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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO BACHARELADO EM GESTÃO DA INFORMAÇÃO

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CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

BACHARELADO EM GESTÃO DA INFORMAÇÃO

ADEILSON IRINEU DE SOUZA FILHO

EVASÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM:

IMPACTO DA MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO

RECIFE 2015

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EVASÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM:

IMPACTO DA MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Gestão da Informação.

Orientador: Silvio Luiz de Paula

RECIFE 2015

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Catalogação na fonte

Bibliotecária Claudina Karla Queiroz Ribeiro, CRB4-1752

S729e Souza Filho, Adeilson Irineu de

Evasão em ambientes virtuais de aprendizagem: impacto da mediação da informação / Adeilson Irineu de Souza Filho. – Recife: O Autor, 2015.

51 f.: il.

Orientador: Silvio Luiz de Paula.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação. Ciência da Informação, 2015.

Inclui referências.

1. Ciência da informação. 2. Gestão da informação. 3. Ensino á distância. I. Paula, Silvio Luiz de (Orientador). II.Titulo.

020 CDD (22.ed.) UFPE (CAC 2016-03)

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Em especial aos meus pais, namorada, amigos e professores, que estiveram comigo neste percurso de busca por conhecimento.

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Frente a problemática da evasão em ambientes de ensino a distância está a necessidade de levantar discussões que procurem entender o seu comportamento. Tendo como intuito analisar possíveis impactos causados através do processo de mediação da informação e sua relação com a evasão segundo tutores e professores será conduzida esta pesquisa. Percorrendo experiências de profissionais do ensino em diferentes ambientes na procura de padrões/similaridades e discrepâncias neste processo de transferência da informação. Com objetivo exploratório e descritivo e utilizando-se de pesquisa de multicasos, esta pesquisa busca contribuir com a literatura nas reflexões para o fomento de novos conceitos acerca da evasão em ambientes virtuais e servir como subsídio para pesquisas relacionadas ao assunto. Sua discussão teórica dialoga entre Ciência da Informação e correlatas na busca de explanar e compreender o objeto de estudo em sua completude. A análise revela que sobre a perspectiva de professores e tutores a mediação tem influência direta no processo de evasão, assim como características e comportamentos do discente também interferem nesta mesma premissa.

Palavras-chave: Informação, evasão, ambientes virtuais de aprendizagem, mediação.

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Forward the problem of evasion in distance learning environments is the need to raise dialogue seeking to understand their behavior. Having the intention to analyze possible impacts caused by information mediation process and its relation to the avoidance second tutors and teachers will be conducted this research. Covering professional teaching experiences in different environments in demand patterns/similarities and discrepancies in the information transfer process. With exploratory and descriptive purpose and using the multicase research, this research aims to contribute to the literature in the reflections to foster new concepts about evasion in virtual environments and serve as a resource for research related to the subject. His theoretical discussion dialogues between information science and related seeking to explain and understand the object of study in its entirety. The analysis reveals that from the perspective of teachers and tutors mediation has direct influence on the dropout process and student characteristics and behaviors also interfere with this same premise.

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1 INTRODUÇÃO ... 7

1.1 JUSTIFICATIVA ... 9

1.2 OBJETIVOS ... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 11

2.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) ... 11

2.2 EVASÃO ... 18

2.3 MEDIAÇÃO ... 23

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 27

3.1 ABORDAGEM ... 27

3.2 FINS DA PESQUISA ... 27

4 QUANTO AOS MEIOS ... 28

4.1 COLETA ... 28

4.2 DA INTERPRETAÇÕES DOS DADOS ... 28

5 ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 29

5.1 CATEGORIAS ... 29

5.2 ENTENDIMENTO SOBRE MEDIAÇÃO EAD ... 30

5.3 CONCEPÇÃO DE EVASÃO EAD ... 32

5.4 FATORES CONDICIONANTES DA EVASÃO ... 33

5.5 SER PROFESSOR OU TUTOR ... 35

5.6 ATIVIDADES E COMPORTAMENTO PROFESSOR-TUTOR ... 37

5.7 AVALIAÇÕES DA TECNOLOGIA COMO SUPORTE ... 40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 42

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INTRODUÇÃO

De definição ainda expansiva, as estruturas disponíveis para transferir informações e construir conhecimento nos ambientes virtuais de aprendizagem presenciam singularidades ao desfrutar de potencialidades únicas nesta sociedade em rede, instantânea, denominada “da informação”. Estes ambientes são caracterizados como, “forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação” (SANCHEZ, 2005, p. 101).

Tecnologias virtuais fomentam rápidas relações de troca, através da qual, se formam grupos/redes expandindo de forma progressiva, para Dohmem (1967) apud Alves (2011, p.85), “isto é possível através da aplicação de meios de comunicação, capazes de vencer longas distâncias”. Estas formas utilizadas para estabelecer relações, crescem a níveis não tangíveis, quebrando paradigmas de tempo e espaço e renovando o discurso a cada vez que se faz nova a maneira de se relacionar e transmitir.

No processo de aprendizagem os padrões de ensino sofreram modificações, os primeiros modelos de transmissão do conhecimento eram compostos por pequenos grupos interagindo ao ar livre, logo depois foi dado início a implementação de sistemas padronizados, com definições de idades, em locais fechados, e então, há um novo cenário de transferência do conhecimento, com todo aparato tecnológico modificando as formas como interagem e as possibilidades de alcance e personalização, são novos cenários, ambientes móveis, com possibilidade de customização e adaptação ao ritmo individual de progresso.

Esta nova estrutura e momento de modelo flexível, traz consigo desafios e amplitude diferentes para se transferir e atuar sobre as informações, pois, são diferentes meios, mas que não estão isentos de problemas e carecem da interferência humana, como descrito por Almeida (2007, p. 136) existem problemas, e “estes problemas tem origem em fatores situacionais, falta de

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apoio acadêmico, problemas com a tecnologia, falta de apoio administrativo e sobrecarga de trabalho”.

Os ambientes virtuais de aprendizagem subsidiam relações entre o mediador (professor/tutor) que disponibiliza e produz informações contidas na plataforma, e o aluno. Para que haja construção do conhecimento, a troca de informações precisa acontecer de forma clara e efetiva, segundo Souza, Velane e Santana (2010 p. 4-5) “a figura de um tutor que pode ser entendido como um mediador entre o sujeito e o objeto de aprendizagem, que terá a competência de desenvolver no aprendiz o interesse e a motivação, instigando-o e tornando-o competente quanto ao uso significativo e crítico das informações em diferentes contextos a que lhe chegam, resultando na aprendizagem significativa deste” o professor/tutor é o responsável por intervir de forma que o a utilização do ambiente seja construtiva.

Quando esse processo possui quebras os índices de evasão aumentam e a qualidade do aprendizado fica comprometida, então se torna necessário explorar os fatores que interferem e dificultam essas relações.

Será realizado um estudo de multicasos, com intuito de analisar o impacto da mediação da informação no processo de evasão em ambientes de ensino a distância pela percepção dos tutores e professores, onde serão coletadas informações a partir dos docentes e posteriormente serão interpretadas com base em fundamentação teórica.

O trabalho foi estruturado da seguinte forma, no primeiro momento a EAD é colocada em evidência, entendendo a história e o processo pelo qual caminha esta modalidade do ensino e suas tecnologias, logo depois, é abordada e evasão sobre diferentes perspectivas, no intuito prosseguir para a avaliação da mediação e suas interferências. A proposta do trabalho é, a partir da seleção de alguns professores e tutores, se aprofundar na seguinte problemática: Até que ponto a mediação interfere no índice de evasão, quais os atores envolvidos e suas responsabilidades?

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1.1 JUSTIFICATIVA

Evasão, fenômeno de grande incidência em ambientes virtuais de aprendizagem, a crescente disponibilidade desta modalidade do ensino carrega consigo novas questões/problemas que precisam ser analisadas, acrescentadas e compartilhadas. Neste sentido, faz-se necessário compreender o que pensam sobre sua interferência no processo de evasão e mediação os indivíduos que alimentam tais ambientes, tutores e professores, que contribuem e influenciam sobre o percurso de utilização, percepção e construção dos alunos.

Está pesquisa se dispõe a contribuir com a construção de ambientes virtuais para troca de informações e construção do conhecimento, onde se situam as Universidades, no momento em que vivem crescente procura por modalidades expansivas do ensino. Mercadologicamente, a ênfase em cursos especializados de maior alcance e disponibilidade aceleram também a busca por mecanismos efetivos de troca de informações para especializações.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o impacto da mediação da informação no processo de evasão pela percepção dos tutores e professores.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Mapear a percepção dos tutores e professores sobre a mediação da informação e evasão;

 Descrever os principais fatores condicionantes da evasão;  Identificar como acontece a mediação pelos tutores/professores;

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Educação a Distância (EAD)

A Educação a Distância, dentre muitos olhares, pode ser compreendida como forma de ensino desprendida de tempo e espaço para transmitir informação e gerar o conhecimento. Sua estrutura percorre um universo tido como não tradicional para o aprendizado, apresentando-se como maneira de emitir conteúdo informacional em que os meios físicos, digam-se, suportes tecnológicos, ligam transmissores e receptores que estão parciais ou totalmente separados. Como descreve Guarezi (2009, p. 20), ao asseverar que se trata da

Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas, em lugares ou tempos diversos.

Este termo de crescente fundamentação, EAD (Educação a Distância) possui por sua grande disseminação, variados estudos acerca das práticas adotadas, como consequência, surgem conceituações variadas e dentre elas interseções. Com relação a estas definições, presentes na literatura de ensino a distância, alguns exemplos serão evidenciados no Quadro 1:

Autor Definição de Ensino a Distância

Alves e Nova (2003, p. 3)

Formula-se como uma das modalidades de ensino-aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensinos presenciais, mistos ou completamente realizada através da distância física.

Sanchez (2005, p. 101)

Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

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Nascimento e Borges (2005, p.

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Um processo social, contínuo e organizado, utilizando-se de tecnologias de ensino que permitem ao aluno melhor gerenciamento do tempo e espaço para a aprendizagem. Viabiliza também a interação entre pares, grupos ou coletividade, em modo síncrono ou assíncrono.

Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro

de 2005 (BRASIL, 2005)

Para os fins deste Decreto, caracteriza- -se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, Associação Brasileira de Educação a Distância 86 RBAAD – Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

Quadro 1 – Definições de Ensino a Distância.

Fonte: Própria autoria.

As descrições literárias indicam que o ensino a distância ocorre através da mediação sobre informações em variados meios físicos (tecnologias), estes por sua vez, quebram as barreiras físicas de tempo e espaço.

Neste contexto, é possível enxergar além dos aparatos e direcionar os esforços para organização e difusão das informações, onde figuram suportes e sistemas e evidenciam as relações dentre os indivíduos que os utilizam. Na visão de Dohmem (1967) apud Alves (2011, p.85):

A EAD é uma forma sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno instrui-se a partir do material de estudo que lhe é apresentado, o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível através da aplicação de meios de comunicação, capazes de vencer longas distâncias.

Além dos atributos técnicos, voltando-se mais uma vez para as relações, Perry e Rumble (apud NUNES, 1994, p. 4) frisam que "a característica básica da educação a distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla via, na medida em que professor e aluno não se encontram juntos na mesma sala". Deste modo enfatiza o desenvolvimento conjunto, onde há relações entre professor-aluno na troca de conteúdo, possibilitando estreitar distâncias e construir a partir das interações.

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As diferentes conceituações contribuem e acrescentam entre si, observando a interseção encontram-se os pontos cruciais, que contribuem com o aumento das possibilidades. A possibilidade de trafegar informações, construir e compartilhar a partir delas, desprendido de barreiras físicas, torna necessário o uso dos meios de comunicação capazes de ultrapassar longas distâncias e estabelecer ligações.

Desta forma, a educação a distância possui relevância social, no sentido de que inclui aqueles que possuem indisponibilidade para acompanhar os métodos tradicionais de ensino, sendo esta, praticada em diferentes níveis do aprendizado, como cursos, treinamentos, educação básica ou ensino superior com maior escalabilidade.

Contudo, para alcançar sua finalidade e estabelecer disponibilidade de conteúdo e comunicação, meios de transferência de dados, áudio e imagem diversificados foram utilizados no processo de solidificação desta modalidade do aprendizado. Chaves em (1999, p.14) identifica estes meios e variadas formas em seu discurso quando relata que:

A Educação a Distância, no sentido fundamental da expressão, é definida como o ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no espaço). No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se que ela seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Não é preciso ressaltar que todas essas tecnologias, hoje, convergem para o computador.

Os últimos anos, foram de grandes modificações e acesso a estruturas que possibilitaram a evolução do grau de acesso, o uso das tecnologias para a educação à distância passou a ser associado aos computadores pessoais e dispositivos móveis, todavia, possuem uma gama muito maior de possibilidades e dispositivos, que ocupam menor escala de utilização, mas que cumprem e foram importantes no caminho de solidificação da EAD.

Historicamente, por detrás deste recurso hoje denominado EAD variados acontecimentos em diferentes épocas fomentaram sua estruturação, dentre os quais, os insumos distintos que foram e são utilizados no processo de troca das informações. Há quem diga que teve início nos primeiros séculos, como tratam Golvêa e Oliveira (2006) apud Alves, (2011, p.4) quando comunicam que

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Alguns compêndios citam as epístolas de São Paulo às comunidades cristãs da Ásia Menor, registradas na Bíblia, como a origem histórica da Educação a Distância. Estas epístolas ensinavam como viver dentro das doutrinas cristãs em ambientes desfavoráveis e teriam sido enviadas por volta de meados do século I.

De certa forma, todos estes meios utilizados para transferir informações sobre distâncias devem ser considerados no processo, pois, foi na forma de correspondência a partir do século XVIII que em Boston (EUA) o primeiro curso a distância entrou em vigor, momento este, tratado por alguns como o marco inicial deste processo evolutivo, mesmo que por sua longa história, seja difícil definir apenas um marco.

Abordagens literárias descrevem que, simultânea e paulatinamente as práticas se espalharam pela Europa e melhorias no processo de comunicação começaram a ser desenvolvidas. No século XX, Universidades com fins de ensino a distância tiveram seu início, a British Open University na Inglaterra é citada como “pioneira no que hoje entendemos como educação superior à distância” (SOUZA, 2014, p.24).

No mesmo século, entre os anos de 1923/1925, segundo Vasconcelos (2010), surgem estruturas de ensino via frequência de rádio, como a “Rádio Sociedade no Rio de Janeiro”. Um pouco mais tarde, 1956, materiais televisivos adentram tal universo “com a Chicago TV College, que inicia, nos Estados Unidos, a transmissão de programas educativos pela televisão, influenciando outras universidades do país a criar unidades de ensino a distância, baseadas no uso da mesma tecnologia” (MELLO, 2013, p.29). Não houve quebras neste processo, os anos seguiram marcados por novas iniciativas e formas de administrar e ofertar cursos de ensino a distância, como definido cronologicamente por Vasconcelos (2010), em 1969 no Reino unido foi criada a Fundação Universidade Aberta, em 1977 foi a vez dos Venezuelanos seguirem o mesmo caminho, assim como 1984, Holanda, 1984 e 1985 Índia.

A variação de estruturas e possibilidades de difusão começou a ampliar, numa escala global, e

Todos esses acontecimentos e instituições foram importantes para a consolidação da Educação a Distância, oferecida atualmente em todo o mundo. Hoje, mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a Educação a Distância em todos os níveis de ensino, em programas formais e não formais, atendendo milhões de estudantes (GOUVÊA; OLIVEIRA, 2006).

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A modalidade do ensino a distância, encontra-se em momento crescente e singular no cenário Nacional, está inserida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que se trata da base para as regulamentações locais do ensino e possibilita que a EAD seja credenciada para capacitar, emitir diplomas, possuir regimes especiais e gozar de tratamento diferenciado.

Estas possibilidades fomentam o crescimento e como observado no sítio da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância, 2013), pelo relato analítico de aprendizagem à distância no Brasil, são cerca de quatro milhões de alunos matriculados em cursos à distância, sendo que em dezembro de 2013 o país já somava 4.044.315 alunos e havia perspectiva de aumento de matrículas em 2014, especificado no último censo.

O fator chave deste grande crescente é a interconexão comandada pela internet, que potencializa o ensino na medida em que possibilita transmissões e interações antes limitadas a locais e tempos definidos. Pode ser melhor compreendido pela seguinte abordagem:

O ambiente virtual de aprendizagem deve favorecer a interatividade entendida como participação colaborativa, bidirecionalidade e dialógica, e conexão de teias abertas como elos que traçam a trama das relações. O informata que programa esse ambiente conta, de início, com o fundamento digital, mas para garantir hipertexto e interatividade terá que ser capaz de construir interfaces favoráveis à criação de conexões, interferências, agregações, multiplicidade, usabilidade e integração de várias linguagens (sons, textos, fotografia, vídeo). (SILVA, 2006 apud SILVA, 2003, p. 63).

A multiplicidade ou grande variedade de formatos e linguagens nestes ambientes possibilita a construção de “salas de aula” personalizáveis e direcionadas a públicos específicos, personalização esta, que é a identificação do novo momento de ensino, direcional e particular, com possibilidades de adaptação ao indivíduo.

Voltando-se para o usuário, o ensino a distância é mais um processo de aprendizagem, e como tal dispõe de benefícios e problemáticas, o indivíduo/aluno precisa então mensurar suas exigências e necessidades para delimitar se o mecanismo será o meio de maior proveito para sua construção do conhecimento.

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É fato que estes ambientes são compostos de vastas possibilidades, mas não estão isentos de lacunas, pois, assim como a EAD pretende reduzir barreiras de acesso e permitir inclusão social de ensino flexibilizando a rigidez do ritmo, tempo e espaço da escola tradicional, também, há uma maior complexidade em alcançar a socialização, pois os encontros de interação física são raros, e até inexistentes, nesta perspectiva, pontos destoam, entre benefícios e impossibilidades. O paradigma encontrado no EAD tem estas características antagônicas, de um lado se apresentam vantajosas, como a flexibilização, e por outro lado podem transformar-se em um problema para quem não se porta com disciplina.

Neste sentido, o bom desempenho do aluno EAD está ligado a vários fatores que podem ser internos ao indivíduo quando se referem as suas emoções, necessidade de relações, hábitos e outras questões inerentes, ou externas, como a falta de condições físicas e problemas de conectividade.

Ambos interferem diretamente em sua motivação, assim sendo, para que os cursistas não passem por tais dificuldades, faz-se necessário que os tutores/professores estejam atentos no auxílio dos mesmos, minimizando questões específicas, sejam de problemas no ambiente de ensino, ou dificuldades pessoais, e encontrando interseções nos problemas de maior ocorrência para modificar métodos e melhorar o processo como um todo.

A EaD online é, por outro lado e além de tudo, o mecanismo possivelmente mais efetivo no esforço de permitir a formação permanente de todos os profissionais. O aprendizado ao longo da vida, um dos ditames da realidade social hodierna, encontra nele a solução mais adequada, permitindo atender, com qualidade, a crescente demanda da sociedade por educação, (FILATRO, 2004, p.7).

A estruturação de ambientes para o compartilhamento da informação com grande disponibilidade de formatos, mídias, e variedade de dispositivos para acesso e interação, encontram na evolução tecnológica seu motor de construção e mudanças. A gama de recursos tecnológicos é vasta, e-mail, chat, fórum, videoconferência, vídeo aulas, áudio, bibliotecas virtuais, são muitas as Tecnologias da Informação (TICs) utilizadas visando melhorar a transmissão de informações para construção do conhecimento. Também é crescente o aumento de dispositivos portáteis para acesso aos ambientes, computador pessoal,

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notebook, tablets, smarthphones, amplificando o alcance e a possibilidade de acesso por meio dos usuários, que sugerem vantagens como:

VANTAGENS COM A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA

Os alunos têm a possibilidade de buscar informações por conta própria, pois com o acesso à internet podem fazer pesquisas sobre diversos assuntos;

A tecnologia utilizada no ensino à distância possibilita uma maior proximidade e interação entre os alunos graduandos e o corpo docente do curso;

Os métodos de ensino utilizados na EAD possibilitam a troca de experiências entre os alunos;

As mídias e os ambientes virtuais permitem a interação entre o aluno e o professor em tempo real.

As aulas ficam disponíveis para qualquer aluno que desejar acessá-las novamente, e, com isso, aqueles que perderam alguma aula ou não entenderam algum conteúdo poderão revisá-los quando necessário.

Através dos tutores que ficam disponíveis nos ambientes virtuais, os estudantes têm a possibilidade de tirar suas dúvidas no momento que necessitarem;

Quadro 2 – Vantagens da Tecnologia.

Fonte: www.ead.com.br.

2.2 EVASÃO

De todos os fatores problema existentes no processo de transferência da informação em ambientes de ensino a distância, a evasão é destes a maior quebra possível. Apontam estudos do Censo EAD.BR em 2013 divulgado pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) que a evasão de alunos é apontada pelas instituições pesquisadas como o maior o obstáculo enfrentado na execução de cursos de EAD, apontada por 15,4% das instituições ouvidas. Para Almeida (2007) este problema tem origem em fatores situacionais, falta de apoio acadêmico, problemas com a tecnologia, falta de apoio administrativo e sobrecarga de trabalho, o Censo ratifica isto quando descreve que as principais causas da evasão apontadas pelas instituições são a falta de tempo dos alunos para estudar e participar dos cursos (32,1% das instituições remeteram a essa causa) e o acúmulo de atividade de trabalho (com 21,4% das indicações).

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A evasão é um estudo antigo, em meados das décadas de 70, 80 na Noruega, Cookson (1990) desenvolveu uma revisão literária sobre este tema, que foi abordado não como evasão, mas como grau de persistência. Um resumo deste levantamento literário é apresentado no quadro a seguir:

Autores Resumo da Pesquisa

Kennedy e Powell (1976)

Em seu estudo relataram que a maioria dos desistentes informam que as razões externas ou circunstanciais pesaram na decisão de abandonar o curso. Comprovaram que a maioria dos alunos desistentes, traz consigo uma história de desmoralização e de fracasso educacional, causando sentimento de insegurança e inferioridade. O que acaba afetando a auto-estima dos mesmos, são simplesmente colocados à prova numa realidade diferente e nova. Outros motivos apontados para explicar a desistência foram: o método de ensino aprendizagem, planejamento e organização de estudos, insatisfação com o material pedagógico, atuação dos tutores e tempo para realizar as tarefas.

Woodley e McIntosh (1977)

Foram pesquisados 6439 alunos e tinha como objetivo investigar os motivos que levariam a desistência do curso de verão a distância na British Open University. Dois-terços dos alunos citaram razões pessoais ou domésticas como motivo para abandono do curso. Outros (29%) citaram tempo insuficiente disponível para estudo, (25%) compromissos financeiros em excesso, (23%) cuidado de crianças e ou outras demandas domésticas. Enquanto que, (60%) citaram outros planos para estudo, e (40%) informaram ser dissuadido pela natureza dos cursos oferecido ou pelos métodos pedagógicos disponíveis. A objeção mais significativa foi relativa aos métodos pedagógicos, refletindo o descontentamento com uma escola de verão por ser obrigatória. Um quarto dos alunos citaram a situação de trabalho como uma razão para a não participação.

Carr e Ledwith (1980)

Buscaram determinar os fatores relacionados ao sucesso de adultos que começam os estudos em desvantagem na British

Open University. Pesquisaram os alunos que tinham desistido

ou tinham reprovado, em uma amostra aleatória de 100 alunos que tinham completado o curso. Um quarto do grupo de alunos tinha recebido conselho acadêmico, dois terços dos desistentes não receberam nenhum auxílio. As razões de desistência tinham relação com o tipo de curso. Alunos dos cursos de artes e ciências sociais eram mais prováveis a citarem problemas pessoais ou domésticos. Os alunos de matemática e ciência citaram o trabalho como fator dificultador.

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Phythian e Clements (1980)

O objetivo de investigar as causas do crescente índice de reprovação dos alunos no exame final dos cursos de matemática. Pesquisaram 180 alunos que deveriam citar as três principais razões para desistência, dentre doze possíveis razões. E as mais freqüentes foram: (27%) trabalho, (29%) pressão doméstica e (16%) curso muito longo ou nível elevado. Além de outras variáveis apontadas como causa para desistência, podemos citar: condições prévias, vida pessoal, utilidade do curso, falta de acompanhamento do tutor. Os pesquisadores ainda avaliaram as respostas do questionário aberto, que explicavam a alta taxa de desistência, que variava de (42%) a (71%) dependendo do grau de dificuldade do curso. Alguns alunos citaram: ter recorrido à solidão e a falta de apoio nos momentos de dificuldade. Stress associado aos custos pessoais e familiares. Os autores concluíram que na explicação do fenômeno os “assuntos domésticos” não podem ser ignorados.

Rekkedal (1983)

Após uma pesquisa realizada durante 10 anos sobre as razões para desistência na Escola de NKI – Noruega, encontraram uma grande tendência nas respostas: falta de tempo, trabalho requereu muito tempo, mudança de estudos / cursos, mudança de plano de carreira, razões econômicas, doença, modo de vida, condições de estudo insatisfatórios e razões pessoais.

Quadro 3 - Revisão de Literatura de Cookson (1990). Fonte: Cookson (1990).

De fato, a evasão ou como utilizado por Cookson (1990), os problemas com persistência, estiveram presentes desde as primeiras modalidades e décadas de sua formulação, trata-se de um problema que transpõe modelos e métodos. Mesmo hoje, após mudança de meios físicos e metodologias, o problema carece de investigações, sejam em cursos curtos, como especializações ou mais duradouros como graduações. Em termos percentuais, tanto cursos livres, quanto cursos credenciados pelo MEC quase empatam em índices de evasão, segundo o Censo estão em torno de 18,08% contra 16,94%, afirmando que, os obstáculos existentes nesta disposição do ensino se estendem por suas várias formas apresentadas.

No percurso de fundamentação do problema é preciso delimitar evasão de um modo conciso, na visão de Santos e Oliveira Neto (2009, p. 2), refere-se à desistência definitiva do estudante em qualquer etapa do curso. Para outros autores, não somente a desistência definitiva, apenas o fato de estar matriculado e em quaisquer das etapas abandonarem o processo de ensino, deve ser

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considerado. Comarella (2009, p. 52) observando este fato definiu da seguinte forma:

A evasão é uma interrupção de um ciclo de estudo, onde o estudante deixa de completar o curso ou programa que frequenta. São considerados evadidos inclusive os estudantes que se matriculam e desistem antes mesmo de iniciar o curso.

No presente trabalho adota-se esta concepção de abandono do aluno, quando mesmo matriculado não se faz presente ou desiste em qualquer etapa do processo, momento que caracteriza a quebra da transmissão de informações e manutenção das relações.

Esta problemática exige e tem despertado estudos de intuito preventivo e corretivo, pois, sendo a evasão realidade no Ensino a distância, mesmo com o crescente avanço das tecnologias e formas de construir e gerenciar plataformas de ensino a distância, é preciso entender os vários fatores internos e externos ao sistema que influenciam e ocasionam a desistência. Identifica-los é a chave para aprimorar o processo de quebra da transmissão da informação e construção do conhecimento.

Para Abbad; Carvalho; Zerbini, 2006; Toczek; et al. (2008, p. 11), a evasão atua como um indicador de falhas no sistema educacional e enfatizam que suas causas devem ser estudadas e os problemas minimizados para a maior qualidade de ensino.

Tradicionalmente, a evasão é estudada com uma perspectiva demográfica e socioeconômica, verificando-se como fatores determinantes: idade, sexo, renda familiar, tipo de escola secundária que o estudante frequentou, entre outros (LEVY, 2007). Mas existem causas além das já citadas, vale acrescentar outras tais como: falta de apoio no trabalho; problemas familiares como, por exemplo, falecimento (pai, mãe, irmão ou sobrinho); problemas de saúde (depressão, uso de medicamentos fortes, falta de memória, gravidez de risco). Essas causas se referem a algum abalo psicológico relacionado a alguma situação vivenciada pelo acadêmico o que o impedirá de persistir (ALMEIDA, 2008, p. 137).

Sob a perspectiva do aluno, algumas lacunas são evidenciadas no processo de identificação das problemáticas do ambiente. Segundo Almeida (2008, p.143), eles alegam que enfrentam problemas relacionados aos

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recebimentos de módulos, cobrança de entrega de atividades de módulos não entregues, a distribuição do material ineficiente, ocorrência de atrasos nos envios do material o que consequentemente resulta no atraso na entrega das atividades do curso.

Neste sentido, enumerar estas causas é o primeiro passo para sanar problemáticas pontualmente, pois, a qualidade dos cursos está diretamente ligada com o processo desenvolvido para sanar estes fatores.

Pode‐se afirmar que existem vários fatores que contribuem para a evasão de um aluno desde questões de ordem pedagógica das instituições, pessoais e também administrativas dos cursos na modalidade a distância. Todos esses motivos precisam ser analisados pelas IES (Instituições de Ensino Superior) para que evitem a evasão dos alunos na EAD (MARTINS; SCHEIDE; 2012, p.669).

Controlar o índice de evasão faz parte da gestão dos cursos a distância, e trata-se de um processo amplo, faz-se necessário avaliar aspectos como flexibilidade e organização, visto que, os modelos normalmente encontrados no ensino presencial não costumam apresentar estes aspectos, como destacam Maia e Mattar (2007, p. 6): “A EAD é uma modalidade de educação em que os professores e alunos estão separados, utilizando diversas tecnologias de comunicação”, logo, estruturar plataformas de aprendizado à distância diferencia-se, é preciso construir um ambiente favorável à troca das informações, dando também importância à capacitação dos profissionais responsáveis por mediar os conteúdos que atuam na plataforma, para que possam se relacionar de modo a esclarecer, auxiliar e avaliar os alunos.

Tal execução demanda planejamento detalhado da organização, é preciso atender as atribuições de responsabilidades e tarefas mantendo controle através de relatórios gerenciais e ferramentas que facilitem a visualização do fluxo informacional. Para Daudt, S.; Behar, P., (2013, p.412), trata-se de um envolvimento bastante complexo que, embora diferente do modelo presencial, precisa garantir uma educação de qualidade, na qual as pessoas possam desenvolver suas competências cognitivas, emocionais, sociais e profissionais.

O intuito é desenvolver plataformas lúdicas, que permitam maior interação entre humano-computador e entre os participantes do curso, em especial professores e alunos.

(24)

Dentro deste processo de transferência é interessante trabalhar sobre esta perspectiva da forte relação entre o tutor (professor) e o aluno, que merece destaque pelo grau de influência que possui em todas as etapas do processo e na direta relação com a transmissão das informações.

2.3 MEDIAÇÃO

Mediar, no sentido de sua formulação, estar no meio, atuar entre as partes, interferir, intervir, segundo a explanação de Vygotsky (1984, p.30), trata-se de uma ação indireta “na medida em que um estímulo auxiliar possui a função específica de uma ação reversa, ou seja, é uma ação que ocorre quando uma intervenção humana deixa de ser direta passando a ser mediada por algum elemento”.

Voltando-se para o ensino a distância, função de suma importância exercida pelo tutor-professor que se situa entre o conteúdo informacional contido no sistema e o receptor, aluno. A mediação da informação, não em seu sentido pedagógico, mas voltada a tecnologia como suporte acontecendo através de atores como o professor e o tutor, e tendo como base a ciência da informação na construção de sua efetividade.

Para a ciência da informação, a mediação atua como ferramenta de colaboração no EAD, visto que, os suportes informacionais mediados são fontes de socialização e construção do conhecimento. Permeiam discussões entre os profissionais da informação, que investigam como a informação deve e pode ser mediada nestes ambientes multimídia de modo a permitir interações/trocas para construção do saber, assim podemos ampliar a narrativa entre hardware ou tecnologias da informação e sua utilização, para isso, segundo Primo (2003, p.14):

É preciso recuperar nas discussões sobre interação mediada a dimensão política e a preocupação com os canais que aproximam os interagentes através do diálogo. Ainda que a problemática relativa ao hardware e software não possa ser deixada de lado, as questões de engenharia não devem tomar o centro do palco. Confundir bidirecionalidade com relação social e ver os interagentes apenas como usuários de tecnologia é retirar a própria interação do foco de análise. Seduzir-se pelas funções automatizadas da máquina, não

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resistindo ao tecnicismo, é cegar-se ao fato que o ciberespaço é povoado por sujeitos em interação. Estudos de comunicação social mediada pelo computador que se perdem no encantamento maquínico apagam o que lhe era mais próprio: o social e a ação compartilhada.

No sentindo de contribuir através das interações sociais no ambiente o mediador precisa estar capacitado para permear e instruir ligações de compartilhamento, isto é fundamental para que o processo de construção do conhecimento obtenha o efeito desejado. Para Souza, Velane e Santana (2010 p. 4-5):

É tido como elemento chave para o desenvolvimento destas habilidades, a figura de um tutor que pode ser entendido como um mediador entre o sujeito e o objeto de aprendizagem, que terá a competência de desenvolver no aprendiz o interesse e a motivação, instigando-o e tornando-o competente quanto ao uso significativo e crítico das informações em diferentes contextos a que lhe chegam, resultando na aprendizagem significativa deste. ”.

A necessidade do bom interlocutor para o ambiente virtual de aprendizagem está relacionada ao seu modelo de apresentação.

Em alguns cursos, o momento presencial é apenas o da avaliação final; outros têm aulas presenciais e atividades desenvolvidas em ambientes virtuais. Existem, ainda, cursos em que o momento presencial não ocorre, ou seja, a aprendizagem é exclusivamente mediada. (HERMIDA; JORGE; BONFIM, 2006, p. 4).

A dependência da ação mediada para interação conteúdo/aluno é intensificada por, Almeida (2008, p.6) ao afirmar que, quando os contatos com o tutor são insuficientes, os alunos têm dificuldades para se comunicar com a tutoria, o tutor proporciona aos alunos pouca ou nenhuma orientação para o desenvolvimento das atividades, são fatores que contribuem para a evasão. Nesse contexto, os alunos sentem falta de encontros presenciais com os participantes do curso (professor, tutor e alunos) para tirar dúvidas, se sentem sozinhos e desamparados.

Para Konrath, M.L.P., Tarouco, L.M.R., Behar, P.A. (2009, p.4 ) acerca do que e quem são os professores e tutores, “ o professor atua a partir da mediação pedagógica é aquele que organiza, planeja e aglutina questões que apareceram ao longo de sua prática pedagógica sistematizando-a de forma a garantir o domínio de novos conhecimentos pelo grupo de alunos ”, já os tutores são aqueles que “ apoiam o trabalho docente, eles são os responsáveis pelo

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acompanhamento e comunicação sistemática com os alunos. Assim eles são o elo entre a relação professor, curso e aluno. ”

É certo que, este mediador tido como professor ou tutor, outras vezes e presente neste trabalho, professor-tutor, deve agir de forma contínua e dinâmica, auxiliando o aluno a progredir e alcançar os objetivos do caderno de conteúdo existente. Ele executa suas atribuições avaliando alunos e estimulando a auto avaliação, é de suma importância fortalecer a participação de forma coletiva e permear os debates que inferem diretamente na construção de conhecimentos, onde os indivíduos concatenam ideias para uma aprendizagem significativa e ampliada.

Nesta mesma direção, Franciosi, Medeiros e Colla (2003 apud SOUZA, SARTORI E ROESLER, 2008, p. 330-331) apontam que:

[...] a ação do professor-tutor como mediador é transitiva e visa: colocar o pensamento do grupo em movimento; propor situações e atividades de conhecimento; provocar situações em que os interesses possam emergir; dispor objetos / elementos / situações; propor condições para o acesso a novos elementos, possibilitando a elaboração de respostas aos problemas; interagir com o sujeito; construir e percorrer caminhos, favorecendo a reconstrução das relações existentes entre o grupo e o objeto de conhecimento.

É interessante direcionar o foco para a coparticipação, onde os alunos são estimulados a interagir e agir conforme seu desenvolvimento. Quando o tutor-professor instaura o diálogo acrescenta e torna os alunos mais independentes, produzindo e assimilando informações com maior autonomia.

Deste modo podemos destrinchar algumas práticas que auxiliam o tutor-professor na atribuição de ser elo, ponte:

Características Competências

Parceiro do aluno de EaD

Orienta, de acordo com o ritmo de cada aluno, todas as etapas do processo ensino aprendizagem.

Mediador Através do seu conhecimento global do curso, leva o aluno à aprendizagem usando de estratégias mediadoras.

Multiplicador de conhecimento

Apoia os docentes da equipe com orientações claras e didáticas quanto à preparação de materiais e ao acompanhamento das atividades geradas.

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Conhecedor de interdisciplinaridade

Mostra aos alunos como os conteúdos e disciplinas se integram no curso, dando-lhes um conhecimento mais completo, não fragmentado, interdisciplinar. Orienta os professores nesta mesma direção.

Facilitador da aprendizagem discente

Objetiva proporcionar ao aluno de EaD autonomia para aprender mais e de modo correto, através de oportunidades colaborativas de aprendizagem seja entre aluno-tutor seja entre alunos-alunos ou aluno-tutor-aluno.

Usuário da comunicação dialógica

Mostra, através do diálogo didaticamente estruturado, que existem caminhos para as soluções de problemas. Estabelece etapas em que a comunicação do aluno é indispensável à execução de uma tarefa e/ou pesquisa.

Orientador pedagógico Atende aos alunos presencial e virtualmente em suas dúvidas de origem técnica ou de conteúdo; avalia e seleciona materiais de apoio; elabora a apresentação dos materiais de apoio, que leve o aluno ao uso da tecnologia, motivando-o a conhecer mais e mais

Veículo de interatividade

Atua com outros professores e tutores na elaboração de processos interativos; identifica o grau de interatividade dos alunos; tenta resgatar os alunos resistentes ou desmotivados

Assessor dos professores das

disciplinas

Passam aos colegas os conhecimentos/experiências adquiridas em eventos sobre EaD; participa de discussões sobre a

elaboração e uso de material didático de EaD; leva ao especialista de conteúdos (professor da disciplina) as dúvidas do aluno para poder ajudá-lo via chat, e-mail, fax, etc.

Usuário e conhecedor da TI

Utiliza as tecnologias e informação (TI) como veículo de interação com os seus orientandos; organiza atividades e as desenvolve com os alunos usando as TICs.

Quadro 3 – Perfil do professor tutor virtual Fonte: (Castro, 2007 p. 54).

Estas ações possibilitam a coprodução do conhecimento, como define Estanislau (2014) uma vez que o papel de mediador do docente potencializa a consolidação de práticas e ações que explicitam o desenvolvimento da autonomia, da aprendizagem significativa, contribuindo para a formação de sujeitos críticos, reflexivos, ativos no processo de ensino-aprendizagem.

(28)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta seção apresenta os procedimentos metodológicos que foram utilizados para a realização deste trabalho de conclusão de curso.

3.1 ABORDAGEM

A pesquisa foi construída sobre o método qualitativo, com objetivo de interpretar pela visão de tutores e professores em ambientes de ensino a distância o impacto da mediação frente a evasão de tais ambientes. Sua utilização pressupõe coleta de experiências por parte de um pesquisador, esse corte define o campo e a dimensão em que o trabalho desenvolver-se-á. O trabalho de categorização entre os dados coletados tem caráter fundamental em um estudo qualitativo, pois é por meio dele que os dados são classificados.

3.2 FINS DA PESQUISA

No intuito de entender o fenômeno esta pesquisa utiliza-se do modelo descritivo, “aquele que expõe características claras e bem delineadas de determinada população ou fenômeno, para isso envolve técnicas padronizadas e bem estruturadas de coletas de seus dados (VERGARA, 2007)”, para dar continuidade ao processo é utilizado o modelo explicativo, pois “é considerado aquela que mais aprofunda o conhecimento científico pôr se preocupar com a explicação sobre o porquê da ocorrência dos fenômenos, suas causas. Pode ser a continuidade de uma pesquisa descritiva já que para explicar os fatores que determinaram um fenômeno, este deve estar bem descrito e detalhado. (GIL, 2008) ”.

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4 QUANTO AOS MEIOS

O meio utilizado foi estudo de multicasos, a lógica de utilizar este modelo para o levantamento de ideias segue as premissas de Yin (2001, p. 69), à replicação e não amostragem, ou seja, não permite generalização dos resultados para a toda a população, mas sim a possibilidade de previsão de resultados similares (“replicação literal”) ou a de produzir resultados contrários por razões previsíveis (“replicação teórica”), de modo semelhante ao método de experimentos.

4.1 COLETA

Realizada através de questionários digitais, também tidos como formulários, se trata de um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Criado no Google Docs e enviado por e-mail convite por meio de networking a profissionais na área que atuaram/atuam em diferentes ambientes virtuais de aprendizagem no intuito de coletar diferentes visões acerca das abordagens trabalhadas para reforçar ou confrontar as teorias evidenciadas, o corpo de respondentes e categorias delimitadas para sua análise estão dispostos a seguir.

4.2 DA INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Este capítulo apresenta a análise do conteúdo qualitativa dos questionários aplicados a tutores e professores atuantes ou que já atuaram em diferentes ambientes virtuais de aprendizagem, sobre os dados desenvolvidos no contexto, obtidos por via digital, bem como do referencial teórico que embasa esta pesquisa. A análise foi realizada através de revisão textual, comparando, procurando similaridades e divergências, acerca das respostas recebidas dos respondentes em paralelo a fontes bibliográficas.

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5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

5.1 CATEGORIAS

Assim como descreve a metodologia deste trabalho, um estudo de multicasos presume que serão trabalhadas fontes distintas de evidências. Neste estudo as informações foram coletadas sobre forma de questionários digitais e serão interpretados a luz dos conceitos trabalhados no presente referencial.

A estrutura desta análise está definida sobre a mesma divisão de abordagem com que foi construído o questionário digital. Deste modo, foram definidas as seguintes categorias:

 Entendimento sobre mediação EAD;  Concepção de evasão EAD;

 Fatores condicionantes para incidência e minimização da evasão presentes no processo de mediação;

 Concepção sobre professor e tutor, atribuições e comportamento;  Avaliação da tecnologia como suporte, possiblidades;

 Análise entre semelhanças e diferenças entre concepções coletadas e conceitos trabalhados.

Esta análise foi realizada a partir de uma triangulação entre os conceitos que foram abordados na revisão bibliográfica e análise do que foi coletado com questionários digitais. Foram entrevistados 8 profissionais do ensino a distância, dentre eles tutores e professores.

Figura 1: Perfil do respondente. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

(31)

A população de entrevistados tem média de 37 anos de idade, indo dos 29 aos 45 anos, em sua maioria aturam em ambientes virtuais no estado de Pernambuco, com exceção de 1 que foi profissional na Paraíba, todos em instituições públicas. Em termos de gênero, metade dos entrevistados era do sexo masculino e a outra metade feminina, o grau de escolaridade dos entrevistados é de Mestres.

5.2 Entendimento sobre Mediação EAD

Os conceitos trabalhados nesta revisão literária permitem evidenciar alguns atributos acerca da mediação. A proposta é observar se há consonância entre as características encontradas nesta frente a concepção dos profissionais inseridos em ambientes virtuais de aprendizagem que foram abordados. Ao comentar o que entendem pelo termo, as pessoas se manifestaram conforme apresentado abaixo:

Entendimento

01 O processo de mediação se dará em concepções pedagógicas a partir de mediações tecnológicas ou não. Porém é um processo que se dá muito mais pelo professor do quê da própria tecnologia a partir de construções de saberes com propostas que fomente a prática colaborativa, através de problematizações e contextualizações. 02 Espaço onde a função é possibilitar ao aluno o acesso ao conhecimento, por meio das

ferramentas disponíveis, como o fórum, exercícios individuais, dentre outras ferramentas.

03 É solucionar possíveis conflitos a partir das relações baseadas nas informações disponibilizadas e trocadas no ambiente de ensino a distância.

04 Troca de informação e conteúdo. Provocação debates e facilitação da interação entre os participantes.

05 São as transformações das tecnologias de informação e comunicação, e a internet, em ambientes digitais em locais de apropriação do conhecimento. Estando agora o indivíduo sob uma miríade de possibilidades em adquirir competências e habilidades tanto para sua aprendizagem pedagógica, quanto informacional quando utilizados significativamente dessas ferramentas.

06 Mediar é: orientar, reconduzir a aprendizagem, dar limites, estabelecer metas a serem alcançadas, chamar atenção para o foco, despertar a curiosidade, estimular a disciplina, motivar, incentivar, levar ao aprofundamento e enriquecimento do conhecimento, vibrar com os resultados bons e levar à análise dos resultados ruins... 07 Compreendo como sendo a troca de informações que se dá entre professor e alunos,

conteúdos diversos, conceitos, casos, discussões diversas.

08 Facilitar o acesso do estudante ao conhecimento e tirar suas dúvidas nesse processo.

Quadro 4 – Conceito de Mediação. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

(32)

Cabe registrar que o conceito de mediação adotado nesta pesquisa se interpreta na colocação de Franciosi, Medeiros e Colla (2003 apud SOUZA, SARTORI E ROESLER, 2008, p. 330-331) ao situar a mediação como ato de “colocar o pensamento do grupo em movimento; propor situações e atividades de conhecimento; provocar situações em que os interesses possam emergir; dispor objetos / elementos / situações; propor condições para o acesso a novos elementos, possibilitando a elaboração de respostas aos problemas; interagir com o sujeito; construir e percorrer caminhos, favorecendo a reconstrução das relações existentes entre o grupo e o objeto de conhecimento.”

Desta forma a análise das entrevistas demonstra que os respondentes apresentaram um entendimento semelhante ao apontado, é possível observar que o entrevistado 06 descreve as competências do mediador, em contrapartida não evidência as características do grupo como faz o entrevistado 04. A função de solucionar conflitos e ser facilitador é colocada pelos entrevistados 02, 08 e 03. Apenas o entrevistado 05 esteve distante do conceito, atrelando a tecnologia as funções delimitadas ao condutor do processo, professor-tutor, e deixando o indivíduo, aluno, em caráter de autossuficiência, se relacionando e construindo apenas com as ferramentas disponibilizadas.

Questionados se entendem o tutor ou professor como principal responsável no processo de mediar informações os entrevistados responderam da seguinte forma, considerando a escala a seguir:

Concordo totalmente (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Discordo totalmente

(33)

Figura 2: Entendimento como mediador. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Desta forma os entrevistados compreendem em sua maioria tanto professor como tutor responsáveis pela mediação do conteúdo informacional, no caso dos tutores 55,5% dos respondentes atribuem ao mesmo tal atributo, já com os professores a concordância chega a 77.7%, permitindo observar que, para esta amostragem a compreensão do professor como mediador é maioritária, fato este que pode estar atrelado a quantidade de professores respondentes. Outra questão a ser evidenciada são as variadas nomenclaturas, o fato de não haver padronização de nomes para funções entre ambientes EAD, possibilita a diferente compreensão dos respondentes.

5.3 Concepção de Evasão EAD

Para fins de conceituação a abordagem adotada nesta pesquisa define que a evasão “refere-se à desistência definitiva do estudante em qualquer etapa do curso”, Santos e Oliveira Neto (2009, p. 2). Não somente a desistência definitiva, apenas o fato de estar matriculado e em quaisquer das etapas abandonarem o processo de ensino, deve ser considerado:

Entendimento

01 A evasão se dará quando o professor enquanto mediador não atuar com fins pedagógicos para manter o debate e produções entre os alunos.

02 Quando o aluno fica muito tempo sem acessar, não realiza as tarefas e não interage com frequência nos espaços.

(34)

04 O mesmo que no ambiente presencial: abandono, desistência

05 São dificuldades encontradas pelos alunos que contribuem para possíveis causas de desistências nos cursos à distância.

06 Silêncio dos teclados. A evasão, seja em que modalidade for, é prova da falência do nosso sistema educacional. É um problema que vai além das nossas forças, e tem suas raízes lá trás. É uma questão política. Aliás, a educação não acontece da forma que tem que ser nesse país, porque uma questão política. Na modalidade EAD, que está apenas engatinhando, quando comparada (injustamente) à modalidade presencial, o problema torna-se, de certa forma, mais grave, porque todo o trabalho de conquista e reconquista não conta com o calor dos corpos, por mais que passemos calor humano nas nossas práticas. Embora contemos com ferramentas fantásticas, infelizmente, ainda não sentimos o cheiro, a respiração dos nossos alunos.

07 Quando o aluno deixa de interagir no ambiente virtual.

08 O desestimulo do alunado diante do volume de trabalho que representa estudar à distância (autonomamente).

Quadro 5 – Concepção de Evasão. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

A luz das entrevistas e sobre o entendimento dos tutores-professor, a evasão se dá pelo abandono/desistência no discente, como descritos pelos entrevistados, 03, 04, 05, mas também está dentro do processo, quando o mediador não atua como deveria, entrevistado 01. Outra característica colocada é a falta de interação, desestimulo, mesmo inserido no ambiente, teoricamente, o aluno não participa, para os entrevistados 02, 07, 08, a evasão já é fato neste momento. Entretanto, a análise das entrevistas indica que o conceito é devidamente compreendido pelos profissionais, visto que, a desistência pode ser considerada em qualquer das etapas do curso.

5.4 Fatores condicionantes da Evasão

Não há consenso sobre os fatores condicionantes para a evasão, sabe-se que, Almeida (2008, p.6), “quando os contatos com o tutor são insuficientes, os alunos têm dificuldades para se comunicar com a tutoria, o tutor proporciona aos alunos pouca ou nenhuma orientação para o desenvolvimento das atividades, são fatores que contribuem para a evasão. Na perspectiva dos alunos “existem problemas relacionados aos recebimentos de módulos, cobrança de entrega de atividades de módulos não entregues, a distribuição do material ineficiente, ocorrência de atrasos nos envios do material o que

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consequentemente resulta no atraso na entrega das atividades do curso ” Almeida (2008, p. 143).

Entendimento

01 Ausência do professor enquanto mediador e o principal é a falta de um desenho didático interativo que contemple a construção do saber a partir de uma perspectiva colaborativa entre os pares.

02 Acesso ao ambiente, conhecimento das ferramentas disponíveis, ambientação ao uso do hardware.

03 Motivação com o curso, internalização do método, dificuldades tecnológicas. 04 - Baixa familiaridade dos códigos comunicacionais;

- Dificuldade de estabelecimento do estudo autônomo; - Baixo sentimento de pertencimento;

- Não vivência e troca de saberes entre pessoas diferentes não relacionados aos conteúdos dos cursos.

05 Desmotivação por se sentir solitário nos estudos, pela falta da socialização com os colegas, pela a ausência física do professor e também as dificuldades em compreender as ferramentas disponibilizadas no ambiente virtual. Os alunos que têm por hábito o estudo presencial não estão preparados para enfrentar estes e outros desafios.

06 • Falta de identificação do aluno com o curso;

• E a falta de base o que torna o entendimento e a aprendizagem mais difícil. Na EAD das Instituições Públicas, que é a realidade que eu conheço, ainda enfrentamos:

• A falta de disciplina e foco no estudo;

• O pouco tempo de dedicação de estudo dos alunos, que não aproveitam de forma correta o princípio da flexibilidade;

• Apego à cultura do presencial – muitos dos nossos alunos tiveram toda a sua formação na modalidade presencial, e se deparam com uma metodologia totalmente diferente, sem muitas vezes passarem por um processo de adaptação;

• A falta de um quadro de professores e tutores que se dediquem de forma exclusiva, que possam estudar e pesquisar nessa modalidade. E acrescenta-se a isso as baixas remunerações;

• Com pouco tempo de dedicação, as metodologias e atividades propostas muitas vezes não atingem o objetivo desejado;

• Conexões de baixa qualidade; • Equipamentos obsoletos;

07 Múltiplos fatores... O engajamento (ou não) da Coordenação do curso em estimular os alunos e orientá-los sobre o estudo em EAD, despreparo de docentes quanto ao uso de ferramentas do EAD, falta de identificação do aluno com o curso, falta de disciplina do aluno nos estudos, desinteresse pelas temáticas etc.

08 Acredito dizer respeito à falta de planejamento dos estudantes que ao escolher este método de estudo o fazem por pensarem que terão menos trabalho e percebem posteriormente que na realidade dá mais trabalho.

Quadro 6 – Fatores condicionantes da evasão.

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Na ótica dos entrevistados 01, 05, 06 e 07, o envolvimento do professor-tutor docente com o processo de mediação do conteúdo é fundamental para minimizar a evasão, por outro lado, os respondentes 02, 03, 04 e 08 atribuem o

(36)

problema ao discente, que por questões como, baixa familiaridade com a tecnologia, falta de identificação com o curso, dificuldade de estudo autônomo, falta de conhecimentos prévios para inicializar o processo de troca de informações, não conseguem se estabelecer no processo de construção do conhecimento a distância.

Dentre as práticas docentes, foram questionados sobre o seu papel de intervir sendo elo entre as partes, orientando e intervindo em dúvidas, não necessariamente envolvendo o aluno a instituição. Segue o quadro com as avaliações de tutores e professores.

Concordo totalmente (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Discordo totalmente

Tutor Professor

Figura 3: Docente como ponte. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

O grau concordância tanto de tutores 87,5% quanto de professores 75% demonstra que estão cientes de suas atribuições, concordam que a sua interferência no papel de mediar sendo facilitador na transferência e compreensão das informações tem influência direta no rendimento e permanência dos alunos.

(37)

5.5 O que é ser Professor ou Tutor

Dada a grande variedade de conceituações para tutores e professores, por muitas vezes são confundidos ou classificados como de mesma atribuição. Entender do profissional sua visão acerca destas é o caminho para instaurar definidas referências e papeis. Neste referencial a visão de professor é colocada por (Konrath, M.L.P.; Tarouco, L.M.R.; Behar, P.A., 2009, p.4) como indivíduo de responsabilidade pedagógica, que aglutina e planeja instruindo o tutor, que fica responsável por acompanhar e auxiliar o aluno, ou seja, o tutor se situa entre o professor e aluno, preenchendo a sanando as lacunas informacionais.

Entendimento

Professor Tutor

01 Diferenciando do tutor ele poderá administrar o percurso didático da disciplina e ajudar o tutor a mediar os alunos pensando em uma prática educacional colaborativa.

Mediador do conhecimento que conduzirá o aluno a refletir, pensar e produzir, dando-o autonomia.

02 Indivíduo que disponibiliza um acervo de conhecimentos sobre um determinado campo do conhecimento, que vai ser explorado na disciplina que o mesmo atue, buscando provocar o aluno através das indagações e questionamentos existentes no espaço destinado ao presente fim.

Indivíduo responsável por mediar discussões, provocar debates, instruir os alunos, cobrar a presença e participação dos mesmos no ambiente do curso, etc.

03 É ser um facilitador do conhecimento a partir da tecnologia.

04 Um facilitador para troca de conhecimento e crescimento educacional. Um problematizador das questões do mundo real e dos conteúdos disciplinares.

05 Tutor é o profissional que acompanha as atividades discentes, motiva a aprendizagem, orienta e proporciona ao aluno condições de uma aprendizagem autônoma.

06 É uma missão, pois educar é uma missão. Não há diferença na essência do ser professor nas duas modalidades. É preciso amar o que faz, se doar, se dedicar, persistir, insistir e persistir. Devemos inovar, busca o diferente, entender os pontos de vista, ler as entrelinhas. Temos que desenvolver algumas habilidades para as quais não fomos treinados. É ver sem poder olhar nos olhos; é compreender, sem poder questionar muito; é sentir, sem estar

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perto; é entender através da tela e teclas; é vibrar com uma resposta completa e bem elaborada, livre do "CTRL+C/CTRL+V".

07 É atuar como um facilitador do processo de aprendizagem. É estimular o aluno a pensar criticamente a respeito dos diferentes conteúdos, conduzir uma associação interessante entre teoria e prática, conduzindo o aluno em seu processo de formação.

08 Facilitador do acesso à informação e tirar dúvidas dos alunos além de fornecer os estímulos para o progresso do curso.

Quadro 7 – Ser tutor/professor. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Na concepção da maioria dos entrevistados não há distinção de funções, tanto professor como tutor tem as características de mediador/facilitador, aquele que acompanha e orienta o aluno. Apenas o entrevistado 01 coloca o professor como administrador do percurso didático, aquele que está sobre o tutor, produzindo e auxiliando com o conteúdo, se aproximando do conceito descrito em presente referencial.

Desta forma, os entrevistados foram também questionados se cabe ao tutor ou professor o acompanhamento/monitoramento do conteúdo produzido, bem como a disposição de subsídios para que eles possam se desenvolver. Utilizando a escala a seguir:

Concordo totalmente (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Discordo totalmente

(39)

Figura 4: Atribuições Docente. Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Tendo em vista as respostas coletadas é possível compreender que tanto tutores 87,5% quanto professores 75% acreditam que cabe ao tutor e ao professor tais atribuições, indo de encontro com o argumento que divide as responsabilidades citado. Porém quase que totalidade concorda que o tutor é o principal responsável por monitorar e subsidiar conteúdos e alunos.

5.6 Atividades e Comportamento do Professor-Tutor

Também relativo a distinção entre os profissionais docentes do ensino a distância, questionar o entendimento dos tutores e professores referentes aos papeis desempenhados é caminho para compreensão de suas atribuições.

Entendimento

Professor Tutor

01 Produção do material didático e planejar a disciplina que será aplicada online.

Mediar e conduzir os alunos a aprendizagem.

02 Disponibilizar um acervo de conhecimentos sobre um determinado campo do conhecimento; desenvolver as atividades (exercícios e avaliações) dos alunos no ambiente virtual; etc.

Mediar discussões nos fóruns e espaços destinados ao presente fim; interação com os alunos; cobrar os alunos a presença no curso e a realização das atividades; etc.

03 Como professor-orientador de TCC, são as mesmas da modalidade presencial, afinal existem intensa comunicação por correio eletrônico, em software interativo, orientação e correção de produção textual, orientação para a pesquisa aplicada e a defesa do trabalho, dentre outros. Não é necessário um ambiente específico para esse tipo de orientação de TCC.

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