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Rev. bras. tisioter. Vol. 8. No. 2 (200~). 123-128 ©Revista Brasileira de Fisioterapia

COMPARAÇÃO ENTRE DESLOCAMENTO ANGULAR E LINEAR DA

COLUNA LOMBAR DURANTE O MOVIMENTO DE FLEXÃO ANTERIOR

Aguiar,

A.

N., Vieira, E. R. e Coury H. J. C. G.

Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP Correspondência para: Profa. Dra. Helenice Jane Cote Gil Coury, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos, Rod. Washington Luís, km 235, C.P. 676, CEP 13565-905,

São Carlos, SP, e-mail: helenice@power.ufscar.br Recebido: 2112/2003- Aceito: 8/4/2004

RESUMO

Vários fatores individuais e ocupacionais podem atuar facilitando a ocorrência e/ou

o

agravamento das lombalgias relacionadas ao trabalho, dentre os quais: manuseio de cargas, repetição e flexão anterior do tronco. Portanto, a quantificação dos movimentos do tronco é importante para avaliar os riscos e propor intervenções de controle. Diferentes métodos de registro de movimentos, desde os mais sofisticados e precisos até os mais simples e acessíveis, têm sido utilizados nessa tarefa. O objetivo deste estudo foi avaliar, comparativamente, um novo método simples de medida linear da flexão lombar, o distanciômetro, utilizando como referência um equipamento preciso, o eletrogoniômetro. Participaram do estudo 12 sujeitos saudáveis, do sexo masculino, com idade entre 18 e 25 anos, altura de 1,65 a 1,80 m, peso de 60 a 80 kg e índice de massa corporal de 20 a 26 kg/m'. Os ângulos preestabelecidos e utilizados como referência para a comparação foram 15°, 30° e 45°, e as faixas de amplitudes, 0-15°, 16-30°, 31-45° do eletrogoniômetro. Os ângulos foram comparados pela correlação de Pearson (r), e as faixas de amplitude, pelo teste de Friedman. Os valores da correlação entre os ângulos foram elevados (r= 0,96), indicando alta confiabilidade paralela do distanciômetro em relação ao eletrogoniômetro, enquanto os resultados do teste de Friedman indicaram ausência de diferenças significativas ao longo das faixas de amplitude avaliadas (p = 0.342), sugerindo consistência das medidas ao longo de toda a faixa de amplitude. Finalmente, apesar de o distanciômetro encontrar-se ainda em faencontrar-se de protótipo e necessitando de estudos futuros para aprimoramento, o mesmo indicou potencialidade para medição da flexão lombar no que tange a seus custos e à confiabilidade paralela.

Palavras-chave: lombalgias, flexão lombar,distanciômetro e eletrogoniômetro.

ABSTRACT

Different individual and occupational factors contribute to the precipitation and aggravation of work-related low back pain, such as manual handling, repetition, and trunk flexion. Thus, the quantification of the movements of trunk allows risk assessment and the evaluation of interventions. Severa! movement recording methods have been used and, they vary from sophisticate and pre-cise to simple and inexpensive ones. The purpose of this study was to comparatively evaluate a new simple method for linearly record lumbar flexion- the distanciometer using a precise equipment as reference- the electrogoniometer. Twelve healthy male subjects participated in th~ study. The age range of the sample was from' 18 to 25 years old, height from 1.65 to 1.80 m, weight from 60 to 80 kg, and body mass iti"dex from.20 to 26 kg1Ih2. Pre-established comparison angles were 15°, 30°, and 45°, and comparison

ranges were 0-15°, 16-30°, and 31-45° from the electrogonicimeter. The angles were compared using the Pearson correlation coefficient, and the ranges were compared by the Friedman test. The correlation was high (r= 0.96), showing high parallel reliability between the distanciometer and the electrogoniometer data. In addition, Friedman test results showed that there was no difference among the ranges registered (p = 0.342). In conclusion, despite the fact

tha~

the distanciometer is underdeveloped, the device has potentia!( to quantify lumbar flexion, being inexpensive and presenting high parallel reliability. i

-Key ,,·ords: low back pain, lumbar flexion, distanciometer anderectrogoniometer.

INTRODUÇÃO

As disfunções éla coluna lombar são, segundo estatísticas americanas, um dos problemas

músculo-'

'

esqueléticos mais comuns dentro do local de trabalho naquele país. Anualmente, cerca de 11 a 13 milhões de pessoas desenvolvem quadros de desordens da coluna lombar, gerando elevados custos industriais e individuais

"·>) ., ... ·-,...:,.•.

(2)

124 Aguiar, A. N .. Vieira, E. R. e Coury, H. J. C. G. Rev. bras . .fisiore1:

(estimativas de 100 milhões de dólares anuais, influenciando a qualidade de vida dos trabalhadores.1 Vários fatores, tanto de natureza pessoal quanto ocupacional, estão relacionados ao desenvolvimento das lombalgias. Dentre os fatores ocupacionais, destacam-se as formas inadequadas de levantamentos de peso, as cargas excessivas, a repetição, a tlexão anterior do tronco e os longos períodos de trabalho.2 As posturas e os movimentos são imp01tantes parâmetros para avaliação do conforto, da segurança e da eficiência no local de trabalho. Diferentes formas de registro têm sido propostas para diferentes situações funcionais, sobretudo relacionadas a situações de sobrecarga física-ocupacional. Uma das ferramentas para avaliar os riscos é o registro postura!, que capta e retém a postura e o movimento, ou os transcreve por meio de elementos mensuráveis.3 A quantificação do movimento de flexão anterior da coluna lombar faz parte da avaliação dos riscos e das intervenções visando tanto à

reabilitação quanto à pre\:enção das lombalgias.

Dentre os principais procedimentos e dispositivos para mensurar o movimento de flexão anterior da colun·a lombar estão os eletro~wniômetros ~ e o método Schober. Os eletro-

.

goniômetros são instrumentos precisos utilizados com a fina-lidade de medir ângulos articulares, os quais possibilitam registrar continuamente mo\'imentos repetitivos e de pequena amplitude, em situações dinâmicas e reais. No entanto, apesar das vantagens mencionadas, o eletrogoniômetro é um equipamento caro e, por isso, é mai·s utilizado em pesquisas do que na prática clínica.4

O método de Schober, conhecido também por técnica de distração da pele, foi desenvolvido em 1937.5 Esse método utiliza uma fita métrica apoiada sobre a coluna e mede a distância entre dois pontos preestabelecidos. A localiz~ão desses pontos foi alterada em sucessivas versões do método, mas no estudo original o primeiro ponto se localiza na junção lombossacra e o segundo encontra-se 10 centímetros acima da primeira marca. As marcas são realizadas com o sujeito em pé, em posição neutra. A mensuração é feita quando o sujeito realiza flexão total do tronco. Nessa ocasião, registra-se a distância entre as duas marcas e calcula-registra-se a diferença entre os 10 em iniciais na posição neutra e o valor após a flexão total. Uma das críticas a esse método refaciona-se a possíveis eiTOS introduzidos pelo avaliador quando manipula a fita de medidas, sugerindo a necessidade de que proce-dimentos mais indiretos de leitura sejam utilizados.

..

..

Tanto a eletrogoniometria quanto o método de Schober têm sido utilizados para quantificar o movimento lombar e, enquanto o primeiro fornece dados relativos ao deslocamento angular (em graus), o segundo procedimento fornece dados sobre o deslocamento linear (em centímetros). Contudo, na literatura consultada, não foram encontrados estudos com-parando e/ou contrapondo essas duas formas de quantificação dos movimentos da coluna lombar.

Assim, este estudo se justifica pela necessidade de dispositivos quantitativos simples e confiáveis, com a menor interferência possível do avaliador, para a mensuração do movimento de flexão anterior da coluna lombar em pacientes e indivíduos submetidos a Iiscos ocupacionais. Para minimizar os erros de medida introduzidos pela manipulação da fita métrica no método Schober, desenvolveu-se, para o presente estudo, um dispositivo (distanciômetro) que dispensa o manuseio da fita no momento da medida.

Diante do exposto, este estudo teve por propósito analisar a confiabilidade entre as medidas angulares, feitas pela eletrogoniometria, e o deslocamento linear, mensurado pelo distanciômetro, durante o movimento de flexão anterior da coluna lombar.

MATERIAL E MÉTODOS

Participaram do estudo 12 sujeitos saudáveis do sexo masculino, os quais foram tJiados a pmtir dos seguintes ciitéiios de inclusão: idade enu·e 18 e 25 anos; altura entJ·e 1,65 e 1,80 m; peso corporal entre 60 e 80 kg; e índlcede mas-sa cÔ-rporãl entre 20 e 26 kg/m2

• Os critérios de exclusão adotados foram:

presença de alterações posturais visíveis; presença de sintomas musculo-esqueléticos na coluna lombar (dor e restrição ao movimento) durante o último ano; alterações do equilíbrio; e encurtamento muscular dos músculos isquiotibiais. No total, cerca de 90 indivíduos foram avaliados para conseguir a amostra deste estudo.

Foram utilizados eletrogoniômetro XM 150-B (Biometrics, Ltd. UK), cabo de conexão C1000; leitor de ângulos ADU 301; caneta dermográfica; fita adesiva dupla-face; duas canaletas de acoplamento; distanciômetro; fita métrica; e computador (Figura 1).

O eletrogoniômeu·o foi fixado por canaletas para melhor determinação da área de contato, conforme descrito por Vieii·a & Coury.6

Figura I. Eletrogoniômetro flexível B iometrics XM 150cB inserido em canaletas de fixação.

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Vol. 8 No. 2, 2004 Deslocamento Angular e Linear na Flexão Lombar 125

O distanciômetro é um instrumento desenvolvido para este estudo, visando a mensurar os déslocamentos lineares (in) sem que o avaliador manipule a fita méttica, minimiLimdo erros e reduzindo a influência na leitura das medidas. Além disso, esse equipamento leva em consideração a variabilidade individual no compiimento da coluna lombar e, pmtanto, avalia toda a extensão dessa região da coluna vertebral. O distan-ciômetro é composto por duas hastes metálicas envolvidas por uma bainha plástica transparente. A Figura .2 ilustra o distanciômetro.

Para mensurar o deslocamento linear (Llx) lombar, a extremidade da haste inferior (lisa) do DM é aderida, com a fita adesiva dupla-face, ao processo espinhoso de S1, e a

haste superior (milimetrada) é aderida ao processo espinhoso de T12. Dessa forma, as hastes podem deslizar livremente

uma sobre a outra e o limite da haste inferior determina a leitura na haste superior, que possui demarcações em centímetro com subdivisões (em mm).

Inicialmente, os sujeitos foram instruídos em relação aos objetivos e aos procedimentos do estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual · autorizaram a utilização de sua imagem para fins acadêmicos. Os sujeitos informaram seus dados pessoais e sintomáticos (presença ou não de dor ou outro acometimento músculo-esquelético e se há alterações do equilíbrio) e tiveram seus dados antropométricos coletados (peso e altura). Posteriormente, foi realizada avaliação postura! para identificar possíveis alterações. Após a avaliação postura!, os sujeitos -- que estivessem aptos a participar do estudo realizavam alongamento da musculatura posterior da coxa (isquiotibiais) e extensoras do tronco, por 3 vezes consecutivas, durante I minuto, com intervalos de 30 segundos e.ntre cada repetição. A seguir foram demarcadas as referências anatômicas (T12 e S1) para o acoplamento do eletrogoniômetro (EGM) e do

distanciômetro (DM). A identificação das referências foi realizada seguindo as recomendações de Hoppenfeld/ e o comprimento inicial da coluna lombar foi mensurado, posicionando a fita métrica entre as duas demarcações.

Uma das canaletas foi posicionada próxima à extremidade interna do terminal fixo do eletrogoniômetro. A outra foi fixada ao terminal telescópico dp eletrogoniômetro e alinhada com _ a demarcação feita sobre o proce;so espinl~oso de S1

O

distan-ciômetro foi acoplado sobre as canaletas. A haste superior foi fixada na canaleta superior (no terminal fixo) e a haste infetior, na canaleta inferior (no terminal telescópio), permitindo a coleta dos valores de ambos os dispositiYos de forma concomitante, durante o movimento de flexão anterior do tronco. A Figura 3 ilustra o EGM e o DM acoplados no sujeito. Os sujeitos foram orientados a realizar flexão anterior do tronco de forma lenta e natural. Um teste para fami-liarização com os procedimentos foi realizado antes da coleta.

Com os dispositivos acoplados, o sujeito posicionou-se com os pés paralelos sobre demarcações no solo. O eletrogoniômetro foi zerado nessa posição e o valor inicial do distanciômetro foi anotado. O sujeito realizava a flexão anterior até 15°, registrada pelo eletrogoniômetro, sendo otientado a parar nessa posição, ocasião em que o valor marcado pelo distanciômetro era anotado. O sujeito era orientado a continuar o movimento até atingir 30°, quando os passos anteriores eram repetidos e, novamente, para a posição de 45°. ·os dados coletados foram anotados em uma planilha e o valor inicial registrado pelo distanciômetro na posição O do eletrogoniômetro foi subtraído do valor registrado nas posições 15°, 30° e 45°. Dessa f01ma, foi calculado o deslocamento linear (Llx) entre as posições 0-15°, 0-30° e 0-45° do distanciômetro. Analisou-se também o Llx entre as faixas 0-15°, 16-30° e 31-450 do eletrogoniômetro.

Para análise descritiva dos dados calcularam-se a média (){), o desvio-padrão (DP), a mediana (Md) e o coeficiente de variação (CV) das medidas (em em), registradas pelo distanciômetro nas posições ISO, 30° e 45°, e nas faixas

0-150, 16-30° e 31-45° do eletrogoniômetro. Adicionalmente, calculou-se o coeficiente de correlação (Pearson) entre as medidas dos dispositivos (distanciômetro e eletrogoniômetro) e aplicou-se o teste de Friedma.n entre os valores registrados pelo distanciômetro nas 3 faixas do eletrogoniômetro, adotando 0,05 como nível para rejeição da hipótese de nulidade. Assim, testaram-se:

1. H

0: há correlação entre as medidas dos dispositivos e não há diferença entre as faixas de deslocamento. 2. H1: não há correlação entre as medidas dos

dispo-sitivos e no mínimo uma das faixas apresenta resul-tados diferentes das demais.

Figura 2. Distanciômetro: 1. haste superior; 2. bainha plástica; e 3. haste inferior.

--~:...~---~-8

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126 Aguiar, A_ N., Vieira. E. R. e Coury, H. J. C. G. Rev. bras .. fisiora

Figura 3. Eletrogoniômetro e distanciômetro acoplados_ a um indi' íJuo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dados Individuais e Antropométricos da Amostra A Tabela

1

mostra os valores médios, o desvio-padrão e o coeficiente de variação das variáveis idade, peso e altura e os dados relativos ao comprimento da coluna lombar dos su jéi tos na j:JosiÇãü- neutra

·c

em p{ com -tronco-ereto).

Os coeficientes de variação apresentam valores baixos. Isso foi conseguido a partir do controle dessas variáveis por meio dos critérios de inclusão e exclusão descritos na metodologia, permitindo homogeneidade na amostra. O controle das variáveis antropométricas e posturais foi uma das dificuldades encontradas. A variável comprimento

lombar reflete o tamanho da coluna lombar (T12 e

S)

dos

12 sujeitos, medidos por uma fita métrica. O coeficiente de variação do comprimento da coluna lombar, embora pequeno (CV = 4,5%), é maior do que o da altura (CV =

2% ). Portanto, a variabilidade no comprimento da coluna lombar é maior do que a da altura, o que pode seí· explicado pelo fato de todas as populaç,Qes humanas serem c.ompostas de indivíduos de diferentes tipos físicos ou biótipos.8

Como as medidas de movimento são antropométrico-dependentes, esse controle se faz necessário, já que é importante que a amostra seja a mais homogênea possível, uma vez que o objetivo do trabalho é avaliar o distanciômetro e não os

indivíduos. ·

Valores Registrados pelo Distanciômetro nas Posições 15°, 30° e 45° do EGM

Na Tabela 2 estão presentes os valores obtidos com o distanciômetro nas angulações 15°, 30° e 4SO do· eletro-goniômetro para os 12 sujeitos participantes.

Nota-se que, com o aumento dos ângulos, as medidas lineares aumentaram proporcionalmente. Além disso, o desvio-padrão foi pequeno e relativamente constante nas três posições.

O coeficiente de correlação de Pearson (r) entre as medidas do distanciômetro (em) e as do eletrogoniômetro (graus) foi de_Q196, mos_t_ra_ndo_ alta correlação entre os

dispositivos. Esse resultado ainda é mais alto do que os achados de Williams et al.,9 que pesquisaram a

confia-bilidade intra-avaliador para os métodos modificado-modificado de Schober e duplo inclinômetro para três terapeutas, encontrando para a primeira técnica os coeficientes: 0,89 (terapeuta 1), 0,78 (terapeuta 2) e 0,83 (terapeuta 3) na flexão anterior, e para a segunda técnica os coeficientes: 0,87, 0,76 e 0,13, respectivamente.

Muitos estudos avaliam os dispositivos usados para medir o movimento de flexão anterior do tronco. Miller et al.10

analisaram o movimento de flexão anterior do tronco de 50 sujeitos (21 homens e 29 mulheres) pela técnica modificada de Schober. O coeficiente de correlação interavaliador en-contrado para técnica modificada de Schober foi de

O,

71. Os autores concluíram que esse método apresentava baixa confia-bilidade interavaliador e atribuíram seus achados ao fato de o método de Schober, em todas as suas versões, depender ,do avaliador no posicionamento da fita métlica, além de não leVar em consideração a variabilidade individual no comprimento da coluna lombar. Embora a confiabilidade interavaliadores não tenha sido estudada no presente trabalho, os achados de Miller et a/.10 reforçam a necessidade de minimizar a

inte1ferência do avaliador no processo, o que foi possibilitado pelo distanciômetro. A utilização desse novo dispositivo explica, ao menos em parte, os resultados mais positivos do presente estudo em relação aos de Williams et a/.9

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Vol. 8 No. 2, 2004 Deslocamento Angular e Linear na Flexão Lombar 127

Valores Registrados pelo Distanciômetro nas Faixas 0-15°, 16-30" e 31-45° do Eletrogoniômetro

Os dados apresentados na Tabela 3, referentes às me-didas lineares obtidas com o distanciômetro nas três faixas do eletrogoniômetro, indicam que os deslocamentos lineares (6x) mensurados (deslocamentos angulares de 15°) são semelhantes. Contudo, obserse, pelo coeficiente de va-riação, que a variabilidade é maior na primeira faixa. No entanto, as medianas das variações lineares nos três grupos são estatisticamente iguais (p = 0,342). O teste de Friedman é um método estatístico seguro, pois é mais resistente às variações, expressando a confiabilidade dos dados nas três faixas de amplitude descritas anteriormente. Dessa forma, como o valor de p > 0,05, rejeita-se a hipótese de nula, ou seja, as faixas não diferiram estatisticamente entre si ao longo da amplitude avaliada. Portanto, o 6x nas três faixas analisadas foi constante, aproximadamente 2 em. Isso mos-trou que a variação no comprimento da coluna lombar dessa amostra, nas amplitudes estudadas, foi linear. Na lit_eratura consultada não foi encontrado dispositivo similar ao

Tabela 1. Variáveis idade, peso e altura dos sujeitos do estudo.

distanciômetro. Também não foram encontrados estudos que comparassem as mensurações em centímetros e graus.

CONCLUSÃO

O disumciômetro apresentou alta confiabilidade paralela quando comparado ao eletrogoniômetro. A simplicidade e o baixo custo do distanciômetro viabilizam seu uso clínico, funcio-nando como instrumento que permite quantificar o movimento de flexão antetior lombar. Com a obtenção desses dados quan-titativos, é possível avaliar os riscos músculo-esqueléticos, as desordens da coluna lombar, a eficácia dos tratamentos fisiote-rápicos e as intervenções ergonômicas. Portanto, as medidas lineares se revelaram uma forma funcional de mensuração para prática, pois mantêm os objetivos desejados com custo reduzido e simplicidade. Entretanto, apesar de sua impottância como fmma de registro, o instmmento ainda está em fase de protótipo, sendo necessário o aprimoramento. Assim, é interessante que estudos futuros sejam realizados para o aprimoramento do dispositivo e testes em populações mais variadas.

Variável

x

Md DP

c v

Idade (anos) 21,2 21,5 1,4 7% Peso (kg) 72,3 72,5 5,9 8% Altura (m) 1,7 1,7 0,04 2% Comprimento 15,2 15 0,7 4,5% lombar (em)

Tabela 2. Valores das medidas do distanciômetro (em), em 15°. 30° e 45° do eletrogoniômetro.

Posições (graus) 15" 30" 45"

tiX

(em) 1,6 3,5 5,3 DP (em) 0,45 0,45 0,50

Tabela 3. Valores registrados pelo distanciômetro em cada faixa do eletrogoniômetro.

Faixas (graus) 0-15° ~ .• 16-30° 31-45°

L'l.X

(em) 1,6 1,8 1;8 Md (em) 1,7 1,8 1,9 DP (em) 0,45 0,2 0,27

CV

27% 11% 14% · · . · , ; . . .. ;

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Coury, H. J. C. G. Rev. bras. _jisioter.

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