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Livro - Cultura e Comunicação Organizacional - Marlene Marchiori

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Academic year: 2021

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CULTURA E COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL

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Marlene Marchiori

CULTURA E COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL

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Rua José Paolone, 70 – CEP 09521-370 – São Caetano do Sul – SP E-mail: difusao@difusaoeditora.com.br

Fone: (11) 4227-9400

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Marchiori, Marlene

Cultura e comunicação organizacional : um olhar estratégico sobre a organização / Marlene Marchiori. –– São Caetano, SP : Difusão Editora, 2006.

Bibliografia. ISBN 85-88489-64-3

1. Comunicação nas organizações 2. Cultura organizacional I. Título.

06-5767 CDD-658.45 Índices para catálogo sistemático:

1. Cultura e comunicação organizacional : Administração 658.45

Copyright © 2006 by Marlene Marchiori. Todos os direitos reservados.

Proibida a reprodução, mesmo que parcial, por qualquer meio e processo, sem a prévia autorização escrita da autora.

Título original:

Cultura Organizacional: conhecimento estratégico no relacionamento e na comunicação com os empregados, 2001. Tese de Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (SP)

ISBN: 85-88489-64-3

Editora: Michelle Y. B. Fernandes

Edição de texto: Teresa Godoy

Revisão gramatical: Lilian Mendes

Bibliografia: Wilmara Calderon

Ilustração da capa: detalhe do quadro Organização (2006), do artista plástico José Gonçalves (reprodução: Teresa Godoy)

Programação visual: Teresa Godoy

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A meus pais, que sempre demonstraram que a vida é uma busca contínua

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Prefácio

O porquê do desafio

Muito obrigada!

Capítulo 1

COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES: Muito além da racionalidade técnica

Capítulo 2

Entendendo o mundo para entender as organizações

Capítulo 3

A cultura

Capítulo 4

A organização e o conceito de cultura organizacional

Capítulo 5

Cultura, significado e comunicação

9 15 19 23 33 53 65 SUMÁRIO 85

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Capítulo 6

Duas visões sobre cultura organizacional

Capítulo 7

COMUNICAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL: A ótica das Relações Públicas

Capítulo 8

Um olhar estratégico sobre a organização

Capítulo 9

Relações Públicas e suas concepções

Capítulo 10

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E CULTURA: As estratégias das Relações Públicas

Capítulo 11

Uma conclusão reflexiva

Referências 93 145 203 225 243 161 125

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Inserida no campo das Ciências Sociais Aplica-das, a comunicação vem merecendo maior atenção por parte dos gestores, à medida que organizações, em ce-nário de globalização, vêem-se um tanto quanto atur-didas perante constantes necessidades de mudança. Os treinamentos são questionáveis se avaliados em sua relação custo-benefício, há turbulência de mercados, funcionários que não funcionam, enfim, parece que o mito da organização enquanto segurança, bem-es-tar, estabilidade e todas as demais benesses que repre-sentaram para os trabalhadores respostas do sistema capitalista face às críticas socialistas no chamado Esta-do Esta-do “bem-estar social” nada mais representam e es-tão caindo no desgaste, tanto quanto está desgastado o sistema capitalista.

Democracia e capitalismo? Nem o mais humilde dos funcionários hoje acredita. Valores estão em pro-funda transformação e gestores insistem em utilizar a falácia do emprego, chegando mesmo à ameaça de de-missão, perante atitudes de absoluta falta de interesse. Muitos gestores recorrem a antigos modelos de gestão

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eivados de autoritarismo, discrepância entre discursos e práticas, falsa transparência, inexistência de diálogo, atitudes paternalistas ou populistas e, ainda que não admitam, pouco têm conseguido em resultados.

É preciso mudar. Muitos já têm consciência, mas é necessária a mesma compreensão quanto ao fato de que de nada adianta colocar nos quadros adminis-trativos Comunicadores, dar-lhes o dinheiro sufici-ente para a produção de uma parafernália de mídias impressas, visuais, de alta tecnologia e pronto. A or-ganização é perfeita. Comunica-se. Como não? Co-locou-se na alta administração executivas e executi-vos formados, não importa a habilitação (Jornalista, Relações Públicas, Publicitário), de preferência, um qua-dro enxuto, e estamos todos nos comunicando. Claro que há exceções. Algumas organizações têm premiações merecidas no campo, outras não. Apenas sustentam or-ganismos criados para dar-lhe visibilidade.

Um dos princípios da formação dos profissionais de Relações Públicas que sempre procurei destacar é: qualquer organização que bem se comunica depende inicialmente da comunicação que estabelece com seus funcionários. Faltou o diálogo em âmbito interno, o fato se refletirá em âmbito externo. Não há premiação ou publicidade que se solidifique perante a insatisfação daqueles que negam a organização para a qual estão se dedicando. Tem sido uma constante observar que,

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di-ante de um pedido de demissão, o sentimento externado é o de libertação. A relação entre pessoas é fonte de desencanto e absoluta falta de estímulo. A Comunicação Interna requer mais atenção, mais in-vestimento e mais conhecimento. Não há diálogo, apesar da proposta da Gestão Participativa que, na prática, não se consolidou.

A Comunicação Interna também não se estabele-cerá apenas com o poder do capital. Para bem produzi-la é necessário mais e mais conhecimento. São tantas as interfaces do tema e, seguramente, não é contando apenas um “case” bem sucedido que construiremos o conhecimento neste campo. Os Comunicadores estão atentos e vêm apresentando discussões mais aprimo-radas. A questão da flexibilização nas relações de tra-balho aparece como uma necessidade em estudos de profissionais que somam suas experiências profissio-nais com as preocupações da Universidade. Como exemplos, citamos a produção de João José Azevedo Curvello (mestrado, doutorado e livro publicado em que aborda sua vivência no Banco do Brasil), Iasbeck, outro estudioso preocupado com a temática da Co-municação nas Organizações e, mais recentemente, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) abriu a série Comunicação Interna.

A obra de Marlene Regina Marchiori partiu de nossas angústias e a elas outras se acrescentaram.

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Uti-liza boas referências bibliográficas e, pelo uso de uma linguagem acessível, seu trabalho será útil para: gestores, alunos de cursos de especialização, gra-duandos, mestrandos e doutorandos interessados no estudo das organizações pela vertente da cultura organizacional. Começamos a nos dedicar ao tema questionando a correlação comunicação e cultura organizacional e sempre com um claro objeto de estu-do: a organização. Acabamos por encontrar autores que definem a cultura organizacional via comunica-ção, ainda que tenhamos em mente que cultura organizacional é um recorte metodológico inserido na cultura, em seu sentido mais amplo. Assim é necessá-rio contextualizar, em determinado cenánecessá-rio, valores, práticas sociais, ética e moral, artefatos visíveis ou não, que constituem a maneira de ser e agir de uma dada sociedade. O poder, centrado no capital, é o cenário e perpassa toda a contextualização.

As questões da Cultura Organizacional e suas cor-relações com a Comunicação nos remeteram, inicial-mente, ao questionamento das relações de poder en-quanto relações entre pessoas, buscando bases teóricas que sustentassem as interfaces poder e comunicação no âmbito interno das organizações. Surgiram as primeiras discussões das fontes ou instrumentos de poder em âm-bito social que se refletem em âmâm-bito interno nas orga-nizações. Mas analisar o poder enquanto relação entre

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pessoas nos fez refletir acerca de dominação, parcerias, sentimentos humanos como inveja, assédio moral, ques-tões provocadas pelos sistemas burocráticos, estilos de liderança, persuasão, manipulação, influência, autorida-de e carisma. Nesta vertente são inesgotáveis as interfaces que surgem e outros campos do conhecimento huma-no muito têm a acrescentar como a Psicologia, a Antro-pologia, a Administração, a Sociologia, a Sociolinguística e outras ciências.

Tornou-se preciso definir melhor um caminho para analisar a Comunicação das Organizações – Co-municação Organizacional – e, sem dúvida, o estudo da Cultura Organizacional, sob o “olhar” de um pro-fissional estudioso das Relações Públicas, acrescentou conhecimento para melhor se discutir questões da Co-municação Interna.

Conforme o leitor percorre os capítulos, percebe as preocupações da autora Marlene Marchiori e a obra cresce em seu rigor metodológico. Sua vivência profis-sional, somada a pesquisas no Brasil e na Inglaterra, ampliou as fontes bibliográficas. Resultou na incorpo-ração de uma visão que lhe permitiu comparar, contra-por. Brasileira que é, apresenta criatividade. Propõe caminhos que se evidenciam a partir da comparação entre Edgard Schein e Joanne Martin.

Vários autores relevantes foram considerados (Castells, Grunig, Chanlat, Ansoff e tantos outros).

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Bacharel em Administração, percorreu com facilidade os campos que envolvem questões de gestão e acrescen-tou a visão multifacetada que norteia a formação do Comunicador Social.

Trata-se de sua primeira produção em livro e não temo em dizer que Marlene continuará a comparti-lhar com todos as suas preocupações porque reúne a humildade à vontade de crescer em conhecimento. É humilde o suficiente para saber ouvir e continua bus-cando no Brasil e em outros países caminhos que soli-dificarão a comunicação organizacional como um cam-po de estudos que acrescenta na formação e nas práti-cas profissionais de todos os Comunicadores que tra-balham a Comunicação Interna, em especial, dos pes-quisadores oriundos da habilitação de Relações Públi-cas. Os estudos da cultura organizacional estão incor-porados à sua trajetória.

Tem sido motivo de imensa satisfação e constru-ção de laços de profunda amizade, a troca de conheci-mentos que estabelecemos durante estes anos e que, agora, se torna visível na publicação de sua obra.

Cabe aos leitores o julgamento desta etapa.

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Convivemos na área de comunicação com duas realidades divergentes. Há profissionais que entendem comunicação como assessoria de imprensa, não só no Brasil como em outros países, que desenvolvem atividades baseando-se exclusivamente em técnicas. Não digo que essas atividades não sejam básicas e im-portantes, mas não significam o todo, apenas uma parte do conteúdo para que a gestão da comunicação organizacional possa ser uma realidade. Por outro lado, há profissionais indo um pouco mais além, atuando nas questões de significado, linguagem, desempenho e gestão de relacionamentos com stakeholders – públi-cos prioritários. Estes têm conquistado uma posição de destaque nas organizações.

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Vista dessa forma, a realidade para os profissio-nais de comunicação torna-se desafiadora. De nada adianta sermos críticos e negativos; é preciso refletir, planejar e tomar decisões que possam contribuir para a construção e consolidação do futuro de uma organiza-ção. No caso específico deste trabalho, procurei investi-gar detalhadamente questões relacionadas à cultura e à comunicação. E espero, sinceramente, ter construído um conteúdo reflexivo.

A única forma efetiva de modificar uma organiza-ção é por meio de sua cultura. Sua sedimentaorganiza-ção está ligada ao processo de conhecimento e relacionamento por intermédio da construção de significados. Se os profissionais de Relações Públicas buscam efetivar uma rede de relacionamentos devem, para tanto, conhecer em profundidade seus públicos, pois não há como ob-ter sucesso se não estiverem inseridas no contexto da cultura organizacional. É preciso conexão entre cultu-ra, prática social e os aspectos emocionais que condu-zem à vida das pessoas nas organizações. É preciso exis-tir um entendimento, uma visão que o indivíduo com-partilhe para que ele possa encontrar sentido em sua trajetória organizacional.

Estamos sendo chamados para um novo posicionamento proposto por Heath (2001), como co-gerenciadores e co-criadores da cultura nas organizações. A cultura organizacional envolve uma série de aspectos

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relacionados diretamente à atividade de Relações Pú-blicas, ou seja, uma preocupação sobre as relações com os outros, uma necessidade de entender os contextos de comunicação e um desejo de identificar categorias reconhecidas dos hábitos e práticas institucionais. Essa postura, com certeza, é um desafio. Este é o convite que faço a você agora: vamos crescer juntos no proces-so de gestão das organizações!

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MUITO OBRIGADA!

O que move as pessoas? A vontade, o querer. Este livro é o resultado de uma jornada que começa a ter sentido a partir de sua publicação. Uma jornada inte-lectual rumo a um novo posicionamento da comunica-ção organizacional e das Relações Públicas.

Os pensamentos iniciais que surgiram desde a épo-ca do meu mestrado suscitaram reflexões e, aos pou-cos, foram amadurecendo e tomando forma com a pro-dução de uma dissertação e uma tese que trabalhou exaustivamente a temática da cultura organizacional.

Participação teórica decisiva exerceu minha orientadora do mestrado e doutorado, a Professora Li-vre Docente Dra. Sidineia Gomes Freitas, a quem te-nho a honra de referenciar. Sem sombra de dúvida, a

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presença do Dr. Mike Featherstone, da Notthigham Trent University, contribuiu para o meu amadurecimento inte-lectual na área de sociologia, antropologia e cultura quan-do de minha convivência no Theory, Culture & Society Centre, assim como a convivência com profissionais de diferentes áreas e diferentes partes do mundo.

Seria inadmissível citar nomes e cometer erros. A começar pelos alunos de graduação e pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina, dos participantes dos Cursos da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), dos eventos da área em que tro-camos conteúdos, dos bate papos com profissionais e das experiências como consultora em diferentes orga-nizações. Portanto, prefiro agradecer a todos com quem já convivi e convivo no campo acadêmico e profissio-nal, em especial Cibele Abdo Rodella, Mariana Galles e Telma Elorza, com quem tenho a imensa satisfação de conviver na March Comunicação. Saiba que a somatória das experiências é que faz um profissional se capacitar a cada dia. Nada é um produto acabado, mas sim um processo de reflexão para o amadurecimento, o que me dá mais força e capacidade para sair em busca de novo conhecimento.

Quero ainda agradecer à minha editora, a Tereco, assim mesmo, chamando-a pelo apelido carinhoso. Eu não poderia ser tão formal referindo-me a ela como Teresa Godoy, como é conhecida profissionalmente. É

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impressionante o poder de interpretar e de dar sentido às concepções que você possui. Tereco! Agradeço o incenti-vo, os bate-papos, as discussões e o interesse pelo meu tra-balho. Sua credibilidade foi estimulante. Ao Professor Miguel Contani, da Universidade Estadual de Londrina – um pensador crítico –, e aos colegas do Departamento de Comunicação, assim como profissionais da área.

À minha querida filha Mariel. Saiba que ter você é a maior motivação de minha vida. Obrigada pelo seu carinho, pela sua compreensão, pelo seu amor, pelos seus ensinamentos e pela sua forte presença.

Deus, obrigada a Você, pela proteção e pela expe-riência de poder viver em família e entre amigos.

Espero que possa corresponder às expectativas de vocês, meus leitores, e trocar experiências com cada um neste canal de comunicação que abro com vocês, a par-tir de agora.

Boa leitura!

Marlene Regina Marchiori

marlenemarchiori@sercomtel.com.br marlenemarchiori@gmail.com.br

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CAPÍTULO 1

COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Muito além da racionalidade técnica

A comunicação adquiriu notoriedade no campo da gestão organizacional, graças a seu caráter estratégi-co que vem sendo reestratégi-conhecido especialmente pelas empresas que se propõem a acompanhar as transfor-mações e abrir suas portas para os diferentes públicos com os quais se relaciona. Nesse contexto, a atitude empresarial interna é condição fundamental para o êxito desse processo.

“Precisamos entender que nosso trabalho tornou-se parte do fenômeno cultural que estamos estudando; estamos, em parte, reflexivamente, criando o futuro das organizações.” (Eisenberg & Riley, 2001)

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Percebemos um despertar da comunicação para aprofundamento de estudos nessa área, encontrando autores americanos que afirmam ser Relações Públicas uma atividade de co-gerenciamento de mudança e de cultura. Esse aspecto também é valorizado nesta tese, traduzida aqui em forma de livro e defendida junto à Universidade de São Paulo, contando com a orienta-ção da Profa. Dra. Sidinéia Gomes Freitas e também a participação do Dr. Mike Featherstone, promovida em uma convivência no Centro de Teoria, Cultura e Soci-edade da Universidade de Notthingham, Inglaterra.

As organizações devem preocupar-se cada vez mais com o monitoramento das informações e a abertura do diálogo com seus diferentes grupos de interesse, enten-dendo que seu comportamento deve ir além do repasse de informações. Na realidade, é preciso atuar no senti-do de selecionar informações que façam parte senti-do con-texto vivenciado pela empresa e que tenham sentido para os públicos, produzindo assim uma comunicação que gere atitude. Saliento que somente dessa forma o processo de comunicação será real. O real em nosso estudo significa a troca efetiva de informações, no sen-tido de compartilhar conhecimento. A construção de um novo conhecimento possibilita a realização de no-vas experiências e o crescimento do respectivo público e da própria organização.

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diz Frank Corrado. As empresas que tratam a comu-nicação de forma profissional vêm trilhando esse ca-minho, o que significa um avanço para a comunica-ção estratégica. Hoje, não basta mais imaginar que a produção de veículos de comunicação em uma orga-nização – única e exclusivamente – conferirá a ela o status de empresa que pratica a comunicação organizacional. Há um novo paradigma nesta área, a interação dialógica, que rompe o modelo mecânico da informação e adota a postura do diálogo como a melhor maneira de resolver conflitos, realizar acordos, enfim, buscar um consenso em relação a uma prática, compreendendo assim a comunicação para além da racionalidade técnica.

Esse contexto pode ser incrementado com a vi-são de autores como Linda L. Putnam e Fredric M. Jablin, que trazem à tona uma concepção abrangente para a comunicação organizacional, significando para estudiosos da área um avanço na interpretação de aspectos ligados à cultura das organizações. Falamos hoje nas metáforas de desempenho, de símbolo, de voz e de discurso, as quais refletem uma evolução na análise da postura da comunicação organizacional à medida que a empresa deve aprender a vivenciar rea-lidades que tenham sentido para as pessoas, para que sua cultura possa ser naturalmente incorporada, con-tribuindo assim para o fortalecimento de sua

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identi-dade organizacional. As pessoas vivem e desfrutam de uma cultura a qual tem valor para os grupos que experimentam e aprendem a compartilhar o conhe-cimento organizacional. Essa visão merece atenção e prática por parte do profissional de comunicação que deseja atuar de forma estratégica nas organizações, não sendo “mero” produtor de veículos de comuni-cação. É preciso que os profissionais atuem no senti-do de “construir fatos” no interior de uma organiza-ção e não apenas pautar suas ações na comunicaorganiza-ção de fatos que já ocorreram.

Mantendo as relações

Cultura e comunicação têm uma das relações mais íntimas do mundo do conhecimento. Sendo a cultura a personalidade de uma empresa, ao vivenciá-la, a orga-nização lhe dá vida, permite trocas e críticas que a tor-nam pulsante e dinâmica e, portanto, real e passível de acompanhar de forma pró-ativa as mudanças do mun-do e mun-do mercamun-do.

A cultura e a comunicação organizacional vêm chamando a atenção dos profissionais uma vez que está se tornando um tema fundamental e inquestionável nas empresas. Isso porque atuam nas raízes de uma or-ganização e posicionam a área de comunicação de uma forma estratégica.

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Na análise dessa comunicação, nós, profissionais, sempre nos questionamos sobre o melhor caminho para as empresas. Como a comunicação pode ser fonte de inspiração? De que forma a atuação das Relações Públi-cas passa a ser mais abrangente e fundamental? Como obter e manter relacionamentos efetivos com os dife-rentes públicos? A organização deve ser totalmente in-tegrada? De que maneira construir relacionamentos que tenham sentido para a vida organizacional?

Eu acredito que essa abordagem estratégica seja uma ação voltada para o redirecionamento do processo de comunicação, pois, ser estratégico significa oportunizar uma mudança, um novo comportamento e não simplesmente informar o que aconteceu na orga-nização. Informar evidencia uma postura tática da co-municação organizacional. Portanto, entendo que a comunicação deve produzir conhecimento, definindo caminhos que levem a organização a um processo de modernização, na busca de sua percepção e conseqüen-te consciência comportamental. Sendo assim, a comu-nicação deve agir no sentido de construir e consolidar o futuro da organização.

Relações Públicas são estratégicas

Neste trabalho, quero mostrar que, tendo em vis-ta a cultura das organizações, o profissional de

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Rela-ções Públicas é a ferramenta na vida pulsante de uma empresa, unindo cultura e comunicação de forma que se assuma sua função estratégica. O trabalho de Rela-ções Públicas está na criação de um processo de gestão de relacionamento que estimula a empresa a evoluir do ponto de vista de sua cultura organizacional.

Minha experiência tem mostrado que o gerenciamento global de uma empresa não é tarefa fácil; muitos são os fatores que acabam intervindo em uma realidade organizacional. É preciso conhecimen-to, atenção, informação, relacionamenconhecimen-to, desejo e tan-tas outras características que demandam muita von-tade da empresa em estar continuamente aprenden-do. Afinal, uma empresa é uma sociedade em minia-tura, uma maquete do que acontece no mundo e, como tal, deve ser viva e dinâmica, representando o que para ela tem de valor.

As organizações são compostas por uma rede de relações internas e tudo depende de que maneira a empresa trata essas relações junto a seus públicos. É preciso que haja relacionamentos efetivos, o que exige entendimento e comprometimento tanto dos públicos quanto da organização. Hoje não se pode mais desen-volver uma ação sem pensar em suas conseqüências, pois tudo acontece muito rapidamente. É necessário que os administradores entendam as atitudes e os valo-res de cada um de seus públicos para que, dessa forma,

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possam atingir objetivos institucionais na criação dessa rede de relacionamento organizacional.

Nesse sentido, a atividade de Relações Públicas é fundamental, pois é vista como uma função de gerenciamento nas organizações, a qual atua diretamente nos relacionamentos entre a empresa e seus stakeholders. Esses relacionamentos são traduzidos em expectativas, informação, comunicação, verdade, ética, transparência, exemplos de alguns valores que envolvem sua prática. Trata-se, portanto, de uma atividade que analisa, interpreta e avalia opiniões e expectativas, além de estimular o desenvolvimento de processos de mudança dos públicos e também da pró-pria organização. Portanto, criar, monitorar e avaliar relacionamentos com públicos é tarefa abrangente e desafiadora das Relações Públicas.

Entendo que são os processos de relacionamentos efetivos junto aos diferentes públicos que mantêm uma organização viva. Neles, as estratégias e ações são elabo-radas para a manutenção, sustentação e realização de um empreendimento. A atividade de Relações Públi-cas, portanto, acaba por gerenciar os diferentes relacio-namentos, concepção que sempre acompanhou nossa atividade, ou seja, é uma tradição. Sua prática hoje é validada e referenciada como aspecto fundamental na sobrevivência das organizações.

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Mergulhando profundo

Meu interesse por cultura organizacional nas-ceu em 1989, quando desenvolvia meu estágio em Administração rumo à segunda graduação. Na épo-ca, como profissional de Relações Públicas – tendo inclusive comandado um importante departamento de comunicação de uma grande empresa em Londri-na, no Paraná –, senti a necessidade de entender melhor a complexidade organizacional, uma vez que via a atividade de Relações Públicas completamente inserida nesse processo. Já buscava a valorização do profissional como peça fundamental nessa engrena-gem, a peça do quebra-cabeça que fortalece a organi-zação com sua atuação estratégica.

Esse pensamento foi impresso em 1995, em minha dissertação de mestrado Organização, Cultura e Comu-nicação: elementos para novas relações com o público interno. Eu estava no caminho para desenvolver esse tema que me fascinou desde o início de minha vida profissio-nal. Antes até, penso eu. Como estudante na universida-de, o assunto já me chamava a atenção.

O primeiro salto

O primeiro passo teórico foi dado então na disser-tação de mestrado, orientada pela Professora Doutora

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Sidinéia Gomes Freitas, na qual foquei a comunicação como centro das atenções de uma organização. É ne-cessário criar formas de comunicação que envolvam os indivíduos da empresa e, nesse sentido, o trabalho de Relações Públicas ajuda a empresa a alavancar seu pro-cesso de comunicação estratégica. É tarefa primordial das Relações Públicas criar valores na empresa, orien-tar suas atitudes e tornar as organizações mais conheci-das, primeiramente para si mesmas.

O trabalho comprovou a importância da atuação do profissional e como a atividade de Relações Públicas é pri-mordial, buscando o comprometimento dos indivíduos em relação à organização em que atuam; ficou demonstra-do que é possível engajar os funcionários de uma empresa de forma contínua nas mudanças organizacionais. As Re-lações Públicas estratégicas levam à reflexão e, nesse con-texto, oferecem o suporte para a tomada de decisões que afetam o futuro das organizações.

Em 2002, avancei um pouco mais no estudo es-tratégico de Relações Públicas na cultura organizaci-onal. Foi nessa época que dei à luz a idéia deste tra-balho – Cultura organizacional: conhecimento estra-tégico nos relacionamentos e na comunicação com os empregados, que hoje, finalmente, chega ao for-mato literário. Não tenho medo de afirmar, um co-nhecimento atual e fundamental para o desenvolvi-mento das organizações.

Referências

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