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XXI SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GRUPO -GOP GRUPO DE ESTUDO DE OPERAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - GOP

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Av. Gury Marques, n˚ 8.000 – Bloco 12 – CEP 79.072-900 Campo Grande, MS, – Brasil Tel: (+55 67) 3398-4361 – Fax: (+55 67) 3398-4136 – Email: thiago.martins@enersul.com.br

XXI SNPTEE

SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Versão 1.0 23 a 26 de Outubro de 2011 Florianópolis - SC

GRUPO -GOP

GRUPO DE ESTUDO DE OPERAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - GOP

UTILIZAÇÃO DE USINA TERMOELÉTRICA À BIOMASSA NO ATENDIMENTO A CARGAS DA CONCESSIONÁRIA – UMA EXPERIÊNCIA DA ENERSUL

Thiago Martins de Morais José Egídio Marques de Assunção Nilson Tamotsu Aguena ENERSUL S/A ENERSUL S/A ENERSUL S/A

Alexsandro Alves Martins Marcos Paulo Janduzzo ENERSUL S/A - 2010 Tonon Bioenergia S/A

RESUMO

Nos últimos anos a quantidade de Usinas Termoelétricas conectadas ao Sistema Enersul tem aumentado bem como o montante de exportação de energia através de linhas da empresa. Diante disto a Enersul tem identificado as usinas com possibilidade de cogeração em modo isolado, com vistas a atendimento das cargas da empresa quando de contingências no sistema de distribuição, assim como suprimento quando de desligamentos de equipamentos para manutenção preventiva ou corretiva.

Este trabalho apresenta os resultados do teste de alimentação às cargas de 5 municípios da área de concessão da Enersul através da UTE Energética Vista Alegre de forma isolada.

PALAVRAS-CHAVE

Alimentação Alternativa, Usinas Termoelétricas, Cogeração, Sistema Radial, Sistema Isolado,

1.0 - INTRODUÇÃO

O estado do Mato Grosso do Sul possui uma área de 357.124,962 km² correspondente a 22,2% da região Centro- Oeste e 4,19% do Brasil, sendo que 25% deste total é área do Pantanal Sul-matogrossense. A Enersul – Empresa Energética de Mato Grosso do Sul distribui 3.740 GWh para um total de 810.544 clientes, atendendo 73 dos 78 municípios do estado. Para tal atendimento a empresa conta com aproximadamente 5.850 Km de linhas de subtransmissão, 60.428 Km de rede de média tensão e 12.172 Km de rede de baixa tensão, 93 subestações nas tensões de 138 kV, 69 kV e 34,5 kV, incluindo duas subestações móveis, todas estas supervisionadas e telecomandadas a partir do Centro de Operação localizado na capital Campo Grande.

Embora o estado possua regiões remotas com baixa densidade demográfica, não existe atendimento a clientes com sistema isolado na área de concessão da empresa, estando todos os clientes conectados ao Sistema Interligado Nacional e para tal atendimento a Enersul utiliza-se de linhas radiais, compostas por circuitos individuais.

2.0 - SISTEMAS RADIAIS

O sistema radial é caracterizado pelo fluxo da corrente num único sentido, partindo de uma subestação para demais subestações à jusante e assim para as cargas. Apesar de menos confiável, a operação radial é justificada

(2)

dentre outros fatores, pela relativa facilidade de implementação do sistema de proteção contra sobrecorrentes, controle de tensão, limitação da magnitude das correntes de faltas e principalmente pelos menores custos de implementação e operação, tornando-se viáveis em locais remotos e com baixa demanda. (1)

Porém, devido à individualidade do circuito, quando de desarme de qualquer trecho do sistema, todas as cargas a jusante estarão submetidas à descontinuidade no fornecimento de energia, seja ele momentâneo, quando de defeitos fugitivos, ou permanente. Outra dificuldade inerente à esta configuração é quando da necessidade de desligamento do circuito para manutenção, seja ela preventiva ou corretiva, uma vez que toda a carga conectada à jusante do trecho desligado permanece interrompida.

Todos estes fatores que causam interrupção aos clientes durante todo o período de indisponibilidade do circuito impactam os indicadores de continuidade, cada vez mais reduzidos, reduzem o faturamento da empresa, pois deixa de vender seu produto, impossibilita os agentes cogeradores de exportarem seu excedente de energia e ainda ocasiona o desgaste da imagem da empresa perante seus consumidores e a sociedade como um todo.

3.0 - COGERAÇÃO – BIOMASSA CANA-DE-AÇUCAR

A matriz energética do Brasil é predominantemente composta por geração hidráulica uma vez que o país possui um grande potencial hídrico. A Figura 1 demonstra a porcentagem de cada fonte energia que compõe a matriz energética no Brasil (2) e a Figura 2 apresenta a capacidade de geração no Brasil.

66%

11%

6%

7%

2%2% 1%

7% Hidráulica

Gás Petróleo Biomassa Nuclear Carvão Mineral Eólica Importação

0,2% 0,8%

3,1%

67,8%

26,4%

1,8%

Central Geradora Hidrelétrica Central Geradora Eolielétrica Pequena Central Hidrelétrica Usina Hidrelétrica de Energia

Usina Termelétrica de Energia Usina Termonuclear

Figura 1 – Matriz Energética Brasileira Figura 2 – Capacidade de Geração de Energia Elétrica A questão ambiental têm sido um dos motivos que tem levado a uma maior diversificação da matriz energética no Brasil, acompanhando o cenário mundial na busca por fontes de energias renováveis e limpas. Uma das fontes de energia renovável que tem se destacado no país é a cogeração a partir da geração à biomassa.

Neste segmento o estado de Mato Grosso do Sul tem se destacado no cenário nacional na produção de cana-de- açucar bem como todos os seus subprodutos como açúcar, álcool e a cogeração a partir da queima do bagaço da cana (3). A Figura 3 apresenta as porcentagens de geração hidráulica e térmica no Brasil e em Mato Grosso do Sul nos últimos 3 anos.

22% 24% 26%

73% 71% 68%

0% 32% 47%

100% 68% 53%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2008 2009 2010

UTE-BR UHE-BR UTE-MS UHE-MS

Figura 3 – Geração Hidráulica x Geração Térmica

O processo de geração de energia consiste em aproveitar o vapor produzido pela queima de combustível para movimentar as turbinas e gerar energia. Nas usinas de açúcar e álcool o bagaço da cana-de-açucar é usado como

(3)

combustível para as caldeiras, as quais geram vapor utilizado para movimentar as moendas (não eletrificadas), e/ou girar as turbinas produzindo assim energia elétrica.

Alguns fatores se destacam diante da utilização de usinas de açucar e álcool para a produção de energia elétrica.

Primeiro dá-se ao fato de em função das características inerentes ao processo de produção de açucar e álcool tais usinas estão normalmente distantes dos grandes centros de carga, e desta forma para exportação de energia elétrica excedente produzida pela usina, a mesma utiliza o sistema de distribuição, caracterizando assim o conceito de geração distribuída.

A geração distribuída traz benefícios às distribuidoras uma vez que haja equilíbrio entre geração e a carga da região onde está localizada, reduzindo assim a transferência de energia de regiões mais remotas através das linhas de transmissão, e consequentemente as perdas envolvidas neste processo. Este fato é característico das grandes usinas hidráulicas as quais exportam um grande bloco de geração para atender cargas muitas vezes a grandes distância. Porém quando há um desequilíbrio entre geração e carga de uma determinada região, e excedendo a geração, o processo se inverte e a geradora passa a exportar energia através do sistema da distribuidora. Outros fatores ocasionados pela geração distribuída são confiabilidade, atendimento a regiões quando de defeito em trechos do sistema de distribuição e alívio nos carregamentos dos equipamentos do sistema de distribuição, embora não possa ser encarado como solução definitiva em função da sazonalidade no caso de Usinas Térmicas à Biomassa (Cana-de-Açucar). Algumas barreiras também podem ser observadas como questões regulatórias, custo das tecnologias utilizadas, procedimentos de operação e proteção, dentre outros (4) (5).

Como citado anteriormente, uma característica relevante da Geraçao Térmica à Biomassa (Cana-de-Açucar) é a sazonalidade inerente ao processo de cultivo da matéria prima, a cana-de-açucar. Todavia, a safra de cana-de- açucar coincide com os períodos de pouca chuva e quando os rios estão com seus níveis baixos, sendo reduzido o despacho das usinas hidráulicas nesta época.

4.0 - SISTEMA RADIAL EM ESTUDO

A Enersul, embora possua uma extensa área de concessão, não possui clientes atendidos de forma isolada, sendo todas suas cargas conectadas ao seus sistema de distribuição. Algumas regiões mais distantes são atendidas através de sistemas radias. O sistema elétrico de Mato Grosso do Sul é apresentado na Figura 4.

CAMPO GRANDE

RIO BRILHANTE

BATAGUASSÚ SANTA RITA DO PARDO

BRASILÄNDIA JUPIÁ TRÊS LAGOAS

SELVÍRIA APARECIDA DO

TABOADO

MARACAJÚ

ÁGUA CLARA

MIMOSO 29,6 MW BERTIN

FRIBOI PCH PONTE

ALTA 13 MW

LOUIS DREYFUS UTE

VISTA ALEGRE VISTA ALEGRE

PCH PORTO DAS

PEDRAS

TRÊS LAGOAS CHAPADÃO DO SUL

LT 230 kV LT 138 kV USINA TÉRMICA

SUBESTAÇÃO de outra empresa SUBESTAÇÃO LEGENDA

LINHAS DE TRANSMISSÃO

CAIUÁ CEMAT ELEKTRO

OUTRAS EMPRESAS USINA HIDRÁULICA

UTE SÃO FERNANDO

ÁGUAS DE GUARIROBA

TRÊS IRMÃOS

GUAÍRA

CASCAVEL ELDORADO DOURADOS

CRUZALTINA JARDIM

AQUIDAUANA MIRANDA

NOVA ANDRADINA

ROSANA 320 MW NOVA PORTO PRIMAVERA

UHE SÉRGIO MOTTA UTE ANGÉLICA

ANAURILÂNDIA CASSILÂNDIA

PARANAIBA

IVINHEMA

IVINHEMA 2 BRILHANTERIO SIDROLÂNDIA

CAMAPUÃ RIO VERDE

COXIM SONORA

PCH COSTA RICA

16 MW

21 MW

30 MW SÃO GABRIEL

D´OESTE

ANASTÁCIO

PCH PARAÍSO

PCH BURITI

ILHA SOLTEIRA

N

29 MW PCH ALTO SUCURIU

PCH RETIRO VELHO PCH PLANALTO

18 MW 17 MW

28 MW

UTE CAARAPÓ

UTE MONTEVERDE CIMENTO

ELDORADO CORUMBÁ

PORTO MURTINHO FERRO LIGAS

C. CAMARGO CORREA

IMBIRUSSÚ SIDROLÂNDIA 2

Figura 4 – Sistema Elétrico de Mato Grosso do Sul

(4)

A região oeste do estado, onde está localizado o pantanal de Mato Grosso do Sul, é em grande parte alagada e possui uma baixa densidade populacional. Nesta região existe um circuito duplo em 138kV com aproximadamente 290 km o qual deriva da SE Aquidauana até a SE Corumbá no extremo oeste do estado, sendo que um circuito é seccionado na SE Miranda. Este sistema atende as cidade de Miranda, Bodoquena, Corumbá e Ladário.

Outra região no extremo oeste do estado, também na área do pantanal, é atendida através de um circuito simples em 138kV, com aproximadamente 315km, partindo da SE Maracajú, chegando até à SE Porto Murtinho, sendo este seccionado nas SE’s Jardim e Vista Alegre. Na SE Vista Alegre existe uma linha que interliga a UTE Energética Vista Alegre – Grupo Tonon Bioenergia S.A. ao sistema da Enersul, conforme apresentado na Figura 5.

5MVAr 2x5MVAr

37,5km 83,8km

25km 193,4km

SE Maracajú

SE Vista Alegre

UTE Vista Alegre SE

Jardim SE Porto

Murtinho

AL's Nioaque Bela Vista Rurais AL's

13,8kV 34,5kV

13,8kV

138kV

Sistema Enersul

7,3MVAr

Figura 5 – Detalhe da região

Este sistema atende 5 cidades e 1 distrito, sendo elas: Jardim, Bela Vista, Caracol, Nioaque, Conceição – distrito de Nioaque, e Porto Murtinho, bem como cargas rurais. A Tabela 1 apresenta a quantidade de clientes e a demanda deste sistema.

Tabela 1 – Dados do Sistema

Cidade População Clientes Demanda

Máxima

Jardim 24.321 13.460 25,1-j6

Nioaque

14.336 5.456 3,7-j0,4

Conceição (distr.)

Bela Vista 23.114 6.987 5,7-j1,1

Caracol 5.393 1.467 0,9+j0,4

Porto Murtinho 15.087 3.506 3,5+j1,3

Em maio de 2009 entrou em operação a Usina Vista Alegre - Tonon Bioenergia S.A. com produção de açucar e álcool instalada em Vista Alegre, distrito de Maracajú-MS, e em 31/07/2009 entrou em operação comercial a UTE Energética Vista Alegre – Grupo Tonon Bioenergia S.A. com cogeração de energia elétrica a partir da queima do bagaço de cana. A usina hoje é constituída por 1 unidade turbogeradora de 30MW, com previsão de aumento da capacidade para 75MW em 2013, quando serão instaladas mais duas unidades turbogeradoras (20 e 25MW).

A Enersul através do estreito relacionamento com os agentes conectados ao seu sistema, e sempre procurando identificar condições de melhorias no intuito de tornar o atendimento à seus clientes mais confiável, identificou a possibilidade e o interesse do agente Vista Alegre – Grupo Tonon Bioenergia, em assumir a geração para atendimento a região na qual se conecta de forma isolada, uma vez que a usina possui este modo de operação.

Assim nesta primeira etapa o teste consistiria em desligar a linha que interliga a SE Maracajú à SE Vista Alegre e a a UTE Vista Alegre permanecer alimentando todas as cidades citadas na Tabela 1, atendendo assim 30.876 consumidores de forma isolada do sistema Enersul.

5.0 - OPERAÇÃO EM MODO ISOLADO

Após identificadas todas as condições necessárias para realização do teste de atendimento em modo isolado das cargas da Enersul pela UTE Energética Vista Alegre, no dia 11 de maio de 2010 foi realizado o mesmo conforme etapas descritas a seguir.

5.1 Preparando o sistema

Às 14h12min a UTE Energética Vista Alegre iniciou a tomada de carga no intuito de zerar o fluxo na SE Vista Alegre bay Maracajú, sendo este processo concluído às 15h27min. Este ponto de operação é apresentado nas Figuras 6 e 7.

(5)

5MVAr 2x5MVAr

37,5km 83,8km

25km 193,4km

SE Maracajú

SE Vista Alegre

UTE Vista Alegre SE

Jardim SE Porto

Murtinho

AL's Nioaque Bela Vista Rurais AL's

13,8kV 34,5kV

13,8kV

138kV

Sistema Enersul

7,3MVAr

-0,5-j2,2

-14,4+j3,5 15,0-j1,5

Figura 6 – Diagrama da região

60ms

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra 116kV VB Barra -58kV VB Barra -57kV

IA VAT -82A IB VAT 24A IC VAT 57A

IA JAR 88A IB JAR -36A IC JAR -52A IA MAR -6A IB MAR 13A IC MAR -7A

P MAR -0,5MW Q MAR-2,2MVAr

Figura 7 – Registro do fluxo zerado no bay Maracajú – SE Vista Alegre

5.2 Desinterligando o sistema

Às 15h51min, após o fluxo na LT 138 kV Maracajú / Vista Alegre estar praticamente nulo, e na usina ativado o modo de operação isolado, foi efetuado o telecomando de abertura do bay Maracajú na SE Vista Alegre através do Sistema e Supervisão e Controle da Enersul isolando então a região, do sistema Enersul. Este momento pode ser observado através do registro do Registrador Digital de Perturbação – RDP da SE Vista Alegre, conforme apresentado na Figura 8.

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra VB Barra VB Barra

60,35 Hz 59,96 Hz

Abertura do dijsuntor Detalhe Tensão

Barra(kV)

IA VAT IB VAT IC VAT Freq.

Barra(Hz)

IA MAR IB MAR IC MAR IA JAR IB JAR IC JAR

81,91 kV

81,70 kV Registro: 5 seg

RDP-SE Vista Alegre

59,982 Hz 60,067 Hz

Abertura do disjuntor

Detalhe 85ms

81,91 kV

81,29 Hz VA Barra 115kV

VB Barra -69kV VB Barra -44kV Tensão Barra (kV)

IA VAT -83A IB VAT 41A IC VAT 41A Freq.

Barra (Hz)

IA MAR 0A IB MAR 0A IC MAR 0A IA JAR 83A IB JAR -40A IC JAR -41A

Figura 8 – Registro do instante da segregação do sistema

Através do registro pode-se observar que no instante da abertura do disjuntor, e conseqüentemente a segregação do sistema, a freqüência variou de 59,96Hz (pré-desligamento) para 60,35Hz (pós-desligamento) em um intervalo de aproximadamente 5 segundos, apresentando um escorregamento da freqüência da ordem de 0,39Hz. Este valor está dentro dos limites de variação de freqüência durante distúrbios estabelecidos pelo ONS, conforme item 8.2.2 do submódulo 2.8 do Procedimento de Rede. Observa-se ainda, no instante da abertura do disjuntor, não houve variações significativas na tensão, mantendo-se dentro de valores da ordem de 1,016 p.u. (81kV fase-terra).

A partir deste momento a UTE Energética Vista Alegre permaneceu conectada, assumindo de forma isolada, o suprimento das 5 cidades e um distrito nesta região totalizando 15MW, mais 10MW de carga da sua planta, não sendo perceptível aos consumidores a desconexão do Sistema de Distribuição da Enersul. A Figura 9 apresenta o este ponto de operação.

(6)

RDP-SE Vista Alegre

100ms VA Barra 117kV

VB Barra -63kV VB Barra -51kV

IA VAT -83A IB VAT 41A IC VAT 41A Freq. 60,02Hz

IA MAR 0A IB MAR 0A IC MAR 0A IA JAR 83A IB JAR -40A IC JAR -41A

Figura 9 – Registro do sistema operando em modo isolado

5.3 Manobras com o sistema operando de forma isolada

Uma vez isolado o sistema foram realizadas algumas manobras de equipamentos deste então sistema isolado, no intuito de avaliar as possíveis oscilações e a capacidade da máquina de regulação da tensão e freqüência do sistema.

5.3.1 Chaveamento de Bancos de Capacitores

As 16h09min o sistema foi preparado para chaveamento de banco de capacitores na SE Jardim e às 16h10min foi chaveado um banco de capacitores de 1,8 MVAr na barra de 13,8 kV da SE Jardim, podendo ser observada elevação na tensão, porém sem variações na freqüência do sistema.

De igual modo, às 16h12min foi realizado o chaveamento de mais 01 banco de capacitores de 1,8 MVAr na barra de 13,8 kV da SE Jardim apresentando nova elevação de tensão, porém a freqüência manteve-se estável. Todas estas três etapas podem ser comparadas através das Figuras 10, 11 e 12.

T0 - 300ms

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra116,0kV VB Barra -60,7kV VB Barra -53,8kV

IA VAT -90A IB VAT 44A IC VAT 47A Freq. 59,99Hz

P VAT -16MW Q VAT 1MVAr S VAT 16MVA IA JAR 91A IB JAR -43A IC JAR -47A

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra117,5kV VB Barra -56,3kV VB Barra -59,2kV

IA VAT -88A IB VAT 29A IC VAT 59A Freq. 60,03Hz

P VAT -15MW Q VAT 3MVAr S VAT 15MVA IA JAR 88A IB JAR -28A IC JAR -59A

T1 - 300ms

Figura 10 – Pré-chaveamento de Banco de Capacitores Figura 11 – Chaveamento de 01 BC na SE Jardim

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra118,4kV VB Barra -52,4kV VB Barra -64,3kV

IA VAT -86A IB VAT 17A IC VAT 69A Freq. 59,97Hz

P VAT -15MW Q VAT 5MVAr S VAT 16MVA IA JAR 86A IB JAR -17A IC JAR -70A

T2 - 300ms

Figura 12 – Chaveamento de mais 01 BC na SE Jardim

5.3.2 Chaveamento de Reator

Depois de realizados os testes de chaveamento de bancos de capacitores, os mesmos foram desligados e o sistema preparado para desligar 01 reator trifásico 138 kV de 5 MVAr na SE Jardim. Desta forma este procedimento foi realizado às 16h22min podendo ser verificada a elevação na tensão e a variação de reativo no

(7)

bay da UTE Vista Alegre, bem como a estabilidade da freqüência. O resultado desta operação pode ser comparado através das Figuras 13 (instante pré) e 14 (instante pós).

T0 - 300ms

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra115,9kV VB Barra -60,5kV VB Barra -54,0kV

IA VAT -88A IB VAT 39A IC VAT 48A Freq. 60,04Hz

P VAT -15MW Q VAT 2MVAr S VAT 15MVA IA JAR 88A IB JAR -39A IC JAR -48A

RDP-SE Vista Alegre

VA Barra118,0kV VB Barra -51,9kV VB Barra -64,5kV

IA VAT -85A IB VAT 8A IC VAT 77A Freq. 59,96Hz

P VAT -15MW Q VAT 6MVAr S VAT 16MVA IA JAR 85A IB JAR -8A IC JAR -76A

T1 - 300ms

Figura 13 – Pré-desligamento do Reator na SE Jardim Figura 14 – Pós desligamento do Reator na SE Jardim

5.3.3 Normalização da Configuração do Sistema

Os testes apresentaram resultados satisfatórios de estabilidade e qualidade da energia elétrica no período em que a UTE Energética Vista Alegre esteve atendendo as cargas da Enersul de forma isolada por um período de aproximadamente 43 minutos. Assim sendo, o processo de normalização da configuração do sistema foi realizado com a abertura do disjuntor na UTE Energética Vista Alegre às 16h34min, interrompendo toda a carga e restabelecendo-a de imediato através do telecomando de fechamento do disjuntor do bay Maracajú na SE Vista Alegre.

6.0 - CONCLUSÃO

A operação da UTE Energética Vista Alegre atendendo cargas do sistema Enersul de forma isolada apresentou resultados satisfatórios, atendendos os critérios de variação de freqüência e tensão, não apresentando oscilações inadequadas mesmo quando de chaveamento de equipamentos com o sistema operando de forma isolada. Pode- se verificar que durante todo o intervalo do teste os controladores da máquina mantiveram a freqüência estável e os valores de tensão conforme solicitado.

Através das análises apresentadas anteriormente pode-se observar que a carga não variou significativamente, porém foram realizadas variações de reativos do sistema através de manobras de bancos de capacitores e reator, quando a máquina atuou de forma rápida e estável no atendimento dos fluxos reativos solicitados pelo sistema.

Desta forma este modo de operação tornou-se uma alternativa extremamente viável para ambas as partes. À Enersul apresenta uma maior flexibilidade para desligamentos programados para manutenção de equipamentos à montante, mantendo assim a continuidade no atendimento de suas cargas, minimizando impactos aos indicadores de continuidade e consequentemente o desgate da imagem da empresa perante à sociedade. À UTE Energética Vista Alegre além de manter seu processo interno de produção, possibilita à mesma exportar seu excedente de energia elétrica e ao mesmo tempo beneficiar a sociedade onde está inserida.

A UTE Energética Vista Alegre possui um esquema de isolamento de sua planta quando de perturbações externas, garantindo assim a continuidade de seu processo e possibilidade de restabelecimento das cargas da concessionária de forma isolada quando de contingências no Sistema Enersul ou no Sistema Interligado Nacional, como blecautes, reduzindo assim o tempo de interrupção no fornecimento de energia na região. Outro fator importante a ser identificado é a capacidade de partida “Black Start” da planta da usina uma vez que a mesma se torna independente de fontes externas para início de seu processo e assim quando de perturbações no sistema da concessionária ou Sistema Interligado Nacional, estando a usina fora de operação e com disponibilidade de geração, a mesma pode iniciar o seu processo e recompor a carga.

Em tempo, ressalta-se que fez-se necessário realizar estudos de proteção para a condição de operação em modo isolado, tendo em vista a alteração dos níveis de curto-circuito, averiguando se o atendimento tornaria-se restritivo ou impeditivo por aspectos de proteção. Os resultados apontaram uma redução de aproximadamente 5% nos pontos mais extremos desta região em comparação aos níveis de curto-circuito com o sistema interligado, não comprometendo assim a segurança e seletividade do sistema de proteção.

A Enersul mediante aos benefícios identificados tem elaborado a normatização desta prática através de procedimentos operativos e contrato com possibilidade de cogeração (limitado à potência de exportação solicitada pelo agente) e geração (em caso de sistema isolado) expurgando a violação no valor de contrato de demanda quando deste modo de operação.

(8)

7.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Electrical Transmission and Distribution Reference Book – Fourth Edition, September 1, 1950.

(2) ANEEL. Banco de Informação de Geração, Jul. 2010. Disponível em:

http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapacidadeBrasil.asp,>. Acesso em: 26 de julho de 2010.

(3) http://www.conab.gov.br/ - CONAB - 1º Levantamento: Abril de 2010.

(4) Revista Brasileira de Energia – Vol. 11│Nº 22 – Geração distribuída no Brasil: oportunidades e barreiras.

(5) P. Gomes, M. Th. Schilling, J. W. Marangon Lima, N. Martins, “Considerações sobre a Utilização Crescente da Geração Distribuída no Atendimento ao Crescimento de Mercado”

8.0 - DADOS BIOGRÁFICOS

Thiago Martins de Morais, nascido em 1979 na cidade de Ituiutaba-MG Mestre em Engenharia Elétrica – UNESP, 2005

Trabalha há 6 anos na área de operação da Enersul - Empresa Energética de Mato Grosso do Sul

José Egidio Marques de Assunção, nascido em 1960 na cidade São Paulo-SP Graduado em Engenharia Elétrica – Escola de Engenharia de Lins, 1987

Trabalha há 22 anos na área de operação da Enersul - Empresa Energética de Mato Grosso do Sul Nilson Tamotsu Aguena, nascido em 1955 na cidade de Campo Grande-MS

Graduado em Engenharia Elétrica – UNIDERP, 2000

Trabalha há 30 anos na área de proteção de linhas e subestações da Enersul – Empresa Energética de Mato Grosso do Sul.

Alexsandro Alves Martins, nascido em 1974 na cidade de Uberlândia-MG.

Graduado em Engenharia Elétrica – UFU, 1997

Trabalha há 10 anos na área de proteção de linhas e subestações da Enersul – Empresa Energética de Mato Grosso do Sul – até 2010.

Marcos Paulo Janduzzo, nascido em 1980 na cidade de Santa Rita do Passa Quatro-SP Graduado em Engenharia Elétrica – INATEL, 2005

Trabalha há 03 na Coordenação de Manutenção Elétrica, Automação e Cogeração da Tonon Bioenergia S.A. – Unidade Vista Alegre.

Referências

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