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PROPRIEDADES MECÂNICAS DE COMPÓSITOS DE POLIETILENO DE BAIXA DENSIDADE REFORÇADO COM FIBRA DA PALMEIRA REAL AUSTRALIANA

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Academic year: 2021

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PROPRIEDADES MECÂNICAS DE COMPÓSITOS DE POLIETILENO DE BAIXA DENSIDADE REFORÇADO COM FIBRA DA PALMEIRA REAL

AUSTRALIANA

1

J. R. Guedes; 1W. M. Florentino; 1L. M. Rodrigues; 1,2C. Santos; 1,2D. R. Mulinari 1

Centro Universitário de Volta Redonda/UniFOA, Av. Erlei Alves Abrantes 285 Três Poços Volta Redonda/RJ

2

Faculdade de Tecnologia/FAT/UERJ, Rodovia Presidente Dutra km 298 Polo Industrial Resende/RJ

dmulinari@hotmail.com

RESUMO

Nesse trabalho foram estudadas as propriedades mecânicas dos compósitos de polietileno de baixa densidade (PEBD) reforçados com fibra da palmeira real australiana. Estas fibras foram misturadas com a matriz polimérica (PEBD) em um misturador de alta velocidade, em que as fibras foram responsáveis por 5-20% em peso na composição. Após a mistura os compósitos foram secos, moídos e injetados de acordo com ASTM D-6110 e ASTM D-790 especificações. Os corpos de prova foram testados em tensão, impacto, flexão e dureza Shore. Os resultados mostram que a adição de fibra à matriz polimérica apresentou melhora nas propriedades mecânicas quanto comparadas ao polímero puro.

Palavras-chave: Fibras da palmeira, polietileno de baixa densidade, propriedades mecânicas.

INTRODUÇÃO

Recentemente fibras naturais têm atraído muitos pesquisadores como materiais de reforço biodegradáveis que substituem as fibras sintéticas para

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novos compósitos (REIS et al, 2014; MARA, et al, 2014). As fibras naturais estão emergindo devido ao seu baixo custo e baixa (IBRAHIMA et al, 2014; JEENCHAM et al, 2014). Estas fibras renováveis são úteis tanto em termoplásticos como em termofixos (SHUKOR et al, 2014).

A produção de compósitos termoplásticos com fibras naturais apresenta um potencial econômico importante, com aplicações em diversos campos. As aplicações para estes produtos incluem construção e materiais de construção, tais como portas e janelas, decks, bem como os painéis das portas, painéis e forros na indústria automobilística (CÉLINO et al, 2014).

No entanto, um problema importante para o uso da fibra como reforço é uma adesão entre as fibras naturais e a matriz. A fim de melhorar essa interação entre fibra / matriz, vários tratamentos químicos podem ser aplicados sobre a superfície das fibras (EL-SABBAGH, 2014; ARAUJO et al, 2014).

No presente trabalho não foi utilizado nenhum tratamento ou agente de acoplamento para melhorar a adesão entre a fibra/ matriz. As fibras de palmeira foram misturadas à matriz polimérica (PEBD) em um misturador de alta velocidade, onde as fibras foram responsáveis por 5-20mm% na composição para avaliar as propriedades mecânicas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a confecção dos compósitos foram utilizadas fibras da palmeira real australiana e polietileno de baixa densidade (PEBD). A fibra utilizada no projeto foi fornecida pela Biosolvit, localizada em Barra Mansa – RJ. Primeiramente as fibras foram cortadas, secas em estufa a 60 oC até peso constante, em seguida foram peneiradas em uma peneira de 10, 20 e 40 mesh.

Caracterização

As micrografias foram obtidas com um microscópio eletrônico de varredura JEOL, a fim de se obter informação sobre a morfologia das fibras. Para avaliar a estrutura química das fibras foi realizada a análise de

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espectroscopia de infravermelho. As análises foram realizadas espectrofotômetro spectrun GX 4000-400 cm-1 com 64 scans.

Preparação do compósito

Os compósitos foram obtidos em um homogeneizador para plásticos. Inicialmente o reforço e a matriz foram secos em estufas a 50 ºC por cerca de 2 h. Após mistura o material foi moído em moinho granulador e injetado em molde contendo cavidades com dimensões específicas para ensaios mecânicos, utilizando uma injetora RAY RAM. A Tabela 1 evidencia os compósitos obtidos com diferentes proporções de fibras.

Tabela 1. Descrição dos compósitos

Amostras Quantidade de PEBD (% m/m) reforço (% m/m) Quantidade de Agente (% m/m) Quantidade de

LDPE 100 - -

CP5% 95 5 -

CP10% 90 10 -

CP15% 85 15 -

CP20% 80 20 -

CP – compósitos reforçados com fibras da palmeira in natura.

Os testes de impacto foram determinados usando uma máquina Pantec (modelo PS30). Cinco amostras foram analisadas, com dimensões de acordo com o padrão ASTM D 6110, onde foram avaliadas a energia absorvida e a resistência ao impacto. Os ensaios de flexão foram analisados em uma máquina de ensaios EMIC (modelo DL2000), com uma célula de carga de 5 kN e uma velocidade de ensaio de 1,4 mm/min, de acordo com a ASTM D 790. Nos ensaios de tração também foi uma máquina de ensaio EMIC, com uma célula de carga de 5 kN. Cinco amostras foram analisadas com dimensões em acordo com a norma ASTM D 638-03. Nos testes de dureza – Shore A (ASTM D 2240) foi utilizado um Durômetro modelo MITUTOYO HARDMAC. O ponto de medição foi pressionado sobre a amostra por 10 segundos, em cinco pontos aleatórios do material.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

As micrografias das fibras da palmeira in natura evidenciaram fragmentos achatados e cilíndricos dispostos de forma ordenada, os quais apresentam uma superfície porosa e homogênea devido à presença dos extrativos, assemelhando-se a uma cera (Fig. 1).

Figura 1. MEV da fibra de palmeira em seção transversal (a) e longitudinal (b).

Os espectros obtidos na região do infravermelho das fibras da palmeira possibilitam observar as principais vibrações (Fig. 2).

Figura 2. FTIR das fibras da palmeira in natura.

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Analisando os espectros das fibras foi possível identificar uma banda próxima a 2885 cm-1, característica do estiramento simétrico de ligações C-H presentes em polissacarídeos e característica de espectros lignocelulósicos; uma banda em torno de 1737 cm-1 referente ao estiramento de ligações C=O de grupos acetil éster ou carboxílicos, indicando um decréscimo de hemicelulose quando comparado a outras fibras; e picos entre 1100-1050 cm-1, os quais são atribuídos a ligações C-O de alcoóis e relacionam-se com a molécula de celulose.

A Tabela 2 apresenta os valores obtidos dos ensaios mecânicos dos compósitos e do PEBD puro.

Tabela 2. Propriedade mecânica dos compósitos.

Amostras Resistência ao Impacto (kJ/m2) Dureza Shore A Limite de resistência à flexão (MPa) Módulo de Elasticidade (MPa) Limite de resistência à tração (MPa) Módulo de Elasticidade (MPa) Alongamento (%) PEBD 84,5 95 7,8  0,47 132,8  2,04 7,8  0,12 52,15  1,1 70  1,4 CP5% 76,0 89,4 7,54  1,08 165,4  19,68 7,6  0,25 69,3  0,23 61  0,3 CP10% 107,2 99,4 26,46  1,23 1054  44,53 7,9  0,40 61  0,5 68,8  1,3 CP15% 56,8 93,5 15,92  1,88 573,8  177,2 7,9  0,19 68,9  1,2 65,5  1,1 CP20% 67,7 95,8 10,54  0,96 279  23,34 17,6  0,68 300,3  11,4 26,0  1,09

Analisando os dados da Tabela 2 observou-se que a inserção de fibra na matriz de PEBD resultou em um aumento da rigidez, bem como a dureza e a resistência ao impacto. Este aumento nas propriedades mecânicas pode ser explicado pela boa interação fibra / matriz. A Fig. 3 mostra a adesão entre fibra/matriz, onde foi verificada certa uniformidade de distribuição das fibras na matriz.

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Figura 3. MEV da superfície de fratura dos compósitos CP10% (100x).

CONCLUSÃO

Conclui-se que com a adição de fibras da palmeira na matriz de PEBD obteve-se um material com até 20% menos polímero e com propriedades mecânicas viáveis para determinadas aplicações do PEBD, em que o custo e o módulo elástico são mais importantes que a ductilidade. Para solicitação mecânica onde exija maior módulo de elasticidade os compósitos de PEBD reforçado com 10% m/m de fibras é o ideal.

REFERÊNCIAS

REIS, J. M. L., MOTTA, E. P., Comportamento mecânico de piaçava

reforçado com polímero de mamona. 2014, Compósitos Estruturas,

111, 468-472.

ARRAKHIZ, F.Z., EL ACHABY, M., MALHA, M., BENSALAH, M.O., FASSI-FEHRI, O., BOUHFID, R., BENMOUSSA, K., QAISS, A., Mechanical and

thermal properties of natural fibers reinforced polymer composites: Doum/low density polyethylene. 2013, Materials and Design, 43,

200-205.

SHALWAN, A., B.F. YOUSIF, B. F., Investigation on interfacial adhesion of

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Design, 53, 928-937.

MARA, V., HAGHANI, R., HARRYSON, P., Bridge decks of fibre reinforced

polymer (FRP): A sustainable solution. 2014, Construction and Building

Materials, 50, 190-199.

IBRAHIMA, H., FARAG, M., MEGAHED, M., MEHANNY, S., Characteristics of

starch-based biodegradable composites reinforced with date palm and flax fibers. 2014, Carbohydrate Polymers, 101,11-19.

DU, Y., WU, T., YAN, N., KORTSCHOT, M. T., FARNOOD, R., Fabrication and

characterization of fully biodegradable natural fiber-reinforced poly(lactic acid) composites. 2014, Composites: Part B, 56, 717-723.

JEENCHAM, R., SUPPAKARN, N., JARUKUMJORN, K., Effect of flame

retardants on flame retardant, mechanical, and thermal properties of sisal fiber/polypropylene composites. 2014, Composites: Part B 56,

249-253.

SHUKOR, F., HASSAN, A., ISLAM, M. S., MOKHTAR, M., HASAN, M., Effect of

ammonium polyphosphate on flame retardancy, thermal stability and mechanical properties of alkali treated kenaf fiber filled PLA biocomposites. 2014, Materials and Design, 54, 425-429.

CÉLINO, A., GONÇALVES¸ O., JACQUEMIN, F., FRÉOUR, S., Qualitative and

quantitative assessment of water sorption in natural fibres using ATR-FTIR spectroscopy. 2014, Carbohydrate Polymers, 101, 163-170.

EL-SABBAGH, A., Effect of coupling agent on natural fibre in natural

fibre/polypropylene composites on mechanical and thermal

behaviour. 2014, Composites: Part B, 57, 126-135.

ARAUJO, J. R., MANA, B., TEIXEIRA, G. M., SPINACÉ, M. A. S., DE PAOLI, M. A., Os compósitos de polietileno de alta densidade reforçado com

fibras de curauá: mecânico, interfacial e propriedades morfológicas.

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a FAPERJ (Processos 125/2012 e E-26/112-195/2012) pelo apoio financeiro.

MECHANICAL PROPERTIES OF NATURAL FIBERS REINFORCED POLYMER COMPOSITES: PALM/LOW DENSITY POLYETHYLENE

ABSTRACT

In the work, mechanical properties of palm fibers/low density polyethylene (LDPE) composites were studied. These fibers were mixed with the polymeric matrix (LDPE) in a thermokinetic mixer, in which fibers were responsible for 5-20 wt% in the composition. After the mixture, composites were dried, ground in mill and placed in an injector camera according to ASTM D-6110 and ASTM D-790 specifications. Specimens were tested in tension, impact, flexural and Shore A hardness mode. Results showed the addition fibers in polymeric matrix presented increase mechanical properties when compared to pure polymer.

Referências

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