A projeção exige maior flexibilidade do poder
público para medidas de apoio às empresas
Pág. 04 ACI tem novo presidente e nova Diretoria Estratrégica
Pág. 26
Gestão em tempos de crise Estratégia, liderança e pessoas
Pág. 28 É hora de ser eficaz na
negociação Revista da Associação Comercial Industrial e de Serviços de Montes Claros Abril 2020 | Ano XIII | Nº 57 Montes Claros - Minas Gerais
ENTIDADES FAZEM
ANÁLISE SOBRE IMPACTO
DA COVID-19 NA
DIRETORIA DA ACI - 2020/2022 DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente: Leonardo Lima de Vasconcelos Vice-Presidente: Gislayne de Jesus Lopes Pinheiro Secretário Geral: Mauricio Sérgio Sousa e Silva 2º Secretário: Thiago Diniz Tolentino 1.º Tesoureiro: Edenilson Durães de Oliveira 2.º Tesoureiro: Jairo Marques Lopes Bahia DIRETORIA ESTRATÉGICA
Diretor Comercial: João Paculdino Ferreira Diretor Industrial: Ricardo Alencar Dias
Diretor de Prestação de Serviços: Roberto Murilo Peres C. Machado Diretor de Micro e Pequenas Empresas: Ernandes Ferreira da Silva Diretor de Economia: Marcos Fábio Martins de Oliveira Diretora Contábil e Jurídico: Anderson Carvalho Barbosa Diretor de Agronegócio: Ricardo Surerus Pitanguy Diretor de Assuntos Comunitários: Mônika Pereira de Moura Diretor de Gestão Ambiental: Dirceu Martins Pereira Júnior Diretor Administrativo: Leandro Ivan Paixao Guedes Diretor de Infraestrutura: Osmar Geraldo Rego Cunha Diretor de Filantropia: Antônio Cezar dos Santos Diretor Social: Fernando Ferreira Deusdará CONSELHO DIRETOR
Presidente: José Ildeumar Soares Pereira Vice-Presidente: Esmeraldo Pizarro Agnaldo Leite
Antônio Silvério Paculdino Anderson Souza
Carlos Eustáquio R. de Andrade Cácio Xavier Pereira Dalton Caldeira Rocha Abílio Carnielli Filho Eduardo Barbosa Campolina Leonardo Melo Rosana Pinto Oliveira Wesley Macio Gonçalves Maciel Olímpio Antônio Maia Abreu Jairo Pordeciano Cesar Filho Paulo Sérgio Alves Dourado Paul Bernardina de Miranda Marco Tulio Góes Pimenta Mariela Carneiro Baptista CONSELHO FISCAL Efetivos:
Dennison Caldeira Rocha Geancarlo Silva Almeida Renato Antônio Silva Tupinambá Suplentes:
Rosalvo José Caldeira de Barros Leandro Correia de Oliveira Fernando Martins de Carvalho REDE VOLUNTARIADO Diretor: Edenilson Durães de Oliveira Diretora Adjunta: Núria Machio Font Souza CONSELHO SUPERIOR
Presidente: Jamil Habib Curi
Vice-presidente: Geraldo Eustáquio Andrade Drumond Conselheiros:
Adauto Marques Batista Alexandre Pires Ramos David Willian Crosland Guimarães Edilson Carlos Torquato Fernando Ferreira Deusdará Jaime Crusoé Loures de Macedo Meira Newton Carlos Amaral Figueiredo Valdir Veloso Figueiredo Superintendente Executivo Kelington Mendes Mota Revista Bimestral Tiragem: 1.000 exemplares Redação e edição Nágila Almeida JPMG 4607102 (38) 99805.0404 Fotos Nágila Almeida Solon Queiroz
Projeto Gráfico e Diagramação Anderson Clayton (38) 99193.4669/99822.4669 andersonclayton@outlook.com Fale conosco: ascom@acimoc.com.br Publicidade: ASCOM - Nágila Almeida ascom@acimoc.com.br (38) 2101.3314 / (38) 99128.0404
A Revista ACI é uma publicação bimestral da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros Rua Carlos Gomes, 110 - Centro
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No dia 31 de março começamos um desafio: manter a curva de reconhecimento e crescimento da ACI no ritmo traçado pela diretoria que agora sucedemos. Coloco então uma proposta a esta diretoria que assume a gestão 2020/22: Vamos manter este ritmo e continuar fazendo da ACI motivo de orgulho para os associados e para a comunidade em que vivemos.
O momento é desafiador, pois nada do que estamos vivendo tem paralelo nos tempos atuais, mas tenho a certeza de que a ACI estará firme na defesa de seus associados e unida a todos que também lutam pela nossa cidade.
Tive o privilégio de conviver e aprender muito com este, hoje, grande amigo, Dr Newton Figueiredo a quem posso dizer em nome da ACI e de Montes Claros: Muito Obrigado!
Aos companheiros que fizeram parte da diretoria 2017/2020 e que se dispuseram a continuar dividindo a grande responsabilidade que é manter esta entidade onde ela está, o meu também “Muito Obrigado”!
Aos que estão chegando, saibam que vão participar de um grupo coeso, comprometido, trabalhador e que tem por objetivo o desenvolvimento da nossa sociedade. Sejam bem-vindos à “Família ACI”!
Como disse antes, um grande desafio nos espera, mas sempre acreditei na capacidade das pessoas dispostas a trabalhar e se doar em prol do bem comum. Quando tudo isto passar estaremos todos mudados, as pessoas, as empresas; enfim, a sociedade. Nunca mais seremos os mesmos, então estejamos preparados para estas mudanças na retomada do desenvolvimento, sabendo que os momentos pós-crise podem abrir possibilidades de crescimento compensatório.
Um grande abraço a todos,
Leonardo Lima de Vasconcelos Presidente da ACI
PALAVRA DO
PRESIDENTE
ricular desta grande Entidade. Desta-que para os valores éticos os quais se juntaram à sua ousadia para lustrar os caminhos por onde sempre a ACI haverá de trilhar”. Na oportunidade, Jamil externou ao novo Presidente
Leonardo Vasconcelos. “Temos a certeza do sucesso da sua Gestão, haja vista o empenho já demonstrado na vida familiar, social e empresarial”. Leonardo Vasconcelos assume a entidade num momento de grandes
mudanças no mercado e ainda a con-tinuidade da obra da nova sede da ACI. “A gestão de Dr Newton mudou os paradigmas da entidade, colocan-do a Fenics num âmbito nacional e estreitou ainda mais as parcerias com outras entidades, em ações de suma relevância para a região. Como vice-presidente, pude acompanhar e valorizar sobremaneira o apoio de todos os diretores. Nesta empreitada, teremos grandes desafios, pois não há nada para comparar com o que nos espera. Apenas a certeza de que a ACI estará firme na defesa de seus associados e unida com todos que também lutam pela nossa cidade”, conclui.
NOVA GESTÃO
O empresário Dr Newton Figueiredo
encerra mais um ciclo de gestão da ACI
A ACI, ALINHADA com aOrganiza-ção Mundial de Saúde para prevenir o coronavírus, tomou algumas medi-das. Entre elas, o cancelamento da solenidade de posse da Diretoria da ACI - Gestão 2020/2022, que estava marcada para este dia 31 de março. O evento também teria o lançamento da FENICS, cuja data será remarcada assim que possível.
Diante deste contexto, Dr Newton Figueiredo, presidente da entidade na Gestão 2017/2020, a partir de um consenso com outros diretores, e seguindo o estatuto da ACI, deu seguimento ao processo sucessório, nos trâmites legais. Assim, a partir desta data, 31 de março, o empre-sário Leonardo Vasconcelos (que já era vice-presidente) e a advogada Gislayne Pinheiro assumem a frente da Associação Comercial como pre-sidente e vice, respectivamente. Para Dr Newton, estar presidente da ACI foi uma experiência extraordi-nária. “Durante três anos, tivemos a honra de dedicarmos parte do nosso tempo na gestão compartilhada da ACI em prol da classe empresarial. Temos a convicção de que a nossa gestão foi construída com a participa-ção de todos, desde a delicada aco-lhida até as mensagens finais, mas sempre de incentivos. Gratidão aos membros dos conselhos, da diretoria, aos colaboradores e agradecimentos especiais aos nossos associados e às parcerias mantidas e construídas, com líderes como Adauto Marques, Edilson Torquato e Ernandes Ferreira. É início de um novo tempo, que Deus guie os caminhos do novo
comandan-te Leonardo Vasconcelos em busca de novas conquistas”.
Ele destacou ainda o papel da imprensa durante sua gestão, tão importante para ratificar a imparciali-dade e transparência da ACI perante suas ações e projetos. “Foram três anos de muitos desafios e sou grato pela forma diferenciada com a qual recebi o apoio de todos os veículos de comunicação de Montes Claros e a atenção dos profissionais, um incen-tivo à gestão compartilhada, em prol do desenvolvimento regional”. O diretor Marcos Fábio destacou que a liderança de Dr Newton Figuei-redo foi fundamental. “Ele conseguiu transformar um momento de crise econômica numa excelente fase para a FENICS e para ACI. Tão boa que a nova sede pôde ser iniciada”. Ildemar Soares, por sua vez, completa que “sem dúvida, com o comando e liderança do Presidente Dr Newton Figueiredo a ACI teve uma das suas melhores gestões, sua diretoria seleta de grandes líderes, composta por um grupo harmonioso, forte e unido resul-tou em absoluto sucesso de gestão”. O vice-presidente do Conselho
Fis-cal reforçou o compromisso de toda a diretoria com o novo presidente Leonardo Vasconcelos. “Este empre-sário, que gentilmente oferece a sua contribuição assumindo agora a Pre-sidência da ACI, nos cabe parabenizar, agradecer e firmar o compromisso de apoio irrestrito durante a sua gestão”, disse Ildemar.
Adauto Marques Filho, represen-tante da ACI Jovem, pontua que “foram 3 anos de dedicação, empe-nho e serviço à nossa comunidade. A luta pela promoção do desenvolvi-mento e bem-estar de nosso muni-cípio foi árdua e frutífera, Dr Newton será sempre um grande exemplo para nós. E ao Leonardo Vasconcelos, que assume hoje a nova gestão da enti-dade, desejamos uma administração que nos fortaleça ainda mais e que, juntos, possamos escrever mais um capítulo de sucesso na nossa socie-dade”.
O presidente do Conselho Supe-rior, Jamil Curi, expressou sua admi-ração pelo ex-presidente. “Foi um competente comando em toda a dimensão desta tarefa, agregando os mais qualificados valores na vida
cur-DIRETORIA ESTRATÉGICA DIRETOR COMERCIAL: João Paculdino Ferreira DIRETOR INDUSTRIAL: Ricardo Alencar Dias
DIRETOR DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: Roberto Murilo Peres C. Machado
DIRETOR DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: Ernandes Ferreira da Silva
DIRETOR DE ECONOMIA: Marcos Fábio Martins de Oliveira DIRETOR CONTÁBIL E JURÍDICO: Anderson Carvalho Barbosa DIRETOR DE AGRONEGÓCIO: Ricardo Surerus Pitanguy
DIRETOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS: Mônika Pereira de Moura
DIRETOR DE GESTÃO AMBIENTAL: Dirceu Martins Pereira Júnior DIRETOR ADMINISTRATIVO: Leandro Ivan Paixao Guedes DIRETOR DE INFRAESTRUTURA:
Jairo Pordeciano Cesar Filho Paulo Sérgio Alves Dourado Paul Bernardina de Miranda Marco Tulio Góes Pimenta Mariela Carneiro Baptista CONSELHO FISCAL EFETIVOS:
Dennison Caldeira Rocha Geancarlo Silva Almeida Renato Antônio Silva Tupinambá SUPLENTES:
Rosalvo José Caldeira de Barros Leandro Correia de Oliviera Fernando Martins de Carvalho REDE VOLUNTARIADO DIRETOR:
Edenilson Durães de Oliveira DIRETOR ADJUNTO: Núria Machio Font Souza
NOVA DIRETORIA | GESTÃO
2020/2022
Osmar Geraldo Rego Cunha DIRETOR DE FILANTROPIA: Antônio Cezar dos Santos DIRETOR SOCIAL:
Fernando Ferreira Deusdará CONSELHO DIRETOR José Ildeumar Soares Pereira Esmeraldo Pizarro
Agnaldo Leite
Antônio Silvério Paculdino Anderson Souza
Carlos Eustáquio R. de Andrade Cácio Xavier Pereira
Dalton Caldeira Rocha Abílio Carnielli Filho Eduardo Barbosa Campolina Leonardo Melo
Rosana Pinto Oliveira
Wesley Macio Gonçalves Maciel Olímpio Antônio Maia Abreu Momento em que a ACI realizou assembleia de eleição de Leonardo Vasconcelos. Na foto, Ildemar Soares, Dr Newton Figueiredo, Jamil Curi e Leonardo O então presidente da ACI, Dr Newton Figueiredo, nos ajustes com o diretor financeiro Edenilson Durães, a equipe da ACI e Leonardo Vasconcelos, vice-presidente na ocasião
PRESIDENTE: LEONARDO LIMA DE VASCONCELOS | VICE-PRESIDENTE: GISLAYNE DE JESUS LOPES PINHEIRO SECRETÁRIO GERAL: MAURICIO SÉRGIO SOUSA E SILVA | 2º SECRETÁRIO: THIAGO DINIZ TOLENTINO 1.º TESOUREIRO: EDENILSON DURAES DE OLIVEIRA | 2.º TESOUREIRO: JAIRO MARQUES LOPES BAHIA
A mudança de comportamento pode ser um grande desafio para muitas pessoas. O teletrabalho exige disciplina e estratégias para que a informação continue fluindo da melhor forma possível entre todos os envol-vidos na atividade e na empresa como um todo. Dois problemas podem acontecer, o empregado pode se distrair
demasiada-mente com outros afazeres domés-ticos, conversas com os familiares ou mesmo com as redes sociais ou pode acabar trabalhando mais que as horas estipuladas no contrato de trabalho. Por isso, é importante a organi-zação de uma agenda de trabalho ou a estipulação de metas diárias a
depender do tipo de trabalho. Outra atitude essencial é manter registros das horas de trabalho, das atividades finalizadas e dos problemas resolvi-dos em casa, um tipo de relatório no qual você possa registrar todos os afazeres profissionais e, se possível, anexar documentos comprobatórios
como fotos de conver-sas, e-mails, etc. Faz diferença a par-ticipação da empresa no direcionamento e acompanhamento desses empregados por meio de reuni-ões online. Assim, os empregados não se sentirão sozinhos, soltos ou perdidos no trabalho em casa. O momento que vive-mos é histórico, mui-tos impacmui-tos surgirão desta pandemia, a maioria negativos como mortes, traumas emocionais e perdas financeiras, no entanto, a crise também abre espaço para a criativida-de, para a invenção e para a supera-ção de resistências que deixarão de existir quando tudo passar. Um dia de cada vez.
Como manter a
produtividade através
do teletrabalho
NO DIA 13 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia global do coronavírus e orientou que, de acordo com estudos realizados, a única forma efetiva e conhecida para amenizar a situação seria a prática do distancia-mento social e o isoladistancia-mento das pes-soas contaminadas. Essa declaração foi necessária porque a OMS perce-beu que o vírus já havia se espalhado para, praticamente, todos os países. E dessa forma, iniciou-se uma série de procedimentos visando a dimi-nuição dos impactos da pandemia. No Brasil, os procedimentos mais amplos se iniciaram com a sus-pensão das aulas e o estímulo à prática do teletrabalho.
O teletrabalho se carac-teriza como a pres-tação de serviços fora das depen-dências do
empregador, por meio de tecnologias de informação e comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Essa moda-lidade, em condições normais, deve constar expressamente no contrato individual de trabalho. No entanto, devido à urgência das medidas
ado-tadas e a seu caráter
temporário, as mudanças no contra-to de trabalho não são necessárias, neste primeiro momento.
Contudo é importante que a empre-sa ofereça ferramentas para a prática do teletrabalho e treinamento para o uso dessas ferramentas, assim como uma flexibilização das metas e obje-tivos até que o empregado possa se adaptar à nova forma de atuar. No que se refere ao emprega-do, percebe-se a necessidade de adaptação à uma nova situação em um tempo recorde. Para que o tra-balho continue sendo realizado sem prejuízos, é necessário, de um lado uma estrutura física razoável, como a organização de um espaço reservado, acesso a uma boa internet e aos equi-pamentos necessários (computador, celular, acesso a sistemas e platafor-mas) e de outro lado, uma organiza-ção comportamental e mudanças
de hábitos.
O home office é um modelo de trabalho
bastante precioso nos dias atuais
HOME OFFICE
*Psicóloga Clínica Especialista em Gestão de Pessoas Mestre em Psicologia Social
Oportunidades na
Escuridão
Toda escuridão tem a sua luz. De um lado, temos empresas fecha-das, lutando por sua sobrevivência e sacudidas pelas incertezas do futuro, diante desse cenário mundialmente pandêmico. De outro, entretanto, temos aqueles setores que estão sobrecarregados com o excesso de demanda que o contexto e, também, o pânico trouxeram.
Dentre esses casos, por exemplo, estão os supermercados. Em todo o mundo pode-se observar a corrida ao supermercado, que está ocasio-nando falta de produtos nas pratelei-ras, congestionamento de entregas, dentre outras questões complicadas. Com isso, acontece a retroalimenta-ção do pânico, que faz com que as pessoas corram ainda mais para o supermercado, com o desejo incons-ciente de estocar para não “morrer de fome”.
Aí está a luz na escuridão: deman-da! Isso representa oportunidade para esse segmento que, se for capaz de revisar e adequar seus processos, terá condições de suprir essa demanda, impactando enor-memente seus resultados financei-ros! No entanto, não paramos por aí! Para atender esse aumento tão súbito será necessário contratar! Isso mesmo! Portanto, isso significa opor-tunidade para as pessoas que perde-ram seus empregos, o que vai ajudar a equilibrar um pouco essa balança.
Vamos à alguns dados! O Walmart, a maior rede de supermercados do mundo, e o maior empregador da rede privada dos Estados Unidos, planeja contratar em torno de 150.000 trabalhadores temporários, em todo o território americano, nesse tempo de pandemia. Isso para citar supermercados. Porém, outras com-panhias nos EUA (Amazon, Dollar Tree, 7-eleven, por exemplo) também estão com o mesmo planejamento de contratação, cada qual dentro de sua realidade.
Posto isso, vamos retomar a linha de raciocínio: o que significa essa história de ser capaz de revisar e adequar os processos? Significa ser capaz de identificar a capacidade produtiva atual, projetar a deman-da do mercado nessa capacideman-dade e fazer uma estimativa do que será necessário para atendê-la. Se a empresa tem seus processos bem estruturados e documentados, com total ciência de suas entradas, pro-cedimentos e consequentes saídas, é plenamente capaz de fazer essa análise e se ajustar com rapidez. Caso contrário, enfrentará um cená-rio de descontrole, perda de vendas e de clientes, enfim, uma sobrecarga generalizada em seu funcionamento. Não quero dizer com isso, porém, que as organizações que ainda não tomaram essas providências estão fadadas ao fracasso. Elas também
Empresas com aumento na
demanda de serviços
Por Priscilla Moreira
Consultora em Gestão Estratégica de Negócios
NEGÓCIOS
vão experimentar aumento nos lucros. Entretanto, esses resultados serão em muito menor escala do que poderiam ser e, infelizmente, pode-rão existir arranhões em sua imagem. Isso, acredito que ninguém queira. E sempre é tempo para começar! Sempre! Uma tomada de decisão rápida, assertiva e cirúrgica será defi-nitiva para o resultado a ser alcança-do. Pensando de forma prática, ainda que uma empresa não tenha seus processos estruturados e documen-tados, não está impedida de escolher fazer isso agora! Pode, por exemplo, começar pelas áreas críticas e que impactam o fornecimento e a entrega de produtos, como a logística. Pode, inclusive, investir em ajuda externa, garantindo a agilidade essencial que o momento exige.
O importante agora é mantermos a calma e pensar assertivamente para ter a capacidade de aproveitar as oportunidades que se desenham nesse contexto confuso e incerto, seja estando atento e disponível para um novo emprego, ainda que tempo-rário, ou sendo capaz de adequar os processos da empresa para o aten-dimento da demanda atual.
A pesquisa realizada pela instituição revelou que, em Minas Gerais, 92% das empresas ouvidas faturam até R$ 400 mil por ano, o que endossa a importância dos micro e pequenos empreendi-mentos para a manutenção da economia no Estado.
Ta m b é m d e a c o r d o
com a pesquisa, 21,6% das empresas de micro e pequeno porte do Estado não conseguem ficar fechadas por mais cinco dias, gerando um potencial de desemprego da ordem de 1.101.500 pessoas, ou seja, dobrando o número de desempregados que Minas Gerais tinha no final do ano de 2019.
O prognóstico piora se o tempo de quarentena se estender até 15 de abril. Nesse caso, mais 34,2% das empresas devem encer-rar suas atividades, com um potencial de mais 2.520.198 pessoas desempregadas, número esse que, se soma-do ao desemprego daque-las empresas que fecharam nos primeiros cinco dias da quarentena, chega a 55,8% das empresas fechadas e 3.621.698 de mineiros desempregados.
“Estamos extremamente preocupados, porque se nada for feito e a quarentena per-sistir até 30 de abril, chega-remos à soma de mais de 6
milhões de desempregados, convergindo para uma que-bra de 85,1% das empresas do Estado”, afirma Rodrigues. Segundo ele, as empresas não possuem capital e nem condições de sobreviver caso o cenário se arraste sem nenhuma medida de apoio efetivo para a retomada da economia.
Rodrigues afirma que o desejo de todos é ver o pronto restabelecimento das ativida-des comerciais, mas sabe-se que, após a reabertura dos empreendimentos, o fluxo de pessoas na rua não voltará ao normal da noite para o dia, pois existe um processo de retomada de confiança para
que os consumidores voltem a comprar novamente.
“De acordo com que se viu na crise de 2008, estimamos que o consumidor volte a comprar apenas em outubro/ novembro de 2020. Nesse sentido, entendemos que será necessário injetar recursos nas empresas com, no míni-mo, juros muito baixos com período de pagamento alon-gados, caso contrário, elas vão falir e ainda ficarão sem saldo para quitar as dívidas trabalhistas, o que ampliará ainda mais o número de pes-soas em situação de seguro desemprego e em busca de alguma forma de assistência social”, alerta.
ECONOMIA
Entidades fazem análise
sobre impacto da Covid-19
na economia
O PROGNÓSTICO NEGATIVO
de agravamento da crise econô-mica que se abateu sobre o setor do comércio, indústria, prestação de serviços e agronegócio em Minas Gerais, desde que as medi-das restritivas foram adotamedi-das pelo Executivo com o objetivo de conter a disseminação do novo coronavírus, foi comprovado por recente pesqui-sa encomendada pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas).
“A Federaminas está à
disposi-ção para buscar, em parceria com o Governo do Estado, soluções para o enfrentamento da crise atual, assim
como estratégias para projetar os negócios após essa lamentável crise”, explica Valmir Rodrigues, presidente da instituição. Realizada entre os dias 27 e 30 de março, a pesquisa foi respondida por 1.066 empresários e apontou que o Governo precisa, além de flexibili-zar com urgência a reabertura do comércio, investir no setor. Apenas com essas ações - flexibilização e injeção de recursos - será possível evitar uma quebradeira, principal-mente das micro e pequenas empre-sas, e o desemprego em massa.
A projeção exige maior flexibilidade do poder público para
medidas de apoio às empresas
O fato é que, precisaremos
reerguer, o quanto antes,
a economia de nosso Estado, e
é essa agilidade que aumentará
as nossas chances de sucesso
nessa empreitada. O mesmo
nós sabemos que se dará com o
coronavírus. Quanto mais cedo
identificada a doença, maiores
são as chances de encontrarmos
a cura. E, neste momento, as
nossas empresas seguem a
passos largos rumo à UTI e
muitas já estão, inclusive, com
seus óbitos sendo declarados. É
preciso agir rápido, em equipe e
de forma estratégica”
Valmir Rodrigues, presidente da Federaminas
Fechamento compulsório do comércio agrava crise
Setor estima retomada do consumo somente a partir de outubro
A pandemia do novo coronavírus também causou interrupções na pro-dução industrial no Brasil. Em razão disso, a FIEMG avalia os impactos que podem existir na economia. Estudo elaborado pela entidade aponta que Minas Gerais pode fechar o ano de 2020 com a perda de 2,02 milhões de empregos formais, considerando a paralisação quase
total das atividades produtivas em um perí-odo 30 dias, devido à pandemia. Já a proje-ção nacional mostra que 16,7 milhões de empregos formais tendem a ser perdidos em todo o país, con-siderando o mesmo período.
“O distanciamento social é uma medida eficaz para evitar a pro-pagação do vírus, mas traz efeitos colaterais como a paralisação de diversas atividades econômicas, provo-cando de forma súbita choques de oferta e de demanda no Brasil e em Minas Gerais. Essa já é uma realidade, pois temos atividades
eco-nômicas sendo interrompidas. É pre-ciso manter o funcionamento parcial de atividades que são fundamentais para a sociedade”, explica o presiden-te da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe.
O estudo da FIEMG mostra os efeitos negativos no mercado de trabalho e no PIB de Minas Gerais e do Brasil. No cenário com duração
ECONOMIA
O distanciamento social é uma
medi-da eficaz para evitar a propagação do
vírus, mas traz efeitos colaterais como a
para-lisação de diversas atividades econômicas,
provocando de forma súbita choques de
ofer-ta e de demanda no Brasil e em Minas Gerais.
Essa já é uma realidade, pois temos atividades
econômicas sendo interrompidas. É preciso
manter o funcionamento parcial de
ativida-des que são fundamentais para a sociedade”
Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG)
O Sebrae também realizou pes-quisa sobre os impactos da Covid-19 na economia mineira e constatou que 89% dos empreendimentos de Minas Gerais de pequeno porte já registram queda no faturamento e 34% só con-seguirão manter seus negócios em funcionamento por mais um mês. É o que mostra o estudo feito entre os dias 20 e 23 de março com 788 empresas em todo estado.
Segundo a pesquisa, os peque-nos negócios mineiros sentiram uma redução de 66,4% no volume de ven-das registrado na última semana em relação a um período normal. A perda, em termos de faturamento mensal, já chega a mais de 50% para a maior parte dos entrevistados (57%). “Não
Sebrae mostra que as empresas já sentem redução expressiva no faturamento e no volume de vendas
“Por se tratar de uma crise sem precedentes, precisamos acompanhar as medidas tomadas no Brasil e no mundo e revisar as nossas projeções com frequência. Assim poderemos avaliar um cenário que contribua para o enfrentamento e mitigação dos impactos dessa crise”, ressalta o líder industrial que ainda apresenta projeções mais conservadoras que podem trazer um impacto ainda mais preocupante. “Em um cenário mais extremo, com paralisa-ção de 90 dias, a perda de postos de trabalho chegaria a 40 milhões no Brasil e 5 milhões em Minas Gerais”, aler-ta Roscoe.
Os impactos do estudo da FIEMG foram medidos por meio de análises que consideram três cená-rios com uma paralisa-ção de 30, 60 ou 90 dias. E ainda avalia duas estratégias de distanciamento social: a mitigação e a supres-são. Na estratégia de mitigação, vigente no Brasil até o momento, impede-se o funcio-namento daquelas atividades que reque-rem aglomerações. Já na supressão, forma extrema de estratégia de distancia-mento social, todas as atividades são interrompidas, com exceção do fun-cionamento de hospitais e de alguns setores de primeira necessidade. Mais detalhes no site www7.fiemg.com.br. Mais da metade dos pequenos negócios mineiros já preveem pegar empréstimos para se manterem no mercado
custos com pessoal e aluguel (69% e 87% dos entrevistados, respectiva-mente)
Questionados sobre quanto tempo conseguirão manter seus negócios abertos, sem fechá-los permanente-mente, 34% dos entrevistados disse-ram que aguentariam até 1 mês, 31% de 2 a 3 meses, 12% de 3 a 6 meses, e apenas 2% conseguiram se manter no mercado por mais de 6 meses.
“Os dados da pesquisa (apresen-tados na próxima página) mostram a urgência em medidas efetivas para ajudar os pequenos negócios, que hoje já são 99% de todos os empreendi-mentos no estado e que geram mais da metade dos empregos formais. O Sebrae tem atuado junto às diferentes instâncias de governo, ao Congresso e ao Judiciário para o desenvolvi-mento dessas soluções”, explica o Superintendente do Sebrae Minas. FIEMG estima a perda de 16,7
milhões de postos de trabalho no país
de 30 dias de paralisação, a queda do PIB brasileiro pode alcançar 8,3% e o mineiro poderá ser de 10,2% em 2020.
Setores mineiros mais impactados
Nesta mesma hipótese, o setor de Serviços em Minas Gerais pode recu-ar em até 36,4%. A Indústria recurecu-aria 17% e a Agropecuária 5,4%. As maiores demissões aconteceriam no setor de
Serviços, com 1,02 milhão de demitidos, seguido pela Indústria geral, com 369,6 mil.
Os setores industriais como fabrica-ção de máquinas e equipamentos elétri-cos, produção de ferro-gusa, siderurgia e tubos de aço, defensivos, desinfetan-tes, tintas e químicos, celulose, citando alguns exemplos, teriam uma queda da atividade superior a 20%.
há dúvida que essa crise já atinge o equilíbrio financeiro das empresas e ameaça a sobrevivência de milhões de pequenos negócios”, afirma o Superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
Com a expressiva queda nas vendas, 52% dos empreendedores já preveem que precisarão solicitar empréstimos para manter o negócio em funcionamento sem gerar demis-sões. De acordo com o estudo do Sebrae, em média 6,4 pessoas, entre familiares, empregados fixos e tempo-rários, formais e informais, estão envol-vidas atualmente com as empresas.
Outro impacto da pandemia é o aumento dos preços com maté-ria-prima. Trinta e um por cento dos empresários mineiros afirmaram que já sentem custos mais altos que o normal. Porém, a maioria dos entrevistados ainda não perceberam o aumento dos
União das entidades reivindica redução de taxas e impostos no município
A União das Entidades de Montes Claros e do Norte de Minas, congre-gando as entidades de classe e empre-sariais que representam a Sociedade Civil Organizada e os diversos seg-mentos produtivos do Norte de Minas Gerais, apresentou uma carta de reivin-dicação ao Prefeito Humberto Souto e à Câmara de Vereadores, no último dia 26 de março.
O objetivo é amenizar os efeitos da crise econômica perante a pandemia do coronavírus. Os representantes das entidades entendem que, consideran-do o grave estaconsideran-do da saúde pública mundial e o consequente reflexo eco-nômico/financeiro sem precedentes, o poder executivo poderia reduzir os percentuais e valores dos impostos e taxas municipais e tributos. A classe empresarial também solicitou a pror-rogação dos prazos de pagamento de impostos e taxas, com isenção de juros e multas para as empresas. O presidente da Associação Comercial Industrial e de Serviços -ACI, na ocasião, Dr Newton Figuei-redo, destacou que a União das Entida-des se preocupa com as dificuldaEntida-des que a classe produtiva terá para honrar seus compromissos, especialmente com seus colaboradores, na tentativa de minimizar o desemprego. “Acredita-mos na sensibilidade e coerência tanto do executivo, quanto do legislativo de nossa cidade”.
A carta, que teve cópia enviada ao presidente da Câmara do Vere-adores, Marcos Nem, foi assinada pelas seguintes entidades: Associa-ção Comercial Industrial e de Serviços - ACI, Agência de Desenvolvimento da Região Norte de Minas Gerais -
ADENOR/MG, Câmara de Dirigentes Lojista de Montes Claros - CDL, Con-selho de Desenvolvimento Municipal de Montes Claros - CODEMC, Conse-lho de Veneráveis do Norte de Minas - CONVENORTE, FIEMG - Regional Norte, Fundação de Desenvolvimento
Científico, Tecnológico e Inovação do Norte Minas - FUNDETEC, Sindicato Rural de Montes Claros, Sociedade Rural de Montes Claros, Sindicato do Comércio Varejista de Montes Claros, Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas de Material Elétrico, Eletrônica e Similares do Norte de Minas - SIMETRON, Sindica-to das Indústrias do Vestuário do Norte de Minas - SINDVEST/NM, Sindicato das Indústrias da Panificação do Norte de Minas - SINDIPAN, e pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Norte de Minas - SINDUSCON.
O Prefeito Humberto Souto, atra-vés de decreto, prorrogou para 16 de
junho o prazo de vencimento da primei-ra parcela da Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento (TFLF) de estabelecimentos comerciais e serviços. O vencimento da Taxa de Limpeza de Resíduos Sólidos (TLRS), a taxa de lixo, foi prorrogado para 16 de setembro (pagamento em parcela única, com desconto de 4%). O prefeito prorrogou ainda o vencimento do prazo pagamento do IPTU (parcela única) com desconto, de 16 de abril para 16 de junho. Assim que assumiu a presidência da ACI, o empre-sário Leonardo Vasconce-los lançou uma campanha de responsabilidade social com a Rede Voluntariado (veja na página 34). Sobre a situação das empresas, ele frisou que “a força da classe empresarial está na sua capacidade de se reerguer a cada período de crise. Estamos em estado de guerra contra esta doen-ça para preservar a vida e evitar o colapso no sistema de saúde. As consequências serão graves na economia; porém estaremos firmes no apoio aos nossos associados, ao lado de todas as enti-dades representativas. Acredito que sairemos mais maduros, com novos paradigmas e prontos para construir um tempo de prosperidade, a médio e longo prazo”. A União das Entidades também solicitou ao Prefeito Humber-to SouHumber-to a prorrogação do ISS-QN para as empresas de Montes Claros. Medidas de prevenção mudam rotina das empresas
As empresas precisaram se adap-tar às medidas de segurança para evi-ECONOMIA
◾ liberação para home office de todas as pessoas que poderiam/
conseguiriam ter essa opção de trabalho;
◾ antecipação de férias de parte do time com base na MP 927/20; ◾ adiamento do pagamento dos 30% de férias com base na MP 927/20; ◾ renegociação de contratos com fornecedores;
◾ gestão minuciosa do estoque de produtos (foco nos itens de baixa
venda com risco de vencimento), para evitarmos prejuízos;
◾ vendas sendo feitas exclusivamente por telefone e pelo site
parceiroambev (todos vendedores e vendedoras estão trabalhando de casa);
◾ aquisição de álcool em gel e máscaras para as equipes interna e
externa;
◾ comunicação com nossos clientes sobre as mudanças que
implementamos e os impactos que isso podem causar (redução de visitas, atendimento por telefone, entregas em dias diferentes dos habituais, etc);
◾ compra de testes rápidos para COVD19 em parceria com a AMBEV,
sendo parte a ser doada para a Santa Casa e outra parte a ser direcionada aos nossos colaboradores;
◾ canal direto entre colaboradores e gerência para esclarecimento de
dúvidas sobre as decisões e sobre questões da COVID19.
Para minimizar os impactos sobre a equipe, a empresa criou um “Comitê de Crise”, criado na época da paralisação dos caminhoneiros, e que foi reativado. “Diretores, gerentes e gestores da Cervantes fazem parte do grupo, que têm se reunido por meio digital e buscando dar agilidade às decisões. Entre as ações executadas pelo comitê:
tar o contágio do coronavírus. André Baptista Garzon é Gerente Sucessor da Cervantes, distribuidora de bebidas da AMBEV. Ele conta que a situação é inimaginável, algo que não estava no farol de ninguém, governos, empresas e pessoas. “Um momento de instabi-lidade e de pouca previsão de futuro. Esse cenário, duro e triste, nos tem demandado um esforço diário para análise de estratégias e revisão de ações que otimizam a tomada de deci-são para sobrevivermos como empre-sa, para garantirmos a saúde de todos que fazem parte do nosso ecossistema (comunidade, colaboradores, clientes e fornecedores)”.
André Garzon frisa que “as ações executadas darão a possibilidade de manter a estrutura por mais algumas semanas. Mas não sabemos o que vem por aí. Estamos atentos a tudo, inclusive às novas medidas publicadas pelos poderes executivo e legislativo para ajuda às empresas. Novas deci-sões continuam e continuarão sendo tomadas. Continuaremos focados em buscar o melhor para nossa gente e nossa comunidade, e a nossa sobre-vivência como empresa”.
ECONOMIA
ACI e CDL buscam solução para reduzir
impacto no mercado imobiliário da cidade
A ASSOCIAÇÃO COMERCIAL
Industrial e de Serviços de Montes Claros - ACI, a Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL, e a Associação das Imobiliárias do Norte de Minas - AIMOB, divulgaram um memo-rando para todas as imobiliárias da cidade, a fim de promover o diálogo neste momento de pan-demia, acerca de renegociação de aluguéis de estabelecimentos comerciais.
“O cenário inerente à pande-mia de COVID-19 determinou a diversos setores econômicos a redução substancial de suas ati-vidades comerciais e até mesmo em casos extremos, a paralisa-ção, seja por determinação legal ou ainda, prevenção espontânea dos riscos de transmissão viral, com queda geral de faturamento das empresas”, pontua Leonardo Vasconcelos, presidente da ACI. “Esta realidade afetará a saúde financeira da classe empresarial do município, especialmente, àqueles diretamente afetados pela imposição de paralisação de suas atividades por entes públicos. Daí, entendemos que algu-mas medidas podem ajudar a reduzir o impacto no orçamento e planejamen-to da classe empresarial”.
As entidades divulgaram um memorando com itens que estimu-lam o diálogo entre locatários e clien-tes. “Pesquisas mostram que, pelo menos, 70% dos locadores têm no recebimento do aluguel sua renda de subsistência, ou seja, o imóvel alugado é o principal meio de recursos
finan-ceiros. Então, este conjunto de propo-sições estruturadas pelas entidades e imobiliárias signatárias tem o objetivo de minorar o impacto da pandemia de COVID-19 na economia local”, explica
Rafael Pereira e Santos, presidente da Associação das Imobiliárias do Norte de Minas.
Montes Claros tem cerca de 40 imobiliárias, pelos menos dez delas devem aderir ao compromisso junto as entidades representativas da clas-se empresarial de intermediar entre locador e locatário, incluindo, mas não se limitando, a buscar proposição de descontos proporcionais, conces-são de parcelamento, alteração de
prazos de vencimento, dentre outras soluções pertinentes que poderão ser pactuadas entre as “partes”, referen-tes aos aluguéis inerenreferen-tes ao período compreendido entre 20 de março de 2020 a 31 de maio de 2020, podendo o período ser prorro-gado.
O ajuste deverá será reali-zado exclusivamente mediante entendimento entre Locador- Locatário, que poderão escolher o modelo de renegociação que melhor lhes convier, atuando as imobiliárias como mediadoras. Este esforço viabiliza aos loca-dores o perdão de juros, multas e correção monetária dos alugu-éis vencíveis no período acima, especialmente, àqueles inquili-nos que manifestem o interes-se em promover a quitação de seus débitos atrasados à vista. Tais medidas abrangem apenas contratos de caráter empresarial e/ou comercial em geral. Para Ernandes Ferreira, pre-sidente da CDL, “a união de entidades na busca de solu-ções representa nossos valo-res, nossa missão de contribuir para o bem comum. “Sabemos que os aluguéis são tratados entre locador e locatários, porém, como representan-tes da classe empresarial, sugerimos uma direção neste momento de crise, no qual as relações comerciais preci-sam ser transparentes. Entendemos a necessidade de todos, com foco no lado solidário, pois é um momento de sacrifício coletivo, visando a solidarie-dade e sobrevivência”.
Imobiliárias se unem para promover o diálogo na
renegociação de contratos com empresas
ECONOMIA S O LO N Q U E IR O Z
Os serviços contábeis
durante a crise
A PREFEITURA DE Montes Claros reconheceu, no artigo 1º do Decreto Municipal nº 4008, de 23 de março de 2020, os serviços contábeis entre os essenciais, sendo relacionado logo após os serviços da área da saúde. Nosso compromisso prioritário foi e sempre será com a saúde dos cola-boradores e, consequentemente, com a prestação continuada dos nossos serviços, diminuindo os impactos que a crise sanitária mundial possa ter sobre a economia nacional.
Para alcançar esse objetivo, nós tomamos todas as medidas cabíveis à nossa atividade, baseadas em reco-mendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Desde os primeiros dias da pande-mia, as nossas atividades profissionais vêm passando por mudanças e ade-quações diárias. A primeira foi prepa-rar as nossas estruturas para trabalhar em home office sem perder de vista a qualidade, a eficiência e os estudos das diversas publicações de medidas que impactam ou impactarão a saúde financeira das empresas.
Mergulhados em um turbilhão de informações, precisamos a todo ins-tante traduzi-las para os nossos clien-tes, tirando dúvidas, aconselhando e analisando cenários econômicos, legais e trabalhistas. Neste artigo, não tenho a intenção de trazer informações definitivas, até porque novas medidas são publicadas a todo instante e novos
e n t e n d i -mentos sur-gem a cada publicação. O propó-sito deste
artigo é trazer informações sobre as principais medidas que foram pro-postas pelo governo com o intuito de amenizar os impactos desta pandemia e do isolamento social na economia. São informações referentes a tributos e prazos para pagamento e entre-ga das obrientre-gações acessórias, que podem, de alguma forma, impactar a relação das empresas com o fisco. Os dados foram atualizados no dia 7 de abril, tendo como principal fonte o site do Ministério da Economia.
FINANÇAS
Contador, especialista em Direito Tributário
por Jairo Bahia*
Suspensão do pagamento de amortizações de empréstimos do BNDES.
Do que se trata:
◾ Empresas médias e grandes poderão deixar de
pagar por seis meses o valor da amortização de suas operações de crédito devidas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Como ter acesso:
◾ Caso a operação tenha sido direta, as empresas
devem fazer a solicitação ao próprio BNDES.
◾ Caso tenha havido intermediação de algum
banco, as empresas devem fazer a solicitação ao banco intermediário.
Pausa de até duas prestações nos financia-mentos da Caixa Econômica Federal.
Do que se trata:
◾ O cliente poderá ter até 90 dias de pausa nas
parcelas de crédito comercial e habitacional (pes-soa jurídica), voltando a pagar normalmente após esse período, sem alterar o saldo devedor.
Como ter acesso:
◾ Para saber como ter acesso às condições da
Caixa, acesse a página “Caixa com sua empre-sa”.
Adiamento de pagamento dos impostos federais do Simples Nacional.
Do que se trata:
◾ Empresas do Simples Nacional poderão recolher os
impos-tos federais, estaduais e municipais correspondentes aos meses de abril, maio junho nos meses de outubro, novem-bro e dezemnovem-bro de 2020.
◾ A medida foi regulamentada por meio da Resolução 152 e
da Resolução 154 do Comitê Gestor do Simples Nacional.
Postergação do pagamento do PIS/Pasep, da Cofins e da contribuição para a previdência por empresas.
Do que se trata:
◾ Estabelece o adiamento do pagamento do PIS/Pasep, da
Cofins e da contribuição para a previdência por empresas (EFD-Contribuições). O vencimento de abril e maio passa para agosto e outubro.
◾ Prorroga para julho o prazo de entrega da Declaração de
Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) dos meses de abril, maio e junho de 2020.
Como ter acesso:
◾ Em vigor, conforme Instrução Normativa nº 1.932 da
Receita Federal e Portaria nº 139 do Ministério da Economia.
Zera a tarifa de IOF em operações de crédito por 90 dias.
Do que se trata:
◾ Fica zerada a cobrança do Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) sobre operações de crédito por 90 dias para conter os prejuízos econômicos da pandemia de coro-navírus no país.
◾ Atualmente, a cobrança é de 3% ao ano. Como ter acesso:
◾ Em vigor, conforme Decreto nº 10.305.
Redução de contribuições ao Sistema S em 50%.
Do que se trata:
◾ As alíquotas pagas pelo setor produtivo ao Sistema S (Sesi,
Senac, Senai, Sesc, Sest, Senar e Sescoop) sofrerão uma redução de 50% até junho de 2020.
◾ Para o Sebrae, a medida determina que a entidade destine
ao Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), no mínimo, 50% do adicional da contribuição que lhe for repassada nos termos da lei.
◾ As contribuições ao Sistema S incidem sobre a folha de
salários das empresas pertencentes à categoria corres-pondente.
Como ter acesso:
◾ Em vigência, com a publicação da Medida Provisória 932.
Prorrogação do prazo de validade das Certidões CND e CPEND.
Do que se trata:
◾ Prorroga por 90 dias a validade das Certidões Negativas de
Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND) e Certidões Positivas com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CPEND).
Como ter acesso:
◾ Vigente desde a publicação da Portaria Conjunta nº 555 da
Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Prorrogação do prazo para apresentação da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física.
Do que se trata:
◾ Prorroga por 60 dias o prazo para entrega das declarações do
Imposto de Renda Pessoa Física.
◾ O vencimento das cotas também foi prorrogado. A primeira ou
única cota vence no dia 30 de junho de 2020, enquanto as demais cotas vencem no último dia útil dos meses subsequentes, sendo o vencimento da última e oitava cota em 29 de janeiro de 2021.
◾ A Receita Federal anunciou no dia 2 de abril, nos principais meios
de comunicação, que vai manter inalterado o calendário de resti-tuições do Imposto de Renda do ano-base 2019.
INFORME FIEMG
COM O OBJETIVO de contribuir no atendimento adequado nos hospitais e assistir famílias carentes afeta-das pelo confinamento por conta do COVID-19, a FIEMG Regional Norte une forças com empresas instaladas em Montes Claros e o poder público. Com ações intermediadas pelo presidente da FIEMG Regional Norte, Adau to M a rq ue s
Batista, que tam-bém é vice-prefeito de Montes Claros, indústrias instaladas na cidade vêm fazen-do fazen-doações, como o Grupo Coteminas que está doando lençóis e fronhas a hospitais e à secretaria Municipal de Saúde. A Santanense, indústria do Grupo Coteminas, está doan-do tecidoan-dos para con-fecção de roupas a serem usadas pelos profissionais de saúde que atuam na assistên-cia aos pacientes com provável diagnostico com o vírus. A Novo
Nordisk, empresa dinamarquesa pro-dutora de insulina, está intensificando ações junto à secretaria Municipal de Saúde com também importante ajuda. Por meio de parceria com o depu-tado estadual Gil Pereira (PSD), e a esposa dele Senhora Cristina, o Supermercado Villefort está doando kits com máscaras e material de higie-ne pessoal que serão distribuídos, com intermediação de entidades
reli-giosas, às comunidades carentes. A Eurofarma, maior laboratório de medi-camentos do país, que está instalando uma unidade no Distrito Industrial II de Montes Claros, assistirá mil famílias carentes na cidade, com a doação de cestas básicas durante três meses ou enquanto durar o confinamento por conta do novo coronavírus. As
ações da Eurofarma são desenvolvi-das em consonância com o prefeito Humberto Souto.
Outras indústrias, por iniciativa própria, também estão participando dessa força-tarefa. Como é o caso da Alpargatas que por meio da Rede do Bem, do seu Instituto Alpargatas, fará a doação de 100 mil pares de sandá-lias para alunos de escolas públicas e seus familiares nos estados de Minas
Gerais, PB e PE, além de 10 mil para os profissionais da área da saúde de Montes Claros usarem em casa ao retornarem do trabalho em hospitais, evitando assim levarem o vírus para suas residências.
Ao fim da pandemia, equipamen-tos e materiais arrecadados e não utilizados, serão doados ao governo municipal para serem destinados às uni-dades de saúde, de acordo com a definição do prefeito Humberto Souto. “Entendemos ser muito importante as indústrias apoiarem as ações da adminis-tração municipal de Montes Claros e atu-arem no sentido de ajudar o município a minimizar os efeitos dessa pandemia, pois sabemos que não há quantidade necessária de produtos de limpe-za e equipamentos de proteção para os pro-fissionais de saúde no tratamento dos casos de contaminação pelo coronavírus que poderão vir a acontecer. E muitas famílias carentes também começam a ter problemas com a falta de dinheiro e alimentos”, disse Adauto Marques. “Em nome da FIEMG, agradecemos a todas as empresas que participam deste verdadeiro mutirão solidário pela nossa sociedade”, concluiu o presidente da FIEMG Regional Norte, Adauto Marques.
O Instituto Alpargatas, braço de Responsabi-lidade Social da Alpargatas, lançou a Rede do Bem, serão várias doações de sandálias Havaia-nas e material hospitalar, em todo o Brasil. Em Montes Claros, serão doados 10 mil pares de sandálias Havaianas para todos os profissio-nais da área da saúde, incluindo o SAMU Macro Norte. O case é “Vamos vestir as Sandálias dos outros”, valorizando quem está na linha de frente. Dessa forma o profissional, ao chegar em casa, deixa seu calçado de trabalho lá fora, evi-tando a proliferação do coronavírus, e ainda des-cansa os pés, usando as sandálias mais amadas do mundo. A entrega está sendo feita desde o dia 06 de abril.
A empresa têxtil Coteminas vai doar 900 mil kits de máscaras para o uso de moradores e pro-fissionais de saúde de Montes Claros, para ajudar na proteção contra a transmissão do coronavírus. A empresa adquiriu da China uma máquina pró-pria para a produção das máscaras cirúrgicas. Desde o dia 07 de abril, passou a valer o decreto do prefeito Humberto Souto, que recomenda à população que use máscara para proteção, se precisar sair de casa.
Indústrias e poder público se unem para ampliar
assistência a hospitais e famílias carentes
Ações no Estado
UM DOS PRINCIPAIS locais deexposições em Belo Horizonte, o Expominas começou a ser reestru-turado, em 26/3, para ser transfor-mado em hospital de campanha no tratamento de pacientes infectados durante o período de pandemia. Estão sendo instalados, em dois galpões do espaço, 900 leitos com respiradores, desafogando, assim, outros hospitais da região que possam estar
superlo-tados com o aumento dos casos da COVID-19.
A FIEMG está atuando em duas frentes neste projeto: disponibilizan-do pessoas na área de inteligência e planejamento para a construção da estrutura básica no Expominas e também com recursos financeiros na ordem de R$ 500 mil.
A FIEMG mobiliza ainda os empre-sários mineiros para viabilizar a
doa-ção de mil respiradores para a rede estadual pública de Saúde. Os apa-relhos adquiridos serão entregues à SES, que irá definir a distribuição em suas unidades em todo o Estado. O objetivo é arrecadar o montante de R$ 65 milhões para a aquisição dos respiradores. Segundo dados da SES, os novos aparelhos representam 15% do número total de equipamentos que o estado possui atualmente.
Adauto Marques Batista, vice-presidente da Fiemg Regional Norte, também vice-prefeito, com Humberto Souto, prefeito de Montes Claros
Empresas se mobilizam na prevenção
contra a Covid-19
Os funcionários no ritmo de separação do material para as equipes de saúde
Uma análise sobre medidas
emergenciais de emprego
e renda
INFORME FIEMG
SENAI-MG oferece cursos gratuitos
para trabalhadores da indústria e alunos
da instituição
PARA AJUDAR OS empregados da indústria e os alunos do SENAI-MG que estão com suas atividades paralisadas, a instituição disponibiliza, gratuitamente, cursos de Educação à Distância (EaD) autoinstrucionais. Graças à autonomia e independên-cia proporcionadas pela metodologia desta modalidade, os participantes podem aproveitar o isolamento para enriquecer seus currículos.
Consumo Consciente de Energia, Desenho Arquitetônico, Educação Ambiental, Empreendedorismo,
Finanças Pessoais, Fundamentos de Logística, Lógica de Programação, Metrologia e Noções Básicas de Mecânica Automotiva e Propriedade Intelectual são as opções disponíveis para inscrição pelo endereço www. fiemg.com.br/ead/cursos-gratuitos/
Os cursos ficarão disponíveis durante o período da pan-demia do novo cor-nonavírus e têm uma carga horária de 14 horas. A data de rea-lização de cada curso varia em fun-ção da inscrifun-ção de cada participante, que terá até 31 dias para finalizar o conteúdo.
Em Montes Claros, informações podem ser obtidas no telefone: (38) 3221-2726.
A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL de Saúde (OMS) declarou, em 11 de março de 2020, a pandemia do Covid-19, e muito se tem falado sobre medi-das de enfrentamento da emergência, especialmente pelos Governos dos países atingidos. Mas estamos experi-mentando uma pandemia sem prece-dentes, onde na condição de “neófitos”, cabe-nos por prudência, evitar uma possível contaminação, com medidas de isolamento social, já que não há cura ou vacina para o vírus, e no caso do Brasil, temos um sistema de saúde extremamente deficitário.
No cenário jurídico, sabemos que não podemos agir de forma diferente, sobretudo pela insegurança trazida pelos Decretos e Medidas Provisórias editados às pressas, no intuito de tentar evitar um mal maior para a economia e para as relações jurídicas, especialmen-te os contratos de trabalho - diretamen-te afetados pelo abrupto fechamento do comércio e serviços nas cidades.
Os reais impactos financeiros e jurídicos destas medidas, todavia, são ainda imprevisíveis, muito embora já haver discussões acerca das reper-cussões contratuais e legais aplicáveis àquelas partes diretamente impactadas negativamente pela covid-19.
Nesse período de absoluta excep-cionalidade, não é difícil imaginar que obrigações contratuais estão deixando de ser cumpridas, ou sendo cumpridas de forma deficitária, especialmente pela paralização de atividades que geram renda e fazem girar a economia. Hoje já se vê redução ou paralisação no fornecimento de produtos, dificuldade de escoamento de matérias primas, bloqueio de rotas comerciais, com dimi-nuta circulação de pessoas, que estão em sua grande maioria, em regime de
quarentena domiciliar.
No intuito de minorar o impacto da crise nas relações de trabalho, o Governo Federal publicou no último dia 01 de abril, a MP 936, que instituiu um programa emergencial de manu-tenção de emprego e renda, onde foi regulamentada a concessão de um benefício aos trabalhadores de baixa renda, além da possibilidade de redu-ção de jornada e salários e, suspensão temporária dos contratos de trabalho. Tais medidas visam minorar os efeitos da suspensão das atividades do comér-cio e serviços, mas normatizam temas que a priori estão fadadas a gerar muita discussão por ferir princípios básicos da Constituição da República, que veda redução salarial por meio de acordo individual de trabalho, exigindo assim cautela e moderação na aplicação des-tas normas mencionadas.
No campo do direito civil por sua vez, o Código Civil em vigor tem positivada a possibilidade de incidência de força maior, igualmente prevendo as hipóte-ses em que ela se aplica, estabelecen-do que:
“Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressa-mente não se houver por eles res-ponsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir.”
Isto nos leva a interpretar que a incidência de força maior em razão do cenário instalado pela covid-19, traz a possibilidade de resolução ou revisão contratual, eventual suspensão con-tratual ou adiamento de obrigações, isenções de responsabilidade, entre outras, dependendo, no entanto de
Em tempos de isolamento, a modalidade EAD
possibilita melhoria do currículo
*Especialista em Direito Processual Civil e do Trabalho pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Advogada graduada pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Sócia do Escritório de Advocacia “Lopes, Aquino & Cambuí Sociedade de Advogados”. Membro do Comitê Jurídico Estadual da Federaminas E-mail:gislayne@lcpwadvogados.com
por Drª. Gislayne Pinheiro
DIREITO EMPRESARIAL
como a covid-19 impactou a obrigação no caso prático.
Na sistemática jurídica brasileira, de uma forma geral, o evento de força maior deve ser instransponível e estra-nho à vontade do devedor. A imprevisi-bilidade, embora característica comum dos eventos de força maior, não é essencial para sua configuração. Assim, no caso prático em que se alega força maior com base na situa-ção causada pela covid-19, o descum-primento obrigacional alegadamente inevitável, deverá ser balizado a partir do padrão médio de diligência das par-tes, variando o rigor conforme análise do caso concreto.
Nesse sentido, seja no âmbito civil ou trabalhista, mostra-se indispensável uma análise crítica e ponderada sobre como reagir em momento de uma crise sem precedentes e os impactos que as ações de hoje poderão repercutir no futuro.
*Este artigo foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado uma opinião legal para qualquer operação ou negócio específico.
EM ÉPOCAS DE dificuldades de conjuntura econômica, de mercado, ou qualquer outra dificuldade rele-vante, como a que estamos viven-ciando no momento, de retração da economia em função da pandemia mundial do corona vírus e da ques-tão da redução do preço do petróleo, acredito que os empresários e ges-tores devam, ainda com maior foco e determinação, praticar quatro verbos: liderar, limpar, planejar e compartilhar. LIDERAR participando ativamente da gestão da empresa ou organização, lado a lado com as equipes de tra-balho, revelando preocupação com cada um da equipe, com inteligência emocional, com uma gestão humani-zada, afinal todos num certo sentido, estão no barco da imprevisibilidade face ao tamanho do desafio. Neste sentido é importante ser humilde mais ao mesmo tempo praticar a resiliência, ou seja, nas pessoas, a resiliência representa a capacidade de se adaptar ou até mesmo evo-luir após momentos de adversidade. Para a psicologia, ser resiliente é ter a capacidade de dar a volta por cima, lidando e superando adversidades e transformando experiências negativas em aprendizado.
Além disto, fazer uma leitura do contexto on line e utilizar , em caso de trabalho em home office, as ferra-mentas disponíveis de aplicativos de software para videoconferência, man-tendo as equipes integradas e
aten-tas aos acontecimentos, e tomando decisões de maneira intempestiva e ágil, para se adaptar e se antecipar às constantes mudanças de cenário. Ah, e cuidar também de sua vida pessoal, afinal todos estamos no mesmo barco.
LIMPAR as memórias de dificulda-des, atropelos, oportunidades não exploradas e se abrir para o novo, para o aqui e agora. O que tenho que abandonar, que não me serve mais, me atrapalha, e que insisto em man-ter? Que processos estão pesados, que recursos estou desperdiçando, que talentos não estou aproveitando e sempre se perguntar: o que isto agrega de valor para meu cliente? E, por outro lado, o que está aconte-cendo, qual a realidade do mercado em que atuo, o que meus clientes e potenciais desejam, esperam, e par-tir para o atendimento destas neces-sidades com inspiração nova, com garra, com disposição.
PLANEJAR estrategicamente a orga-nização, redefinindo missão, visão, valores, revitalizando as estratégias, estabelecendo metas desafiadoras face à realidade do momento, de retração da economia, com indicado-res claros de indicado-resultados, elaborar os planos de ação e fazer o acompanha-mento constante e sistemático deste planejamento, revisando, adaptando, interagindo com os ambientes exter-no e interexter-no à organização.
Quatro verbos que
melhoram os resultados
na empresa
por Geraldo Eustáquio Andrade Drumond ESTRATÉGIA DE GESTÃO
Economista, coach, consultor de empresas, e Diretor Executivo da Drumond Soluções Empresariais. www.drumondconsultoria.com.br geraldodrumond2010@hotmail.com
COMPARTILHAR então estes desa-fios e metas com todos os seus públi-cos:
◾interno, seus funcionários, colabo-radores, ou como queira chamar aquelas pessoas que vivem sua empresa diariamente e podem te auxiliar e muito no atingimento de objetivos, não só trabalhando mas sugerindo, se comprometendo, e para isto é importante que sejam pessoas capacitadas, motivadas e integradas;
◾externo, seus clientes, principal-mente, que sendo envolvidos, vão se alinhar com você e serem bene-ficiados por um produto e ou servi-ço de melhor qualidade, de valores mais competitivos em função da maior produtividade que se cons-tata quando você limpa, planeja e compartilha. Outros públicos exter-nos também devem ser envolvidos, a exemplo de seus acionistas, for-necedores, e a comunidade em geral.
Pratique estes quatro verbos em sua organização, comece já, se é que já não o faz!
automobilística tem a sua entrada em momentos críticos da corrida, como acidentes, chuva extrema, condições de pista inseguras ou qualquer motivo que tire a segurança da prova). Fred exemplifica que o safety car leva a velocidade de todos os outros carros a quase zero.
Pela seleção natural do adapte--se ou morra, perderemos muitos negócios. As empresas que estavam atuando sem seguir as tendências mundiais, poderiam até morrer daqui há algum tempo, porque estamos passando pela mudança
digital. Com a pandemia, a necessidade exigiu a ade-quação que vinha sendo feita nos últimos 15 anos em 5 dias. Uma mudança cultural muito poderosa, que exige a capacidade de adequação para esta nova economia, através da venda não presencial, do poder da tecnologia para atender clientes que não estão dentro da loja. Depois que o safety car
sair da corrida, será cada um por si. O coronavírus vai fazer na economia o mesmo efeito que faz nas pessoas: a empresa que já estava doente não vai resistir e vai fechar.
A solução na palma da mão Uma pesquisa feita pela Mobile Time e Opinion Box, em 2019, mos-tra que cerca de 85% dos brasileiros com smartphone compram online. Segundo relatório da empresa Adjust, o mercado que mais cresce no Brasil é o relativo a apps voltados para com-pras. Em termos de apps instalados, ainda, somos os campeões, acompa-nhados da Turquia. Estes dados foram
coletados em condições normais de consumo.
No último dia 30 de março, a Microsoft divulgou que chegou a 44 milhões a quantidade de usuários ativos diários (DAUs) no Microsoft Teams (Android, iOS), ou seja, mais que dobrou (120%) ante 20 milhões de DAUs de novembro do ano passa-do. Em apenas 7 dias, os usuários do Teams geraram mais de 900 milhões de minutos em videoconferências e ligações. Por conta do distanciamento social e home office, o Skype chegou
a 40 milhões de usuários ativos, um aumento de 70% na comparação com o mês anterior.
A presença do varejo no Instagram está cada vez maior, mas o app ainda exige uma certa produção na apre-sentação de produtos, com fotos pro-duzidas, vídeos e conteúdo de qualida-de. O WhatsApp, por sua vez, é uma ferramenta mais simples, de contato direto e com alcance considerável, possui mais de 2 bilhões de usuários no mundo. O Brasil é o segundo país no ranking de download e só perde para a Índia.
Com experiência de vinte anos de consultoria em varejo, Fred Rocha, conta como teve a ideia de utilizar o
WhatsApp para ajudar as empresas locais a vencerem a barreira das ven-das físicas, durante a pandemia do coronavírus. “Há muito tempo apoio o Sebrae, o movimento compre do pequeno, faz parte de minha atuação, cujo tema abordei em mais de 140 palestras somente em 2019, atingin-do cerca de 50 mil empresas. Pela naturalidade da situação, o movimen-to do Sebrae volmovimen-tou com força movimen-total, mas como acessar o gestor que ainda está analógico em tempos de varejo digital? Daí lancei um formulário do Google para que as empresas de Montes Claros se inscrevessem, com dados do produto e o contato de WhatsApp, assim o consumidor poderia encontrá-las de um modo simples e prático de compra e venda por delivery. O site Moc Compra do Pequeno fez tanto sucesso que chamou a atenção de outras cida-des. Com novo nome, o Pede pelo Zap está disponível para todo o território nacional, ajudando desde pequenos e microempreende-dores até grandes organizações que ainda estavam no sistema analógico de vendas. O consumidor fica mais próximo e suas necessidades são atendidas. O Pede pelo Zap é gratuito para quem compra e para quem vende, sua divulgação conta com a parceria de entidades e todos que desejam minimizar os efeitos desta pandemia nos pequenos negócios. Empresas e consumidores de cidades de todos os portes estão se cadastrando, em seis dias foram de 5 mil acessos. Somente em Goiânia, em dois dias o site teve 600 empresas cadastradas.
Na economia,
os carros
são as empresas,
cada uma tem a sua
velocidade, umas na
frente, outras mais atrás.
Agora todas precisaram
diminuir o ritmo, porém,
é preciso manter o
carro abastecido e
funcionando para se
manter na competição.
Até que possamos
voltar a acelerar e
tocar no ritmo de cada
negócio. Não acredito
numa aceleração muito
acentuada no início,
alguns setores terão
certa facilidade por
estarem prensados
pelo momento, com a
demanda suprimida.
Os setores de bens
e serviços supérfluos
vão acelerar de forma
mais vagarosa, devido
até a própria proteção
das pessoas, os
consumidores muito
sairão atordoados.”
Fred Rocha,
especialista em varejo.
E é este o meu propósito,
ajudar o varejo a se
reinventar, como não estou fazendo
palestra, coloquei a mão na massa
e estou vendo o bolo crescer.
Espero que milhares de pessoas
se alimentem dele e façam bons
negócios, multiplicando a esperança
de dias melhores para todos nós,
depois que tudo isso passar.”
Fred Rocha, especialista em varejo. COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS
A UTILIZAÇÃO DE tecnologia para vender acontece há alguns anos, o que muda neste período são os mecanismos e aplicativos. Há mais de dez anos temos o mobile marketing como estratégia de marketing digital na busca pelo público-alvo em seus smartphones, tablets e outros disposi-tivos móveis, através de e-mails, men-sagens SMS, redes sociais e aplicati-vos. Mas com o isolamento social, esta
ferramenta tornou-se imprescindível para a sobrevivência das empresas de micro e pequeno porte, especial-mente.
Quase todos os setores paralisa-ram suas atividades nas últimas sema-nas. O especialista em varejo, Fred Rocha, compara esta quarentena com uma corrida de Fórmula 1, quan-do o safety car (carro de segurança ou carro madrinha, que em uma corrida
Movimento Pede pelo
Zap é sucesso em
todo o país
Nágila Almeida é Jornalista, especialista em Gestão de Negócios e Marketing; graduada ainda em Publicidade e Propaganda; Letras; Assessora de Comunicação. Email: nagilaalmeida@yahoo.com.br