• Nenhum resultado encontrado

Boletimj IRPJ. Manual de Procedimentos. Empresas que optaram pelo pagamento mensal em 2008 com apuração anual do saldo a pagar ou a compensar

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Boletimj IRPJ. Manual de Procedimentos. Empresas que optaram pelo pagamento mensal em 2008 com apuração anual do saldo a pagar ou a compensar"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

IRPJ

O saldo positivo apurado em 31.12.2008 deverá ser pago, em quota única, até 31.03.2009, acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais acumulada mensalmente, a partir de 1o.02.2009 até o

mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

Empresas que optaram pelo pagamento

mensal em 2008 com apuração anual

do saldo a pagar ou a compensar

SUMÁRIO

1. Obrigação de apurar o lucro real anual 2. Apuração do lucro real de 2008

3. Cálculo do imposto e do adicional devidos sobre o lucro real

4. Dedução de incentivos fiscais

5. Compensação de imposto pago ou retido na fonte 6. Exemplo

7. Pagamento do saldo do imposto apurado

8. Apuração de saldo de imposto a compensar ou a restituir

9. Lançamento de ofício no caso de não-pagamento do imposto mensal

10. Aplicação no Finor, no Finam e no Funres

1. OBRIGAÇÃO DE APURAR O LUCRO REAL ANUAL

As pessoas jurídicas que no ano-calendário de 2008 optaram pelo pagamento mensal do imposto calculado por estimativa ou com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução ficaram obrigadas à apuração anual do lu-cro real, em 31.12.2008, para efeito de cálculo do imposto anual e determinação do saldo a pagar ou a ser compen-sado ou restituído, mesmo que já não estivessem obriga-das à apuração do lucro real por outro motivo.

(RIR/1999, art. 246, V)

2. APURAÇÃO DO LUCRO REAL DE 2008

A apuração do lucro real deve ser precedida da apuração do lucro líquido, contabilmente, com obser-vância das disposições das leis comerciais. No Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), serão feitos os ajustes tratados nos subtópicos seguintes.

(RIR/1999, arts. 247 e 262)

2.1 Adições ao lucro líquido

2.1.1 Valores debitados ao resultado contábil, mas não dedutíveis do lucro real

Na determinação do lucro real, devem ser adicio-nados ao lucro líquido custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do resultado que, de acordo com a legislação do Imposto de Renda, não sejam dedutíveis, tais como (RIR/1999, art. 249, I e parágrafo único):

1) pagamentos efetuados a sociedade civil de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente

regulamenta-da, quando a beneficiária for controlaregulamenta-da, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores,

geren-tes ou controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau [pai/mãe, filho(a), sogro(a), genro ou nora] das referidas pes-soas;

2) depreciação de bem que tenha sido objeto de depreciação acelerada a tí-tulo de incentivo fiscal, contabilizada a partir do momento em que a soma da depreciação acumulada normal, regis-trada na escrituração comercial, com a depreciação acumulada incentivada, registrada no Lalur, atingir 100% do custo de aquisição do bem;

3) perdas incorridas em operações financeiras iniciadas e encerradas no mesmo dia (day

trade), realizadas em mercado de renda fixa

ou variável, exceto as apuradas por instituição financeira, sociedade de seguro, de previdên-cia privada aberta e de capitalização,

(2)

socie-dade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários e sociedade de arrenda-mento mercantil, em operações day trade rea-lizadas nos mercados de renda fixa, de renda variável e de câmbio (RIR/1999, art. 771); 4) Contribuição Social sobre o Lucro (CSL); 5) contribuições não compulsórias, exceto as

des-tinadas a custear seguros e planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, instituídos em favor de empregados e dirigentes da pessoa jurídica (ob-servado o limite referido no número 6);

6) parcela da soma das despesas com contribui-ções para entidades de previdência privada e com contribuições para o Fundo de Aposenta-doria Programada Individual (Fapi) (de que trata a Lei no 9.477/1997), cujo ônus seja da pessoa

jurídica que exceder o limite de 20% do total dos salários dos empregados e da remunera-ção dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano (RIR/1999, art. 361, §§ 1o e 2o);

7) doações, exceto as efetuadas em favor de: 7.1) projetos de natureza cultural previamente

aprovados pelo Ministério da Cultura com base no art. 26 da Lei no 8.313/1991, ou

seja, projetos que dão direito a deduzir incentivo fiscal (diretamente do Impos-to de Renda devido) de valor até 40% das doações e até 30% dos patrocínios (RIR/1999, arts. 371 e 475);

Nota

O valor das doações feitas em favor de projetos cultu-rais aprovados pelo Ministério da Cultura, com base na Lei no 8.313/1991, art. 18, com a redação dada pela Lei no

9.874/1999, ou seja, projetos que dão direito a deduzir incen-tivo fiscal (diretamente do imposto devido) de até 100% do valor das doações, não é dedutível como despesa operacio-nal e deverá, portanto, ser adicionado ao lucro líquido, para efeito de apuração do lucro real (RIR/1999 art. 476, § 2o).

7.2) instituições de ensino e pesquisa sem finalidade lucrativa, até o limite de 1,5% do lucro operacional da doadora, e doa-ções a entidades civis sem fins lucrativos que prestem serviços gratuitos em bene-fício de empregados da pessoa jurídica doadora e de seus dependentes ou da comunidade em que atuem, até o limite de 2% do lucro operacional da doadora, desde que observados, além desses li-mites, os demais requisitos previstos no RIR/1999, art. 365;

Notas

(1) A parcela das doações referidas no número 7.2 que exceder aos limites mencionados deve ser adicionada ao lucro líquido.

(2) As doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente podem ser deduzidas diretamente do Impos-to de Renda devido (dentro do limite de 1% do imposImpos-to devido à alíquota de 15%), mas não são dedutíveis como despesa operacional (RIR/1999, art. 591).

8) perdas apuradas em operações realizadas nos mercados de renda variável e de swap, que excederem os ganhos auferidos em operações dessa mesma natureza, exceto perdas incor-ridas em (Lei no 8.981/1995, art. 77, III; Lei no

9.249/1995, art. 12, e Instrução Normativa SRF no 25/2001, art. 33, § 7o, e art. 35, § 6o):

8.1) operações de cobertura (hedge); e 8.2) operações de renda variável realizadas

em bolsa, no mercado de balcão organi-zado, autorizado pelo órgão competente, ou por fundos de investimento, para a carteira própria de instituição financei-ra, sociedade de seguro, de previdência privada aberta e de capitalização, socie-dade corretora de títulos, valores mobi-liários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou socie-dade de arrendamento mercantil;

Nota

As alienações de participações societárias permanentes em sociedades coligadas ou controladas e de participações so-cietárias que permaneceram no Ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições não estão sujeitas às normas tributárias aplicáveis às operações financeiras de renda variável. Assim, às perdas incorridas nessas alienações não se aplica a indedutibilidade referida no número 8 (Instrução Normativa no 25/2001, art. 35, § 6o).

9) depreciação, amortização, manutenção, re-paro, conservação, impostos, taxas, seguros, contraprestações de arrendamento mercantil e aluguel de bens, móveis ou imóveis, não re-lacionados intrinsecamente com a produção ou com a comercialização dos bens e servi-ços (Lei no 9.249/1995, art. 13, II e III);

10) resultado negativo da avaliação, pela equiva-lência patrimonial, de investimentos (partici-pações societárias) em sociedades coligadas ou controladas (RIR/1999, art. 389);

11) amortização de ágio pago na aquisição de par-ticipações societárias sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial, cujo valor deve ser registrado na Parte “B” do Lalur para ser com-putado no lucro real do período de apuração

(3)

em que ocorrer a alienação ou a liquidação do investimento (RIR/1999, arts. 391 e 426);

Nota

Na pessoa jurídica que absorveu, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, patrimônio de sociedade coligada ou controlada na qual tinha participação societária adquirida com ágio ou desá-gio, a adição referida no número 11 não se aplica nos balanços correspondentes à apuração do lucro real levantados posterior-mente à incorporação, fusão ou cisão, à amortização do ágio cujo fundamento tenha sido o valor de rentabilidade da coligada ou controlada (com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros), até o limite máximo de 1/60 (um sessenta avos) para cada mês do período de apuração (RIR/1999, art. 386).

12) contrapartida da constituição ou do reforço de qualquer provisão, com exceção das seguin-tes provisões (RIR/1999, arts. 335 a 339): 12.1) para férias e 13o salário de empregados;

12.2) para reservas técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência pri-vada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável; 12.3) para perdas de estoques de livros de

que trata a Lei no 10.753/2003, art. 8o,

alterada pela Lei no 10.833/2003;

13) multas por:

13.1) infrações fiscais, salvo as de natureza compensatória (multas de mora) e as impostas por infrações de que não re-sulte falta ou insuficiência de pagamen-to de tribupagamen-to (RIR/1999, art. 344, § 5o);

13.2) transgressões a normas de natureza não tributária, tais como as previstas em leis administrativas (de trânsito, de vigilância sanitária, de controle de po-luição ambiental, de controle de pesos e medidas etc.), trabalhistas etc. (Pare-cer Normativo CST no 61/1979);

14) tributos e contribuições cuja exigibilidade es-teja suspensa em virtude de (RIR/1999, art. 344, § 1o):

14.1) depósito do seu montante integral; 14.2) reclamações ou recursos em processo

tributário administrativo; ou

14.3) concessão de medida liminar em man-dado de segurança;

15) prejuízo na alienação ou baixa de investimentos adquiridos mediante incentivo fiscal de dedu-ção do Imposto de Renda (RIR/1999, art. 429);

16) remuneração indireta de administradores, di-retores, gerentes e seus assessores (fringe

benefits), quando não identificados e

indivi-dualizados os beneficiários, bem como o Im-posto de Renda na fonte incidente sobre essa remuneração (RIR/1999, art. 358, § 3o);

17) despesas com alimentação de sócios, acio-nistas e administradores, exceto quando en-quadradas como remuneração indireta das pessoas referidas no número 16, com a iden-tificação dos beneficiários (RIR/1999, art. 249, parágrafo único, V);

18) gratificações e participações no resultado ou nos lucros atribuídas a dirigentes ou adminis-tradores e participações nos lucros atribuídas a partes beneficiárias emitidas pela empresa (no caso de S/A) e a técnicos estrangeiros, domiciliados ou residentes no exterior, para a execução de serviços especializados, em ca-ráter provisório (RIR/1999, arts. 303 e 463); 19) prejuízos e perdas em operações realizadas

no exterior, exceto prejuízo em operações a termo ou de futuro realizadas diretamente pela empresa brasileira em bolsas no exterior, caracterizadas como de cobertura (hedge) (RIR/1999, arts. 394, § 8o, e 396);

20) parcela do custo de bens, serviços e direitos ad-quiridos, no exterior, de pessoas físicas ou jurí-dicas vinculadas à empresa adquirente ou resi-dentes ou domiciliadas em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima infe-rior a 20% (“paraíso fiscal”), que exceder o va-lor apurado de acordo com as regras de preços de transferência (RIR/1999, arts. 241, 244 e 245, com a alteração da Lei no 9.959/2000, art. 2o);

21) parcela da depreciação ou da amortização de bens e direitos adquiridos, no exterior, das pessoas referidas no número 20, calculada so-bre a parcela do custo de aquisição dos bens que exceder o valor determinado de acordo com as regras de preços de transferência (RIR/1999, arts. 241, § 8o, e 245);

22) parcela dos juros pagos às pessoas referidas no número 20, decorrentes de contrato de mú-tuo não registrado no Banco Central do Brasil, que exceder o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Esta-dos UniEsta-dos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, pro-porcionalizados em virtude do período a que se referirem os juros (RIR/1999, arts. 243 a 245);

(4)

Nota

Para efeito do limite de dedutibilidade, os juros referidos no núme-ro 22 serão calculados com base no valor da obrigação, expresso na moeda objeto do contrato e convertido em reais pela taxa de câmbio divulgada pelo Banco Central do Brasil para a data do termo final do cálculo dos juros (Instrução Normativa no 243/2002,

art. 27, § 2o).

23) brindes;

24) juros remuneratórios do capital próprio que ex-cederem os limites de dedutibilidade ou hou-verem sido contabilizados sem observância das condições estabelecidas na legislação; 25) perdas decorrentes de créditos não liquidados

que houverem sido computadas no resultado sem observância dos limites e das condições estabelecidos na legislação;

26) encargos financeiros incidentes sobre débitos vencidos e não pagos, incorridos a partir da data da citação inicial em ação de cobrança ajuizada pela empresa credora (RIR/1999, art. 342, § 3o);

27) resultado negativo apurado em sociedade em conta de participação (Instrução Normativa no

179/1987);

28) prejuízo por desfalque, apropriação indébita ou furto praticados por empregados ou tercei-ros, se não houver sido instaurado inquérito administrativo nos termos da legislação traba-lhista ou apresentada queixa perante a autori-dade policial (RIR/1999, art. 364);

29) juros pagos ou creditados, relativos a emprés-timos:

29.1) no período de 1o.01 a 12.03.2000,

inci-dentes sobre o valor equivalente aos lu-cros não disponibilizados por empresas (Lei no 9.532/1997, art. 1o, § 3o, com a

redação dada pelo art. 3o c/c o art. 12

da Lei no 9.959/2000):

29.1.1) coligadas ou controladas do-miciliadas no exterior, quando estas forem as beneficiárias do pagamento ou crédito;

29.1.2) controladas domiciliadas no ex-terior, independentemente do beneficiário;

29.2) a partir de 13.03.2000, a empresa contro-lada ou coligada, independentemente do local de seu domicílio, incidentes sobre valor equivalente aos lucros não disponi-bilizados por empresas controladas domi-ciliadas no exterior (Lei no 9.532/1997, art.

1o, § 3o, com a redação dada pela Medida

Provisória no 2.158-35/2001, art. 34);

30) amortização do valor registrado em conta do Ati-vo Diferido, referente ao resultado negatiAti-vo líquido decorrente do ajuste dos valores em reais de obri-gações e créditos, efetuado em virtude de varia-ção nas taxas de câmbio ocorrida no 1o trimestre

do ano-calendário de 1999 (Lei no 9.816/1999);

31) prejuízos havidos em virtude de alienação de ações, títulos ou quotas de capital, com desá-gio superior a 10% dos respectivos valores de aquisição, salvo se a venda houver sido rea-lizada em bolsa de valores ou, onde esta não existir, tiver sido efetuada através de leilão pú-blico, com divulgação do respectivo edital, na forma da lei, durante 3 dias no período de um mês (RIR/1999, art. 393), observando-se que: 31.1) essas normas não se aplicam às

socie-dades de investimentos fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil nem à alienação de participações societárias permanentes; 31.2) as perdas ocorridas em operações de ren-da variável submetem-se a regime próprio (veja o número 8 deste subtópico e a letra “f” do subtópico 2.2.1) e, portanto, também não lhes são aplicáveis essas normas.

2.1.2 Valores não computados no resultado que devem ser adicionados ao lucro real

Na determinação do lucro real de 2008, devem ser também adicionados ao lucro líquido os resultados, os rendimentos, as receitas e quaisquer outros valores não creditados ao resultado que, de acordo com a legisla-ção do Imposto de Renda, devem ser computados no lucro real (RIR/1999, art. 249, II), tais como:

a) reserva de reavaliação que deva ser computa-da na apuração do lucro real do ano de 2008, observando-se que:

a.1) no caso de reavaliação de bens que per-maneceram no Ativo da empresa, deve ser computada no lucro real a parcela da reserva equivalente ao montante do au-mento do valor dos bens reavaliados que tenha sido realizado em 2008 em virtude de alienação sob qualquer forma ou me-diante depreciação, amortização, exaus-tão ou baixa por perecimento (RIR/1999, art. 435, e Lei no 9.959/2000, art. 4o);

a.2) no caso de reavaliação de bens incorpo-rados ao patrimônio de outra pessoa

(5)

ju-rídica, na subscrição em bens de capital social ou de valores mobiliários emitidos por companhia, a reserva de reavaliação respectiva deverá ser computada na de-terminação do lucro real (RIR/1999, art. 439, e Lei no 9.959/2000, art. 4o):

a.2.1) na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos va-lores mobiliários, pelo montante realizado;

a.2.2) em cada período de apuração, em montante igual à parte de lucros, di-videndos, juros ou participações re-cebidos, que corresponder à partici-pação societária ou aos valores mo-biliários adquiridos com o aumento do valor dos bens reavaliados; ou a.2.3) proporcionalmente ao valor

reali-zado no período de apuração em que a pessoa jurídica que houver recebido os bens reavaliados re-alizá-los mediante alienação, de-preciação, amortização, exaustão ou baixa por perecimento;

Nota

A adição da reserva de reavaliação, nas condi-ções relacionadas na letra “a”, não se aplica se a reserva houver sido computada na determina-ção do lucro real de períodos de apuradetermina-ção an-teriores a 2000, em virtude de sua incorporação ao capital social.

b) parcela da reserva especial relativa à correção monetária facultativa de bens do Ativo Perma-nente (referente a 31.01.1991) proporcional à realização em 2008 dos bens que tenham sido objeto dessa correção, mediante alienação, depreciação, amortização, exaustão ou baixa a qualquer título (RIR/1999, art. 460);

c) parcela do lucro decorrente de contratos com entidades governamentais que tenha sido excluído do lucro real em período de apura-ção anterior (hipótese referida na letra “d” do subtópico 2.2.1), proporcional ao valor das receitas desses contratos recebidas em 2001 (RIR/1999, art. 409);

d) lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coliga-das, que houverem sido disponibilizados em 2008 para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, considerando-se disponibilizados os lucros (RIR/1999, art. 394, §§ 2o a 4o, e Lei no

9.532/1997, art. 1o, § 7o, com a redação dada

pela Lei no 9.959/2000, art. 3o):

d.1) no caso de filial ou sucursal: na data do balanço em que tiverem sido apurados; d.2) no caso de controlada ou coligada:

d.2.1) na data em que ocorrer pagamen-to ou crédipagamen-to do lucro (veja a Nota 1 após “d.2.3”);

d.2.2) na hipótese de contratação de mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada, possuir lucros ou reservas de lucros (veja a Nota 2 após “d.2.3”);

d.2.3) na hipótese de adiantamento de recursos pela coligada ou contro-lada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocor-ra em pocor-razo superior ao ciclo de produção do bem ou serviço (veja a Nota 2 a seguir);

Notas

(1) Nas hipóteses referidas em “d.2.1”, considera-se:

a) creditado o lucro quando ocorrer a transferência do registro do seu valor para qualquer conta representativa de passivo exigível da con-trolada ou coligada domiciliada no exterior; e

b) pago o lucro quando ocorrer:

b.1) o crédito do valor em conta bancária, em favor da controlada ou coligada no Brasil;

b.2) a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária; b.3) a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para

qual-quer outra praça;

b.4) o emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer pra-ça, inclusive no aumento de capital da controlada ou coligada domiciliada no exterior.

(2) Nas hipóteses referidas em “d.2.2” e “d.2.3” (Lei no 9.959/2000, art. 3o):

a) será considerado lucro disponibilizado o valor mutuado ou adianta-do, limitado ao montante dos lucros e das reservas de lucros pas-síveis de distribuição, proporcional à participação societária da em-presa no País na data da disponibilização;

b) será considerado disponibilizado o lucro:

b.1) na hipótese referida em “d.2.2”, na data da contratação da operação de mútuo, relativamente a lucros já apurados pela controlada ou pela coligada, ou na data da apuração do lucro, na coligada ou na controlada, relativamente a operações de mútuo anteriormente contratadas;

b.2) na hipótese referida em “d.2.3”, em 31 de dezembro do ano-calendário em que tenha sido encerrado o ciclo de produção sem que haja ocorrido a liquidação do adiantamento.

e) parcela da receita de exportações realizadas em 2008, contratadas com pessoas vinculadas ou domiciliadas em país que não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (“pa-raíso fiscal”), determinada segundo as normas sobre preços de transferência, que exceder o

(6)

valor apropriado na escrituração da empresa no Brasil (RIR/1999, art. 240, § 7o, arts. 244 e 245);

f) diferença de receita financeira de mútuo contra-tado com as pessoas referidas na letra “e”, no caso de contrato não registrado no Banco Cen-tral do Brasil, correspondente à parcela do valor calculado com base na taxa Libor para depósi-tos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionalizados em virtu-de do período a que se referirem os juros, que exceder o valor registrado na escrituração da empresa no Brasil (RIR/1999, arts. 243 a 245);

Nota

Para efeito de apuração da diferença referida na letra “f”, os juros serão calculados com base no valor do direito, expresso na moeda objeto do contrato e convertido em reais pela taxa de câmbio divul-gada, pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final do cálculo dos juros (Instrução Normativa no 243/2002, art. 27, § 2o).

g) parcela do ganho de capital auferido na aliena-ção de bens do Ativo Permanente (venda a lon-go prazo), realizada em período de apuração anterior, cuja tributação tenha sido diferida nas condições referidas na letra “h” do subtópico 2.2.1, proporcional à parcela do preço da alie-nação recebida em 2008 (RIR/1999, art. 421); h) valor excluído do lucro líquido e registrado na

Parte “B” do Lalur em período de apuração anterior, relativo à amortização de deságio ob-tido na aquisição de participações societárias permanentes, avaliadas pela equivalência pa-trimonial, que tenham sido alienadas ou liqui-dadas em 2008 (RIR/1999, arts. 391 e 426); i) encargos financeiros excluídos do lucro

líqui-do na determinação líqui-do lucro real de períolíqui-do de apuração anterior (na hipótese referida na letra “g” do subtópico 2.2.1), que, para os fins legais, tenham se tornado disponíveis para a empresa credora ou cuja perda tenha sido re-conhecida em 2008 (RIR/1999, art. 342, § 2o).

2.2 Exclusões do lucro líquido

2.2.1 Valores creditados ao resultado, mas não tributáveis

Na determinação do lucro real de 2008, poderão ser excluídos do lucro líquido os rendimentos, as receitas, os resultados e quaisquer outros valores computados a crédito de conta de resultado que, de acordo com a le-gislação do Imposto de Renda, não são computados no lucro real (RIR/1999, art. 250, II), tais como:

a) resultado positivo da avaliação, pela equivalên-cia patrimonial, de participações societárias em sociedades coligadas ou controladas, caracteri-zadas como investimento (RIR/1999, art. 389); b) amortização de deságio obtido na aquisição de

participações societárias permanentes, avaliadas pela equivalência patrimonial, cujo valor deve ser registrado em conta de controle na Parte “B” do Lalur, para ser computado no lucro real do pe-ríodo de apuração em que ocorrer a alienação ou a baixa do investimento (RIR/1999, art. 391); c) lucros e dividendos recebidos de

participa-ções societárias não sujeitas à avaliação pela equivalência patrimonial (RIR/1999, art. 379, § 1o, e art. 383);

d) parcela do lucro de empreitada ou forneci-mento de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, propor-cional ao valor das receitas desses contratos computadas no resultado e não recebidas até 31.12.2008, observadas as condições estabe-lecidas na legislação (RIR/1999, art. 409); e) resultado positivo das atividades econômicas de

proveito comum, sem fins lucrativos, realizadas pelas sociedades cooperativas que obedece-rem ao disposto na legislação específica, exceto cooperativas de consumo que tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consu-midores (associados ou não), não se aplicando essa exceção às cooperativas mistas (RIR/1999, arts. 182, 183 e 184, e ADN Cosit no 4/1999);

f) perdas em operações nos mercados de renda variável e de swap que tenham sido adiciona-das ao lucro líquido de período de apuração anterior por terem excedido aos ganhos aufe-ridos em operações da mesma natureza (hipó-tese referida no número 8 do subtópico 2.1.1), até o limite da diferença positiva entre ganhos e perdas decorrentes de operações dessas mes-mas espécies, computados no resultado de 2008 (RIR/1999, art. 250, parágrafo único, “e”); g) encargos financeiros incidentes sobre créditos

vencidos e não recebidos, auferidos depois de decorridos 2 meses do vencimento do crédito, desde que observadas as condições estabe-lecidas na legislação (RIR/1999, art. 342) (veja subtópico 2.1.2, letra “i”);

h) ganho de capital auferido na alienação de bens do Ativo Permanente realizada em 2008

(7)

(venda a longo prazo), cujo preço deva ser re-cebido, no todo ou em parte, após o término do ano-calendário subsequente ao da contra-tação, se houver opção pelo diferimento da tributação (RIR/1999, art. 421).

2.2.2 Valores não computados no resultado que podem ser excluídos do lucro real

Na determinação do lucro real de 2008, podem ser excluídos os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação do Imposto de Renda e que, pela sua natureza, não tenham sido computados na apuração do resultado (RIR/1999, art. 250, I), tais como:

a) depreciação acelerada incentivada (RIR/1999, art. 313, § 1o);

b) encargos financeiros adicionados ao lucro líqui-do na determinação líqui-do lucro real de períolíqui-do de apuração anterior, na hipótese referida no número 26 do subtópico 2.1.1, caso o débito tenha sido liquidado em 2008 (RIR/1999, art. 342, § 4o);

c) valores aplicados em 2008 na aquisição pri-mária de certificados de investimento em pro-jetos de produção de obras audiovisuais cine-matográficas brasileiras, previamente aprova-dos pelo Ministério da Cultura, desde que os referidos certificados tenham sido emitidos e colocados no mercado com observância das normas estabelecidas pela CVM (RIR/1999, art. 372); contabilmente, esses valores devem ser registrados em conta do Ativo Permanente, subgrupo investimentos;

d) valor adicionado ao lucro líquido e registrado na Parte “B” do Lalur em período de apuração anterior, relativo à amortização de ágio pago na aquisição de participações societárias perma-nentes, avaliadas pela equivalência patrimonial, que tenham sido alienadas ou liquidadas em 2008 (art. 391, parágrafo único, do RIR/1999); e) provisões indedutíveis adicionadas ao lucro

lí-quido na determinação do lucro real de período de apuração anterior que, em 2008, tenham sido utilizadas para absorver despesas dedu-tíveis realizadas ou que tenham sido revertidas a crédito de conta de resultado (RIR/1999, art. 247, § 2o);

f) valor controlado na Parte “B” do Lalur, corrigido monetariamente até 31.12.1995, relativo a tribu-tos e contribuições adicionados ao lucro real dos anos-calendário de 1993 e 1994 que tenham sido pagos em 2008 (Lei no 8.541/1992, art. 7o, § 1o).

2.3 Adições e exclusões de valores gerados até 31.12.1995

As adições e as exclusões relativas a valores re-gistrados na Parte “B” do Lalur até 31.12.1995 serão computadas pelo valor corrigido até essa data, com base no valor da Ufir de 1o.01.1996 (R$ 0,8287) (Lei no

9.249/1995, art. 6o, e Portaria MF no 312/1995).

De 1o.01.1996 em diante, em face da extinção da

correção monetária do balanço, não se corrigem mais os valores a serem excluídos ou adicionados ao lucro líquido nem mesmo os originados de período de apu-ração encerrado antes dessa data.

2.4 Compensação de prejuízos fiscais

Os prejuízos fiscais de períodos de apuração ante-riores poderão ser compensados com o lucro real apu-rado em 2008, respeitando-se o teto máximo de 30% do lucro real (exceto nas empresas rurais e nas titulares de Programas Especiais de Exportação Befiex aprova-dos até 03.06.1993, RIR/1999, art. 470, I, arts. 510 e 512) e as demais condições pertinentes à compensa-ção de prejuízos fiscais previstas na legislacompensa-ção.

3. CÁLCULO DO IMPOSTO E DO ADICIONAL DEVIDOS SOBRE O LUCRO REAL

O imposto devido sobre o lucro real anual é cal-culado à alíquota de 15%, incidente sobre o total do lucro real, mais o adicional de 10%, incidente sobre a parcela do lucro real que ultrapassar o limite anual de R$ 240.000,00 (RIR/1999, arts. 541 e 542).

No caso de apuração em período inferior a 12 meses (início de atividades), o adicional incide sobre a parcela do lucro real que ultrapassar o limite proporcional, corres-pondente ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração.

4. DEDUÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS

Do imposto devido sobre o lucro real de 2008, podem ser deduzidos os seguintes incentivos fiscais, observados os limites e as condições pertinentes (RIR/1999, art. 231):

a) redução e/ou isenção do imposto calculadas com base no lucro da exploração de empreen-dimentos incentivados (empreenempreen-dimentos lo-calizados nas áreas de atuação da Superin-tendência do Desenvolvimento do Nordeste - Sudene - e da Superintendência do Desen-volvimento da Amazônia - Sudam) dos setores da economia que venham a ser considerados

(8)

prioritários para o desenvolvimento regional (Medida Provisória no 2.199-14/2001);

Nota

A aplicação de parte do Imposto de Renda em fundos de inves-timentos regionais (Finor, Finam ou Funres) somente poderá ser efetuada por pessoa jurídica que tenha projeto aprovado (Medida Provisória no 2.199-14/2001).

b) depósito de 30% do imposto (que é de 15%) de-vido sobre o lucro da exploração de empreendi-mentos dos setores da economia que venham a ser considerados, em ato do Poder Executivo, prioritários para o desenvolvimento regional nas áreas da Sudene ou da Sudam, para reinvesti-mento acrescido de 50% de recursos próprios; c) demais incentivos cuja dedução é permitida

no imposto devido à alíquota de 15%, obser-vados os limites admissíveis, a saber:

c.1) Programa de Alimentação do Trabalhador: 15% das despesas de custeio do PAT, líqui-das da parcela cobrada dos trabalhadores, ou R$ 0,30 multiplicados pelo número de re-feições fornecidas no ano, prevalecendo o valor que for menor (RIR/1999, art. 581; Instru-ção Normativa no 16/1992; Lei no 9.249/1995,

art. 30, e Portaria MF no 312/1995): até 4% do

imposto (RIR/1999, art. 582);

c.2) os valores despendidos em 2008 a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a pro-jetos desportivos e paradesportivos previa-mente aprovados pelo Ministério do Espor-te: até 1% do imposto (Lei no 11.438/2006,

alterada pela Lei no 11.472/2007);

c.3) atividades audiovisuais, observado o li-mite individual específico de cada incen-tivo, tratados a seguir:

c.3.1) produção de obras e projetos au-diovisuais, inclusive operações nos termos do § 6o do art. 39 da Medida

Provisória no 2.228-1/2001,

produzi-dos com os recursos de que trata o inciso X desse mesmo art. 39: 3%; c.3.2) patrocínio: 4% (Decreto no

6.304/2007, art. 5o, §2o, II); e

c.3.3) aquisição de quotas dos Funci-nes (MP no 2.228-1/2001, art. 45,

§ 2o): 3%;

c.4) doações e patrocínios culturais realiza-dos em 2008 em favor de projetos pre-viamente aprovados pelo Ministério da

Cultura: até 4% do imposto (RIR/1999, art. 475, § 2o, e art. 476, § 1o);

c.5) doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente: até 1% do imposto, vedada a dedução da doação como despesa operacional (RIR/1999, art. 591, e Decreto no 794/1993, art. 1o).

Notas

(1) A soma das deduções dos incentivos relativos a doações e patrocí-nios culturais, dos incentivos audiovisuais e dos valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradespor-tivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte, estão limitados a 4% do imposto devido (RIR/1999, art. 486, § 2o, e DIPJ 2008, Manual de Ajuda,

tópico 15.1.7.IV.1).

(2) Os limites de dedução dos incentivos fiscais referidos na letra “c” são calculados, exclusivamente, com base no imposto devido à alíquota de 15% (sem o adicional de 10%), diminuído da parcela do imposto inci-dente sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (RIR/1999, art. 394, § 11, e art. 543).

(3) Somente o excesso do incentivo fiscal do PAT não aproveitado no ano-calendário de competência poderá ser aproveitado nos 2 anos-calendá-rio subsequentes (RIR/1999, art. 582).

(4) A partir do ano-calendário de 2007 até o ano-calendário de 2015, in-clusive, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão deduzir até 1% do Imposto de Renda devido, apurado em cada período de apuração, trimestral ou anual, os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. Tais valores não poderão ser deduzidos para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (Lei no 11.438/2006 e Medida Provisória no 342/2006).

(5) A Lei no 11.196/2005, art. 133, revogou os benefícios fiscais dos

Pro-gramas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial ou Agropecuário (PDTI/ PDTA) aprovados após 03.06.1993 (15% dos dispêndios em atividades de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico industrial ou agropecuário, de acordo com o programa previamente aprovado).

5. COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO PAGO OU RETIDO NA FONTE

Do imposto calculado com base no lucro real anual podem ser deduzidos (RIR/1999, art. 231, III e IV, e art. 890):

a) o imposto pago mensalmente, devido nos me-ses de janeiro a dezembro de 2008, calculado por estimativa ou com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução, consi-derando-se como imposto pago inclusive: a.1) a parcela do imposto mensal devido que

houver sido utilizada para compensar os va-lores referidos nas letras “b” e “c” adiante; a.2) a parcela do imposto mensal que houver

sido recolhida a favor dos fundos Finor, Finam ou Funres, até o limite admitido para aplicação nesses fundos (veja o tó-pico 10);

Notas

(1) Se o imposto mensal foi pago com atraso, não podem ser deduzidos os acréscimos moratórios pagos.

(9)

(2) Caso a empresa não tenha pago o imposto devido men-salmente, ficará sujeita ao lançamento de ofício, de acordo com as normas informadas no tópico 9.

b) o Imposto de Renda Retido na Fonte ou pago pela própria empresa, incidente sobre receitas computadas na apuração do lucro real, que não tenha sido compensado com o imposto mensal pago, inclusive:

b.1) o IRRF sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

b.2) o Imposto de Renda pago separadamen-te sobre ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável;

b.3) o IRRF sobre juros remuneratórios do capital próprio pagos ou creditados por outra sociedade da qual a empresa seja sócia ou acionista;

b.4) o IR retido na fonte sobre pagamentos feitos por entidades da administração pública federal, decorrentes do forneci-mento de bens ou serviços;

c) o IR pago no exterior sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital computados no lucro real, obser-vadas as normas pertinentes (RIR/1999, art. 395). Supondo-se que a soma do imposto mensal devido nos meses de janeiro a dezembro (líquido de incentivos fiscais) seja de R$ 180.000,00 e que tenha havido reten-ção do imposto na fonte de R$ 36.000,00, dos quais fo-ram compensados R$ 28.000,00 nos pagamentos men-sais, restando a compensar R$ 8.000,00, teríamos:

a) imposto mensal pago a deduzir do imposto anual: R$ 180.000,00 (R$ 152.000,00 efetiva-mente pagos a título de imposto mensal mais R$ 28.000,00 de IRRF que foram compensa-dos nos pagamentos mensais);

b) saldo de IRRF a deduzir do imposto anual: R$ 8.000,00 (R$ 36.000,00 menos os R$ 28.000,00 que foram compensados nos pagamentos do imposto mensal).

Nota

Sobre o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente, relativo a anos anteriores, veja o tópico 8.

6. EXEMPLO

Admita-se a hipótese de uma empresa submetida à apuração anual do lucro real em 2008:

a) cujo imposto mensal devido nos meses de janeiro a dezembro/2008, calculado por

esti-mativa, pago nos meses de fevereiro/2008 a janeiro/2009, some R$ 190.000,00;

b) que tenha sofrido retenção do IRRF sobre ren-dimentos de aplicações financeiras e sobre juros remuneratórios do capital próprio (não compensados nos pagamentos mensais) no valor de R$ 18.200,00;

c) que tenha apurado lucro real anual em 31.12.2008 no valor de R$ 980.000,00 e não tenha prejuízos fiscais de períodos de apura-ção anteriores a compensar;

d) que tenha direito à dedução do incentivo fiscal do PAT, no valor de R$ 20.000,00 (sem consi-derar o limite em virtude do imposto devido). Nesse caso, começando pelo cálculo do imposto e do adicional devidos sobre o lucro real, temos:

• IRPJ normal: 15% s/ R$ 980.000,00 R$ 147.000,00 • Adicional: 10% s/ R$ 740.000,00 (*) R$ 74.000,00 • Total do imposto e adicional devidos R$ 221.000,00 • (*) R$ 980.000,00 - R$ 240.000,00

Na sequência, deduzindo-se o incentivo ao PAT (veja esclarecimentos no tópico 4) e compensando-se o imposto pago mensalmente e o IRRF (veja esclareci-mento no tópico 5), temos:

• Imposto e adicional devidos R$ 221.000,00 • Incentivo fiscal PAT: 4% s/ R$147.000,00 (R$ 5.880,00) • Imposto mensal pago (R$ 190.000,00) • Imposto de Renda Retido na Fonte (R$ 18.200,00) • Saldo de imposto a pagar R$ 6.920,00

7. PAGAMENTO DO SALDO DO IMPOSTO APURADO

7.1 Prazo

O saldo positivo do imposto apurado em 31.12.2008 deverá ser pago, em quota única, até 31.03.2009, acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais acumulada mensalmente, a partir de 1o.02.2009 até o mês anterior ao do

paga-mento, e de 1% no mês do pagamento.

Portanto, se for pago em fevereiro (até 27.02.2009), esse saldo será acrescido apenas de 1% de juro.

Observe-se que o prazo até 31.03.2009 não se aplica ao pagamento do imposto mensal devido em dezembro/2008, que venceu em 31.01.2009, o qual, se for pago após essa data, será acrescido de multa

(10)

e juros de mora calculados de acordo com a tabela prática que divulgamos mensalmente.

(RIR/1999, art. 858, I e §§ 2o e 3o)

7.2 Preenchimento do Darf

Para o pagamento do saldo do Imposto de Renda anual, os códigos utilizados no ano passado que prevale-cem para o saldo a ser pago em 2008, relativo ao imposto devido no ano-calendário de 2008, são os seguintes:

• Entidades financeiras 2390

• Outras pessoas jurídicas sujeitas à apuração do lucro real 2430 • Demais pessoas jurídicas (empresas não obrigadas à

apuração do lucro real que se submeteram a essa forma de tributação por opção)

2456

7.3 Saldo a pagar apurado em valor inferior a R$ 10,00

O Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00.

Se o saldo do imposto a pagar apurado for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao imposto, do mesmo código, apurado em período subsequente até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quan-do, então, deverá ser pago no prazo para o pagamento do imposto devido no período em que esse limite for atin-gido, junto com esse, sem nenhum acréscimo moratório.

Nota

De acordo com o art. 29 da Medida Provisória no 449/2008, que incluiu o

art. 68-A ao texto da Lei no 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até

R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

(RIR/1999, art. 873, §§ 4o e 5o)

8. APURAÇÃO DE SALDO DE IMPOSTO A COMPENSAR OU A RESTITUIR

De acordo com a Lei no 9.430/1996, art. 74, § 3o,

VII a IX, incluídos pela MP no 449/2008, e com a

Instru-ção Normativa RFB no 900/2008, art. 34, não poderão

ser objeto de compensação mediante entrega, pelas pessoas jurídicas, da PER/Dcomp, os débitos:

a) relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00;

b) relativos ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ e CSL no lucro real anual.

Com as alterações produzidas pela medida provi-sória, conclui-se que:

a) somente poderão ser compensados créditos de impostos e contribuições recolhidos

indevi-damente ou a maior com débitos iguais ou su-periores a R$ 500.00, ou seja, quando o débito for de até R$ 499,99, não poderá ser compen-sado por meio da PER/Dcomp; e

b) a pessoa jurídica optante pelo lucro real anual com apuração mensal com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução ou com base na receita bruta não poderá compensar o saldo negativo do IRPJ e da CSL apurado em anos-calendário anteriores, com o IRPJ e CSL estimados a serem recolhidos mensalmente, em razão da proibição de utilização da PER/Dcomp. Dessa forma, em relação ao saldo negativo do IRPJ e CSL, somente poderá ser utilizado para compensação com outros tributos e contribuições, exceto IRPJ e CSL estimados, ou por ocasião do encerramento do ano-calendário de apuração do lucro real anual, com o saldo credor apurado a ser recolhido ao final do mês de março do ano-calen-dário seguinte.

9. LANÇAMENTO DE OFÍCIO NO CASO DE NÃO-PAGAMENTO DO IMPOSTO MENSAL

Se verificada pelo Fisco, após o término do ano-calendário, a falta ou a insuficiência de paga-mento do imposto mensal por estimativa que não se apoiar em apuração do lucro real do período em curso (no Lalur), com base em balanço ou ba-lancete de suspensão ou redução levantado com observância das leis comercial e fiscal e transcrito no Diário, serão cobrados da empresa, mediante lançamento de ofício:

a) a multa de ofício (75%) sobre os valores de-vidos por estimativa e não pagos, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal no ano-ca-lendário correspondente;

b) o imposto devido com base no lucro real apu-rado em 31 de dezembro, caso não pago, acrescido da multa de ofício e dos juros de mora.

A não-escrituração do livro Diário e do Lalur até a data fixada para o pagamento do imposto do respecti-vo mês (último dia útil do mês subsequente) implicará a desconsideração do balanço ou do balancete de suspensão ou redução, caso em que a empresa fica sujeita à multa de ofício sobre o valor indevidamente suspenso ou reduzido.

(RIR/1999, art. 957, parágrafo único, IV; e Instrução Nor-mativa no 93/1997, art. 15, § 3o, e art. 16)

(11)

10. APLICAÇÃO NO FINOR, NO FINAM E NO FUNRES

Com a revogação da Lei no 9.532/1997, art. 4o,

pela Medida Provisória no 2.199-14/2001, art. 18, desde

03.05.2001, está extinta a possibilidade de as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real aplicarem parte do imposto devido no Finor, no Finam e no Funres (exceto na hipótese referida no subtópico 10.1 adiante).

10.1 Aplicação em projetos próprios

Desde 26.05.2001, somente a pessoa jurídica tributada pelo lucro real que mantenha projeto pró-prio aprovado com base na Lei no 8.167/1991, art.

9o, poderá optar pela aplicação de parte do

impos-to mensal nos fundos Finor, Finam ou Funres (este último restrito às empresas domiciliadas no Esta-do Esta-do Espírito Santo), observanEsta-do-se o seguinte (RIR/1999, art. 601, com a redação da Medida Pro-visória no 2.199-14/2001):

a) a opção é exercida mediante recolhimento, em Darf específico, no mesmo prazo do Imposto de Renda, da parcela do imposto mensal de valor equivalente a até:

a.1) 18% para o Finor ou para o Finam e 25% para o Funres, no período de 1o.01.1998

até 12.2003;

a.2) 12% para o Finor ou para o Finam e 17% para o Funres, no período de 1o.01.2004

até 12.2008;

a.3) 6% para o Finor ou para o Finam e 9% para o Funres, no período de 1o.01.2009

até 12.2013;

Nota

A opção pela aplicação de parte do imposto nos Fundos de Investimentos Regionais fica extinta a partir de 1o.01.2014.

(Instrução Normativa SRF no 267/2002, art. 105)

b) no campo 04 do Darf, deverá ser indicado o código de receita relativo ao fundo pelo qual a empresa optar, a saber:

b.1) 9017 - Finor - Opção Lei no 8.167/1991,

art. 9o;

b.2) 9032 - Finam - Opção Lei no 8.167/1991,

art. 9o;

b.3) 9058 - Funres - Opção Lei no 8.167/1991,

art. 9o;

c) a opção será irretratável para todo o ano-ca-lendário e não poderá ser alterada, importan-do alertar para o seguinte:

c.1) se os valores destinados para os fundos durante o ano excederem ao total a que a pessoa jurídica tiver direito, apurado com base no imposto devido sobre o lucro real anual, a parcela excedente será conside-rada para as empresas que têm direito de aplicação em projeto próprio, como recur-sos próprios aplicados nesse projeto; c.2) se ocorrer pagamento a menor de imposto

em virtude de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença deverá ser paga com acréscimo de multa e juros de mora. (RIR/1999, art. 601, com a redação da Medida Provisória no 2.199-14/2001)

Legislação Comercial

Franquia empresarial (franchising) -

Aspectos contratuais

1. CONCEITO LEGAL DE FRANQUIA EMPRESARIAL (FRANCHISING)

Inicialmente, esclarecemos que os contratos de franquia empresarial (franchising) são regidos pela Lei

no 8.955/1994. A franquia empresarial é o sistema pelo

qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de dis-tribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos e serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de ne-gócio ou sistema operacional desenvolvidos ou deti-dos pelo franqueador, mediante remuneração direta

(12)

ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.

Como pode ser observado, o termo franqueador designa aquele que outorga a outra pessoa a franquia empresarial, enquanto o franqueado é aquele a quem é concedida a franquia empresarial.

O termo franqueador, quando utilizado nos mol-des da Lei no 8.955/1994, serve também para

desig-nar subfranqueador, da mesma forma que as dispo-sições que se referem ao franqueado aplicam-se ao subfranqueado. Ressalte-se que o franqueado deverá operar de acordo com um padrão de qualidade esta-belecido pelo franqueador.

2. ANÁLISE DOS ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA FRANQUIA EMPRESARIAL

Do conceito legal de franquia empresarial pode-mos extrair os elementos caracterizadores deste tipo de contrato, examinados a seguir.

2.1 Licença para uso ou exploração de marcas e patentes

A concessão para uso ou exploração de marcas e patentes é elemento essencial do contrato de franquia empresarial, já que nesse tipo de operação o franqueado obtém do franqueador licença para utilizar marca, expres-são, sinal de propaganda ou até patente já consagrada pelo público, mediante rígido controle do franqueador.

2.2 Direito de distribuição

O direito de uso ou exploração de marca ou patente deve ser associado ao direito de distribuição de produ-tos, mercadorias ou serviços, ou seja, o contrato também terá por finalidade a melhor distribuição de produtos, mercadorias ou serviços, de forma que atinja maiores áreas de comercialização com o menor custo possível.

2.3 Exclusividade ou semiexclusividade

A exclusividade ou semiexclusividade na distri-buição de produtos, mercadorias ou serviços pode estar relacionada, entre outras, com a delimitação:

a) da área de atuação do franqueador em seu comércio;

b) do fornecimento de produtos ou mercadorias, que poderá ser efetuado somente pelo franqueador; c) da operação no mesmo ramo de franquia após

o término do contrato.

2.4 Assistência técnica

Pode o contrato de franquia empresarial abranger também o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, ou seja, o franqueador poderá colocar todo o know-how desen-volvido no comércio de seus produtos, mercadorias ou serviços à disposição do franqueado, a fim de agi-lizar ou facilitar a operacionalização do negócio.

Esse know-how poderá estar relacionado ao modo como o franqueado deverá instalar o seu negócio, com o fornecimento de projeto arquitetônico para sua instalação, treinamento do franqueado e de seus em-pregados, adoção de controles de estoque e outros.

2.5 Remuneração

Remuneração é a contrapartida para que o fran-queado possa se utilizar de todo o sistema operacio-nal desenvolvido ou detido pelo franqueador. É o pa-gamento do preço na forma contratada.

O contrato poderá compreender o pagamento de uma entrada inicial e de parcelas mensais calculadas sobre o faturamento ou de outras formas denomina-das royalties ou assistência técnica.

2.6 Inexistência de vínculo empregatício

Não deve haver vínculo empregatício entre o fran-queador e o franqueado.

As empresas franqueadoras e as franqueadas são independentes umas das outras, constituindo pes-soas jurídicas distintas, embora se utilizem do mesmo sistema e marca comerciais, dando a impressão de serem dependentes.

3. ALGUNS PROCEDIMENTOS A SEREM

OBSERVADOS NA ELABORAÇÃO DO CONTRATO 3.1 Prazo

Conforme alerta Adalberto Simão Filho (Franchising, Ed. Atlas, 4a edição, pág. 70), a questão do prazo de

du-ração das avenças pactuadas deve ser encarada de ma-neira decisiva pelo franqueado na efetivação do contrato, porque este investiu grande capital na operação e, portan-to, deverá estudar um prazo que não só garanta o retorno do capital investido como também o lucro previsto.

3.2 Preço

Outra cláusula que merece atenção especial por ocasião da elaboração do contrato é a que diz res-peito ao preço de aquisição do pacote que, conforme

(13)

mencionado no subitem 2.5, poderá compreender o pagamento de uma entrada inicial e de parcelas men-sais calculadas sobre o faturamento ou de outras for-mas denominadas royalties ou assistência técnica.

3.3 Cessão de direitos

Essa cláusula diz respeito à cessão de uso de propriedade imaterial do franqueador, que consiste em know-how, marcas, insígnias, patentes, métodos e sistemas, devendo o franqueado se utilizar desses bens nos estritos moldes previstos no contrato.

3.4 Territorialidade

A territorialidade e sua delimitação é elemento es-sencial no contrato de franchising.

Vale observar que, conforme ressalta Fran Mar-tins (Contratos e Obrigações Comerciais, Ed. Forense, 1990, pág. 587), “A cláusula sobre o território é essen-cial para que se saiba onde o franqueado pode atuar. Esse território pode ser um grupo de Estados, um só Estado, uma região, uma cidade ou mesmo uma par-te da cidade. Acordado o par-território, fica o franqueado com a exclusividade de usar as marcas do franquea-dor no mesmo. Em regra também se discute a localiza-ção, que é o lugar onde o franqueado se estabelece. O franqueador quase sempre aprova a localização, para a fixação da qual são feitos estudos minuciosos, enca-rando o ponto comercial sob todos os seus aspectos: facilidade de estacionamento, vizinhança, proximidade de bancos, transportes, facilidade de acesso, até mes-mo as horas em que há maior afluência de pessoas”.

Para Adalberto Simão Filho (obra citada, págs. 73 e 74), o contrato deverá ter disposições claras a res-peito do âmbito de abrangência dos limites territoriais impostos, bem como das sanções e indenizações a serem imputadas pela quebra da regra por qualquer das partes contratantes.

3.5 Exclusividade

O contrato deverá prever a exclusividade do queado para aquisição dos bens e produtos do fran-queador ou de empresas por ele licenciadas.

3.6 Adoção de arbitragem

Adalberto Simão Filho (obra citada, pág. 86) su-gere a adoção do instituto da arbitragem para a reso-lução de conflitos advindos da inter-relação franquea-dor-franqueado. Segundo esse autor, para a utilização deste instituto é necessário que o contrato de

franchi-sing possua cláusula compromissária que se

consubs-tancia em um contrato preliminar para a realização do compromisso futuro de resolução da pendência por meio de árbitros. Nesse caso, seria prevista também a forma de indenização ou penalização para a parte que resolvesse não se submeter ao juízo arbitral, em decorrência de infração à obrigação de fazer.

3.7 Formalidade a observar

O contrato de franquia deve ser sempre escrito e as-sinado na presença de duas testemunhas, tendo valida-de invalida-depenvalida-dentemente valida-de ser levado a registro perante cartório ou órgão público (Lei no 8.955/1994, art. 6o).

4. OBRIGATORIEDADE DO FORNECIMENTO DE “CIRCULAR DE OFERTA DE FRANQUIA”

A formalização do contrato de franquia deverá ser precedida do fornecimento ao interessado de uma “Circular de Oferta de Franquia”.

4.1 Conteúdo da Circular

Sempre que o franqueador tiver interesse na im-plantação de sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em se tornar franqueado uma “Circular de Oferta de Franquia”, por escrito e em lin-guagem clara e acessível, na qual constarão obriga-toriamente as seguintes informações:

I - histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado, bem como respectivos nomes de fan-tasia e endereços;

II - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos 2 últimos exercícios;

III - indicação precisa de todas as pendências ju-diciais em que estejam envolvidos o franque-ador, as empresas controladoras e os titulares de marcas, patentes e direitos autorais rela-tivos à operação, e seus subfranqueadores, questionando especificamente o sistema da franquia, ou que possam diretamente vir a im-possibilitar o funcionamento da franquia; IV - descrição detalhada da franquia, descrição

geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado;

V - perfil do “franqueado ideal” no que se refere a experiência anterior, nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigató-ria ou preferencialmente;

(14)

VI - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio;

VII - especificações quanto ao:

a) total estimado do investimento inicial ne-cessário à aquisição, implantação e entra-da em operação entra-da franquia;

b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e da caução;

c) valor estimado das instalações, dos equi-pamentos e do estoque inicial e suas con-dições de pagamento;

VIII - informações claras quanto a taxas periódicas e ou-tros valores que devem ser pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, com detalhes das respectivas bases de cálculo e o que elas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte:

a) remuneração periódica pelo uso do sis-tema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties);

b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial; c) taxa de publicidade ou semelhante; d) seguro mínimo;

e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados; IX - relação completa de todos os franqueados,

subfranqueados e subfranqueadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos 12 meses, com nome, endereço e telefone; X - em relação ao território, deve ser

especifica-do o seguinte:

a) se é garantida ao franqueado exclusivida-de ou preferência sobre exclusivida-determinado terri-tório de atuação e, caso positivo, em que condições o fazem;

b) possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu ter-ritório ou realizar exportações;

XI - informações claras e detalhadas quanto à obri-gação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à im-plantação, operação ou administração de sua franquia, apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao franqueado relação completa desses fornece-dores;

XII - indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a: a) supervisão da rede;

b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado;

c) treinamento do franqueado, com especifi-cação de duração, conteúdo e custos; d) treinamento dos funcionários do franqueado; e) manuais de franquia;

f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia;

g) layout e padrões arquitetônicos nas insta-lações do franqueado;

XIII - situação perante o Instituto Nacional de Proprieda-de Industrial (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador; XIV - situação do franqueado, após a expiração

do contrato de franquia, em relação a: a) know-how ou segredo de indústria a que

ve-nha a ter acesso em função da franquia; b) implantação de atividade concorrente da

atividade do franqueador;

XV - modelo do contrato padrão e, se for o caso, também do pré-contrato padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto comple-to, inclusive dos respectivos anexos e do pra-zo de validade.

4.2 Prazo para entrega

A “Circular de Oferta de Franquia” deverá ser en-tregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este.

5. ANULAÇÃO DO CONTRATO E DEVOLUÇÃO DAS IMPORTÂNCIAS PAGAS

Na hipótese de não-observância do prazo para fornecimento da “Circular de Oferta de Franquia”, mencionado no subitem 4.2, ou se o franqueador vei-cular informações falsas em sua cirvei-cular, o franquea-do poderá arguir a anulabilidade franquea-do contrato e exigir a devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.

(15)

Embalagens - Tributação da

contribuição para o PIS-Pasep e da

Cofins sobre a venda de embalagens

para bebidas

1. INTRODUÇÃO

As pessoas jurídicas industriais, comerciais e im-portadoras têm suas receitas de venda de embala-gens sujeitas ao recolhimento da contribuição ao PIS-Pasep e da Cofins fixadas por unidade de produtos, quando destinadas ao envasamento das bebidas su-jeitas às alíquotas diferenciadas.

Observe-se que as receitas provenientes da ven-da a pessoas jurídicas comerciais ven-das embalagens, objeto deste texto, ficam sujeitas ao recolhimento das contribuições com alíquotas diferenciadas, não im-portando a destinação das embalagens.

Contudo, vale destacar que, no caso de industria-lização por encomenda, o PIS-Pasep e a Cofins inci-dem sobre a receita bruta auferida pela pessoa jurídi-ca executora da encomenda às alíquotas de 1,65% e de 7,6%, respectivamente.

Notas

(1) As pessoas jurídicas industriais deverão destacar o valor da contri-buição para o PIS-Pasep e o da Cofins nas notas fiscais de saída referentes às operações nele referidas.

(2) As pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional não estão obri-gadas ao destaque do valor da Contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins nas notas fiscais, de que trata a Lei no 10.833/2003, art. 54, uma vez que

estão sujeitas às normas da Lei Complementar no 123/2006, que institui o

Re-gime do Simples Nacional, em que os recolhimentos são unificados, inclusive PIS-Pasep e Cofins, e, portanto, não se sujeitam à apuração prevista na Lei no 10.833/2003, art. 51.

(3) Para efeito de determinação do PIS-Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta auferida pela pessoa encomendante, aplicam-se os conceitos de industrialização por encomenda do IPI.

(Lei no 10.833/2003, arts. 51 e 54; Lei no 10.865/2004, art.

8o, §§ 6o e 6o-A; e Lei no 11.051/2004, art. 10, caput e §§ 2o e 3o,

com as redações dadas pelo art. 46 da Lei no 11.196/2005)

2. BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo é a quantidade vendida em litros de capacidade nominal de envasamento das latas de alumínio e de aço, garrafas e garrafões de plásticos, embalagens de vidros retornáveis ou não. Por exemplo, no caso de venda de 500 mil garrafas plásticas para refrigerantes, cuja capacidade de cada

garrafa seja de 2 litros, a base de cálculo das contri-buições será de 1.000.000 de litros.

Vale lembrar que dessa quantidade de litros apu-rada são descontadas:

a) a quantidade vendida em litros de capacidade nominal de envasamento dos produtos cujas vendas foram canceladas;

b) as quantidades vendidas em litros de capaci-dade nominal de envasamento passíveis de exclusão da base de cálculo da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins calculadas por unidade de produto, referentes a:

b.1) produtos isentos;

b.2) produtos saídos com suspensão da con-tribuição para o PIS-Pasep e da Cofins; b.3) devoluções de vendas de produtos sujeitos

à incidência cumulativa das contribuições.

Nota

A quantidade vendida em litros de capacidade nominal de envasamen-to corresponde ao resultado da multiplicação do número de vasilhames ven-didos pela respectiva capacidade nominal de envasamento em litros.

Em relação às pré-formas de embalagens plás-ticas, a base de cálculo é a quantidade de unidades vendidas de pré-formas para águas e refrigerantes, de acordo com a sua faixa de gramatura, sendo des-contado:

a) o número de unidades dos produtos cujas vendas foram canceladas;

b) o número de unidades passíveis de exclusão da base de cálculo da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins calculadas por unidade de produto, relativas a:

b.1) produtos isentos;

b.2) produtos saídos com suspensão das contribuições;

b.3) devoluções de vendas de produtos sujei-tos à incidência cumulativa das contribui-ções.

Nota

A devolução de venda dos produtos sujeitos ao regime de incidência não cumulativa não poderá ser deduzida da base de cálculo, pois estes ge-ram créditos a serem aproveitados.

(16)

3. ALÍQUOTAS

As receitas decorrentes da venda e da produção sob encomenda de embalagens pelas pessoas jurí-dicas industriais ou comerciais e pelos importadores, destinadas ao envasamento de bebidas, ficam sujei-tas ao recolhimento da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins fixadas por unidade de produto, nos se-guintes valores para:

a) lata de alumínio, classificada no código 7612.90.19 da TIPI e lata de aço, classificada no código 7310.21.10 da TIPI:

a.1) R$ 0,0170 para PIS-Pasep e R$ 0,0784 para Cofins, por litro de capacidade no-minal de envasamento de água classifi-cada no código 22.01 da TIPI;

a.2) R$ 0,0094 para PIS-Pasep e R$ 0,0431 para Cofins, por litro de capa-cidade nominal de envasamento de refrigerantes classificados nos códi-gos 22.02 da TIPI;

a.3) R$ 0,0162 para PIS-Pasep e R$ 0,0748 para Cofins, por litro de ca-pacidade nominal de envasamento de cervejas classificadas no código 2203 da TIPI;

b) embalagens destinadas ao envasamento de água e refrigerantes, quando se tratar:

b.1) de garrafas e garrafões classificados no código 3923.30.00 da TIPI: R$ 0,0094 para PIS-Pasep e R$ 0,0431 para Cofins, por litro de capacidade nominal de enva-samento;

b.2) de garrafas e garrafões classificados no código 3923.30.00 da TIPI, com capaci-dade nominal igual ou superior a 10 litros: R$ 0,0046 para PIS-Pasep e R$ 0,0212 para Cofins, por litro de capacidade no-minal de envasamento;

b.3) de pré-formas classificadas no código 3923.30.00 Ex 01 da TIPI, tem suas alí-quotas fixadas para PIS-Pasep e Cofins, respectivamente em:

- R$ 0,0056 e R$ 0,0259, para faixa de gramatura de até 30 g;

- R$ 0,014 e R$ 0,0647, para faixa de gramatura acima de 30 g até 42 g; - R$ 0,0187 e R$ 0,0862, para faixa de

gramatura acima de 42 g;

c) embalagens de vidro não retornáveis classifi-cadas no código 7010.90.21 da TIPI: R$ 0,0162 para PIS-Pasep e R$ 0,0748 para Cofins, por litro de capacidade nominal de envasamento de refrigerantes ou cervejas;

d) embalagens de vidro retornáveis classificadas no código 7010.90.21 da TIPI: R$ 0,1617 para PIS-Pasep e R$ 0,748 para Cofins, por litro de capacidade nominal de envasamento de refri-gerantes ou cervejas.

Notas

(1) A pessoa jurídica produtora por encomenda das embalagens para bebidas será responsável solidária com a encomendante no pagamento das contribuições para o PIS-Pasep e da Cofins.

(2) Fica fixado em 0,45 o coeficiente de redução das alíquotas da contribuição para o Pis-Pasep e da Cofins, previstas no art. 51 da Lei no 10.833/2003, incidentes na comercialização no mercado interno e na

importação de embalagens para bebidas. Excetua-se do disposto o coe-ficiente de redução das alíquotas das pré-formas classificadas no código 3923.30.00 Ex 01 da TIPI, com faixa de gramatura acima de 42 g, refe-ridas no item 3 da alínea “b” do inciso II do caput do art. 51 da referida Lei, que fica fixado em 0,56 (Decreto no 5.062/2004, art. 1o e alterações

posteriores).

(3) Fica fixado em 0,73 o coeficiente de redução das alíquotas da con-tribuição para o Pis-Pasep e da Cofins, previstas no art. 51, inciso II, alínea “a”, da Lei no 10.833/2003, incidentes na comercialização no mercado

inter-no e na importação de embalagens para água (TIPI 22.01) classificadas inter-no código 3923.30.00 da TIPI, com capacidade nominal igual ou superior a 10 litros (Decreto no 5.162/2004, art. 1o).

(Lei no 10.833/2003, art. 51; e Decretos nos 5.062/2004 -

com a Redação dada pelo Decreto no 6.073/2007 - e 5.162/2004;

e Instrução Normativa SRF no 389/2004, art. 5o)

4. CRÉDITOS

A pessoa jurídica comercial que adquirir para revenda as embalagens de bebidas mencionadas no item 3 poderá se creditar dos valores da con-tribuição ao PIS-Pasep e da Cofins referentes às embalagens que adquirir, no período de apuração em que registrar o respectivo documento fiscal de aquisição.

Na hipótese de a pessoa jurídica comercial não conseguir utilizar o crédito até o final de cada trimes-tre do ano civil, poderá compensá-lo com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Re-ceita Federal do Brasil (RFB).

Ressaltamos que esse direito ao crédito se apli-ca para as pessoas jurídiapli-cas sujeitas ao regime não cumulativo das contribuições.

Referências

Documentos relacionados

Os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos, que são universais, indissociáveis e interdependentes. O desenvolvimento de uma diversidade criativa exige a

O Instituto Euvaldo Lodi – IEL/RO torna pública a realização do processo seletivo para provimento de vaga para o Serviço Nacional da Indústria – SESI SAÚDE PORTO

Obs: se o candidato não estiver logado no portal, será apresentado em vez do botão “QUERO ME CANDIDATAR” o botão “REALIZAR LOGIN”, clicando sobre o botão será direcionado

Os dados descritos no presente estudo relacionados aos haplótipos ligados ao grupo de genes da globina β S demonstraram freqüência elevada do genótipo CAR/Ben, seguida

Aplicando-se análise fatorial nas variáveis que foram distribuídas entre as três dimensões identificadas no estudo, foi possível encontrar cinco fatores: aspectos

A presente revisão bibliográfica abordará polímeros molecularmente impressos, onde aprofundamos os processos de obtenção desses materiais através dos métodos de

(...) Não é correto (...) dizer “suspensão do contrato”, expressão que mantivemos porque assim é na doutrina preponderante. O contrato não se suspende. Suspende-se sempre

Em relação ao art. 557 do CPC, muitos também afirmam a sua importância normativa para embasar este processo de aproximação entre os modelos de controle