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1. Adições. Aula Teórica 10 Emulsões - Adições e substratos Emulsões 24 de Novembro de 2008

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Emulsões – 24 de Novembro de 2008 Licenciatura em Fotografia, 3º ano, 2008-2009 Departamento de Fotografia – Luis Pavão Escola Superior de Tecnologia de Tomar

Depois de preparada a emulsão segue-se a aplicação no suporte. Nesta fase muitos problemas podem surgir, devido a dificuldades de aplicação, problemas com uniformidade, formação de bolhas e aparecimento de marcas de pincel, resultando e falta de uniformidade. Para o evitar poderemos juntar agentes que modificam as suas propriedades físicas e adequam a emulsão ao tipo de suporte e aplicador que usamos. Estes agentes são também utilizados pelos fabricantes de papéis e filmes fotográficos com a finalidade de facilitar a aplicação da emulsão sobre o suporte e a tornar mais uniforme e homogénea.

Para melhor aderência da emulsão ao suporte, poderemos revestir o suporte previamente com substâncias chamadas substratos, que aumentam a aderência e compatibilizam as propriedades físicas e químicas de suporte e emulsão.

1. Adições

Entre os compostos que poderemos adicionar à emulsão, citamos água e gelatina, para maior diluição e reduzir o contraste e o álcool, que permite tornar a emulsão mais fluida, aplicar com um spray e facilitar e acelerar a secagem. Outros adicionantes são os seguintes:

Agente molhante – são detergentes que reduzem a tensão superficial da água. Exemplos Kodak Phot-flo e Agfa Agepon. Podem ser adicionados à emulsão em quantidades bem superiores às usadas para secagem do filme fotográfico. Poderemos acrescentar cerca de 20 a 30 % de molhante ao volume de emulsão. Permite espalhar melhor a emulsão e evitar as zonas onde a emulsão não adere. Permite ainda evitar as bolhas.

Agente matizante – tornam a superfície da emulsão mais mate, sem brilhos portanto e facilitam a aplicação de retoque a lápis ou a pincel entre ele usamos o amido de arroz ou de trigo. Estes são pós neutros e muito finos que produzem rugosidade na superfície da gelatina, que a torna menos brilhante.

Agente espessador – serve para tornar a emulsão mais pastosa e impedir a formação de linhas resultantes de pelos do pincel ou marcas do aplicador. Um dos agentes é a glicerina. Pode ser acrescentado, 10 ml de glicerina por cada 100 ml de emulsão.

Gelatina - Mais gelatina permite tornar a emulsão mais espessa. Preparamos uma solução quente de 5 g de gelatina diluída em 20 ml de água. Acrescentamos esta quantidade a 100 ml de emulsão a quente.

Goma-arábica – pode ser acrescentada à emulsão, numa quantidade de 10 % do volume de emulsão.

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Agente endurecedor – serve para limitar a absorção de água pela gelatina, impedindo desta forma que esta inche e se deforme fisicamente. Existem no mercado muitos fixadores

endurecedores, o endurecedor pode ser inserido na preparação da emulsão, mas pode também existir no fixador. O agente endurecedor mais vulgar é a formalina, já utilizado em outros

processos na encolagem da gelatina. Por ser tóxica e provocar véu, preferimos usar o alúmen de crómio, que é não tóxico e não vela a emulsão.

Agente sensibilizador – tiossulfato de sódio em partes mínimas, inferiores a 1 por milhão. Geralmente juntamos 2 ml de uma solução de tiossulfato de sódio a 0,20%. Esta solução prepara-se com 2 g de tiossulfato de sódio em 1 litro de água.

Agentes sensibilizadores à cor – poderemos talvez acrescentar a eritrozina que cita Wall. Preparação do agente matizante para o papel:

Preparamos com 25 g de amido com 250 ml de água. Depois de absorver bem a água a o amido é aquecido e cozido durante algum tempo. Depois de arrefecer juntamos 25 g de gelatina, juntamos à emulsão numa proporção de 1 parte de agente matizante para 4 partes de emulsão. Preparação da solução de alúmen de crómio:

Alúmen de crómio ... 2 g Água destilada ... 100 ml

Acrescente à emulsão 7 ml por cada 250 ml de emulsão pouco antes de usar. Esta solução é instável e deve ser preparada apenas na altura de usar.

2. Substratos

São os revestimentos prévios que teremos que fazer ao nosso suporte, para poder receber a emulsão. Para bem receber a emulsão, o suporte não pode reagir nem interagir com a emulsão, nem deve deixar a emulsão afundar-se. Antes, deve agarrar de forma eficiente a emulsão, para esta resistir à imersão em água no processamento da imagem.

Funções cumpridas pelos substratos:

1. Aumentar a força de ligação entre suporte e emulsão; exemplo gelatina endurecida ou nitrato de celulose sobre vidro ou plástico.

2. Isolar o suporte da emulsão, quando este pode reagir quimicamente, exemplo verniz aplicado sobre madeira ou cortiça.

3. Impedir o afundamento da emulsão dentro de um suporte poroso; exemplo verniz aplicado sobre pedra, barro, azulejo ou madeira.

4. Intermediário entre suporte rígido e emulsão flexível e sensível a variações de humidade e temperatura; exemplo gelatina endurecida sobre vidro.

5. Modificar as propriedades da superfície do suporte, tornando-o mais macio ou liso ou brilhante ou mate; exemplo camada de barita sobre papel.

Os substratos são usados na indústria da fotografia desde muito cedo. Para receber a emulsão de gelatina, o plástico (acetato de celulose ou poliéster), é revestido primeiro com nitrato de celulose, que confere propriedades aderentes ao suporte, difícil de agarrar. Também

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se usa hoje um substrato de gelatina endurecida, para o suporte plástico ou o vidro receberem a emulsão fotográfica. No papel fotográfico o substrato é a camada de barita, que é sulfato de bário misturado na gelatina, que cobre o papel de maneira a tapar a sua rugosidade natural e esconder as características fibrosas do papel.

Limpeza dos vidros de suporte

Os vidros para revestir com emulsão devem ser lavados à mão, com água quente e detergente e depois passados por várias águas e postos a secar num suporte, na vertical. Poderemos

experimentar usar uma solução a 10% de carbonato de sódio para maior eficiência na lavagem. A solução para limpeza de vidros de Carey Ley (segundo Wall é a melhor) é a seguinte: Dicromato de potássio ………. 100 g

Ácido sulfúrico ……… 100 cm3. Água ……….. 1000 cm3.

As fórmulas abaixo indicadas foram retiradas de: Reed, Martin & Jones, Sarah: Silver Gelatin, a User’s Guide to Liquid Photographic Emulsions, Argentum, 2001.

2. 1. Substrato de gelatina endurecida

A gelatina endurecida é um substrato adequado para suportes muito polidos e de difícil aderência, como o vidro ou o plástico. Permitem uma maior adesão da emulsão ao suporte e maior resistência nos banhos de revelação e lavagem.

A fórmula deste substrato é a seguinte:

Água destilada quente --- 750 ml Gelatina --- 5 g Solução a 2% de alúmen de crómio --- 20 ml Água destilada para fazer --- 1 000 ml

O alúmen de crómio é um endurecedor da gelatina e tem um papel fundamental, pois evita que a gelatina seja removida do suporte quando da posterior aplicação da emulsão a quente. A solução de alúmen de crómio não se conserva, deve ser preparada e aplicada no momento; toda esta aplicação deve ser concluída num prazo de 24 horas. Depois de preparada, a camada de substrato deve ser aplicada sobre o suporte desejado. Estes suportes devem ser previamente perfeitamente limpos e desengordurados para melhor receberem o substrato. 2. 2. Substrato de gelatina e sulfato de bário (barita)

A camada de barita é usada pelos fabricantes de papel fotográfico na variedade de papel dito de fibra, ou papel de barita. Trata-se de uma camada espessa, resultante da

sobreposição de muitas camadas de gelatina e sulfato de bário sobre a mesma folha de papel. A aplicação destas camadas é intercalada com prensagem a quente em cilindros de aço polido,

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que tornam cada camada mais lisa e perfeita. A camada de barita pode ser preparada pelos alunos, como se descreve. Prepare à parte as seguintes soluções:

Preparação da pasta de sulfato de bário

Prepare esta pasta em fracções de menor formato: Sulfato de bário --- 56 g Água --- 100 ml Preparação da solução 10 % de alúmen de crómio Alúmen de crómio --- 3 g Água --- 30 ml A fórmula da camada de barita é a seguinte:

Água destilada --- 250 ml Gelatina --- 20 g Pasta de sulfato de bário --- 500 g Solução 10% de alúmen de crómio --- 15 ml Glicerina --- 5 ml Álcool --- 20 ml Leite pasteurizado --- 5 ml

Junte a gelatina à água e aguarde 10 minutos enquanto a gelatina absorve água. Depois junte a pasta de sulfato de bário, em pacotes ou fracções de 100 ml, pesando cada pacote para totalizar a quantidade pedida de 500 g. Deve ir agitando sempre a solução até obter uma mistura uniforme. Quando tiver acrescentado a quantidade necessária, junte os restantes elementos sempre com agitação e aqueça a solução até atingir os 40 ºC, para aplicação sobre a folha de papel.

O sulfato de bário é um pó branco, que é muito pesado, é quimicamente neutro e opaco, isolando a superfície do papel. A glicerina serve para tornar a gelatina maleável e não abrir rachas. O leite serve para evitar a formação de espuma. A solução de alúmen de crómio serve para endurecer a gelatina e evitar a sua dissolução quando da aplicação da emulsão.

A camada de barita permite isolar as fibras do papel da emulsão e tornar o papel mais branco e a superfície mais uniforme e lisa. A industria da fotografia produz este papel com uma camada de barita espessa e uniforme, que é o resultado da sobreposição de várias camadas espessas e da sua compressão entre cilindros de aço polidos, a quente e com alta pressão. Conseguem desta forma obter a folha de papel com uma superfície perfeitamente uniforme e lisa. Em preparação caseira, esta perfeição não é possível de atingir, mas poderemos tentar... 2. 3. Substrato de verniz

Os suportes em material poroso, como cerâmica, pedra, azulejo não vidrado, devem ser isolados com uma camada impermeável antes da aplicação da emulsão. Desta forma evitamos o afundamento da emulsão no suporte e que os químicos da revelação e fixação sejam absorvidos para o interior do suporte. No caso de serem absorvidos a sua remoção seria difícil no banho de lavagem e ficariam no suporte, provocando a posterior degradação e amarelecimento da imagem. Um dos meios de isolar é pela aplicação de uma camada de verniz. Existem muitos

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vernizes no mercado, que podem dar bons resultados. Recomenda-se a aplicação do verniz Griffin, da Windsor & Newton.

O verniz pode ser aplicado a pincel ou por imersão do suporte, tendo o cuidado de evitar a formação de bolhas, que viriam a constituir furos na nossa camada impermeável. Depois de aplicado deve secar durante 24 horas. Pode ser necessário aplicar uma segunda camada de verniz, para melhor cobrir todos os lados e todos os poros, do objecto a sensibilizar.

2. 4. Lista de Produtos Químicos

• Água Destilada – deve ser usada sempre água destilada em todas as preparações, anulando-se assim mais um factor de risco e contaminação.

• Gelatina Neutra – evitar a gelatina para alimentos, pois o seu grau de pureza não é suficiente; usamos gelatina fotográfica, mais pura e inerte.

• Alúmen de crómio ou de potássio (na verdade sulfato duplo de crómio e potássio ou sulfato duplo de alumínio e potássio) – são endurecedores da gelatina, permitem que esta se mantenha em estado sólido, agarrada ao suporte e resista a temperaturas superiores e o contacto com as soluções de processamento, com pH muito variados. Usamos apenas ao alúmen de crómio.

• Phenol - • Amónia

Referências

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