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INFORMATIVO JURÍDICO Nº XLIV - ANO 2008 DIREITO DO TRABALHO A NOVA LEI DO ESTÁGIO PARA ESTUDANTES

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INFORMATIVO JURÍDICO Nº XLIV - ANO 2008

DIREITO DO TRABALHO

A NOVA LEI DO ESTÁGIO PARA ESTUDANTES

Como já é de seu conhecimento, no último dia 25 de setembro, foi sancionada a Lei nº 11.788, que dispõe sobre o estágio de estudantes.

O estágio é considerado um período de aprendizagem, e seu objetivo principal é acima tudo pedagógico, ou seja, proporcionar a complementação do ensino em treinamento prático. Por isso, simultaneamente, o estudante deve freqüentar algum curso no qual recebe ensinamentos teóricos, e inserir-se em um ambiente de trabalho no qual aprende as tarefas diárias compatíveis com a sua profissão. Em muitos casos inclusive, o estágio é exigência curricular do próprio curso.

Dentro desse conceito de estágio, a iniciativa dessa nova lei visou minimizar a exploração da mão-de-obra de estudantes, que na vigência da lei anterior, só tinham direito ao seguro contra acidentes pessoais, pois, até mesmo o pagamento da bolsa era facultativo. Com isso, a nova lei estendeu alguns direitos aos estagiários a saber:

a) limitação da jornada de atividade à quatro ou seis horas diárias, dependendo da modalidade da educação; b) concessão compulsória do auxílio-transporte e o pagamento obrigatório de uma bolsa ou outra forma de contra-prestação aos estágios não obrigatórios (aquele desenvolvido como atividade opcional); c) recesso remunerado de trinta dias a ser gozado, preferencialmente durante as férias escolares para os estágios com duração igual ou superior a um ano; d) dias de recesso em número proporcional, nos casos de estágio com duração inferior a um ano; e) aplicação da legislação relacionada à saúde e á segurança do trabalho.

O parágrafo 1º, do artigo 12 dessa nova lei, procurou estimular as empresas

que oferecem estágio a conceder benefícios relacionados ao transporte, alimentação e saúde, dentre outros, com o objetivo de melhorar a condição social do estudante, sem o temor da caracterização do vínculo empregatício.

A obrigatoriedade do pagamento de uma contra-prestação, no caso do estágio não obrigatório, é um fator importante, pois o estudante pode utilizar o valor da bolsa para custear as mensalidades escolares e os livros necessários ao seu aprendizado.

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Já, no caso do estágio obrigatório (determinado pelas diretrizes curriculares da etapa) o pagamento da bolsa ou outra forma de contra-prestação de auxílio-transporte, é uma liberalidade da

unidade concedente do estágio. Da mesma forma, no caso de estágio

obrigatório, a responsabilidade pela contratação de seguro de

acidentes pessoais, poderá, alternativamente ser assumida pela instituição de ensino (parágrafo único do artigo 5º). Se o estágio, não é

obrigatório, caberá à unidade concedente do estágio contratar em

favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja

apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso (artigo 9, IV).

A lei não esclarece a contento, se o estagiário, no caso da unidade concedente do estágio, não lhe conceder o recesso a que tem direito,

poder vir a ser indenizado pelo valor correspondente, razão pela qual, se mostra

conveniente, quando da contratação do estagiário, a celebração de um prévio, termo de compromisso, regulamentando os pormenores do direito ao recesso, dentro dos limites legais, inclusive no caso de desligamento do estudante, antes do prazo previsto no contrato de estágio.

Da mesma forma, a lei é omissa no que se refere ao valor a ser

pago a título de auxílio-transporte, se a empresa deve cobrir

integralmente os gastos do estudante com o transporte no trajeto residência-empresa, e empresa-escola (ou residência), ou se o estudante deve arcar com parte destes gastos, como ocorre quando o empregado recebe o vale-transporte. Fica assim, a critério das partes, estipular no termo de compromisso o valor auxílio-tranporte a ser pago ao estagiário.

No tocante a carga horária para o estágio, esclarecemos que a

legislação anterior limitava-se a dizer que esta deveria ser compatível com o horário escolar do estudante. No silêncio da lei, tornou-se prática corrente entre as empresas, agentes de integração, estudantes do ensino superior, e entidades de ensino, a jornada diária de 08 (oito) horas para o estagiário.

O artigo 10 da nova lei do estágio prevê agora, jornada de atividade de

(04) quatro horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de

educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos, é de

06 (seis) horas diárias e 30 mensais, no caso de estudantes do ensino

superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.

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A legislação relacionada à saúde e à segurança do trabalho, também é aplicável aos estagiários (artigo 14), cabendo a unidade concedente de estágio cumprir as normas de higiene, segurança e medicina do trabalho.

Os estagiários podem ser incluídos como segurados facultativos, sendo que o pagamento da contribuição previdenciária é de responsabilidade exclusiva do estudante estagiário.

Os requisitos legais para a realização de estágio estão estabelecidos na nova lei, não criando esta relação jurídica, vínculo empregatício de qualquer natureza (artigo 3º caput).

Não atendidos os requisitos legais para a realização do estágio, estará caracterizada a relação de emprego para todos os efeitos legais, conforme dispõe o artigo 3º, parágrafo 2º, e enseja a aplicação de punição à unidade concedente do estágio, no caso de incidência da irregularidade.

A nova lei, limita o contrato de estágio ao prazo máximo de 02 (dois) anos de duração

em relação a cada unidade concedente, salvo se tratar o estagiário

portador de deficiência (Artigo 11), exigindo também que a unidade concedente esteja devidamente preparada para receber o estagiário e a assumir sua responsabilidade na formação educacional, mediante cumprimento das obrigações previstas no termo de compromisso.

Por fim, em relação à aplicação das novas regras legais aos contratos de estágio firmados anteriormente à vigência da nova lei, informamos que a questão ainda é polêmica, e só será dirimida pelos Tribunais do Trabalho. Contudo, o

artigo 18 da Lei nº 11.788, parece indicar que os contratos firmados

anteriormente a sua vigência, não precisam ser ajustados às suas disposições, já que prevê que “a prorrogação dos estágios contratados antes do início da vigência desta legislação, apenas poderá ocorrer, se ajustada às suas disposições”.

DIREITO CIVIL/ TRIBUTÁRIO

AS INDENIZAÇÕES POR DANO MORAL E O IMPOSTO DE RENDA: MUDANÇAS SOBRE O TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ.

A questão da tributação do dano puramente moral pelo imposto de renda sempre se

mostrou polêmica em nossos Tribunais. A jurisprudência dominante sempre se orientou pela incidência do Imposto de Renda, baseada na

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premissa de que acabava de ocorrer um acréscimo patrimonial do contribuinte quando do recebimento de indenização com fulcro em Dano Moral.

Semelhante orientação do Superior Tribunal de Justiça, seguia uma linha quase contábil, para a definição da hipótese de incidência tributária do Imposto de Renda aos contribuintes que eventualmente tivesse êxito em ações propostas com fundamento em Dano Moral.

Melhor explicando: Se o lesado tinha um patrimônio contabilizado

(declarado) de 100, e se o dano não atingiu essa esfera (ou seja, não o diminuiu), a indenização recebida por hipótese no montante de 20, deixaria o lesado com um patrimônio de 120, logo a indenização em questão geraria um acréscimo patrimonial de mais 20 no patrimônio do lesado, e esse montante deveria ser tributado.

Semelhante raciocínio, apesar de aparentemente lógico, não

encontrava respaldo na doutrina brasileira, pois não haveria acréscimo

patrimonial sujeito à tributação pelo Imposto de Renda na indenização por Dano Moral, visto que esta faria apenas a reposição do patrimônio do lesado no seu “ativo moral”, por meio de uma reparação financeira. Assim considerada, a indenização apenas faria a reposição de um bem imaterial e esse não sairia aumentado, o resultado seria portanto neutro. Em outras palavras: A indenização não gera ganho, pois se assim não o fosse, não seria uma indenização, geraria apenas o retorno do lesado, ao

status quo, anterior a lesão sofrida.

O fato de ativos imateriais não ser valorados, a exemplo do Dano Moral, em nossas declarações de Imposto de Renda, não o torna sem valor, e ao ser atingido (lesado) sua reparação não configura um ganho efetivo, mas apenas uma reposição de uma perda patrimonial. Se assim não fosse, estaríamos negando a existência do próprio dano, e então poderíamos imaginar que a própria indenização teria se dado sem causa, caso se admita a idéia que há um ganho efetivo pelo lesado que recebe indenização por dano moral.

Assim, revendo entendimento, anteriormente consolidado pelo STJ

- Superior Tribunal de Justiça, a 1ª Secção daquela Corte, alterou o

entendimento até então vigente, ao julgar o RESP (Recurso Especial) de nº 963.387, no qual o Ministro Hermann Benjamin, assim se pronunciou, sobre o tema:

“A verba recebida a título de dano moral, não acarreta acréscimo patrimonial e, por isso não se sujeita à incidência do Imposto de Renda. A indenização por Dano estritamente

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Moral não é fato gerador do Imposto de Renda, pois se limita a recompor o patrimônio imaterial da vítima atingido pelo ato ilícito praticado. Ao negar a incidência do Imposto de Renda, não se reconhece a isenção, mas a ausência de riqueza nova – oriunda dos frutos do capital, do trabalho ou da combinação de ambos – capaz de caracterizar acréscimo patrimonial. A indenização por Dano Moral não aumenta o patrimônio do lesado, apenas o repõe, pela via da substituição monetária, in status quo ante (no mesmo estado em que se encontrava antes)”.

Paulo Pellegrini Assessoria Jurídica

Referências

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