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MEMÓRIA E PODER DISCIPLINAR: TRANSFORMAÇÃO E PRODUÇÃO SUBJETIVA EM ESCOLAS PRISIONAIS

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Academic year: 2020

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Nº 3, volume 10, artigo nº 4, Julho/Setembro 2015 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v10n3a4

ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 67 de 216

MEMÓRIA E PODER DISCIPLINAR: TRANSFORMAÇÃO E

PRODUÇÃO SUBJETIVA EM ESCOLAS PRISIONAIS

MEMORY AND DISCIPLINARY POWER: PROCESSING AND

SUBJECTIVE PRODUCTION IN PRISIONS SCHOOLS

José Mauro de Oliveira Braz¹, Francisco Ramos de Farias²

¹Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Programa de Pós-Graduação em Memória Social, Rio de Janeiro, RJ, Brazil,

jmobraz@yahoo.com.br

² Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Programa de Pós-Graduação em Memória Social, Rio de Janeiro, RJ, Brazil,

frfarias@uol.com.br

RESUMO - O presente trabalho tem por objetivo construir uma aproximação entre noções de poder e memória social, levando em consideração a dimensão disciplinar e sua relação com as instituições escolares nas prisões. Inicialmente abordaremos o conceito de instituição e suas dinâmicas sociais. Dando continuidade, apresenta-se discussão acerca das formas de poder estabelecidos nas instituições, bem como os mecanismos utilizados pelo homem como resposta ao poder, que neste caso se refere à submissão e resistência. No tocante à resistência ao poder, pode-se configurar a questão da memória em termos das possíveis dobras que a resistência impõe ao poder. No terceiro ponto abordado, focalizamos as instituições escolares em prisões nas suas duas possíveis vertentes: a escola como mais um dos aparatos de controle da instituição prisional, ou como um caminho de emancipação à medida que disponibiliza ao sujeito o saber e assim poderá consistir em produção subjetiva. O espaço escolar a ser analisado é diferente de outros espaços escolares, quando se considera o meio no qual ele se encontra e a categoria social da qual o alunado desta escola está alocada. Tratam-se de espaços escolares situados em prisões, as ditas escolas prisionais, e é sobre ela que se pretende discorrer no presente artigo. Trata-se de um espaço escolar cujos alunos apresentam como característica comum a prática de um ato infracional, ou seja, antes do aluno chegar a escola já passou pelo aparato policial de repressão e segurança, e pela equipe técnica do judiciário, onde estes inevitavelmente afetaram a subjetividade do criminoso, seja pelo intermédio das ações discursivas e

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 68 de 216 ideológicas, seja pelos instrumentos de repressão física.

Palavras-chave: Disciplina; Poder; Subjetividade.

ABSTRACT - This study aims to build a closer relationship between notions of power and social memory, taking into consideration the disciplinary dimension and its relationship with educational institutions in prisons. Initially, we discuss the concept of institution and its social dynamics. Continuing, discussion is presented on the forms of power established in the institutions and the mechanisms used by man in response to power, which in this case refers to the submission and resistance. With regard to resistance to power, you can configure the issue of memory in terms of possible folds that resistance requires the power. In the third issue addressed, we focus on educational institutions in prisons in its two possible sources: the school as another of the prison institution control devices, or as a way of emancipation as available to the subject knowledge and thus may consist of production subjective. The school space to be analyzed is different from other school spaces, when it is considered the medium in which it is located and the social category which the student body of this school is allocated. These are school spaces located in prisons, said prison schools, and is about it that we intend to discuss in this article. This is a school space whose students have in common that the practice of an offense, that is, before the student arrives to school already passed the police apparatus of repression and safety, and the crew of the judiciary, where they inevitably affected criminal subjectivity, either by means of the discursive and ideological actions, whether by physical instruments of repression.

Keywords: Discipline; Power; Subjectivity.

Introdução

O presente trabalho tem por objetivo construir uma aproximação entre noções de poder e memória social, levando em consideração a dimensão disciplinar e sua relação com as instituições escolares nas prisões. Inicialmente abordaremos o conceito de instituição e suas dinâmicas sociais. Dando continuidade, apresenta-se a discussão acerca das formas de poder estabelecidas nas instituições, bem como os mecanismos utilizados pelo homem como resposta ao poder, que neste caso se refere à submissão e resistência, especificamente. No tocante à resistência ao poder, pode-se configurar a questão da memória em termos das possíveis dobras que a resistência impõe ao sujeito.

Considerando essa premissa, chegamos ao terceiro ponto abordado focalizando as instituições escolares em prisões nas suas duas possíveis vertentes: a escola pode funcionar como mais um dos aparatos de controle da instituição prisional, mas também poder apresentar um caminho de emancipação à medida que disponibiliza ao sujeito o saber e este poderá contribuir para produção subjetiva.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 69 de 216 Desse modo, tem-se uma dobra produzida em um ambiente de submissão que funciona como resistência e como condição de desalienação.

Todo contexto social praticamente é constituído por instituições. A noção de instituição parte da concepção de que esta é um mecanismo de proteção da sociedade, no qual encontra-se um conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente e reconhecidos, bem como aceitos e sancionados pela própria sociedade. A importância das instituições concretiza-se no fato de estas terem a capacidade de conservar a organização social e satisfazer as necessidades do grupo que as compõe. São, portanto, instâncias conservadoras por essência e atuam no sujeito com a intenção de manter a ordem. Na maioria das vezes os sujeitos que compõem as instituições, estão alheios ao seu funcionamento e à sua função social. À exemplo disto pode-se mencionar o caso da família e da escola, instituições estas que estão concebidas, principalmente na atualidade, como normais e essenciais para a manutenção da vida em sociedade.

Historicamente diferentes leituras se realizaram sobre as instituições, mas de forma específica. O ponto fixo nas mais diversas análises apresentadas é a manutenção da ordem, quer dizer, quanto menos um quadro social variar, ou seja, quanto mais coeso for em relação ao que é, mais eficaz será a atuação da instituição na sociedade. Althusser (1918) ao se voltar para a problemática acerca das instituições, define-as como aparelhos do estado, apresentando a divisão entre aparelhos repressor do estado e aparelho ideológico do estado. Ambos têm por função garantir a ordem da chamada relação de produção (ALTHUSSER, 1918) por intermédio de instrumentos coercitivos, no caso do aparelho repressor, tais instrumentos são majoritariamente físicos. Os aparelhos ideológicos do Estado buscam da mesma forma, conservar as relações de produção que atravessam a sociedade, porém os instrumentos de coerção são majoritariamente ideológicos, ou seja, apresentam-se na esfera do discurso e das ideias. A noção de aparelhos ideológicos apresentada por Althusser é uma leitura, dentre outras acerca das instituições, e, mais especificamente, acerca da dinâmica que estas instituições apresentam, no que tange a conservar determinando quadro social na condição de estável.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 70 de 216 vezes não. Esta abertura permite que os sujeitos que integram as instituições possam circular e assim instalar-se nas que vão de encontro às noções de conforto, ou construções ideológicas acerca do melhor funcionamento da sociedade. Outras instituições apesar de conservarem certo grau de abertura, exigem um maior comprometimento de seus membros, restringindo um pouco mais o fluxo social existente entre o seu interior e o meio social. De um modo ou de outro, as instituições exigem de seus participantes a relação de pertencimento, oferecendo-lhes uma espécie de proteção.

Quer dizer, para participar de uma instituição o homem precisa fazer algum tipo de renúncia pelo menos no tocante a abrir mão de alguns aspectos de sua natureza, ou singularidade, no processo de firmar pactos e acordos nestas instituições. Em compensação a participação é um tipo de garantia em termos de reconhecimento, ou seja, acaba por ser uma relação de troca, o sujeito „se oferece‟ à instituição e esta oferece a ele o reconhecimento.

Assim como as instituições tendem a conservar certo grau de abertura, elas igualmente conservam certo grau de fechamento. Um tipo de instituição específica e com características marcantes de fechamento são as instituições totais (GOFFMAN, 1974). Tratam-se de instituições que caracterizam seu fechamento por uma barreira em relação ao mundo externo, por intermédio da proibição de saídas. Essas proibições podem funcionar por intermédio de coerção física. Tais instituições, pode ser mais especificamente definida como:

[...] um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada (GOFFMAN, 1974, p.11).

Teoricamente tais instituições não permitem qualquer contato entre o internado e o mundo exterior, até porque o objetivo é excluí-lo completamente do meio social, a fim de que o internado absorva totalmente as regras internas, de forma que não existam comparações nem contatos com outros modelos de ações e atitudes que possam ser apreendidos por estes. Goffman (1974) define as instituições em três grupos, mas vamos nos deter a tratar somente de um deles, que também é objeto de análise profunda por parte de Foucault (1987): as instituições organizadas para “proteger” a sociedade contra aqueles que venham a representar

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 71 de 216 perigo, de forma intencional, ou seja, causam o mal, cientes deste. Tais instituições objetivam conservar o “bem-estar” social, por intermédio do isolamento dos sujeitos considerados “perigosos”. Tratam-se das cadeias, penitenciárias, campos de prisioneiros de guerra, campos de concentração e etc.

Acerca destas instituições, mais particularmente a prisão, Foucault (1987) afirma que ela “se fundamenta também em seu papel, suposto ou exigido, de aparelho de transformar os indivíduos” (FOUCAULT, 1987, p.6), e nesse aspecto pretendemos nos aprofundar acerca de como a memória é operada por intermédio das estratégias de intervenção e transformação subjetiva dos sujeitos.

O poder disciplinar

Nas prisões temos um grupo enorme de internados e uma pequena equipe de supervisão. O internado vive na instituição e tem contato restrito com o mundo existente fora das suas paredes, não possuindo, muitas vezes, a possibilidade de enviar ou receber uma simples carta sem passar pelo crivo do poder repressor. Sendo assim, ao ingressar em uma instituição dessa natureza, mediada por rigorosas relações de poder, o sujeito tem que submeter-se, como condição de garantia da própria sobrevivência. A submissão funciona de forma bastante paradoxal, pois de um lado, revela, no dominado, o poder do dominador, mas por outro, possibilita formas de resistência que culminam, muitas vezes, na produção de subjetividades.

Disso conclui-se que o poder produtor da submissão é também um meio de possibilidade no processo de formação do sujeito, na medida em que lhe proporciona condições para sua existência, de modo a poder revelar a trajetória de seu desejo. Como afirma Foucault (1987) o poder não é apenas aquilo a que o homem se opõe, visto ser também aquilo de que o homem depende, em sua existência, no sentido da produção de movimentos que expressam aquilo que cada um é em termos de singularidade. Mesmo que consideremos a sujeição como o processo de subordinar-se ao poder, temos também que considerar que é o poder que possibilita o advento do sujeito, em termos de construção subjetiva. Desse modo, o mesmo movimento do poder que produz a sujeição é responsável pela produção subjetiva, pois “o poder que em princípio aparece como externo,

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 72 de 216 pressionando o sujeito a subordinação, assume uma forma psíquica que constitui a identidade” (BUTLER, 2011, p. 13).

Disso depreende-se que o poder atua no sujeito de duas maneiras distintas: uma, no contexto da submissão; outra, como uma condição que possibilita ao sujeito construir suas teias de relações, constituindo assim um dos mecanismos de produção de subjetividade. É necessário ressaltar que, no primeiro caso, o poder funciona como uma forma de exterioridade ao sujeito; enquanto que, no segundo, funciona como efeito voluntário de sua posição subjetiva. Em termos desta posição, o sujeito pode escolher manter-se completamente massificado ou lutar para expressar sua singularidade. Esta singularidade é uma forma de resistência aos mecanismos que nivelam as suas diferenças, na intenção de anulá-las ou tornar os homens iguais. Além do mais há uma particularidade a ser assinalada: a submissão do sujeito ao poder funciona também como condição de manutenção do poder.

A partir dessas considerações adentramos ao universo das prisões que têm como suporte o poder de produção de sujeitos submissos e obedientes, mas que, em função desse processo, propicia condições de resistência em dobras que são formas de construção de memória. Estas servem tanto para manutenção do poder, como também para que o sujeito possa produzir-se em termos da construção de sua história subjetiva, refletindo sobre a modalidade de inclusão alienada que é a prisão.

Na instituição carcerária, e em geral nas instituições totais, o sujeito passa por um processo de anulação do eu (GOFFMAN, 1974), que começa com sua recepção, por meio de rituais, conhecidos, como rituais de "boas vindas", onde a equipe de supervisão, o grupo de internados, ou ambos, procuraram deixar de forma bem clara a sua situação de fragilidade e dependência em relação àqueles que já se encontram na instituição.

O processo de inserção na prisão é caracterizado por várias etapas. Além de o interno cumprir uma série de requisitos prévios à sua prisão, como bem salienta Wacquant (2003), na maioria dos casos, é pertencente às minorias: ou seja, são sujeitos que provem de classes sociais desfavorecidas economicamente, geralmente, de pouca ou nenhuma instrução. O ritual de ingresso na prisão consiste, primeiramente, em despir o homem de sua aparência usual, e para isso, passa por um processo em etapas: perde a guarda de seus documentos, é fotografado,

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 73 de 216 identificado por um número, são retiradas as impressões digitais, recebe os uniformes da instituição, que são também sinais de identificação e de reconhecimento. Todos esses rituais confluem, de forma bastante significativa, na anulação do eu.

O homem, ao ser preso, não é mais um sujeito, passa a ser parte da instituição na qual se encontra e deverá obedecer a todas as regras da mesma. Caso não o faça, passará por processos de adaptação forçada, sem ter alternativas de seguir outros caminhos. É muito comum o enlouquecimento como forma de oposição ao condicionamento imposto pela instituição prisional. Cabe ressaltar que o condicionamento, pode ser aplicado ao homem tanto pelos próprios internados, que estão na mesma condição que a sua, quanto pela equipe gestora da instituição. O importante é a máquina institucional não interromper as rotinas de suas atividades. Esse é o processo conhecido como prisonização, o qual consiste em o sujeito adequar-se completamente as regras da instituição prisional. Porém até que a instituição alcance esse estágio em que o preso internalize a cultura prisional serão aplicados vários procedimentos de anulação subjetiva, conforme afirma Thompson (1980).

Além da deformação pessoal que decorre do fato da imposição da perda de seu conjunto de identidades, para a formação da identidade de criminoso e de preso, existe a desfiguração pessoal que decorre de mutilações diretas e permanentes do corpo – por exemplo, marcas ou perda de membros (GOFFMAN, 1974, p.29). O importante é deixar claro ao indivíduo que o mesmo está num ambiente que não garante sua própria integridade física, entretanto, seguindo o sistema, poderá não lhe ocorrer nada.

Outro item que chama a atenção no estudo das prisões, é o caráter absoluto de sua "impermeabilidade". Em se tratando da punição dos presos, a impermeabilidade é necessária para a manutenção da moral atuando sob a sua referência com o meio social extramuro, nesse sentido, referências como a família, o meio de trabalho e o bairro onde reside, por exemplo, devem ser afastados do internado no intuito de torná-lo inteiramente dependente da instituição na qual se encontra.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 74 de 216 cada ator social presente na instituição prisão são regidas por um princípio de convergência que é ponto central dos estudos de Foucault (1987): o poder. Mais especificamente no caso da instituição abordada o poder disciplinar. É sabido que para Foucault, o poder não é uma coisa, nem uma propriedade, ele não está localizado somente no governo ou no estado. O poder não pode ser definido somente em um lugar, indivíduo ou instituição, muito pelo contrário, o poder é apresentado como sendo uma trama, uma rede que está difusa transversalmente através da sociedade, ele permeia toda esta.

No Ocidente podemos identificar três tipos distintos de poderes: o poder soberano, que faz referência a estruturas monárquicas de reinados onde um só indivíduo exercia controle sobre a vida e a morte de outros semelhantes; o poder disciplinar que surge com uma articulação muito próxima do modo de produção capitalista, por isso encontra-se hoje na sociedade e é majoritariamente uma forma de poder ligada às instituições. Aqui cabe destacar a questão da disciplina. Segundo Foucault, disciplina pode ser entendida como uma tecnologia de poder é uma forma de exercer o poder.

A disciplina é um poder individualizante, e assim o é, pois é exercida sob o corpo de cada sujeito, ou seja, disciplinar um sujeito é constitui-lo como sujeito por intermédio da ação do poder no corpo do sujeito. O ponto de destaque da disciplina é: apesar de ser uma ação externa ao sujeito, ela culmina por se instalar no sujeito que sofre a ação da disciplina, alterando o status moral, condição social e principalmente condição subjetiva do sujeito afetado. Para que o poder disciplinar seja efetivo naquilo que se propõe, disciplinar os sujeitos, é necessário haver um controle sobre os corpos a serem disciplinarizados. Daí decorre a necessidade do confinamento em instituições, sejam totais ou não. São as instituições de sequestro, que acabam por “sequestrar” os sujeitos para dentro de si e assim disciplinarem os mesmos.

A terceira forma de poder apresentada por Foucault foi intitulada biopoder, a qual surge na transição só século XVIII para o XIX e que acaba por ser uma tecnologia de poder que acaba por complementar o poder disciplinar. De forma mais ampla pode-se dizer que, enquanto o poder disciplinar atua sob o sujeito como único perante a massa, o biopoder atua diretamente nas massas de forma semelhante ao

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 75 de 216 poder disciplinar.

As prisões foram campo de estudo de Foucault justamente por nelas ser permitido punir, sempre em nome do bem e da ordem, nada se mascará e como já explicitado acima os métodos podem ser percebidos por qualquer um que se dedique a investigar estes espaços. Originalmente as prisões foram criadas para vigiar e controlar, punir fisicamente ou torturar não eram princípios que nortearam a concepção das prisões modernas, assim a vigilância torna-se uma forma de poder e tal mecanismos de poder se concretiza por intermédio de um conjunto de ações que Foucault denomina Panoptismo.

O Panoptismo, em linhas gerais, traduz-se na capacidade que uma instituição ou sistema tem de vigiar constantemente os sujeitos que são tidos como seus “alvos” sem ser percebida, ou seja, vigiar sem ser visto, de forma a afetar o comportamento do sujeito, pois este jamais saberá se está sendo vigiado ou não, obrigando-o a exercer um controle sob si mesmo e sob suas ações. O Panoptismo é um mecanismo de poder hibrido, pois abriga em sua lógica funcional instrumentos que culminam na ação direta do poder disciplinar bem como na ação direta do biopoder.

A grande questão acerca do poder exercido nas prisões, e no caso o poder disciplinar que é objeto de nosso estudo, é que ele modifica o sujeito, ele pode ser tão intenso, que por vezes, quando chega o momento de o internado retornar ao meio social de onde é oriundo, ou seja, quando chega o término de sua pena, este apresenta um estranhamento profundo, além de medo de sair da instituição, tudo isto basicamente em função dos anos que conviveu submetido às regras que lhe eram impostas na prisão. Tais casos podem incorrer em alguns mais acentuados como os sujeitos que, por terem cometido uma série de delitos que geraram uma pena muito longa, acabam adquirindo um status de adaptação permanente à prisão, ou seja, o mesmo já não consiga se adaptar à uma sociedade livre.

Subjetividade, Memória e Poder

Vimos até agora que o poder foi um ponto muito importante nos estudos de Foucault. Ele consegue de forma muito clara, mas ao mesmo tempo profunda, mostrar-nos como as organizações sociais são importantes para a manutenção da

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 76 de 216 própria sociedade e que o poder é uma peça chave dentro das dinâmicas que ocorrem nos mais diferentes espaços.

Para tratar entre a proximidade entre subjetividade, memória e poder, deve-se antes de tudo recorrer às elaborações teóricas de Guattari e Rolnik, para nos calcarmos em um norte inicial acerca da noção de subjetividade. Segundo o autor a “[...] subjetividade não é passível de totalização ou de centralização no indivíduo” (GUATTARI & ROLNIK, 1996, p. 31), ou seja, é apresentada a ideia de que a subjetividade não detém um lugar especifico, um dono, não implica em uma posse, mas na verdade trata-se de uma produção, que se apresenta constante e incessante. Tal produção surge a partir dos encontros e momentos com o outro, onde este outro pode ser lido como um ser social, um outro social, porém também poder ser lido como natureza, ocasiões, acontecimentos, enfim, qualquer coisa que venha a produzir consequências e efeitos dos mais diversos, nas formas de viver e nos corpos. Tais efeitos difundem-se por meio de múltiplos componentes de subjetividade que estão em circulação no campo social.

Dessa forma podemos entender que a subjetividade é um processo de produção no qual comparecem e participam múltiplos componentes. Tais componentes são oriundos da apreensão parcial que o sujeito realiza, de forma fixa e longínqua, de um conjunto de elementos dos mais diferentes tipos e classificações que estão presentes no contexto social. Logo, sabe-se que ideias, sentidos e valores, são registrados de forma singular, e servindo assim de matéria prima para a expressão dos afetos vividos nesses encontros. Essa produção de subjetividades, da qual o sujeito é um efeito provisório, mantém-se em aberto uma vez que cada um, ao mesmo tempo em que acolhe os componentes de subjetivação em circulação, também os emite, fazendo dessas trocas uma construção coletiva viva.

É necessário acrescentar que a difusão desses componentes se dá a partir de uma série de instituições. É nessa dinâmica mutante de ações e acontecimentos que os processos de subjetivação vão tomando forma, contando com a participação das instituições e dos elementos que estas permitem adentrar a seu espaço de domínio. Assim, os componentes ganham importância coletiva e são atualizados de diferentes maneiras no cotidiano de cada sujeito. Dessa forma eles podem ser abandonados, modificados e reinventados em um movimento de misturas e conexões que não é

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 77 de 216 interrompido. Pode-se dizer, então, que os múltiplos componentes de subjetividade difundem-se como fluxos que percorrem o meio social, dando-lhe movimento. Porém deve-se ressaltar que haverá sempre formas de capturar e/ou transformar essas invenções em novas referências a serem simplesmente reproduzidas pela coletividade e dessa forma construir tentativas que buscam fixar a força subjetiva produtiva e dar-lhe uma direção determinada.

Dentre as instituições que formam o quadro social, merece destaque a escola, instituição que possui na atualidade um atravessamento social, pois a noção de importância acerca da escolarização já foi amplamente difundida. A instituição escolar vai auxiliar na construção de mecanismos que vão mediar a interação social entre sujeito e sociedade, dentre eles encontra-se a subjetividade. Ainda acerca da escola e da sua prática na apresentação ou introdução dos conhecimentos ao sujeito, Paulo Freire (1970, p.12) afirma que:

Conhecer não é o ato através do qual um sujeito transformado em objeto, recebe dócil e passivamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe. O conhecimento pelo contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante e implica em inventar e reinventar.

Essa dinâmica da aquisição de conhecimento é semelhante a dinâmica da constituição de subjetividades, o que no caso do aluno criminoso – público alvo da escola na prisão – acaba por receber um olhar diferenciado, na medida em que a escola oferece a possibilidade do egresso do sistema penal dispor de alternativas além da realização do crime. Tais alternativas serão produzidas pelo egresso, e incorrem no pressuposto apresentado por Adorno (2006): a subjetividade autônoma. Subjetividade que abriga, esclarecida, formas de vivenciar o tempo de forma mais realizadora, de perceber o mundo social por além dos olhos daqueles que integram a administração das instituições.

Dessa forma pode-se concluir que os estudos de Guattari e Rolnik (1996) contribuem para pensar que, ao nos referirmos a uma noção de subjetividade, estamos falando de uma matéria-prima viva e mutante a partir da qual é possível experimentar e inventar maneiras diferentes de perceber o mundo e de nele agir. Adorno (2006) vem a confirmar tal premissa, na medida em que afirma que sem o tipo de sociedade construída está em parte constituído sobre o tipo de subjetividade que os sujeitos constituem.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 78 de 216 A articulação da subjetividade abordada anteriormente e o poder apresentado por Foucault, mais especificamente o poder disciplinar, ou seja, aquele que age diretamente sobre os corpos, se apresenta na medida em que ambos os conceitos não apresentam um local fixo, um dono ou um espaço, estão atravessados na sociedade. Que há uma relação entre poder e subjetividade, isto se compreende do exposto. Mas de que forma a memória tem relação com estes outros dois?

Tomando como ponto de partida nesta empreitada, que a memória antes de tudo é um conceito ético, social e político (GONDAR, 2005), concebemos a memória social, numa dimensão mais clássica, como sendo o conhecimento e a identidade de determinado grupo, inserido em um determinado contexto (HALBWACHS, 2003). De forma mais específica, a memória pode ser entendida como um conceito mais individual, próximo da identidade, que segundo Le Goff (1990) “é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje” (LE GOFF, 1990, p.476). Além disso ressalta-se que a memória e o estudo deste campo “não nos conduzem a reconstituir o passado, mas sim a reconstruí-lo com base nas questões que nós fazemos, que fazemos a ele, questões que dizem mais de nós mesmos, de nossa perspectiva presente, que do frescor dos acontecimentos passados” (GONDAR, 2005, p.18). Ainda com relação a memória, cabe ressaltar que se trata de um campo inter e transdisciplinar sendo atravessado de forma ética, política e polissêmica. Dessa forma é nítido que a memória pode ser operada como instrumento de poder na medida em além de ser campo de investigação e pesquisa, pode ser operada pelo poder no intuito de construir lembranças e esquecimentos. Podemos nesse sentido, considerar a escola na prisão como um espaço de produção subjetiva e certamente de memória, na medida que o preso não fará uma adesão completa à submissão, visto que o acesso ao saber possibilitará planejar alternativas para a vida futura, ou seja, a vida após o término da prisão. Esse processo é complexo, pois inclui a perda de antigas identidades e construção de novas. Porém um dado é significativo para o preso: a saída da prisão traz consigo lembranças que dificilmente são esquecidas, mas que devem ser esquecidas, visto que a permanência das lembranças da prisão pode se verter em uma fonte de tormento. Há então a necessidade de lembrar e esquecer.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 79 de 216 Tais lembranças e esquecimentos são ainda exploradas em relação ao poder. Essa proximidade também é explorada por Gondar que, em seu texto Memória,

poder e resistência, afirma que “as lembranças e esquecimentos que tecem a

memória não são simplesmente selecionados ou gerenciados pelo poder, mas são por ele fabricados” (GONDAR, 2000, p.32). Dessa forma é possível construir uma aproximação entre os conceitos de memória, poder e subjetividade, pois se a memória é instrumento do poder, ela também é instrumento da subjetividade, na medida em que ambos estão atravessados na tessitura social de diversas formas.

Conclusão

Dentro de uma perspectiva objetiva do tratamento e conclusão do tema, temos o seguinte tratado postulado: as lembranças e esquecimentos são produzidos pelo poder. Levando-se em consideração que poder e subjetividade carregam em si características que os definem como praticamente semelhantes, pode-se dizer que as mesmas lembranças e esquecimentos produzidos, ou fabricados, pelo poder, também são fabricados pela subjetividade.

A escola na prisão tem por intenção apresentar aos alunos criminosos a possibilidade de desenvolver sua autonomia mediante a ampliação de seus conhecimentos pela transmissão do saber. Em certo sentido, a implantação dos espaços escolares em espaços prisionais, segue a premissa de Adorno (2006), de que o homem privado de liberdade, não pode deixar de ser considerado um ser de direito e como tal deve ser considerado pelas políticas públicas de educação, a estrutura apresentada pela prisão ao sujeito encarcerado teoricamente vai servir-lhe de instrumento para a continuidade do processo de humanização, pois:

a essência originaria do indivíduo humano não está dentro dele mesmo, mas, sim, fora, em uma posição excêntrica, no mundo das relações sociais. A humanidade (no sentido de „ser homem‟), em oposição à animalidade (o „ser animal‟) não é um dado presente por natureza em cada indivíduo isolado, é o mundo social humano; e cada indivíduo natural torna-se humano ao „hominizar-se‟ através de seu processo de vida real no âmago das relações sociais (CHARLOT, 2000, p 52).

Essa transmissão do saber, possibilita ao aluno criminoso instrumentos para que este transforme sua subjetividade, para que futuramente o egresso do sistema penal disponha de alternativas além da realização do crime. É importante que se leia transmissão do saber em um sentido ativo, ou seja, o aluno não é mero reprodutor

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 80 de 216 dos conteúdos pois estes são apresentados, possibilitando ao aluno tempo de reflexão acerca dos mesmos, em especial para o aluno encarcerado que tem a possibilidade de deixar o espaço escolar de posse de seu material de estudo para que efetue leituras e reflexões em sua cela. Ressalta-se que, no caso específico do Rio de Janeiro, não são todas as unidades prisionais que permitem ao aluno levar materiais para as celas, mas a maioria permite.

Esse pressuposto, da educação como alternativa para o homem „humanizar-se‟, para que ele tenha alternativas, sustenta-se nas noções de subjetividade autônoma apresentadas por Adorno (2006). Ele nos alerta acerca da importância do ato de educar e afirma que:

[...] será difícil evitar o reaparecimento de assassinos de gabinete, por mais abrangentes que sejam as medidas educacionais. Mas que haja pessoas que, em posições subalternas, enquanto serviçais, façam coisas que perpetuam sua própria servidão, tornando-se indignas; que continue a haver Bogers e Kaduks, contra isto é possível empreender algo mediante a educação e o esclarecimento (p.137).

Assim, Adorno (2006) alerta que a falta de subjetividade autônoma tornou Auschwitz real e possibilita a sua repetição a qualquer momento, por isso “[...] o centro de toda educação política deveria ser que Auschwitz não se repita” (ADORNO, 2006, p.137).

Dessa forma, a escola na prisão apresenta-se como principal instrumento de resistência para a criação de dobras na memória, dentro das instituições prisionais, pois por intermédio do acesso à esta instituição, o aluno criminoso pode se aventurar, ou arriscar, a construir possibilidades subjetivas para escapar a opressão do poder disciplinar que é diariamente exercido em seu corpo por intermédio de inúmeros instrumentos. Assim, lembrar e esquecer tornam-se em parte exercícios diários na vida do aluno criminoso, pois ele oscila entre dois espaços, um que constantemente lhe oprime, e tenta anular seu eu, e outro que lhe fornece alguns momentos de fala, ou mesmo de quietude, frente a leitura de um livro. Sem dúvida escola na prisão é um dos meios sociais que, sendo atravessado pelo poder e pela subjetividade, atuam nas subjetividades transformando e produzindo subjetividade autônoma.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 81 de 216 ADORNO, Theodor. W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 2006. ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de Estado: nota sobre os aparelhos

ideológicos de Estado (AIE). Rio de Janeiro: Edições Graal, 1918.

BUTLER, Judith. Mecanismos psíquicos del poder. Valencia: Ediciones de Cátedra, 2011.

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Sobre os autores:

José Mauro de Oliveira Braz

Mestrando em Memória Social pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, bolsista do programa Demanda Social da CAPES, possui licenciatura plena em pedagogia pela

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 82 de 216 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisador voluntário do projeto A construção da Memória Social da Educação Prisional do Estado do Rio de Janeiro. Durante três anos atuou como bolsista de Iniciação Científica (CNPq) no projeto A Construção de narrativas acerca da memória social no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho. Participação em eventos nacionais e internacionais com apresentação de trabalhos e publicação em anais. Tem como áreas foco de pesquisa a Educação de Jovens e Adultos, Educação Prisional e Legislação Educacional.

Francisco Ramos de Farias

Bacharel e Psicólogo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978), Especialista em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Psicologia, área Motivação e Prendizagem pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1983) e Doutor em Psicologia, área Psicologia Cognitiva, pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1987). Atualmente é Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq – Nível 2, coordenador do Projeto de Pesquisa A construção da Memória da Educação Prisional no Estado do Rio de Janeiro – Edital FAPERJ Nº19/2011: Pensa Rio, consultor Ad Hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, professor adjunto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, do Departamento de Fundamentos da Educação e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Memória Social, Ex-editor responsável do periódico Actas Freudianas da Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora, Ex-diretor de cultura, pesquisa e publicações da Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora e consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Possui publicações pelas editoras Revinter, 7Letras e Contracapa. Participou de bancas de concursos públicos, de dissertações e teses. Apresentou em programas jornalísticos de televisão (Rede Globo, TVE, CNT) a pesquisa sobre criminalidade, violência e trauma. Apresentou matérias em jornais e semanários. Pesquisa atualmente sobre a temática violência, trauma e memória social. Participação em congressos nacionais e internacionais. Publicações em periódicos nacionais e internacionais. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: crime, desejo, memória social, criminalidade e perversão.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 83 de 216 Data de submissão: 28/01/2015

Referências

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