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Cadeia produtiva em uma rede de mercado específico para a soja diferenciada. Uma oportunidade de renda para o pequeno produtor rural do Paraná.

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Cadeia produtiva em uma rede de mercado específico para a soja

diferenciada. Uma oportunidade de renda para o pequeno produtor

rural do Paraná.

Marcos Ferreira de Camargo (Cefet-Pr) marcos_2005@pg.ceferpr.br

Magda Lauri Gomes Leite (Cefet-Pr) Magda@pg.cefetpr.br

Resumo

O presente artigo tem como objetivo central demonstrar que uma coordenação de cadeia produtiva de soja diferenciada pode ser uma oportunidade de renda para o pequeno produtor. Esse grão possui uma rica variabilidade comerci al e a qualidade do produto é a alavanca para se obter uma soja diferenciada. Essa qualidade se traduz no tamanho uniforme do grão, padrão de limpeza, cor do hilo, índices de proteína e sabor adocicado, atributos do produto que a cadeia produtiva pode apresentar ao mercado. Há sempre espaço no mercado consumidor por produtos saudáveis, nutritivos e saborosos. Não é uma tentativa de mudança no hábito alimentar, mas sim uma nova apresentação da soja, numa perspectiva de torná-la mais atraente ao consumo. A soja diferenciada é produzida em pequena escala, e pode alcançar alto valor agregado. Portando é um produto que, recebendo o tratamento adequado, dá ao pequeno produtor rural mais uma escolha na hora de plantar, colher e ter rentabilidade.

Palavras-chave: Soja, Pequeno Produtor, Cadeia Produtiva.

1. Introdução

O agronegócio, por meio de suas cadeias produtivas, foi apontado como o motor do crescimento da economia para os próximos anos, isso foi ratificado no 2º Congresso Brasileiro de Agribusiness. O campo está preparado sob o ponto de vista da oportunidade de crescimento deste mercado, mas existem dificuldades a serem superadas como vistas nos últimos dois anos. Esse trabalho limita-se a destacar a necessidade de agregação de valor de um importante produto agrícola: a soja, por afetar diretamente o pequeno produtor que vê sua renda diminuída na hora de vender sua produção.

O pequeno produtor rural é marginalizado no mercado de commoditie, onde se insere a soja brasileira. Esse mercado é caracterizado como um mercado de alto volume, prova disso é a grande expansão das lavouras de soja no cerrado brasileiro, onde o cultivo da soja aproveita-se muito bem da economia de escala, característico no cultivo de grandes propriedades. A soja diferenciada é dirigida para alimentação humana, um produto em potencial para movimentar uma cadeia produtiva, devido a sua variabilidade comercial. E para isso este grão deve apresentar qualidades físico-químicas e atributos específicos para o mercado consumidor.

Este artigo teve como base teorica os estudos dos pesquisadores americanos DAVIS & GOLDBERG no final dos anos cinqüenta, na Universidade de Harvard. Esses estudos destacam as vantagens do alcance para o montante e jusante dos elos de produção agrícola envolvidos em uma cadeia de produção, onde todos eles estão ligados em um sistema

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dinâmico com enfoque no atendimento das expectativas do mercado consumidor ou de uma estratégia mercadológica definida.

Além dessa linha de estudo nos Estados Unidos, foi utilizado também neste trabalho um método de estudo que surgiu na França na década de 60, um sistema de encadeamento, o qual se concentra no produto final no mercado. Sendo assim toda a cadeia concentra seu esforço para produzir um produto/insumo para atender um produto especifico no mercado consumidor (BATALHA, 2001).

A Justificativa deste trabalho esta na necessidade de aumentar a renda do pequeno produtor rural no estado do Paraná. Os produtores que trabalham em áreas menores que 100 ha representam quase 50% da área cultivada com soja no estado (IBGE, 2002).

Assim, o objetivo deste trabalho é apontar uma coordenação de uma cadeia produtiva, utilizando a variabilidade comercial que a soja oferece, podendo se transformar rapidamente em um mercado altamente rentável e que corrobora para aumentar a renda do pequeno produtor rural. A soja precisa de um posicionamento mercadológico estratégico a fim de conquistar o gosto do consumidor brasileiro, aumentando o seu consumo.

A metodologia aplicada, além de uma revisão bibliográfica e análise de artigos e periódicos publicados sobre o assunto, a observação no lançamento de novos produtos a base de soja no mercado e projetos de empresas que inovam com a soja. Isso demonstra um interesse crescente para o produto soja com maior valor adicionado.

Este artigo está estruturado de modo que, primeiramente apresente-se uma base teórica conceitual de análise da soja inserida em uma cadeia produtiva para mercados específicos, a importância da sua especificidade, o gerenciamento dos elos produtivos e a importância da pesquisa no campo. E por fim, a importância deste mercado que ainda está aberto e as discussões que encerram o mesmo.

2. A soja diferenciada na cadeia de produção orientada por um mercado específico Cabe realçar que uma cadeia de produção é definida neste trabalho a partir da identificação de determinado produto final. Após a identificação, cabe ir encadeando, de jusante a montante, as varias operações técnicas, comerciais e logística, necessárias a sua produção. Por exemplo, a soja para fabricação de tofu (queijo de soja), deve ter alto índice de proteína e boa germinação, ser um grão graúdo, uma soja nova, consumida seis meses após a colheita (AGROMULT,2005).

Nesse contexto o processo de agregação de valor é acelerado dentro de cadeias produtivas, onde os produtores e agroindústrias se fortalecem trabalhando na melhoria do produto para o mercado, buscando sempre aumentar os atributos físico-químicos da soja.

Assim de modo geral, uma cadeia de produção pode ser dividida de jusante a montante, em três segmentos potenciais: 1. comercialização; 2. industrialização e 3. produção de matéria-prima.

Embora do ponto de vista conceitual, as operações seqüenciais de uma cadeia possam ser de origem técnica, logística ou comercial, é mais prático, para a sua representação gráfica, um encadeamento seguindo-se as operações técnicas necessárias para elaboração do produto final. Cabe somente realçar que, ao contrário do complexo agroindustrial, uma cadeia de produção é definida a partir da identificação de determinado produto final. Após a identificação, cabe ir encadeando, de jusante a montante, as varias operações técnicas,

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comerciais e logística, necessárias a sua produção para atender a necessidade de mercado que está orientada.

No Brasil, a especificidade dos produtos agrícolas está bastante concentrada na engenharia genética e não em processos industriais inovadores que criam um padrão ao produto através da segregação adicionando valor ao produto.

Perspectivas de mercado tem mostrado um incremento gradual na demanda por estes produtos específicos, no caso da soja diferenciada, essa agregação de valor ocasionou um aumento no consumo de produtos a base de soja, com o efeito dessa adição de valor houve um aumento no consumo de margarinas, cremes vegetais, maioneses e salad dressing, ao mesmo tempo em que cresceu o uso da soja para o consumo humano e derivados protéicos, suplementos alimentares, molhos, grãos in natura, etc.

Um dos produtos mais conhecidos da soja é o extrato hidrossolúvel de soja (conhecido como leite de soja). Para se produzir o “leite” de soja são desejáveis variedades com alto conteúdo protéico, sementes de cor amarela clara e com hilo claro ( NICHE MARKET SOYBEANS, 2002). A produção de extrato hidrossolúvel de soja é de fácil elaboração, contudo sua utilização na alimentação humana no Paraná ainda é limitada. O fato está relacionado ao uso de variedade de soja inadequada que produz sabor de feijão cru, deixando o produto sem sabor (SACCO,2001).

Soja com sementes grandes podem ser utilizadas de várias formas: “soja hortaliça” consumida principalmente como tira-gosto e também como legume, em adição a sopas ou processadas em doces (TSUTSUMI, 2000). É comercializada fresca, congelada ou enlatada. A soja doce, compreende genótipos com sementes grandes, de tegumento preto, consumidas na forma de grãos maduros, geralmente cozidos a vapor e é utilizada no preparo de doces especiais, soja salada apresenta sementes maduras grandes, com tegumento de cor amarela e hilo com creme, aceitando-se em alguns locais grãos de cor verde (YOKOMIZO, 1999). A soja pode ser classificada em dois grupos: soja para produção de óleo e farelo, tipo grão (commoditie) e soja para alimentação humana, soja diferenciada tipo produto. A soja diferenciada pode ser dividida em duas classes: sementes pequenas, com peso de 100 sementes menor que 10 g, destinadas ao consumo em forma de brotos e de natto (alimento fermentado); e sementes grandes com peso de 100 sementes maior que 20g. Além da soja preta com alto valor comercial nos países asiáticos, conforme figura 1.

Figura 1: Fonte: Agronegócios&Biotecnologia, setembro 2004.

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de carboidratos e 5% de cinzas. A composição do grão inteiro ou de suas partes estruturais depende de muitos fatores, tais como a variedade, o genótipo, o estágio de desenvolvimento, localização geográfica e intempéries climáticas (LIU, 1999).

Além de apresentar sementes maiores, a soja tipo alimento possui sabor adocicado, alto teor de carboidratos, menor produção ou ausência de odores indesejáveis, reduzido teor ou ausência de fatores antinutricionais (LIU, 1999). Apresenta elevado teor protéico (conforme figura 2), proteínas ricas em aminoácidos essenciais, exceto sulfurados: metionina e cistina. A carência de aminoácidos sulfurados pode ser facilmente contornada associando-se a soja com outros alimentos complementares, como cereais (arroz, milho e trigo, por exemplo) (YOKOMIZO, 1999). Também apresenta menor teor de óleo, cor clara e uniforme das sementes (cotilédone, tegumento e hilo), menores teores de ácidos graxos insaturados como linolênico e linoleico e de lipoxigenase (LIU, 1999).

A figura 2 fornece dados de alimentos e o conteúdo de proteínas de soja.

Produto Quantidade Conteúdo de

proteína de soja kg

Tofu tipo firme 113,40 gramas 13 gramas Tofu tipo soft ou silken 113,40 gramas 9 gramas Hambúrguer com soja 01 10-12 gramas Leite de soja 237 ml 10 gramas Barra de proteína de soja 30 gramas 14 gramas Copo de soja cozida ½ copo 16 gramas Copo de soja assada ½ copo 39 gramas Fonte: USDA/AGROMULT

Figura 2 – Comparação de produtos e o conteúdo de proteína de soja

Como todas as leguminosas, a soja é uma fonte de vitaminas do complexo B, mantendo essas características da colheita ao consumo, o que não acontece com diversos cereais nos quais o beneficiamento retira quase todas as vitaminas e minerais (ZANGELMI, 1989).

3. Gerenciamento de Cadeias Produtivas com enfoque no mercado consumidor

Não é mais suficiente um elo de produção cuidar apenas de sua eficiência interna. O modelo gerencial das empresas começa a se preocupar com a performance da cadeia produtiva como um todo (Miranda,1997). O modelo de cadeia produtiva amplia o foco de gestão para além da fronteira legal da empresa, incluindo todas as atividades das empresas (lê-se produtor rural como empresa) da cadeia produtiva.

O gerenciamento de cadeias produtivas apresenta um novo paradigma de gestão empresarial que vem sendo estudado por especialistas. Essa forma de gestão amplia a visão da empresa para todas as atividades da cadeia, dirigindo esforços para as necessidades do mercado, a cadeia produtiva trabalha orientada em uma estratégia mercadológica (Billington, 1994. Copacino,1997. Miranda,1997) .

Quem adotar um posicionamento mercadológico estratégico sai na frente na questão do atendimento ao cliente. Os atributos do produto no mercado consumidor devem orientar o esforço da cadeia produtiva. “Pois a competitividade não se limita à eficiência produtiva em nível de firma. Passa a depender de toda a cadeia produtiva e de sua organização”(Farina, 1997, p.145).

O objetivo da cadeia produtiva e manter os atributos que são fundamentais para a diferenciação da soja no mercado de processamento e de consumo que esperam essa diferença, pois são esses atributos que agregam valor no processo produtivo diminuindo

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custos e aumentando a qualidade dos produtos, e principalmente o aumento da demanda. Estes atributos seguem aspectos como a cor do hilo, tamanho das sementes, conteúdo do óleo ou da proteína, pureza da variedade, umidade do grão, e principalmente sabor agradável, também é desejável um padrão de limpeza e uniformidade do grão. Tudo isso para que quanto mais próxima do gosto do consumidor à soja se apresentar, maior será o seu valor adicionado.

Esse processo envolve todo o cuidado desde a escolha da variedade da semente, processo de plantio, tempo de safra e a colheita, embalagem para os produtos, transporte e armazenagem adequada.

4. A importância da pesquisa para aumentar a qualidade da soja no c ampo

Recentemente, vem surgindo no país uma nova categoria de produtores de soja diferenciada para atender ao crescente interesse de uso na alimentação humana direta e para exportação para países asiáticos. Os mercados dos países asiáticos podem ser considerados altamente promissores, tanto pela dependência destes países em relação ao consumo de soja como pela regularidade da demanda.

Entretanto, esse mercado apresenta peculiaridades às quais os pequenos produtores exportadores precisam se ajustar. As exigências de padrões de qualidade, sustentadas principalmente pelos importadores japonês, especialmente pelas indústrias de produtos alimentícios típicos, são muito rígidas.

Assim, novas pesquisas devem continuar orientadas no germoplasma de soja onde há considerável variabilidade nos teores de proteína, que oscilam de 29 a 50%. Deve-se ressaltar ainda, que o óleo foi sempre a fração econômica mais importante, o que acentuou a seleção de cultivares com altos teores de óleo, evidenciada pela correlação positiva entre óleo e rendimento.

Através da manipulação dos genes da fração protéica é possível avançar mais rapidamente na melhoria da qualidade da proteína de soja. Óleo e conteúdo total de açúcar, sacarose, rafinose e estaquiose, estão positivamente associados. Ao mesmo tempo em que, tanto óleo quanto açúcares totais, estão negativamente correlacionados com proteína; então se pode dizer que muita proteína leva a uma deficiência em açúcar (MORAIS & SILVA, 1996).

Apesar da constante evolução em termos de rendimento de produção, pouco tem sido feito em relação ao aspecto da qualidade. Razão disso é o pouco melhoramento para qualidades nutricionais da soja. Hoje, entende-se que a soja é uma opção alimentar nutritiva e econômica. Assim, é extremamente importante que programas de desenvolvimento de cultivares com melhores características nutricionais sejam incentivados e apoiados, não só para o aumento do consumo interno, como também para o mercado externo cada vez mais exigente quanto à qualidade do grão.

Portanto, paralelamente às características de produtividade, devem ser consideradas as qualidades nutricionais. Em geral, um programa de melhoramento com esse objetivo deverá envolver genótipos com alto teor de proteína, melhor balanceamento de aminoácidos essenciais, redução dos fatores antinutricionais e dos fatores causadores de flatulência, bem como melhoria do sabor.

O cuidado no processamento de novas variedades reduz esses fatores limitantes, mas aumenta o custo dos produtos. Assim sendo, é muito importante que esses fatores sejam eliminados ou reduzidos através de métodos tradicionais de melhoramento de plantas, buscando sempre um

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alto teor de proteína e níveis de rendimento aceitáveis.

Entre os fatores que definem as qualidades físico-quimicas no grão de soja, o principal deles é o genético, ou seja, a variedade tem que ter aptidão para altos ou baixos teores. Aliados a uma boa genética, os fatores locais do meio ambiente, como clima, altitude, latitude, temperaturas médias, fertilidade do solo e condições climáticas durante o desenvolvimento das culturas e colheita, podem tanto melhorar quanto piorar os teores naturais (LENA, 2002). Neste contexto, o pequeno produtor que planta soja em pequenas propriedades, fora de uma cadeia produtiva e sem um mercado específico para colocar um produto com valor adicionado pode ficar sem renda para sua subsistência no campo. O pequeno produtor deve trabalhar para obter na soja um novo produto e com maior valor comercial, e a pesquisa é o inicio do processo, porque novas variedades precisam surgir no campo para atender uma nova demanda por soja.

5. Mercado aberto para a soja diferenciada

Com essa riqueza de aplicação comercial a soja pode ser consumida in natura, semicozida, na forma de extrato de soja (leite) liquido ou em pó, aromatizado ou não, proteína vegetal texturizada, processada com outros alimentos, como biscoitos e sopas, tofu (queijo de soja), shoyu (molho), natto (grãos fermentados), misso (pasta), e broto. No Brasil a soja está mais presente na alimentação na forma indireta, como proteína vegetal texturizada, farinhas integral e desengordurada, lecitina e tocoferol (vitamina E) que entram na composição de embutidos, hambúrgueres, leite em pó, pães, massas salgadas, biscoitos, sorvetes, entre outros (Yokomizo,1999).

Apesar das potencialidades de aproveitamento industrial que desfruta a soja, os produtos para consumo humano obtidos não encontram aceitação perante o público consumidor, devido a uma série de inconvenientes de natureza sensorial bem como os hábitos arraigados da população com relação a outros alimentos, e isso esta em processo de mudança.

Mas ainda assim a soja é conhecida e tratada como commoditie no Brasil, a geração de riqueza esta pautada em volume, e grande parte dirigida para o mercado internacional. Mas a soja também é considerada hoje como uma importante e barata fonte de alimento humano pela quantidade e qualidade da sua proteína. Várias pesquisas vêm apresentando ótimos resultados que a soja proporciona para saúde do homem, além de alimentar traz benefícios à saúde. Efetivamente, é um produto que apresenta economicidade, praticidade, boas características organolépticas e nutricionais.

Há dois tipos de sabores considerados indesejáveis nos produtos protéicos de soja. Um deles é composto pelos voláteis, responsáveis pelo sabor herbáceo ou feijão cru / beany flavor, sendo originado pela oxidação do ácido linolênico e outros lipídeos poliinsaturados sob a ação das lipoxigenases; e outro pelos compostos não voláteis, responsáveis pelo sabor amargo e adstringente (YOKOMIZO, 1999).

Nos EUA, têm sido desenvolvidas inúmeras pesquisas objetivando o melhor aproveitamento dos derivados da soja na alimentação humana. Essas pesquisas visam desenvolver cultivares de melhor sabor, por intermédio da eliminação das enzimas lipoxigenases. A eliminação genética dessas enzimas constitui um dos itens de melhoramento da qualidade da soja (TEIXEIRA, 2000).

No Brasil, a implantação de um programa de melhoramento genético que produza cultivares do tipo alimento, de maneira a associar boas características de cultivo com boas características sensoriais e nutricionais, trará perspectivas de abertura de novos mercados de

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exportação e possibilidade de melhorar a aceitação da soja na mesa do brasileiro, fato altamente desejável, dado o excelente valor nutricional e baixo custo desta leguminosa. 6. Discussões

Este artigo apresenta a importância do trabalho em cadeia produtiva para a especificidade de produtos, onde o produto final orienta os outros elos de jusante a montante. Incluindo desde a escolha da semente até o processo industrial, para que o insumo/produto atenda as necessidades de cada demanda em nichos de mercado, onde a commoditie não alcança. A soja diferenciada pode ser plantada e cultivada no estado do Paraná, porque há condições favoráveis como: altitude, clima, solo e grande quantidade de pequenos produtores rurais. A produção de soja diferenciada é de pequena escala, devido aos cuidados no plantio e colheita. Esta pode ser uma das soluções para o Estado que busca manter o produtor rural fixado no campo com uma boa estrutura de subsistência.

Nutricionalmente e culturalmente , os alimentos de soja têm a mesma importância para as pessoas do leste da Ásia, como ovos e leite para as pessoas do ocidente. Essa mudança de habito alimentar do consumidor brasileiro: incluir soja em sua dieta diária, é uma questão de tempo. Porque as mudanças tecnológicas estão avançando através de pesquisas no melhoramento de soja.

É imprescindível que estudos sejam desenvolvidos no Brasil a respeito do uso da soja na alimentação humana por diversos motivos. Um desses motivos é o fato já delineado de o país ser o segundo maior produtor mundial da leguminosa e também por produzir material não transgênico e com a possibilidade do cultivo orgânico.

Outro motivo é a carência nutricional que existe no país, mesmo com a imensa produção de grãos, entre os quais a soja, rica em proteína e de baixo custo quando comparada com outras fontes de proteína usadas na alimentação. Ultrapassados alguns fatores limitantes tais como o sabor desagradável de produtos de soja mal processados e presença de fatores anti-nutricionais, disponibiliza-se aos consumidores um alimento de elevado valor nutricional e que pode trazer vários benefícios à saúde se ingerido regularmente.

Ainda cabem pesquisas e novos trabalhos para se criar cadeias produtivos para outros produtos agrícolas como a mandioca, o milho branco, cevada, aveia etc. Criando condições para abertura de novos mercados mais rentáveis para o pequeno produtor rural.

E o mais importante: gerar mais rentabilidade para o pequeno produtor que terá mais escolha na hora de plantar e obter renda através do seu trabalho no campo.

Referências

AGROMULT. Projeto da Agroindústria que vai se instalar em Irati-Pr. Janeiro, 2005.

BATALHA, O. M. – Gestão Agroindustrial , Grupo de estudos e pesquisas Agroindustriais 2001 (GEPAI),

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COPACINO, W. C. - Supply chain management: the basics and beyond. Boca raton, FL: the St. Lucie

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Secretaria da indústria, comércio, ciência e tecnologia – governo do estado de São Paulo. Série tecnologia

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