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ESTUDO DA TOXICIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS POR RAIZEIROS DE PALMAS-TO

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Academic year: 2021

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ESTUDO DA TOXICIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS

COMERCIALIZADAS POR RAIZEIROS DE PALMAS-TO

SOUZA, E. A. 1; PREVIERO, C. A.2; BARROS, L. M. S. 3; OLIVEIRA, A.C.O.4

1 Acadêmico do curso de Biomedicina no Centro Universitário Luterano de Palmas. Voluntário no PROICT do CEULP/ULBRA E-mail:

pyetrosant@gmail.com 2Bióloga. Doutora em Pós-Colheita de Produtos Agrícolas. Coordenadora de Pesquisa e da Unitas Agroecológica do

CEULP/ULBRA E-mail:previero@ceulp.edu.br

3 Acadêmica do curso de Biomedicina no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. Voluntária no PROICT do

CEULP/ULBRA E-mail: layanemaanaim@gmail.com

4Acadêmica do curso de Biomedicina no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. Bolsista no PROICT do

CEULP/ULBRA E-mail: annycaroline7@gmail.com

RESUMO: As plantas medicinais apresentam uma variedade de indicação terapêutica, que quando utilizadas em excesso podem apresentar efeitos tóxicos para o organismo. Esse estudo teve como objetivo o levantamento sobre a toxicidade de espécies medicinais comercializadas por raizeiros em Palmas-TO. O estudo foi realizado mediante entrevistas a raizeiros presentes nas feiras livres de Palmas, onde foi levantado as espécies medicinais comercializadas, e quanto à parte utilizada na preparação de medicamentos. Em seguida essas espécies foram caracterizadas quando a seu efeito toxicológico, através de levantamento bibliográfico. Foram identificadas 45 espécies de 29 famílias botânica. Sendo as partes mais utilizadas as folhas e as cascas. Dentre os efeitos toxicológicos no organismo se destacam a diarreia, vômitos, náuseas e cefaleia, sendo cabeça, intestino e estômago os órgãos mais afetados, observou variação de efeitos tóxicos.

PALAVRAS-CHAVE: intoxicação; medicina popular; plantas medicinais.

INTRODUÇÃO: De acordo com Lopes et al. (2005), planta medicinal é toda planta que administrada ao homem ou animal, por qualquer via ou forma, exerça alguma ação terapêutica. As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais contribuem de forma relevante para a divulgação das virtudes terapêuticas dos vegetais, prescritos com frequência, pelos efeitos medicinais que produzem, apesar de não terem seus constituintes químicos conhecidos (MACIEL et al., 2002). Um dos principais problemas relacionado à ação das plantas medicinais no Brasil é a ideia do que vem da natureza não faz mal, excluindo a possibilidade de uma planta causar uma reação adversa ou efeito tóxico (RATES, 2001). Porém, o uso das plantas através da medicina popular não é suficiente para que ocorra a validação destas como seguras e eficazes, neste sentido, os estudos farmacodinâmicos e toxicológicos são necessários para que ocorra a pesquisa entre dose/ risco/ benefício do seu uso (ALMEIDA et al., 2009). Espécies consideradas tóxicas produzem metabólitos secundários que pela inalação, ingestão ou contato podem causar alterações patológicas em homens e animais e, em alguns casos, pode levar a sérios distúrbios no organismo e até mesmo o óbito (Vasconcelos et al., 2009; Jesus & Suchara, 2013). Mediante a importância da pesquisa do estudo da toxicidade de plantas medicinais, este estudo tem como objetivo realizar o levantamento de espécies medicinais que estão sendo mais comercializadas pelos raizeiros no município de Palmas e realizar uma pesquisa bibliográfica para verificar cientificamente as informações sobre a toxicidade dessas plantas.

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terapêutico de seus representantes, onde, diferentemente de outras famílias de plantas, a Lamiaceae possui espécies, que além da utilização na medicina popular, possuem grupos químicos com ação terapêutica e tóxica já comprovados por estudos laboratoriais (SILVA et al. 2010). Em relação à parte utilizada da planta comercializada para fins medicinais houve uma maior representatividade quantitativa de Folha e seguida de casca, as sementes, pó, óleo, galho, flor e batata apresentaram uma frequência menor, sendo observado uso de uma planta inteira para fins terapêuticos conforme a Figura 1.

Figura 1. Parte da planta para fins medicinais comercializadas por raizeiros.

Saber distinguir a parte do vegetal a ser empregada, é extremamente importante, pois os princípios ativos distribuem-se pelas diferentes partes da planta de forma distinta, sendo possível encontrar substâncias tóxicas em algumas partes, conforme ressalta PINTO et al. (2000). É possível observar que o uso em excesso de plantas medicinais apresenta efeito adverso ao esperado, podendo levar a um quadro de intoxicação, diversas partes do corpo são afetadas por superdosagens dos medicamentos naturais, e sua toxicidade pode afetar diversas partes do corpo, apresentando manifestações clínicas variadas, Figura 2.

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Figura 2. Parte do corpo intoxicada pelo uso em excesso de plantas medicinais.

Dentre os efeitos toxicológicos no organismo se destacam a cefaleia, diarreia, vômitos, náuseas e, sinais mais frequentes de intoxicação, irritação do estômago e até gastrite também estão presentes em episódios toxicológicos, sendo a cabeça, intestino e o estômago os órgãos mais afetados, porém o uso exagerado de plantas medicinais pode afetar diversos órgão como o coração, causando taquicardia e arritmia cardíaca, tendo como representante a Poaia (Carapichea ipecacuanha). As mulheres, principalmente gestantes que fazem uso de plantas medicinais durante a gravidez devem se ater ao risco do consumo em excesso dos fitoterápicos, pois em doses elevadas podem gerar contrações uterinas muito fortes, pondo em risco a saúde do bebê, entre elas vale ressaltar a Espinheira santa (Maytenus ilicifolia), Camomila (Matricaria recutita) e a Arruda (Ruta graveolens). Entre os efeitos adversos que podem ocorrer devido ao uso incorreto de plantas medicinais e fitoterápicos pelas gestantes, encontram-se os efeitos teratogênicos e o aborto (CHEZ & JONAS, 1997; ERNEST, 2002).

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Do ponto de vista toxicológico, deve-se considerar que uma planta medicinal ou um fitoterápico não tem somente efeitos imediatos e facilmente correlacionados com a sua ingestão, mas, também, os efeitos que se instalam ao longo prazo e de forma assintomática, como os carcinogênicos, hepatotóxicos e nefrotóxicos (NICOLETTI et al, 2007). As plantas estudadas apresentaram uma variação efeitos toxicológicos, como irritação de estômago causada pela Porangaba (Cordia salicifolia), já o Mulungu (Erythina velutina) apresenta uma ação mais nociva ao organismo, uma vez que causa a paralisia dos músculo que intervêm na respiração, causando um quadro de morte por asfixia. Algumas plantas medicinais podem desencadear reações alérgicas aumentando o risco de intoxicação em pessoas com sensibilidade a esse produto que em casos graves por levar a morte, como o Amendoim (Arachis

hypogaea), Ginseng (Panax ginseng) e o Gervão (Stachytarpheta cayennensis). A investigação

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tem auxiliado a compreensão das bases neuroquímicas de muitas doenças (PASSOS et al., 2009). Entretanto o efeito pode ser tanto positivo, quanto negativo como o caso da Erva doce (Pimpinella

anisum) que apresenta toxicidade ao Sistema Nervoso Central pois sua intoxicação pode causar

convulsão e confusão mental e alucinações, assim como o Tipí (Petiveria alliacea) que também pode causar alucinações devido abalo no SNC.

O conhecimento do efeito toxicológico de plantas terapêuticas por parte dos usuários da medicina popular ainda escarça, devido ao fato do consumo desses produtos estarem enraizados na cultura do indivíduo, uma vez que a maioria das plantas apresentaram poucas contraindicações, apresentando quadros de intoxicação apenas em superdosagens e uso em excesso, os riscos e benefícios do consumo de plantas medicinais e fitoterápicos ainda precisa ser mais aprofundada para que seja consolidada uma segurança no uso dessa terapêutica

Neste contexto, a identificação da toxicidade gerada pelo consumo em excesso de plantas medicinais, apresenta grande relevância na comunidade cientifica e médica, pois pesquisas dos efeitos adversos e toxicológicos dessas plantas poderá contribuir para a diminuição casos de intoxicação humana, de modo a prevenir acidentes e elucidar questionamentos dos usuários da medicinar popular, uma vez que estudos a respeito da variedade do efeito tóxico devido a superdosagens dessas plantas irão ajudar a construir um pensamento consciente do uso moderado e sustentável de plantas utilizadas para fins terapêuticos.

CONCLUSÃO: Diante dos resultados deste trabalho verifica-se uma variedade de efeitos toxicológicos de plantas medicinais, as quais apresentam efeitos leves, moderados e graves de intoxicação, podendo afetar diversas partes do corpo, apresentando um quadro clínico bem variado. Mesmo essas plantas apresentando uma grande diversidade de ação medicinal, não ficam isentas de efeitos nocivos ao organismo, os quais são observados quando utilizados em excesso, como superdosagens do produto natural. Portanto vale ressaltar a extrema importância de se realizar novas pesquisas científicas sobre a toxicidade de plantas medicinais, devido ao fato das maiorias das plantas não apresentarem muitas contraindicações ou efeitos colaterais, uma que a busca pela terapêutica dessas plantas é prevalente, portanto é necessário estudos que possam fornecer informações sobre a toxicidade para o uso seguro dessas plantas. Os dados obtidos por essas pesquisas irão desempenhar papel fundamental para disseminar o uso consciente e adequado de fitoterápicos e plantas medicinais, podendo estabelecer melhores evidências clínicas e minimizar possíveis riscos de intoxicação inerentes à sua utilização. REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, A. C.; SOBRINHO, E. M.; PINHO, L.; SOUZA, P. N. S.; MARTINS, E. R.; DUARTE, E. R.; SANTOS, H. O.; BRANDIL, I. V.; CANGUSSU, A. S.; COSTA, J. P. R. Toxicidade aguda dos extratos hidroalcoólicos das folhas de alecrim-pimenta, aroeira e barbatimão e do farelo da casca de pequi administrados por via intraperitoneal. Ciência Rural, Santa Maria, v. 40, n. 1, p. 200-203, 2009. ARAUJO, T. S. et al. Perfil sócio-econômico dos raizeiros que atuam na cidade de Natal(RN). Infarma, CFF, Brasília. v.15, n. 1/3, p. 77-79, 2003.

CHEZ, R.A.; JONAS, W.B. Complementary and alternative medicine. Part I:clinical studies in obstetrics.Obstet Gynecol Surv., v.52, p.704-708, 1997.

ERNST, E. Herbal medicinal products during pregnancy: are they safe? BJOG., v.109, p.227-235, 2002. FALEIROS, F.T.; TREZZA, E.M.; CARANDINA, L. Factors influencing breastfeeding decision and duration. Rev Nutr., v.19, p.623-630, 2006.

JESUS, N.A.; SUCHARA, E.A. Cultivo de plantas tóxicas e a ocorrência de intoxicações em domicílios no município de Barra do Graças. Revista Eletrônica da UNIVAR, v.2; n.10, p.89-95, 2013.

LOPES, C.R. et al. Folhas de chá. Viçosa: UFV, 2005.

MACIEL, Maria Aparecida M. et al. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química nova, v. 25, n. 3, p. 429-438, 2002.

NICOLETTI, M. A.;OLIVEIRA-JÚNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.; CAPOROSSI, P. Y. ;

TAVARES, A. P.L. Principais Interações no Uso de Medicamentos Fitoterápicos. Infarma, v.19, n.1,2. 2007.

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Referências

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