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PERSPECTIVAS PARA A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ENTRE BRASIL E ANGOLA: UM ESTUDO DOS ATOS INTERNACIONAIS BILATERAIS. Negociação e Acordos Internacionais

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PERSPECTIVAS PARA A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ENTRE BRASIL E ANGOLA: UM ESTUDO DOS ATOS INTERNACIONAIS BILATERAIS

Negociação e Acordos Internacionais

Gilson Tomás António Calete, UNESC, gilsoncaleth@yahoo.com.br

Resumo:

Os atos internacionais constituem um acordo internacional concluído por escrito entre dois ou mais Estados e regido pelo direito internacional, e que conste de um ou vários instrumentos conexos. Dessa maneira, as denominações mais usadas são: tratado, acordo, convenção, protocolo e memorando de entendimento. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo analisar os atos internacionais bilaterais vigentes e em tramitação firmados por Brasil e Angola. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica e documental. A coleta de dados foi secundária, cujos dados documentais foram do site oficial do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil. A análise dos dados foi essencialmente qualitativa. Verificou-se que os atos internacionais bilaterais entre as duas nações na situação vigente, referem-se principalmente com o fortalecimento dos laços de amizade, envolvendo também a cooperações técnica, cientifica política e integração econômica. Em tramitação, destacam-se aqueles relacionados ao setor de transporte, cooperação jurídica e iniciativas governamentais.

Palavras-chaves: Cooperação Internacional; Ato Internacional; Brasil; Angola. Introdução

A presença crescente do Brasil no cenário internacional resultou da intensificação dos contatos que foram gerados nos últimos anos, provocando um aumento significativo de atos internacionais negociados e concluídos pelo Brasil. De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 21, inciso I, compete a União "[...] manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais" (BRASIL, 1988). Porém, todos os acordos dos estados ou municípios deverão ser feitos pela União, com a respectiva interveniência do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

A divisão dos Atos Internacionais do MRE (2015, p. 1): “[...] incumbe-se da guarda dos tratados, convenções, acordos, declarações conjuntas, protocolos e emendas que obriguem internacionalmente o Estado brasileiro”. Esta divisão ainda “Mantém registros de Atos Internacionais dos quais, embora não seja parte o Estado brasileiro, participou o Brasil em sua negociação ou que se revista de interesse para a política externa brasileira“ (MRE, 2015, p. 1).

No âmbito das relações bilaterais e de amizade entre o Brasil e Angola foram realizadas uma série de atividades diplomáticas (atos internacionais bilaterais), que visam promover o desenvolvimento dos laços sociais, económicos, culturais e de intercâmbio nos diversos domínios. Assim, o estudo tem por objetivo apresentar as diretrizes da cooperação internacional entre o Brasil e Angola, com enfoque nos Atos Internacionais Bilaterais vigentes e em tramitação, firmados pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Inicialmente o estudo apresenta os procedimentos metodológicos que ampararam o desenvolvimento da pesquisa, em seguida, a apresentação e discussão dos resultados. Por fim, as considerações finais e as referências.

CORE Metadata, citation and similar papers at core.ac.uk

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Procedimentos Metodológicos

O presente estudo se caracterizou como uma pesquisa descritiva quanto aos fins de investigação. A pesquisa descritiva é um levantamento de dados com características já conhecidas que compõem um processo ou fenômeno (SANTOS, 2004). Justifica-se esta opção de pesquisa pelo interesse em conhecer e descrever os atos internacionais bilaterais vigentes e em tramitação firmados pelo Brasil e Angola.

Quanto aos meios de investigação, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental. Na pesquisa bibliográfica utilizam-se como fontes de estudos publicações realizadas por outros autores por meio de livros, sites oficiais, artigos, entre outros meios (OLIVEIRA, 2001). Para Gil (2002) a pesquisa bibliográfica ajuda a enriquecer o estudo com informações adicionais sobre a situação em questão.

A pesquisa documental visa obtenção de resultados por meio de análise dos documentos, fontes de dados e informações. Para Gil (2002) a pesquisa documental caracteriza-se com uma importante fonte de dados de caráter histórico. Diante disso, a pesquisa se relaciona à documental, pois o trabalho se baseia em documentos publicados por meio do site do Ministério das Relações Exteriores (MRE), no âmbito do Sistema Consular Integrado (SCI).

Optou-se pela análise qualitativa, pelas características do estudo. A pesquisa qualitativa por sua vez, segundo Fachin (1993, p.81) “[...] a variável qualitativa é caracterizada pelos seus atributos e relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente”.

Apresentação e Discussão dos Resultados

Nesta seção destacam-se os dados coletados por meio da pesquisa documental, apresentando os atos internacionais bilaterais – Brasil versus Angola – vigentes e tramitação.

Atos Internacionais Bilaterais Vigentes

O Quadro 1 apresenta de forma sintetizada os atos internacionais bilaterais firmados pelas nações em estudo. Vale ressaltar que para uma melhor visualização, foram destacados aqueles atos internacionais enquadrados como acordo-básico, não considerando os ajustes complementares efetuados até o presente momento.

Quadro 1 – Atos internacionais bilaterais vigentes.

ATOS INTERNACIONAIS CELEBRAÇÃO ENTRADA EM VIGOR

Comunicado Conjunto 11/06/1980 11/06/1980

Acordo de Cooperação Cultural e Científica 11/06/1980 11/02/1982

Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica 11/06/1980 11/02/1982

Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação Econômica, Científica e

Técnica sobre Cooperação no Campo das Comunicações, de 11/06/80. 20/10/1983 11/02/1982

Comunicado Conjunto à Imprensa 05/07/1988 05/07/1988

Declaração Conjunta 10/09/1991 10/09/1991

Protocolo de Intenções na Área de Desenvolvimento Educacional. 10/09/1991 10/09/1991

Ata de Cerimônia de entrega da Contribuição do Governo do Brasil ao

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Acordo sobre a Supressão de Vistos em Passaportes Diplomáticos e de

Serviços. 31/05/1999 30/09/2000

Protocolo de Intenções para Cooperação Técnica no Domínio da Segurança e

da Ordem Pública. 14/11/2000 14/11/2000

Memorando de Entendimento 27/05/2003 27/05/2003

Programa de Trabalho em Matéria de Cooperação Científica e Tecnológica 03/11/2003 03/11/2003 Protocolo de Cooperação Técnica para apoio ao Instituto de Formação da

Administração Local (IFAL) 03/11/2003 03/11/2003

Protocolo de Cooperação sobre Cooperação Técnica na Área de Agricultura

e Pecuária 03/11/2003 03/11/2003

Programa Executivo de Cooperação Cultural para 2004 a 2006 04/11/2003 04/11/2003

Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Administração

Pública. 03/05/2005 03/05/2005

Memorando de Entendimento para Incentivo à Formação Científica de

Estudantes Angolanos 18/10/2007 18/10/2007

Memorando de Entendimento para o Estabelecimento de Mecanismo de

Consultas Políticas 18/10/2007 18/10/2007

Memorando de Entendimento para Cooperação com vistas ao Fortalecimento

da Administração Pública de Angola 09/11/2007 09/11/2007

Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Angola para a Formalização da Cessão de Uso de Imóveis para a Embaixada do Brasil em Angola e para a Embaixada de Angola no Brasil

17/08/2009 16/10/2009

Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Angola para a Cessão Recíproca de Imóveis para o Funcionamento dos Centros Culturais do Brasil em Angola e de Angola no Brasil

17/08/2009 16/09/2009

Ata de Compromisso entre a Embaixada da República Federativa do Brasil e

a Fundação Eduardo dos Santos ``FESA `` 17/08/2009 17/08/2009

Declaração Conjunta sobre o Estabelecimento de Parceria Estratégica entre a

República Federativa do Brasil e a República de Angola 23/06/2010 23/06/2010

Protocolo entre o governo da República de Angola e o governo da República

Federativa do Brasil sobre facilitação de vistos. 16/06/2014 04/01/2015

Fonte: Adaptado a partir de MRE (2015).

Os atos internacionais entre Angola e Brasil, tiveram seu início logo após Angola se tornar independente em 1975, por uma das razões do Brasil ser na época, o primeiro país a reconhecer a independência de Angola (MRE, 2015).

O Ato denominado Comunicação Conjunta, que ocorreu na visita oficial a Zâmbia do Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil, Embaixador Ramiro Saraiva Guerreiro, atendendo a um convite do Hon. Wilson Mofya Chakulya, M.P., Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo da República de Zâmbia, realizada aos 3 a 5 de junho de 1980. Ambos os países: “[...] prometeram seu apoio ao povo oprimido da África Meridional, de acordo com as resoluções relevantes das Nações Unidas” (MRE, 1980, p. 3).

Diante disso, surge o Acordo de Cooperação Cultural e Científica, firmado em Luanda, aos 11 de junho do mesmo ano (1980), iniciando a parceria entre os dois países, com o objetivo de fortalecer os laços comuns de amizade e compreensão existentes entre os seus povos e de promover as relações culturais e científicas. Do lado brasileiro, o responsável pela execução foi o Embaixador Ramiro Saraiva Guerreiro, o Ministro das Relações Exteriores Paulo Jorge, para o lado angolano (MRE, 1980).

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4 De acordo com o artigo I do Acordo de Cooperação Cultural e Científica utilizaram das seguintes modalidades de cooperação: “[...] As Partes Contratantes comprometem-se a promover a cooperação mútua nos domínios da cultura, da educação e da ciência, da arte, e dos desportos e de comunicação social” (MRE, 1980, p. 1).

E ainda, de acordo com o artigo III do Acordo de Cooperação Cultural e Científica, completa que:

[...] Cada Parte Contratante concederá ou estimulará a concessão de bolsas de estudo a nacionais da outra Parte para iniciar ou prosseguir estudos, estágios, cursos de especialização ou de aperfeiçoamento. Aos beneficiários dessas bolsas serão concedidas dispensa de exames de admissão e dos pagamentos de taxas de matriculas. As condições de envio e estadia dos beneficiários de bolsas de estudo, no território da outra parte, serão definidas em protocolos a estabelecer com cada organismo específico (MRE, 1980, p. 1).

O Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica, foi continuidade do acordo anterior realizado em junho de 1980, pelo Embaixador brasileiro Ramiro Saraiva Guerreiro e o Ministro das Relações Exteriores para Angola, Paulo Jorge. Animados do desejo de fortalecer os laços de amizade existentes entre ambos os Estados, do respeito mútuo pela soberania e da não ingerência nos assuntos internos de cada e no interesse comum em dinamizar o desenvolvimento econômico, técnico e científico dos dois países na base dos princípios da igualdade de direitos (MRE, 1980). De acordo com o artigo II de Cooperação Econômica, Científica e Técnica entre as partes contratantes, poderão assumir as seguintes modalidades:

[...] a) intercâmbio de informações bem assim a organização de meios adequados à sua difusão; b) aperfeiçoamento profissional, mediante programas de visitas ou estágios de especialização, através de concessão de bolsas de estudo para especialização técnica; c) projetos conjuntos de pesquisa em áreas científicas que sejam de interesse comum; d) intercâmbio de peritos e cientistas; e) organização de seminários e conferências; f)envio de equipamentos e materiais necessários à realização de projetos específicos; g) qualquer outra forma de cooperação que for acorda da entre as Partes Contratantes (MRE, 1980, p. 1).

O Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica sobre Cooperação no Campo das Comunicações, foi o Ato posterior, visto que permaneciam os motivos que levaram à celebração do Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica entre os dois países, de conformidade com os princípios anunciados em 11 de junho de 1980. O Ministério das Comunicações do Brasil e o Ministério dos Transportes e Comunicações de Angola, para materialização do presente protocolo, no seu artigo I acordaram que: “[...] ambos os Governos acordam estabelecer um mecanismo de colaboração no campo das comunicações, para o desenvolvimento das telecomunicações e dos serviços postais em Angola“ (MRE, 1980, p. 1).

Ainda segundo o artigo V, do Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica sobre Cooperação no Campo das Comunicações, afirma que:

[...] a) a troca de experiências poderá ocorrer quer através do envio de missões técnicas de especialistas, quer através da realização de cursos e/ou estágios de especialização, de forma a cobrir, entre outras, as seguintes áreas: a) planejamento das comunicações; b) formação e treino de pessoal em correios e telecomunicações; c) supervisão, operação de serviços de telecomunicações e de serviços postais; d)

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desenvolvimento industrial e tecnológico e estudos de especialização; e) organização e métodos; f) documentação técnica (MRE, 1980, p.1).

A Ata de Cerimônia de entrega da Contribuição do Governo do Brasil ao Programa de Reabilitação Nacional do Governo de Angola, segundo o MRE (1996), foi realizado pelo Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, e o Ministro das Relações Exteriores da República de Angola, Venâncio da Silva Moura, que deu lugar a seguinte cerimônia:

[...] reuniram-se em Luanda, em 25 de novembro de 1996, em cerimônia no complexo presidencial do Futungo de Belas, para a entrega da contribuição brasileira ao Programa de Reabilitação Comunitária e Reconciliação Nacional de Angola. Esta contribuição no valor de U$ 200,000.00 (duzentos mil dólares) que, nesta solenidade, se efetiva, visa a colaborar com a regeneração das comunidades angolanas e com o processo de reestabilização da República de Angola (MRE, 1996, p.1).

O Memorando de Entendimento para Incentivo à Formação Científica de Estudantes Angolanos, celebrado em Luanda, em 18 de outubro de 2007, pelo Ministro das Relações Exteriores de Angola, João Bernardo de Miranda, e o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim (MRE, 2007). De acordo com o artigo I do Memorando de Entendimento para Incentivo à Formação Científica de Estudantes Angolanos decidiram o seguinte:

Estabelecer um "Programa de Formação Científica para Estudantes Angolanos" (PFCA), a ser elaborado e desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação do Brasil, com o objetivo de contribuir para a formação de recursos humanos para atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação em Angola, estipulando vocações científicas na comunidade universitária (MRE, 2007, p. 1).

Assim, com a sucessão dos Atos, em junho de 2010, foi firmado a Declaração Conjunta sobre o Estabelecimento de Parceria Estratégica, que constitui um dos principais atos internacionais entre os dois países. Assinaram Acordo de Parceria Estratégica que definiu áreas de interesse recíproco e prioridades em termos de cooperação técnica, integração econômica e política. A visita da Presidenta Rousseff em Angola possibilitou a retomada de Atos bilaterais do mais alto nível, reiterando a prioridade atribuída aos dois países, à CPLP e à África (MRE, 2010).

Em junho de 2014 foi celebrado, o mais recente Ato, o Protocolo entre o Governo da República de Angola e o Governo da República Federativa do Brasil sobre facilitação de vistos, e o mesmo entrou em vigor em janeiro de 2015. Do lado angolano, o responsável pela execução foi o Ministro das Relações Exterior Georges Rebelo Pinto Chikoti, e Ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo Machado, pelo lado brasileiro. Um ato de protocolo, com base nas seguintes condições:

Desejosos de desenvolver e aprofundar os laços especiais de amizade e de cooperação estratégica, reconhecidos ao mais alto nível político, que caracterizam o relacionamento entre a República de Angola e a República Federativa do Brasil; ii) Reconhecendo a necessidade de se promover e facilitar a circulação dos respectivos nacionais nos territórios de ambos os Estados, no respeito da legislação aplicável em

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cada um deles; iii) Empenhados em promover o desenvolvimento dos laços sociais, económicos, culturais e de intercâmbio nos diversos domínios; iv) Animados pelo desejo de consolidar e fortalecer as relações de amizade e de cooperação em matéria de circulação de pessoas, entre os dois países; v) Decididos a promover a facilitação da concessão de certos tipos de visto com o objetivo de beneficiar cidadãos e empresas dos dois países (MRE, 2015, p.1).

Atos Internacionais Bilaterais em Tramitação

O Quadro 2 apresenta os Atos Internacionais Bilaterais entre Brasil e Angola em tramitação.

Quadro 2 – Atos internacionais bilaterais em tramitação.

ATOS INTERNACIONAIS CELEBRAÇÃO

Acordo de Transporte Aéreo 16/12/1983

Acordo de Co-Produção Cinematográfica 28/01/1989

Acordo no Domínio dos Transportes Marítimos 28/01/1989

Acordo para Reescalonamento de Dívida. 15/08/1995

Acordo sobre Supressão de Vistos em Passaportes Diplomáticos, Especiais e de Serviço (no

âmbito da CPLP) 17/07/2000

Acordo sobre Auxílio Jurídico Mútuo em Matéria Penal 03/05/2005

Acordo sobre Transferência de Pessoas Condenadas 03/05/2005

Acordo sobre Extradição 03/05/2005

Acordo de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da

República da Angola no Domínio de Turismo 17/04/2009

Acordo de Cooperação entre a República Federativa do Brasil e a República de Angola no

Domínio da Defesa 23/06/2010

Acordo de Cooperação entre a República Federativa do Brasil e a República de Angola no

Domínio da Educação Não-Superior e Formação 23/06/2010

Acordo de Cooperação entre a República Federativa do Brasil e a República de Angola no

Domínio do Ensino Superior e Formação de Quadros 23/06/2010

Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos entre o Governo da República

Federativa do Brasil e o Governo da República de Angola 01/04/2015

Fonte: Adaptado a partir MRE (2015).

Visualiza-se uma variedade de atos internacionais bilaterais em tramitação, demostrando uma forte abrangência em assuntos para as áreas do setor de transportes, cooperação jurídica em matéria penal e iniciativas governamentais que contribuem para o aumento de investimentos bilaterais mútuos.

Os dois países possuem em tramitação o Acordo de Transporte Aéreo, que foi celebrado em dezembro de 1983, pelo Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil, Mauro da Costa Couto, e o Ministro das Relações Exteriores da República de Angola, Pedro Castro Van-Dúnem (MRE, 1983). No âmbito deste acordo será implementada por meio de: [...] desejando desenvolver, de forma segura e ordenada, serviços regulares de transporte aéreo entre os seus respectivos territórios e prosseguir no

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7 desenvolvimento da cooperação internacional no domínio do transporte aéreo (MRE, 1983, p. 1).

O Acordo de Coprodução Cinematográfica possuiu o propósito de difundir, por meio da coprodução de filmes, o acervo cultural dos dois povos, e pelo objetivo de promover e desenvolver os interesses comerciais das indústrias cinematográficas respectivas, com base na igualdade de direitos e benefícios mútuos (MRE, 1989). De acordo com o artigo I do Acordo de Coprodução Cinematográfica, desejam a seguinte modalidade:

Os filmes de longa-metragem realizados em regime de coprodução e contemplados por este Acordo serão considerados filmes nacionais pelos dois países. As vantagens reservadas por cada país a seus filmes nacionais e, em consequência, aos filmes coproduzidos serão unicamente aplicadas ao coprodutor do país que as conceder (MRE, 1989, p.1).

O Acordo sobre Auxílio Jurídico Mútuo em Matéria Penal, celebrado aos 3 de maio de 2005, do lado do Brasil, Embaixador Vera Pedrosa, e Secretario do Concelho de Ministros da República de Angola, Joaquim Dos Reis Junior, reconhece:

[...] a especial importância de combater o crime transnacional, incluindo lavagem de dinheiro, corrupção e tráfico ilícito de drogas, armas de fogo, munições, explosivos, criminalidade conexa ou quaisquer outras atividades criminosas; Desejosos de promover a eficiência das autoridades responsáveis pelo cumprimento da lei de ambos os países, na prevenção, investigação, ação penal ou instrução de processos de natureza criminal por meio de cooperação e auxílio jurídico mútuo em matéria criminal (MRE, 2005, p. 1).

O Acordo para Reescalonamento de Dívida, celebrado em Brasília (DF), em 15 de agosto de 1995, do lado do Brasil o Ministro de Estado das Relações Exteriores Luiz Felipe Palmeira Lampreia, Ministro de Estado interino da Fazenda Pedro Pullen Parente, assinante pelo Banco Central do Brasil, assinante pelo Banco do Brasil S.A., e pelo lado de Angola esteve presente no Ato o Ministro da Economia e Finanças Augusto da Silva Tomás, e o Administrador do Banco Nacional de Angola João Baptista Madeira Torres (MRE, 1995).

A dívida objeto deste Acordo é constituída pela totalidade da dívida de Angola, vencida e não paga, relativa a todos os contratos firmados ao amparo do PROEX e do antigo FINEX, a ser consolidada em 31 de agosto de 1995, e compreendendo:

[...] a confirmação por parte de Angola, da retomada, no último trimestre de 1995, do fornecimento de petróleo ao Brasil, e que o Brasil, por sua vez, acordou em reabrir a Angola os créditos de exportação, ao amparo do PROEX, resolvem os dois países firmar o presente ACORDO PARA REESCALONAMENTO DE DÍVIDA, com a finalidade de consolidar e reescalonar a dívida de Angola com o Brasil (MRE, 1995, p.1).

Entre os atos internacionais bilaterais em tramitação destaca-se o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de Angola, como o mais recente deles, que foi celebrado aos 1 de março de 2015, desejando, a facilitação e o fomento dos investimentos recíprocos, com vistas à intensificação e o aumento das oportunidades e negócios, encorajar e estreitar os contatos entre o setor privado e os governos dos dois países (MRE, 2015).

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Considerações Finais

Caracterizando-se como um dos mais importantes instrumentos da política externa, o Ato Internacional tem sido um dos indicadores mais objetivos e de posicionamento da atividade diplomática de uma nação.

Vale analisar as relações bilaterais entre Brasil e Angola sobre duas vertentes distintas, porém complementares entre si. Por um lado, têm-se as relações bilaterais diretas, em que seus contatos foram feitos diretamente entre Brasília e Luanda, por meio do relacionamento entre Ministérios e Presidentes. Na área comercial, entre outras empresas pode-se destacar a presença da Construtora Norberto Odebrecht em território angolano e a forte atuação da Petrobrás, por intermédio dos acordos com a Sonangol (empresa estatal do ramo petrolífero em Angola). Por outro lado, as relações bilaterais indiretas multilateralmente intermediadas e mais intensas.

Os atos internacionais bilaterais vigentes firmados por Brasil e Angola, destacam-se principalmente aqueles relacionados com o fortalecimento da amizade entre os dois povos, no âmbito de cooperações técnicas, científica, política e integração econômica. E para os atos internacionais bilaterais em tramitação entre ambos, verifica-se uma forte tendência em assuntos para as áreas do setor de transportes, cooperação jurídica em matéria penal e iniciativas governamentais, em pauta para suas relações futuras.

Para que o tema seja disseminado e continue em discussão, sugere-se que novos estudos sejam desenvolvidos os atos internacionais multilaterais que o MRE possui na condição vigente e em tramitação.

Referencias

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Referências

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