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Craig S. Keener - A Hermenêutica do Espírito.pdf

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(1)

A

A he

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utica

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do

o

ESPIRITO

ESPIRITO

Lendo as Escrituras

Lendo as Escrituras

à luz do Pentecostes

à luz do Pentecostes

(2)

Craig Keener escreveu um guia contundente Craig Keener escreveu um guia contundenteO O OO para ler as Escrituras de modo experiencial, para ler as Escrituras de modo experiencial, escatológico e missionai. Keener abastece a escatológico e missionai. Keener abastece a tradição pentecostal em sua abrangência tradição pentecostal em sua abrangência global, para orientar seus leitores sobre como global, para orientar seus leitores sobre como beber do Espírito, desenvolver hábitos de beber do Espírito, desenvolver hábitos de leitura disciplinados, entender debates sobre leitura disciplinados, entender debates sobre a interpretação dos textos e aproveitar o a interpretação dos textos e aproveitar o texto ao máximo. Esse livro não é nada texto ao máximo. Esse livro não é nada

menos do que hermenêutica com fogo santo! menos do que hermenêutica com fogo santo!

M

Mii c h ac h a e le l F. F. BBiirr dd,, Ridlev College,Ridlev College,

Melbourne Melbourne

Alguns talvez questionem se uma abordagem Alguns talvez questionem se uma abordagem nova e inovadora à hermenêutica bíblica de nova e inovadora à hermenêutica bíblica de fato ê possível. Keener mostra que sim. Ele fato ê possível. Keener mostra que sim. Ele une sua

une sua expeniseexpenise bíblica e acadêmica e seu bíblica e acadêmica e seu domínio sobre as fontes secundárias com a domínio sobre as fontes secundárias com a convicção profunda de que a experiência do convicção profunda de que a experiência do Espírito deve moldar a leitura cristã (e não Espírito deve moldar a leitura cristã (e não somente a pentecostal) das Escrituras. O somente a pentecostal) das Escrituras. O

resultado é um tratamento bastante resultado é um tratamento bastante abran

abrangentgente e da da tarefa tarefa de de reco reco ntex ntex tu tu alizar aalizar a Bíblia alinhado com a exegese, mas não Bíblia alinhado com a exegese, mas não

substituindo-a. Um espectro amplo de leitores substituindo-a. Um espectro amplo de leitores descobrirá em

descobrirá em A hermenêutica do EspíritoA hermenêutica do Espírito muito material para se deter e meditar. muito material para se deter e meditar.

JEANNINE B

JEANNINE Br o w nr o w n,, Bethel Seminary,Bethel Seminary,

San Diego San Diego

Esse livro maravilhoso deu um passo Esse livro maravilhoso deu um passo corajoso visando a cumprir a intenção do corajoso visando a cumprir a intenção do Espírito para que a experiência "pentecostaf' Espírito para que a experiência "pentecostaf' seja plenamente integrada e manifesta na seja plenamente integrada e manifesta na igreja como um todo.

igreja como um todo.

W

Wo n s u ko n s u k MMaa ,, Oxford Centre forOxford Centre for

Mission Studies Mission Studies

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Keener, Craig S.

A hermenêutica do Espírito : lendo as Escrituras à luz do Pentecostes / Craig S. Keener ; tradução de Daniel Hubert Kroker. -São Paulo: Vida N ova, 2018.

640 p.

ISBN 978-85-275-0785-1

Título original: Spirit hermeneutics: reading Scripture in light of Pentecost

1. Bíblia - Hermenêutica 2. Bíblia - C rítica, interpretação, etc. - História 3. Espírito Santo 4. Pentecostalismo I.Títu lo II. Kroker, Daniel Hubert

17-1074 C DD 220.601

índices para catálogo sistemático: 1. Bíblia - Hermenêutica

(4)

A hermenêutica do

ESPÍRITO

Lendo as Escrituras

à luz do Pentecostes

Tradução

DANIEL HU BERT KRO KER

(5)

®2016, de Craig S. Keener

Título do original: Spirit hermeneutics: reading Scripture in light ofPentecost,

edição publicada pela Ee r d m a n s (Grand Rapids, Michigan, Estados Unidos).

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por

So c i e d a d e Re l i g i o s a Ed i ç õ e s Vid a No v a

Rua Antônio Carlos Tacconi, 63, São Paulo, SP, 04810-020 vidanova.com.br | vidanova@vidanova.com.br

l.a edição: 2018

Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em citações breves, com indicação da fonte. Impresso no Brasil / Printed in B razil

Todas as citações bíblicas sem indicação da versão foram extraídas da Almeida Século 21.

Di r e ç ã o e x e c u t i v a

Kenneth Lee Davis

Ge r ê n c i a e d i t o r i a l

Fabiano Silveira Medeiros

Ed i ç ã o d e t e x t o Valdemar Kroker Arthur Dück Pr e p a r a ç ã o d e t e x t o Mareia B. Medeiros Re v i s ã o d e p r o v a s

Josemar de Souza Pinto

Ge r ê n c i a d e p r o d u ç ã o

Sérgio Siqueira Moura

D l AG RAM AÇÃO

Sandra Reis Oliveira

Ca p a

(6)

A meus colegas da academ ia que valorizam a obra do Espírito, entre os quais todos os meus

colegas do Seminário Asbury e especialmente Ben Witherington, que há muitos anos

(7)

Sumário

Prefácio... 15

Agradecimentos... 21

Abreviações...23

Introdução ... 31

O que este livro não é ...32

O que é hermenêutica do Espírito?... 34

Percepções que vêm das ênfases no Espírito do movimentopentecostalglobal... 36

Hermenêutica pentecostal e hermenêutica do Espírito...38

O “pentecostal” em “hermenêuticapentecostal”...41

Descritivo ouprescritivo?...43

Uma abordagem mais prescritiva...  45

A hermenêutica cristã mais ampla do Espírito... 46

Como opera a iluminação?

...

46

A tradição cristã mais ampla confirma a iluminação...48

Consenso interdenominacional...50

Meus antecedentes...52

O desenvolvimento do meu pensamento... 53

Um legado de estudiosos pentecostais...55

PRIMEIRA PARTE

Uma l e i t u r a t e o l ó g i c a v o l t a d a à p r á t i c a e à m i s s ã o ...59

1. Fazendo uma leitura experiencial e escatológica

...

61

Leitura missiológica que o pentecostalismo inicial fez de Atos 2

  ...

 61

(8)

8 A HERMENÊUTICA DO ESPÍRITO

O valor da leitura devocional... 65

Ler biblicamente é ler experiencialmente...67

Uma abordagem pentecostal

...

 ...

70

A leitura experiencial em outras hermenêuticas carism áticas

...

 75

A leitura experiencial é inevitável...76

A leitura experiencial é desejável...78

A leitura experiencial é bíb lica... 82

Acontecimentos irrepetíveis

...

 84

Con clusão... 86

2. Fazendo a leitura da perspectiva do Penteco stes

...

87

Conhecendo o coração de D eu s...88

Lendo missionalmente...92

Lendo a partir da experiência plena do Espírito

...

 93

Lendo com os humildes ...97

Uma leitura escatológica

...

 102

No limiar de um novo mundo...103

Os últimos dias de Atos 2.17...105

Pentecostes e seus avivamentos subsequentes

...

108

A leitura não cessacionista, ou continuacionista

...

 110

Conclusão... 113

SEGUND A PARTE

Le it u r a s g l o ba i s... 115

3. Leitura global: o modelo bíblico do Pentecostes

...

 .

117

A reversão de Babel

...

 118

A função narrativa do dom de línguas em A to s...120

A associação com o batismo no Espírito na interpretação do pentecostalismo clássico...121

O dom de línguas e a missão transcultural...124

Os helenistas biculturais (Atos 6)...127

Conclusão...129

4. Leitura global: contextualização e Escritu ras...131

Introdução: Escrituras e contexto

...

132

(9)

SUMÁRIO 9

Percepções das Escrituras em diversas culturas

...

135

A comunicação transcultural nas Escrituras: um estudo de caso

...

136

A contextualização na Bíblia ...140

A recontextualização em um novo contexto nas Escrituras ...143

Conclusão... 145

5. A necessidade da contribuição de outras cultu ra s

...

147

A contextualização é inevitável...147

A cultura molda o que pensamos que é cultural

...

148

Pontos cegos ...150

Priorizando textos... 152

Ensino bíblico e imperialismo cultural

...

 153

Dando ouvidos à igreja global de hoje ...154

Breve excurso sobre o método ...160

Con clusão... 163

6. Algumas percepções valiosas do restante (e da maior parte) do mundo

...

165

Estudo de caso I: espíritos ...

165

Experiências globais relacionadas a espíritos

...

166

Interpretações acadêmicas ocidentais

 vs.

interpretações autóctones

...

168

Feitiçaria

...170

Estudo de caso II: milagres...172

Simpatia vs. an tipatia

... 173

Experiências amplamente difundidas

...176

Lendo os milagres com a igreja global

...177

Desafiando o ceticismo ocidental sobre milagres

...178

Conclusão...181

TERC EIRA PARTE

A CONEXÃO COM O SENTIDO PROPOSTO... 183

7. A vara de medição — o padrão ...185

A forma dos documentos canônicos ...185

Os objetivos interpretativos ditam os métodos

...

186

A tradição pentecostal e o cânon ... 189

(10)

10 A HERMENÊUTICA DO ESPÍRITO

O propósito do cânon

...

 193

Avaliando outras revelações

...

 193

Discernimento  ...197

Espírito bíblico, Bíblia inspirada peloEspírito

...

 200

Respeitar as Escrituras requer respeitar o primeiro sentido inspirado

...

200

A espontaneidade não é idêntica àinspiração

...

202

O Espírito concede o dom de ensinar 

...

204

Um círculo hermenêutico

...

205

Princípios básicos... 206

A nova dinâmica ... 208

Conclusão...208

8. Os significados antigos importam?

...

211

Significados (pós-)modernos ou antigos?

...

 211

Hermenêutica pentecostalpós-moderna?...212

Toda interpretação é tão boa quanto qualquer outra?

  ...

 214

Polivalência?... 216

Nomenclatura potencialmente ambígua ...218

Rejeição mal direcionada do contexto antigo

...

219

O significado antigo dos texto s...221

Meu testemunho pentecostal a favor do contexto antigo

...

224

Modo de interpretar pré-moderno e também moderno

...

 226

Antiguidade greco-romana... 227

Interesses da Reform a...230

Conclusão...231

9. Ainda há espaço para autores?

...

233

Intenção autoral hoje? ...234

Dando ouvidos à comunicação  ...235

A intenção autoral na exegese pré-moderna

...

 237

Odebate de Hirsch... 239

Ospentecostais e a intenção autoral

...

241

Autores e limites subentendidos na determinação da intenção autoral .. 242

Conclusão...245

10. Tanto este quanto aquele...247

(11)

SUMÁRIO 11

A necessidade de ambas as abordagens

...248

Abordagens que dependem de contextos maiores

...

 250

Tanto o significado antigo quanto o atual

...

253

O

consenso comum

...253

A necessidade de significados antigos e de significados a tu ais...

255

Algumas leituras são mais úteis do que outras

...

257

Além do significado antigo...258

Fundamentos antigos para um significado novo

...259

Fundamento comum...

 259

Conclusão...261

QUARTA PAR TE

A EPISTEMOLOGIA E O ESPÍRITO ... 263

11. Uma epistemologia de Palavra e Esp írito...265

Abordagens epistêmicas tradicionais e suas limitações

...

266

Uma epistemologia teocêntrica e cristocên trica

...

268

Cristo re[a]presentado pelo Espírito no evangelho...

269

Particularidade histórica

...270

Evidência experiencial e testemunhal na epistemologia querigmática ...271

Testemunho e experiência no Evangelho de Jo ã o

...

 271

Revelação e recepção ... 272

Cosmovisões caídas

...274

A fé como compromisso epistêmico

...

275

Alguns exemplos de interpretação fiel ...278

Antigamente e hoje: cultura ...

 278

Lendo narrativas

...280

Interpretando m ilagres

...283

Cosmovisões sob ju íz o ...287

12. Epistemologia bíblica e herm enêutica

...

...

291

Afirmações ousadas a favor da verdade

...

 292

Visões conflitantes da realidade

...292

Fé e verdade

...293

O

Espírito da verdade e fé

... 295

(12)

12 A HERMENÊUTICA DO ESPÍRITO

Cegueira em nível corporativo  ...298

Graus de cegueira...300

Exemplos de inclinações preconcebidas e hostis... 301

O dualismo epistêmico de João ...304

Compreensão equivocada...304

Conhecer por meio do encontro...305

O dualismo joanino usa tipos ideais...307

C onclu sã o... 309

13. Lendo a Bíblia como verdade

...

311

Confiando nas Escrituras...312

A verdade não é um gênero ... 315

Um estudo de caso ... 319

Quando harmonizar detalhes muitas vezesfa z perder de vista o que está em jogo...321

Enigm as do Antigo Testamento ...  323

O que realmente significa ter fé na Palavra de D e u s... 326

Imaginação fiel ...328

Entrando em mundos narrativos... 329

Suspendendo a incredulidade...330

Expectativas... 332

Co nclusão...335

QUINTA PARTE Mo d e l o s i n t r a b í b l i c o s p a r a l e r a s Es c r i t u r a s...337

14. Como Jesus nos convida a ouvir a Bíblia

...

339

Jesus pressupõe o contexto...340

Questões da Lei que têm mais p e so ... 342

Jesus aplicava as Escrituras à sua época ... 345

Mais do que a L e i ... 348

O reino restaura o ideal de Deus ...  349

Fora da ca ix a...351

A interpretação cristológica que Jesus mesmo f e z... 352

Conclusão...354

15. Lendo aTorá como a lei da fé ...355

(13)

SUMÁRIO 13

O espírito da Lei: os princípios continuam, o conteúdo é adaptado...357

Tanto diferente quanto 0 mesmo  ...358

O espírito da Lei no antigo Israel...358

Aplicando os princípios de Paulo ...361

Interpretando a lei bíblica...363

Comparando as leis de Israel com as de seus povos vizinhos

...

363

Diferença de abordagens entre os contemporâneos de Israel

...

 370

Concessões àpecaminosidade humana...371

Entendendo e aplicando hoje a lei de D eus

...

374

Um estudo de caso:0 dízimo

...

 375

Conclusão: O Deus do amor do Antigo Testam ento

...

 377

16. Interpretação cristológica ou aplicação pessoal?

...

379

Uma escolha fo rçad a...379

A interpretação cristocêntrica de E st êvão...381

A interpretação cristocêntrica de Mateus ... 384

Ofilho de Deus e Isra el... 385

O modelo tipológico de Isaías

...

 385

Os interesses interpretativos de M ate us

...

387

Outras analogias nos Evangelhos ...389

Analogias e ap licação...391

Definindo os termos... 392

Aplicação... 393

Aplicações pessoais coerentes com as Escrituras

...

396

O Espírito fa la por meio das Escritu ras

...

396

Modelos para a aplicação pessoal nas Escritu ras

...

 398

Lendo as narrativas bíblicas em busca de modelos...399

Padrões para nós, e não somente anais da história...402

Coerência na nossa aplicação das Escrituras

...

 404

Letra e Espírito ... 406

A Palavra fin al... 409

Conclusão...411

SEXTA PART E In t e r p r e t a ç ã o c a r i s m á t i c a d e q u e m?

 

...

413

(14)

14 A HERMENÊUTICA DO ESPÍRITO

A abordagem populista... 416

Problemas com essa a bordagem ... 418

O tipo errado de leitura experiencial ... 419

Alguns exemplos de hermenêutica pentecostal popular  com aplicação equivocada...421

Certa pregação carismática na televisão...422

Quebrando maldições hereditárias?  ... 423

Ensinos do movimento Palavra da F é...425

Modelos genuínos de fé na B íb lia ...428

Um exemplo positivo: fazendo uma releitura experiencial de ICoríntios 14... 430

C onclusã o...432

18. A comunidade pentecostal global como uma rede de segurança?

..

433

Comunidade e interpretação...433

Comunidade cristã... 434

Perigos nos apelos à comunidade

...

... 435

Autoridade apostólica e comunidades...437

Quem / a comunidade pen tecostal?...439

Tornando supérfluas as particularidades carismáticas ... 441

Experiência carismática, e não somente doutrina carismática...443

Conclusão: As Escrituras falam pessoalmente — e historicamente

...

445

A força propulsora deste livro...  445

A hermenêutica pentecostal como hermenêutica cristã... 446

O Espírito e a aplicação... 448

Apêndice A: Algumas tentativas teóricas que facilitem a compreensão ..451

Apêndice B: Abordagens pós-coloniais

...

457

Apêndice C: A comunidade acadêmica carismática glo bal...463

Bibliografia defontes citadas...473

índice de passagens bíblicas...561

índice de obras antigas... 581

(15)

Prefácio

C

omo coeditores da série Pentecostal Manifestos  [Manifestos Pentecostais],publicada por William B. Eerdmans, James K. A. Smith e eu desde o início conversamos com Craig Keener e esperamos que algum dia ele pudesse fazer uma contribuição na área da hermenêutica das Escrituras e da hermenêutica bíblico-teológica. A descrição da série sugere que volumes da série “incluiriam dois tipos diferentes de livros: (a) volumes mais curtos e nítida e claramente ar gumentados de 128-200 páginas que articulam uma visão ousada em uma área; e monografias acadêmicas mais longas [...] (250-300 páginas)” que seriam “expres sões ousadas de uma interjeição vigorosa distintamente pentecostal nas discussões e debates contemporâneos, fundamentadas no estudo acadêmico rigoroso”. Sem dúvida, Keener é a pessoa certa para escrever um manifesto pentecostal sobre hermenêutica “fundamentado no estudo acadêmico rigoroso”, embora, para aque les que conhecem a sua obra, essa seja uma maneira suavizada de se referir à capacidade do autor; no entanto, por alguma razão, imaginamos, otimísticos, que um manifesto de Keener seria qualquer coisa menos do que um empreendimento de vários volumes — ou não previmos que o seu hábito de produzir comentários de vários volumes ou em duas colunas por página transbordaria a seus outros projetos autorais — e ingenuamente pressupusemos que ele nos enviaria um livro segundo os parâmetros mais extensos da alternativa (b) acima. Não foi nada disso! Para sermos brandos, uma vez que Keener finalmente produziu o manuscrito, ele tinha o dobro do tamanho de qualquer outro volume da série Manifestos, e Eerdmans decidiu que seria melhor publicá-lo como um volume separado.

Como já me envolvi no desenvolvimento e nascimento desse projeto, agora fornecerei nove razões por que leitores que chegaram até aqui devem avançar pelo restante destas páginas. Organizo o meu raciocínio segundo três tópi cos gerais: a contribuição que A hermenêutica do Espírito  faz para a discussão

(16)

i 6 A HERMENÊUTICA DO ESPIRITO

contínua na hermenêutica bíblico-teológica; sua capacidade de impactar discus sões hermenêuticas mais amplas; a razão por que este livro tem a chave para a compreensão do estudioso bíblico e cristão Keener e para o corpo “keeneriano” como um todo (do qual até agora temos só um fragmento, em vista do legado que acabará sendo deixado, se Deus quiser).

Em primeiro lugar, embora este não seja o primeiro livro sobre hermenêuti ca pentecostal (como as notas de rodapé a esta obra mostrarão), ele é de longe o mais amplamente articulado e registfa com autoridade por que é essencial prestar atenção em perspectivas pentecostais na arena maior da hermenêutica bíblica e teológica. Se o cristianismo mundial está experimentando uma ampliação ex plosiva ao menos em parte por causa do crescimento de igrejas pentecostais e carismáticas na maior parte do mundo, então as interpretações pentecostais das Escrituras em particular e as orientações e abordagens hermenêuticas pentecos tais em geral não podem ser negligenciadas na interpretação bíblica e no campo mais amplo do estudo teológico erudito. Em contraste com as contribuições anteriores para a hermenêutica pentecostal, a de Keener é a mais global; ela está mais atenta às culturas globais e às dinâmicas transculturais do que as outras. Para aqueles interessados nas dimensões teológicas do deslocamento do centro de gravidade do cristianismo para o sul do globo terrestre, este livro fornece um excelente trampolim para identificar as implicações hermenêuticas tanto para a interpretação bíblica quanto para as suas consequências teológicas.

Em segundo lugar, A hermenêutica do Espírito lança as vozes pentecostais para o centro do presente fermento na interpretação teológica das Escrituras [em inglês, T IS = theological interpretation o f Scriptures\.  Estud iosos — teólogos bíblicos e teólogos sistemáticos — engajados nessa discussão estão em meio a um debate acalorado sobre o papel que as tradições confessionais desempenham na inter-pretação teológica das Escrituras [775]. O pentecostalismo, mais do que uma forma “confessional” de cristianismo, é uma espiritualidade, um éthos e um conjunto de sensibilidades, e essa combinação tem o potencial de despertar a discussão, até mesmo de intensificar a disputa que já começou a se desenvolver em círculos da TIS. A questão é que a hermenêutica pentecostal não é menos teológica em interpretar as Escrituras com a expectativa de que o Espírito Santo opere por meio do texto, mas essa interpretação tem o potencial de embaralhar as cate gorias estabelecidas das discussões na T IS  precisamente porque o que está em primeiro plano não são somente tradições teológicas (ou confessionais) herdadas, mas experiências existenciais sob o impacto dinâmico do trabalho contínuo do Espírito no mundo.

(17)

PREFÁCIO V

Em terceiro lugar, o cristianismo pentecostal surgiu ao menos em parte como as tradições da Reforma em geral e o luteranismo mais especificamente: assim como Lutero nunca pretendeu fundar uma nova igreja (ou denominação), também os cristãos pentecostais sempre acreditaram que somente estavam re cuperando e se apropriando novamente da mensagem apostólica de um modo mais vital e abrangente do que haviam experimentado antes, de maneira que essa restauração era entendida desde o início como uma vida mais plena no caminho e na tradição apostólicos. Nesse sentido, a espiritualidade pentecostal ou o cristianismo pentecostal não é mais um tipo ou modo de seguir a Cristo; é simplesmente o crescimento na vivência da dádiva do Espírito que Cristo nos concede e que vem da direita do Pai (At 2.33). Nesse sentido, então, a herme nêutica pentecostal não é nada menos do que hermenêutica cristã, dedicada a entender e depois viver na prática a vida em Cristo por meio do Espírito. Craig Keener é aqui um mestre amável e eficiente: ele está alerta ao triunfalismo que demasiadas vezes permeia (e contamina) as esferas pentecostais, mas ao mesmo tempo convida todos aqueles que creem em Jesus — aqueles classificados como

pentecostais ou por outras alcunhas — a viver mais plenamente a obra contínua do Espírito Santo no mundo. Em resumo, A hermenêutica do Espírito trata da fidelidade bíblica não somente para aqueles que se encontram em comunidades de fé pentecostais, mas para todos os que desejam seguir a Jesus como o homem que foi ungido pelo Espírito e que agora é o Cristo ressurreto precisamente por meio do poder do Espírito.

Se as três razões acima fundamentam mais especificamente como o li vro de Keener impacta o campo da interpretação bíblica, as três seguintes se concentram em como ela faz diferença para aqueles que se ocupam com a her menêutica em geral e com a filosofia hermenêutica em um sentido mais amplo. Se a hermenêutica após Friedrich Schleiermacher, o reputado “pai” da teologia moderna, continua buscando entender (“to divine” — “conjeturar”, como ele o coloca) a mente do autor, e se a hermenêutica após Karl Barth e Hans Frei pre tende entrar mais plenamente no chamado “estranho novo mundo da Bíblia”, então (em quarto lugar) Keener nos mostra como a hermenêutica cristã é ainda mais radical do que o liberalismo do primeiro e o pós-liberalismo do último explicando sensibilidades hermenêuticas que estão atentas tanto à alteridade do texto antigo com o às dimensões afetivas de tais textos. N o entanto, a radicalida-de das propostas radicalida-de Keener consiste precisamente em revelar que o como dessa atenção e cuidado abarca, e não exclui, a afetividade e os horizontes de leitores contemporâneos e suas comunidades de leitores. A abordagem dos últimos não

(18)

i8 A HERMENÊUTICA DO ESPIRITO

elimina a alteridade do texto, mas permite o envolvimento mais eficaz com esses

aspectos de horizontes tão distantes.

Além disso, e em quinto lugar, Keener nos mostra que a compreensão de

textos antigos tem implicações contemporâneas. Os cristãos chamam isso de

discipulado, e os compromissos bíblico-teológicos de Keener o levam a estrutu

rá-los da perspectiva dos horizontes escatológicos da Bíblia. Ma s, da perspectiva

da hermenêutica geral, esse movimento que, em expectativa, aponta para a fren

te envolve o que é identificado nesses domínios como a dimensão pragmática

ou até mesmo teleológica da leitura: como nossa compreensão e recepção do

passado conduzem à atividade libertadora no presente apontando para fins que

prenunciem um futuro melhor? Se a hermenêutica marxista prioriza esta última

trajetória,

A hermenêutica do Espírito

  insiste em que essa dinâmica libertadora

é desencadeada por meio das realidades pentecostais da obra do Espírito no

mundo como estava no roteiro — o que é diferente de algo

predeterminado

 —

até mesmo como estava sustentado pelo texto antigo das Escrituras.

Em sexto lugar, então, se Keener nos mostra como viver estritamente segun

do a dialética hermenêutica gadameriana que não minimiza o horizonte do texto

inspirado pelo Espírito nem o subjuga ao horizonte do leitor, ele então também

permite o envolvimento cristão com a hermenêutica emancipatória

habermasia-na de certas maneiras que realçam como a raciohabermasia-nalidade comunicativa pode ser

profundamente religiosa por um lado e, no entanto, também verdadeiramente

púbÜca, por outro. Keener está mais atento do que outros teóricos hermenêuti

cos cristãos à natureza do cristianismo mundial, especialmente como manifesto

em formas pentecostais e carismáticas, portanto consegue identificar como esses

horizontes globais podem moldar o discurso público, tanto na interface com eles

quanto na causação de certas formas de práxis libertadora. Praticamente a melhor

coisa que podem fazer os pensadores cristãos que buscam fazer contribuições

para a teoria hermenêutica geral é prestar atenção em como Keener navega a via

média entre o texto antigo e os contextos globais e públicos contemporâneos.

Muitos leitores deste Üvro, no entanto, serão atraídos a ele por causa

da estatura estabelecida e renomada de Keener como exegeta e comentarista da

Bíblia. Para os que pertencem a esse grupo, estas três últimas razões serão um

tanto desapontadoras, visto que eles já estarão prontos para desfrutar de livros

extensos em seus detalhes mais requintados. No entanto, arrisco, mesmo assim,

a fazer estas recomendações, apresentando o fato óbvio (em sétimo lugar) de

que este livro explicita os instintos e compromissos hermenêuticos de Keener

que, em grande parte de sua obras anteriores, estão presentes somente de forma

(19)

PREFACIO

19

implícita. Há um sentido em que as pressuposições hermenêuticas de qualquer

exegeta somente podem ser extraídas — e com dificuldade — de seu conjunto

de escritos (assim como o método teológico de um teólogo sistemático só pode

ser apreendido da totalidade de sua obra), e isso certamente também se aplica

aqui. Mas a beleza deste Uvro é que o próprio Keener agora articulou clara

mente — e extensamente — o que os seus leitores de outra forma só poderiam

adivinhar com trabalho incansável em suas volumosas pubÜcações (o problema

é que é quase impossível encontrar um leitor que consiga acompanhar o que

Keener escreve!), mas ele faz isso de seu próprio modo característico que é in

teragir com as Escrituras, e não simplesmente falar sobre elas. Isso significa que

recebemos aqui informações tanto de quem Keener é como estudioso e como

pessoa quanto das Escrituras.

Continuando (em oitavo lugar),

A hermenêutica do Espírito

 nos fornece uma

 janela para como um cristão pentecostal — que pode ser simplesmente chamado

de

cristão,

 sem o qualificador, de acordo com as minhas observações anteriores

— exemplifica a convergência da vida da mente e da vida no Espírito. Muitos

cristãos erram em um ou outro lado, aceitando um e rejeitando o outro, ou pen

sando que um é incompatível com o outro. Em Craig Keener temos finalmente

um exemplo que revela como o uso rigoroso do intelecto e a excelência em

produção acadêmica são atividades espirituais, compelidas pela vida no Espírito

de Jesus, aguardando o reino vindouro de Deus. Mais precisamente, pode-se

dizer até mesmo que, em certo sentido, no caso dele, não há vida da mente sem

a vida espiritual que sustenta e impele as atividades intelectuais.

Por último (em nono lugar), mas não menos importante,

A hermenêutica do Espírito

 não molda simplesmente uma vida acadêmica cheia do Espírito, mas

traça um caminho além das polaridades que dificultaram a formação teológica

até mesmo na presente geração. Intelectual

versus

 pietista; acadêmico

versus

espiritual; cognitivo

versus

  afetivo; mudar a si mesmo

versus

  mudar o mun

do; racionalista

versus

  carismático; especulativo/teorético

versus

 pragmático/

prático; sectário/paroquial

versus

 ecumênico/universal; eclesial

versus

 público

etc. — em cada caso, Keener aponta para um caminho além dos binarismos e

dualismos que alguns prefeririam exagerar. Como isso se expressa neste livro

não significa que superamos os dois lados, mas que eles são mantidos de ma

neiras que nos tornam capazes de um espectro mais robusto de interpretação

e vivência do que se as extremidades desaparecessem. Seminaristas, para não

falar daqueles que ensinam em suas escolas, são instados a prestar atenção não

somente nos detalhes dos argumentos hermenêuticos de Keener, mas no modo

(20)

20 A HERM ENÊUTICA DO ESPÍRITO

com que ele molda o engajamento discursivo com questões extremamente po lêmicas e como ele tenta fazer avançar a conversa levando disputantes consigo em vez de abandoná-los.

E certo que os leitores não concordarão com Keener em tudo ou em toda observação que ele faz. No entanto, essas diferenças podem ser identificadas e esclarecidas somente por meio do envolvimento com esta obra de um grande mestre. Sou grato pelo fato de que Keener levou a sério o convite original de escrever um M anifesto Pentecostal e, de algum modo, penso que o lançamento do texto fora dessa série não somente abriu as portas para um livro muito maior, mas ampliará, ainda mais, o número de leitores. Que o sopro do Espírito seja palpavelmente percebido e até mesmo transformador para aqueles que concen trarem a sua atenção nas páginas a seguir.

Am os Yong, professor de Teologia e M issão no Fuller Theological Seminary, em Pasadena, Califórnia

(21)

Agradecimentos

S

ou grato aos meus editores na Eerdm ans por receberem e editarem este livro: Michael Thomson, James Ernest e Jenny Hoffman. Também quero agra-decer a Amos Yong e James K. A. Smith, por originalmente fazerem o convite para o livro, e a Lalsangkima Pachuau, por me estimular a tratar das questões de forma conceituai e transcultural.

(22)

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(23)

Abreviações

AAAM AARAS AARTRSS AB ABD ABIG ACCS AfSt AflhJ AJPS AJPSS AmAnth AmJEpid AmSocMissMonS AmSocMissS AnnBehMed ANTC AnthCons AnthHum AnthrQ  ARAnth A T] AUSS AUSt BangTF

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Studies Series Anchor Bible

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Arbeiten zur Bibel und ihrer Geschichte

Ancient Christian Commentary on Scripture African Studies

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American Journal ofEpidemiology

American Society of Missiology Monograph Series American Society of Missiology Series

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Andrews University Seminary Studies American University Studies

(24)

2 4 A HERMENÊUTICA DO ESPIRITO

BAR

BASOR

BBR

BDAG

BDB

BETL

BiBh

BibT

Bijdr 

BIS

BMedJ

BrCanRes

BrillPauly

BSac

BTCB

BullHistMed

BurH

CBC

CBET

CBull

CCRMS

ChicSt

CJ

CNT

ConBOT

CrQ 

CSPhilRel

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Bible Bhashyam (Biblebhashyam)

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Brill’s new Pauly, encyclopaedia ofthe ancient world:

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Classical Bulletin

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Commentaire du Nouveau Testament

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FourR

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Health Psychology

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HvTSt

Hervormde Teologiese Studies

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Interpretation: A Bible Commentary for Teaching and

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ICC

International Critical Commentaries

IE J

Israel Exploration Journal

IJPbilRel

InternationalJournalfor Philosophy ofReligion

IntArHistI

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IntJEpid

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Referências

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