• Nenhum resultado encontrado

Trabalho preparado para a apresentação oral no 7º Econtro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), de 23 a 26 de Julho de 2019.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Trabalho preparado para a apresentação oral no 7º Econtro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), de 23 a 26 de Julho de 2019."

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Trabalho preparado para a apresentação oral no 7º Econtro da Associação Brasileira

de Relações Internacionais (ABRI), de 23 a 26 de Julho de 2019.

METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: A

EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO DE PRÁTICA EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CÓDIGO DO TRABALHO: 9729976 Área Temática: 02 Ensino, Pesquisa e Extensão

Profa. Dra. Silvana Schimanski

Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Belo Horizonte-MG-BRASIL

2019.

(2)

RESUMO

Este trabalho relata a experiência desenvolvida com o método de aprendizagem ativa, em disciplina oferecida com o nome de Núcleo de Prática em Relações Internacionais, no Curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Os métodos de aprendizagem ativa são aqueles que envolvem os alunos no processo de aprendizagem mais diretamente do que em outros métodos (BONWELL, EISON, 1991. DIESEL et al, 2017). As metodologias ativas podem assumir diversas formas e ser executadas em qualquer disciplina. Os estudantes podem ser estimulados a se envolver em atividades mais simples ou mais complexas, como por exemplo, escrever, conversar, refletir, solucionar um problema, ou mesmo, aprender ensinando o que sabe aos colegas (aprendizado cooperativo) e aprender fazendo (aplicando o conhecimento adquirido a situações práticas) (UNIVERSITY OF MINNESTOTA, 2018). Estudos de caso, PBL (Problem Based Learning), desenvolvimento de projetos, entre outros, são estratégias comumente utilizadas para promover a aprendizagem ativa. Bonwell e Eison (1991) destacam, ainda, que a aprendizagem ativa envolve os alunos em dois aspectos: realizar tarefas e refletir sobre as tarefas que estão executando. Nesse contexto, este trabalho, de abordagem qualitativa, apresenta o relato da experiência de Professora que participou da oferta da disciplina, no primeiro semestre de 2017. As fontes de coleta de dados foram primárias (observação participante, relatos e dados coletados com as atividades) e secundárias (livros, artigos e sites de internet consultados). A experiência leva a concluir que, as metodologias ativas contribuem para experiências motivadoras de ensino-aprendizagem, não apenas consolidando determinados conceitos, como também abrindo espaços para avanços em atividades de extensão.

Palavras-chave: Metodologias ativas; aprendizagem ativa; ensino em Relações Internacionais.

(3)

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um relato de experiência da atividade prática obrigatória, lecionada para acadêmicos do 6º. semestre, oferecida com o nome de Núcleo de Prática em Relações Internacionais, no Curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). A atividade encontra-se amparada por Resolução do Conselho Universitário (UNIVALI, 2014) e é entendida como atividade prática de estágio. O Art. 59 da referida Resolução prevê:

A atuação do acadêmico em ambiente de estágio terá os seguintes objetivos: I – desenvolver atividades práticas que requeiram conhecimentos específicos na área das Relações Internacionais; II – aprimorar as capacidades de crítica, criatividade, iniciativa, comunicação e ética; III – consolidar a capacidade de atuar em equipe, aprimorando e colocando em prática conhecimentos trabalhados no Curso.

Um dos requisitos essenciais, ao longo das atividades, é observar e avaliar os acadêmicos, com base nos requisitos essenciais ao desempenho da profissão, previstos na forma de competências e habilidades descritos no Projeto Pedagógico do Curso (UNIVALI, 2014). A necessidade da disciplina adveio do desejo de inspirar a vivência de experiências profissionais aos acadêmicos. Assim, a criação do NUPRI ocorreu na trilha do estabelecimento do Escritório de Relações Internacionais da UNIVALI, criado no ano de 2012 como projeto de extensão universitária (UNIVALI, 2019).

Ambas as atividades estão conectadas, conforme prevê o Art. 69: “Trata-se de disciplinas desenvolvidas em sala de aula com a realização de atividades práticas relacionadas às Relações Internacionais, com suporte do Escritório de Relações Internacionais (ERI)”. Ou seja, a cada início de semestre, o Professor Responsável pelo NUPRI dialoga com o Professor Responsável pelo ERI e alinham quais atividades merecem prioridade.

No ano aqui descrito, buscou-se capacitar os alunos por meio de projetos de cooperação internacional. Por cooperação internacional entende-se o estabelecimento de relações entre atores diversos, de nacionalidades diversas, com a finalidade de atingir um objetivo comum, que pode abranger as mais diversas áreas: políticas, culturais, estratégicas, humanitárias, econômicas, sociais, entre outros (ABBOTT, SNIDAL, 1998; KEOHANE, 1984; AXELROD, KEOHANE, 1985; SOUZA, 2014; TOMAZZINI, 2017). A cooperação internacional surge do intercâmbio global entre os povos, governos e outras instituições, dos diversos países (ABBOTT, 1998; MILANI, LOUREIRO, 2013; WESTERWINTER, 2016; BROS, 2017). Por que essa atividade pode ser entendida também como uma atividade de metodologia ativa? Bacich e Moran (2018) entendem que as metodologias ativas se

(4)

caracterizam pela inter-relação entre educação, cultura, sociedade, política e escola, centrados na atividade do aluno com a intenção de propiciar a aprendizagem.

Assim, as atividades foram conduzidas na estrutura do Laboratório, inspiradas nas metodologias ativas, nas quais a aprendizagem foi baseada em projetos (BONWELL, EISON, 1991. DIESEL et al, 2017. UNIVERSITY OF MINNESTOTA, 2018. MORAN, BACICH, 2018).

O trabalho de abordagem qualitativa, foi baseado em relato de experiência e observação participante. As fontes para a coleta de dados foram primárias e secundárias. A experiência com a disciplina leva a concluir que é possível somar ações teórico-práticas, com metodologias ativas e contribuir para experiências motivadoras de ensino-aprendizagem, integrando alunos, fazendo-os avançar não apenas no conteúdo previsto, consolidando determinados conceitos, como também abrindo espaços para avanços em atividades de extensão, pesquisa ou inserção profissional.

1. O QUE SÃO METODOLOGIAS ATIVAS

Metodologias são grandes diretrizes que orientam os processos de ensino e aprendizagem e que se concretizam em estratégias, abordagens e técnicas concretas, específicas e diferenciadas.

As metodologias ativas, são diversas estratégias de ensino, nas quais os estudantes, assumem o papel central e ativo do processo de aprendizagem. Embora também não seja novidade, é uma abordagem que exige uma mudança foco, direcionando aos estudantes, o protagonismo no processo (BONWELL, EISON, 1991. UNIVERSITY OF MINNESTOTA, 2018. BACICH, MORAN, 2018). Ou seja, “[...] enquanto o método tradicional prioriza a transmissão de informações e tem sua centralidade na figura do docente, no método ativo, os estudantes ocupam o centro das ações educativas e o conhecimento é construído de forma colaborativa (DIESEL et al, 2017, p. 271).

O uso dessas metodologias visa estimular a autonomia da aprendizagem, por meio da valorização dos saberes já construídos, da curiosidade, fundamentado numa postura investigativa, reflexiva e crítica. Ademais, podem contribuir para a motivação do estudante, uma vez que favorece o sentimento de pertencimento e coparticipação (DIESEL et al, 2017). Nesse contexto, a aprendizagem ocorre pela ação, colocando o estudante no centro dos processos de ensino e de aprendizagem, tirando-os da posição de expectadores (BONWELL, EISON, 1991).

As metodologias ativas exigem que tanto Professores quanto alunos estejam dispostos às interações, ao debate, à curiosidade, ao questionamento, à proposição e à assunção de posições, ao trabalho de equipe, à inovação, entre outros (BONWELL, EISON, 1991). O Professor assume o papel de mediador e orientador, permitindo que os alunos se expressem

(5)

e planejem suas atividades. Todos esses elementos resultam no protagonismo e no desenvolvimento da autonomia (DIESEL et al, 2017).

As metodologias ativas podem assumir diversas formas e ser executadas em qualquer disciplina. Os estudantes podem ser estimulados a se envolver em atividades mais simples ou mais complexas, como por exemplo, escrever, conversar, refletir, solucionar um problema, ou mesmo, aprender ensinando o que sabe aos colegas (aprendizado cooperativo) e aprender fazendo (aplicando o conhecimento adquirido a situações práticas). (UNIVERSITY OF MINNESTOTA, 2018). Bonwell e Eison (1991) destacam ainda que a aprendizagem ativa envolve os alunos em dois aspectos: realizar tarefas e refletir sobre as tarefas que estão executando. Para os autores, a ênfase motivar os alunos para que explorem suas próprias atitudes e valores.

A diversidade de modos deve nos estimular a combiná-los, a fim de obter os resultados desejados (BACICH, MORAN, 2018). A Figura 1 apresenta algumas das estratégias de ensino desenvolvidas nas metodologias ativas e ilustra que podem envolver tanto atividades mais simples quanto mais complexas.

Figura 1: Exemplos de estratégias utilizadas nas metodologias ativas

Fonte: UNIVERSITY OF MINNESOTA, 2018.

Entre as estratégias de média complexidade estão os estudos de caso, a estratégia PBL (Problem-Based Learning); o aprendizado cooperativo (por meio do qual os estudantes ativamente pesquisam um tópico e preparam a informação para ensinar aos demais colegas.

(6)

Esta última estratégia destaca-se uma vez que, em determinados casos, os estudantes entre seus pares, conseguem melhor comunicação e aprendizado do que com seus professores (BONWELL, EISON, 1991).

Destaca-se também que a aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia de alta complexidade, na qual eles podem desempenhar o papel de consultores (role playing). Portanto,

[...] os alunos se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com sua vida fora da sala de aula. No processo, acadêmicos lidam com questões interdisciplinares, tomam decisões e agem sozinhos e em equipe. Por meio dos projetos, são trabalhadas também suas habilidades de pensamento crítico e criativo e a percepção de que existem várias maneiras de realizar uma tarefa, competências tidas como necessárias para o século XXI. (BACICH, MORAN, 2018, p.16).

Nesse contexto, destaca-se que as metodologias ativas também permitem aos Professores inovar e desafiar sua própria forma de ensinar, o que acaba por motivar e inspirar os estudantes. O papel do Professor, hoje em dia, é muito mais completo e como ensinam Bacich e Moran, 2018, p. 21) “[...] não está mais centrado em transmitir informação de uma área específica; ele é, principalmente designer de roteiros personalizados e grupais de aprendizagem e orientador/mentor de projetos profissionais e de vida dos alunos.”

2. METODOLOGIA

O presente trabalho é de natureza qualitativa, cujos resultados são apresentados por meio de relato de experiência. As fontes para a coleta de informações foram primárias (observação participante, relatos e atividades desenvolvidas ao longo da disciplina) e secundárias (livros, artigos e sites de internet), com finalidade analítico-descritiva (YIN, 2005). O quadro analítico que contribuiu para a descrição da experiência foi baseado tanto no conceito de metodologias ativas e seus pressupostos (BONWELL, EISON, 1991. DIESEL et al, 2017. UNIVERSITY OF MINNESTOTA, 2018. BACICH, MORAN, 2018).

O relato refere-se à experiência com a disciplina prática NÚCLEO DE PRÁTICA EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS, para alunos do 6º período do Curso de Relações Internacionais da UNIVALI, em 2017. As atividades foram conduzidas em Laboratório de Informática, ao longo de 15 encontros presenciais (uma vez por semana, no período noturno).

As avaliações foram realizadas ao longo do semestre, por meio do acompanhamento de avanços dos projetos parciais e por meio dos avanços realizados após os feed-backs. Ao todo, foram apresentados seis projetos (sendo que a maioria dos acadêmicos optou por trabalhar em equipes compostas por mais de dois integrantes).

(7)

No 16º.encontro presencial, os projetos desenvolvidos seriam apresentados para a Professor(a) Coordenador(a) do Escritório de Relações Internacionais, para verificar a viabilidade de continuidade.

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A proposta da disciplina estágio NUPRI foi estabelecer uma intersecção entre o aprendizado (Ensino) e a prática (Extensão), por meio do uso de metodologias ativas. Os acadêmicos matriculados na disciplina, ao longo dos encontros, deveriam identificar um problema social e propor um Projeto (conforme o modelo apresentado no ANEXO A). Ademais, as equipes foram instruídas a preencher um relatório de acompanhamento dos trabalhos com percepções acerca das suas atividades1. (de forma que pudessem relatar, livremente, na forma de diário, os seus avanços de desafios) (ANEXO B).

Seu desafio seria desempenhar o papel de Consultores e logo no início, duas dificuldades dos acadêmicos ficaram evidentes: (i) dificuldade em separar o papel de quem planeja e de quem executa um projeto; (ii) dificuldade em tomar decisões autônomas, uma vez que, sem modelos ou sugestões de temas, a proposta deveria partir das equipes.

O papel do Professor Orientador foi de apresentar o plano de trabalho e participar de conversas, rotativamente, com cada equipe. O aprendizado cooperativo se deu naturalmente, na medida em que ao final de cada encontro, foram realizadas reuniões de fechamento nas quais as equipes trocavam experiências e compartilhavam soluções para os problemas enfrentados. O Quadro 1 apresenta um resumo das principais ações desenvolvidas no semestre e algumas observações gerais.

Quadro 1: Ações e percepções das atividades desenvolvidas no NUPRI.

Semestre Ações Percepções

2017 (noturno)

a. Discussões sobre as regras da atividade prática.

b. Estímulo e criação de deadline para apresentação de um tema do projeto

c. Pesquisas para o desenvolvimento de relatórios finais individuais.

d. Aprendizado cooperativo.

e. Realização da reunião final, com apresentação dos resultados.

- Significativa diferença entre as equipes, quanto à aderência, envolvimento e disposição para interação. Enquanto alguns acadêmicos sentiram-se mais à vontade com o exercício da autonomia, alguns ficaram completamente perdidos, demorando a compreender a proposta.

- Quanto às pesquisas para a confecção do projeto, a falta de um “modelo” ou um “caminho” para seguir gerou inseguranças.

- Dificuldades para transformar em termos práticos, suas ideias e desejos.

1 Relatórios parciais de avanço foram avaliados, para considerar o comprometimento individual e as principais dificuldades de cada acadêmico no avanço da atividade.

(8)

- Houve significativa diferença na qualidade do Relatório final (tanto quanto à forma, quanto ao conteúdo) entre os diferentes alunos.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, com base na observação participante.

Com o prazo estabelecido para a entrega dos temas e do vínculo com ferramentas de cooperação internacional, os acadêmicos perceberam a necessidade de compreender mais sobre os diferentes tipos de cooperação internacional e sobre suas traduções práticas. O Professor Orientador sugeriu algumas leituras complementares, para que agora, munidos de uma motivação prática, pudessem visualizar a amplitude e alcance do conceito.

Aproximadamente um mês e meio após o início dos encontros, as equipes realizaram a apresentação das ideias nas quais trabalhariam até o final do semestre, na produção dos seus relatórios finais. O Quadro 2 apresenta um resumo dos temas:

Quadro 2: Temas para projetos de cooperação, desenvolvidos pelas diferentes equipes.

Equipe Tema

Equipe 1 Cooperação Técnica para apoio à Agricultura familiar na cidade de Camboriú (Uso de marrecos de pequim na entressafra do arroz)

Equipe 2 Cooperação Cultural Internacional para alunos de Escolas Públicas

Equipe 3 Cooperação Técnica para a promoção de Alimentação Saudável para alunos de Escolas Públicas

Equipe 4 Cooperação para a Integração Cultural de Estrangeiros recém chegados (imigrantes e refugiados)

Equipe 5 Cooperação Técnica/Financeira para o Projeto Casa Rosa, do Município de Tapejara - RS

Equipe 6 Cooperação Técnica para Melhorias de Informação no Transporte Público Urbano

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, com base na observação participante.

Nesta etapa, uma dificuldade observada foi a capacidade de vincular os diferentes temas a Diretrizes ou Políticas Internacionais, como por exemplo, a agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ONU BRASIL, 2019). Assim, percebe-se também a importância dessas atividades para a consolidação de conceitos como a difusão de políticas públicas, principalmente daquelas que surgem por meios não coercitivos (ou seja, de implementação voluntária).

O Quadro 3 apresenta um resumo dos pressupostos conceituais das

metodologias ativas, e a observação de como atividade NUPRI contribuiu para cada

grupo de alunos envolvidos.

Quadro 3: Resumo dos pressupostos teóricos e das principais contribuições para os

acadêmicos

Pressupostos das Metodologias ativas

As atividades da disciplina inspiraram e/ou contribuíram para o aprendizado dos alunos do NUPRI?

Foi possível observar o protagonismo dos

alunos?

O protagonismo e a ação foram mais lentos e precisaram ser estimulados. A aderência não se deu de forma equivalente entre todos

(9)

Foi possível verificar a aprendizagem pela ação?

Houve espaço para que os acadêmicos expusessem seus

saberes prévios?

Foi possível verificar que os acadêmicos realizaram

tarefas e refletiram sobre elas?

Professores e alunos estavam dispostos para a

interação, debate e aprendizado? As atividades contribuíram para a motivação dos acadêmicos?

os alunos. Sua disposição para a interação e debate também não foram equivalentes.

As atividades práticas estimularam a reflexão acerca dos desafios do profissional de Relações Internacionais, como um sujeito que precisa conectar e criar pontes entre as diferentes áreas de conhecimento,

nos diferentes níveis de análise (esse termo deixa de ser apenas conceitual, para ser real).

Houve espaço para que os acadêmicos contribuíssem com seus saberes prévios, especialmente sobre temas sociais de maior interesse, ou ideias para os quais se sentiram mais estimulados a

contribuir.

Sim, tanto pela percepção da necessidade de buscar leitura complementar para reforçar alguns conceitos, quanto pelo resgate do

conhecimento adquirido em outras disciplinas, auxiliar em questões específicas.

Sim, embora a disposição para interação e debate nunca é igual entre todas as equipes, mas o formato dessa atividade contribuiu para maior interação do que no modelo tradicional de aula expositiva/seminários.

Sim. Nos primeiros dias a surpresa inicial e a sensação de desespero eram manifestadas por frases como: “não sei por onde começar!”, “qual o modelo devo seguir?”, “é mais fácil estudar pra prova!”). Logo, os acadêmicos vinham para a sala trazendo novidades e avanços para

discutir com suas equipes, nos horários extra buscavam reunir-se com pessoas/instituições que os pudessem ajudar e ficavam na sala de

aula até o final do horário máximo.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, com base em KNIGHT, 2004, 2008; BONWELL, EISON, 1991;

UNIVERSITY OF MINNESTOTA, 2018; DIESEL et al, 2017 e na observação participante.

No final do semestre as propostas de projetos foram apresentadas para a Coordenação de Curso e acadêmicos e Professores envolvidos com o Escritório de Relações Internacionais. Enquanto a maioria deles tenha servido apenas para a formação acadêmica dos alunos daquele semestre, um apenas foi tirado do papel e, após diversas modificações e adaptações, está sendo implementado por uma acadêmica no município de Tapejara-RS2 (PREFEITURA DE TAPEJARA, 2018). Outro projeto, entretanto, teve uma série de informações adaptadas e foi publicado no formato de artigo científico (MACHADO, SCHIMANSKI, 2017).

Na visão da ex-acadêmica Ingrid Menegaz (2019), que participa como Coordenadora da implementação da agenda no município, as atividades desenvolvidas no NUPRI foram essenciais, pois “foi a partir delas que abri os olhos para esse mundo”. Embora o Prefeito já

2 “A Administração Municipal de Tapejara, convida toda comunidade para participar do lançamento da Agenda 2030 em nosso município, que acontecerá no dia 3 de dezembro, segunda-feira, às 19h30, no Centro Cultural.A Agenda 2030, visa através dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), alinhar projetos pré-existentes, às metas propostas, melhorando assim a vida de cada cidadão”.(TAPEJARA, 2018, não paginado).

(10)

tivesse interesse na Agenda ODS para 2030, foi a partir do diálogo fundamentado e informado com a acadêmica, que a proposta para Coordenar a implementação chegou até ela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em que medida as metodologias ativas de aprendizagem contribuem para a formação na área de Relações Internacionais? Como incluir, nesse processo, atividades teórico-práticas, que possam abrir caminhos para pesquisa ou extensão, ou mesmo inserção profissional dos nosso acadêmicos?

A atividade NUPRI foi uma significativa oportunidade de promover a utilização de metodologias ativas. Estas ampliam nossa percepção de que é possível estabelecer pontos de intersecção entre os pilares acadêmicos (Ensino, Pesquisa e Extensão), além de motivar os acadêmicos, tornando as aulas mais significativas, atrativas. Vale destacar a contribuição dessas atividades para encorajar competências como autonomia e proatividade.

Entre os desafios, podem ser destacados alguns: (i) quanto aos Professores, exige a adoção de postura flexível, aberta a diversas atividades e mesmo, debates sobre temas os quais não tem pleno domínio; (ii) quanto aos alunos, exige a atenção à sua disposição, motivação e proatividade. Destaca-se olhar o ensino a partir de uma nova perspectiva.

Assim, trata-se de uma proposta que vai além do currículo. Cria memórias acadêmicas, gera experiências e interação que, certamente, farão parte da vida dos futuros profissionais.

(11)

ANEXO A

Universidade do Vale do Itajaí

Centro de Ciências Sociais e Jurídicas – CEJURPS Curso de Relações Internacionais

Núcleo de Prática de Relações Internacionais – Público Profa. Orientadora: Dra. Silvana Schimanski

INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DOS PROJETOS IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:

1 O título adotado deve traduzir, de forma sintética, o tema central do projeto proposto.

Duração

Indicar, quando possível, o país ou organismo internacional ao qual se solicita a cooperação externa.

2 – Justificativa (Por que é importante / necessário implementar o Projeto?)

2.1 - Caracterização do contexto 2.2 - Seleção do problema 2.3 - Solução proposta

Todo projeto deve se destinar a resolução de, pelo menos, um problema. Nesse sentido, são apresentados os argumentos para validar a proposta (soluções), que são ações alternativas

para a solução dos problemas identificados.

A proposta de solução explicitará as estratégias mais adequadas, confrontando a realidade atual com as modificações esperadas.)

Caracterizar o contexto, de forma sintética, apresentando os aspectos geográficos, demográficos, econômicos

e sociais, identificando suas potencialidades e problemas, enfocando de forma mais detalhada a área à qual o projeto se refere.

- identificar se há problema(s) a resolver; - analisar o(s) problema(s);

- reconhecer, definir e desenvolver uma proposta de ação para atacar o(s) problema(s); - levantar as alternativas de soluções;

- racionalizar ações que atendam a população com o que ela realmente necessita; - programar a obtenção de recursos financeiros;

- otimizar recursos/minimizar desperdícios;

- assegurar a eficácia, a eficiência e a efetividade da ação governamental;

O diagnóstico deve identificar o problema ou problemas que o projeto se propõe a solucionar ou minorar, descrever a situação atual, apresentar dados numéricos que a caracterizem e demonstrar a relevância de cada problema com relação ao desenvolvimento sócio-econômico em nível local, regional ou nacional. A apresentação de referências bibliográficas é recomendada, bem como da síntese de levantamentos e estudos realizados ou em curso, indicando os resultados obtidos e comentando-se como a presente proposta

viria prestar contribuição adicional aos mesmos

3 – Objetivos (O que se pretende alcançar com o Projeto?)

(É o resultado que se pretende alcançar em um determinado período de tempo. Neste item deve ser apresentada uma explanação de qual será a situação ao término do projeto, supondo-se que o mesmo tenha atingido todos os resultados a que se propunha. Esta descrição deve ser objetiva, quantificando, sempre que possível, aspectos que caracterizem a situação decorrente da execução do projeto. A situação esperada ao término do projeto deve ser apresentada na forma de itens sempre que possível.)

3.1 - Objetivos gerais 3.2 - Objetivos específicos

4 – Plano de Trabalho (Como se pretende implementar?)

4.1 - Metas 4.2 - Ações

4.2.1 - Detalhamento de ações

5 – Implementação (Quanto é necessário para implementar? Fontes de Cooperação Externa, formas de

obtenção, etc) 5.1 - Estrutura 5.2 - Recursos humanos 5.3 - Recursos materiais 6 - Cronograma de execução 7 - Custos e financiamento 8 - Monitoramento e avaliação

(12)

ANEXO B

Universidade do Vale do Itajaí

Centro de Ciências Sociais e Jurídicas – CEJURPS Curso de Relações Internacionais

Núcleo de Prática de Relações Internacionais

FICHA DE REGISTRO DE AVANÇOS SEMANAIS DOS PROJETOS - NUPRI

De acordo com a Resolução N.º 027/CONSUN-CaEN/2014, as atividades do NUPRI consistem no estágio obrigatório do Curso de Relações Internacionais. A frequência exigida é 100% (cem por cento), a avaliação dos acadêmicos será contínua e para a aprovação a média final deverá ser igual ou superior a 7,0 (sete).

DATA NOME DO PROJETO ESTAGIÁRIOS

RESPONSÁVEIS

/ /2017.

Semana n◦.____.

Relato das atividades desenvolvidas (destacar desafios e avanços):

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

(13)

REFERÊNCIAS

ABBOTT, K. W. SNIDAL, D. Why States Act through Formal International Organizations. Journal of Conflict Resolution 42. 1998. p.3-32.

ALTBACH, Philip. REISBER, Liz. RUMBLEY, Laura. Trends in Global Higher Education, Tracking an Academic Revolution. Paris, UNESCO. 2009.

AXELROD, R. KEOHANE, R.O. Achieving Cooperation under Anarchy: Strategies and Institutions. World Politics, v. 38. 1985. p. 226-254.

BACICH, Lilian. MORAN, José (Orgs). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre:Penso, 2018.

BONWELL, C. C. EISON, J. A. Active Learning: Creating Excitement in the Classroom. ASHE-ERIC Higher Education Reports. 1991. Disponível

em:<https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED336049.pdf>. Acesso em 15 de Setembro de 2018. CHAN, W.Y. Wendy. International Cooperation in Higher Education: Theory and Practice. Journal of Studies in International Education. v. 8, p. 32-55, 2004.

DE WIT, Hans. Globalisation and Internationalization of Higher Education. Revista de Universidad del Conocimiento (RUSC), v. 8. n. 2, Barcelona. 2011.

IAU - International Association of Universities IAU. 4th Global Survey on

Internationalization of Higher Education. 2014. Disponível em: <http://www.iau-aiu.net/content/iau-global-surveys>. Acesso em 05 de setembro. 2017.

KEOHANE, R. O. After Hegemony. Cooperation and Discord in the World Political Economy. Princeton: Princeton University Press, 1984, 2005.

KNIGHT, Jane. Internationalization Remodeled: Definition, Approaches, and Rationales. Journal of Studies in International Education, v 8, n.1, p. 5-31, 2004.

KNIGHT, Jane. Higher Education in Turmoil. The changing World of Internationalization. Rotterdam: Sense Publishers, 2008.

MACHADO, L. D. SCHIMANSKI, S. A paradiplomacia no município de Florianópolis. Produção Científica do CEJURPS. Vol. 3. 2017.

MORISOSINI, Marília Costa. Estado do Conhecimento sobre internacionalização da educação superior: conceitos e práticas. Educar. Curitiba, n. 28, 2006.

MENEGAZ, Ingrid. Mensagem. [Mensagem Pessoal]. Mensagem recebida por aplicativo de Troca de Mensagens, em 23 de Março de 2019.

ONU BRASIL. Conheça os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Publicado em 25/09/2015Atualizado em 12/04/2017. Disponível em:<

https://nacoesunidas.org/conheca-os-novos-17-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-da-onu/>, acesso em 10 de maio de 2017.

PREFEITURA DE TAPEJARA. Agenda 2030 será lançada oficialmente em Tapejara http://www.tapejara.rs.gov.br/noticias/visualizar/6296/agenda-2030-ser-lan-ada-oficialmente-em-tapejara>, acesso em 12 de abril de 2019.

(14)

ROSA, Soraya Pessino da. Internacionalização universitária. Mundorama, [on-line], nov. 2015.

SOUZA.A.M (Org). Repensando a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Brasília: IPEA, 2014.

TOMAZZINI, R.C. Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Cooperação Sul-Sul: uma análise comparativa de seus princípios e desafios de gestão. Revista Carta

Internacional. Belo Horizonte, v. 12, n. 1, 2017, p. 28-48.

UNIVERSITY OF MINNESOTA. Centrer for Educational Innovation – CEI. Teaching

Resources. 2018. Disponível em: <https://cei.umn.edu/teaching-resources>. Acesso em 15 de Setembro de 2018.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. São Paulo: Bookman, 2005. ______. Resolução N.º 027/CONSUN-CaEN/2014.

UNIVALI. ERI - Escritório de Relações Internacionais. Disponível em:<

https://www.univali.br/laboratorios/escritorio-de-relacoes-internacionais/Paginas/default.aspx>. Acesso em 05 de Junho de 2019.

WESTERWINTER, O. The Politics of Informal Governance. Manuscript: University of St. Gallen. 2016.

Referências

Documentos relacionados

ed è una delle cause della permanente ostilità contro il potere da parte dell’opinione pubblica. 2) Oggi non basta più il semplice decentramento amministrativo.

 Random storage - refere-se à alocação de um espaço de stock de forma aleatória, segundo o espaço disponível no momento de chegada dos produtos (Petersen e Aase,

Quando conheci o museu, em 2003, momento em foi reaberto, ele já se encontrava em condições precárias quanto à conservação de documentos, administração e organização do acervo,

Para Chizzotti (1991), esse instrumento possibilita ao estudioso obter as informações desejadas sobre o seu tema de pesquisa. Nesse sentido, como a proposta deste

Então são coisas que a gente vai fazendo, mas vai conversando também, sobre a importância, a gente sempre tem conversas com o grupo, quando a gente sempre faz

Inicialmente, até que as ações estejam bem delineadas, a proposta é de que seja realizada apenas uma reunião geral (Ensino Fundamental e Educação Infantil)

Os resultados são apresentados de acordo com as categorias que compõem cada um dos questionários utilizados para o estudo. Constatou-se que dos oito estudantes, seis

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo