosa ou culposa, de outrem. (...) A grande desvantagem desse tipo de responsabilidade era que, em muitos casos embora o.

(8) 8. agente do dano fosse conhecido, a vítima do dano era obrigada a demonstrar que o mesmo fora causado por dolo. ou. culpa.. Ora,. para. o. consumidor. seria. extremamente penoso demonstrar essa circunstancia, mesmo porque ele é parte vulnerável nas relações de consumo, tendo o Código de Defesa do Consumidor optado pela responsabilidade objetiva.” (FILOMENO, José Geraldo Brito, Manual de Direitos do Consumidor, 8° edição, São Paulo, Atlas, 2005 - Págs. 167 e 168).. Na análise desse posicionamento nota-se que, a responsabilidade civil se caracteriza na obrigatoriedade atribuída à conduta praticada de um ato ilícito. imputando-lhe. a. responsabilidade. para. compensar. o. prejuízo. ocasionado, remetendo sua análise anterior teoria da culpa onde foi o fundamento para a aplicabilidade da indenização por danos.. Pode-se observar ainda que a teoria da culpa não era a mais adequada para ser aplicada, em virtude dos fatores existentes que dificultavam o consumidor em provar o dolo ou a culpa do agente, e, por ser a parte mais fraca na relação e não dispor dos elementos necessários para demonstração da conduta culposa.. Sendo assim, a luz do tema em questão, tem-se o entendimento de Maria Helena Diniz, que aprecia o estudo na seguinte forma: “Soudart a define como o dever de reparar o dano decorrente de fato de que se é autor direto ou indireto; e Savatier a considera como a obrigação de alguém reparar dano causado a outrem por fato seu, ou pelo fato de pessoas ou coisas que dele dependam. Outros, como Josserand, a vêem sob um aspecto mais amplo, não vislumbrando nela uma mera questão de culpabilidade,.

(9) 9. mas sim de repartições de prejuízos causados, equilíbrio de direitos e interesses, de sorte que a responsabilidade, na concepção moderna, comporta dois pólos: o objetivo, onde reina o risco criado, e o subjetivo, onde triunfa a culpa.” (2 DINIZ Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, 7º Volume: Responsabilidade Civil, 21° Edição, São Paulo, Saraiva, 2007 - Pág. 34.). Em análise do apanhado de conceitos que a doutrinadora buscou dentro de suas obras, temos um conceito mais abrangente o de Josserand, que ultrapassa o instituto da culpabilidade, e fundamenta seu olhar na de divisão do dano, levando-se em consideração o risco e a culpa, com base no elemento objetivo da idéia do risco do prejuízo causado, e no elemento subjetivo com a idéia da culpa, onde é observada a conduta do agente.. Insta salientar que o conceito acima demonstrado, também se perdura a questão da culpa na existência da responsabilidade subjetiva, e a do risco, da responsabilidade objetiva, chegando na esfera mais ampla da análise do dano moral e material e forma como é praticado na medida da responsabilidade da conduta do sujeito.. Dessa maneira, podemos comparar tais posicionamentos ao conceito do ilustre doutrinador Silvio Salvo Venosa, que vai além em sua visão, da seguinte forma:. “em princípio toda atividade que acarreta um prejuízo gera responsabilidade ou dever de indenizar. Haverá, por vezes, excludentes, que impedem a indenização, como veremos. O termo responsabilidade é utilizado em qualquer situação na qual alguma pessoa, natural ou jurídica, deva arcar com as conseqüências de um ato,.

(10) 10. fato, ou negócio danoso. Sob essa noção, toda atividade humana, portanto, pode acarretar o dever de indenizar. Desse modo, o estudo da responsabilidade civil abrange todo o conjunto de princípios e normas que regem a obrigação de indenizar. (...).” (VENOSA, Silvio Salvo, Direito Civil: Responsabilidade Civil, Volume 4 – 8ª edição, São Paulo: Atlas, 2008 - Pág. 1). Pode-se verificar que na análise da responsabilidade civil, não se individualiza a atividade que tenha o potencial de causar dano, e nem se distingue o tipo de pessoa, levando-se em conta o ato danoso, baseado no equilíbrio da relação e a proteção dos direitos.. O estudo em tela analisa a questão do fato de onde o dano se resultou, onde não importa para a responsabilidade civil se as circunstancias partiram de fato próprio ou apenas da existência da relação de dependência, o que é levando em consideração e a ocorrência do dano onde gera o dever de indenizar.. Conclui-se, nesse sentido, que responsabilidade civil é um dever imposto a uma pessoa de ressarcir os danos que gerou a alguém em virtude de ato ilícito, em regra, tem como base a culpa do agente, no entanto, se a conduta praticada for capaz de ferir ou colocar em risco direito alheio, por si só, responderá de forma objetiva, não sendo necessária a prova da culpa. Portanto, a responsabilização civil é uma forma de forçar o agente de suportar ônus da conduta praticada através de indenização ou reparação dos prejuízos resultantes de tal ato..

(11) 11. 1.2 – Relação de Consumo Insta salientar que se faz necessário para o trabalho em tela à definição da relação de consumo que é formada pelo Fornecedor, Consumidor e o objeto que é o Produto ou Serviço, sendo o fornecedor a parte que comercializa o produto ou presta o serviço, o consumidor parte final que recebe o produto ou o serviço para sua utilizá-lo e o produto ou o serviço que é o bem que será gozado pelo consumidor.. Dessa forma traz se em comento o posicionamento de Maria Helena Diniz: “o consumidor é não só a pessoa física ou jurídica que vem a utilizar produto ou serviço como destinatário final, mas também a coletividade, mesmo indeterminável, que intervém nas relações de consumo (Lei 8.078-90, art. 2, parágrafo único). O consumidor ou usuário de produtos fabricados ou elaborados – isto é, resultantes da transformação de outr’as coisas pela atividade do homem a. elas. aplicadas. (exclui,. portanto,. os. que. são. consumidores in natura, como legumes, frutas, verduras) – pode sofrer danos em sua saúde ou em seus bens em razão de defeito ou falha de fabricação. (...) O mesmo se diga em relação ao usuário de serviços prestados, ou seja, de qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,. mediante. remuneração,. inclusive. as. de. natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (art.3, parágrafo 2).” (DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, 7° volume, Responsabilidade Civil, 21° Edição, São Paulo, Saraiva, 2007 - Págs. 423 e 424.).

(12) 12. Percebe-se nesse conceito que o consumidor é definido em uma visão ampla não sendo tratado somente como destinatário final do produto ou serviço de forma individual mais sim também como o grupo de consumidores que participam da relação de consumo direta ou indiretamente.. Entende-se também no mesmo sentido a respeito da qualificação do produto que é considerado como tal, a partir da intervenção e modificação do homem, que pode trazer em sua natureza ou no decorrer de seu uso defeito ou vícios resultantes da má fabricação, já o serviço prestado caracteriza em uma visão abrangente consolidando-se em qualquer tarefa prestada no mercado a título oneroso.. Nota-se que nesse conceito tem-se bastante precisão no que tange ao esclarecimento de cada ponto do estudo, qualifica-se que aquele que adquire o produto com o objetivo de auferir vantagem em relação à terceiro modificando a sua natureza, não é caracterizado consumidor, pois não é o recebedor final do bem e não irá fazer uso do mesmo.. Além disso, pode se verificar uma outra definição de consumidor que ainda não havia sido comentada que é a questão do consumidor por equiparação que se baseia em todas as pessoas que por alguma forma acabaram sofrendo prejuízos se tornado vítimas da relação de consumo, de forma direta ou indiretamente.. Da análise dos ensinamentos acima citados, evoluímos ainda mais a respeitos dos elementos integrantes da relação de consumo que ensina que é o fornecedor aquele que desenvolve atividade de prestação de serviços ou fornecimento de produto e para que se configure fornecedor é necessário que haja certa habitualidade, presente nas realizações de transações, além de ser capaz de atribuir determinado valor em dinheiro ao produto, ressaltando-se ainda que mesmo que não haja remuneração, se faz necessário que tenha interesse na realização do negócio para que caracterize a relação de consumo..

(13) 13. Tem-se também como elemento fundamental da relação de consumo o produto ou serviço, sendo o produto um bem capaz de se atribuir um valor econômico, e o serviço com uma ação praticada de forma não eventual e que seja prestada com interesse econômico ou transacional.. Verifica-se que na relação de consumo, a proteção legal do código de defesa do consumidor só é aplicada quando é evidenciado na relação, à formação de todos os elementos integrantes da relação de consumo, a saber, consumidor, fornecedor e o produto ou serviço, caso não haja algum desses elementos à relação jurídica não se caracteriza em consumo, oportunidade em que será verificado outro tipo de relação.. Entende-se que a proteção contratual do consumidor se faz necessária por se o mesmo, parte mais fraca da relação de consumo devido a desigualdade social e econômica, e por se hipossuficiente tem a facilitação na defesa de seus interesses, como a inversão do ônus da prova, com base no artigo 6, VIII, do código de defesa do consumidor, fazendo com que o ônus de provar o direito recaia ao fornecedor, que é a parte mais forte.. O presente trabalho nos apresenta, a relação de consumo como um vínculo firmado com o destinatário final da utilização ou obtenção do produto ou serviço, sendo pessoa física ou jurídica e considerado também o consumidor por equiparação as pessoas que de alguma forma interferem na relação se tornando vitimas do ocorrido e ainda o grupo de indivíduos caracterizado pela coletividade consumeirista que interferem nessa relação.. 2 – Evolução Histórica 2.1 – Responsabilidade Civil O presente trabalho nos traz uma análise da evolução histórica da responsabilidade civil em nossa sociedade primitiva com a Lei de Talião, com a.

(14) 14. compensação do mal com o mal, onde imperava o desejo de vingança. Não havia nesse momento da história um ordenamento jurídico que pudesse limitar ou impedir a prática de tais atos violentos. Daí surge um marco na história a Lex Aquilia que fundou a teoria da culpa baseada na responsabilidade objetiva.. Sendo assim, para enriquecer nosso estudo tem se os ensinamentos de Silvio de Salvo Venosa, a respeito do assunto: “o direito moderno ainda usa, em parte, a terminologia romana em matéria de responsabilidade. Temos, porém, que atualizar sua compreensão. O decantado art. 186 surgiu como colário de uma longa e lenta evolução histórica. O conceito de reparar o dano injustamente causado somente surge em época relativamente recente da história do Direito.” (VENOSA Silvio de Salvo, Direito Civil: Responsabilidade Civil, Volume 4, 8ª edição, São Paulo, Atlas, 2008 – Págs. 17 e 18.). Dessa forma, surgiu à reparação do dano é oriunda do cometimento do ato ilícito, que se caracteriza pela ação do sujeito, decorrente de uma conduta omissiva ou comissiva, praticada com dolo ou culpa, capaz de gerar prejuízo a outrem. A sociedade primitiva, com fundamento na Lei de Talião, já utilizava os artifícios da época para compensar o dano causado, que mesmo sem o devido amparo legal, os atos violentos, não eram reprimidos pelo Estado.. Percebe-se que nesta época histórica, o desejo de justiça justificava as retaliações praticadas pelo povo, não havia a consciência de que do dano suportado poderia se gerar alguma forma de compensação ou benefício.. Verifica-se que o avanço tecnológico e econômico foi de importante contribuição para a história da responsabilidade civil, com isso trouxe novas maneiras compensação de prejuízos em virtude do surgimento de novas.

(15) 15. concepções de danos, pois além do dano moral, surge, por exemplo, o dano material em novas vertentes, do lucro cessante e dano emergente, tendo em vista a necessidade de se adequar e acompanhar os novos moldes da sociedade.. Insta salientar que na sociedade primitiva ocorreram duas fases, a da vingança coletiva avançado para a fase da vingança individual, o poder público não reprimia e nem reprovava tais condutas, não havia legislação que disciplinasse a respeito por não haver ainda um desenvolvimento social capaz de exigir uma norma legal, não se cogitava a idéia da culpa, vigorava apenas a responsabilidade objetiva, bastando apenas para isso a existência de dano.. O Estado nesse momento, só estipulava a forma e o tempo que o ofendido poderia ter seu direito de vingança exercido, praticando ao ofensor o mesmo prejuízo na proporção ao que foi suportado, sendo assim, o Estado evitava apenas os excessos que poderiam ocorrer, não sendo levado em consideração. à. conduta. culposa. do. agente,. aplicando. apenas. a. responsabilidade objetiva.. De acordo com o desenvolvimento da sociedade chegou-se a idéia da compensação do dano por dinheiro, com o surgimento da responsabilidade civil com base na culpa de acordo com a conduta do sujeito, chegando-se à conclusão que seria mais vantajoso ter como pagamento um valor para reparar os prejuízos causados, ao em vez de retribuir o mal pelo mal, onde não havia nenhuma reparação com tal atitude.. Salientando que nessa fase, o poder público passou a interferir de outra forma na relação, com a compensação do dano por valor econômico, o Estado, estipulava os valores correspondentes ao dano causado, onde o ofendido tinha que desistir da vingança, concordando com o acordo..

(16) 16. Com a evolução da sociedade tem-se também a evolução da responsabilidade civil, que além da reparação com fundamento da conduta culposa do agente, surgiu a teoria do risco, levando em conta apenas o dano provocado e o nexo causal, abrangendo assim a forma de indenização por danos.. A sociedade evoluiu e passou a entender que a idéia de reparar o dano. através. de. um. valor. econômico. se. mostra. mais. proveitoso,. proporcionando um real estado de compensação, com isso surgiu a possibilidade de optar por essa nova forma de reparação.. Entende-se assim, que com o surgimento da reparação civil através do pagamento em dinheiro, a responsabilidade objetiva deixou de ser utilizada, nesse momento se fazia necessário à análise da conduta culposa do sujeito.. O trabalho em tela apresenta, a evolução da responsabilidade civil com o princípio da Lei de Talião, do pagamento do mal pelo mal, caracterizado pela violência, para evitar excesso, o poder público intervinha somente para determinar quando e como a vítima poderia ter o direito a se vingar, retribuindo a outra pessoa dano igual ao que foi suportado.. Dessa forma, a Lex Aquilia é o marco da responsabilidade civil, trazendo o sentido de reparação em dinheiro do dano, fazendo com que o patrimônio da pessoa que produziu o dano arcasse com o ônus da reparação, sendo o elemento culpa base da responsabilidade.. A interferência do Estado passou a ser no intuito de estabelecer o valor dos danos, fazendo com que ocorresse a composição. Sendo assim, a responsabilidade civil também mudou em virtude de seu fundamento, tendo o dever de reparação não só na culpa que é a regra com análise subjetiva, mas também no risco do dano que é a exceção, caracterizado pela objetividade..

(17) 17. 2.2 - Relação de Consumo A presente análise a cerca da evolução histórica da relação de consumo, baseiase no seu grande desenvolvimento ao longo dos anos, as negociações passaram a ser complexas e impessoais devido ao enorme crescimento da sociedade, onde fez com que o consumo aumentasse e surgindo assim a necessidade do comercio se adequar a nova ordem social e econômica com a produção em grande escala de produtos só com a intenção de atingir o número maior de consumidores, perdendo com isso a qualidade em seus produtos e na prestação de seus serviços, dessa forma os consumidores perceberam que precisavam de uma garantia legal para amparar seus direitos.. Tem-se dessa maneira, João Batista de Almeida: “que fundamenta essa análise com seus ensinamentos, “é fato inegável que as relações de consumo evoluíram enormemente nos últimos tempos. Das operações de simples troca de mercadorias e das incipientes operações mercantis chegou-se progressivamente às sofisticadas operações de compra e venda, arrendamento, leasing, importação etc., envolvendo grandes volumes e milhões de dólares. De há muito as relações de consumo deixaram de ser pessoais e diretas transformando-se, principalmente. nos. grandes. centros. urbanos,. em. operações impessoais e indiretas, em que não se dá importância ao fato de não se ver ou conhecer o fornecedor.” (ALMEIDA, Segundo João Batista de, A proteção jurídica do consumidor, 3ª edição, revisada, atualizada e ampliada, São Paulo: Saraiva 2002. Pág. 2)..

(18) 18. Em decorrência disso, a área comercial teve grande evolução, modificando sua forma de publicidade para atingir a todos os tipos de consumidores, tendo que adequar sua produção devido ao consumo de massa, passando a priorizar a quantidade e falhando na qualidade, surgindo a necessidade de maior amparo legal na defesa dos direitos dos consumidores, para que possam entrar na ralação de consumo com a informação e segurança adequadas.. Cabe ressaltar a importância da revolução industrial que foi um marco para o desenvolvimento da sociedade consumeirista, trazendo assim, o avanço econômico e social, com a organização e estruturação sociedade. Mas em contrapartida, dificultou-se o acesso às informações, o que antes se dava de forma pessoal e direta.. Ora, percebe-se que os desníveis econômicos dos consumidores fazem nascer à consciência dos consumidores de consumir de maneira correta, no entanto, os grandes comércios, não se preocupam em fornecer os dados adequados para instrução dos consumidores, tendo-se como objetivo o econômico.. Insta ressaltar que com o advento do código de defesa do consumidor, a relação de consumo passou a ser realizada de forma mais segura e consciente, pois os consumidores passam a ter conhecimento de seus direitos e a exigir o seu cumprimento, facilitando a sociedade como um todo.. Entende-se que a evolução histórica da relação de consumo surgiu com a revolução industrial que resultou no grande aumento populacional e no avanço tecnológico, com a produção em grande escala produtos e a ampliação dos serviços, para um público cada vez maior, o que gerou a expansão e desenvolvimento do comercio com a produção em série e o consumo em massa, tornando uma sociedade consciente dos seus direitos como consumidores, passando a exigir cada vez mais os seus direitos e sendo a.

(19) 19. publicidade comercial de fundamental importância como meio de informação dos consumidores..

(20) 20. CAPÍTULO 2. 1 - RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO. 1.1 – Introdução ao tema O trabalho em tela apresenta como se dá a responsabilidade civil nas relações de consumo. O ponto de partida surge com o aspecto vulnerável do consumidor na relação de consumo, por ser ele hipossuficiente e parte mais fraca na relação necessitando de maior proteção judicial através do Código de Defesa do Consumidor.. No entanto, o que deve vigorar na relação entre o consumidor e o fornecedor é a harmonia, o equilíbrio e a boa fé, com a finalidade de evitar os abusos entre as partes, equilibrando e preservando os seus interesses.. Salienta-se que, um dos direitos mais importantes do consumidor é o direito a informação em todo o tipo de relação de consumo, principalmente no que tange a aquisição de produtos e serviços, e a aceitação de contratos, ressaltando que o consumidor antes de assinar qualquer contrato tem que estar ciente de todo o seu conteúdo, com informação passada de forma mais clara possível, com base no principio da transparência que rege os contratos.. Nesse sentido, para Hélio Zagheto Gama: “o consumidor é vulnerável. Por esta razão, ele é a parte mais vulnerável nas relações de consumo. Por isso tem.

(21) 21. ele direito à boa informação sobre os produtos e serviços que recebe e quanto aos contratos que assina. Tem também direito de ser protegido quando se dirige ao Poder Judiciário, podendo o Juiz determinar medidas para assegurar os seus direitos, no tocante às soluções alternativas que a Justiça pode encontrar para dar – ao Consumidor adimplemento. –. o das. resultado obrigações. equivalente do. ao. do. Fornecedor.. As. Relações entre consumidores e fornecedores devem ser harmônicas, equilibradas e eqüitativas. (...)” (GAMA, Hélio Zagheto, Curso de Direito do Consumidor, Rio de Janeiro, Forense, 2006 - Pág. 45. 35). Entende-se que a proteção do consumidor é pautada na Constituição Federal, e que daí, foi criado o Código de Defesa do Consumidor que trouxe grandes mudanças para aplicabilidade da responsabilidade civil por se tratar de matéria de ordem pública que interferem nos valores éticos e sociais, tendo assim, a obrigatoriedade da atuação de ofício do Estado baseado em princípios constitucionais.. Vale dizer que a atuação do Estado é de extrema relevância para proteção do consumidor ser exercida de forma mais ampla e eficaz, tanto no que se refere à preservação de direitos, quanto nos julgamentos dos casos concretos, onde pode ser aplicada a medida processual cabível de forma coercitiva e educativa com o objetivo de inibir as falhas nas prestações de serviços e as práticas abusivas.. Nota-se que a responsabilidade civil nas relações de consumo surgiu a partir da criação do código de defesa do consumidor trazendo consigo a responsabilidade objetiva na relação entre consumidor e fornecedor onde a culpa não é cogitada..

(22) 22. Essa responsabilidade objetiva é baseada na teoria do risco, onde o fornecedor assume o risco de sua atividade ser potencialmente danosa não trazer a segurança adequada ao consumidor e pela colocação do seu produto no mercado.. Percebe-se que a responsabilidade civil do fornecedor só foi disciplinada com a criação do CDC que permitiu o tratamento legal e mais adequado dessa nova forma de responsabilidade, possibilitando maior e mais adequada defesa dos direitos do consumidor, que antes não dispunha desse tratamento legal.. O Código de processo civil dispõe sobre as relações de consumo, havidas entre fornecedor (art. 3º, caput) e consumidor (art. 2º), tendo por objeto a aquisição de produto (art. 3º, § 1º) ou a utilização de serviço (art. 3º, § 2º), para destinação final do consumidor.. 1.2 – Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço Entende-se que a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço está disciplinada no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078 de 1990) em seu artigo 12 a 17. Essa responsabilidade é objetiva, e é aplicada na reparação de danos por defeitos no produto ou serviço causados ao consumidor.. Dessa forma, a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, baseia-se nos defeitos e nas informações insuficientes ou inadequadas sobre a utilização e risco do produto ou do fornecimento do serviço, com a caracterização dos acidentes de consumo por falta de segurança e os riscos pela colocação do produto no mercado de consumo..

(23) 23. O fundamento na responsabilidade objetiva surgiu devido a grande dificuldade que tinha o consumidor de provar a culpa do fornecedor e a situações em que não era possível determinar um único responsável para o ato danoso, verifica-se essa dificuldade desde a sociedade primitiva, vindo a consolidar seus princípios na sociedade moderna.. Percebe-se que nos dias atuais, devido à produção em massa e a carência de qualidade na produção dos produtos e ao fornecimento de serviços, há a obrigação de ressarcir o dano, independentemente de culpa, pelo fato da atividade desenvolvida pelo fornecedor causar pela sua própria natureza, risco ao direito e aos interesses do consumidor.. É notório que de acordo com as normais básicas do processo civil, principalmente a consubstanciada no art. 333, inciso I do CPC, o autor, para ter o seu pedido julgado procedente, precisa provar em juízo a existência dos fatos que lhe dão base e que constituem o direito almejado.. Verifica-se que a regra é que aquele que alega deve provar suas alegações (art. 333 do CPC). No entanto, no Direito do Consumidor, poderá ocorrer a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, se for considerada. sua. hipossuficiente. alegação. verossímil. para. ou. produzir. quando. for tal. o. consumidor prova.. Dessa forma o fornecedor, de forma geral, assume o risco decorrente da sua atividade potencialmente prejudicial aos direitos de outrem, pois da mesma forma que possui o bônus financeiro do exercício da atividade deve arcar com o ônus oriundo dessa prática, tendo em vista que a relação de consumo é uma via de mão dupla.. Insta salientar que a responsabilidade objetiva do fornecedor também tem como base na teoria do risco que imputa ao fornecedor sua.

(24) 24. responsabilidade com a reparação do dano, pelo ato de colocar em circulação algo que pudesse a vir gerar algum tipo de prejuízo a direito alheio, pois obtém vantagens financeiras com essa atividade.. Verifica-se que o simples ato que colocar um produto com defeito em circulação e o risco de uma má prestação de serviços por si só gera a responsabilidade pelo fato do serviço ou produto que é imputada ao fornecedor, e por conseqüência, o deve de reparar o prejuízo que vier a ser causado.. Logo, o fabricante, o produtor, o construtor e o importador também são responsáveis pelo ato de inserir do mercado produto com defeito capaz de causar dano ao consumidor, e portanto devem suportar o ônus pela reparação oriundo de sua atividade.. Cabe salientar que a teoria do risco consubstanciada na responsabilidade objetiva também é atribuída a empresa e aos empresários individuais pelo fato de colocar no mercado produto ou serviço capaz de gerar risco pelo desenvolvimento de sua atividade.. Reforçando o entendimento a cerca do tema, têm-se as palavras de Maria Helena Diniz: “Portanto, a responsabilidade do fabricante é objetiva, independente de averiguação de culpa. (...) O artigo 931 do Código Civil amplia o conceito de fato do produto existente. no. artigo. 12. do. CDC. ao. imputar. responsabilidade civil à empresa e aos empresários individuais vinculados à circulação dos produtos e ao incluir os riscos do desenvolvimento (Enunciados n. 42 e 43 do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal).” DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito.

(25) 25. Civil Brasileiro, 7 Volume: Responsabilidade Civil – 21 edição – São Paulo: Saraiva, 2007. Págs. 452 e 453.. Percebe-se ainda que se a obrigação exercida pelos profissionais liberais for de meio a responsabilidade pessoal será subjetiva sendo, portanto, analisado sua conduta culposa, porém, se a atividade praticada for obrigação de resultado, a responsabilidade será objetiva, onde não será cogitada culpa, sendo atribuído a ele, a obrigação de reparar os danos tanto moral quanto patrimonial provocados, decorrentes de falha na prestação de serviço.. 1.3 – Da responsabilidade objetiva Na responsabilidade civil nas relações de consumo o que impera é a responsabilidade independente de culpa, a responsabilidade objetiva, que se demonstrou mais adequada no exercício dos direitos dos consumidores, que tinha grandes dificuldades para se provar a culpa do fornecedor, e pela inviabilidade de se responsabilizar o real culpado na sua infinita cadeia de regresso.. Nota-se, portanto, que a pessoa que vier a efetivamente indenizar os prejuízos causados ao consumidor, se sentir prejudicada pode praticar o direito de regresso em face às demais pessoas responsáveis pelo dano na proporção de sua responsabilidade, ressalvados as causas de excludente de responsabilidade, a saber, inexistência de defeito, culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, oportunidade que não será responsabilizado. Pode–se dizer devido a falta de acesso do consumidor aos meios de prova, trouxe a possibilidade para o consumidor de ter a facilitação de seus direitos com a inversão do ônus da prova ao seu favo, conforme artigo 6, inciso VIII do CDC..

(26) 26. Sendo assim, com a responsabilidade objetiva basta que o consumidor demonstre a ocorrência do dano indenizável através do da demonstração do nexo causal, que liga o fornecedor ao consumidor, o que resultou em uma relação de consumo mais equilibrada.. Entende-se. que. a. reparação. de. danos. decorrente. da. responsabilidade civil nas relações de consumo deve ser efetivamente indenizada de acordo com o tipo de dano causado e sua proporção na medida de sua extensão.. A esse respeito, para Silvio de Salvo Venosa: “Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade do fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente indenizados. No nosso sistema foi adotada a responsabilidade objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao contrário do que ocorre em outros setores, no campo da indenização aos consumidores não existe limitação tarifada”. VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: responsabilidade civil – 7 edição – São Paulo: Atlas 2007. Págs. 238, 239, 241 e 243.. Nesta seara, não há para tanto um limite pré-estabelecido para o pagamento da indenização, cabendo ao magistrado atribuir o valor que entender ser devido na condenação, utilizando-se dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.. 1.4 – Da responsabilidade por vício do produto e do serviço Verifica-se que a responsabilidade por vício do produto e do serviço está disciplinada no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078 de 1990) em.

(27) 27. seu artigo 18 a 25. Essa responsabilidade além de objetiva, é solidária, e é aplicada na reparação de danos causados ao consumidor por defeitos no produto ou serviço.. Na análise da responsabilidade por vício do produto e do serviço, a mesma se baseia nos defeitos decorrentes da qualidade e quantidade do produto ou serviço relacionado a sua própria natureza e utilização.. O vício de qualidade está consubstanciado no fato do produto ou serviço estar inadequado ou impróprio para ser consumido pelo os consumidores, já os vícios de quantidade está ligado na divergência entre a quantidade informada e a que efetivamente foi comercializada.. Além disso, a reparação do dano em decorrência do vício, não se dá somente em espécie, existindo assim a possibilidade da substituição do produto ou que o serviço eivado de vício seja refeito.. Dessa forma, nas palavras de Silvio de Salvo Venosa: “quando se tratar, porém de vício do produto ou do serviço, nem sempre a reparação será uma soma em dinheiro, pois o código de defesa do consumidor estabelece. alternativas. no. sentido. de. permitir. a. substituição do produto ou o refazimento do serviço defeituoso.” VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: responsabilidade civil – 7 edição – São Paulo: Atlas 2007. Págs. 238, 239, 241 e 243.. Percebe-se que a responsabilidade por vício do produto ou serviço está ligada a defeitos resultantes de sua própria natureza que o torne inadequado ou impróprio para sua utilização desvirtuando o objetivo para que foi criado, não estando ligado diretamente aos danos provocados..

(28) 28. Sabendo-se. os. danos. provocados. estão. vinculados. a. responsabilidade pelo fato do produto e serviço que se materializa na questão do acidente de consumo onde cabe a indenização por reparação de danos, o que a princípio não cabe na responsabilidade por vício.. A responsabilidade por vício do produto e do serviço é aquela que interfere na funcionalidade e na normalidade do produto e do serviço, no que diz respeito à sua quantidade e qualidade, ou que venham a reduzir o seu valor econômico, sem necessariamente provocar risco a saúde ou segurança dos consumidores, não havendo o risco do dano.. Sendo assim, complementando o estudo ressaltando as diferenças da responsabilidade por vício e pelo fato do produto e do serviço, o doutrinador conceitua de forma eficaz ambas responsabilidades, ressaltando que a responsabilidade civil por vício do produto e do serviço não visa reparar danos, mas sim resguardar o caráter financeiro da relação.. Percebe-se que a responsabilidade pelo vício do produto e do serviço, não cabe pagamento de indenização por prejuízos provocados, visa apenas sanar o defeito ocorrido para evitar que o consumidor tenha um prejuízo financeiro.. No presente estudo, verifica-se que as alternativas estabelecidas em lei para ressarcimento em virtude da responsabilidade por vício, consistem na substituição do produto na mesma espécie, restituição da quantia paga de forma imediata e o abatimento no valor de forma proporcional, no prazo de 30 dias. Cabe ressaltar ainda, que em caso de não ser possível à substituição do produto, a lei permite a substituição do produto por outro de diferente espécie com a complementação do valor pago ou sendo devolvido a diferença paga..

(29) 29. Tem-se ainda o aspecto do vício de quantidade que se baseia em uma informação de quantidade divergente da real quantidade que efetivamente se obtém na aquisição do produto, sendo assim, o consumidor tem a possibilidade de optar a seu critério pela complementação do peso ou medida, abatimento do preço, substituição do produto da mesma espécie e a restituição do valor pago.. Cabe ressaltar que o consumidor poderá optar pela substituição do produto por outro de espécie diferente pagando o valor da diferença, em caso de não ser possível à substituição por outro produto de espécie igual.. Na seara da responsabilidade por vício de qualidade e quantidade de serviço, existe a mesma possibilidade para o consumidor de poder optar pela a reexecução do serviço, a restituição do valor e o abatimento do valor que foi pago, ressaltando que a escolha da melhor alternativa fica a critério do consumidor.. Insta esclarecer que para a análise da responsabilidade por vício, não é considerada a alegação de falta de conhecimento do vício ou erro do fornecedor para tentar se eximir da responsabilidade, pois assume o risco pela colocação do produto e do serviço no mercado.. O que é verificado na responsabilidade por vício é a existência do defeito oculto ou aparente, relacionado a quantidade e a qualidade e seu risco que traz para os consumidores, assegurado o direito de regresso pela via processual adequada.. 1.5 – Da responsabilidade solidária Entende-se que em regra, a responsabilidade do comerciante é excluída quando é identificada a responsabilidade pelo o risco da atividade do.

(30) 30. fornecedor certo e determinado, no entanto, será o comerciante igualmente responsável nas exceções previstas em lei.. Para complementar o estudo, na visão de João Batista de Almeida: “Estando perfeitamente individualizada a responsabilidade do fornecedor pela colocação do produto no circuito comercial, (...), não há que se falar em responsabilidade do comerciante, a pessoa ou empresa que vendeu ou fez a entrega do produto ao consumidor, porque ela, no quadro atual, nenhuma interferência tem em relação aos aspectos intrínsecos de produtos que comercializa, já que os recebe embalados e sem possibilidade de testá-los ou de detectar eventuais defeitos ocultos. Só por essa razão, está justificada a exclusão do comerciante da cadeia de responsabilidade. Tal exclusão, no entanto, não é absoluta,. porquanto. em. determinadas. situações,. previstas legislativamente, o comerciante é igualmente responsável. e. passa. a. integrar. a. cadeia. de. responsabilidade”. ALMEIDA, João Batista de, A proteção jurídica do consumidor, 3 edição, São Paulo, Saraiva, 2002 – Págs. 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 92, 95, 96 e 97.. A responsabilidade solidária é atribuída ao comerciante quando não puder ser evidenciado o responsável, houver dificuldade na identificação do fabricante por insuficiência de informação e na hipótese de não manter acondicionado de forma correta os produtos que tenham curto prazo de validade, onde o mesmo assume o risco pela conservação do produto..

(31) 31. Nota-se que a responsabilidade solidária do comerciante é a exceção, tendo como regra, a responsabilização do fornecedor e os demais integrantes da cadeia de responsáveis, como foi verificado.. Existe também a possibilidade da exoneração da responsabilidade do fornecedor com base em 4 situações. Vale ressaltar que a culpa concorrente não eximi a responsabilidade, cabendo as seguintes observações:. 1. em relação a prova que o fornecedor não inseriu e nem comercializou. o. serviço. ou. produto. sendo. o. terceiro. que. o. fez. responsabilizado;. 2. em virtude da não existência de defeito não havendo assim o dever de indenizar;. 3. em razão da culpa exclusiva da vítima ou de terceiro não existirá o nexo de causalidade entre a ação e o dano;. 4. e finalmente nos casos de caso fortuito ou força maior onde desfaz a criação do nexo de causalidade;. Nesta seara, no que tange a prestação de serviços também ocorre a exclusão da responsabilidade, nas hipóteses em que o fornecedor comprovar que não realizou o serviço, ou se o serviço foi executado não existe defeito, ou que ocorreu culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, ou ainda em situação de força maior ou caso fortuito.. Percebe-se que com o advento da responsabilidade solidária de todos os fornecedores responsáveis, a mesma passou a ser a regra, dessa forma proporcionando maior defesa ao consumidor o que possibilitou a acionar todos os responsáveis sem se preocupar em apurar a culpa de cada um..

(32) 32. Dessa forma, pode o consumidor demanda qualquer responsável pelo vício do produto ou serviço para cumprimento da obrigação, de forma totalmente livre e ao seu critério cabendo a escolha tão somente ao consumidor.. 1.6 – Dos Prazos Verifica-se também nesse estudo os prazos para saneamento dos vícios dos produtos que estão disciplinados no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078 de 1990) em seu artigo 18, parágrafos 1 e 2, in verbis:. “Parágrafo 1. Não sendo o vício sanado no prazo máximo de. 30. (trinta). dias,. pode. o. consumidor. exigir. alternativamente e à sua escolha: I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualização, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III – o abatimento proporcional do preço”;. “Parágrafo 2. Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a 7 (sete) nem superior a 180 (cento e oitenta) dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor”;. Percebe-se que o prazo de 30 dias para sanar o vício pode ser flexibilizado a qualquer momento entre as partes respeitando o limite mínimo de 7 dias e o máximo de 180 dias, estabelecidos em lei..

(33) 33. Tem-se também a esse respeito, o prazo decadencial de 30 dias para produto não durável e 90 dias para produto durável, que o consumidor possui para reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil verificação, em relação aos vícios ocultos, o prazo começa a contar no instante em que constatar o vicio, a saber, no código de defesa do consumidor: “Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I – 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis;. II. –. 90. (noventa). dias,. tratando-se. de. fornecimento de serviço e de produto duráveis; Parágrafo 1. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. (...) Parágrafo 3. Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.”. Cabe ressaltar que interrompe a decadência a comprovação da reclamação realizada pelo consumidor em face do fornecedor até certeza absoluta da negativa efetuada pelo fornecedor e a questão do inquérito civil até o seu término.. Sobre decadência a prescrição verifica-se no código de processo. Art. 295. A petição inicial será indeferida: (...) IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o); Acerca do assunto, tem-se João Batista de Almeida: “Os prazos de quinze dias e de seis meses, se móveis ou imóveis, contados a partir da tradição a coisa (CC, art..

(34) 34. 178, parágrafos 2 e 5, IV), passam a ser de trinta a noventa dias, conforme se trate de produto ou serviço não durável ou durável, respectivamente. O termo inicial passou a variar conforme a natureza do vício: se aparente ou de fácil constatação, conta-se a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço; se oculto, a partir do momento em que ficar evidenciado o defeito (art. 26, I e II e parágrafos 1 e 3). Há ainda uma peculiaridade: o prazo não corre enquanto não decidida a reclamação. formulada. perante. o. fornecedor,. nem. enquanto durar a tramitação de inquérito civil (art. 26, parágrafo 2, I e II).”. Desta forma, quando o produto estiver eivado de vício o fornecedor inicialmente tem o prazo de 30 dias para reparar o vício, se isso não ocorrer, surge a possibilidade de 3 opções que o consumidor pode fazer a seu critério de escolha, podendo, no entanto, esse prazo ser flexibilizado com a concordância das partes, sendo o máximo de 180 dias e no mínimo de 7 dias.. Assim, a flexibilização do prazo para ser sanado o vício surge da natureza do produto de acordo com o seu nível de complexibilidade, podendo ainda o consumidor de forma imediata fazer a utilização das 3 opções para o caso de reparação do defeito de produto e serviço essencial e de acordo com o grau de comprometimento da qualidade do produto reduzindo o seu valor econômico.. Para finalizar essa análise dos prazos, tem-se ainda o prazo prescricional de 5 anos estabelecido por lei para reparação de danos consubstanciado na responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, levando em consideração o conhecimento do dano e de sua autoria para iniciar a contagem do prazo, na forma do artigo 27 do CDC..

(35) 35. CAPÍTULO 3. 1 – DA ANÁLISE DOS CASOS CONCRETOS. Trata-se o caso em tela de falha na prestação do serviço na relação de consumo consubstanciado na Teoria do Risco da Atividade onde o fornecedor de serviço assume o risco pelo desenvolvimento de sua atividade no mercado de consumo com potencial para o dano, onde obtém vantagens e lucros, deve arcar com o ônus pelos prejuízos causados em virtude de seu empreendimento.. Sendo assim, responde independentemente de culpa, ou seja, objetivamente pelos danos provocados ao consumidor, conforme se verifica a seguir, onde há condenação do fornecedor ao pagamento de indenização em virtude dos danos morais causados. Como se verifica a seguir: “200007942-97.2008.8.19.0002 - Apelação - 1ª Ementa Des.. Sergio Jerônimo A. Silveira - Julgamento:. 24/02/2011 - Quarta Câmara Cível Ação indenizatória. Danos. materiais. e. morais.. Transporte. aéreo. internacional. TAP. Rio de Janeiro - Lisboa - Estocolmo. Relação de consumo regida pela Lei nº. 8.078 de 1990. Prevalência do Código de Defesa do Consumidor em detrimento das disposições que regem a Convenção de Montreal. Precedentes desta colenda 4ª Câmara do TJERJ e das duas Turmas que formam a Seção de Direito. Privado. do. STJ.. Ressarcimento. do. dano. patrimonial julgado improcedente. Atraso no embarque e, conseqüentemente, na chegada da autora ao seu destino. Entre idas e vindas a autora chegou a.

(36) 36. Estocolmo com 9 horas de atraso. A autora ainda teve suas 2 únicas bagagens extraviadas. Uma bagagem foi entregue à autora depois de 4 dias da sua chegada a Estocolmo, enquanto a outra somente lhe foi entregue 21 dias depois. A autora não conseguiu participar do salão de Estocolmo, única razão da sua viagem à Suécia, e para a qual havia se dedicado e preparado durante longos 10 anos da sua vida, juntando recursos para custear sua estadia na Europa e estudando as tendências artísticas para produzir suas obras na exposição. Responsabilidade civil objetiva do fornecedor de serviços. Teoria do Risco da atividade. Inexistência das excludentes do nexo causal. Dano moral in re ipsa. Pretensão. acolhida.. Diante. das. circunstancias. específicas do caso concreto, o valor arbitrado para compensação. do. dano. moral. se. revela. justo,. proporcional e razoável, refletindo a extensão e a repercussão do dano na esfera jurídica do consumidor. Sentença. integralmente. confirmada.. Negativa. de. seguimento ao apelo interposto pela empresa de transporte aéreo, na forma do artigo 557, caput, do Código. de. Processo. Civil.”. http://portaltj.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/dirgerais/dgcon/pesquisa-selecionada. -. Acesso. em. 20/05/2012.. Entende-se. ainda,. como. se. verá,. a. aplicabilidade. da. responsabilidade civil objetiva solidária entre a companhia aérea e agência de viagens, onde a agência de viagens assume a responsabilidade pelo roteiro da viagem devendo assim cumprir com a obrigação ora assumida.. Cabe ressaltar que o fortuito interno não exclui a responsabilidade do.

(37) 37. fornecedor, tendo em vista que são problemas decorrentes da natureza da própria atividade desenvolvida, logo podem ser previstos e evitados, o que não tem o condão de eximir o fornecedor de sua obrigação para com os compromissos firmados, como pode se verificar no julgado abaixo: “Des. Benedicto Abicair - julgamento: 25/02/2011 - sexta câmara civel apelação cível. Ação indenizatória. Venda de pacote turístico. Responsabilidade civil solidária da agência de viagens e da companhia aérea. 1. Trata-se de. ação. indenizatória. em. que. se. discute. a. responsabilidade civil das empresas rés, companhia aérea e agência de viagens, pelo cancelamento de vôo e atraso de um dia do retorno da viagem programada. 2. De fato, a relação travada entre as partes é de consumo, sendo aplicável, portanto, o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, que cuida da responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços. 3. Doutrina e jurisprudência são uníssonas no sentido de que a operadora de viagens responde solidariamente pelo atraso ou cancelamento de vôos, na hipótese de venda de pacotes turísticos, uma vez que, nessa operação, assume a responsabilidade por todo o roteiro da viagem contratada. 4. A operadora de. viagens,. ao. organizar. o. pacote. turístico,. providenciando a venda das passagens aéreas e acomodações. de. hospedagem,. se. responsabilizou. perante os consumidores pelo cumprimento satisfatório da obrigação assumida. 5. Destarte, entendo estar presente a relação de causalidade entre a conduta dos fornecedores e os danos.

(38) 38. suportados pelos autores, de modo a configurar a responsabilidade objetiva solidária dos prestadores de serviço e, por conseguinte, a obrigação de indenizar. 6. Quanto à preliminar de mérito suscitada pela segunda apelante, esta se revela totalmente desarrazoada, porquanto a sentença guerreada efetivamente resumiu os termos de ambas as contestações apresentadas pelas rés, fls. 459/460, em regular observância aos termos do que dispõe o art. 458 do CPC. 7. No tocante às alegações de caso fortuito, importante ressaltar que eventuais problemas técnicos da aeronave são questões inerentes. à. atividade. desempenhada,. previsíveis,. portanto, de modo que, quando muito, podem ser qualificados como fortuito interno, incapaz de excluir a responsabilidade do fornecedor do serviço contratado. 8. Portanto, a responsabilidade civil de ambas apelantes se revela indiscutível, estando correta a sentença que reconheceu o dever de indenizar pelos danos materiais e morais. suportados.. 9.. Verba. indenizatória. adequadamente fixada em R$ 15.000,00 (quinze mil reais), para cada um dos autores, não tendo fugido aos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade, diante das peculiaridades do caso específico. 10. Negativa de seguimento a ambos os recursos, com fulcro no art. 557, caput, do CPC. Decisão Monocrática: 25/02/2011”. Verifica-se que o Direito do consumidor está regido pela Constituição Federal, e em especial, pelo princípio da dignidade da pessoa humana, onde o consumidor deve ser tratado com dignidade e respeito, em atendimento no caso concreto da Lei Estadual 4.223/03 que regula o tempo de espera em fila.

(39) 39. de banco, onde o tempo de atendimento deve se mostrar adequado e eficiente, devendo o serviço ser prestado de forma razoável e com tempo hábil.. Tendo em vista que a atividade desenvolvida pelas grandes instituições financeiras é extremamente lucrativa e trazem grandes benefícios, as instituições bancárias tem o dever de investir em sua infra estrutura e seu quadro operacional, com o objetivo de proporcionar maior eficácia no serviço prestado. com. tempo. razoável,. sendo. inadmissível. para. tanto. o. descumprimento da lei. “0005384-52.2010.8.19.0045 - Apelação 1ª ementa des. Rogério de Oliveira Souza - julgamento: 30/08/2011 nona câmara cível - apelação cível. Indenização. Danos morais. Direito do consumidor. Espera prolongada e injustificada de quatro horas em fila para atendimento bancário. Lei estadual 4.223/03. Norma jurídica instituída para garantir o respeito e a dignidade do consumidor. Dano moral caracterizado. Compensação pecuniária devida.. Manutenção. da. sentença.. As. instituições. financeiras que se utilizam das técnicas de mercado para atrair o maior número de clientes e, conseqüentemente, auferirem. grandes. lucros,. devem. proporcionar. um. atendimento adequado e eficiente, evitando que os consumidores fiquem aguardando por longo período de tempo para serem atendidos. O legislador estadual ao estipular o tempo máximo de espera para o atendimento em estabelecimento bancário, delineou o momento a partir do qual passa a ser considerado ilícito o tratamento dispensado ao consumidor, configurando-se totalmente desarrazoada e injustificada a espera por cerca de quatro horas em fila de banco, tratando-se de falha na prestação do serviço hábil, por seus próprios fundamentos a.

(40) 40. fundamentar compensação pecuniária. Conhecimento e desprovimento do recurso. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 30/08/2011”. Nota-se no caso concreto abaixo, a responsabilidade civil por fato do serviço resultando em um acidente de consumo oriundo de defeito de segurança do produto podendo causar risco a saúde do consumidor, violando assim o dever de segurança que se espera que o produto apresente.. Dessa forma, o prazo a ser aplicado não é do aspecto decadencial e sim o prescricional de 5 anos, para reparação de danos tendo em vista a aplicabilidade da responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço. “Des. Rogerio de Oliveira Souza - julgamento: 16/11/2010 – nona camara civel - direito civil. Indenização. Presença de corpo estranho no interior de garrafa de refrigerante assemelhado a fungo ou bolor. Reparação por danos materiais e morais. Fato do serviço. Pleito compensatório. Aplicação do artigo 27 do cdc. Prazo de prescrição quinquenal. Caducidade parcialmente afastada. O código de defesa do Consumidor dispõe sobre o vício por inadequação, regulamentado no artigo 18 e seguintes, e sobre o vício por insegurança (artigos 12 a 17). Inobstante a caducidade do pedido de devolução do valor pago, o pleito compensatório decorrente da presença de corpo estranho no interior de garrafa de refrigerante assemelhado a fungo ou bolor reflete um fato do produto, eis que possível a configuração de acidente do consumo. Por não se tratar simplesmente de produto que não corresponda à legítima expectativa do consumidor (vício de adequação), mas de produto que ostente aparente defeito de segurança, o prazo incidente na espécie para o.

(41) 41. pedido de danos morais não é o de natureza decadencial, previsto no artigo 26 do CDC, mas a prescrição quinquenal fixada no artigo 27. Conhecimento e parcial provimento do recurso. Decisão Monocrática: 16/11/2010”. No caso em questão trata-se de vício de qualidade do produto, sendo que tais defeitos são capazes de causar risco a saúde do consumidor pela falta de previsibilidade do dano provocado em virtude de seu consumo, surgindo assim o dever de indenizar com base na responsabilidade civil objetiva e o dever de reparar o prejuízo.. Verifica-se que o estabelecimento comercial é responsável pelos danos causados pela sua falta de cuidado no acondicionamento do produto a ser colocado no mercado de consumo, tendo uma conduta omissiva por não diligenciar quando devido para sanar quaisquer defeitos no armazenamento do produto, como se verificará a seguir: “0110854-88.2002.8.19.0001 - Apelação - 1ª ementa Des. Francisco de Assis Pessanha - julgamento: 19/05/2010 – sexta câmara cível apelação cível. Responsabilidade civil. Código. de. defesa. do. consumidor.. Exposição. de. mercadoria. Acidente provocado por cabide de aço sem proteção nas extremidades. Ferimento no olho esquerdo. Necessidade de intervenção cirúrgica para reconstituição da pálpebra. Responsabilidade objetiva. Dano moral configurado. Verba indenizatória majorada. Os produtos e serviços colocados no mercado devem se revestir, também, de segurança e, em caso de acidente, por culpa do fornecedor pela falta de cuidado, fica caracterizado o vício de qualidade ensejador da responsabilidade civil objetiva e o dever de reparar os danos. A obrigação de indenizar surge quando tais riscos fogem ao controle do.

(42) 42. consumidor, de forma que, em decorrência de qualquer defeito, tem sua saúde ameaçada, pela imprevisibilidade do dano ocasionado pelo consumo. O estabelecimento comercial, no acondicionamento ou exposição do produto para o consumidor, quando age de forma negligente, como ocorreu neste caso, tem a obrigação de reparar os danos causados à vítima. Sem dúvidas, a exposição do produto em cabide de aço sem proteção nas extremidades, representa um risco iminente a qualquer consumidor e, se desta conduta omissiva, atinge a visão de alguém, o causador está obrigado a indenizar os prejuízos daí decorrentes. Dano moral configurado. Verba indenizatória majorada. Provimento parcial ao primeiro recurso e desprovimento do segundo. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 19/05/2010”. Percebe-se no julgado em tela, a ocorrência de um acidente de consumo com aplicabilidade da responsabilidade pelo fato do produto provocado pela impropriedade para o consumo humano de um produto comercializado no mercado de consumo.. Dessa forma, fica caracterizada a responsabilidade solidária do fabricante e do fornecedor do produto, pois ambos contribuíram para ocorrência do evento ficando assim atribuído a eles o dever de indenizar o consumidor pelos eventuais danos causados, ressaltando que o valor a ser arbitrado pelos danos morais devem estar pautados nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. “Des. Elton Leme - julgamento: 13/01/2010 - Décima sétima câmara cível apelação cível. Responsabilidade civil. Fabricante e fornecedor. Acidente de consumo. Fato do.

(43) 43. produto. Aquisição de bombom impróprio para consumo. Laudo pericial conclusivo. Nexo causal comprovado. Dano moral configurado e arbitrado com razoabilidade. Desprovimento. dos. recursos.. 1.Responsabilidade. solidária entre o fabricante e fornecedor, prevista no art. 12 do CDC, respondendo objetivamente pelos danos que causarem ao consumidor em decorrência da imperfeição de seus produtos e serviços, de modo que só se afasta a sua responsabilidade se demonstrarem a ocorrência de uma das causas que excluem o próprio nexo causal enunciadas no parágrafo 3º do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, o que na hipótese não ocorreu. 2. A revelia de uma das rés não opera seus efeitos em relação a fatos impugnados em contestação pela outra ré, já que enquanto a estes fatos perdura a controvérsia que exige a análise probatória. 3. Laudo pericial que constatou a existência de larvas de microlepidópteros,. vulgarmente. denominados. "mariposinhas" ou "traças de cereais", concluindo pela impropriedade dos bombons para uso e consumo humano. 4. Comprovados a impropriedade dos produtos para consumo, o dano e o nexo de causalidade, impõe-se a obrigação de o fabricante e o fornecedor indenizarem os danos causados à autora, nos termos do art. 12 do CDC. 5.. Danos. morais. configurados. e. arbitrados. em. observância à razoabilidade e proporcionalidade, não merecendo a pretendida alteração pelas partes. 6. Desprovimento dos recursos. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 13/01/2010”.

(44) 44. Nota-se no presente caso a configuração do dano moral e estético ocasionado por um acidente de consumo em virtude da responsabilidade civil objetiva pelo fato do produto em decorrência do defeito do produto. Sendo assim, verifica-se a responsabilidade solidária do fabricante pela aplicabilidade da teoria do risco, onde o mesmo assume os riscos pela prática da atividade exercida no mercado.. Nesse sentido, o dano estético surge com a lesão irreversível provocada ao consumidor pela perda total da visão de um olho em virtude da explosão da tampa de uma garrafa, o fato é previsível, portanto o fabricante tem o dever de fornecer as informações suficientemente adequadas de forma a evitar tal acidente. Como pode se verificar a seguir: “Des. Nagib Slaibi - julgamento: 28/10/2009 - sexta câmara. cível. direito. do. consumidor.. Acidente. de. consumo. Explosão de tampa de garrafa de refrigerante. Vítima que sofre perda da visão do olho direito após ser atingida. Responsabilidade civil objetiva do fabricante pelo fato do produto. Aplicação do art. 12 do código de defesa do consumidor. Defeito do produto. Aplicação da teoria do risco do empreendimento. Presença dos pressupostos. ensejadores. da. responsabilidade. civil. objetiva. Excludentes de caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vitima não provadas. Danos morais "in re ipsa". Redução do valor a título de reparação por dano moral. Cabimento. Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade. "responsabilidade civil. Danos morais e danos estéticos. Explosão de garrafa de cerveja. Perfuração e perda de um olho. Análise de prova. Importe indenizatório. Trata-se de ação indenizatória onde a autora postula indenização por danos decorrentes da explosão de uma garrafa de cerveja, que teria atingido o olho da requerente. Indiscutível que houve lesão do olho.

(45) 45. da autora, tendo sido constatado, além dos documentos que comprovam o atendimento dela no serviço de plantão médico, no laudo pericial realizado no dmj constatou o perito que o olho esquerdo sofreu traumatismo perfurante importante e foi eviscerado, ocorrendo a perda total da visão daquele olho, de modo irreversível, inexistindo qualquer tratamento que possa devolver a visão perdida pela autora já no que se refere a responsabilidade da requerida pela explosão verificada, está prevista no código. de. defesa. do. consumidor,. que. impõe. responsabilidade solidária do fabricante por danos que venham a ser causados. O estouro de uma garrafa de cerveja, por certo, não pode ser considerado normal e previsível. Ao contrário, é um fato raro, mas que eventualmente. pode. ocorrer,. não. existindo,. como. salientado pela autora e admitido pela requerida, qualquer menção sobre essa possibilidade e forma de evitá-la. Se há possibilidade. de. ocorrer. em. razão. do. transporte. inadequado, como ventilou a requerida, compete-lhe informar os consumidores sobre a forma pela qual deve ocorrer o transporte sem a possibilidade de tais acidentes.. O. fabricante. é,. pois,. solidariamente. responsável pelos riscos acarretados ao consumidor pelos produtos que coloca no mercado. Apelação parcialmente provida (apelação cível nº 70021226485, nona câmara cível, tribunal de justiça do rs, relator: Marilene Bonzanini Bernardi, j. 23/04/2008). Provimento parcial do recurso. Íntegra do acórdão - data de julgamento: 28/10/2009”.

Referências

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