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VARIAÇÃO DA TURBIDEZ EM PONTOS DISTINTOS DE UM PERFIL TRANSVERSAL DO RIO CATOLÉ-BA SOB DIFERENTES NÍVEIS DE VAZÃO

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Academic year: 2021

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VARIAÇÃO DA TURBIDEZ EM PONTOS DISTINTOS DE UM PERFIL TRANSVERSAL DO RIO CATOLÉ-BA SOB DIFERENTES NÍVEIS DE VAZÃO Flavia Mariani Barros1, Felizardo Adenilson Rocha2, Micael de Souza Fraga 3,Tarcila

Neves Generoso 3, Antonio Renê Benevides de Melo4

1. Professora Doutora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB, Itapetinga-BA (mariamariani@yahoo.com.br)

2. Professor Doutor do Instituto Federal da Bahia, IFBA, Vitória da Conquista-BA 3. Estudantes de graduação do curso de Engenharia Ambiental da Universidade

Estadual do Sudoeste da Bahia, bolsistas de iniciação científica da FAPESB 4. Estudante de graduação do curso de Engenharia Ambiental da Universidade

Estadual do Sudoeste da Bahia

Data de recebimento: 02/05/2011 - Data de aprovação: 31/05/2011

RESUMO

A avaliação da turbidez é importante, pois, ela influencia a intensidade de luz difundida e a absorção de calor no compartimento aquático. A elevação no valor da turbidez pode ser causada por erosão das margens dos rios e áreas adjacentes, crescimento excessivo de algas, alterações no fluxo do rio, efluentes domésticos e industriais. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi verificar a variação da turbidez em pontos distintos de um perfil transversal do rio Catolé-ba sob diferentes níveis de vazão. Para realização deste trabalho, o perfil transversal escolhido foi dividido em 14 subseções, demarcadas a cada dois metros. No centro de cada subseção foi realizada a coleta de água. Em cada amostra coletada foi quantificado os valores de turbidez. Em geral, partir do ponto de coleta 11 houve grande variação dos valores de turbidez em relação aos outros pontos; em média, os menores valores de turbidez foram constatados no mês de maior vazão.

PALAVRAS-CHAVE: Recursos hídricos, poluição, local de amostragem.

TURBIDITY VARIATION IN DIFFERENT POINTS IN A CROSS SECTION OF THE CATOLÉ RIVER UNDER DIFFERENT FLOW RATES

ABSTRACT

The turbidity evaluation is important because it influences the diffused light intensity and the heat absorption into the aquatic compartment. The increase in turbidity can be caused by riverbanks erosion and adjacent areas, excessive algal growth, changes in river flow, domestic and industrial effluents. Thus, the objective of this study was to determine the variations in turbidity at different points of a cross section of the Catolé river under different flow rates. For this study, a cross section was divided in 14 subsections, marked every 2 meters. In the center of each subsection was collecting water. For each point the turbidity values were obtained. In general, from the point 11 there was wide turbidity variation in relation to other points, on average, the lowest turbidity values were observed in the month that highest flow occur.

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KEYWORDS: Water resources, pollution, sampling point.

INTRODUÇÃO

A turbidez de uma amostra de água é definida como o grau de atenuação de intensidade, que um feixe de luz sofre ao atravessá-la (CETESB, 2003). A turbidez não depende estritamente da concentração de sedimentos em suspensão, mas também de outras características do sedimento, tais como tamanho, composição mineral, cor e quantidade de matéria orgânica (SANTOS et al., 2001).

A avaliação da turbidez é importante, pois, ela influencia a intensidade de luz difundida e a absorção de calor no compartimento aquático. Altos valores de turbidez podem ocasionar aumento de temperatura, redução da luz disponível para as plantas, com alteração na taxa de fotossíntese, além de interferir nos usos doméstico, industrial e recreacional de um corpo de água. A elevação no valor da turbidez pode ser causada por erosão das margens dos rios e áreas adjacentes, crescimento excessivo de algas, alterações no fluxo do rio, efluentes domésticos e industriais (USEPA, 1997).

Avaliando algumas variáveis de água no rio Cuiabá-MT, LIMA (2001) encontrou valores de turbidez no ponto na seção a montante do perímetro urbano, numa faixa de variação entre 1,7 a 65,0 UNT, durante a seca, e de 4,0 a 275,0 UNT durante a época de cheia. O ponto a jusante do perímetro urbano apresentou variações entre 1,2 e 65,1 UNT e entre 12,0 e 160,0 UNT, nos períodos de seca e cheia, respectivamente.

Segundo os padrões de qualidade de água, estabelecidos na Resolução CONAMA n.º 357 (BRASIL, 2005), os valores de turbidez para as águas de classes 1, 2 e 3 não devem exceder 40, 100 e 100 UNT, respectivamente.

Os objetivos do programa de coleta de água definem, apenas aproximadamente, os locais para amostragem. Muitas vezes, de acordo com os objetivos da coleta é que se definem precisamente os locais de amostragem (CETESB, 1988). Entretanto, quando os objetivos estabelecidos apontam apenas para uma indicação geral, como no caso do efeito de um efluente na qualidade de água de um rio, ou da avaliação da qualidade de água potável fornecida a uma comunidade, é necessário selecionar cuidadosamente os locais de amostragem apropriados (CETESB, 1988).

As coletas de água são, geralmente, feitas na calha central do rio na profundidade de 15 a 30 cm (CETESB, 1988). Porém, a coleta realizada desta forma pode não suprir a necessidade de estudo para alguns casos específicos. Sendo, necessário um estudo mais detalhado das variáveis de qualidade da água ao longo do perfil transversal de um rio. Em relação à turbidez, em geral, os valores são maiores nas margens do rio e menores no centro.

Desta maneira, objetivou-se com o presente estudo verificar a variação da turbidez em pontos distintos de um perfil transversal do rio Catolé-Ba sob diferentes níveis de vazão

METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado na microbacia hidrográfica do rio Catolé delimitada por uma quadrícula com as coordenadas geográficas 14º 37’ 40” S e 40º

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superior direito. O rio Catolé nasce no planalto de Vitória da Conquista, próximo à cidade de Barra do Choça, e dirige-se à calha do rio Pardo, no sentido Nordeste-Sudeste, com seção de controle a jusante à cidade de Itapetinga.

A seção transversal em estudo situou-se 50 metros a montante da estação de captação de água do SAAE, com largura de 28 m. Para a avaliação turbidez, as coletas das amostras foram realizadas nos meses de junho, julho, agosto e setembro. Na seção transversal foram definidas 14 subseções de amostragem sendo estas demarcadas de 2 em 2 metros cada uma. No centro de cada uma das 14 subseções (pontos de coleta de 1 a 14), foi realizada a amostragem por integração vertical, com o auxílio de um amostrador de sedimentos modelo DH 48.

As amostras de água foram acondicionadas em garrafas apropriadas e preservadas segundo metodologia descrita em APHA (1995), sendo levadas diretamente para o Laboratório de Água e Solo da Univesidade Estadual do Sudoeste da Bahia para a realização das análises de turbidez, a qual foi feita com o auxílio de um turbidímetro marca Hanna. A medição de vazão foi realizada pelo método do molinete segundo metodologia descrita em PRUSKI (2006).

A partir dos resultados dessas análises foram traçados gráficos para verificação das variações dos valores de turbidez ao longo da seção transversal do rio Catolé-BA.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura 1 estão apresentados os valores da turbidez em pontos distintos de um perfil transversal do rio Catolé-ba em diferentes épocas, relacionadas à diferentes níveis de vazão ((a) mês de maio - vazão = 3,7 m3 s-1, (b) mês de junho - vazão = 4,0 m3 s-1 e (c) mês de agosto - vazão 6,1 m3 s-1).

Na Figura 1 pode-se notar que os valores de turbidez, ao se analisar os diferentes pontos da seção transversal, apresentaram alta variação na extremidade esquerda do rio, em geral a partir do ponto 11, provavelmente devido à presença de algas, da grande quantidade de matéria orgânica e de sólidos em suspensão, quando comparado aos outros pontos de coleta. Nos meses de junho e agosto, no ponto de coleta 1, também pode-se verificar uma pequena variação nos valores de turbidez.

A turbidez não depende estritamente da concentração de sedimentos em suspensão, mas também de outras características do sedimento, tais como tamanho, composição mineral, cor e quantidade de matéria orgânica (SANTOS et al., 2001).

Embora o maior valor de vazão seja constatado no mês de agosto, houve menor turbidez neste mês, indicando que o aumento da vazão pode ter contribuído para a diminuição dos valores da turbidez, provavelmente por causa do efeito de diluição.

As partículas em suspensão presentes na água podem ocorrer em maiores concentrações na beirada dos rios visto que nestas há grande concentração de solo, matéria orgânica e material vegetal, desta maneira, não é recomendado que sejam coletadas amostras para avaliação da turbidez muito próximas às extremidades da seção transversal.

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(a) Pontos de coleta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 T u rb id e z (U N T ) 0 100 200 300 400 500 600 (b) Pontos de coleta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 T u rb id e z (U N T ) 0 100 200 300 400 500 600 (c) Pontos de coleta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 T u rb id e z (U N T ) 0 100 200 300 400 500 600

Figura1. Variação da turbidez em pontos distintos de um perfil transversal do rio Catolé-ba sob diferentes níveis de vazão para os meses de maio (a), junho

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CONCLUSÕES

Tendo por base os resultados obtidos e considerando-se as condições em que o estudo foi realizado, conclui-se que: - Houve alta variação dos valores de turbidez, em geral a partir do ponto 11; A turbidez foi menor no mês onde foi constatada a maior vazão do rio; não é recomendado que sejam coletadas amostras para avaliação da turbidez muito próximas às extremidades da seção transversal pois nestes locais há maior quantidade de sólidos, reduzindo assim a representatividade da amostragem.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à FAPESB pelo auxílio financeiro das bolsas concedidas aos alunos de iniciação científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APHA - AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 19 ed. New York: APHA, WWA, WPCR, 1995. 1268 p.

BRASIL. Resolução CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente). Resolução n.º 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2005.

CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL). Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo 2002/ CETESB. São Paulo: CETESB, 2003. 264 p. (Série Relatórios).

CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO). Guia de coleta e preservação de amostras de água. São Paulo: CETESB, 1988. 160 p. (Série Relatórios).

LIMA, E. B. N. R. Modelação integrada para gestão da qualidade da água na bacia do rio cuiabá. 2001. 184 f. Tese (Doutorado em Ciências e Engenharia Civil) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001.

PRUSKI, F. F.; SILVA, D. D. da; KOETZ, M. Estudo de vazão em cursos d’água. Viçosa: AEAGRI, 2006. 151 p. (Série Caderno Didático n. 43).

SANTOS, I.; FILL, H. D.; SUGAI, M. R. V. B.; BUBA, H.; KISHI, R. T.; MARONE, E.; LAUTERT, L. F. Hidrometria Aplicada. Curitiba: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, 2001. 372 p.

SANTOS, A. R. dos. Caracterização morfológica, hidrológica e ambiental da bacia hidrográfica do rio Turvo Sujo, micro região de Viçosa, MG. 2001. 125 f. Tese (Tese de Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.

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USEPA (United States Environmental Protection Agency). Volunteer stream monitoring: a methods manual, 1997. Disponível em: <http://www.epa.gov/ volunteer/stream/stream.pdf>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2008.

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