• Nenhum resultado encontrado

Procedimentos eletivos suspensos em hospitais. Abertura da Bienal do Mercosul é adiada. Sexta-feira, 20 de Março de 2020

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Procedimentos eletivos suspensos em hospitais. Abertura da Bienal do Mercosul é adiada. Sexta-feira, 20 de Março de 2020"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Sexta-feira, 20 de Março de 2020

Segmento: PUCRS

20/03/2020 | Diário Gaúcho | A Vida da Gente | 4

Procedimentos eletivos suspensos em hospitais

(Ver imagem)

20/03/2020 | Jornal do Comércio | Viver | 1

Abertura da Bienal do Mercosul é adiada

Diante da ameaça do novo coronavírus, a 12ª Bienal do Mercosul adiou a abertura da mostra por tempo indeterminado. O evento internacional de artes visuais já havia passado por alterações em função da pandemia - a ideia anterior era apostar no virtual. “Neste momento, a curadoria e as equipes administrativas e de produção seguem trabalhando remotamente e dirigem seus esforços para pensar ações que viabilizem o acesso do público a conteúdos e ferramentas digitais vinculados à Bienal 12. Gilberto Schwartsmann, diretorpresidente da instituição, comunicará novas informações à medida que houver atualizações”, informou, em nota divulgada nesta quinta-feira, a assessoria da Fundação Bienal, que organiza a mostra.

A direção da instituição cultural já havia cancelado todos os eventos públicos, incluindo a abertura solene, prevista para o dia 15 de abril (a exposição começaria no dia seguinte e seguiria até 5 de julho). Também suspendeu as viagens de artistas brasileiros e estrangeiros a Porto Alegre. Os organizadores estudam formas de levar as obras expostas ao público por meio digital, com visitas virtuais, vídeos e outros recursos. Os espaços expositivos estavam sendo preparados para o evento, mas agora a visitação aos locais que sediariam a mostra - Margs, Memorial do Rio Grande do Sul, Praça da Alfândega, Fundação Iberê Camargo e Centro Histórico Cultural Santa Casa - não estarão abertos ao púlibco por tempo indeterminado. Inicialmente, estava prevista a vinda a Porto Alegre de cerca de 60 dos 75 artistas que participam da mostra – mais de 80% são mulheres. “Seria a edição com maior número de artistas presentes”, diz Schwartsmann.

A circunstância abre a possibilidade de que a Bienal explore novos formatos de interação entre criadores, obras e público. “Nós, amigos das artes, falamos sempre em aproximação. Agora, teremos de nos aproximar apenas virtualmente, distanciando-nos fisicamente”, ressalta. Mesmo em dimensões enxutas, se comparadas a edições anteriores, a 12ª Bienal propõe-se a abraçar a amplidão do continente da arte das mulheres. O tema Feminino(s). Visualidades, ações, afetos segue de perto o foco na diversidade adotado na edição anterior, de 2018, que se abriu para a produção artística afro-americana.

A ênfase no feminino coloca a Bienal na linha de frente da valorização da presença de mulheres artistas em coleções públicas e privadas. O manifesto curatorial, lançado no ano passado, aponta como fio condutor da Bienal “propostas de artistas mulheres e de todas as sensibilidades não binárias, fluidas, não normativas”. Segundo a curadora-geral, Andrea Giunta, a intenção é disponibilizar ao público expressões culturais que “ainda não têm uma presença equivalente nos círculos da arte latino-americana contemporânea”.

A equipe curatorial trabalhava, desde o ano passado, no desenho da programação, que incluiu atividades como o Território Kehinde, série de debates realizada em outubro e novembro em Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas. Além de Andrea, fazem parte do grupo dois professores de arte (a polonesa Dorota Biczel, da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, e o brasileiro Igor Simões, da Universidade do Estado do Rio Grande do Sul) e uma curadora independente (Fabiana Lopes, brasileira residente em Nova York).

Leia mais na página central

(2)

20/03/2020 | Jornal do Comércio | Viver | 4

Arte luta pela sobrevivência

Luiz Antônio Araujo*

Uma das inspirações dos curadores Andrea Giunta, Dorota Biczel, Igor Simões e Fabiana Lopes para a 12ª Bienal do Mercosul foi a obra da escritora Carolina de Jesus (19141977), que teve seu primeiro livro, Quarto de despejo, publicado em 1958 e traduzido para 14 línguas enquanto sobrevivia como catadora de papéis numa favela de São Paulo. “Ela (Carolina) escrevia na riqueza da favela e apesar das limitações impostas por violências raciais (pós) coloniais. Escrevia ‘até passar a chuva’. As palavras e as imagens se depositaram em seus papéis desenhando territórios que apontam para uma liberdade possível”, afirma o manifesto. Para a Bienal, a chuva ainda não passou.

A Bienal do Mercosul lutou pela vida em meio à crise que varreu o Brasil desde meados da década. Por vezes, pareceu que o evento não sobreviveria. A recessão que assolou o País entre 2014 e 2016, seguida da mais fraca recuperação econômica da história, e o corte de patrocínios tiveram impacto dramático sobre a mostra, que teve de adiar a 11ª edição, programada para 2017, por um ano.

Quando finalmente abriu as portas, a Bienal de 2018 estava reduzida a cerca da metade da anterior, com orçamento reduzido em 50% dos R$ 7,5 milhões investidos em 2014.

Para este ano, os valores previstos são praticamente os mesmos da edição passada. “Posso garantir que estamos fazendo o melhor que podemos”, afirma o presidente da Fundação Bienal do Mercosul, Gilberto Schwartsmann. Ele reconhece, porém, que o cenário é adverso. Entre as dificuldades, cita a escassez de verbas destinadas ao incentivo à cultura por empresas públicas e privadas, o acirramento da competição por patrocínios e a desvalorização do real ante o dólar. “O simples transporte de obras do exterior para Porto Alegre exige recursos”, explica.

Fechar as contas tornou-se um desafio. Em fevereiro, a fundação ainda lutava para obter patrocínio equivalente a 25% dos custos.

Enquanto não dispõe de recursos, a Bienal esbanja criatividade. Um dos trunfos da 12ª edição foram os Territórios Kehinde, encontros gratuitos para debater arte, cultura e femininos realizados em três municípios (Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas).

Além da equipe curatorial, a lista de debatedores incluiu artistas, ativistas, professores e historiadores da arte. Além do dinheiro curto, a arte brasileira enfrenta a incompreensão grossa. Em fevereiro, a prefeitura do Rio de Janeiro censurou uma obra exposta no Centro de Cultura Hélio Oiticica por “vilipêndio à fé cristã”. A colagem Virgem Maria Trans, de Órion Lalli, mostrava a Virgem com seio à mostra e pênis, e continha a inscrição “Deus acima de tudo, gozando acima de todos”.

Em 2017, grupos conservadores e religiosos mobilizaram-se pelo fechamento da exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira, que valorizava o não normativo em matéria de gênero. O episódio teve repercussão mundial, e a mostra foi reaberta no ano seguinte no Parque Lage, atraindo mais de 10 mil visitantes. A curadora-geral da Bienal nega, porém, que a edição deste ano seja uma resposta a manifestações pontuais de censura e obscurantismo. “Comecei a investigar esses temas nos anos 1990.

Ao mesmo tempo, o presidente da Fundação, Gilberto Schwartsmann, que é um médico e um humanista extraordinário, desde 2017, teve a visão de um programa cultural dedicado, em 2018, à cultura afro-latino-americana, afro-atlântica, e, em 2020, às mulheres e aos femininos. Obviamente, que uma exposição se feche é muito preocupante”, afirma Andrea Giunta.

Apesar das dificuldades, os números da Bienal impressionam. Em 22 anos e 11 edições, foram 6 milhões de visitas em 615 dias de exposições com entrada franca. Foram apresentadas 4,8 mil obras de 1,7 mil artistas, além de 16 monumentos públicos doados à Capital. Algumas dessas peças tornaram-se ícones da paisagem porto-alegrense, como Supercuia, de Saint Clair Cemin, que fez parte da 4ª Bienal, em 2003, e hoje ornamenta a Rótula das Cuias, na orla do Guaíba.

Visibilidade enganadora

Onipresença, mais do que presença, é o termo adequado para se avaliar a participação da produção artística feminina na América

Latina. O cenário é dominado pela figura imponente e trágica da pintora Frida Kahlo (1907-1954), que atingiu o status de ícone pop

antes reservado a mestres europeus. Se não fosse levada em conta a célebre mexicana, ainda assim não existiria modernismo

latino-americano sem Tarsila do Amaral e Amelia Pelaez, abstracionismo sem Lygia Clark e Mira Schendel, ou pop art sem Marta

Minujín.

(3)

Fora das galerias, o peso feminino é ainda mais incontestável, como mostra o virtual monopólio, pelas mulheres, de técnicas como pintura em tecido, renda, bordado e artesanato em muitos países e regiões. Essa visibilidade, porém, é enganadora. Quando se analisa o sistema das artes, aquele conjunto de saberes, instituições e práticas que organiza o gosto e a política interna dessa atividade, o papel das mulheres é frequentemente diminuído, silenciado ou simplesmente excluído.

“A realidade é que muito mais mulheres participaram da formação da arte do século XX do que o número normalmente contabilizado”, escreveu Cecilia Fajardo-Hill, cocuradora, com Andrea Giunta, da exposição Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985. A denúncia de Cecilia foi feita por ocasião da chegada da mostra à Pinacoteca de São Paulo, em 2018.

Ela identifica, nos anos 1990, por ocasião dos 500 anos da conquista do continente americano, o início de um movimento de ampliação do espaço das artistas mulheres. Parte desse redescobrimento deve-se ao pensamento e à militância feministas, mas uma mudança duradoura de sensibilidades exige tempo. A tímida participação de mulheres em exposições e acervos é tema dominante no mundo das artes.

Em 2019, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) realizou uma exposição intitulada Histórias das mulheres: artistas até 1900, e os organizadores com espanto que o acervo mais prestigiado do País contava com apenas duas pinturas de mulheres nesse período. Em Porto Alegre, em dezembro do ano passado, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) inaugurou a mostra Gostem ou não:

artistas mulheres no acervo do Margs, com obras de 35 artistas.

A própria história do museu, porém, evidencia a exposição subalterna das mulheres: em 27 gestões desde a fundação, apenas três mulheres ocuparam o cargo de diretora-geral, embora a equipe técnica do museu seja predominantemente feminina.

* Luiz Antônio Araujo é jornalista e colabora com BBC Brasil, The Intercept Brasil, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo.

Professor de Jornalismo na Pucrs desde 2015, é mestre em Comunicação e Informação e doutorando em Estudos Estratégicos Internacionais pela Ufrgs.

As Bienais ao longo da história

A ideia de uma Bienal do Cone Sul com o propósito de criar um novo espaço para a arte latino-americana amadureceu no início dos anos 1990. Na época, pelo menos dois grupos – um liderado pela produtora cultural Maria Benites Moreno e outro, por artistas como Gustavo Nakle, Maria Tomaselli e Nelson Jungbluth – discutiram propostas que apontavam na direção da mostra. Em maio de 1995, artistas, colecionadores, produtores e autoridades, incluindo o governador Antonio Britto, reuniram-se na casa do empresário Jorge Gerdau Johannpeter para formalizar o projeto. Dois meses depois, uma comissão técnica com representantes do Estado, da prefeitura, de empresários e de artistas, apresenta uma proposta de Bienal de Artes Visuais do Mercosul. A primeira foi aberta em setembro de 1997.

Bienal do Mercosul (Ver imagem) Alternativa da imaginação

Assumir a curadoria-geral da 12ª Bienal do Mercosul é, para a pesquisadora Andrea Giunta, a culminância de um percurso investigativo iniciado nos anos 1990 e intensificado em 2010. Nesta entrevista, a historiadora da arte latino-americana e professora da Universidade de Buenos Aires fala sobre as propostas da edição, a contribuição feminina à produção artística no continente, censura e a relação entre arte e educação.

JC Viver – De que maneira a Bienal pode tensionar o olhar sobre a arte latino-americana contemporânea, na qual o feminino é tão presente?

Andrea Giunta – Mais que tensionar, o que buscamos é aproximar dos públicos uma quantidade de expressões que se produzem em

cenas distintas da cultura em geral, mas que ainda não têm uma presença equivalente nos circuitos da arte latino-americana

contemporânea. Estamos em um momento em que as mulheres buscam ativamente sua representação em diversos campos. As

mulheres, as sensibilidades femininas, as sensibilidades não binárias. Entre essas vozes queremos que tenha uma representação

importante a obra de artistas que entendemos que estão produzindo a transformação mais radical na arte latino-americana dos

últimos anos: a arte afro-latino-americana. Na Bienal, nos interessa muito contribuir com esse processo de expansão da arte.

(4)

Viver – O evento incluirá artes e técnicas associadas ao feminino, como tecelagem, tapeçaria e artesanato, que não são comumente apresentados ao público em espaços institucionais. O feminino serve para expandir a noção usual de belas artes?

Andrea – Entendemos o processo do tecido não tanto por seus materiais tradicionalmente vinculados ao têxtil, mas como trama, como textura, como costura, como sutura. O sentido de rede e de inter- -relação são conceitos importantes, além das técnicas e dos materiais. As costuras reparam, cuidam, unem aquilo que se quebrou, por isso costura e sutura são palavras-chave na Bienal. E também é importante a beleza da cor das fibras que irrompe nas superfícies bordadas. Teremos enormes tapetes bordados por famílias complexas, contemporâneas, nas quais o humano se vincula ao entorno, aos animais e à natureza. E nessa integração se formula um modo de entender esses universos junto ao humano, não submetidos ao homem/à mulher. O bordado e a costura são também tarefas comunitárias, tarefas que foram desenvolvidas por grupos de mulheres como formas de subsistência, de denúncia, de resistência. E a fibra é, inclusive, o cabelo, a forma idiossincrática e cultural do cabelo trançado ou alisado das mais diversas maneiras.

Viver – Ao valorizar o não normativo em matéria de gênero, a Bienal pode ser entendida como uma resposta a episódios de cerceamento da liberdade artística?

Andrea – Não, a Bienal não se gesta a partir desses fatos. Talvez seja importante explicar, em primeiro lugar, que a arte é um dos cenários em que nos é proposto pensar a vida e o mundo de maneiras alternativas. O que vemos numa exposição não é sempre o que o senso comum subscreve. O mundo vai se transformando, e a arte, como parte das humanidades, é um laboratório, um espaço no qual a imaginação oferece alternativas, antecipações, diferenças em relação ao que está instituído. O segundo aspecto que se deve considerar é que as pessoas vão voluntariamente às exposições; elas não invadem tua vida cotidiana com ideias que não queres conhecer. O público vai às mostras porque quer conhecer essas formas distintas de entender o mundo, com as quais pode estar de acordo ou não, mas vai justamente por isso, para conhecer algo diferente, que provoca pensamento e emoções novas. É preciso destacar que a censura que proíbe uma exibição cumpre o desejo dos que não querem vê-la, mas impede que os que querem vê-la a visitem. Quem não quer conhecer ideias diferentes das que já tem simplesmente não deve ir. Mas deve-se permitir que os que querem ver uma exposição, estejam ou não de acordo com o que veem, possam fazê-lo. A censura impede todos.

Leia a entrevista completa em www.jornaldocomercio.com

20/03/2020 | Jornal do Comércio | Jornal Cidades | 7

Alunos da Pucrs vão redesenhar rodoviária de São Leopoldo

Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) estão desenvolvendo alternativas de projetos para a Estação Rodoviária de São Leopoldo. A proposta vem de uma disciplina do curso, que trabalha com materiais de aço durante a elaboração das estruturas. A turma visitou o local para conhecer a infraestrutura e conversar sobre os problemas e as necessidades com os arquitetos da prefeitura responsáveis pelo planejamento.

O principal objetivo é elaborar projetos alternativos ao original que foi criado pela prefeitura de São Leopoldo, com a discussão sobre formas de melhorar o centro urbano da cidade e promover o diálogo com a comunidade e seus representantes. Os alunos devem resolver seus projetos obrigatoriamente com uso de materiais industrializados e estruturas de aço, imbatível quanto ao tempo de execução da obra, controle de qualidade final e manutenção. ”O aço é sustentável e muito utilizado em outros países por possuir características importantes para este tipo de obra pública, além de ter uma estética arrojada. Projetos de grandes obras, pavilhões expositivos e industriais, ou que necessitam de grandes vãos, geralmente são feitos com o material”, explica o professor Marcelo Martel.

A ideia é que os alunos trabalhem com temas e condições reais de clientes. “Aproximamos eles de demandas que impactam o

bem-estar social”, conta o docente. As propostas tentarão resgatar a vista histórica do Rio dos Sinos e algumas atividades

comerciais. Entre os projetos já realizados pela cadeira estão ginásios municipais de treinamento esportivo, mercados públicos,

terminais hidroviários, associações de moradores, quadras de escolas de samba, aeroportos, concessionárias e estações de metrô.

(5)

Atualmente, a Estação Rodoviária de São Leopoldo atende empresas com linhas de ônibus intermunicipais e interestaduais, que prestam serviços para as mais diversas localidades. No coração da cidade, ica rodeada por prédios, casas e locais históricos, como a Praça do Imigrante, monumento em homenagem à imigração alemã e Ponte 25 de Julho, a primeira do Rio dos Sinos, construída no século XIX. Além disso, há um posto da Brigada Militar que está desativado, e a intenção é que, com a reforma e readequação dos espaços, ele volte a funcionar para segurança dos passageiros.

20/03/2020 | Jornal do Comércio | Geral | 22

Hospitais de Porto Alegre restringem atendimento devido à Covid-19

Os hospitais Santa Casa de Misericórdia, Conceição, Pronto Socorro, Cristo Redentor, São Lucas e Clínicas estão restringindo o atendimento devido ao avanço do novo coronavírus (Covid-19) em Porto Alegre. Entre as medidas adotadas estão a suspensão das cirurgias eletivas, dos atendimentos ambulatoriais e a proibição de circulação de crianças nas dependências dos hospitais, com exceção das que estiverem em atendimento.

A partir desta sexta-feira, os atendimentos eletivos – que não são considerados de urgência e emergência ou requerem assistência rápida –, as consultas e as cirurgias serão suspensos pela Santa Casa, como medida de contenção à pandemia. Em nota, a instituição de saúde informou que a medida abrange procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particulares.

Os serviços de urgência e emergência, no entanto, seguem atendendo normalmente. Com relação às cirurgias eletivas, serão avaliados os pacientes em que o procedimento seja indispensável, com ênfase aos casos de oncologia e cardiovasculares. O mesmo critério – necessidade imprescindível – será utilizado para verificar todas as agendas, que serão analisadas individualmente, segundo a nota, para determinar o nível de necessidade. Conforme a Santa Casa, todos os demais pacientes serão contatados e orientados a não comparecer, e receberão as informações que estão sendo formalizadas junto às secretarias de Saúde da Capital e do Interior.

Da mesma forma, as cirurgias eletivas também estão suspensas no Hospital Conceição. Em nota, o grupo informou que, considerando a necessidade de adoção de medidas de proteção para enfrentamento da emergência de saúde pública, “estão suspensas, até segunda ordem, todas as cirurgias eletivas”. Além disso, o atendimento ambulatorial da unidade será restrito aos casos que necessitam de acompanhamento médico periódico, mediante avaliação pela equipe responsável.

Nesta quinta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu uma orientação para que os hospitais Pronto Socorro (HPS) e Cristo Redentor (HCR) deixem de atender pacientes com síndromes gripais. A medida visa à preservação dos locais para atendimento a pacientes que não podem ser atendidos em outros locais da cidade. A indicação da pasta é de que as pessoas que apresentem sintomas procurem atendimento nas unidades de saúde e em unidades de turno estendido. A decisão de preservar o HPS e o HCR leva em consideração o fato de eles serem hospitais de referência ao atendimento de pessoas politraumatizadas.

O Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) está permitindo a permanência de apenas um acompanhante por paciente internado. Além disso, todas as visitas foram suspensas, assim como o acesso de crianças ao hospital (com exceção das que estiverem em atendimento).

No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), pacientes com consultas, procedimentos ou exames agendados que se julgarem estáveis e sem necessidade de atendimento neste momento, independentemente da idade, podem faltar às suas consultas. Os pacientes que apresentarem sintomas gripais não devem ir ao HCPA e podem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa para tratar da gripe. Em ambos os casos, não será necessário ligar para justificar a ausência. O hospital entrará em contato para realizar a remarcação futuramente.

As receitas de medicamentos comuns terão seu prazo de vigência automaticamente prorrogado por um ano e a dos medicamentos controlados, por seis meses. Não será necessário comparecer ao hospital para renová-las. A circulação de crianças no HCPA, como visitante ou acompanhante, está proibida. Dentro do possível, deve-se evitar a presença de acompanhantes.

20/03/2020 | Zero Hora | Notícias | 15

(6)

Perda salarial ou vaga mantida?

A proposta do governo Jair Bolsonaro de redução da jornada de trabalho em até 50%, com corte de salário na mesma proporção durante a crise do coronavírus, provoca polêmica e divide opiniões entre analistas. Anunciada na quarta-feira, a medida integra pacote do Ministério da Economia para atenuar os estragos da pandemia nos negócios. Segundo a pasta, a ideia é preservar empregos ao longo do período de dificuldades que se aproxima.

A redução de jornada e salários teria de ser negociada em acordo de empregadores com funcionários. Ontem, houve novo anúncio relacionado à proposta. Em entrevista coletiva, o governo informou que planeja pagar auxílio para trabalhadores que recebem até dois salários mínimos e forem afetados pelo corte.

Conforme o Ministério da Economia, a ideia é fazer com que esses funcionários recebam uma antecipação de 25% do que teriam direito mensalmente caso solicitassem o seguro-desemprego. O auxílio teria custo de R$ 10 bilhões e poderia ser concedido a 11 milhões de pessoas, pelos cálculos da pasta.

Até o momento, o governo não detalhou se buscará implementar a proposta em forma de projeto de lei ou medida provisória (MP).

O primeiro precisaria da aprovação do Congresso para entrar em vigor. A MP, por sua vez, teria validade imediata, mas necessitaria da chancela dos parlamentares em até 120 dias para não perder o efeito.

Professor da Escola de Negócios da PUCRS, o economista Ely José de Mattos questiona a proposta de corte de jornada e salários.

Segundo ele, o governo deveria buscar opções para preservar empregos, como subsidiar, por intervalo reduzido, a folha de pagamento das empresas.

- Não dá para tirar renda das pessoas. Há medidas que podem ajudar na manutenção de empregos, como a desoneração da folha por tempo curto - afirma.

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre), Marcel Balassiano tem opinião diferente. O economista afirma que, apesar da possível baixa salarial, os empregados seguiriam com os benefícios assegurados em carteira assinada, situação inversa à de trabalhadores informais.

- Em momento como este, o essencial é minimizar perdas. É melhor ter redução de salários do que demissões. O funcionário formalizado terá rendimento garantido no final do mês. O motorista de aplicativo, não. A crise é transitória, e a medida é necessária.

Vouchers

Economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini entende que, para entrar em vigor, o corte de jornadas e salários teria de ser combinado com ações em setores diversos da economia. Isso envolveria baixa nas margens de lucro de companhias que prestam serviços à população, diz Agostini:

- Quem ficará em casa terá maior consumo de água, luz e gás. Se o salário for reduzido, as tarifas também serão? Se os empregados

aceitassem o corte, os demais setores também teriam de contribuir.

(7)

O Ministério da Economia também divulgou ontem que deve propor ao Congresso, via projeto de lei, o pagamento dos primeiros 15 dias de afastamento de trabalhadores que forem infectados pelo coronavírus. Na quarta-feira, a pasta havia anunciado a distribuição de vouchers mensais de R$ 200 para a população sem trabalho formal e não coberta por programas como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC, direcionado a idosos carentes).

Para implementar a medida, o governo pediu ao Congresso que reconheça estado de calamidade pública no país. Assim, o Planalto poderia aumentar gastos, descumprindo a meta fiscal neste ano. O projeto foi aprovado na Câmara e deve ser votado hoje no Senado.

- O repasse para trabalhadores informais é válido, mas insuficiente. O governo tem dificuldades, mas situações extremas exigem medidas extremas - pontua Ely.

Balassiano elogia a distribuição dos vouchers e frisa que as ações do Executivo devem ter foco em grupos como o de informais.

- A entrega dos R$ 200 será importante. É preciso centralizar ações nos mais vulneráveis. O que foi anunciado até agora é suficiente? Nada é suficiente em um momento como este. Como o ministro Paulo Guedes disse, a cada 48 horas podem ser confirmadas novas medidas - conclui Balassiano.

Quais são os direitos das empregadas domésticas

Mesmo em tempos de quarentena e trabalho a distância, há quem não tenha o privilégio de abrir mão do deslocamento diário, muitas vezes no transporte público. Um dos setores mais afetados, por exemplo, é o das empregadas domésticas e diaristas. Na terça-feira, uma nota técnica do Ministério Público do Trabalho orientou empregadores a liberarem as domésticas e diaristas de seus postos, mantendo o pagamento dos salários. A negociação pode ser feita entre a trabalhadora e o patrão. Na prática, não tem sido tão simples.

Conforme a advogada Aretha Azevedo dos Santos, esta classe é muito vulnerável, sendo formada, principalmente, por mulheres mais velhas, moradoras de regiões periféricas que necessitam de transporte coletivo:

- São cerca de 6 milhões de domésticas no Brasil. Em boa parte, pessoas que não têm plano de saúde e dependem do SUS. Para que a gente consiga achatar a curva da epidemia, evitando um pico no sistema, devemos redobrar atenção com elas.

Para a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Luiza Batista, nos casos em que patrões dispensarem sem pagamento, é importante pedir um comunicado por escrito. Isso porque mesmo nos casos de trabalho semanal menor do que dois dias - ou seja, sem vínculo empregatício -a constância da atividade pode configurar prestação de serviço e resguardar direitos.

- A empregadora deve se comprometer a custear os dias afastados. As pessoas precisam saber que, como o patrão precisa pagar as contas, a trabalhadora também - adverte Luiza.

A diarista Terezinha dos Santos, 60 anos, passa por essa situação. Foi dispensada do trabalho para evitar exposição aos riscos, mas

teve o pagamento suspenso.

(8)

- Tenho as contas e não tenho dinheiro para pagar. Não sei até quando vai durar essa coisa de vírus. É complicado, pois sempre trabalhei para fora. O fim do mês vai ser triste - lamenta.

Nos casos em que a dispensa não puder ser feita, devem ser fornecidos equipamentos de proteção individual (EPIs), principalmente, álcool gel.

20/03/2020 | Zero Hora | Notícias | 25

Sindisaúde protesta contra falta de itens de proteção

Sindicatos que representam profissionais da saúde relatam reclamações das categorias sobre a escassez ou falta de equipamentos de proteção individual (EPIs). Uma manifestação foi realizada por uma das entidades na manhã de ontem, em Porto Alegre. Por outro lado, hospitais e a Secretaria Municipal de Saúde da Capital garantem que estão seguindo protocolos e que não há carência de materiais.

O protesto do Sindisaúde-RS, que representa técnicos de enfermagem e outros profissionais da saúde, ocorreu em frente ao Hospital Mãe de Deus. Com faixas e equipamentos de proteção, manifestantes permaneceram cerca de duas horas em frente à casa de saúde.

Segundo a entidade, as reclamações têm partido também de profissionais da Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas e do Grupo Hospitalar Conceição.

- É essencial ter equipamentos de proteção para os profissionais que estão expostos. A máscara N95 precisa ser ampliada para todos os trabalhadores que atuam com pacientes que podem estar infectados - afirma o presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien.

Diretora do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Márcia Barbosa também diz que a categoria tem reclamado da falta de alguns equipamentos de proteção. Outra reivindicação é que as consultas e cirurgias eletivas não sejam mantidas - medida que foi atendida ontem por hospitais da Capital.

- Tivemos muitas reclamações em razão das consultas serem mantidas, com filas de pacientes. E também em relação aos equipamentos. Sobre as máscaras de proteção não estarem sendo devidamente fornecidas - disse.

Além dos hospitais, o Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs) relata que recebeu depoimentos de profissionais que atuam em postos de saúde da Capital. Foram comunicadas ao sindicato reclamações de falta de máscara N95, avental cirúrgico, de óculos de proteção, de álcool 70% e de álcool gel.

As reclamações também teriam ocorrido em outros municípios do Estado. Em parceria com outras entidades, o sindicato tem feito contato com as prefeituras.

- Os profissionais da saúde têm de usar proteção. Mas há instituições que estão achando que não é assim. Estamos recebendo

reclamações dos enfermeiros em relação a essa percepção de que não é todo mundo que deve usar máscara. Mas há casos

assintomáticos, que preocupam. Os colegas relatam essa falta de material e nós questionamos os órgãos responsáveis - explica a

presidente do Sergs, Cláudia Franco.

(9)

Contrapontos

O QUE DIZ O DIRETOR TECNICO DO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO, FRANCISCO ZANCAN PAZ

— Atualmente não temos nenhum paciente por coronavírus. Muitos (profissionais) querem usar EPI, mas temos critérios Estamos fazendo controle firme para evitar desperdício ou uso inadequado. Tem que ter regramento, usar de forma correta, na situação adequada e na quantidade que oprotocolo manda. Há um controle de distribuição. Não temos problemas de abastecimento, mas se não tornarmos controle criterioso, vamos ter no futuro.

O QUE DIZ O HOSPITAL MÃE DE DEUS

O Hospital Mãe de Deus informou que "está seguindo o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o fornecimento de EPIs aos seus funcionários". A instituição afirmou que possui estoque disponível e que continuará fornecendo segundo orientações da OMS. "Reforçamos que oHospital Mãe de Deus está tomando, junto à área de Qualidade e Segurança da instituição, todas as medidas cabíveis para a proteção de nossos funcionários e pacientes".

O QUE DIZ A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

A Santa Casa de Misericórdia informou que "não há falta de nenhum tipo de suprimento para o processo assistencia de seus hospitais, incluindo os EPIs".

O QUE DIZ O HOSPITAL DE CLÍNICAS

O Hospital de Clínicas informou que "conta com equipamentos e proteção individual (EPIs) adequados e suficientes para a atuação de suas equipes em estoque". A instituição relatou ainda que as "áreas onde os EPis estão disponibilizados seguem os critérios e recomendações técnicas em vigência". O hospital também afirmou que "atua, preventivamente, na compra de mais equipamentos, e, como o mercado tem dificuldades no fornecimento, o uso dos recursos é feito de maneira racional para garantir a devida proteção às equipes e a qualidade da assistência".

O QUE DIZ O HOSPITAL SÃO LUCAS

O Hospital São Lucas da PUCRS "destaca que está com todos os seus esforços direcionados para as açõe preventivas à covid-19, seguindo as normas de segurança estabelecidas pela Vigilância Sanitária". O hospital garantiu ainda "que oferta a todos os colaboradores os equipamentos de proteção individual (EPI's) necessários aos atendimentos". A instituição afirmou, no entanto, que

"orienta os colaboradores quanto ao uso consciente e responsável, seguindo todas as normas de segurança e critérios clínicos adequados para cada um dos EPI's".

O QUE DIZ A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, não há falta de equipamentos de proteção individual para os servidores das unidades de saúde.

Segmento: Outras Universidades

20/03/2020 | Correio do Povo | Ensino | 13

Agenda do ensino

Unipampa: A Reitoria da Universidade Federal do Pampa informou ontem que, conforme o Ofício Circular 4/2020, a suspensão das atividades na Unipampa passa a valer por tempo indeterminado. Novas medidas serão divulgadas a qualquer momento, e o retorno às atividades será anunciado com antecedência.

Ufrgs: Hoje, os Restaurantes Universitários dos campi Centro (RU01), Saúde (RU02) e Agronomia (RU04), da Universidade

Federal do RS, fornecerão o jantar por meio de marmita, das 18h às 18h30min. As refeições devem ser retiradas, não podendo ser

consumidas dentro dos restaurantes. Os demais RUs permanecerão fechados. E a partir de 23/3, as refeições devem ser solicitadas

pelo formulário eletrônico disponível no link https://forms.gle/23jGu3WGA8h4Ly6d6. Esclarecimentos pelo

dal_atendimento@ufrgs.br.

(10)

UFSM: Hoje, às 10h, a Universidade Federal de Santa Maria transmitirá, ao vivo, o “UFSM Responde”, uma live tira-dúvidas sobre o coronavírus. Perguntas podem ser enviadas ao longo da exibição, para farol.ufsm.br, ou através das redes sociais da UFSM ou do Gabinete do Reitor.

20/03/2020 | Jornal NH | Especial | 4

Preocupação crescente com propagação do novo coronavírus

Governo do Estado e prefeituras da região decretaram mais medidas para evitar que a Covid-19 se espalhe e circulação de pessoas fica restrita

O dia de ontem foi de escalada na preocupação com o avanço da pandemia de coronavírus e, ao mesmo tempo, notícias de esperança. Na esfera regional, houve decretos especiais com medidas de contenção em Estância Velha. Em Novo Hamburgo, aguarda-se para hoje ou segunda-feira novas medidas, ainda mais fortes do que aquelas já anunciadas na quarta-feira.

E no Estado, o governador Eduardo Leite decretou situação de calamidade pública, com uma série de medidas que incluem restrição ao deslocamento e limitações nas compras nos supermercados. No panorama mundial, a Itália já ultrapassou as mortes da China, até então epicentro da pandemia. Por outro lado, a quinta-feira também foi de boas notícias, tanto no mundo quanto na região.

Nos Estados Unidos, surgiu a esperança de que um medicamento já em uso para outra doença possa ser usado efetivamente para a Covid-19. No Reino Unido, uma nova droga entrou em fase de testes com seres humanos. E em Novo Hamburgo, a ciência também promete começar a ajudar na prevenção e combate ao coronavírus, porque a Feevale recebeu amostra inativas do vírus e agora está habilitada a começar a fazer testes, auxiliando a rede de saúde no combate.

Emergência em Estância

A prefeita de Estância Velha, Ivete Grade decretou situação de emergência no município. O decreto 021/2020 suspende todo e qualquer evento privado que implique em aglomeração de pessoas, visitações a parques e atividades em Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações comunitárias, a realização de cultos religiosos, festas, bailes, shows e eventos em geral.

Ainda pelo decreto ficam proibidas as atividades e os serviços privados não essenciais, determina o fechamento de academias, centros de treinamentos, centros de ginástica, Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), sociedades e clubes esportivos, independentemente da aglomeração de pessoas. Os serviços de alimentação, restaurantes e lanchonetes deverão adotar medidas de prevenção e garantir que a lotação do espaço não exceda a 50% da capacidade máxima prevista no alvará de funcionamento ou PPCI.

Menos movimento

Nas ruas de Novo Hamburgo, menos carros. Até nas vias em que o movimento gera engarrafamentos, era possível circular com tranquilidade. Vagas de estacionamento rotativo sobrando.

Pedestres conseguiam atravessar na faixa de segurança sem precisar aguardar a generosidade de algum condutor. Praça do Imigrante, Bancas e Calçadão Osvaldo Cruz em ritmo de feriado em plena quinta-feira. Foi assim ontem e deve ser assim, de forma mais expressiva, nos próximos dias.

Feevale se prepara e aguarda kits para testes

A Universidade Feevale está preparada para realizar os exames de diagnóstico do novo coronavírus em pacientes da região, através de parcerias com municípios. Por volta das 8h30 de ontem, a instituição recebeu controles positivos do SARS- -CoV-2, vírus que provoca a Covid-19.

A amostra inativada, que não tem a capacidade de infectar pessoas, mas que pode auxiliar no combate à propagação da doença.

(11)

Nesse momento no Rio Grande do Sul, apenas o Laboratório Central do Estado (Lacen), além de estabelecimentos particulares, estão habilitados a fazer os testes.

“Nós analisamos e vimos que temos condições técnicas e humanas para colaborar com a detecção de pessoas contaminadas. É a contribuição que podemos dar para mitigar esse problema”, destaca o reitor da Feevale, Cleber Prodanov. Para firmar a parceria, os municípios onde a universidade tem atuação já foram contatados e fica a cargo deles a aquisição dos kits para os exames.

“Nós não atenderemos ao público diretamente. Todo material vai chegar por meio das Secretarias de Saúde e ficaremos responsáveis pelos diagnósticos. Faremos a doação do nosso trabalho e da infraestrutura”, explica o professor do mestrado em Virologia, Fernando Spilki, que será um dos coordenadores do trabalho. A Feevale fica no aguardo da chegada de reagentes e materiais específicos para possibilitar a detecção.

“Até a próxima semana, devemos trabalhar com a padronização da técnica, esperando os reagentes. Depois, são necessários os kits e as coletas, para começarmos a atender a demanda”, acrescenta Spilki. Em um primeiro momento, a expectativa é realizar por volta de 50 exames por dia, com um prazo de entrega de 24 a 48 horas após a chegada no laboratório.

“Nos outros países, vimos que a doença tem feito forte pressão no sistema de saúde. Só no Estado, são quase 500 municípios que têm o Lacen como referência. Com o trabalho da universidade, aumentaremos a capacidade de testes no Vale do Sinos e nas áreas próximas”, ressalta Prodanov.

O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, afirmou que as prefeituras estão em busca dos kits, mas com dificuldade. “O Estado está com limitação de materiais. A princípio serão 2 mil testes, conforme demanda de cada município”, conclui.

Município vai montar um centro de triagem

Novo Hamburgo terá um centro de triagem e internação para casos suspeitos de coronavírus. A estrutura está sendo montada junto ao Hospital Municipal e a expectativa é de que comece a funcionar neste final de semana, conforme anunciou a prefeita Fatima Daudt durante o programa Ponto e Contraponto, da Rádio ABC, na manhã de ontem. Todas as pessoas com sintomas da doença serão orientadas a buscar atendimento no espaço. A medida tem como objetivo evitar a propagação da Covid-19.

“A Itália nos mostrou que quando você atende pessoas com suposta contaminação em várias unidades de saúde, elas podem acabar disseminando o vírus. Então, é importante termos um centro de triagem e internação, concentrando tudo em um ambiente só”, explica. Grupo técnico De acordo com Fatima, na última quarta-feira foi realizada uma visita com o grupo técnico no local e a evacuação da área já está ocorrendo. “O centro vai ficar totalmente isolado do hospital, sem acesso por ele. A entrada será por uma rua lateral, que também permanecerá isolada”, descreve, em relação à Rua Henri Dunant. O plano de ação está pronto e a ideia é de que o funcionamento inicie neste final de semana.

“Vai depender muito dos insumos. É importante dizer que no Brasil não há mais insumos. A gente não está conseguindo adquirir aventais impermeáveis e a própria máscara está difícil”, ressalta. A preocupação também é com os profissionais da saúde. “A falta de equipamentos de segurança é um problema bem sério, porque temos que cuidar do nosso cidadão, além de proteger os nossos enfermeiros e médicos, que estão na linha de frente”, pontua.

Lojistas e comerciários adotam medidas

Lojas de Novo Hamburgo e Campo Bom podem estar fechadas hoje. É que o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) de Novo Hamburgo com o Sindicato dos Empregados no Comércio, que abrange os dois municípios, adotaram uma medida emergencial que antecipa férias coletivas e individuais e banco de horas, visando manter o esforço de manter em casa o maior número de comerciários.

Tanto a diretora executiva do Sindilojas, Carla Feller, como a presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio, Maria Cristine

(12)

Mendes, abordam a possibilidade de estabelecimentos fecharem nesta sextafeira, embora a medida dá um prazo para que os lojistas se organizem a partir de segunda-feira. Na prática, o sindicato dos comerciários fará um adendo ao acordo coletivo prevendo a utilização de banco horas por um ano bem como a liberação do aviso de férias antecipado, tanto para as coletivas e individuais.

Maioria das academias fica fechada na cidade

A maioria das academias de Novo Hamburgo não abriu na manhã de ontem. Em uma ronda realizada pela reportagem do Jornal NH em estabelecimentos, localizados nos bairros Industrial, Boa Vista, Hamburgo Velho e Canudos, apenas duas estavam abertas.

Dessas, uma fecharia no final da manhã e a outra nesta sexta-feira.

O artigo 7 do decreto 9.160 da Prefeitura diz que fica vedado o funcionamento de academias, centros de treinamento, centros de

ginástica e cinemas, independente da aglomeração de pessoas. João Rafael Brand abriu a academia às 6h30 e apenas dois alunos

foram ao local. Com o celular nas mãos, ele publicou nas redes sociais da academia a informação sobre o fechamento.

Referências

Documentos relacionados

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresenta à categoria e à sociedade em geral o documento de Referências Técnicas para a Prática de Psicólogas(os) em Programas de atenção

For additional support to design options the structural analysis of the Vila Fria bridge was carried out using a 3D structural numerical model using the finite element method by

Apesar da longa distância dos grandes centros urbanos do país, Bonito destaca- se, regionalmente, como uma área promissora dentro do Estado de Mato Grosso do Sul. Bonito,

forficata recém-colhidas foram tratadas com escarificação mecânica, imersão em ácido sulfúrico concentrado durante 5 e 10 minutos, sementes armazenadas na geladeira (3 ± 1

Não houve diferenças estatísticas no tipo de bactéria isolada segundo os grupos definidos (Streptococcus sp, outros aeróbios e anaeróbios) com relação ao uso ou não

F REQUÊNCIAS PRÓPRIAS E MODOS DE VIBRAÇÃO ( MÉTODO ANALÍTICO ) ... O RIENTAÇÃO PELAS EQUAÇÕES DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES ... P REVISÃO DOS VALORES MÁXIMOS DE PPV ...

Este estudo tem como objetivos identificar os níveis de trauma manifestados e de estratégias de coping utilizadas pelos TEPH; caracterizar os incidentes mais

[Informar a data, o nome e a assinatura do dirigente máximo que aprovou o documento Termo de Abertura do Projeto antes deste projeto ser solicitado ao Governador pelo