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Modelo matemático multicritério para a construção de índices e ponderação de fatores de vulnerabilidade

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(1)

Modelo matemático multicritério

para a construção de índices e

ponderação de fatores de

vulnerabilidade

João Lutas Craveiro

Sociólogo

Investigador Auxiliar do LNEC

DEPARTAMENTO DE EDIFÍCIOS

Docente Convidado da FCSH/UNL

WORKSHOP CESNOVA

28 de Maio de 2012

Centro de Estudos em Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

(2)

Porquê um modelo multicritério?

>

Porque a avaliação de vulnerabilidades ou de elementos

expostos a determinados riscos requer a integração de

variáveis sociais (população, edificado, atividades, etc) e

ambientais (associadas às características do próprio risco e

dos territórios afetados).

(3)

•Fenómenos

perigosos

•Erosão costeira •Cheias e inundações •Fenómenos climáticos extremos •Vulcões •Movimentos de vertente •Sismos •Incêndios florestais e urbanos •Outros

•Contexto geomorfológico

•Suscetibilidades geonaturais face à ocorrência de fenómenos perigosos: •Cota do terreno

•Evolução (linha da costa) •Declive e morfologia das

praias

•Tipologia costeira (costas arenosas)

•Estabilidade das arribas

•Altimetria e zonas inundáveis

•Contexto societal

•Demografia das áreas afetadas e

características dos grupos de risco •Usos e tipologia das

habitações •Evolução da ocupação urbana e industrial •Mobilidade •Infraestruturas de proteção

•Perceção social do risco

(Erosão costeira e galgamento oceânico da linha da costa)

Cálculo de valores

Adaptado de José Luís Zêzere, 2007 e ANPC, 2009

Processos ou ações danosas de

ordem natural, tecnlógica ou mista Consequências

Ocorrência de fenómenos suscetíveis de provocar danos

(perigosidade/hazard) Vulnerabilidades sociais

Risco

Suscetibilidade (incidência espacial e vulnerabilidades naturais)

(4)

Alguns conceitos fundamentais

ANPC, 2009

Risco

Probabilidade de ocorrência de um processo (ou ação) perigoso e

respetiva estimativa das suas consequências sobre pessoas, bens ou

ambiente

Vulnerabilidade

Grau de perda de um elemento ou conjunto de elementos expostos, em

resultado da ocorrência de um processo (ou ação) natural, tecnológico ou

misto de determinada severidade.

Severidade

Capacidade do processo ou ação para danos em função das suas

características (grandeza física do processo ou ação e não das suas

consequências)

Suscetibilidade

Incidência espacial do perigo, propensão de uma área ser afetada.

Perigo

Processo ou ação natural, tecnológico ou misto suscetível de produzir

perdas e danos identificados.

(5)

Análise multicritério AHP

(Analytic Hierarchy Process)

Processos matemáticos

Priorização de alternativas

Ponderação de critérios e

indicadores

> O desenvolvimento e aplicações da metodologia AHP deve-se a Thomas Saaty e outros. Um resumo dos procedimentos pode ser consultado em:

Resulta

de:

(‘70s)

Cálculo verificável através de testes de consistência e

de construção numérica dos respetivos pesos

mediante comparações sucessivas emparelhadas e

extração de vetores matriciais.

As opções entre alternativas / atribuição de pesos

diferentes a critérios de decisão ou indicadores de

análise envolvem um cálculo inter-subjetivo (mesmo

que realizado por peritos)

(6)

Porquê utilizar o método AHP?

Frequentemente usado como instrumento de auxílio em processos de decisão

Pensado para opções estratégicas no domínio das empresas ou da economia

O método AHP é útil para outros domínios sempre que estejam em jogo a

comparação de juízos sobre diferentes critérios de análise com inclusão de

informação pertinente de natureza estatística.

(muitas vezes a atribuição de valores ou pesos de importância a dimensões de análise ou indicadores resulta de reuniões de peritos sem análise crítica dos seus resultados)

Especialmente indicado como

metodologia de análise multicritério

testes de consistência

Permite desenvolver

AHP?

AHP

?

AHP?

AHP

?

AHP?

(7)

Vantagens do método AHP

ANPC, 2009

Reduz a subjetividade dos julgamentos humanos e da tomada de

decisões ou ponderação de critérios, embora não se possa substituir

à escolha das variáveis e dos próprios critérios de análise.

Permite a replicação da metodologia e verificação matemática de

resultados bem como a sua utilização para regiões ou contextos

diferentes, mantendo ou fazendo variar os critérios de análise.

Possibilita a decomposição do problema numa hierarquia de critérios,

expondo-se de forma clara o processo da sua hierarquização e

atribuição diferenciada de pesos ou valores de importância.

Os pesos ou valores de importância com que se hierarquizam os

critérios e os indicadores podem ser assumidos como coeficientes

de ponderação para outras operações e objetivos associados.

(8)

Da teoria dos jogos

à teoria dos sistemas

Expert Choice software is based on Dr. Thomas Saaty’s

work on the mathematical Analytic Hierarchy Process (AHP). The dynamic understanding of Saaty’s work converges with Dr. Jay Forrester’s work on System

Dynamics where any system can be conceptualized in terms

of flows and sinks. The beauty of System Dynamics is that any system can be understood by anybody; and in fact, it is a matter of just thinking and playing in terms of water flowing from taps and water sinking into tubs.

I don’t subscribe to the societal implications of conventional game theory as this theory is based on winning at the

expense of other people, that is plutocracy, democracy for the few and privileged. Instead, I subscribe to the societal

implications of System Dynamics where everybody wins, individually and collectively, that is democracy for all.

(9)

>

Comunidades humanas: escala?

NUTSIII, Município, Freguesia, quarteirão? A informação disponível pode variar com as

escalas de análise.

E a informação disponível para componentes não-sociais?

>

Critérios e indicadores?

Vamos adotar critérios e indicadores naturais e sociais.

Objectivo

Construir um índice de vulnerabilidade das

comunidades humanas face ao risco de

erosão e galgamento oceânico

Questão

central

mais expostas aos riscos considerados?

O que torna as comunidades humanas

Método multicritério AHP

(10)

>

Critérios e indicadores

Vulnerabilidades

Dimensões de vulnerabilidade associadas à agitação marítima Dimensões de vulnerabilidade associadas à morfologia Dimensões de vulnerabilidade associadas à ocupação do território Dimensões de vulnerabilidade associadas à população Critérios de análise Variação da linha da costa (erosão >1m/ano) Amplitude média da maré (<2m)

Variação do nível das águas do mar (>3mm/ano) Cota topográfica (<10m) Distância à linha da costa (<100m) Geomorfologia (=praias expostas, planície, estuários, lagunas, ou arribas erodíveis) Aumento da ocupação urbana >10% 10 anos na faixa < 500 m >20% habitações antigas (período de construção<ano de 1970) em zona de risco identificada no POOC Não há estruturas de manutenção da linha da costa > 50% população com idade > 65 anos em zonas de risco (POOC) > 20% saldo pendular positivo face à população residente em idade ativa Stakeholders não reconhecem causas antrópicas da erosão costeira (> não as identifica) Indicadores

(11)

Escala de comparação. Como comparar?

Fotos do Projecto RENCOASTAL

Costa da Caparica (Agosto de 2011) Estrutura de protecção parcialmente destruída

pelas ondas

Espinho (Julho de 2011)

Praia parcialmente destruída pelas ondas

>

Para comparar e hierarquizar critérios e, dentro dos critérios, os respectivos indicadores,

o método adopta uma escala de 1-9 com posições gradativas.

(12)

Análise comparativa e cálculo das contribuições por critério

Matriz comparativa

Exercício baseado em exemplo prático de Ricardo Vargas (2010)

A determinação do peso ou contribuição de cada critério tem por base o cálculo vetorial

Cálculo do vetor de Eigen

5/12 (12= total da tabela anterior na coluna respetiva)

Contribuição relativa percentual por critério

(13)

Teste de inconsistência dos dados

O Índice de Consistência calcula-se através do somatório do produto de

cada elemento do vetor de Eigen pelo total da respetiva coluna da matriz

comparativa original (primeira tabela do diapositivo anterior)

n = número de critérios

Para se concluir pela consistência dos dados, ou congruência interna dos pesos atribuídos na fase anterior, Saaty sugere a aplicação de uma taxa (Taxa de Consistência/CR) determinada pela razão entre o valor apurado pelo Índice de Consistência e o índice de consistência aleatória (RI).

O valor convencionado de RI tem por base o número de critérios avaliados conforme a Tabela seguinte:

CI=0,0198

(14)

Vulnerabilidades

Dimensões de vulnerabilidade associadas à agitação marítima Dimensões de vulnerabilidade associadas à morfologia Dimensões de vulnerabilidade associadas à ocupação do território Dimensões de vulnerabilidade associadas à população Critérios de análise Variação da linha da costa (erosão >1m/ano) Amplitude média da maré (<2m)

Variação do nível das águas do mar (>3mm/ano) Cota topográfica (<10m) Distância à linha da costa (<100m) Geomorfologia (=praias expostas, planície, estuários, lagunas, ou arribas erodíveis) Aumento da ocupação urbana >10% 10 anos na faixa < 500 m >20% habitações antigas (período de construção<ano de 1970) em zona de risco identificada no POOC Não há estruturas de manutenção da linha da costa > 50% população com idade > 65 anos em zonas de risco (POOC) > 20% saldo pendular positivo face à população residente em idade ativa Stakeholders não reconhecem causas antrópicas da erosão costeira (> não as identifica) Indicadores

6,93%

39,46%

45,71%

7,90%

Do cálculo do AHP para a construção de um índice de vulnerabilidade

Os cálculos que foram realizados para o conjunto inicial dos diferentes critérios de análise devem

repetir-se para o cálculo interno das hierarquizações e pesos dos respetivos indicadores respeitantes a cada um

desses mesmos critérios considerados.

(15)

Inconsistência=0,04

Back

Variação da linha da costa (erosão >1m/ano) Amplitude média da maré (<2m)

Variação do nível das águas do mar (>3mm/ano)

(16)

Inconsistência=0,03

Back

Cota topográfica (<10m)

Distância à linha da costa (<100m)

Geomorfologia (praias expostas, planície, estuários, lagunas, ou arribas erodíveis)

(17)

Dimensão que se considera contribuir para uma maior

vulnerabilidade ou exposição ao risco: o território

Inconsistência=0,04

Aumento da ocupação urbana >10% 10 anos na faixa < 500 m >20% habitações antigas (período de construção<ano de 1970) em zona de risco identificada no POOC

Não há estruturas de manutenção da linha da costa

(18)

Inconsistência=0,08

> 50% população com idade > 65 anos em zonas de risco (POOC)

> 20% saldo pendular positivo face à população residente em idade ativa

Stakeholders não reconhecem causas antrópicas da erosão costeira

(> não as identifica)

(19)

Pesos atribuídos aos indicadores

respeitantes aos critérios adotados

(20)

Atribuição de um peso a cada indicador por critério

Vulnerabilidades

Dimensões de vulnerabilidade associadas à agitação marítima Dimensões de vulnerabilidade associadas à morfologia Dimensões de vulnerabilidade associadas à ocupação do território Dimensões de vulnerabilidade associadas à população

Variação da linha da costa (erosão >1m/ano)

Amplitude média da maré (<2m)

Variação do nível das águas do mar (>3mm/ano)

Cota topográfica (<10m) Distância à linha da costa (<100m)

Geomorfologia (=praias expostas, planície, estuários, lagunas, ou arribas erodíveis)

Aumento da ocupação urbana >10% 10 anos na faixa < 500 m >20% habitações antigas (período de construção < a 1970) em zona de risco identificada no POOC Não há estruturas de

manutenção da linha da costa

> 50% população com idade > 65 anos em zonas de risco (POOC)

> 20% saldo pendular positivo face à população residente em idade ativa

Stakeholders não reconhecem

causas antrópicas da erosão costeira (> não as identifica)

Indicadores

(21)

O método multicritério AHP permite-nos atribuir os

respetivos pesos (coeficientes) aos diversos indicadores

>

Contudo, o somatório dos produtos é constante e deve igual à unidade (salvo

acertos a fazer por arredondamentos…);

>

Para que serve uma fórmula para diferenciar regiões cujo resultado é constante e

sempre igual a 1? Para transformarmos a fórmula num índice de vulnerabilidade o

resultado deve varar entre 0 (zero) e 1;

>

Como temos indicadores de natureza diferente, com valores ou expressões que,

para cada região ou zona discriminada, podem ser transformados numa escala

dicotómica de preenchimento da respetiva condição ou da sua ausência, podemos

aplicar uma nova fórmula em que o coeficiente de cada indicador é multiplicado

por 0 ou 1;

>

Neste caso, o índice de vulnerabilidade tem um resultado

máximo igual a 1 (máxima vulnerabilidade) e mínimo de

igual a 0 (zero);

> A amplitude permite verificar a variação da incidência espacial

dos critérios de vulnerabilidade considerados e classificar as áreas

conforme a sua exposição, ou ausência de exposição, face a

esses mesmos critérios. O somatório, para as condições de

vulnerabilidade em cada região, ilustra o grau de vulnerabilidade

estimado (na escala entre 0 e 1) para cada caso.

(22)

Exemplos da construção da fórmula do

Índice de Vulnerabilidade

Vulnerabilidade da Zona Costeira A =

Coeficiente do indicador 1 x 0 ou 1 + Coeficiente do indicador 2 x 0 ou 1 + …

O valor 0 ou 1 indica a satisfação da condição do respetivo indicador

Por exemplo,

para duas regiões, e dado o indicador da Variação do Nível das Águas do Mar (>3mm/ano)

Zona Costeira A= … + (0,057 x 1) +…

Zona Costeira B= … + (0,057 x 0) +… (variação estimada do nível das águas < 3mm/ano)

Face ao indicador da subida do nível das águas do mar a zona A estaria vulnerável

Preenchendo as condições de cada indicador, por zona estudada, multiplicando a presença ou

ausência dessa condição (valores 1 ou 0) pelo coeficiente do indicador temos um resultado

diferencial para cada zona estudada.

A escala de cada indicador pode não ser dicotómica e abranger condições discriminadas por

diversos intervalos (por exemplo, por 5 intervalos: 0; 0,25; 0,50; 0,75 e 1), procedendo-se ao

apuramento do índice associado. Também podemos considerar a ausência de vulnerabilidade nula

e, nesse caso, o valor mínimo por condição deve ser próximo do zero, mas superior. Temos é que

conhecer a variabilidade do índice, do seu valor mínimo ao valor máximo.

Para simplificar e evitarmos termos uma fórmula muito grande podemos ainda extrair a média dos

valores dos indicadores por critério e multiplicá-los pelo coeficiente do critério respetivo. Ex.:

Índice de Vulnerabilidade de uma dada Região:

= Coef. C1 (Σvalores dos Indicadores no C1/nº Valores no C1) + Coef. C2 (Σvalores dos Indicadores no C2/nº Valores no C2) + …

Contudo, ao contrairmos informação estamos a perder informação, convém construir a fórmula do

Índice no nível de desagregação mais elevado, i.e., pelos Indicadores e não pelos Critérios.

(23)

O modelo AHP é adotado, com vantagem,

para a estimação dos coeficientes de

ponderação e desenvolvimento de um Índice

de Vulnerabilidade, mas pode ser aplicado

para os mais diversos fins no pressuposto de

estarmos perante a valorização de juízos

periciais cujos resultados se submetam a um

elevado grau de consistência interna.

(24)

Obrigado pela atenção

Link do projeto:

Referências

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