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CONSELHO DE DISCIPLINA DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL

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Academic year: 2021

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Introdução

1. Registam-se, agora, mais dois meses de trabalho da instância disciplinar da Fe-deração Portuguesa de Futebol e julga-se poder afirmar que os números continuam a ser dignos de registo para quem quer uma disciplina desportiva efetiva.

Contudo, mais do que os números, o modelo de atuar do Conselho de Disciplina, a sua cultura – baseada no estrito respeito das normas legais e regulamentares – permane-ce, desde o início deste mandato, inatacável. E esse valor, independentemente do que se possa afirmar no espaço comunicacional (onde se vive toda uma outra “realidade”), ninguém tira ao Conselho de Disciplina, ao trabalho das suas duas Secções.

O que se lamenta – não se pode deixar de o fazer – é que as decisões disciplinares não sejam tomadas pelo seu valor jurídico, me-lhor ou pior. Ao contrário do que é normal na litigância dos cidadãos e das pessoas coletivas, inclusive na vertente criminal, onde as decisões dos tribunais podem e são criticáveis – e por isso recorríveis – tendo exclusivamente por base a sua qualidade, na disciplina desportiva do futebol o pano-rama é bem diverso.

Uma decisão que não seja favorável a al-guém não é muitas vezes abalada pela sua fraca qualidade jurídica, pela sua eventual errada aplicação das normas dos regula-mentos desportivos.

Tal passa, na melhor das hipóteses, para um segundo plano. O que verdadeiramente se imputa à decisão desfavorável é sem-pre uma primeira intenção, não jurídica. A decisão disciplinar é, muitas vezes, vista e desprestigiada pela imputação indevida que serve os interesses de outro alguém, quem quer que em concreto seja.

Desta forma, desrespeita-se a instância disciplinar e, acima de tudo, as instituições desportivas.

Permanece viva – vindo do passado – uma perspetiva maniqueísta da disciplina des-portiva e, bem mais grave do que isso, a de que essa atividade de natureza pública ser-ve outros causas que não as da legalidade, imparcialidade e justiça.

Se esta visão – e a sua contínua reafirmação – nos causa desagrado, em face do esforço de todos os membros do Conselho de Disci-plina e dos elementos que contribuem para o seu trabalho, estejam eles na Federação Portuguesa de Futebol ou na Liga Portu-guesa de Futebol Profissional, não tem ela, contudo, que fique bem claro, o condão de nos fazer arrepiar caminho ou de desistir do exercício da função disciplinar.

2. Em outubro alcançou-se um novo texto do Regimento do Conselho de Disciplina, que foi enviado, para aprovação, à Direção da Federação Portuguesa de Futebol. Este

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órgão veio-o a aprovar na sua reunião de 7 de novembro.

Para além de alguns ajustes pontuais, o novo texto recolhe norma sobre o dever de reserva dos membros do Conselho de Disci-plina (artigo 11.º), do seguinte teor:

1. Atenta a natureza das suas funções, os membros do Conselho de Disciplina não podem solicitar, direta ou indiretamente, para si ou para outrem, a clubes, sociedades desportivas ou outras entidades desporti-vas, designadamente, convites, bilhetes ou ofertas para eventos desportivos ou outros relacionados com o futebol.

2. No caso de um membro do Conselho de Disciplina receber, por qualquer meio, designadamente, convite, bilhete ou oferta, por parte de um clube, sociedade desportiva ou outra entidade desportiva, para presença em evento desportivo ou outro relacionado com o futebol, deve comunicar de imediato tal ocorrência ao Protocolo da Federação Portuguesa de Futebol, que decidirá, se for o caso, quem representará a Federação no evento em causa.

Trata-se, em bom rigor, respondendo a in-vocação do Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, de formalizar aquilo que, antes do início do mandato, foi deter-minado para o funcionamento do Conselho de Disciplina.

3. Um outro enfoque sobre estes dois me-ses vai, naturalmente, para os resultados alcançados quanto às decisões disciplinares comuns do Conselho de Disciplina.

No que concerne à Secção Não Profissional, como resulta dos dados adiante fornecidos, pode considerar-se estável a sua produção,

sendo que essa qualidade se regista em patamar francamente positivo. Ligeiras diferenças face ao relatório anterior são explicáveis pela instauração de novos processos disciplinares e ainda pela data em que alguns processos ficaram conclusos para relato.

Por seu turno, a Secção Profissional não diverge deste diapasão.

Ou seja, o Conselho de Disciplina, seguindo orientações bem claras quanto à celeridade do seu agir, procura constantemente – e as-sim o tem atingido – manter uma cadência decisória que não possibilite o surgir de pendências injustificáveis.1

Este registo, representando como que par-te do ADN do Conselho de Disciplina, sem colocar em crise a qualidade das decisões é, obviamente, para manter até final do mandato.

4. Neste período, deram-se importantes passos em processo administrativamente pesado e moroso. Referimo-nos ao proce-dimento relativo às declarações de registos de interesses dos agentes de arbitragem. Assim, a 16 de outubro, 158 agentes de ar-bitragem foram notificados para, no prazo de dez dias úteis, apresentarem tal declara-ção, como sendo uma declaração inicial. Para além de outros atos secundários – por exemplo, solicitação de informação ao Con-selho de Arbitragem sobre quais os agentes com licença para não atuar nesta época desportiva –, regista-se a autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados, relativa à recolha destas declarações, a instauração de 15 processo disciplinares, a 10 de novembro de 2017 e o envio de duas participações disciplinares ao Conselho de

1 Por outro lado, como já tornado público em outros relatórios, em recursos de decisões que apliquem sanções de suspensão de atividade, o Conselho de Disciplina procura decidir de forma a que, temporalmente, alcance eventual efeito útil para o arguido. A título de exemplo, referia-se a decisão alcançada, a 10 de novembro, no recurso para o pleno da Secção Não Profissional n.º 2 – 2017/2018, publicada na íntegra na página de internet da FPF.

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Justiça.

5. No domínio da publicidade das decisões do Conselho de Disciplina, para melhor co-nhecimento da sua jurisprudência, a 11 de outubro de 2017 foi publicada a compilação de sumários dos acórdãos proferidos pela Secção Não Profissional na época desporti-va 2016/2017.

A 19 de outubro, foi a vez de ser publicada a compilação de sumários dos acórdãos proferidos pela Secção Profissional na épo-ca desportiva 2016/2017.

Por outro lado, como já anunciado no an-terior relatório, no dia 11 de outubro, ini-ciou-se a publicação semanal, na página da FPF, do estado dos processos no âmbito da Secção Não Profissional.

Assim, todas as semanas, os interessados podem ter conhecimento do estado – pen-dentes de decisão do Conselho de Disciplina, da realização de audiência ou ainda em fase de instrução – de todos os procedimentos disciplinares que existam, sejam eles da competência decisória final da Secção Não Profissional ou da Secção Profissional. É algo nunca alcançado e que dá vivo sinal de um modo diferente da vivência discipli-nar no âmbito da Federação Portuguesa de Futebol.

6. A 13 de novembro, o Presidente reuniu, na Direção Nacional da Polícia de Seguran-ça Pública, com graduados dessa forSeguran-ça de segurança pública, no sentido de alcançar maior eficácia no domínio da luta contra a violência no futebol, particularmente no que respeita ao mau comportamento do público.

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No final do último período, a 30 de setembro de 2017, quanto à situação processual (pen-dências) o registo era o seguinte:

A secção teve 8 reuniões plenárias e 7 reuniões restritas entre 1 de outubro e 30 de novembro de 2017. Eis os resultados alcançados:

Secção Não Profissional

2 Foram apreciados 1958 jogos das competições organizadas pela FPF.

0 0 0 Processos de averiguações conclusos no CD para decisão

Recurso para o pleno no CD Recursos de revisão conclusos no CD

80+

13+

7

Processos disciplinares em fase de inquérito/ instrução Processos de averiguações em fase de inquérito Processos disciplinares conclusos no CD para decisão

Processos pendentes a 30 de setembro

5

32

3

Processos sumários em formação restrita Processos disciplinares

Processos de averiguações Recursos de revisão Recursos para o pleno

Reclamações Total 13942 15 2 0 3 0 1418 Processos decididos

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3 Recursos para o pleno 0 0 Recursos de revisão Reclamações Processos decididos

75+

15+10

2 Processos de averiguações 15 Processos disciplinares

por razões de melhor leitura não se incorporam os processos sumários, devido ao seu elevando número.

0

0 Recursos de revisão Reclamações autuadas

autuados

78+

16+6

8

3

40

Processos disciplinares instaurados

Processos de averiguações instaurados Recursos para o pleno

autuados

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0 0

Recurso para o pleno no CD Processos disciplinares em fase de inquérito/ instrução Recursos de revisão conclusos no CD

71+

16+12+

1

Processos de averiguações conclusos no CD para decisão Processos de averiguações em fase de inquérito Processos disciplina-res conclusos no CD para decisão

Processos pendentes a 30 de novembro

8

11

48

1

O número de processos disciplinares insaturados neste período foi bem significativo. Contudo ele deve ser lido com cautela. Na verdade, nesse universo encontram-se, em per-centagem significativa, processo disciplinares instaurados tendo por objeto a não entrega, ou a entrega fora do prazo, de declarações de interesses de agentes de arbitragem.

Assim, à partida, para os meses dezembro 2017 e janeiro 2018, esta é a situação proces-sual da Secção Não Profissional do Conselho de Disciplina:

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No final do último período, a 30 de setembro de 2017, quanto à situação processual (pen-dências) o registo era o seguinte:

Secção Profissional 0 9 7 Processos de inquérito conclusos no CD Processos disciplina-res em instrução na CI da LPFP Processos de inquéri-to em instrução na CI da LPFP

39+

30+22+9

Processos disciplinares conclusos no CD Recursos hierárquicos impróprios conclusos no CD

Processos pendentes a 30 setembro

5

2

A secção teve 8 reuniões plenárias e 8 reuniões restritas entre 1 de outubro e 30 de novembro de 2017 e realizou 3 audiências disciplinares3. Vejamos os resultados:

Processos sumários em formação restrita Processos disciplinares decididos Processos de inquérito decididos Recursos hierárquicos decididos

Total 706 7 5 13 713 Processos decididos

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Por razões de melhor leitura do gráfico não se incorporaram os processos sumários, devido ao seu elevado número.

16 0 Processos disciplinares decididos Processos de inquérito decididos

64+

36

9 Recursos hierár-quicos decididos Processos decididos

39+

32+29

Recursos hierárquicos impróprios autuados Processos de inquérito instaurados Processos novos Processos disciplinares instaurados

12

10

9

(9)

Assim, à partida, para os meses dezembro de 2017 e janeiro de 2018, esta é a situação processual da Secção Profissional do Conselho de Disciplina:

9 Processos de inquérito em instrução na CI da LPFP Processos disciplinares em instrução na CI da LPFP

38+

33+

13+

8+8

Processos disciplinares conclusos no CD Recursos hierárquicos impróprios conclusos no CD Processos de inquérito conclusos no CD

Processos pendentes a 30 de novembro

8

3

2

2

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Recursos para o pleno da secção

Na Secção Não Profissional, as decisões proferida em processo sumário foram impugnadas em três ocasiões, tendo sido, consequentemente, autuados três recursos para o pleno.

Quanto à Secção Profissional, as decisões em formação restrita foram impugnadas em dez ocasiões, tendo sido, consequente-mente, autuados dez recursos hierárquicos impróprios.

Recursos para o Conselho de Justiça

As decisões do pleno da Secção Não Profis-sional não foram objeto de recurso para o Conselho de Justiça durante o período em análise, nem foi proferida nenhum acórdão relativamente a decisões da Secção Não Profissional.

Uma decisão proferida na Secção Profissio-nal do Conselho de Disciplina foi alvo de im-pugnação no período de referência, a saber: 1. Recurso hierárquico impróprio n.º 14 – 2017/2018, com decisão proferida em 10 de outubro de 2017 (Processo de recurso n.º 05 – 2017/2018)

No período em análise foram proferidos acórdãos pelo Conselho de Justiça relativa-mente a decisões da Secção Profissional, a saber:

1. Processo de recurso n.º 02 – 2017/2018 (recurso hierárquico impróprio n.º 04 –

2017/2018), em que o Conselho de Justiça se declarou incompetente

2. Processo de recurso n.º 05 – 2017/2018 (recurso hierárquico impróprio n.º 14 – 2017/2018), em que o Conselho de Justiça ordenou baixar o processo

Recursos para o Tribunal Arbitral do Desporto

Apenas uma decisão do pleno da Secção Não Profissional foi objeto de recurso para o TAD:

1. Processo disciplinar n.º 210 – 2016/2017, com decisão proferida em 10 de novembro de 2017 (Processo de recurso n.º 70/2017 pendente no TAD)

No período em análise foi decidido pelo Tribunal Arbitral do Desporto o seguinte recurso de uma decisão da Secção Não Pro-fissional:

1. Processo de recurso n.º 29/2017 (proces-so disciplinar n.º 53 – 2012/2013), em que foi concedido provimento ao recurso.

As decisões do pleno da Secção Profissional foram objeto de recurso para o TAD nos seguintes processos:

1. Processo disciplinar n.º 56 – 2016/2017, com decisão proferida em 26 de setembro de 2017 (Processo de recurso n.º 62/2017 pendente no TAD)

2. Recurso hierárquico impróprio n.º 08 –

Os recursos das decisões do Conselho de Disciplina

4

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2017/2018, com decisão proferida em 26 de setembro de 2017 (Processo de recurso n.º 63/2017 pendente no TAD)

3. Recurso hierárquico impróprio n.º 15 – 2017/2018, com decisão proferida em 10 de outubro de 2017 (Processo de recurso n.º 65/2017 pendente no TAD)

4. Recurso hierárquico impróprio n.º 18 – 2017/2018, com decisão proferida em 24 de outubro de 2017 (Processo de recurso n.º 67/2017 pendente no TAD)

5. Recurso hierárquico impróprio n.º 12 – 2017/2018, com decisão proferida em 7 de novembro de 2017 (Processo de recurso n.º 69/2017 pendente no TAD)

6. Recurso hierárquico impróprio n.º 19 – 2017/2018, com decisão proferida em 14 de novembro de 2017 (Processo de recurso n.º 72/2017 pendente no TAD)

No período em análise foram decididos pelo Tribunal Arbitral do Desporto os seguintes recursos de decisões da Secção Profissional: 1. Processo de recurso n.º 11/2017, ao qual foram apensados os processos de recurso n.ºs 12/2017 e 14/2017 (Recursos hierár-quicos impróprios n.ºs 17, 22 e 24, todos da época desportiva 2016/2017), em que foi concedido provimento ao recurso.

2. Processo de recurso n.º 38/2017 (proces-so disciplinar n.º 47 – 2015/2016), em que foi negado provimento ao recurso.

3. Processo n.º 40/2017 (recurso hierárqui-co impróprio n.º 16 – 2016/2017), em que foi concedido provimento ao recurso.

4. Processo n.º 59 A/2017 (Processo

dis-ciplinar n.º 51 – 2016/2017), em que foi indeferido o pedido, não sendo decretada a providência cautelar.

Tribunal Central Administrativo Sul

No período em análise foram interpostos dois recursos para o Tribunal Central Ad-ministrativo Sul, das decisões do Tribunal Arbitral do Desporto, a saber:

1. Processo de recurso n.º 144/17.0BCLSB, referente ao processo de recurso no Tri-bunal Arbitral do Desporto n.º 1/2017 e apensos da decisão proferida pela Secção Profissional nos recursos hierárquicos impróprios n.ºs 13, 10, 20 e 18, todos da época desportiva 2016/2017.

2. Processo de recurso n.º 143/17.1BCLSB, referente ao processo de recurso no Tribu-nal Arbitral do Desporto n.º 26/2017 da decisão proferida pela Secção Profissional no recurso hierárquico impróprio n.º 35 – 2016/2017.

Neste período em análise não foram decidi-dos processos pelo Tribunal Central Admi-nistrativo Sul que envolvam processos do Conselho de Disciplina.

Supremo Tribunal Administrativo

No mesmo período não foi interposto ne-nhum recurso para o Supremo Tribunal Administrativo, das decisões do Tribunal Central Administrativo Sul.

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No entanto, foi decidido um processo pelo Supremo Tribunal Administrativo que en-volve processo do Conselho de Disciplina, a saber:

1. Processo n.º 1058/17, recurso de revista da decisão do processo n.º 56/17.7BCLSB do Tribunal Central Administrativo Sul, re-ferente ao processo de recurso no Tribunal Arbitral do Desporto n.º 30/2016 da deci-são proferida pela Secção Profissional, no processo disciplinar n.º 02 – 2016/2017.

Referências

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