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ARTIGO. Evolvere Scientia UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO. Evolvere Scientia, V. 1, N. 1, p , 2013

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Evolvere Scientia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Evolvere Scientia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE RELAXANTE DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO OBTIDO DE Erythroxylum caatingae, Erythroxylum subrotundum E Erythroxylum revolutum (ERYTHROXYLACEAE) EM TRAQUÉIA ISOLADA DE COBAIA

Humberto Artur Silva Santos1, Magna Vanessa Rodrigues da Silva1, Steno Lacerda de Oliveira2, Josean Fechine Tavares2, Luciano Augusto de Araújo Ribeiro1,3, Julianeli Tolentino de Lima1,3

1Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME)/Universidade Federal do

Vale do São Francisco (UNIVASF)

2Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF)/Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 3Colegiado de Ciências Farmacêuticas (CFARM)/UNIVASF, Campus Petrolina/Centro,

Avenida José de Sá Maniçoba, S/N, CEP 56.304-205 - Petrolina/PE

Palavras-chave: Produtos Naturais, Plantas Medicinais, Erythroxylaceae, Músculo Liso, Traquéia, Relaxamento.

INTRODUÇÃO

O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, estimada em cerca de 20% do número total de espécies do planeta, mas somente 10% delas têm sido avaliadas com respeito às suas características biológicas e apenas 5% com objetivos fitoquímicos. Além disso, possui também uma enorme diversidade cultural e ainda um grande repertório de plantas com potencial valor

econômico e medicinal, mas que ainda é pouco explorado.

É sabido que as plantas medicinais são uns dos poucos recursos terapêuticos disponíveis para a maioria da população latino-americana. No entanto, apesar do uso tradicional e do elevado consumo, não há muitos estudos científicos que comprovem sua efetividade ou mesmo sua toxicidade. Do ponto de vista social, o estudo Evolvere Scientia, V. 1, N. 1, p. 119-133, 2013

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toxicológico é prioritário, porém necessita de validação completa. Outro aspecto relevante quanto ao uso de plantas pela população é que estas são usadas como medicamentos e devem ser avaliadas como tal, principalmente porque o seu uso deve considerar os fatores diferenciais não só em relação às plantas per se, mas também em relação às patologias e à reatividade individual aos tratamentos (LAPA et al., 2003).

Diante dessas premissas, fica claro e notório que as pesquisas com plantas medicinais envolvem investigações da medicina tradicional e popular (etnobotânica e etnofarmacologia); isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos (química orgânica: fitoquímica); investigação farmacológica de extratos e dos constituintes químicos isolados (farmacologia); transformações químicas de princípios ativos (química orgânica sintética); estudo da relação estrutura/atividade e dos mecanismos de ação dos princípios ativos (química medicinal e farmacologia) e finalmente a operação de formulações para a produção de fitoterápicos. A integração destas áreas na pesquisa de plantas medicinais conduz a um caminho promissor e eficaz para descobertas de novos medicamentos.

REVISÃO

Considerações sobre a família Erythroxylaceae e o gênero Erythroxylum

A família Erythroxylaceae compreende 4 gêneros e cerca de 240 espécies com distribuição pantropical, tendo seus principais centros de diversidade e endemismo na Venezuela, no Brasil e na ilha de Madagascar. A maioria das espécies pertence ao gênero Erythroxylum P. Browne, que apresenta distribuição ampla sendo encontrado nos quatro continentes, principalmente na América tropical (PLOWMAN, 2001). Os outros três gêneros, Aneulophus Benth., Nectaropetalum Engl. e Pinacopodium Exell & Mendonça, possuem poucas espécies e apresentam distribuição exclusiva na África (LOIOLA et al., 2007).

O gênero Erythroxylum, com cerca de 230 espécies, é o único representado na região Neotropical, onde aproximadamente 187 espécies são exclusivas, tendo como principal centro de diversidade e endemismo a América do Sul, especialmente o Brasil e a Venezuela, onde são utilizadas em práticas etnomedicinais com propriedades antiinflamatória, antibacteriana, tônica e estimulante, para o fígado, afecções renais e vesiculares, como um poderoso diurético e no tratamento de doenças venéreas, distúrbios musculares,

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121

como reumatismo, e respiratórios, tais como bronquite, pneumonia, tuberculose e asma (PLOWMAN; HENSOLD, 2004).

No Brasil são encontradas 114 espécies das 187 pertencentes ao gênero Erythroxylum e registradas para a América tropical. Destas, aproximadamente 74 possuem distribuição restrita (LOIOLA, 2007), entre elas E. catuaba, E. vacciniifolium e E. subracemosum que são usadas na medicina popular como estimulante sexual (ZANOLARI, 2003a,b). Diversas espécies têm sido investigadas quanto a atividades farmacológicas, tais como: E. vacciniifolium, que apresentou efeito contra infecções oportunas em pacientes com HIV e forneceu alcalóides tropânicos da série catuabina (A, B e C) (ZANOLARI, 2003a); E. pervillei que forneceu os alcalóides pervilleinas A e B, que inibiram o crescimento de carcinoma de pele em células KB-VI e outros tipos de alcalóides extraídos de E. rotundifolium que também apresentaram esta mesma atividade (CHÁVEZ, 2002) e E. moonii que apresentou atividade antimicrobiana frente a cepas de bactérias, fungos e leveduras, fornecendo os alcalóides tropânicos mooniina A e B (RAHMAN, 1998).

No nordeste brasileiro já foram registradas mais de 12 espécies, dentre elas: E. caatingae Plowman, E. citrifolium A. St.-Hil, E. nummularia Peyr., E. pauferrense Plowman, E. passerinum

Mart., E. pulchrum A. St.-Hil., E. pungens O. E. Schulz, E. revolutum Mart., E. simonis Plowman, E. suberosum var denudatum O. E. Schulz, E. subrotundum A. St.-Hil. e E. squamatum Sw., encontradas nas mais diversas formações, como nas florestas úmidas da Mata Atlântica, nos Brejos de Altitude, nas Matas Serranas, nas Restingas e em áreas mais secas da Caatinga (LOIOLA, 2007).

Na família Erythroxylaceae o gênero Erythroxylum é o mais estudado, sendo caracterizado pela grande presença de alcalóides tropânicos e em menor quantidade de alcalóides pirrolidínicos, principalmente em suas folhas e frutos (ZUANAZZI, 2001), porém, em espécies coletadas no estado da Bahia, observou-se a presença de ácidos graxos esterificados e triterpenos (CHÁVEZ, 2002). Os alcalóides tropânicos são uma grande classe de produtos naturais devido aos seus efeitos analgésico, anticolinérgico, antiemético e antihipertensivo.

Na medicina moderna, 3 alcalóides tropânicos, a atropina, a hiosciamina e a escopolamina, estão entre as principais drogas originadas de plantas (KHATTAK, 2002), esses alcalóides vêm sendo utilizados para diminuição de cólicas nos ureteres e aquelas provocadas por cálculos renais, em espasmos brônquicos e nos casos de asma brônquica. São também utilizados em espasmos do trato gastrintestinal,

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portanto contra cólicas intestinais e em hipersecreção gástrica.

Considerações sobre a contração e o relaxamento no músculo liso

O músculo liso é o principal tipo de músculo que controla ou regula o funcionamento da maioria dos órgãos do corpo, possuindo assim um papel importante na maioria dos sistemas biológicos, e representa uma ferramenta útil para a investigação de atividades biológicas de substâncias de qualquer fonte, seja ela natural ou sintética (LIMA et al., 2005).

A contração do músculo liso, seja ele vascular, respiratório, gastrintestinal ou uterino possui um papel crítico na regulação e na manutenção da pressão sanguínea, no controle da respiração em mamíferos (BARNES, 2006), bem como no controle da atividade contrátil no miométrio ou do peristaltismo intestinal (LIMA et al., 2005; SANDERS, 2008), sendo que muitos problemas como a hipertensão, coronariopatia, falência cardíaca, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, abortos, partos prematuros, cólicas uterinas e intestinais, dentre outros, estão associados a uma regulação anormal da contratilidade do músculo liso, tanto nos vasos sanguíneos como na traquéia, brônquios, íleo ou útero (LEI et al., 1993; WRAY et al., 2001;

LIMA et al., 2005; SALAMANCA; KHALIL, 2005; BARNES, 2006).

Fisiologicamente, o espasmo, contração muito comum neste tipo músculo, é altamente dependente do aumento da concentração intracelular de Ca2+ ([Ca2+]

i), seja por liberação dos

estoques intracelulares ou por sua entrada através de canais para Ca2+ na membrana

plasmática e este aumento da [Ca2+] i é um

fator chave para muitas respostas celulares dependentes da ligação a íons Ca2+ e para um vasto número de moléculas efetoras, tais como algumas enzimas, proteínas contráteis e canais iônicos presentes na membrana (SOMLYO et al., 2004; SANDERS, 2008).

Os canais iônicos desempenham papel crucial para a rápida transmissão de informações entre as células traduzindo os sinais na forma de mudanças no potencial de membrana (Vm), compreendendo dois processos: a despolarização e a hiperpolarização da membrana. Estes sinais elétricos resultam, na sua maioria, em oscilações na concentração de Ca2+

intracelular livre ([Ca2+]

i), dessa forma,

promovendo o controle de inúmeros processos fisiológicos, como: secreção hormonal, transmissão e processamento de informações pelo sistema nervoso central, sensações somáticas e a própria contração muscular. Todos esses processos são mediados, pelo menos em parte, por

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membros da superfamília de canais sensíveis à voltagem, dentre eles, os KV, os

BKCa, os CaV, os canais para Na+ sensíveis

à voltagem (NaV), os canais abertos por

nucleotídeos cíclicos (CNG), os canais ativados por hiperpolarização e nucleotídios cíclicos (HCN), os canais receptores de potencial transiente (TRP), os canais de potencial transiente (TPC), os canais para K+ retificadores de entrada (K

ir) e os canais

para K+ de dois poros (K2P) (YU;

CATTERALL, 2004).

O espasmo pode ser inibido quando se impede alguma etapa da via de sinalização bioquímica ativada durante o processo contrátil. Se o mecanismo contrátil se dá pelo aumento da [Ca2+]

i, o

relaxamento do músculo liso se dá pelo retorno dos níveis de Ca2+ livre no citosol

aos níveis basais (SOMLYO et al., 2004). Tal redução na [Ca2+]

i pode ocorrer,

basicamente, por dois mecanismos, o eletromecânico, que é a repolarização (ou hiperpolarização) de membrana, ou o fármaco-mecânico, que ocorre a partir da ativação de receptores de membrana e, consequentemente, inibição das vias bioquímicas que levam à contração (WOODRUM; BROPHY, 2001).

De grande importância para tal fenômeno é o movimento dos íons K+,

através de canais presentes na membrana plasmática, contribuindo para a regulação do influxo de Ca2+ através dos Ca

V. Assim,

os canais para potássio desempenham um papel chave na regulação do Vm e na excitabilidade celular. O Vm do músculo liso depende do balanço entre o aumento da condutância ao K+ levando a uma

hiperpolarização e a diminuição da condutância ao K+ levando a uma

despolarização. A abertura do canal para K+

hiperpolariza a membrana das células musculares lisas levando a uma redução na probabilidade de abertura dos CaV e,

portanto, a um relaxamento (CATTERALL et al., 2005).

Atualmente é reconhecido que, em células da musculatura lisa, há pelo menos quatro diferentes famílias de canais para K+ identificadas, a dos BKCa, dos KV, dos KATP

e dos Kir (NELSON; QUAYLE, 1995),

sendo que, a repolarização ou hiperpolarização de membrana ocorre devido, principalmente, a ativação dos BKCa, que são ativados quando a [Ca2+]i se

eleva na ordem de µM, e a ativação dos KV,

em decorrência à despolarização de membrana (GUTMAN et al., 2005). Tal ativação leva a uma redução no influxo de Ca2+ através dos Ca

V por sua inibição e,

consequentemente, a uma redução da [Ca2+]

i (CATTERALL et al., 2005).

Os mecanismos que podem resultar em relaxamento e que estão diretamente relacionados com um acoplamento fármaco-mecânico incluem a fosforilação via PKG (proteína cinase dependente de

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GMPC) ou PKA de vários substratos,

podendo promover: (1) o aumento na atividade da Ca2+-ATPase tanto do retículo sarcoplasmático (RS) (SERCA) como da membrana plasmática (PMCA), promovendo aumento do sequestro e extrusão de Ca2+, respectivamente,

reduzindo a [Ca2+]

i; (2) a inativação dos

IP3R e redução da sua capacidade de liberar

Ca2+ do RS; (3) a diminuição da formação

do InsP3 e, consequentemente, redução da

liberação de Ca2+ do RS; (4) a inibição da

MLCK, reduzindo sua afinidade pelo [(Ca2+)4-CaM], e a fosforilação de teloquina, que promove a ativação da MLCP, ambos os processos causando uma redução nos níveis de MLC fosforilada e da própria contração; (5) a inibição dos CaV,

promovendo uma redução da [Ca2+] i por

diminuição do influxo de Ca2+; (6) a

ativação de canais para K+ que,

indiretamente, por repolarização ou hiperpolarização, causam a desativação dos CaV (SANDERS, 2008).

Vários processos fisiológicos dependem da via de sinalização dependente de AMPC/PKA para a regulação de suas

funções normais, como por exemplo, a contração rítmica do músculo cardíaco (GAO et al., 1997), o tônus das vias aéreas (BARNES, 2006), a contratilidade do músculo liso (LIMA et al., 2005), dentre muitos outros.

Uma droga que venha a interferir em quaisquer dos mecanismos que levam à contração nos músculos lisos, induzindo assim o relaxamento muscular, pode ser bastante útil, uma vez que substâncias espasmolíticas têm uma vasta aplicação em vários processos fisiopatológicos, tais como: hipertensão, asma, cólicas intestinais e uterinas, etc. Além disso, como os íons Ca2+ medeiam grande parte das ações das

drogas no nosso organismo e desempenham um papel central no processo de contração e relaxamento, os modelos de músculos lisos (intestinal, vascular, respiratório e uterino) se apresentam como meios, relativamente simples, para a investigação de mecanismos de ação de drogas com potencial efeito espasmolítico. Tentar descobrir alguma substância que possa prevenir ou até curar tais problemas é de extrema importância, uma vez que estes atingem grande parte da população em todo o mundo, tanto de países pobres como dos desenvolvidos e em desenvolvimento.

Material Botânico

Foram utilizados extratos brutos obtidos das partes aéreas das espécies Erythroxylum caatingae, Erythroxylum subrotundum e Erythroxylum revolutum, fornecidos pelos nossos colaboradores do setor de química do Núcleo de Estudos e

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Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), do Laboratório de Pesquisas do Vale do São Francisco (LAPEVALE) da UNIVASF e do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Animais

Foram utilizadas cobaias (Cavia porcelus) de ambos os sexos pesando entre 300 e 500 g, procedentes do Biotério Central da UNIVASF.

Antes dos experimentos os animais eram mantidos em gaiolas de polipropileno com ventilação e temperatura (22 ± 1 °C) controladas e constantes, submetidos diariamente a um ciclo claro-escuro de 12 horas, com a fase de luz iniciando às 6:00 e terminando às 18:00 horas, sob rigoroso controle alimentar com uma dieta balanceada a base de ração tipo “pellets” (Purina) com livre acesso a água (disponível em frascos de vidro com bicos apropriados) até 60 minutos antes dos experimentos.

Todos os experimentos foram realizados no período de 07:00 às 19:00 horas.

Substâncias e Sais

O carbacol, cloreto de cálcio di-hidratado (CaCl2.2H2O), cloreto de sódio

(NaCl), glicose (C6H12O6), sulfato de

magnésio hepta-hidratado (MgSO4.7H2O) e

cloreto de sódio (0,9%) foram obtidos da Merck, USA. O cloreto de potássio (KCl) e cremofor EL foram obtidos da Sigma-Aldrich (St. Louis, MO, USA). O bicarbonato de sódio (NaHCO3) e fosfato

diácido de potássio (KH2PO4) foram

obtidos da Vetec, Brasil. Soluções Nutritivas

Para os experimentos de contração e relaxamento do músculo liso isolado de traquéia de cobaia foi utilizada solução nutritiva Krebs aerada com mistura carbogênica (95% de O2 e 5% de CO2), cuja

composição (em mM) foi: NaCl (118), KCl (4,6), CaCl2.2H2O (2,5), MgSO4.7H2O

(5,7), KH2PO4.H2O (1,1), NaHCO3 (25) e

Glicose (11)

Aparelhos

Para registro das contrações os segmentos de traquéia isolada eram suspensos em cubas (6 mL) de um sistema de banho para órgãos isolados modelo EFF-321 (Insight

Instruments, Brasil). Para o monitoramento das contrações isométricas foram utilizados transdutores de força

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modelo Fort 15 (WPI

, USA) acoplados amplificadores de força do tipo “bridge system” (Insight

Instruments, Brasil), conectados a um computador, onde eram observados e armazenados os registros de contração e relaxamento.

Preparo dos extratos das espécies vegetais, bem como das drogas e reagentes para os ensaios farmacológicos

Os extratos eram solubilizados em cremofor EL na concentração de 3% (P/V) e diluídos em água destilada para obtenção da solução-estoque (10 mg/mL) que era armazenada sob refrigeração entre 18 e -20 °C. A concentração final de cremofor na cuba nunca excedia 0,01% (V/V), nesta concentração o cremofor é desprovido de efeito contrátil ou relaxante. No momento da realização dos protocolos experimentais esta solução era diluída de acordo com a exigência de cada protocolo experimental. Estudo da atividade espasmolítica dos extratos em traquéia isolada de cobaia

Investigação do efeito dos extratos sobre as contrações tônicas induzidas por 10-6 M de carbacol em traquéia isolada de cobaia

As cobaias eram eutanasiadas por concussão cerebral seguida por secção dos vasos cervicais. O método de descolamento cervical não foi utilizado para não provocar danos devido a um estiramento demasiado no órgão. O tórax da cobaia era aberto e dissecado, a traquéia era retirada e limpa de todo o tecido conectivo e adiposo. O órgão era dividido em segmentos, contendo de 3 a 4 anéis de cartilagem cada. Esses segmentos eram suspensos individualmente por hastes de aço inoxidável em cubas de vidro (6 mL) contendo solução nutritiva Krebs e sob tensão de 1 g. Estes tecidos eram mantidos a uma temperatura de 37 °C, aerados com carbogênio, e permaneciam em repouso durante 60 min., sendo a solução trocada a cada 15 min. Após o período de estabilização, uma primeira contração era induzida pela adição de 10-6 M de carbacol (CCh) à cuba.

A integridade do epitélio da traquéia era verificada pela adição de ácido araquidônico (AA) à cuba na concentração de 10-4 M (TSCHIRHART et al., 1987)

durante a fase tônica da primeira resposta induzida por CCh, onde os anéis que apresentavam relaxamentos superiores a 50% (em relação a força de contração inicial) eram considerados com epitélio funcional. Anéis de traquéia sem epitélio eram obtidos através da retirada do mesmo por atrito do lúmen do órgão com uma haste de aço inoxidável envolta em algodão e embebida com solução Krebs. A retirada do

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epitélio era confirmada pela ausência de relaxamento em resposta à adição de AA à cuba ou quando este relaxamento era inferior a 10%, sendo este anel considerado sem epitélio funcional. Após verificação da integridade do epitélio, as soluções de banho eram trocadas, e as preparações eram lavadas a cada 15 min. com solução Krebs durante um período total de 30 min.

Passado esse período, e após o retorno da preparação à linha de base, uma segunda contração era induzida com CCh e ainda durante a fase tônica dessa segunda resposta, os extratos eram adicionados, separadamente, de maneira cumulativa à cuba.

Análise Estatística

Todos os resultados obtidos foram expressos como média ± erro padrão da média e analisados estatisticamente empregando-se o teste “t” de Student (pareado ou não pareado) ou ANOVA seguido do pós-teste de Bonferroni, onde os valores de p < 0,05 foram considerados significantes.

Os valores de CE50 (concentração do

extrato que produz uma resposta igual a 50% do seu efeito máximo) (JENKINSON et al., 1995) foram calculados por regressão não-linear para todos os experimentos realizados.

Todas as análises estatísticas foram realizadas com auxílio do programa Graph-Pad Prism versão 5.0 (GraphPad Software

Inc., San Diego CA, USA).

Efeito dos extratos Er-EtOH, Ec-EtOH e Es-EtOH sobre a fase tônica das contrações induzidas por carbacol em traquéia isolada de cobaia

Er-EtOH (3; 9; 27; 81; 243 e 500 µg/mL), relaxou a traquéia pré-contraída com 10-6 M de carbacol (CE50 = 148,7 ± 54,5 µg/mL),

com tempo médio de relaxamento de 210 min. (Figuras 01 e 02). Este efeito foi reversível após 60 minutos da retirada do extrato da cuba.

Da mesma forma que Er-EtOH, o extrato Ec-EtOH (3; 9; 27; 81; 243 e 500 µg/mL), relaxou a traquéia pré-contraída com 10-6 M de carbacol

(CE50 = 40,9 ± 14,5 µg/mL), com tempo

médio de relaxamento de 180 min. (Figuras 03 e 04). Também foi possível observar que Es-EtOH (3; 9; 27; 81; 243; 500 e 750 µg/mL) relaxou a traquéia pré-contraída com 10-6 M de carbacol (CE

50 =

82,7 ± 31,0 µg/mL), com tempo médio de relaxamento de 240 min. (Figuras 05 e 06).

Tomando como referência os valores de CE50 apresentados por Er-EtOH,

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extratos Ec-EtOH e Es-EtOH foram, aproximadamente, 3 vezes mais potentes que o extrato Er-EtOH.

Também foi possível observar que, mesmo com alta potência, ao contrário de Er-EtOH e Ec-EtOH, Es-EtOH não foi capaz de promover relaxamento total da traquéia isolada de cobaia quando este órgão foi pré-contraído com 10-6 M de

carbacol (Figura 06).

Figura 01: Registro original representativo do efeito relaxante do extrato Er-EtOH sobre a fase tônica das contrações induzidas por 10-6 M de carbacol em traquéia isolada

de cobaia. Os pontos representam o curso temporal do efeito relaxante, onde o extrato foi adicionado cumulativamente.

0 1 2 3 0 20 40 60 80 100

log [E. revolutum] µµµµg/mL

R e la x a m e n to ( % )

Figura 02: Efeito do extrato etanólico bruto de E. revolutum sobre as contrações tônicas induzidas por carbacol (10-6 M) em

traquéia isolada de cobaia (n = 5). Os símbolos e as barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente.

Figura 03: Registro original representativo do efeito relaxante do extrato Ec-EtOH sobre a fase tônica das contrações induzidas por 10-6 M de carbacol em traquéia isolada

de cobaia. Os pontos representam o curso temporal do efeito relaxante, onde o extrato foi adicionado cumulativamente.

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129

0 1 2 3

0

50

100

log [E. caatingae] µµµµg/mL

R e la x a m e n to ( % )

Figura 04: Efeito do extrato etanólico bruto de E. caatingae sobre as contrações tônicas induzidas por carbacol (10-6 M) em

traquéia isolada de cobaia (n = 5). Os símbolos e as barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente.

Figura 05: Registro original representativo do efeito relaxante do extrato Es-EtOH sobre a fase tônica das contrações induzidas por 10-6 M de carbacol em traquéia isolada

de cobaia. Os pontos representam o curso temporal do efeito relaxante, onde os extratos foram adicionados cumulativamente. 0 1 2 3 0 20 40 60

log [E. subrotundum] µµµg/mLµ

R e la x a m e n to ( % ) Figura 06: Efeito do extrato etanólico bruto de E. subrotundum sobre as contrações tônicas induzidas por carbacol (10-6 M) em

traquéia isolada de cobaia (n = 5). Os símbolos e as barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente.

No presente trabalho, investigou-se os efeitos dos extratos Ec-EtOH, Es-EtOH e Er-EtOH, obtidos das partes aéreas das espécies E. caatingae, E. subrotundum e E. revolutum, respectivamente, em músculo liso visceral, especificamente, traquéia isolada de cobaia, e o principal achado deste trabalho é a demonstração de que o extratos Ec-EtOH, Es-EtOH e Er-EtOH

apresentaram efeito relaxante em tal órgão.

A contração no músculo liso em

resposta a vários agentes é

frequentemente composta por duas fases: um componente fásico rápido seguido por um lento mais sustentado, o componente tônico (BOLTON, 1979).

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Esta resposta bifásica acontece devido à

fonte dupla de Ca2+ no músculo liso

(meio extra e intracelular). Em traquéia de cobaia os agonistas muscarínicos produzem uma contração tônica que é atribuída, majoritariamente, ao influxo

de Ca2+ através dos canais para Ca2+

operados por voltagem (CaV), uma vez

que a contração tônica é suprimida pelo

bloqueador de CaV, verapamil (JIM et

al., 1981). A probabilidade de abertura

dos CaV é favorecida por uma

despolarização de membrana por estímulo mediado por acoplamento fármaco e eletromecânico (REMBOLD, 1996).

Com o objetivo de verificar se os extratos estariam agindo por interferência no influxo de Ca2+ através da membrana

plasmática da traquéia de cobaia, avaliou-se seus efeitos sobre o componente tônico da resposta contrátil induzida por carbacol (CCh) e foi possível observar que tal efeito, provavelmente se dá por bloqueio do influxo de Ca2+ visto que a entrada desse

íon na célula muscular lisa é condição essencial para a contração.

A triagem farmacológica preliminar teve o objetivo de avaliar a faixa e a predominância de efeitos dos extratos das plantas com a finalidade ulterior de direcionar, com certa precisão, o isolamento e identificação dos princípios ativos responsáveis por tais efeitos, para que em

uma etapa posterior possamos elucidar o(s) mecanismo(s) de ação pelo(s) qual(ais) agem tais constituintes químicos.

Desse modo, é plausível afirmar que uma das contribuições do nosso trabalho é o direcionamento, para os nossos colaboradores da química, para o isolamento e identificação de compostos presentes nesses três extratos (Ec-EtOH, Es-EtOH e Er-EtOH), para que numa etapa posterior possamos avaliar o efeito farmacológico desses constituintes isolados ou suas frações, sobre a musculatura lisa e comparar seus efeitos com os dos respectivos extratos, além de que possamos identificar qual ou quais constituintes são os responsáveis pelos efeitos espasmolíticos, desvendando seus mecanismos de ação, com o objetivo de utilizá-los como ferramentas farmacológicas ou, num futuro próximo, como substâncias que possam contribuir para a cura de doenças que acometem a nossa população.

CONCLUSÃO

Na monitoração farmacológica dos extratos etanólicos brutos obtidos das partes aéreas de Erythroxylum caatingae, Erythroxylum subrotundum e Erythroxylum revolutum (Erythroxylaceae), espécies até então sem nenhum relato na literatura sobre estudos

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farmacológicos em músculos lisos isolados, concluiu-se que tanto o extrato etanólico bruto Er-EtOH quanto Ec-EtOH e Es-EtOH, contém metabólitos especiais com efeito relaxante do músculo liso. Ec-EtOH apresentou maior potência relaxante quando foi testado em traquéia pré-contraída com carbacol. O mecanismo de ação pelo qual os extratos exercem efeito em traquéia isolada de cobaia parecer ser devido, pelo menos em parte, à inibição do influxo de Ca2+ neste órgão, levando assim a uma

diminuição das concentrações intracelulares desse íon e, consequentemente, o relaxamento. Diante de tais resultados, se faz necessário a continuação dos estudos sobre esses extratos e suas ações no músculo liso de traquéia isolada de cobaia para que se elucide o(s) mecanismo(s) de ação. Esses resultados são inéditos no âmbito da atividade farmacológica dessa espécie.

REFERÊNCIAS

BARNES, P. J. Corticosteroids: The drugs to beat. Eur. J. Pharmacol. v. 533, p. 2-14, 2006.

BOLTON, T. B. Mechanisms of action of transmitters and other substances on smooth muscle. Physiological Reviews, v. 59, n. 3, p. 606-718, 1979.

CATTERALL, W. A.; PEREZ-REYES, E.; SNUTCH, T. P.; STRIESSNIG, J. International Union of Pharmacology.

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