NOVA RAZÃO SOCIAL:
Belo Horizonte, 5 de janeiro de 2017
Ilmo.Sr.
Presidente da
CÂMARA MUNICIPAL DE ELÓI MENDES Ver. SILVÉRIO RODRIGUES FELIX
Assunto: Portaria 001/2017 – suspensão do concurso público 001/2017 - Encaminhada via email pelo oficio 02/2017 de 03.01.17
Senhor Presidente,
Estando em mãos o oficio em destaque, acompanhado da Portaria 01/2017 de 03/01/17, ENCAMINHADO POR EMAIL, que nos determina a SUSPENSÃO dos trabalhos, não podemos deixar de alertá-lo de que são frágeis e improcedentes as considerações apontadas para motivar a suspensão de todo o planejamento do concurso 01/2016 desta Casa, senão vejamos:
1. “A nova administração da Câmara realizou análise do procedimento licitatório para contratação da empresa para realizar o concurso...”
- Trata-se de processo realizado em agosto de 2016 e do conhecimento geral, acreditando ter sido divulgado na Casa e na imprensa, nos termos da legislação, com todos os documentos disponíveis a qualquer cidadão interessado no seu conhecimento e análise, desde a sua concepção em agosto/2016, inclusive, pelo que fomos informados, com cópia encaminhada do Ministério Público da Comarca, para conhecimento.
2. “Considerando que foram detectadas algumas aparentes irregularidades no procedimento adotado, o que pode ser indício de favorecimento da empresa vencedora”
NOVA RAZÃO SOCIAL:
- Afirmação absurda e desconectada da realidade. É leviano fazer conjecturas sobre algo que não existe ou que não ocorreu. Citar “aparentes irregularidades”, sem ao menos apontar uma delas, não pode ser ético, tratando-se de meras suposições de quem, aparentemente não conhece da matéria ou age de má fé;
- Não conhecemos nenhum servidor ou agente político dessa ou de outras gestões da Câmara, NENHUM. Todos os contatos para consulta, orçamento e envio de propostas foram via telefone e/ou correios e nossa proposta foi expressivamente inferior à segunda colocada na disputa, dentre as 5 (cinco) empresas que disputaram a licitação. Portanto, falar em “favorecimento” para a nossa empresa só pode ser fantasia ou má fé desse perverso e inconsequente documento denominado Portaria 01/2017.
- Nossa empresa NÃO compactua com irregularidades e NÃO toleramos falsas suposições. Se essa Administração detectou alguma dúvida sobre a lisura e transparência no processo que deu origem à nossa contratação, tem a OBRIGAÇÃO de aponta-la, bem como o DEVER DE DENUNCIAR às autoridades competentes. DESAFIAMOS quem quer que seja, nessa Administração, a demonstrar qualquer mínima vantagem que supostamente tenhamos tido, bem como, que tenham a lealdade e coragem de vir a público desmentir essa mentirosa afirmativa de “suposto favorecimento”. Não se pode utilizar argumento FALSO para justificar medidas protelatórias de um processo de concurso planejado e organizado sob os olhos vigilantes do Ministério Público e do TCE.MG. Até agora tivemos uma relação de mútuo respeito para com essa Casa e seus dirigentes e é só isso o que exigimos dessa nova Administração.
3. “Considerando a necessidade de uma nova análise dos cargos necessários para o bom funcionamento do Poder Legislativo.... que poderá ser motivo de exclusão de alguns e inclusão de outros antes da definitiva realização do concurso para provimento”.
NOVA RAZÃO SOCIAL:
- Não encontramos razoabilidade em postergar um concurso para provimento de cargos criados a apenas 6 (seis) meses, em Lei de junho/2016. Por longa experiência na elaboração de Estruturas Administrativas, Planos de Cargos e de Concursos, para dezenas de Câmaras e Prefeituras, podemos afirmar, sem margem de erro, que a Lei Municipal 1502/16 criou cargos de incontestável necessidade para o pleno funcionamento do poder legislativo do município. Para os cargos de Advogado e Contador, há julgados do TCE.MG que os exigem, na forma de cargos efetivos, em qualquer estrutura de Câmaras Municipais.
- Para exclusões justificadas de cargos não há razão para suspensão do concurso, basta apenas um simples alteração no edital e Aviso aos interessados, com ampla publicidade.
- Para inclusões há que se fazer um novo edital, o que pode ser feito ainda nesse contrato, sendo injusto para com os interessados protelar o atual concurso, considerando que já estão se preparando a meses, nessa expectativa. Aliás, ao suspender o concurso, essa Câmara se expõe ao risco de possíveis processos por danos morais e materiais, de candidatos que investiram na sua preparação, com proporções incalculáveis.
4. “Considerando a necessidade de praticar os atos administrativos com plena observância dos princípios constitucionais de nosso ordenamento, especialmente o da legalidade e o da eficiência (art.37 da CF)”
- Essa mesma consideração pode ser utilizada para a compreensão da necessidade
de se cumprir o cronograma estabelecido no edital do concurso, em especial o princípio da eficiência. Ambos os princípios foram plenamente observados na execução dos trabalhos até esse momento.
No artigo 2° da Portaria 01/2017 invoca-se o prazo de 60 dias para análise do processo licitatório que culminou na contratação da nossa empresa. Tal medida, ao que nos parece, só faz expor o desinteresse na realização do concurso, já que a análise do processo licitatório não leva mais que 4 (quatro) horas ou, no máximo, 01
NOVA RAZÃO SOCIAL:
(um) dia, quando efetuada por profissional da área. Injustificável, portanto, suspender o concurso com essa fantasiosa alegação e nesse prazo.
Devemos lembrar, por dever de lealdade a essa Casa, que nos contratou, que a realização desse trabalho faz parte do escopo do Termo de Ajustamento de Conduta, firmado entre essa Câmara e o MPE em 23.11.16 e que são severas as penalidades pelo descumprimento de itens nele previsto.
Isto posto, manifestamos nossa discordância quanto a suspensão determinada e alertamos para as graves consequências desse ato.
É importante destacar que tal decisão de suspensão afeta diretamente a relação contratual e que haverá ônus financeiros, devido a necessidade de revisão do edital, alteração no cronograma, novas informações ao TCE-MG, mais horas técnicas de consultores, readequações no sistema, atendimento/respostas a candidatos e outros desdobramentos, lembrando que toda a infraestrutura desse concurso (inclusive provas) já se encontra preparada para conclusão dos trabalhos.
Assim que possível, enviaremos planilha com o reequilíbrio financeiro necessário à continuidade do contrato, mas, por oportuno, sugerimos analisar a possibilidade de pedirem a rescisão contratual e assim evitar maiores desgastes a todos. Engana-se quem pensa que este foi um bom contrato para nossa empresa, ao contrário. O valor contratado não nos é favorável e o volume de trabalho aguardado nos leva a sérios riscos de prejuízo. Uma parcela contratual, já quitada, foi utilizada para cobrir custos de licitação, estudo da legislação, elaboração de edital, preparação de documentos, elaboração de provas e outras rotinas de planejamento do concurso. Se ainda estamos trabalhando no projeto é por respeito ao município e em honra à nossa proposta e contrato.
NOVA RAZÃO SOCIAL:
exige. Faremos publicar a PORTARIA DE SUSPENSÃO em nosso site e aguardaremos vossa decisão de cancelamento/continuidade do concurso ou rescisão contratual. É só o que nos resta nesse momento.
Nos reservamos o direito de exigir reparações por possíveis prejuízos causados à imagem da empresa, face aos termos da Portaria 001/2017.
Atenciosamente,
JOBERT MACARIO DE OLIVEIRA Sócio diretor
Cópia para
Ministério Público do Estado de Minas Gerais - Comarca de Elói Mendes Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais