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I DENTIFICAÇÃO DO VOLUME RESIDUAL EM EQUIPOS DE SOLUÇÕES PARENTERAIS APÓS ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

I DENTIFICATION OF RESIDUAL VOLUME IN PARENTERAL SOLUTION SETS AFTER MEDICATION ADMINISTRATION

I DENTIFICACIÓN DEL VOLUMEN RESIDUAL EN EQUIPOS DE SOLUCIONES PARENTERALES TRAS ADMINISTRACIÓN DE MEDICAMENTOS

Vânea Lucia dos Santos Silva

I

Márcia Lúcia de Souza Furlan

II

Suzele Cristina Coelho Fabrício-Wehbe

III

IEnfermeira, Graduada no Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: vanealucia@uol.com.br.

IIEnfermeira, Mestre, Professora do Departamento de Enfermagem do Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail:

mlsfurlan@gmail.com.

IIIEnfermeira, Doutora, Professora do Departamento de Enfermagem do Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail:

suzelecris@ig.com.br.

RESUMO:

RESUMO:

RESUMO:

RESUMO:

RESUMO: O objetivo deste estudo foi identificar o volume residual nos equipos de soluções parenterais utilizados na administração de medicamentos por via endovenosa e propor ação de enfermagem para eliminá-lo. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa, realizada no laboratório de um centro universitário do interior paulista, em 2009. Foram selecionados 12 equipos de soluções parenterais. Foi identificada a existência de volume residual nos equipos que variou de 10,2 ml a 15,3 ml. A ação de enfermagem proposta para eliminar o volume residual consiste na utilização de equipos com bureta e preenchimento da extensão do equipo com 20 ml de soro fisiológico 0,9% ou solução compatível, após a infusão do medicamento. Este estudo representa esforço na tentativa de promover a precisão com a qual a enfermagem deve trabalhar, aumentando as chances de uma resposta terapêutica mais efetiva.

Palavras-chave:

Palavras-chave:

Palavras-chave:

Palavras-chave:

Palavras-chave: Enfermagem; erros de medicação; infusões intravenosas; equipamento.

ABSTRACT ABSTRACT ABSTRACT ABSTRACT

ABSTRACT::::: This research aimed at identifying the residual volume in parenteral solution sets used for intravenous medication administration and to propose nursing action in order to eliminate it. A descriptive and quantitative research was carried out at the Laboratory of a University Center in the backlands of the state of São Paulo State, Brazil, in 2009. Twelve parenteral solution sets were selected. Residual volume identified in the sets ranged between 10.2 ml and 15.3 ml. The nursing action proposed for the elimination of the residual volume is to use sets with a burette and fill up the size of the set with 20 ml of 0.9% physiological saline solution or a compatible solution, after the drug infusion. This study attempts to enhance the precision nursing should work with to increase effectiveness in therapeutic response.

Keywords Keywords Keywords Keywords

Keywords: Nursing; medication errors; infusions, intravenous; equipment.

RESUMEN:

RESUMEN:

RESUMEN:

RESUMEN:

RESUMEN: La finalidad de este estudio fue identificar el volumen residual en los equipos de soluciones parenterales utilizados en la administración endovenosa de medicamentos y proponer acción de enfermería para eliminarlo. Se trata-se de una investigación descriptiva, cuantitativa, efectuada en el laboratorio de un centro universitario del interior paulista - Brasil, en 2009. Fueron seleccionados 12 equipos de soluciones parenterales. Fue identificada la existencia de volumen residual en los equipos que varió de 10,2 ml a 15,3 ml. La acción de enfermería propuesta para eliminar el volumen residual consiste en la utilización de equipos con bureta y relleno de la extensión del equipo con 20 ml de soro fisiológico 0,9% o solución compatible, tras la infusión del medicamento. Este estudio intenta promover la precisión con la cual debe trabajar la enfermería, aumentando las chances de una respuesta terapéutica más efectiva.

Palabras clave:

Palabras clave:

Palabras clave:

Palabras clave:

Palabras clave: Enfermería; errores de medicación; infusiones intravenosas; equipo.

I NTRODUÇÃO

M edicamento ou droga é qualquer substância química empregada na prevenção, diagnóstico e tra- tamento de doenças, auxiliando, melhorando ou ini- bindo uma função orgânica

1,2

. Remédio é um termo

mais amplo que indica todos os recursos para aliviar a

dor, desconforto ou a enfermidade. Assim, o repouso,

a psicoterapia, a fisioterapia, a acupuntura, o soro ca-

seiro e o sono, entre outros, são considerados remé-

(2)

correto; preparo incorreto de medicação; técnicas in- corretas; medicamentos deteriorados. Podem ocorrer erros relacionados a deficiências na formação acadê- mica, inexperiência, negligência e desatualização quan- to aos avanços tecnológicos e científicos, ao manejo de equipamentos, como bomba de infusão, cateteres, en- tre outros

9-11

. Ainda, em estudo recente identificou-se que há volume residual em seringas e agulhas após a administração do medicamento pelas vias parenterais.

O estudo detectou que a dose de um medicamento pode ser aplicada incorretamente, principalmente quando tratar-se de dosagens pequenas

12

.

A educação continuada dos profissionais é uma das metas a ser alcançada, pois permite ampliar os conhecimentos técnicos, científicos e éticos em be- nefício do paciente e da própria equipe de enferma- gem

12

. Infelizmente os erros, no preparo e na admi- nistração de medicamentos, são uma triste realidade no trabalho dos enfermeiros, e a busca por formas para reduzir os riscos potenciais de ocorrência de er- ros de medicação, bem como o desenvolvimento de estratégias para minimizá-los, tem merecido a aten- ção de vários pesquisadores e organizações.

A preocupação em assistir o paciente de forma integral e sem causar danos levou as pesquisadoras a questionar a forma como são administrados os medi- camentos pela via endovenosa. Desse modo teve-se como objetivo identificar o volume residual contido nos equipos de soluções parenterais, após adminis- tração de medicamentos pela via endovenosa, e pro- por ação de enfermagem para eliminar esse volume.

A informação sobre a comprovação e a deter- minação desse volume residual poderia contribuir para a conscientização do profissional ao promover esse cuidado de enfermagem e facilitar a adoção de medidas que possibilitem a infusão completa da dose prescrita, minimizando a ocorrência de erros relaci- onados à dose dos medicamentos.

R

EFERENCIALTEÓRICO

A principal vantagem da administração endove- nosa de medicamentos é a absorção rápida. Nesta via de administração, os medicamentos são injetados direta- mente na corrente sanguínea. Isto é importante, sobre- tudo numa situação de emergência, quando o paciente precisa de medicação imediatamente. Quando são ne- cessárias doses repetidas de medicação parenteral, este sistema também elimina a dor de múltiplas injeções.

Uma desvantagem desta via é que uma droga injetada por engano exerce o seu efeito de imediato

5

.

Os equipos ligam o frasco do medicamento, ad- ministrado por via endovenosa, aos dispositivos utili- zados para a punção venosa, os cateteres periféricos, como: cateteres agulhados – scalp, cateteres sobre agu- lha, cateteres sob agulha, cateteres de linha média, ca- dios, embora o termo seja utilizado por pessoas leigas

quando se referem apenas ao medicamento

3

. Esse é o principal meio de terapia pelo qual os médicos tra- tam os clientes com problemas de saúde. Apesar de os medicamentos beneficiarem os clientes de várias maneiras, podem ter efeitos colaterais ou causar da- nos quando administrados de forma imprópria

4

.

A terapia farmacológica faz parte da assistência pres- tada a muitos pacientes pela equipe de enfermagem. A administração segura e apurada dos medicamentos é uma das responsabilidades mais importantes do enfermeiro

4,5

. O conceito farmacológico de dose refere-se à quan- tidade de medicamento que um paciente deve receber para modificar seu estado de enfermidade. Dessa forma, o objetivo das doses horárias é manter o nível plasmático do medicamento dentro do limite mínimo necessário para a presença do terapeuticamente esperado e máxi- mo de distribuição plasmática, em que a presença de eventos adversos supera o tolerável pelo paciente

6

.

As ações do pessoal de enfermagem na imple- mentação terapêutica podem interferir nesse proces- so, visto ser de sua responsabilidade a administração do medicamento. Nesse contexto, o ato e o dever da aferição de dose ganham extrema relevância

7

.

As vias de administração são os locais do orga- nismo onde o medicamento será administrado. Com- preendem: via enteral: envolve a administração de me- dicamentos por via oral, sublingual e via retal; via parenteral: os medicamentos são administrados atra- vés de seringas, soluções e agulhas estéreis. As vias parenterais mais comuns são: a subcutânea, intradér- mica, intramuscular e intravenosa; aplicação tópica: os medicamentos são aplicados na pele e mucosas, geral- mente visando um efeito local ou sistêmico

1,2

.

A escolha da via para se administrar o medica- mento depende das suas propriedades e do efeito dese- jado, assim como da condição física e mental do clien- te. A terapia por via endovenosa (EV) abrange tanto riscos quanto benefícios e a administração incorreta pode acarretar resultados desastrosos para o paciente

4

. Os medicamentos administrados erroneamente podem afetar os pacientes, causando prejuízos/danos, reações adversas, lesões temporárias ou permanentes e até a morte, em caso de gravidade da ocorrência

8

.

A literatura de enfermagem, assim como a literatu-

ra médico-legal, relatam erros praticados pela enferma-

gem, médicos e farmacêuticos no tocante ao medicamen-

to. Na maioria dos casos o erro poderia ser evitado se o

profissional de saúde tivesse seguido exatamente o pro-

cedimento correto de administração de medicamentos

5

.

Os erros mais comuns relacionados à aplicação

de medicamento, identificados na literatura nacional,

são as trocas da via de administração; erro de dose e

volume; omissão; administração de uma medicação não

prescrita pelo médico; troca de paciente; horário in-

(3)

teteres de duplo-lúmen e cateteres de localização cen- tral

13

. Estes são materiais médico-hospitalares consi- derados críticos do ponto de vista da assistência, pelo seu potencial de risco para os pacientes, e que são en- contrados no mercado em grande diversidade no que se refere à qualidade, preço e indicação de uso.

Os tipos de equipos variam conforme os fabrican- tes. Podem ser diferentes quanto ao tipo de gotejamento, porém todos apresentam componentes básicos. Além disso, vários tipos de acessórios são utilizados para au- mentar a eficiência e acurácia da infusão de soluções endovenosas

13

.

A avaliação da qualidade dos equipos tem sido fei- ta, basicamente, em função das conexões com os frascos de soluções e com os cateteres, omitindo-se, frequente- mente, a avaliação de aspectos importantes como a pre- cisão do gotejamento e o volume residual encontrado nos mesmos

14

.

O equipo de infusão é caracterizado, pela Associa- ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como dis- positivo para infundir soluções endovenosas de uso úni- co, estéril e apirogênico

14

.

As características que determinam a qualidade de um equipo de infusão são apresentadas pela Norma Bra- sileira (NBR) 14041, da ABNT, como requisitos para confecção, componentes, esterilidade, características físicas, químicas e biológicas

14

. Para cada um dos requi- sitos citados, a normalização apresenta um método de ensaio para avaliação da eficiência do item em questão.

Os medicamentos administrados devem conter a dose prescrita pelo médico que assiste o paciente, portanto o conteúdo do frasco de medicamento deve ser infundido completamente para que o paciente re- ceba a dose correta. Porém, é comum observar que uma quantidade de medicamento não consegue chegar à veia do paciente, ou seja, fica retida dentro da extensão do equipo, que foi denominado volume residual. Esta quantidade, em muitos casos, é desprezada juntamen- te com o equipo, o que deixa de garantir um dos cinco certos da medicação, a dose certa.

Estudo relata que, se houver resíduo no equipo de infusão endovenosa, a perda é proporcionalmente maior quanto mais concentrada a droga

15

. Erros decorrentes de resíduos de antibióticos no equipo após administração já foram identificados anteriormente

16,17

.

Estudo brasileiro, norteador de práticas na área da saúde, recomenda a adição de 20 ml de soro fisiológico (SF) ao final da dose intravenosa na bolsa do medica- mento, deixando o restante da dose fluir

15

. No mesmo estudo há relato de não terem encontrado recomendação alternativa na literatura básica consultada sobre admi- nistração de medicamento pela enfermagem, exceto ob- servação de rotina para lavagem dos dispositivos utiliza- dos no processo de infusão com 20 ml de solução

7

.

A utilização de bombas de infusão auxilia no con- trole de fluxo da infusão, mas apresentam falhas nesse

controle e necessitam, igualmente, de que o equipo seja preenchido para que toda a dose seja administrada

15

.

Considerando que o problema relatado é de relevân- cia, independente do valor residual identificado, é necessá- ria mudança de conduta que possibilite a introdução endovenosa de todo o medicamento prescrito.

M ETODOLOGIA

T rata-se de uma pesquisa descritiva e quantitativa, que almeja a geração de conhecimentos para orientar a prática de enfermagem

18

.

O estudo foi realizado no laboratório de enfermagem de um centro universitário no interior paulista durante o ano de 2009. Esse laboratório é utilizado como suporte no processo de ensino/aprendizagem por docentes e alunos, no desenvolvimento de disciplinas com conteúdo prático do Curso de Enfermagem, principalmente na disciplina de Semiologia e Semiotécnica. A coordenação do Curso de Enfermagem autorizou a realização do estudo.

De acordo com as Diretrizes e Normas Regula- mentares de Pesquisa envolvendo Seres Humanos (Re- solução n

o

196, do Conselho Nacional de Saúde, de 10 de outubro de 1996), não foi necessária a apreciação de um Comitê de Ética, pois este estudo não envolveu se- res humanos em sua metodologia.

Para obtenção dos dados, realizou-se aquisição de 12 equipos para soluções parenterais produzidos por seis fabricantes. A escolha das marcas foi aleatória, sem a de- terminação de critério. O fabricante denominado A foi representado por três modelos de equipo, os fabricantes B, D, E e F foram representados por um cada e o C contou com cinco modelos. Dos 12 equipos para soluções parenterais, nove tinham o gotejamento em macrogotas e três em microgotas. Além disso, apresentavam diferen- ças quanto à sua constituição, descritas na Figura 1.

Características Características Características Características Características

TTTTTipos de ipos de ipos de ipos de ipos de Fabri-

Fabri- Fabri-

Fabri- Fabri- TTTTTipos de c a n t e c a n t e c a n t e c a n t e c a n t e ipos de ipos de ipos de ipos de câmara de gotas gotas gotas gotas gotas gotejamento gotejamento gotejamento gotejamento gotejamento câmara de câmara de câmara de câmara de Acessórios Acessórios Acessórios Acessórios Acessórios

A1 Macrogotas Flexível Entrada de ar

A2 Microgotas Flexível Fotossensível, Intrafix FS A3 Macrogotas Flexível Il Slip

B1 Macrogotas Flexível Injetor, entrada de ar, filtro C1 Microgotas Rígida Injetor lateral

C2 Macrogotas Flexível Flash ball C3 Macrogotas Rígida Plug

C4 Macrogotas Flexível Filtro de ar 15 micra lat, L. Lock

C5 Macrogotas Flexível Injetor lateral, Flash ball D1 Macrogotas Flexível Injetor

E1 Macrogotas Flexível Entrada de ar, Injetor lat.

em Y F1 Microgotas Rígida Simples FIGURA 1:

FIGURA 1:

FIGURA 1:

FIGURA 1:

FIGURA 1: Características dos equipos para soluções parenterais

utilizados. Ribeirão Preto-SP, 2009.

(4)

O procedimento para verificar os volumes de solução da câmara de gotejamento e da extensão do equipo foi realizado em vários passos, permitindo ob- ter o valor, em mililitros, que permanece nessas par- tes do equipo, denominado volume residual, após a infusão parenteral contida no frasco.

Para maior confiabilidade do procedimento ado- tado, as pesquisadoras realizaram coletas, em caráter experimental, como um pré-teste, para averiguar com- parativamente os dados obtidos e checar sua viabili- dade na execução da pesquisa. Ao atingir indicativos satisfatórios, definiu-se a sequência dos passos para se obter uma coleta com precisão.

O primeiro passo foi identificar cada equipo com fita adesiva contendo a letra designativa do fabricante (A, B, C, D, E ou F) e também um número que represen- tasse os tipos encontrados em cada uma das marcas (A1, A2, A3, B1, C1, C2, C3, C4, C5, D1, E1, F1), e dos seus acessórios. Na sequência, a altura média da câmara de gotejamento foi determinada com uso de fita métrica, e identificada com fita adesiva, para estabelecimento do nível de solução a ser medido, para que o padrão estabe- lecido fosse o mesmo para todos os equipos.

A verificação do comprimento da extensão do equipo, com o auxílio de uma fita métrica fixada em uma superfície plana, precedeu o preenchimento do equipo com SF 0,9% até o ponto determinado como altura média da câmara de gotejamento. Esta medida foi realizada porque cada equipo possui uma medida diferente em sua extensão.

Após desconectar o equipo do frasco de SF 0,9%, posicionou-se a ponta distal da extensão do equipo em um instrumento graduado (proveta) de 25 ml, com escala de 0,2 ml.

A pinça que permite controlar o gotejamento do fluxo de soro, inerente a cada equipo, foi aberta e o conteúdo da câmara de gotejamento foi esgotado em uma proveta. Em seguida, em outra proveta, foi esgo- tado o conteúdo da extensão do equipo. Dessa forma, estabeleceu-se o volume residual de solução nos 12 equipos selecionados.

R ESULTADOS E DISCUSSÃO

O s resultados obtidos quanto à determinação do volume residual de solução na metade distal da câmara de gotejamento e na extensão do equipo se encontram na Figura 2.

O comprimento do equipo oscilou de 124 a 148 cm, com média de 132,3 cm. O tubo, ou extensão de PVC (ou polietileno, em caso de drogas específicas), do equi- po, segundo a ABNT, deve ser transparente, de forma a permitir a visualização de possíveis bolhas de ar

14

. Além disso, deve ter um diâmetro interno não inferi- or a 2,7 mm e o comprimento distal até a câmara de gotejamento não deve ser menor que 120 cm. Todos os

equipos utilizados no estudo em questão estavam de acordo com a norma anteriormente citada.

Foi possível constatar as diferenças existentes en- tre os tipos de equipos utilizados, para este estudo, e de- terminar as variações entre os volumes obtidos. O volu- me residual total é a soma do volume médio da câmara de gotejamento e o volume da extensão do equipo. Consi- derando os vários equipos avaliados, constatou-se valo- res de volume residual total de 10,2 a 15,3 ml, com média de 12 ml. Se considerar apenas o volume médio da câmara de gotejamento, o menor valor foi de 2,4 e o maior de 4,8 ml, com média de 3,2 ml. Quanto à avaliação da extensão do equipo o menor volume obtido foi 7,2 e o maior foi 10,6 ml, caracterizando uma média de 8,8 ml.

O volume residual encontrado em todos os equi- pos, utilizados no estudo, não está de acordo com o preconizado pela ABNT, a qual indica que o volume residual na extensão do equipo deve ser o menor pos- sível, de forma a possibilitar a manipulação de um vo- lume de solução mais próximo da dose indicada, dimi- nuindo, dessa forma, o desperdício de medicamentos

14

. Considerando estudos anteriores, existem equipos com capacidade de preenchimento de 5 ml, 8 ml e 20 ml, variações estas que vão depender do fabricante, assim, os dados do presente estudo podem ser considerados compatíveis com a literatura

7

.

Quando se administra um fármaco por via endovenosa, toda a dose penetra na circulação sistêmica, por conseguinte, esta via possui disponibi- lidade sistêmica de 100%. Em termos farmacológicos, as doses precisam ser rigorosamente obedecidas para atingir perfis de disponibilidade sistêmica ideais para cada fármaco prescrito e administrado

19

.

Considera-se a dose de medicamento completa- mente infundida quando não restar solução medica- mentosa na câmara de gotejamento e na extensão do

Câ Câ Câ Câ Câ mara de mara de mara de mara de mara de Extensão Extensão Extensão Extensão Extensão V V V V Volume olume olume olume olume Equipos

Equipos Equipos Equipos

Equipos gotejamento gotejamento gotejamento gotejamento gotejamento do do do do do Residual Residual Residual Residual Residual

volume médio volume médio volume médio volume médio volume médio equipo equipo equipo equipo equipo TTTTTotal otal otal otal otal ( m l )

( m l ) ( m l ) ( m l )

( m l ) ( c m ) ( c m ) ( c m ) ( c m ) ( c m ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l ) ( m l )

A1 4,8 145 10,5 15,3

A2 3,0 130 8,5 11,5

A3 3,0 142 9,2 12,2

B1 2,4 124 8,0 10,4

C1 2,8 124 8,6 11,4

C2 3,8 127 9,0 12,8

C3 3,0 125 9,0 12,0

C4 3,0 146 10,6 13,6

C5 3,4 128 8,8 12,2

D1 3,2 148 8,6 11,8

E1 3,0 124 7,2 10,2

F1 2,6 124 8,4 11,0

V V V V Valores alores alores alores alores Médios Médios Médios

Médios Médios 3 , 2 3 , 2 3 , 2 3 , 2 3 , 2 1 3 2 , 3 1 3 2 , 3 1 3 2 , 3 1 3 2 , 3 1 3 2 , 3 8 , 9 8 , 9 8 , 9 8 , 9 8 , 9 1 2 , 0 1 2 , 0 1 2 , 0 1 2 , 0 1 2 , 0 FIGURA

FIGURA FIGURA FIGURA

FIGURA 2 2 2 2 2: Volume residual de solução na câmara de gotejamen-

to (1/2 distal) e na extensão do equipo. Ribeirão Preto-SP, 2009.

(5)

equipo. Porém, na prática clínica, observa-se que tal fato não acontece. Os equipos, normalmente, são reti- rados do paciente, ainda com preenchimento total ou parcial de medicamento, e desprezados. Não é comum a lavagem dos equipos no processo de infusão endovenosa de medicamentos, diluídos ou não.

Utilizar equipamentos que evitem doses incom- pletas pode ser uma das alternativas para minimizar o problema

20

.

A proposta deste estudo concentrou-se em pro- var a existência de quantidade significativa de volu- me residual de medicamentos em equipos após a in- fusão de soluções endovenosas e na discussão sobre a necessidade da eliminação deste volume residual. Para tanto, propõe-se, como ação de enfermagem, a pa- dronização do uso de equipos com bureta e o acrésci- mo de 20 ml de SF 0,9% ou solução compatível com o medicamento administrado.

A bureta, também chamada de equipo com câ- mara de controle de volume, é indicada para admi- nistração intermitente de volume de fluido medido em uma câmara graduada

13

.

A utilização do equipo com bureta, ou seja, com reservatório entre a bolsa de soro e o equipo, permite proceder de forma que o medicamento a ser adminis- trado seja colocado diretamente na bureta e o frasco de soro, conectado a ela, fornecerá o diluente necessário.

Caso o medicamento tenha diluente próprio, o mes- mo será colocado na bureta já diluído. O medicamento fluirá naturalmente no acesso endovenoso do pacien- te até que a bureta fique vazia. Nesse momento, quan- do o medicamento estiver na câmara de gotejamento, o SF 0,9% ou solução compatível com o medicamento administrado, conectado ao equipo em questão, será acionado para fornecer aproximadamente 20 ml para o interior da bureta. A infusão continua até que o soro ocupe cerca de 5 ml da bureta. Dessa forma, os últimos 15 ml de soro puro que fluirão para o paciente permi- tem que a extensão do equipo não fique com resíduo do medicamento endovenoso, garantindo que o paci- ente receba a dose real prescrita. Sugere-se atenção para que fiquem os 5 ml de soro na bureta, para impedir a entrada de ar no sistema, o que demanda trabalho adicional no momento de novo uso deste sistema.

O acréscimo de 20 ml de SF 0,9% ou solução com- patível com o medicamento administrado justifica- se, pois os dados colhidos durante o processo de aná- lise e composição deste estudo demonstraram que o volume residual total oscila entre 10,2 ml a 15,3 ml, resultando na média de 12 ml de medicamento que eventualmente é desprezada.

Para esta ação de enfermagem, ressalta-se a van- tagem evidente de que tal processo trará a garantia de que todo o medicamento prescrito seja infundido, as- segurando ao paciente uma resposta terapêutica mais efetiva, contribuindo, assim, para sua segurança.

C ONCLUSÃO

E ste estudo sobre a identificação do volume re- sidual em equipos de soluções parenterais, após ad- ministração de medicamentos, representa um esfor- ço na tentativa de promover a precisão com a qual a enfermagem deve trabalhar.

O problema do fornecimento de dose de medica- mento inferior à prescrita, devido à presença do volume residual nos equipos, pode ser minimizado com a ado- ção do equipo com bureta na administração dos medi- camentos por via endovenosa quando diluídos. Desse modo, é possível lavar o equipo ao final da infusão do medicamento, já que o volume residual encontrado tem importância significativa, representando até 15% da dose medicamentosa prescrita quando o volume total do medicamento for igual ou inferior a 100 ml.

A adoção imediata dessa proposta proporciona- rá ao paciente a manutenção de concentrações plas- máticas constantes e, com isso, aumentar-se-ão as chances de uma resposta terapêutica mais efetiva.

Uma limitação deste estudo é a necessidade de sua validação na prática, bem como a comparação com outras propostas disponíveis na literatura.

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Referências

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