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26(3) Abril / Junho April / June

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Academic year: 2021

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26(3)

Abril / Junho

April / June

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FICHA TÉCNICA

Technical Sheet

Título / Title: UNINGÁ Review

Periodicidade / Periodicity: Trimestral / Quarterly

Diretor Geral / Main Director: Ricardo Benedito de Oliveira Diretor de Ensino / Educational Director: Ney Stival

Diretor de Pós-Graduação / Post-Graduation Director: Mário dos Anjos Neto Filho Diretor Administrativo / Administrative Director: Flávio Massayohi Sato Editor-Chefe / Editor-in-Chief: Prof. Dr. Mário dos Anjos Neto Filho

Corpo Editorial / Editorial Board Prof. Dr. Afonso Pelli,UFTM (MG)

Prof. Dr. Aissar Eduardo Nassif,UNINGÁ (PR)

Prof. Dr. Alaor Aparecido Almeida,CEATOX-UNESP (SP) Prof. MS. Alex Sanches Torquato,UTFPR (PR)

Profa. Dra. Carolina Baraldi Araujo Restini,UNAERP (SP) Profa. Dra. Claure Nain Lunardi Gomes,UnB (Brasília/DF) Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson,UNINGÁ (PR) Prof. Dr. Gerson Jhonatan Rodrigues,UFSCar (SP) Prof. Dr. Jefferson José de Carvalho Marion,UFMS (MS) Profa. Dra. Kellen Brunaldi,UEM (PR)

Prof. Dr. Luiz Fernando Lolli,UNINGÁ (PR)

Profa. Dra. Michele Paulo,USP (SP)

Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa Évora,USP (SP) Prof. Dr. Roberto Barbosa Bazotte,UEM (PR) Prof. Dr. Roberto DeLucia,USP (SP) Prof. MS. Rogério Tiyo,UNINGÁ (PR) Profa. MS. Rosana Amora Ascari,UDESC (SC) Prof. Dr. Sérgio Spezzia,UNIFESP (SP)

Profa. Dra. Tatiliana Geralda Bacelar Kashiwabara,IMES (MG) Profa. MSd. Thais Mageste Duque,UNICAMP (SP), UNINGÁ (PR) Profa. MS. Valéria Garcia da Silva,UNINGÁ (PR)

Indexações: Latindex, Google Acadêmico, EBSCO host (Fonte Acadêmica), Periódicos CAPES e Directory of Research Journals Indexing - DRJI.

Distribuição: Master Editora – Publicações Científicas

A RevistaUNINGÁ Review é um Projeto Especial para divulgação científica apenas em mídia eletrônica, estando inscrito na

Coordenação do Núcleo Pesquisa da Faculdade INGÁ sob o número (171/2-2009) da Faculdade INGÁ.

Todos os artigos publicados foram formalmente autorizados por seus autores e são de sua exclusiva responsabilidade.

As opiniões emitidas nos trabalhos aqui apresentados não correspondem necessáriamente, às opiniões da RevistaUNINGÁ Review e de seu Corpo Editorial.

The UNINGÁ Review Journal is a special project to scientific dissemination only in electronic media, registered in the Coordination of the Research Center - Faculty INGÁ (171/2-2009).

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The opinions expressed in the studies published do not necessarily correspond to the views of UNINGÁ Review Journal and its Editorial Board.

Academia do saber

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EDITORIAL

Prezado leitor, é com grande satisfação que divulgamos a vigésima sexta edição, volume três, da RevistaUNINGÁ Review.

UNINGÁ Review recebeu a estratificação B4 pelo sistema QUALIS CAPES, após a avaliação das

edições anteriores, desde o ano de 2010.

Atualmente a UNINGÁ Review é indexada nos seguintes portais de periódicos: Latindex, Google

Acadêmico, Bibliomed, EBSCO host, DRJI e Periódicos CAPES

Desde o dia 01/07/2013, a RevistaUNINGÁ Review passou a ser distribuída pela Master Editora,

adotando o formato Open Access Journal (Revista Científica de Acesso Aberto) que garante a manutenção do acesso irrestrito e gratuito aos artigos publicados. Os autores não terão nenhum custo financeiro para submissão e a subsequente análise do manuscrito pelo conselho editorial do periódico. Entretanto, caso um manuscrito seja aceito para publicação, o autor responsável (autor de correspondência) confirmará o interesse pela publicação realizando o pagamento de uma taxa de publicação, no valor de R$ 180,00 (cento e oitenta reais), em função dos custos relativos aos procedimentos editoriais; valor atualizado em 01/01/2015.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos autores dos trabalhos que abrilhantam esta edição e para convidar aos autores de trabalhos científicos que se enquadram em nosso escopo editorial para o envio de seus artigos para nossa análise ad hoc, visando o aceite de sua obra para publicação em uma das edições futuras da RevistaUNINGÁ Review.

Boa leitura! Mário dos Anjos Neto Filho

Editor-Chefe

Dear reader, it is a great satisfaction to disclose the twenty-sixth edition, volume three, of the Journal UNINGÁ Review.

UNINGÁ Review received the concept of stratification B4 by QUALIS CAPES system, according to the evaluation of the previous editions, since 2010.

Currently UNINGÁ Review is indexed in the following journals portals: Latindex, Google Scholar, Bibliomed, EBSCO host, DRJI and Periódicos CAPES.

Since july, 01, 2013, the UNINGÁ Review Journal became distributed by Master Publisher, adopting the format Open Access Journal that ensures the free and unrestricted access to published articles. The authors have no financial cost to any submission and subsequent analysis of the manuscript by the editorial board of the journal. However, if a manuscript is accepted for publication, the mailing author can confirm the interest in publishing by the payment of a publication (R$ 180,00 - one one hundred and eighty Reais), according to the costs relating to the procedures editorials; updated on 01/01/2015.

We take this opportunity to thank the authors of the works that brightens this issue and to invite the authors of scientific papers that fit with our editorial scope to send your articles to our ad hoc aiming at acceptance of your paper for publication in a future issue of the Journal UNINGÁ Review.

Happy reading! Mario dos Anjos Neto Filho

Editor-in-Chief

A c a d e m i a d o s a b e r

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SUMÁRIO

SUMMARY

ORIGINAIS

EQUIPE DE ENFERMAGEM E ABSENTEÍSMO: ESTUDO EM UM HOSPITAL DE

MÉDIO PORTE NO OESTE CARATINENSE

JULIANAFEIX, NARAIANE FERMINO, JULIA RUTH TOLEDO DA SILVA, ROSANA AMORA

ASCARI ... 05

PERFIL DAS MULHERES ENCAMINHADAS À CLÍNICA DA MULHER PARA A

REALIZAÇÃO DE EXAME DE COLPOSCOPIA EM UM MUNICÍPIO DO OESTE DO

ESTADO DE SANTA CATARINA

GRASIELE FÁTIMA BUSNELLO, GEOVANI DIESEL, MIRIA KUMMER, MARTA KOLHS,

JUCIMARFRIGO ... 10

ESTUDO DA ALTERAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA

PELA AÇÃO DE CAMPO MAGNÉTICO

WILLIAM ARGOLO SALIBA, ALEXSANDER LUIZ QUINTÃO, KARINI SENA AMORIM,

MARCELO RANGEL, NAYANE ALVARENGA ANDRADE, PRISCILA FREITAS, THALLES

OLIVEIRA, ARILTON JANUÁRIO BACELAR JÚNIOR ... 16

MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS PARA IDOSOS NA

RELAÇÃO MUNICIPAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS DE IPATINGA, MINAS

GERAIS

LUIZA PEIXOTO FERREIRA, ÉRIKA LAURA VIANA REZENDE, FERNANDA SOUSA

CAMPOS CORDEIRO, FRANCINE SILVEIRA FERNANDES, PATRÍCIA GONÇALVES DA

MOTA, ANALINA FURTADO VALADÃO ... 22

PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: O CONHECIMENTO DOS

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE PREVENÇÃO

GELVIS DOS SANTOS TREVISAN, GRAZIELA CLEMENTINA GALVANI VIEIRA, RAQUEL

LIMA DEBRIDA ... 28

UTILIZAÇÃO DE POLPA DE ABACATE EM FORMULAÇÕES DE BEBIDAS

LÁCTEAS PROBIÓTICAS

NAYARA LIMA DEMIRANDA, ISABELA MARIA RECK, EDMAR CLEMENTE ...35

CULTIVO DE Pleurotus pulmonarius EM ÓLEO VEGETAL RESIDUAL DE UMA

INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA DE MARINGÁ-PR

JULIANO ROBSON GENERO (in memoriam), DAIANE PEREIRA CAMACHO, BRUNA

POLACCHINE DASILVA ... 40

USO DO DIAGRAMA DE ISHIKAWA ASSOCIADO AO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO: EXPERIÊNCIA NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

JÉSSICA MARINA ALVAREZ FIORIN, THAÍS APARECIDA TOMIAZZI, JOÃO LUCAS

CAMPOS DEOLIVEIRA, RENATA PEREIRA DE OLIVEIRA, NELSI SALETE TONINI, ANAIR

LAZZARINICOLA ... 46

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Vol.26,n.3,pp.05-09 (Abr - Jun 2016) Revista UNINGÁ Review

EQUIPE DE ENFERMAGEM E ABSENTEÍSMO: ESTUDO

EM UM HOSPITAL DE MÉDIO PORTE NO OESTE

CARATINENSE

TEAM OF NURSING AND ABSENCE: STUDY IN A HOSPITAL IN EAST PORTE

CARATINENSE WEST

JULIANA FEIX1, NARAIANE FERMINO2, JULIA RUTH TOLEDO DA SILVA2, ROSANA AMORA

ASCARI3

1.Enfermeira especialista em Enfermagem do Trabalho. Graduada pela Universidade do Estado de Santa Catarina;2. Aluna de Graduação em

Enfer-magem da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC);3. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande

do Sul (UFRGS), Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Membro do Grupo de Estudos sobre Saúde e Trabalho – Gestra/Udesc.

* Rua 14 de agosto, 807 E, Apto. 301, Presidente Médice, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. CEP: 89.801-251.

rosana.ascari@hotmail.comourosana.ascari@udesc.br

Recebido em 15/02/2016. Aceito para publicação em 11/05/2016

RESUMO

Estudo qualitativo de caráter descritivo com objetivo de descrever o absenteísmo vivenciado pela equipe de enfer-magem num hospital do oeste catarinense; conhecer os motivos do absenteísmo na enfermagem hospitalar sob a ótica dos enfermeiros e; identificar se a unidade hospitalar e/ou gerencia de enfermagem desenvolve alguma ação para minimizar o absenteísmo na enfermagem. Participaram do estudo cinco enfermeiras, trabalhadoras em unidade hos-pitalar há pelo menos seis meses. A coleta de dados deu-se por meio de questionário. As participantes reconhecem o absenteísmo na enfermagem hospitalar, julgam ocorrer poucas faltas ao trabalho e que o conhecimento acerca dos motivos que geram absenteísmo entre sua equipe é limitado. E ainda, pouco é investido para a redução das faltas. Suge-re-se o desenvolvimento de estratégias para melhorar a comunicação entre a gerência e enfermagem, manter regis-tro acerca do absenteísmo e seus motivos a fim de subsidiar decisões gerenciais que possam contribuir para a melhoria das relações e condições de trabalho com vistas à minimi-zação do absenteísmo.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde do trabalhador, Equipe de enfermagem, Absenteísmo, Comunicação.

ABSTRACT

Qualitative study of descriptive character with goals sought to describe absenteeism experienced by nursing staff in western Santa Catarina Hospital; know the reasons of absenteeism in hospital nursing from the perspective of nurses and; identify whether the hospital and / or manage nursing develops some action to minimize absenteeism in nursing. The study included five nurses working in hospital for at least six months. Data collection took place through a questionnaire. The participants recognize absenteeism in hospital nursing, judge occur fewer absences from work and that knowledge about the reasons that

generate absenteeism among its staff is limited. And yet, little is invested to reduce faults. It is suggested the development of strategies to improve communication between management and nursing, keep records on absenteeism and its reasons in order to support management decisions that can contribute to the improvement of relations and working conditions in order to minimize absenteeism.

KEYWORDS: Ocupational health, Nursing, team, Absentee-ism, Communication.

1. INTRODUÇÃO

O absenteísmo diz respeito à falta de assiduidade ao trabalho e a outras obrigações sociais. As causas para essas faltas podem variar, desde situações planejadas (folgas, férias e feriados), e situações que são imprevisí-veis, as quais caracterizam, de fato, o absenteísmo, sendo essas as faltas não justificadas, acidente de trabalho, li-cenças médicas, licença maternidade e paternidade, pe-ríodo de gala, nojo e demais circunstâncias que impeçam o trabalhador de cumprir com o seu papel1.

É importante ressaltar que as causas nem sempre es-tarão vinculadas apenas aos profissionais e trabalhadores, mas também à instituição. Processos de trabalho defici-entes, repetitividade de atividades, desmotivação, con-dições do ambiente, e a integração entre funcionários e a organização que não visam uma política interna de pre-venção estão entre as causas geradoras do absenteísmo2. Referida ausência denominada absenteísmo, quando dentro da equipe de enfermagem, se torna preocupante, pois desorganiza o serviço, gerando insatisfação e so-brecarga entre os demais trabalhadores presentes e con-sequentemente diminui a qualidade da assistência pres-tada ao cliente3. Considerando o absenteísmo entre téc-nicos e auxiliares de enfermagem, este representa um

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Feix et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.05-09 (Abr - Jun 2016) grande desafio para o enfermeiro, coordenador da equipe

de enfermagem, visto que este precisa assegurar que o cliente seja atendido em todas as suas necessidades. Neste sentido, faz-se necessário que o quadro de funcionários esteja completo e com o devido dimensionamento de pessoal4.

Entre os diversos indicadores utilizados pelos servi-ços de saúde, a monitorização da taxa de absenteísmo constitui-se um importante instrumento na área de ges-tão2. Esta temática merece investigação, se considerada que a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores, so-bretudo de enfermagem, está intimamente relacionada a qualidade dispensada pelos serviços de saúde aos seus usuários. Por este motivo, há necessidade de investi-mentos para melhoria tanto na estrutura física do ambi-ente laboral, com disposição de materiais e equipamen-tos adequados, quanto nas questões organizacionais, provendo os serviços de saúde com recursos humanos compatíveis com a demanda, tendo em vista a saúde dos trabalhadores de enfermagem5.

Dessa forma, ressalta-se a importância de integração da equipe, conhecimento da gerencia de enfermagem dos motivos que levam seus colaboradores a faltarem, e um gerenciamento adequado para minimizar o absenteísmo. Neste sentido, este estudo buscou descrever o absente-ísmo vivenciado pela equipe de enfermagem num hospi-tal do oeste catarinense; conhecer os motivos do absen-teísmo na enfermagem hospitalar sob a ótica dos enfer-meiros e; identificar se a unidade hospitalar e/ou geren-cia de enfermagem desenvolve alguma ação para mini-mizar o absenteísmo na enfermagem.

O absenteísmo vem sendo um obstáculo e motivo de preocupação e problemas por resultar em desestrutura-ção do serviço e do grupo, sobrecarga de trabalho e con-sequentemente, insatisfação dos trabalhadores presentes, uma vez que, quando o trabalhador não está disponível para desempenhar suas funções conforme o esperado, o seu trabalho é executado por outro colega, prejudicando a dinâmica do ambiente6.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, retrospectiva de caráter descritivo. Neste método não pode haver interfe-rência do pesquisador, o qual deverá apenas descobrir a frequência com que o fenômeno acontece ou como se estrutura e funciona um sistema, método, processo ou realidade operacional7. A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização8.

Esta pesquisa foi desenvolvida com cinco enfermei-ros assistenciais atuantes em um hospital de médio porte, num município com pouco mais de 22.000 habitantes no oeste catarinense. O referido hospital no momento da

pesquisa dispunha de setenta leitos distribuídos nas uni-dades de pediatria, ambulatório/emergência, bloco A e B.

O hospital possui aproximadamente 100 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de en-fermagem, funcionários da administração, serviço de apoio, entre outros. O serviço conta com cinco enfer-meiros assistenciais, sendo que dois trabalham seis horas diárias, um no período matutino e um vespertino, dois enfermeiros trabalhadores noturnos que atuam em noites intercaladas e um profissional que trabalha seis horas noturnas. O serviço hospitalar também conta com um enfermeiro gerente de enfermagem.

Participaram do estudo todos os enfermeiros assis-tenciais atuantes no referido hospital, os quais foram identificados por cores.

A coleta de dados ocorreu em fevereiro e março de 2012, com anuência do serviço e participação voluntária de todos os enfermeiros convidados, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os partici-pantes responderam um questionário desenvolvido espe-cificamente para este fim, com questões acerca do ab-senteísmo por profissionais de enfermagem.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A apresentação dos resultados segue a mesma se-quência dos elementos investigados, pelo instrumento de coleta de dados.

Participaram do estudo cinco profissio-nais/enfermeiras, mulheres, trabalhadoras nesta unidade hospitalar, 60% com dois anos ou mais de atuação pro-fissional na instituição pesquisada.

No que se refere ao significado de absenteísmo, as respostas foram unânimes de que o absenteísmo repre-senta a falta não prevista do trabalhador em seu local de trabalho. Afirmam que ocorrem poucas faltas por seus colaboradores.

Por vezes ocorre a necessidade de falta no trabalho, porém, é importante que esta seja previamente planejada, e que a equipe possa se organizar. Quando esta falta de-corre de imprevistos, seria conveniente que a coordena-ção de enfermagem ou enfermeiro da unidade assisten-cial tenha conhecimento e autonomia para substituir este trabalhador, não afetando o trabalho desenvolvido pela equipe.

Quanto aos motivos que levavam os funcionários ao absenteísmo, n=3 (60%) dos enfermeiros sinalizaram os problemas familiares. Nesse sentido, a dupla atividade, tanto no trabalho, quanto no lar, podem implicar em so-brecarga física, preocupações familiares e gerar ainda pouco repouso9, desencadeando assim, diversas doenças que podem resultar no absenteísmo.

Cabe ressaltar que a profissional de enfermagem de-senvolve seu trabalho remunerado e, ao mesmo tempo, gerencia sua vida como pessoa, esposa e mãe, um

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soma-Feix et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.05-09 (Abr - Jun 2016) tório de atribuições realizadas que contribui, muitas

ve-zes, para seu desgaste físico e emocional. É importante ressaltar que o número de mulheres cresce a cada dia no mercado de trabalho, e que a enfermagem é uma profis-são predominantemente feminina9.

Para uma das enfermeiras que está há menos de dois anos atuando no referido hospital, o absenteísmo decore de diferentes fatores, contudo, não descrevem quais são estes fatores, e, outras duas participantes não souberam responder quais os motivos que levavam os membros de sua equipe de enfermagem ao absenteísmo no último ano.

Quando questionado se as faltas são justificadas, quatro enfermeiras responderam que sim, e uma enfer-meira afirmou que às vezes a falta do profissional de enfermagem é justificada. Essa informação contraditória entra os enfermeiros assistenciais, aliado a informação de que os enfermeiros assistenciais não sabem os moti-vos que os auxiliares e técnicos de enfermagem faltam ao trabalho, leva a pensar que nem sempre as informa-ções acerca das faltas laborais chegam aos enfermeiros assistenciais, denotando a falta de comunicação entre a equipe de enfermagem, bem como, dos enfermeiros as-sistenciais e gerência.

A falta de um trabalhador na equipe de enfermagem sobrecarrega os demais trabalhadores, uma vez que as atividades assistenciais precisam ser realizadas. Neste sentido, a utilização de instrumentos de dimensiona-mento de pessoal de enfermagem e o uso de ações pre-ventivas, poderiam diminuir os índices de absenteísmo10. Ao questionar o que a instituição faz para minimizar o índice de absenteísmo entre os trabalhadores da en-fermagem, as respostas foram diversas, entre elas:

“eu converso com os colaboradores, tento uma me-diação para melhor satisfazer as necessidades deles, é liberado sempre que possível para realizarem seus afazeres” (Azul).

“[...] dá folga no dia do seu aniversário, palestras, treinamentos” (Amarelo).

“não percebi faltas” (Branco). “Não sei” (Verde).

“Raramente ocorre faltas no trabalho” (Vermelho). Quando questionado o que fazia como enfermeiro, para diminuir o absenteísmo entre os trabalhadores de enfermagem, emergiram as seguintes afirmações:

“Converso, incentivo, dou folga sempre que possí-vel” (Azul).

“Procuro conversar, conhecer o funcionário e ajudar da melhor forma possível” (Verde).

“Incentivo, motivação, bom humor (Amarelo). “Converso com o funcionário para ver qual é o mo-tivo da falta e ver se ela é necessária” (Branco). “Como o absenteísmo é baixo, não cabe a mim

inter-vir” (Vermelho).

Os relatos nos questionários demonstram divergência de informação uma vez que o mesmo profissional que respondeu não saber o motivo das faltas do colaborador de enfermagem ao trabalho, afirmou que conversa com o trabalhador sobre a falta.

O absenteísmo é entendido como a frequência ou duração do tempo de trabalho perdido quando os profis-sionais não comparecem ao trabalho e corresponde às ausências quando se esperava que os mesmos estivessem presentes.2É gerado por um conjunto de fatores circuns-tanciais tais como sociais, culturais, doenças, organiza-cionais e individuais2.

A sobrecarga de trabalho gerada como consequência do absenteísmo prejudica a saúde do trabalhador que é assíduo nas atividades laborais, ocasionando desgaste físico, psicológico, social e espiritual; e, como conse-quência, o adoecimento10. As causas do absenteísmo não estão ligadas somente ao profissional, mas também à instituição, por meio de processos de trabalho deficientes através da repetitividade de atividades, da desmotivação e das condições desfavoráveis do ambiente de trabalho2.

Partindo desse pressuposto, o absenteísmo pode estar diretamente relacionado às condições de trabalho, refle-tindo na qualidade e produtividade laboral e na vida pessoal do trabalhador de enfermagem. A literatura sina-liza que problemas relacionados a segurança do paciente também tem ligação aos casos de absenteísmo. Quedas no leito e infecções causadas por cateter venoso central, por exemplo, aumentam a carga de trabalho e estresse da equipe de enfermagem11.

Neste sentido, “[...] a insatisfação e stress fazem mais do que gerar custos para a organização com assistência médica. São também fonte de custos indiretos notada-mente na forma de absenteísmo”.12:125

Sob a ótica econômica, as consequências do absente-ísmo no cenário laboral, implicam sequelas a diversos personagens envolvidos, entre eles o trabalhador, com a diminuição dos seus vencimentos, ao empregador que terá que arcar financeiramente com os 15 primeiros dias de afastamento deste trabalhador ao passo que precisa substituir temporariamente o indivíduo, e a Previdência Social, com o pagamento dos benefícios a partir 16odia13.

Na busca pelo retorno financeiro, as organizações estão abandonando questões como o desenvolvimento interpessoal dos trabalhadores e a qualidade de vida, o que abre espaço para o absenteísmo14. Portanto inde-pendente da forma em que se apresenta, é necessário o uso de técnicas que localizem o aparecimento desse fe-nômeno, para que possa ser desenvolvido um trabalho voltado a sua redução e enfrentamento.

As faltas no trabalho ainda podem ser classificadas em previstas ou não previstas. As previstas seriam as

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Feix et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.05-09 (Abr - Jun 2016) quais, o funcionário tem direito, como folgas, férias e

feriados. E as faltas não previstas, seria o absenteísmo propriamente dito, tais como, faltas abonadas e injustifi-cadas, licenças médicas, maternidade, paternidade, ou-tras licenças amparadas por leis e/ou direito do servi-dor15.

A enfermagem constitui-se na maior força de traba-lho, sendo exercida pelas seguintes categorias de profis-sionais: enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem. A equipe de enfermagem está exposta a longas jornadas de trabalho, rodízios constantes de setor, repetitividade de atividades e ritmo excessivo de trabalho, tendo por fim o processo de absenteísmo16. Fato que vem preocu-pando pesquisadores, profissionais e gestores, e desper-tando para a investigação mais criteriosa acerca dos mo-tivos do absenteísmo, bem como para o desenvolvimento de estratégias para a redução desta ocorrência no âmbito hospitalar.

Num estudo, pesquisadores17 comparam as diversas mudanças que vem ocorrendo nos cuidados com a saúde e trazendo consequências para os trabalhadores da área de enfermagem, tais como, o aumento da carga de tra-balho devido ao também aumento do número de pacien-tes e suas necessidades, falta de recursos e o aumento da competitividade na área da saúde. O absenteísmo na enfermagem é preocupante, uma vez que desorganiza o serviço, gera insatisfação e sobrecarga entre os demais trabalhadores e consequentemente diminui a qualidade da assistência prestada ao cliente, caracterizando o ab-senteísmo como um importante indicador de gestão de recursos humanos2.

Considerando a relação entre o absenteísmo e a fe-minilidade da enfermagem, pesquisador15 ressalta a du-pla jornada da maioria das mulheres, a predominância das mulheres na atividade de enfermagem, muitas em idade reprodutiva, a qual se ausenta do trabalho em di-ferentes fases do ciclo gravídico, puerperal, ou para cui-dar dos filhos.

Estudo que avaliou as faltas entre trabalhadores de enfermagem, no ano de 2009, constatou 336 dias perdi-dos de trabalho no grupo de 23 enfermeiras e 548 dias no grupo das 41 auxiliares e técnicas de enfermagem, perfazendo 884 dias no total, sendo que as taxas de au-sências entre as enfermeiras variaram entre 8% e 30% e das auxiliares e técnicas de enfermagem, entre 12% e 46%.18E ainda, pode-se relacionar o absenteísmo a pro-blemas do lar, como doença dos filhos, do cônjuge, a necessidade de levá-los ao médico, as compras e pro-blemas ligados às tarefas especificas de casa18.

Pode-se considerar também como causa de absente-ísmo, o fato de que o profissional de enfermagem possui múltiplos empregos, devido aos salários indignos pagos, obrigando-os dessa forma a trabalhar em mais de um lugar15.

Na intenção de minimizar os índices de absenteísmo

nas áreas que envolvem a enfermagem destaca-se o im-portante papel da coordenação de enfermagem, no re-manejamento adequado do quadro de funcionários quando necessário, e na atenção dada as taxas de absen-teísmo e suas causas em seus respectivos setores18.

Entre as medidas para conter o absenteísmo, o servi-ço de saúde ocupacional pode intervir com ações para a prevenção de doenças e promoção da saúde; atuação da área da psicologia em reuniões da equipe de enfermagem, cujo tema seja o relacionamento interpessoal ou temas afins19.

Contudo, para intervir é preciso conhecer. Por este motivo sugere-se definir o que conhecer e como mensu-rar. Conhecer as causas do absenteísmo entre os traba-lhadores de enfermagem e identificar qual o setor/área ocorre com maior frequência é o primeiro passo para definir estratégias de intervenção com vistas a melhorar a qualidade de vida do trabalhador e consequentemente da melhoria da assistência dispensada pelo trabalhador de enfermagem no ambiente hospitalar.

4. CONCLUSÃO

O monitoramento dos indicadores de absenteísmo dos trabalhadores representa um instrumento essencial para a gestão de pessoas, uma vez que, as faltas em grande quantidade são consideradas indicativos de que há desconforto nas condições de trabalho, tais como o próprio ambiente, a carga horária, a demanda de serviço, a alimentação, o transporte, até mesmo as relações entre os próprios funcionários. Este estudo permitiu conhecer a realidade institucional no que se refere aos motivos do absenteísmo na enfermagem hospitalar sob a ótica dos enfermeiros e as ações de remanejamento para a redução do mesmo.

Os resultados encontrados mostraram que as taxas de absenteísmo da equipe de enfermagem estão relaciona-das, principalmente, com os problemas familiares e que na maioria das vezes são faltas justificadas. As medidas tomadas pelos enfermeiros frente ao absenteísmo é con-versar com o funcionário buscando conhecer os motivos e tentando auxiliar, por vezes disponibilizando folga quando possível, evitando assim o absenteísmo.

Sugere-se que os enfermeiros assistenciais e gestores estejam atentos ao ambiente de trabalho e as condições deste, sobretudo no que se refere a equipe de enferma-gem, que representa a maior força de trabalho hospitalar, considerando que por vezes os problemas de família são fruto de fatores implicados pelo serviço. Além disso, o serviço pesquisado não mantem um controle assíduo quanto ao período e motivos das faltas pelos trabalhado-res de enfermagem o que impede o desenvolvimento de ações pontuais. A sobrecarga e as relações de trabalho, aliado a baixa remuneração são fatores que podem refle-tir na dinâmica familiar gerando descontentamento dos familiares e frustações por parte do trabalhador.

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Feix et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.05-09 (Abr - Jun 2016)

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Vol.26,n.3,pp.10-15 (Abr - Jun 2016) Revista UNINGÁ Review

PERFIL DAS MULHERES ENCAMINHADAS À CLÍNICA

DA MULHER PARA A REALIZAÇÃO DE EXAME DE

COLPOSCOPIA EM UM MUNICÍPIO DO OESTE DO

ESTADO DE SANTA CATARINA

PROFILEOFWOMENWOMEN'SCLINICTODIRECTEDTOCONDUCTREVIEWIN

ACOLPOSCOPYCITYOFWESTSTATEST CATHERINE

GRASIELE FÁTIMABUSNELLO¹*, GEOVANI DIESEL², MIRIA KUMMER3, MARTAKOLHS4, JUCIMAR

FRIGO5

1.Enfermeira, Mestre em Ciências Ambientais pela Unochapecó, Docente do Departamento de Enfermagem da UDESC;2. Enfermeira graduada pela

UDESC. Aluna do curso de graduação em enfermagem da UDESC;3. Enfermeira graduada pela UDESC. Aluna do curso de graduação em

enferma-gem da UDESC;4. Enfermeira, Mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Univali, Docente do Departamento de Enfermagem da UDESC; 5.

En-fermeira. Mestre em Terapia Intensiva. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina.

* Rua Jerusalém, 60 E, Passo dos Fortes, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. CEP: 89805-675.grasi1982@yahoo.com.br

Recebido em 22/02/2016. Aceito para publicação em 09/05/2016

RESUMO

O estudo objetiva traçar o perfil das mulheres encaminha-das à clínica da mulher para realização de exame de col-poscopia em um município do Oeste do Estado de Santa Catarina. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, documental e retrospectivo com abordagem quantitativa. A amostra compreendeu dados obtidos em 341 fichas de atendimento do exame de colposcopia realizadas nos anos de 2009 e 2010. A coleta dos dados foi realizada de junho a outubro de 2011 O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi a ficha de atendimento das mulheres que realiza-ram exame de colposcopia na clínica em estudo. Os resul-tados demonstraram que a faixa etária predominante en-controu-se entre 18 e 25 anos (26%); as afecções ginecoló-gicas mais destacadas pelo citopatológico foram: NIC I (22%); ASCUS (20%) e Macronucleose (19%). Evidenci-ou-se que a maior parte das mulheres (37%) teve de 1 a 2 gestações; a maioria (33%) fazia uso de anticoncepcional oral e 16,72% eram tabagistas. O exame Papanicolau é efetivo para o controle das infecções genitais, uma vez que ele detecta precocemente as alterações do aparelho genital feminino e possibilita o tratamento imediato, prevenindo a progressão dessas infecções para o câncer de colo de útero. A prevenção do câncer de colo uterino está estritamente ligada com o rastreamento e comportamento preventivo, onde a enfermagem deve envolver-se para garantir condi-ções de mudança de comportamento objetivando promover e manter a saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Exame Papanicolau, Colposcopia, enfermagem

ABSTRACT

The study aims to profile the women referred to the clinic woman to perform colposcopy examination in a municipality

in western Santa Catarina State. It is a descriptive research, documentary and retrospective with a quantitative approach. The sample included data from 341 colposcopy exam attend-ance records held in 2009 and 2010. Data collection was con-ducted from June to October 2011. The instrument used for data collection was the women's medical record that They un-derwent colposcopy examination in clinical study. They showed that the predominant age group met between 18 and 25 years (26%); gynecological diseases more highlighted by cy-topathology were: CIN I (22%); ASCUS (20%) and Macronu-cleose (19%). It was evident that the majority of women (37%) had 1 to 2 pregnancies; the majority (33%) had used oral con-traceptives and 16.72% were smokers. The Pap smears is ef-fective for the control of genital infections, since it detects early changes of the female genital tract and enables prompt treatment, preventing the progression of these infections to cancer of the cervix. Prevention of cervical cancer is closely linked to screening and preventive behavior, where nurses should be involved to ensure behavior change conditions seek-ing to promote and maintain health.

KEYWORDS:Examination Pap, colposcopy, nursing.

1. INTRODUÇÃO

As neoplasias de colo uterino há décadas vêm sendo alvo de atenção da comunidade científica por ocupar lugar de destaque nas elevadas taxas de morbidade e mortalidade entre a população feminina, especialmente nos países em desenvolvimento, nos quais esse tipo de câncer relaciona-se ao perfil epidemiológico das mulhe-res, à frequência dos fatores de risco e, sobretudo, ao grau de implementação de ações efetivas de curto e lon-go prazo em todos os níveis de atenção1.

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Busnello et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.10-15 (Abr - Jun 2016) A incidência desse tipo de câncer ocorre na faixa

etá-ria de 20 a 29 anos e o risco aumenta à medida que se atinge a faixa etária de 45 a 49 anos. O câncer cérvi-co-uterino figura como a terceira neoplasia maligna mais comum, sendo superado apenas pelo câncer de pele (não-melanoma) e pelo câncer de mama2.

Atualmente, estudos epidemiológicos têm relaciona-do o desenvolvimento relaciona-do câncer de colo uterino ao comportamento sexual das mulheres e a transmissão de agentes infecciosos como o papiloma vírus humano (HPV), considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o principal fator de risco para a doença. Outros fatores como tabagismo, multiplicidade de par-ceiros, início precoce da atividade sexual, más condições de higiene e alimentação e o uso de contraceptivos orais, também têm sido associados ao surgimento da doença, cuja incidência predomina em mulheres pertencentes à faixa etária de 25 a 59 anos, em associação aos fatores de risco citados1.

Tendo em vista a importância do tema para a saúde da mulher, aos altos índices da incidência do câncer de colo uterino e ao grande número de mulheres encami-nhadas a colposcopia, foi desenvolvido este estudo com o objetivo de conhecer o perfil epidemiológico das mu-lheres encaminhadas à clínica da mulher para realização de exame de colposcopia, de acordo com as variáveis: idade, tabagismo, Imunodepressão, anticoncepcional oral (A.C. O), gestante e número de filhos no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Realizou-se um estudo descritivo de abordagem quantitativa em uma clínica de atendimento público a mulheres em um município do oeste catarinense.

O estudo foi realizado a partir da coleta de dados nas fichas de atendimento das pacientes maiores de dezoito anos, que foram encaminhadas à Clínica da Mulher para realização de colposcopia no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010. Os dados foram organizados na forma de frequência absoluta e frequência relativa, sendo posteriormente convertidos no formato de tabelas.

A análise temática e estatística dos dados foi realiza-da mediante leitura do material pesquisado, confrontan-do os daconfrontan-dos obticonfrontan-dos com o referencial teórico, com o objetivo de organizar as informações e consolidar os dados coletados.

Os critérios recomendados pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde foram seguidos, assim co-mo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, processo número 152/2011. A análise dos dados se deu por meio de compilação das informações, tabulações, pré-análise, construção de gráficos no programa Micro-soft Excel e interpretações a luz da fundamentação teó-rica.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As classificações das faixas etárias utilizadas neste estudo estão apresentadas de acordo com as informações contidas na ficha de atendimento da Clínica da Mulher.

Foram analisadas 341 (100%) fichas de atendimento. Porém, do total de fichas analisadas, 22,58% não estavam preenchidas corretamente e ou de forma legível as quais impossibilitou seu uso.

A Figura 1 mostra que dentre as idades que caracte-rizaram a maior incidência de alterações ao exame cito-patológico, pôde-se detectar que também condiz com a idade das pacientes sexualmente ativas na faixa etária entre 18-25 anos.

Figura 1. Faixa etária das pacientes.

Os dados demonstram que uma ampla parcela das mulheres compreende a faixa etária pertence ao grupo de grande desenvolvimento de células neoplásicas relacio-nadas aos cânceres de colo uterino. Entre elas, a maior frequência está entre o intervalo de 21 a 25 anos. Por-tanto, os hábitos relacionados à prevenção e ao diagnós-tico precoce devem ser cultivados e incentivados, vi-sando à diminuição dos números encontrados atualmen-te3.

As adolescentes que são sexualmente ativas apresen-tam as taxas mais altas de infecções incidentes e preva-lentes por HPV, oscilando entre 50 e 80% de infecção com dois a três anos do início da atividade sexual. Estas altas taxas refletem o comportamento sexual e a vulne-rabilidade biológica. A associação entre a idade ao inici-ar a atividade sexual e o câncer invasor não pode ser ignorada, pois auxilia o conhecimento da história natural da infecção por HPV e a consequente prevenção das lesões precursoras da doença invasora4.

No Brasil existem cerca de seis milhões de mulheres entre 35 e 49 anos (40%) que nunca realizaram o exame citopatológico do colo do útero, faixa etária onde mais ocorrem casos positivos de câncer do colo uterino5.

A maior incidência do câncer de colo de útero aco-mete mulheres com idades entre 40 e 60 anos, sendo

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Busnello et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.10-15 (Abr - Jun 2016) menos frequente antes dos 30 anos, isso se deve ao

lon-go período da evolução da infecção inicial pelo HPV no início das atividades sexuais, na adolescência ou até por volta dos 20 anos, até o aparecimento do câncer. Porém, esse quadro vem se modificando aos poucos e o apare-cimento de lesões precursoras está ocorrendo cada vez mais precocemente, devido à iniciação cada vez mais antecipada das atividades sexuais associada aos demais fatores de risco6.

Outro fator de risco de grande significância é a histó-ria de doenças sexualmente transmissíveis (DST), prin-cipalmente na exposição ao vírus papiloma humano (HPV), cujos estudos vêm demonstrando papel impor-tante no desenvolvimento da neoplasia das células cer-vicais e na sua transformação em células cancerígenas. Estando o HPV presente em 99% dos casos de câncer de colo de útero, a idade é tida como fator de risco, sendo a faixa etária de maior incidência a de 35 a 49 anos de idade, com destaque para aquelas mulheres que nunca realizaram o exame de papanicolau7.

Em um estudo realizado em Fortaleza, que traçou o perfil de mulheres portadoras de lesões cervicais por HPV quanto aos fatores de risco para câncer de colo uterino revelou que a idade média observada foi de 30 anos. Houve predominância da faixa etária entre 18 a 38 anos com representação de 21 (57%) mulheres. O res-tante dividiu-se entre as faixas de 29 a 39 e de 40 a 50 anos, comportando, respectivamente, nove (24%) e sete (19%) mulheres6.

As modificações no padrão de incidência do câncer cervical observadas no Brasil e no mundo desde o final da década de 60, especialmente entre as mulheres jovens, podem ter sido influenciadas pelas transformações nos padrões sexuais das mulheres observadas a partir deste período. Este padrão de aumento parece não sofrer mo-dificações causadas pelos programas de rastreamento e detecção precoce do câncer cervical no Brasil8.

A Figura 2 reproduz os resultados evidenciados nos exames citopatológicos que levou ao encaminhamento para realização do exame de colposcopia.

Ressalta-se que em um único exame de Papanicolau poderá ser verificado mais de uma alteração, sendo que estas podem ser celulares e/ou microbiológicas.

A recomendação do Ministério da Saúde para resul-tado de citopatológico compatível com NIC I é para que se repita o exame em seis meses, pois cerca de 60% das mulheres com NIC I vão apresentar regressão espontâ-nea, 30% podem apresentar persistência da lesão como tal, e das demais, menos de 10% irão evoluir para NIC III, sendo a progressão para o câncer invasor estimada em cerca de 1%5.

Em casos de resultado de NIC I ao exame citopato-lógico, a colposcopia apresenta alta sensibilidade (96%) e baixa especificidade (48%), as quais causam alta taxa de sobre diagnóstico e de sobre tratamento. Estudos têm

mostrado desaparecimento dessas alterações (células escamosas atípicas de significado indeterminado possi-velmente não-neoplásicas) em 70% a 90% das pacientes mantidas sob observação e tratamento das infecções pré-existentes. 1% 22% 7% 20% 19% 3% 2% 13% 4%5% 4%

Resultado do exame citopatológico

normal NIC I NIC II e III ASCUS Macronucleose Hipercromatismo Bi nucleação Disceratose Gardenerella Inflamação Figura 02. Distribuição dos resultados do exame citopatológico.

A colposcopia é, portanto, um método desfavorável como a primeira escolha na condução das pacientes que apresentam alterações escamosas atípicas de significado indeterminado possivelmente não-neoplásico. A conduta preconizada é a repetição da citologia, em seis meses, na Unidade da Atenção Básica9.

A interpretação citológica de lesão intra-epitelial de baixo grau é mais reprodutível do que a de células es-camosas atípicas de significado indeterminado possi-velmente não-neoplásica, e apresenta 15% a 30% de chance de biopsia compatível com NIC II e NIC III9.

Cerca de 5% a 17% das mulheres com esta atipia apresentam diagnóstico de neoplasia intra-epitelial II e III e 0,1% a 0,2% de carcinoma invasor no exame histo-patológico, demonstrando assim baixo risco de lesões mais avançadas9.

Espera-se que em seis meses haja regressão espontâ-nea das lesões ASCUS, AGUS, HPV E NIC I, em 80% dos casos, encaminhando-as à colposcopia em caso de repetição3.

Macronucleose, Disceratose, Hipercromatismo, Bi-nucleação, MultiBi-nucleação, Macrocitose são alterações celulares compatíveis com HPV. Nestes casos também deve-se repetir o exame Papanicolau em seis meses10.

As reações celulares que diagnosticam inflamação são caracterizadas pela presença de alterações celulares epiteliais, geralmente determinadas pela ação de agentes físicos, os quais podem ser radioativos, mecânicos ou térmicos e químicos, como medicamentos abrasivos ou cáusticos, quimioterápicos e acidez vaginal sobre o epi-télio glandular. Ocasionalmente, podem-se observar al-terações, em decorrência do uso do dispositivo in-tra-uterino (DIU), em células endometriais. [...] É ge-ralmente a fase final do processo inflamatório, momento em que o epitélio está vulnerável à ação de agentes mi-crobianos e em especial do HPV11.

(13)

Busnello et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.10-15 (Abr - Jun 2016) Cerca de 70% a 75% das pacientes com laudo

citoló-gico de lesão intra-epitelial de alto grau apresentam con-firmação diagnóstica histopatológica e 1% a 2% terão diagnóstico histopatológico de carcinoma invasor. Sendo assim, todas as pacientes que apresentarem citologia sugestiva de lesão de alto grau, na Unidade da Atenção Básica, deverão ser encaminhadas imediatamente para a Unidade de Referência de Média Complexidade, para colposcopia como conduta inicial9.

Observa-se dificuldade em recrutar a população de risco nos programas de rastreamento de neoplasias cer-vicais. Por isso é imprescindível a capacitação dos pro-fissionais envolvidos nesses programas, o acolhimento dessas mulheres nos serviços de saúde, com um atendi-mento humanizado e de qualidade é de suma importân-cia para a captação e manutenção das mulheres em con-tato com o serviço de saúde.

Estudos sobre o acesso e utilização do exame de Pa-panicolau, demonstram que os esforços crescentes na tentativa de melhorar a eficiência dos programas de pre-venção de câncer de colo de útero não diminuíram as taxas de incidência e mortalidade por este tipo de câncer, revelando que essas medidas não são suficientes para a efetividade dos programas. A redução desses índices depende de um conjunto de ações que envolvam princi-palmente a equipe de saúde e as mulheres. Além disto, outros fatores, tais como a frequência, a qualidade da coleta, a análise diagnóstica e um bom sistema de acompanhamento das pacientes é muito importante4.

Portanto o desenvolvimento de atividades preventi-vas deve iniciar o mais precoce possível, pois é encon-trado um grande índice de mulheres jovens com tumores malignos em fases adiantadas12.

A abordagem mais efetiva para o controle do câncer do colo do útero é o rastreamento por meio do exame citopatológico. Cabe aos profissionais de saúde orientar a população feminina quanto à importância da realização periódica deste exame para o diagnóstico precoce da doença, pois isto possibilita o tratamento em fase inicial e, consequentemente, diminuição da morbi-mortalidade por este tipo de câncer13

Os resultados encontrados neste estudo conforme Figura 2 estão de acordo com a literatura, que aponta para um predomínio dos agentes causadores de vulvova-ginites, como a Gardnerellasp. (principal causador da vaginose bacteriana), Candida sp. E Trichomonas

vagi-nalis que podem ser identificados pela técnica de

Papa-nicolau. Interessantemente, estes poucos agentes são responsáveis por cerca de 90% das causas de vaginite infecciosa14.

Estes resultados se unem aos estudos reportados por Matos15. O autor assegura que os três principais grupos etiológicos evidenciados nos exames citopatológicos incluem a infecção causada pelo Trichomonas vaginalis, pela Gardnerellasp.e as infecções fúngicas, usualmente

devido a Candida albicans.

Os achados microbiológicos Lactobacilus sp., Cocos e outros Bacilos são considerados achados normais por-que fazem parte da flora vaginal e não caracterizam in-fecções que necessitem de tratamento. Nesse caso, a conduta clínica da enfermeira consiste em investigar as queixas ginecológicas da paciente.

Herpes é uma virose transmitida predominantemente por via sexual, incluindo contato orogenital. Nos últimos anos, vem ganhando relevância entre a etiologia das úl-ceras genitais, uma vez que responde por grande per-centual dos casos de transmissão do HIV16.

A Figura 3 mostra o número de gestações das mu-lheres encaminhadas a Clínica da Mulher para realização de colposcopia. A maior porcentagem de exames altera-dos no Papanicolaou ocorre entre as mulheres que tive-ram até duas gestações; e menor quantidade, nas multi-gestas (>3 gestações). Na gestação, a mulher sofre alte-rações hormonais e imunológicas que podem influenciar no desenvolvimento de alterações neoplásicas cervicais, direta ou indiretamente18.

Figura 03. Distribuição do número de gestações apresentadas pelas

mulheres.

Em um estudo que traçou perfil de mulheres porta-doras de lesões cervicais por HPV quanto aos fatores de risco para câncer de colo uterino apontou que o número de gestações, partos e abortos mostrou-se bastante vari-ável, com a presença de certa relação de inversabilidade proporcional, ou seja, quanto menos gestações, partos e abortos, maior a porcentagem de mulheres com leões cervicais6.

A Figura 4 representa os métodos anticoncepcionais utilizados pelas mulheres deste estudo. Os contracepti-vos orais e injetável são usados por mulheres sexual-mente ativas e que, em menor probabilidade usam mé-todos de barreira, sendo mais expostas ao risco de con-trair HPV, em contrapartida comparecem mais ao gine-cologista e são mais facilmente rastreadas3.

Estudos sobre os métodos contraceptivos utilizados por mulheres portadoras de lesões cervicais por HPV, notou que havia um maior número de mulheres que não faziam uso de nenhum método, 21 (57%), enquanto 16 (43%) utilizavam algum método. Dentre eles, o mais usado era o anticoncepcional oral com nove mulheres (56%). Apenas uma (6%) usava anticoncepcional

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injetá-Busnello et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.10-15 (Abr - Jun 2016) vel, quatro (25%) realizaram laqueadura tubária e duas

(13%) utilizavam DIU (dispositivo intrauterino)6.

Figura 4. Métodos contraceptivos utilizados pelas mulheres

Porém, não está ainda estabelecida a verdadeira re-lação entre o contraceptivo oral e a neoplasia cervical19. Presume-se que o uso prolongado por mulheres sexual-mente ativas funcione como cofator para o estabeleci-mento da infecção pelo HPV e desenvolviestabeleci-mento das lesões intra-epiteliais, com efeitos diferenciados entre a população adulta e jovem.

A Figura 5 mostra as peculiares (tabagismo e imu-nossupressão) em mulheres encaminhadas.

Figura 5. Particularidades encontradas nas mulheres.

O tabagismo é um importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer, e a incidência para diversos tipos de neoplasias no Brasil está aumentando especial-mente entre as mulheres, devido a uma difusão do taba-gismo pelo sexo feminino. Esse hábito contribui direta-mente para a ocorrência de câncer de pulmão, laringe, esôfago, boca e faringe principalmente, porém, também aumentam a probabilidade de desenvolver outros tipos de carcinomas. Mulheres tabagistas apresentam risco de desenvolver neoplasia intra-epitelial 2,8 vezes maior quando comparadas às não-fumantes17.

Estes resultados se associam aos estudos reportados por Bezerra et al. O autor reporta que entre as mulheres com lesões cervicais por HPV 19% eram tabagistas6.

A porcentagem de mulheres imunodeprimidas deste estudo foi de 2,05%. Desde 1989 tem-se observado que

mulheres infectadas pelo vírus da imunodeficiência hu-mana (HIV) apresentam significativo aumento do risco de desenvolver neoplasia intra-epitelial cervical (NIC). Também as taxas de recidiva de NIC após tratamento nessas mulheres são elevadas, quando comparadas às de não-infectadas; e a recidiva está relacionada ao estado imunológico desse grupo de alto risco, como carga viral para HIV e uso de esquemas terapêuticos tríplices de antirretrovirais21.

É comum o encontro de múltiplos tipos de HPV nas pacientes imunossuprimidas, sendo o 16 e o 18 os mais prevalentes. As lesões geralmente são extensas, atingin-do simultaneamente colo, vagina, vulva, períneo e região perianal. Essas pacientes costumam cursar com alta car-ga viral de HPV-DNA21.

4. CONCLUSÃO

A prevenção do câncer ginecológico, assim como o diagnóstico precoce e o tratamento, requerem a implan-tação articulada de medidas como sensibilização e mobi-lização da população feminina, investimento tecnológico e em recursos humanos, organização da rede, disponibi-lidade dos tratamentos e melhoria dos sistemas de in-formação.

O envolvimento da enfermagem nas questões refe-rentes ao câncer se dá na medida em que, na atualidade, este se refere a um problema de saúde pública face à sua magnitude (elevada morbi-mortalidade) e transcendência (alto custo social e econômico). Neste sentido torna-se imprescindível o adequado preparo da equipe de enfer-magem para as demandas do cuidar desta clientela.

O enfermeiro é o profissional responsável pelo pro-cesso educativo, sendo de sua competência divulgar in-formações à clientela, no que se refere aos fatores de risco, ações de prevenção e detecção precoce orientando e adotando para si modelos de comportamento e hábitos saudáveis5.

O enfermeiro pode contribuir de forma efetiva na prevenção do câncer de colo uterino, através da partici-pação no controle de fatores de risco, na realização da consulta ginecológica e do exame de Papanicolau, parti-cipando de para um maior e melhor atendimento à de-manda, realizando um sistema de registro de qualidade, e principalmente no que se refere a intervenções para o encaminhamento adequado das mulheres que apresenta-rem alterações citológicas.

É importante lembrar que a equipe da atenção básica não deve se eximir da responsabilidade do acompanha-mento da mulher ao longo do tempo, independentemente do tipo de tratamento e do nível de complexidade do sistema no qual ela esteja sendo atendida.

Baseado nisso, sugere-se que haja treinamento, estí-mulo e capacitação para enfermeiros, médicos e pessoal de enfermagem que assistem à mulher durante a

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entre-Busnello et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.10-15 (Abr - Jun 2016) vista quanto ao registro e preenchimento da ficha de

atendimento.

Foi possível perceber que grande parte dos encami-nhamentos para a colposcopia foram inadequados, ba-seado nos protocolos de seguimento preconizados pelo Ministério da Saúde.

Considera-se que a prevenção do câncer de colo ute-rino tem relação próxima com o rastreamento e compor-tamento preventivo, ações onde a enfermagem deve en-volver-se para proporcionar condições de mudança de comportamento, visando a promoção e manutenção da saúde.

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Vol.26,n.3,pp.16-21 (Abr - Jun 2016) Revista UNINGÁ Review

ESTUDO DA ALTERAÇÃO DAS PROPRIEDADES

FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA PELA AÇÃO DE CAMPO

MAGNÉTICO

STUDY OF THE ALTERATION OF THE PHYSICO-CHEMICAL PROPERTIES OF THE

WATER BY THE ACTION OF MAGNETIC FIELD

WILLIAM ARGOLO SALIBA1, ALEXSANDER LUIZ QUINTÃO2, KARINI SENA AMORIM2, MARCELO

RANGEL2, NAYANE ALVARENGAANDRADE2, PRISCILAFREITAS2, THALLES OLIVEIRA2, ARILTON

JANUÁRIO BACELARJÚNIOR³

1. Professor do curso de engenharia química da Faculdade Única de Ipatinga; 2. Graduandos do curso de engenharia química da

Fa-culdade Única de Ipatinga;3. Professor do Curso de Farmácia da Faculdade Única de Ipatinga.

* Rua Salermo nº299,Bairro Betânia, Ipatinga, Minas Gerais, brasil. CEP:35162-779 dr.arilton@gmail.com

Recebido e 10/03/2016. Aceito para publicação em 11/05/2016

RESUMO

Esta pesquisa científica teve como objetivo verificar a influên-cia de amostras de água expostas a luz e a diferentes campos magnéticos gerados por imãs sobre a germinação e desenvol-vimento das plântulas de feijão (Phaseolosvulgaris L.). A me-todologia do trabalho baseou-se em revisão de literatura, teste biológico e tratamento estatístico dos dados obtidos. Os resul-tados encontrados demonstraram que uma das amostras de água estimularam o crescimento e germinação das plântulas de feijão quando comparado com o controle.

PALAVRAS-CHAVE: Água, campo magnético, plântulas de feijão.

ABSTRACT

This scientific research had as objective to verify the influence of the water samples exposed to light and the different magnetic field generated by magnets on the germination and development of seedlings of beans (Phaseolos vulgaris L.). The methodology of the work was based on literature review, biological test and the statistical treatment of the data obtained. The results ob-tained showed that one of the water samples stimulated the growth and germination of seedlings of beans when compared with the control.

KEYWORDS:Water, magnetic field, seedlings of beans

1. INTRODUÇÃO

Desde seu surgimento na face da Terra, um dos pa-râmetros que diferencia o homem dos outros animais é a capacidade de utilizar os recursos naturais e modificar o ambiente à sua volta. Entretanto, nos últimos anos tem-se dado grande importância ao uso racional dos re-cursos do planeta. A água é um desses rere-cursos. De suma importância para a sobrevivência humana, a essa subs-tância tem causado muitas discussões na comunidade científica. Ainda hoje, sua estrutura e comportamento

não são totalmente compreendidos e causam polêmica entre estudiosos1.

As moléculas de água tendem a formar cachos devi-do às ligações de hidrogênio intermoleculares. Esses aglomerados denominados clusters possuem natureza dinâmica, onde as unidades de moléculas de água entram e saem a cada fração de segundo da estrutura do cluster. Este tem sua macroestrutura preservada, mesmo efetu-ando tantos movimentos conforme representado na Fi-gura 12.

Figura 1: Clusters, aglomerados de moléculas de água. Fonte:

http://www.purific.com.br/produtos/#7

O campo magnético irradiado em amostra de água ocasiona uma reorganização das moléculas dessa subs-tância, mudando a conformação dos clusters3.

(17)

Saliba et al./ Uningá Review V.26,n.3,pp.16-21 (Abr - Jun 2016) diferença em relação estrutura da água não tratada com o

campo magnético, esta afirmativa foi observada através de testes de cristalização e precipitação de soluções, mo-dificando a morfologia dos cristais4.

O desempenho da solidificação da água destilada su-jeitada a um campo magnético, a partir de análises tér-micas, verificou-se que a água tem seu ponto de super-congelamento somado, quando sujeitada a um campo magnético maior ou igual a 0,5 T5.

A água ao sofrer a ação de campos magnéticos au-menta a atividade iônica do hidrogênio caracterizada pela movimentação dos íons H+ presentes em soluções. Quando o polo norte de um imã foi submerso durante alguns minutos em um copo com água, o Potencial Hi-drogeniônico (pH) da amostra ficou alcalino. Já quando foi submergido o pólo sul do imã, a água ficou ligeira-mente ácida6.

Existem várias literaturas que demonstram uma re-dução de 10% na tensão superficial da água, quando esta é exposta a campo magnético. O campo magnético reduz a tensão superficial da água “de torneira” de 71 para 65 mN/m. Essa variação é perdida dentro de alguns minu-tos6.

Por apresentar propriedades diamagnéticas, a água exposta a campo magnético, tende a influenciar este, formando correntes que irão repelir as linhas de força do campo aplicado. Tal afirmativa foi testada por N. Hirota

et al (1995)7, onde o autor aproximou água pura a um campo magnético de 10 T, e verificou um abaixamento de 38,9 mm da superfície da água, demonstrando a in-fluência do campo, onde a água é repelida pela ação do campo magnético.

A utilização da água tratada com campo magnético é ampla em diversas áreas. Na agricultura foi observado um aumento da produtividade do cultivo das plantações, quando estas foram irrigadas com água que ficou expos-ta a fluxo magnético. Reina (2001)8propôs alguns mo-delos para explicar alterações nos mecanismos de pene-tração da água em membranas celulares de células que constituem sementes de alface.

Ainda não há teoria científica que explique tais alte-rações nas propriedades da água quando essa substância é exposta ao campo magnético. Várias pesquisas apenas propõem a utilização de água exposta a campo magnéti-co para obter melhorias em alguns processos na agricul-tura e em indústrias9.

Neste trabalho, verificou-se a influência da água ex-posta a campo magnético gerado por imã de 3500 Gs (0,35 T) na presença de luz sobre a germinação e desen-volvimento da plântula de feijão (Phaseolosvulgaris l.).

2. MATERIAL E MÉTODOS

O Nesta pesquisa foram medidos os comprimentos das plântulas de feijão tratadas com água deionizada exposta a campo magnético e luz proveniente de

lâmpa-da incandescente. Após a medição do comprimento lâmpa-da plântula, calculou-se a média dos valores encontrados para cada tratamento (AA, BB, AB e controle). Apli-cou-se o teste F e a comparação múltipla das médias (Teste de Tukey) para verificar se as médias apresenta-vam diferença significativa ao nível de 5%. Os softwares utilizados no tratamento estatístico foram o Excel e o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Suporte estrutural para os imãs

O suporte estrutural para os imãs (Figura 2 e Figura 3Erro! Fonte de referência não encontrada.) foi

con-feccionado de madeira com a finalidade sustentar os imãs a uma distância suficiente para que fosse disposto o re-cipiente com a água que foi submetida ao campo magné-tico.

Figura 2. Esquema de montagem do suporte estrutural para os imãs. Fonte: Elaborado pelos autores

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