Ernani Bayer
Aprovação de Plano de Curso de Engenharia da Computação
RJ Instituto Militar de Engenharia .
1. RELATÓRIO
O Comandante do Instituto Militar de Engenharia do Ministério do Exército, encaminha a este Conselho pedido de aprovação do plano de curso de Engenharia de Computação.
O curso será direcionado não apenas a militares mas também a alunos civis, em face do interesse por estes demonstrados, motivados pela tecnologia e mercado de trabalho.
A Instituição justifica seu pedido nos seguintes termos:
"Em decorrência das necessidades do Exército Brasileiro, no que se refere à Computação dentro do enfoque de Engenharia, defi. niu-se mais uma especializadade(Computação) além dos já. existentes no nível de Graduação do IME.
O histórico e a estrutura do referido curso de Engenharia de Computação constam do volume I, também publicado nos anais do Con- gresso Brasileiro de Ensino de Engenharia de 1987, sob o titulo
"CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO NO IME: Uma avaliação atual".
Simultaneamente às definições adotadas neste Instituto, o Con selho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) coordenou os estudos de várias Universidades vi sando identificar as fronteiras da Engenharia com o exercício das profissões vinculadas ã Informática, através dos seus diferentes currículos, para propor ao seu congênere federal(CONFEA) a solução do conflitos crescentes no Rio do Janeiro.
Em decorrência do referido trabalho, iniciado em 1985 e recém concluído, o CREA-RJ expediu ofício nº 72/87-GPR.PD,de 09.Set. 87, cora o Relatório da Comissão, incluso neste volume, que sugere a criação de uma nova área de Engenharia, a ser denominada Computa -ção.
Verifica-se que a solução adotada deixou de ser exclusivo in teresse do Exército, atendendo também aos demais segmentos nacio nais no que se refere à Computação. Foram cumpridas recomendações do Ministério da Educação, datadas de 1977, dando prioridade ao en foque de concepção para os Engenheiros de Computação. Também estão sendo atendidas várias necessidades indicadas pelo Conselho Nacio
nal de Informática e Automação, e pela Secretaria Especial de Informa tica, onde especializações a nível de Engenharia poderão ser comple - mentadas em menor prazo, e maior qualidade, a partir de uma graduação específica de Engenharia de Computação. As referidas especializações constam nos planos setoriais do CONIN(Software, MIcroeletrônica, Com putadores e Periféricos, Instrumentação, Automação Industrial, Autonia ção Comercial, Teleinformática, Banco de Dados, Fluxos de Dados Trans fonteiras, Proteção de Dados, Informática Militar,...) e nas publicações do Departamento de Recursos Humanos da SEI(Sofware, Sistemas Grá
ficos. Estruturação da Informação, Teleinformática, Controle de Pro cessos, Instrumentação, Mecânica Fina, Arquitetura de Sistemas Compu tocionais, Automação da Engenharia e Fabricação de Produto(Robótica), Instalações Industriais, Materiais, Microeletrônica, Ergonomia, Inte- ligência Artificial".
1. Organização Curricular
Sobre o currículo a ser adotado no Curso, a Instituição informa:
"O currículo adotado no IME para o Curso de Engenharia de Compu tação concilia a proposta da Comissão de Informática do CREA-RJ com as características da Instituição. Sendo um estabelecimento de ensi no de Engenharia, dedica o primeiro e o segundo ano às disciplinas de formação básica, comuns a todos as "especializações. Algumas des sas disciplinas, juntamente com as de formação gerai estão distribua das pelos demais anos devido a limitações de carga horária e convo niências do aprendizado. As disciplinas de formação profissional ge ral, e específica, de complementação de currículo pleno, e exigidas pela legislação específica, são ministradas nos terceiros, quarto e quinto anos.
Cada ano ê constituído de 02 períodos de 15 semanas de aulas efetivas, com 27 horas por semana em média, o que ultrapassa 4.000 horas de aulas, excluídas as demais atividades, conforme o Calendá -rio escolar a seguir.
As matérias recomendadas pela Comissão de Informática, e seus conteúdos descritos no presente volume, encontram-se formatadas a Buguir, de acordo com a concepção de Currículo Mínimo e Pleno, den tro da caracterização adotada no IME, juntamente com a ementa das discplinas com vínculos profissionais ministradas no Curso.
O IME não adota o critério de créditos, e todas as disciplinas são obrigatórias.
Os planos detalhados de cada disciplina de Formação Profissio- nal, incluindo a bibliografia, encontram-se no volume II".
2. Equipamentos o Instalações
Quanto a este item o Instituto Militar de Engenharia esclarece que:
"O IME está ampliando os recursos computacionais, apesar do seu pequeno efetivo escolar, para atender ao Curso de Computação e melhorar as condições do Ensino Básico de Informática(1º e 2º ano).
Além do Computador Borroughs B 6900(6 Megabytes e 70 termi nais), foi instalado um IBM 4341(8 Megabytes e 70 terminais) para apoiar exclusivamente o ensino.
Os alunos do Curso de Computação fizeram uso exclusivo deste equipamento no corrente ano, já liberado para os demais cursos.
Em síntese, o IME dispõe dos seguintes equipamentos:
- Computador Gráfico de Computervision com 2 Megabytes e 3 es tações gráficas profissionais para CAD/CAM.
- Computador Analógico EAI 580 com DISPLAY; PLOTERR e INTERFACE DIGITAL.
- Microcomputador HP 64000 para o desenvolvimento integrado de projetos "Hardwaro-Software" .
- Microcomputadores de uso geral
32 Bits ... 2 (dois) 16 Bits . . . 16(dezesseis)
8 Bits... 30(trinta).
Há previsão de aquisições de Microcomputadores Mono e Multi - usuários, bem como de estações e terminais gráficos.
Os alunos do Curso de Computação realizam visitas e estágios em Centros e Fábricas, destacando-se o acesso pratico ao Sistema de Informática do Exército, através do seu Centro localizado no Rio de Janeiro.
O Curso utiliza o apoio institucional já consagrado para os demais Cursos de Graduação cm Engenharia do IME, no que se refere á Administração de Pessoal c Material, Aperfeiçoamento de Recursos Hu manos e Biblioteca.
Por ter sido recém criado necessita do ampliações e melhoria das instalações físicas, o que está previsto para o ano do 1988".
3. Corpo Docente
Sobre este item a Instituição presta as informações seguintes:
"O curso de Engenharia de Computação é apoiado diretamente pela Seção de Matemática c Engenharia de Sistemas, que dispõe dos seguin tes professores, os quais também lecionam matemática para as demais graduações e Informática e Pesquisa Operacional para a Pós-Graduação
(Mestrado). .
TEMPO INTEGRAL:
Doutores ... 03 Prof. Civis Doutorandos ... .02 Prof. Civis
01 Prof. Militar
Mestres ... . . 07 Prof. Civis (sendo 01 Engenhei ro da área Elétrica).
04 Prof. Militares(sendo 02 En genheiros da área Eletr) TEMPO PARCIAL:
Doutores ... 04 Prof. Civis
Mestres . ... . 1 1 Prof. Civis (sendo 07 Engenhei ros da área Eletr) 05 Prof. Militares (sendo 02 Enge_ nheiros da área Eletr) O Curso de Engenharia de Computação é também apoiado pelos Pro fessores das Seções do Ensino Básico, de Eletricidade e de Materiais 4. Corpo Discente
O Instituto Militar de Engenharia esclarece que:
"O Curso é beneficiado pela rigorosa e conhecida seleção provo cada pelos Exames Vestibulares, bem como pelo pequeno efetivo, que garante sua continuada qualidade.
Em 1987:
5º Ano ... 05 Alunos Militares 4º Ano ... 03 Alunos Militares 3º Ano ... 02 Alunos Militares
08 Alunos Civis PREVISÃO PARA 1988:
3º Ano ... ... . 04 Alunos Militares 06 Alunos Civis PREVISÃO PARA 1989:
3º Ano ... 05 Alunos Militares 10 Alunos Civis
II - PARECER
A elaboração do Plano de Curso contou com a participa- ção de Especialistas no Ensino de Engenharia (CEEng/SESU/MEC) e sub- sídios da Comissão de Especialistas de Informática.
Uma Comissão de 7 (sete) membros, todos especialistas na área, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro - CREA-RH emitiu Parecer favorável à aprovação do Plano de Curso proposto pelo IME para Engenharia de Computação.
É também inquestionável a tradição de alta qualidade de ensino desenvolvido pelo IME tanto em nível de Graduação quanto da Pós-graduação.
Assim, o Plano de Curso de Engenharia de Computação reúne as condições favoráveis a sua aprovação.
Entretanto, entendemos que o pedido não pode ser acolhido em face do Decreto 97.881/89 que veio prorrogar, até o dia 15 de
novembro de 1989, a vigência do Decreto nº 93.5 94, de 19 de no -vembro de 1986, com as alterações introduzidas pelos Decretos 95.003, de 05 de outubro de 1987, e 97.223, de dezembro de 1988, ficando sus pensa a criação de novos cursos em todo território nacional.
Neste sentido já decidiu este Colegiado em face do Parecer nº 749/89, aprovado em 31 de agosto de 1989, da Câmara de Legislação e Normas. Da mesma forma pelo Parecer nº 887/89 de 7 de novembro de 1989, resolveu o Plenário sobrestar o pleito e encaminha -lo à Presidência, até que cessem os efeitos do citado Decreto.
III - VOTO DO RELATOR
À vista do exposto, deve o processo retornar á Presi - dência para aguardar o término do prazo suspensivo.
IV - CONCLUSÃO DA CÂMARA
A Câmara de Planejamento acompanha o parecer e voto do relator.
IV - DECISÃO DO PLENÁRIO
O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou , por unanimidade, a Conclusão da Câmara.
Sala Barretto Filho , em 09 de 11 de 1989.
