• Nenhum resultado encontrado

EDUCAÇÃO EM SAÚDE A PESSOA COM DIABETES MELLITUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA (2012) 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EDUCAÇÃO EM SAÚDE A PESSOA COM DIABETES MELLITUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA (2012) 1"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

EDUCAÇÃO EM SAÚDE A PESSOA COM DIABETES MELLITUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA (2012)1

ROSSO, Laís Fuzer2; SCHIMITH, Maria Denise3; SILVA, Dalva Cezar da4; SILVA, Marciele Moreira da5; POTTER, Raquel Garcia6; BRUM, Dyan Jamilles Teixeira7

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência acadêmica de enfermagem nas ações de educação em saúde voltadas ao usuários com diabetes mellitus. Tal vivência é fruto das aulas práticas desenvolvidas no curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, a partir da interação com as ações de educação em saúde voltadas

aos usuários com DM. Perebemos que os projetos educativos em saúde permanecem

inscritos na perspectiva de transmissão de conhecimento especializado, valorizando ações prescritivas e culpabilizantes da pessoa doente. Assim, destaca-se a importância de estratégias efetivas de educação em saúde para auxiliar na compreensão sobre o autocuidado.

Descritores: Enfermagem, Cuidados de Enfermagem, Educação em Saúde, Diabetes

Mellitus.

1

Relato de Experiência. Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).

2

Apresentador. Curso de Enfermagem (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail:laisfrosso@gmail.com

3

Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Profª Assistente do Dep. de Enfermagem da UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem.

4

Enfermeira. Especialista em Saúde Pública. Mestranda em Enfermagem pelo PPGEnf/UFSM. Funcionária Técnico-administrativa do Departamento de Enfermagem da UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem.

5

Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela UFSM. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Santiago, RS, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem da UFSM.

6

Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela UFSM. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem da UFSM.

7

Acadêmica do curso de Enfermagem UFSM. Bolsista PET. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado, Saúde e Enfermagem.

(2)

ABSTRACT

This work aims to present the academic experience of nursing in the actions of education in health focused on the patients with diabetes mellitus. This experience is the result of practical lessons developed in the undergraduate program in nursing at Federal University of Santa Maria, from the interaction of the actions of education in health in patients with DM. We noticed that the education projects in health are included in the perspective of transferring of expert Knowledge, valuing prescriptive and blame actions for ill person. Therefore, it is important the effective strategies in education in health to assist the understanding of self-care.

Keywords: Nursing, Care of Nursing, Health Education, Diabetes Mellitus.

1. INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) abrange um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por níveis aumentados de glicose no sangue, devido a efeitos na secreção e/ou na ação da insulina. As principais fontes dessa glicose provêm da absorção do alimento ingerido no trato gastrointestinal e da formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias alimentares1.

O DM é um dos mais importantes problemas de saúde mundial, tanto em número de pessoas afetadas como de incapacitação e de mortalidade prematura, bem como dos custos envolvidos no seu tratamento. 2 Há no mundo 346 milhões de pessoas com diabetes, sendo que no Brasil aproximadamente 600.000 pessoas têm DM tipo I e cerca de 7.290.748 DM tipo II3.

Frente à gravidade da situação atual, o Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolveu ações com vistas a prevenir possíveis complicações do DM. Dentre as estratégias encontram-se as ações voltadas à promoção de saúde, diagnóstico e tratamento da doença; capacitação de profissionais, vigilância em saúde e assistência farmacêutica, além de pesquisas voltadas para o cuidado ao diabetes.

(3)

Neste contexto, a educação em saúde surge como um componente importante de cuidado, pois é um método valioso para a prevenção e a diminuição da incidência de DM. Compreende-se que os objetivos da Educação em Saúde são de desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e pela saúde da comunidade a qual pertençam e a capacidade de participar da vida

comunitária de uma maneira construtiva. 4

Frente ao exposto, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência acadêmica de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) nas ações de educação em saúde voltadas aos usuários com DM.

3. METODOLOGIA

Este relato de experiência é fruto das atividades realizadas nasaulas práticas do curso de graduação da UFSM, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul/Brasil. As UBS em que ocorreram as aulas práticas foram a ESF São José localizada no bairro São José, ESF do bairro Urlândia, UBS Walter Aita localizada no bairro Cohab Fernando Ferrari e UBS Oneyde de Carvalho no bairro Lorenzi.

O período dos estágios transcorreu desde o 1º semestre de 2010 até o 4º semestre de 2011, nas disciplinas de Saúde Coletiva I, II e III; e Enfermagem no Cuidado ao Adulto. Na unidade do Bairro Lorenzi houve a participação no grupo de Hipertensos e Diabéticos. Neste grupo nos relacionavamos diretamente com esses usuários, pois havia uma conversa conjunta com os integrantes do grupo, ou seja, havia o relato dos portadores de diabetes desde quando o diagnóstico da doença havia sido feito, quais eram seus hábitos alimentares, se realizava atividades físicas, suas dificuldades frente a enfermidade; nós, acadêmicos, esclareciamos dúvidas sobre a doença, quais outras complicações estavam relacionadas ao diabetes e traziamos questões que também eram levantadas por eles, como relatar sobre artrose e artrite. Nestas aulas práticas havia a participação dos professores responsáveis pelos campos de estágio que nos ensinava/auxiliavam como seria realizado tal procedimento com o paciente; como seria a melhor forma de agirmos e

(4)

conversarmos com o paciente. Desse modo as aulas tinham o objetivo de aproximar mais os acadêmicos de enfermagem com atenção básica que corresponde à porta preferenciasl do usuário, sendo tambám o primeiro contato para prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante as aulas práticas nos diversos contextos, percebemos que os usuários com DM, em sua maioria, desconhecem as informações referentes a doença. Também identificamos que a pessoa com diabetes não compreende a patologia como um adoecimento crônico, o que pode acarretar no surgimento de complicações como amputação de membros e perda da visão.

Tal fato pode ser decorrente do enfraquecimento das ações de educação em saúde nos serviços. Apesar de todo o avanço científico sobre o DM, as qualidades dos cuidados convencionais ainda são ineficazes, pautados apenas no controle dos níveis de açúcares no sangue e em proporcionar estratégias que façam os usuários seguirem as prescrições corretamente. 5

Os projetos educativos em saúde permanecem, majoritariamente, inscritos na perspectiva de transmissão de conhecimento especializado a ser ensinado para a população cujo saber-viver é desvalorizado e/ou ignorado nesses processos de transmissão. 6

Isso é visivelmente constatado quando se analisa os hábitos alimentares dos usuários. A dificuldade com a alimentação é um dos obstáculos do paciente com diabetes, uma vez que interferir na alimentação envolve aspectos culturais, relacionados ao hábitos e costumes do uso de carnes gordurosas, do doce após as refeições, da comida com alto teor de sal, do café ou suco com grande quantidade de açúcar. Desse modo, é preciso ir além de condutas prescritas e culpabilizantes da pessoa doente, mas reconhecer que é possível conceber práticas profissionais que considerem a experiência de vida e adoecimento, de cada pessoa a ser cuidada.7

(5)

Notamos que alguns pacientes, no seus discursos durante a consulta, demonstravam a adesão terapêutica e alimentar no momento da consulta. Porém, em suas narrativas eles não mencionavam outras possibilidades de autocuidado, como a prática de exercícios físicos ou o cuidado especial que deveriam ter com os pés. Percebemos com isso a necessidade de investir na educação em saúde como uma abordagem de cuidado. O processo ensino-aprendizagem propicia a tomada de consciência, o desenvolvimento de capacidades e habilidades e também contribuiu para a atuação do usuário como agente multiplicador de informações e transformador da realidade.8

Esse processo de construção do saber sobre a doença pode articular, de maneira adequada, o tratamento e o controle como formas plausíveis de, se não evitar, pelo menos minimizar as complicações decorrentes do DM. Uma boa alternativa para a efetivação da educação em saúde seria os grupos de saúde, visto que ao reunir-se em grupo, é possível compartilhar experiências e adquirir novas informações advindas de experiências vivenciadas por outras pessoas.

5. CONCLUSÃO

A experiência mostrou que se faz necessário o empenho dos profissionais da área da enfermagem juntamente com uma equipe multiprofissional, para efetivação de ações de educação em saúde para a pessoa com diabetes mellitus.

Considerando os resultados apresentados e sua relevância para a qualidade da saúde dos usuários com DM, é de suma importância à realização da educação em saúde, no propósito de realizar discussões, troca de experiência e acima de tudo a motivação ao individuo portador de DM.

REFERÊNCIAS

1 Brunner, Suddart. Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica, 12º edição; Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2011.

(6)

3 Oliveira HM, Goncalves, MJF. Educação em Saúde: uma experiência transformadora. Revista Brasileira de Enfermagem 2004; 57(6): 761-763.

4 Araújo RRDF. Educação conscientizadora na prática do enfermeiro em hanseníase [tese].

Ribeirão Preto: Enfermagem 2005 [acesso 2012-04-22]. Disponível em:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-08122005-101259/

5 Silva CA, Lima WC. Efeito Benéfico do Exercício Físico no Controle Metabólico do Diabetes Mellitus Tipo 2 à Curto Prazo. Arq Bras Endocrinol Metab 2002; 46 (5): 550-556. 6 Souza SPS, Lima RAG. Condição crônica e normalidade: rumo ao movimento que amplia a potência de agir e ser feliz. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2007; 15 (1): 156-164.

7 Thaines GHLS, Bellato R, Faria APS, Araujo LFS. A busca por cuidado empreendida por usuário com diabetes mellitus: um convite à reflexão sobre a integralidade em saúde. Texto contexto – enferm 2009; 18 (1): 57-66.

8 Vechi AP, Santos AF, Scatolin BE, Rodrigues IC, Oliveira MP, Araújo RRD. Uma prática alternativa de ensinar o portador de doença crônica. Arq Ciênc Saúde 2007; 14 (2): 113-17.

Referências

Documentos relacionados

Intervalo de ínicio da câmara úmida h Figura 1 – Supressão da esporulação de Botrytis cinerea por isolados de Clonostachys rosea em folhas de morangueiro, submetidas a

Informações tais como: percentual estatístico das especialidades médicas e doenças, taxas de ocupação dos principais recursos, tempos de permanência de internação, escores

Ao rever todas as análises e discussões que realizamos neste trabalho, embasadas nos preceitos funcionalistas aplicados à tradução e nos paradigmas bakhtinianos,

A este propósito, el artículo destaca, en primer lugar, los principales pro- blemas de seguridad que existen actualmente en el Atlántico Sur con el fin de comprender mejor sus

In particular, we tested the prediction that fire results in greater changes in species composition and diversity, as well as a greater reduction in plant density and basal area in

Ainda no âmbito do aprofundamento das questões teórico-metodológicas foi realizada uma pesquisa on-line nos repositórios de Universidades portuguesas, entre 2015 e 2019, com

Foram analisados a relação peso-comprimento e o fator de condição de Brycon opalinus, em três rios do Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, Estado de São

Por questão de rendimento, geralmente é desejável que, nas reações químicas realizadas em condições industriais, um ou mais reagentes estejam em excesso relativamente um ou