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Uberlânâ
-
MGUNIVERSIDADE FEDERALDE UBERLÃNDIA
CENTRO DECIENCIAS BIOMEDICAS
CURSO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS
O
SIGNIFICADO
DOPEANEJAIENTO
DE
ENSINO
NA
FORMAÇÃO DOPROFESSOR,
DE
CIÉNCIAS
E
BIOLOGIA
NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
UBERLÃNDIA.
Daniela
Pereira
Lopes
_ORIENTADORA:Profa Ms. Nora Ney Santos Barcelos
Monograãa apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do título de Bacharel em Ciências
Biológicas.
Uberlândia— MG
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA CENTRO DE CIENCIAS BIOMÉDICAS *
CURSO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS
O
SIGNIFICADO
DOPLANEJAIEN'IO
DE
ENSINO
NA
FORMAÇÃO DOPROFESSOR,
DE
CIENCIAS
E
BIOLOGIA
NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
UBERLÃNDIA.
Daniela Pereira
Lopes
Aprovadapela Banca Examinadoraem paz / 421 //99 Nota: 1100
%%
ProfaMs.NoraNeySantosBarcelos Departamento de Biociências—UFU
(Orientadora)
,. oºº»,
» , Gºiªs-',, “0 ' &
C ºs“ aº? (PGR—ª
“& ªºs* 80099?
M
«º.»! “Ktº. ('º(>.?
“
(«pª943359600" Profa Dra Ana Maria de Oliveira Cunha
o aº » oº . ., .
' DepartamentodeBIOCIencIaS-UFU
» (Conselheira)
Á/D
/
/
,Profa DraCecilia Lomônaco de Paula Departamento de Biociências
“Devemos
aprºveitar
aº
máximº
nºssº
tempº—é
precisº httar
pºrnºssºs
sºnhºs,ºtemºs
deººnºentrarr
nºssºs
esfºrçºs
neste
sentidº.”
Paulo
Coelho
Bediººeste trabalhº
a
todos
os
anjos
da
minha
vida,
que
me
ensinam a
cada
dia a não
desistir de
lutar
por
aquilº
que
'
me
faz feliz.
Dedicº
&vocês,
meus grandes
" "vo
é
esta/'
em
f/ifo permanenfe,
que
todos
fw
Esfe
e' odrama
de
permanece
ZVIVO. ..Fazendõ
educaçâ'à'!”AGRADECIMENTOS
“Ás vezes passamos diasou semanas inteirassem recebernenhum gesto decarinhodo próximo. Sãoperíodosdifíceis,quandoOcalorhumano some, eavida se resume a um
árduo esforço de sobrevivência. Devemos examinar nossa própria lareira. Devemos
colocarmais lenha, etentariluminar a sala escura denossa vida. Quandoescutarmos nossofogo crepitando, a madeiraque estala, as históriasque as labaredas contam, a
esperançanos serádevolvida. Se somos capazes de amar, também somos capazesde sermos amados. ”
Agradeço a Deus pelo dom de amar as pessoas que me cercam e mais ainda,
por ter me presenteado amigos como meus pais, minhas irmãs, meus cunhados e minhas criançasquesãosempre uma chama acesaemminha lareira.
Agradeço aElepela vida daminha 'chefe' que além de minha orientadorafoi meu exemploeminha luz. Obrigadaporsuapaciência,compreensão ?sabedoria(:mim transmitida.
Agradeço a umapessoamuito especial, que veio—completar aminha vida edar mais brilho aminha existência.
RESUMO
O objetivo da presente pesquisa foi conhecer o que pensam e
como sentem os estagiários de Biologia frente à prática do Planejamentode Ensino. Ao se depararem com a idéia de elaborarem um Planejamento de
Ensino e executa-lo em uma sala de aula, muitos licenciandos se sentem
perdidos, sem saberem o que fazer e por onde começar, consequentemente
procurammodelos já prontos para reproduzirem. Isso leva à elaboração de um
Planejamento sem reflexão e que provavelmente não garante uma aprendizagem significativa. Ás vezes a falta de esclarecimento sobre o seu significado, sua estrutura e importância levam os licenciandos a acreditarem que o Planejamento é desnecessário na formação do professor e mais ainda,
PRÉ
-
REFLEXIVOIngressei
na UniversidadeFederal de
Uberlândia noCurso
de
Ciências Biológicas emJulho de
1995. Ao longo docurso
tive
algumasexperiências,
extra
curriculares independente da
universidade,
comoprofessora
de
Ciências no ensino Fundamental.Ao
observar
o cotidianoescolar,
do pontode vista
doprofessor,
venho
percebendo
o quantoa escola e
emespecial a sala de
aulaconstitui
umlaboratório de
pesquisa.Tais
constatações
têm
me acompanhadodurante
ocurso
e traduzidas
comopreocupação
com o papelda universidade
naformação de
professores
e
com o papeldas escolas de
ensinoFundamental
e
Médio emrelação
aoprocesso
Ensino-Aprendizagem.
Questões
como o quedeve
ser feito
para melhorar
oensino, levaram—me
a
optar
porcursar as
duashabilitações
oferecidas
peloreferido
curso,
naperspectiva de
queatravés
da
realização da Licenciatura integrada
aoBacharelado,
estaria
pesquisando
questões da educação,
maisespecificamente,
sobre
a
questão
do Planejamentode
Ensino noprocesso de formação de
SUMÁRIO
1_ INTRODUÇÃO .
.. ..01
1.1 _, Histórico do Curso, de, Ciências Biológicas e disciplinas pedagógicas ...01
1.2 — Referencial Teón'co...08
1.3 —Problema ... 13
1.4 —Objetivo...14
1.5 —Justificativa ...14
11_ TRAJETÓRIA METODOLÓGICA .. .. ...15
III — RESULTADOS, ANÁLISEE DISCUSSÃO 21 3.1 — Opção pela Licenciatura, concepção sobre Ensino e Planejamento na formação do professor: a questão do Planejamento segundoa amostra01 — estagiáriosdo Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia... .. 21
3.2 — Visão de Ensino e formação do professor segundo a amostra 02 — licenciados doCurso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia . 62 IV— CONSIDERAÇÓES FINAIS ...70
V—REFERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .
LISTADE QUADROSE FIGURAS
Quadro Ol — Disciplinas pedagógicas no Curso de Ciências Biológicas — UFU
apartirde 1992...04
Quadro 02 — Descrição das Amostras, do Método e dos Instrumentos da pesquisa...20
Quadro 03 — Significado do Planejamento de Ensino, críticas e sugestões para
a Práticade Ensino segundo 3 sujeitos representativosda amostra
Ol...55
Quadro 04 — Visão de Ensino, de formação do professor e de Planejamento,
segundo os sujeitos da amostra02...69
Mira-
Ol — 'O que deverão “saber” e “saber fazer” os professores deINTRODUÇÃO
1.1
-
Histórico
do Cursode
Ciências Biológicase
disciplinaspedagógicas
Em
virtude
doobjetivo da
presente
pesquisa,será feito
aqui
apenas
umbreve histórico
sobre
o Cursode
CiênciasBiológicas
da
UniversidadeFederal de
Uberlândia. BARCELOS(1991)
relata
a
trajetória
deste
Cursodesde
1970,enfatizando as
modificações ocorridas
no mesmoe ressaltando
neste contexto
aregulamentação da profissão
do Biólogo;a
disciplinaPrática de
Ensino, que
objetiva
aformação
doBiólogo-professor e a criação
do
bacharelado,
queobjetiva a formação
do Biólogo-pesquisador,tanto
naárea
específica
como naárea
educacional.Fundada em
1960
e
incorporada
à
-2-Filosoúa
, C'ié'naase
Lefras de
Uberlândia reve
auforização
do Conselho Univers/'rãriodesfa
Universidade
para
fazer
funcionar
oseu
primeiro curso
na
área de
Ciências —Licenaafura,
assiminfifu/ado
Curso
de
Ciências -Licena'afura
do 1ª.ciclo. Com info/oem 1970, o ob
jefi
vodesse
curso
era
formarprofessores
de
ciências
e
mafema'ricapara
o ensino ginasio/,ja'
que
se
fazia
necessário
a presença desses
profissionais
nessa
época.O curso
era
nofurno,seriado
e
comfrês
anos
de
duração.Somente
em 1972,a
Faculdade
de
Filosofia,Ciências
e
Lefras da
Universidade
Federal de
Uberlândia feve autorização
para
fazer
funcionar
oseu
segundo curso na
área de
Ciências -Licenciafura,
denominado
curso
de
Ciências BiológicasLicenciafura
Plena, com o ob_jefivo
de formarprofessores de
ciências
e
biologiapara
o mag/sfe'riode
1ª.e
2”.graus
respecfivamenfe.
Em 1980,
foi regulamenfada
a profissão de
bio'logo
e
ocurrículo
sofreu
algumasalferaçães
proposfas para
o Cursode
CiênciasHabi/ifação
emBiologia
da
Universidade
Federal de
Uberlândia,-3.
licenciando - bio'logo,
agora
comdirei
to
a concorrer a
oporrunidades
de
trabalho
maisabrangen
res.Desde 1972
o Cursode
ãênaas
Biológicasfaz
parfe
da
UniversidadeFederal de
Uberlândia,ant/ya
Universidade
de
Uber/ência, oqual
sofreu
ainda
oufras
modificações
e alferaçães
nocurrículo
. Aparfir
de
1992, além
da
licenciatura
oferece a
habi/iraçâ'obacharelado, sendo
queambas habilitações possuem
quatro anos
de
duração distribuídos
emoito períodos,
podendo
ograduando
optar por
uma oupelas
duas
opções concomitanfemenfe
ou não,sem prioridade
por
uma
das
habilitações.
O Bacharelado constitui—se
basicamente da elaboração e
execução de
umprojeto
de
pesquisa em qualquer campoda
biologiaou em
educação.
Tal pesquisadeve
ser
realizada
no período mínimode
um ano,encerrando
coma
apresentação
e
defesa
de
umamonografia. Na
Licenciatura,
0graduando conta
com um anoe
meio, no mínimo,
para cursar as
disciplinaspedagógicas, tendo
comometa a articulação de
três
eixos fundamentais: Planejamento,
Ensino-Execução
e
Avaliação. Considerando GAGLIARDI &GIORDAN (1986), quando menciona os mesmos
eixos,
diz que, emsíntese
sãoeles
“os mecanismosde compreensão
do aluno,as
Para
ob'renção do Tíiulode
licenciado biólogoprofessor,
o aluno
deve cursar
um rolde
disciplinasespecíficas
que.consiam
do básico
e
duas disciplinas op'raªrivas naárea
de educação:
alémdas
disciplinas pedagógicasobrigatórias,
como podeser
visto
noquadro
a seguir.
Valeressaltar
quea
nova LDB (Leisde
DireTrizese
Bases),
de
1996,determina
quea carga horário da
Práªricade
Ensino
deve
ser
de 300 horas
aula.Isso
implica em um aumentode
60
h nacarga horária de Prática de
Ensino no Cursode
CiênciasBiológicas
da
UFU,a
partir
de 2002.
Quadro
I
- Disciplinas pedagógicas no Curso de Ciências Biológicas — UFU aparfirde 1992.
Período Disciplinas
obrigatórias
Cargahorária
6º Didáfica Geral
60 horas/aula
7º
Esfrufura
Func. Ensino60 horas/aula
Psicologia Educação
60 horas/aula
MeTodoIogia Ensino
45
horas/aula
Projeto
Infegrado
de
45 horas/aula
Práficas
Pedagógicas 30horas/aula
8ª
Prática de
Ensinode
120horas/aula
Ciências
Prática de
Ensinode
120horas/aula
_5_
A disciplina
Prática de
Ensinotem também
oseu
histórico
dentro
das
mudançascurriculares, desde
a implantaçãodo Curso
de
Ciências Biológicas. Natentativa
de
oferecer
umaformação
pedagógica,cada
vez melhor,para
ofuturo
biólogo-professor,
a Prática de
Ensinorealiza estágios
supervisionados emescolas da
rede
públicae
emescolas
privadasde
Uberlândia. Oestágio é
umaforma de introduzir
o Iicenciando naescola,
soba
orientação de
professores
supervisores da universidade,
que oauxiliam na solução
das dificuldades
que venhamsurgir.
Entende-se
porEstágio,
um conjuntode atividades de
aprendizado
do ensino que envolveelementos da realidade escolar,
incluindo o aluno, o
professor,
odiretor
e funcionários de
secretaria. Neste
sentido
valeressaltar
oobjetivo das atividades
da
disciplinaPrática de
Ensino, segundo KRASILCHIK (1996)"As
afividades
de
esfa'gio emescolas
de
lº.e
2ª.
graus realizadas
pelos
fufuros professores de
vemformar
ocerne de
qua/quer
Prática de
Ensino,pois
cie/asderivam
a
análise
da rea/idade
queos
alunosenfren
farão
em
suas
afividades profissionais
e
sobre as
quaisde
verãoafuar
comoagen
fes de
mudança.0
estágio
e'portanto
umcanal
de
comunicação que ligaos cursos
de
formação
de professores
do Ensinoperspecfi
vade fraca de
conhecimentos,
daí
levandoinformações
de estudo da realidade
e
necessidades
das
instituições
de
ensino envolvidas noprocesso, bem
comoinfluxo
de
navas idéias. "A
Prática de
Ensinode
Biologia na UFU,considerando as
possíveis
variações, pressupõe
:Planejamento
i—ª
Ensino- Execução
ªl
17
Avaliação
Le
“
Estágio Supervisionado&
Outras atividades de
Ensino'
Estágio Supervisionado Regência ( naescola)
Estágio Supervisionado Mini Curso (na
escola
ou
Universidade)
Outras atividades sobre:
Formação doProfessor,
Ensino Aprendizagem, Avaliação,Pesquisa em Educação, Livro Didático,
&
Reforma
Curriculare outros.
(
Aprendizagem do alunoda escola
Auto Avaliação
da aprendizagem
dolicenciando
& Disciplina
Prática de
EnsinoVale
ressaltar
que o Estágiopara a prática docente
na UFU, inicia—se no 7ºperíodo,
quando o alunocurso a
disciplinaele realiza
umaprimeira
modalidadede
Estágio - o Estágiode
Observação,
comoparte
de
umprojeto
chamado “Conheça umaEscola”, que
tem
comoobjetivo
vivenciarde
perto
a dinâmicada
escola
nasrelações
entre
os alunose
entre estes
com osprofessores.
Os licenciandoselaboraram
umrelatório
queé
umregistro* “sobre
oconhecimento
que oprofessor
veicula emsua
aulas, o clima
da sala de
aula,a
metodologiautilizada, a relação
teoria
e prática,
entre
outros".
Segundo KRASILCHIK (1996):"estágios
de
observação são aqueles
em queo
estagiario
esta'
presente
sem
participar diretamente
da
aula,Na
condiçãode futuro professor,
o licenciandodeve
ir
a
escola
e
ver
a
mesmade
um ângulo muitodiverso
do que viuna
condiçãode estudante,
precisando
de instruções
e
orientações sobre
o quebuscar e
focalizar.
Os
seguintes aspectos
podem
ser
considerados
noestágio de
observação: situação
geral
da
escola,
nivel cognitivodas
aulas, 'c/ima'afe
ti
va,organização
das
aulas,observações
gerais
e
incidentes
críticos, en
tre
outros.
”Especificamente
nosemestre
99/0L,
na disciplina PIPP,os licenciandos
estagiários elaboraram
um Planejamentode
Ensinocom uma
carga horária de
12à 20 horas/aula
sobre
determinado
conteúdo
aser
executado
na modalidade Estágio - Regência queé
_8_
obrigaªroriamenfe supervisionado por um
professor
da
Universidade.
1
.2-
Referencial Teórico
Falar
sobre
Planejamemªode
Ensino naformação
doprofessor
requer
umaretomada
sobre
a
disciplinaPráfica de
Ensino - PE que, na UFU, Tem como obje'rivo
oferecer
aosestagiários
condiçõespara
agiremsobre
o obje'rode esfudo:
oensino
e a aprendizagem,
visando uma Tomadade
consciência porparte
deles
sobre
suas próprias concepções
buscandoa construção
do próprio modelo
de
ensino.O quadro
a seguir,
mosTra o que osprofessores
de
Ciências
deverão “saber" e “saber
fazer",
segundo CARVALHO &GIL-PÉREZ (1993).
Proposta baseada, de
um lado, na idéiade
aprendizagem
como consTruçõode
conhecimenªros comas
características
de
uma pesquisacientífica
e,
de
ou'rro, nanecessidade de Transformar
o pensamenfoesponfâneo
do_9_
Figura 01 — O que
deverão “saber"e “saber fazer“os
professores
de
Ciências.,
'—"ã
/————
#—
l
/
* / . - . ” *i 2.Conhecer
equestio— ”
3-Adqumrººnhººlmºmºs l l
4 Crítica fundamenta- l
_“
*
O que exigei ' ' - Possibilitam
l '
_ _
> naro pensamento
lá...»;
teoncos sobre ? aprendl- ;*
da no ensmo habl- l
l
docente espontâneo Í zagemªaprendlzagem l tual. *
*; ,» de Ciências. Í & n*
“%,
,,,,4
& x x &/
l
wmuíílíªªºd
(
l _ 2 . . _ »; ( x
i 1.Conhecer&matérla 5“ 8'Utllizar&p::sqwsa
l. 'l 5.Saberpreparar l : a ser ensmada.
l »;
ºªinovaçao. ; atividades. l
*
// XX 1 .,
l '“
ª;
+“l
/
No / “&'
l 6. Saber din'gir& l
&
f—VÍ
atividade dos l;;
—>.
l :alunos. . ;
à »
//
——>
7. Saber avaliarFonTe: CARVALHO& GIL-PÉREZ ( 1993).
Ainda no campo
da
aquisiçãode
conhecimenfosnecessários à formação profissional,
GIL & CARVALHO apudTRIVELATO (1994), falam
de
“um TraTamenTo Teóricosobre
a
aprendizagem de
Ciências,capaz de
quesTionare Transformar
omodelo Tradicional, muiTo difundido
e baseado
na Transmissãode
conTeúdos
já
elaborados.
InsisTem nanecessidade de
quesTionar oconhecimenTo docenTe esponTâneo
sobre
ensinoe
aprendizagem".Segundo TURRA
ef
al. (1981), oprofessor
quedeseja
-10-organizar
planos emdiferentes
níveisde
complexidadepara
atender
, emclasse, seus
alunos. Paraela
"Planejamento
de
ensino e' umprocesso de
fomada
de decisães
beminformadas
que visamà
racionalização
das atividades
doprofessore
do aluno, nasi
fuação ensino -aprendizagem, possibilitando melhores
resultados
e, em consequência,maiorprodutividade.
O
planejamento rende
a prevenir
este
professor,
emcondiçães
de
estágio,
oferecendo
maior
segurança
naconsecução dos objetivos previsfos,
bem comona verificação da qualidade
de
ensino quedeverá
ser
execufadapor ele
'(Mas o que
é planejamento? Para
MARTINEZ &KLAHORE (1977), em
geral, “entende-se
porplanejamento
umprocesso de previsão de necessidades e racionalização
do empregodos meios
materiais e
dosrecursos
humanos disponíveis,a
fimde
alcançar objetivos concretos,
emprazos determinados e
emetapas
definidas, a
partir
doconhecimento e
avaliaçãocientífica da
situação
original”.Planejamento e' um
processo,
contínuoe
dinâmico,de
reflexão,
tomada de decisão,
colocação emprática
e
acompanhamento. Para FREIRE (1997), “o
ato
de planejar
nãoé
-11-permanente,
cujodesafio é lançar-se
na re—elaboraçõodiária de
novos
planejamentos“, e
aindaressalta
que “o improvisar e'importante
na ação pedagógicadesde
que oeducador
tenha
consciência,
controle
do queestá
improvisando. Para issoele
terá
que
ter
organizadoseu planejamento. Ter
uma açãoplanejada
significa
que oeducador tem
claroseus objetivos.
O queespera
alcançar
comcada atividade
ou comdeterminado
encaminhamento".Freire
nosmostra
quetodas as ações
dosprofessores
devemser
planejadas, pensadas e elaboradas, a
fimde
tornar
aaprendizagem
maissignificativa.
MENEGOLLA & SANT'ANNA (1997), completam
esse
conceito afirmando
que “oplanejamento da educação deve
ser
de
tal
maneira que não venhaa
restringir
todo
opotencial da pessoa,
impedindo que
ela
se
autodetermine,
quepossa escolher seus
valores, seus
caminhos,estabelecer
suas direções e tomar suas
decisões".
Isso
quer dizer
que oplanejamento
nãodeve
se
prender
noconteúdo e tempo,
mas simser
voltadopara
oaprendizado
doaluno, que e' o
objetivo
final do ensino.Para MARTINS (1997),nã'o
se
deve esquecer
que"o
planejamento
e'alimentado pela observação
quee' o
reflexo de
umsensível olhar, pelo
registro,
muifoalém
da
ana
façâ'o dodiário
de
classe; pela
reflexão,
que
-]2-ourro
e
a
dopróprio
professor,
quenorteia
depois
a
avaliação, que encaminha
a
um novoplanejamento
'(Com
relação a formação de
professores
e
aplanejamento de
ensino,TRIVELATO (1994)acredita
que deve—seter
emmente
algunsaspectos, tais
como:"Como
selecionar
a
melhor
afi
vidadepara
desenvolver deferminado assunto sem conhecê-lo
emprofundidade?
Comoplane
_jar umamodalidade
dida'ficasem
a
habilidade
de
discriminar
o que e'essencial?
Comoorientar
os
alunossem
fer
plena cansa/ência
de
onde
se
espera
queeles
cheguem?
Comoimplementar
umamefado/ogia mais
partie/pati
vatemendo
as questões
queos
alunospossam formular?
'íPara VASCONCELOS (1999), “planejamento
escolar
e'concebido como
processo
que envolvea
prática
docente
nocotidiano
escolar, durante todo
o ano letivo, no qual otrabalho de
formação
do aluno,através
do currículoescolar,
será
priorizado."Assim o
planejamento
existe antes, durante
e
depois do Estágio.Eis aqui os
primeiros
impasses do licenciando -estagiário
no iníciode
suaprática
docente:
.
Comomontar
o Planejamentode seu estágio
, quetem
como
-]3-.
Será
quea execução
do Planejamentose dá apenas
noâmbito da
sala de
aulae ocorre
exatamente
como oplanejado?
'
Quaisas concepções de
Planejamentoe de
Ensino que oestagiário
traz
quandoopta
pelaLicenciatura
e
consequentemente
iniciaas
disciplinaspedagógicas?
.
O que oestagiário
efetivamente
aprende
sobre
Planejamentodurante
oseu curso de formação de
professor?
.
Até
que ponto o Planejamentode
Ensinoajuda
o Iicenciandoa
enfrentar
osdesafios de
umasala de
aula;e finalmente,
o O que
ele
gostaria
de
acrescentar
de
sua vivência naescola
quepoderia contribuir para
umreplanejamento?
1 .3— Problema
A
questão
quese
apresenta
é
como o Iicenciando-estagiário
vivencia o diaa
diada sua formação docente,
antes
e
após
a
entrada
nasala de
aula. O que mudou nasua formação e
consequentemente
na sua concepçãode
Planejamentode
Ensino aofinal
das
disciplinasde Prática de
Ensino? É natentativa
de
,, . Fºi, .
_14_
1.4 -
Objetivo
Conhecer
o que pensame sentem
osestagiários
do Cursode Licenciatura
em Ciências Biológicasfrente
à
prática
doPlanejamento
de
Ensino.1.5 - Justificativa
Esta
pesquisatem
porfinalidade
obter
elementos
indicadores
que possamcontribuir para a
melhoria naformação de
futuros professores
biólogos, bem comoauxiliar
osacadêmicos
noprocesso de
opção pelahabilitação Licenciatura,
campode
_15_
1:1- TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Do ponto
de vista
metodológico,esta
pesquisa foirealizada
segundo umaabordagem qualitativa,
uma vez quese
configura
nascaracterísticas descritas
por MENGA & ANDRÉ(1986). O
ambiente da
presente
pesquisa e',portanto,
o Cursode
Ciências Biológicas, mais
especificamente,
oda formação
pedagógica.
A pesquisa
se
enquadra também
segundo os mesmosautores,
numestudo de caso,
uma vez que o casose caracteriza
por
constituir
uma unidadedentro
de
umsistema
amplo,ser
distinto e
singular, mesmo quepossa
ter
similares. Umaoutra
característica
é
que orelato
dopesquisador permite
aoleitor
fazer
suas generalizações.
O caso emestudo
refere-se
à
visãode
ensino,de planejamento e de formação de
professores
—16—
A
pesquisadora
e' alunoda Habilitação Bacharelado e
ao mesmo
tempo participa da
pesquisa porter
sido naépoca da
coleta de dados,
alunada Habilitação
emLicenciatura. Portanto,
esta
pesquisaconstitui
umainvestigação
do ensino, do quala
própria pesquisadora
faz parte,
servindo de
estímulopara pensar
na
proposta de
MOREIRA (1988) quandofala
sobre
“o professor—pesquisador
comoinstrumento de
melhoria do ensinode
ciências".Para
tanto
a clientela
desta
pesquisacompõem-se
de oito
alunos do Cursode
Ciências Biológicas. Cincodeles estavam cursando simultaneamente à
pesquisaas
disciplinas:
Projeto
Integrado
de Práticas
Pedagógicas (PIPP) nosétimo
períodoe Prática de
Ensinode
Ciênciase
Biologia (P.E.),no oitavo período.
Esses
Iicenciandossão
denominados aqui Gap,Faf,
Ale, Dege
Cace
compõema amostra
01. Apesquisadora
acompanhou
esses
Iicenciandosdurante
doissemestres,
convivendo com
eles de todas as questões
referentes
àformação
de
professores,
poistambém cursava a
Licenciatura. Osresultados
queserão
apresentados
sãodecorrentes
de
duasfases
da
vidaacadêmica
dos Iicenciandos que compõemessa
amostra.
Naprimeira
fase,
buscou-se investigar
sobre
a
opçãodos Iicenciandos
estagiários
pelaLicenciatura e suas concepções
sobre
ensino,planejamento e
sobre
o queé
ser
professor.
Isso
aconteceu
em98/2
quandoeles
cursavamas
disciplinas-17.
Metodologia do Ensino
de
Biologiae Projeto
Integrado
de
Práticas
Pedagógicas, Sendo queesta
últimaconstitui
fonte
de
dados
para
apresente
pesquisa,a
qualestava
soba
responsabilidade
doprofessor
aquiintitulado
X. Asegunda
fase
aconteceu
em99/01,
quando osestagiários
se
encontravam
nadisciplina
Prática de
Ensinode
Ciênciase Prática de
Ensinode
Biologia,
sendo
queapenas
esta
últimaconstituiu
fonte
de dados
desta
pesquisa,e
estava
soba responsabilidade das
professoras
X
e
Y. Aquibuscou-se
avaliar o papel doplanejamento
noprocesso de formação
doprofessor,
bem como,sugestões
emprol
da
referida área
de
ensino.A
amostra 02
,composta
portrês
licenciados: Cic, Lele
Aba surgiu quandoa pesquisadora sentiu necessidade de
obter
mais
dados
sobre
a formação acadêmica de
Biólogos-professores.
Diantedisso,
lançou-se mãode
relatórios
elaborados
por licenciandos quejá
haviamse
formado.
Osresultados
queserão apresentados
sãodecorrentes
de duas
fases
da
vidaacadêmica
dos licenciandosda
referida
amostra.
Na
primeira buscou-se investigar
sobre
a
opção dos licenciandos pelaLicenciatura e suas concepções
sobre
ensino,planejamento e
sobre
o queé
ser
professor.
Os arquivosanalisados nessa
fase
correspondem
ao período98/01
quando cursavam a disciplinaPIPP,
sob a responsabilidade da
professora
Z. Nasegunda
fase
-18-no
processo de formação
doprofessor,
a avaliação doPlanejamento
de
ensino, bem comosugestões
para
osprofessores
Prática de
Ensino docurso de
Ciências CiênciasBiológicas
da
UFU. Os arquivos analisadosnessa
fase
correspondem
ao período98/02,
disciplinaPrática de
Ensino,sob
orientação da
referida
professora.
Isso
favoreceu
oestudo da
formação
doprofessor
em duasrealidades
distintas
caracterizadas
pelaspossibilidades e dificuldades inerentes
aodocente e discente.
Éimportante
aquiressaltar
que, os alunosda
Universidade
Federal de
Uberlândia, emparticular
aclientela
desta
pesquisaestão
vivenciando,desde
1998,reflexos
marcados
por uma
greve
prolongada, umdeles
o cumprimentode
umcalendário escolar
diferente
das escolas da
Rede PúblicaEstadual e Particular,
campo dosEstágios
supervisionados.A pesquisa
constou de
entrevistas
quede acordo
comLAKATOS & MARCONI (1992), “são
conversações
efetuadas
face
a
face,
de
maneirametódica,
que proporcionam aoentrevistador,
verbalmente, as informações necessárias."
É dotipo
semidiretiva,
queconforme descreve
MENGA & ANDRÉ(1986): “
se desenrola
apartir
de
um esquema básico, porém não
aplicado rigidamente". Além
disso a
presente
pesquisatambém
se
configura
comoanálise documental,
que segundo Caulley,citado
pelos
autores
acima mencionados, “buscaidentificar informações
inieresse".
Para o mesmo auªror, “sãoconsiderados
documen'rosquaisquer mai-eriais
escrii'os
que possamser
usados
comofonte
de
informaçãosobre
o comportamen'ro humano".Neste
sentido
utilizou-se de relatórios de
licenciandos que consªramde
arquivosde
professores
da
área
Práfica de
Ensino.Para uma melhor
compreensão da clienfela,
do mé'rodoe
dosinsfr'umenfos de
pesquisa uªrilizadosverifique
o quadro que_21_
III— RESULTADOS,ANÁLISE E DISCUSSÃO
3.1— Opção
pela Licenciatura, concepção
sobre
Ensinoe
Planejamento
naformação
doprofessor:
a questão
doplanejamento
segundoa
amostra
01- estagiários
do Cursode
Ciências Biológicas
da
Universidade Federal de Uberlândia.
0
Planejamentoestá
contido
numarede
pedagógicada
prática escolar,
por isso nãotem
comoexcluir conceitos
maisgerais,
desde
a
opção do aluno pelaLicenciatura e outros
que aquiforam
registrados.
Mesmo quandose aborda apenas
oPlanejamento,
e'preciso
compreende-Io nasua abrangência,
poisatravés
dele operacionaliza-se
os meiosde
ensino, bem comoreflete
as concepções
doprofessor sobre
Educação,Sociedade e
“Minha decisão pela Licenciatura foi ao acaso. Não sabia
exatamente o que queria. Tudo começou quando dei uma aula particular
para uma criança pobre, e vi que tinha dom, vocação para ser professora, e
como gostava de biologia optei por Licenciatura em Ciências Biológicas
Depois fui ajudandoos vizinhos com trabalhos escolares e gostava de ver a
expressão dos olhos deles, eu percebia que eles estavam aprendendo. Então
vi que tinha vocação pois sabia criar, variar as formasde explicaro mesmo
conteúdo quandoos mesmos não o entendiam.
No processo de Ensino-Aprendizagem deve ser considerado
por parte do professor a espontaneidade, verdade e franqueza; sua
preocupação em realmente ensinar o aluno, preparar as aulas e saber o
conteúdo;sua relação como diretor, com a escola, comas normase leis da
mesma. Por parte do aluno deve ser considerado disposição em querer
aprender, vontade de ler, participar, questionar, mostrar as dúvidas,
reclamar, exigir de si mesmo buscar conhecimentos em outros lugares,
fazer leituras extrase valorizaro professor.
Para mim, ser professor(a) é gostar de ensinaro que se sabe, é
se preocupar com a vida do outro ( aluno )... é gostar de buscar e transferir
conhecimento. É vencer muitas barreiras de preconceito , de injúrias e de inveja, não é simplesmente ensinar mas sim, preocupar em desenvolver
capacidade crítica no aluno. Muitas vezes não é nem ensinar mas passar
uma lição de vida., que e' muito mais que transferir conhecimento
. Ser
professor(a) e' vivenciarcom os alunos a realidade davida.
Para mim planejar uma aula é organizar o que vou ensinar
_23-no programa que pretendo dar. Uma boa aula tem que ter planejamento.
Sem planejamento o professor não consegue atingir todos os objetivos,
apesar de existir exceção. Quando se planeja você caminhamais rápido e
commais segurançaem busca de chegarao seu objetivo.”
2ª fase
“Não é fácil estabelecer uma relação teoria— prática pedagógica
na elaboração do Planejamentode Ensino. Teoriade concreto mesmo nesse
exato momento não tinha. Não tinha uma teoria que embasava a prática
pedagógica. As vezes até os professores da Universidade tentavam ensinar
em aula, mas parecia tão distante da realidade que a gente acabava não
interessando. Eu fiz o planejamento de ensino em cima do que eu conhecia
e do que imaginava . Lembrava como eram meus professores, aqueles com
os quais gostaria de parecer, aqueles que não gostaria de me assemelhar e
fiz então o planejamento como acreditava ser, da melhor maneira possível.
Com o pouco de conhecimento que tinha de construtivismo e educação
tradicional.
Durante o Estágio Supervisionado, sempre em sala de aula,
apesar de poucos conhecimentos teóricos, eu procurava buscar coisas
aprendidasem todo o curso e aplicar na prática docente . Procurava prestar
atenção no meu aluno, entender a realidade dele. Sinto que perdi muitos
conceitos bons no início das aulas, melhor dizendo gostaria de ter
aproveitadomais falas dos alunos , mais vivência deles no meu estágio... A
falta de experiência, 0 tentar envolver todos os alunos na aula... as vezes
-z4-teoria- prática ainda e distante. Parece que num determinado momento você
tem ateoriae no outro você tem a prática.
Minha concepção de Planejamento, após sua execução, era:
buscar a melhor maneira possível de ensinar envolvendo o aluno no
processo de Ensino — Aprendizagem. O planejamento é mutável, deve ser
re-elaborado. É necessário ter sempre em mente o conteúdo estudado,
preparado e as formas como vou aplica-lo, mas deve estar sempre pronto a
mudar se necessário ou seja, caso a forma escolhida não seja melhor pro
seu aluno. Planejamento e um ato de amor e responsabilidade com seu
aluno e com seu trabalho. Em hipótese nenhuma você deve entrar numa
salade aulasem ter planejadonada.
Não consegui realizar o planejamento exatamente como foi
planejado porque a realidade que vivenciei era diferente daquela que
esperava. A falta de tempo e o comportamentodos alunos fizeramcom que
eu alterasseo Planejamento.
Se tivesse que começar tudo de novo a princípio meu
Planejamento seriao mesmo, mas como a turma
já
não o seria , a realidadeseria diferente e talvez assim fosse necessário algumas modificações que
ocorreriam após começar a vivenciar as aulas em sala. Eu faria um
Planejamento antes de ir para a salade aulae após a primeira semana, fase
de conhecer os alunos eu iria vendo a necessidade de alterar o
Planejamento.
Minhas sugestões, críticas e opiniões para os professores da
Prática de Ensino são, entre outras, que estes sejam mais rígidos e
realmente exijam dos alunos um planejamento bem feito e caprichado; que
avaliem coerentemente o planejamento . Acredito que os planejamentos
devem ser realizados por cada dupla independente do resto da turma.
Durante o pré estágio, fase de preparação para o estágio, cada dupla de
45-outras duplas e não ser obrigada a aplicar determinada atividade só porque
as demais duplas têm que fazer o mesmo planejamento. Isso daria maior
liberdadede criaçãoe expressão.
Para os futuros alunos da Prática de Ensino de Ciências e
Biologia sugiro que se dediquem e se interessem da mesma forma como
fizeram com outras matérias . Que eles parem de pensar que é só uma
habilitaçãoa mais e que é só “empurrarcom a barriga”. Que eles procurem
fazer o melhor possivel para que suas aulas sejam boas. Mesmo que eles
nunca mais voltem a dar aula, mas que essa do seu estágio seja
inesquecível.
Os alunos do curso de Ciências Biológicas Habilitação
em Licenciatura deveriam ser selecionados, ou esta habilitação deveria ser
reformulada a tal ponto que somente os interessados e aqueles que se
dedicassem ao máximo, conseguissem aprovação, pois e' comum se escutar
nos corredores alglms alunos dizendo frases como essas: “
Licenciatura e'
fácil. Eu não gosto, liz tudo de última hora, mal feito e fui aprovado com
100... é moleza.” “ Se os
professores propõem um programa de curso mais
amplo e aprofundado, basta o aluno reclamar e eles o eliminam à metade”.
Esse tipo de comportamento de professores da Prática de Ensino,
desestimulaos alunos que entram na Licenciatura interessados pela mesma
e estimula cada vez mais alunos desinteressados pela Licenciatura a
participarem dela apenas para a obtençãode uma habilitação amais.
Durante a Prática de Ensino me senti limitada, na dependência
de outros colegas estagiários que eram os responsáveis pelos materiais de
algumas aulas. Não senti liberdade para expressar meus pensamentos nas aulas para elaboração do planejamento. Todos os estagiários criaramjuntos
o mesmo planejamento, me senti limitada porque liz coisas que não
-26-certo e que era “minha cara”, “meu jeitão de professor” que é diferentee
individual em cada um.
Comprometi—me bem com a Prática de Ensino, tinha a
preocupação em realizar um bom trabalho e com a aprendizagemdo aluno.
Estava envolvida por completono planejamento e na execução do mesmo.
Tinha compromissoem fazer um trabalho bem feito, preparava os materiais
com antecedência, ficava imaginando como seriam meus alunos. Em
momento algum queria prejudicar os alunos e sim queria que eles
aprendessem não importando se gastava dinheiro com materiais didáticos.
Queria dar o melhor de rrrim naquele momento. Não me importei em
replanejar, em fazer diferente, só queria que eles aprendessem. E foi
gratificante quando ao final do estágio recebi bilhetes e cartinhas dos alunos elogiandoo meu trabalhoe pedindo para que eu continuasseali.
Percebi uma alienação dos meus professores quando estes
queriam me moldar no construtivismo. Eu via que nem eles exerciam o construtivismo pelo que eu entendia do assunto. Acredito ter chegado
próximo ao construtivismo em minhas aulas e tenho certeza que não fui
completamente tradicional. As vezes me preocupava muito em ser
construtivistae esqueciade ser eu mesma.
Senti-me insatisfeita quando vi que meus professores exigiam
pouco dos alunos. A metade queriase envolvercom a Prática de Ensino e a
outra metade da turma queriaenrolar, apenas adquirirum título a mais, isso
prejudicou a disciplina, pois essa metade influenciou os professores
fazendo com que estes desestirnulados cortassem conteúdos importantes,
deixando de cobrar até mesmoum planejamento rigoroso e bem feito o que
ocasionou a insatisfação dos alunos que esperaram o curso inteiro para
_27_
Notamos que quando Gap
fala,
na 1afase,
em“organizar...baseando-se
narealidade
dos alunose
quandose
planeja
você caminha comsegurança
embusca de chegar
ao Seuobjetivo.", ela se
aproxima do que FREIRE (1997)diz
a
respeito
de Planejamento de
ensino “somenteatravés
de
umplanejamento
pode—seorganizar, delimitar e
objetivar
umaintervenção
adequada." O
planejamento,
portanto,
é
o
instrumental
básicopara
aintervenção
doeducador.
Por meiodele
organizamos
as
idéias
e
mantemosas relações
entre
o
conteúdo
aser
aplicado, osujeito
queirá recebê-lo e
otempo
disponível a aplicação do
mesmo. Gap não
está
equivocada quanto aoseu conceito de
planejamento.
É por meiodele
que
evitamos
o chamadoespontaneísmo
inadequadoe indesejado.
Gap
apresenta
divergência
quando diz queteoria
de
concreto
no momentoda elaboração
doplanejamento, ela
nãoTinha, pois em
seguida,
noseu depoimento, ela
relata
que
durante
o
estágio
supervisionado, buscavaaplicar
em
sala de
aulacoisas
aprendidas
emtodo
o curso.Isso
significa
que alguma
teoria
as
disciplinas
pedagógicas,
bem comoas específicas deixaram.
Um
fator
muitoimportante
e'quando Gap diz, na 2ª
fase,
que oplanejamento é
mutável. Eé
issomesmo. Para FREIRE
(1997), “o
ato
de planejar
nãoé meramente
fabricar
planos;ele
é
umprocesso ininterrupto, permanente,
cujo
desafio é lançar-se
na re—elaboração
diária de
novosplanejamentos."
.28-esquecer
a idéia queplanejar
e' cumpriratividades
emdatas
marcadas,
que não podemser
mudadas. As aulas sim devemser
mudadas,
reformuladas de acordo
comas necessidades explícitas
pelo aluno, ou
seja, através
de seus questionamentos,
respostas,
proposições, enfim, de seu aprendizado
ou não. Fora isso,ocorrem
mudanças nasações de decisões
doprofessor
que vai
ampliando
suas competências didáticas e pedagógicas,
inclusivedeixando de
acreditar
queensinar é
'transferir'
conhecimento e
“passar lição
de
vida', como Gapafirmou
no início.Mas o que e'
planejamento?
Comovisto, para
MARTINEZ & KLAHORE (1977), em
geral,
entende—sepor
planejamento
umprocesso de
previsãode necessidades e
racionalização
do emprego dos meiosmateriais e
dosrecursos
humanos disponíveis. Para VASCONCELOS
(1999), o
planejamento
podeser
concebido comoprocesso
que envolve a
prática docente
no cotidianoescolar,
durante
todo
o ano letivo, ondese prioriza
aformação
do aluno. Assim, oplanejamento
envolve a
fase anterior
ao iniciodas
aulas, 0durante
e
0depois,
significando o
exercício
contínuoda
ação—reflexão—ação, oque
caracteriza
oser
educador.
Gap ao
dizer
que não conseguiurealizar
oplanejamento
exatamente
como foiplanejado,
porquea realidade
que vivenciou
era diferente
daquela queela esperava, parece
_2
9-risca,
devido a inúmerosfatores,
entre
eles,
fatores
inerentes
ao aluno, ao próprio
professor
e
até
à escola. Os alunos, por
exemplo, podem não
estar
dispostos
aaprender,
nãose
importando com o
conteúdo, e estando
aliapenas
por obrigação.Quanto
aoprofessor,
o mesmo pode nãose preocupar
com osalunos
e
com suaaprendizagem,
quando
exerce
a profissão
apenas
por umarenda salarial e
não porgostar
do quefaz,
e
desta
forma,
nãose interessa
emquerer
melhorar suas
aulas acada
dia.Quanto à escola, a administração interna e
externa
impõem
obstáculos para
oprofessor
desenvolver seu trabalho.
LEMBO (1975), no que diz
respeito
aescola
destaca
que “nossas
escolas
sãoorganizadas de
modoa
facilitar
a administração e
nãoa
aprendizagem".Faf— 1ª fase
“Minha decisão pela Licenciatura foi estranha. Aprendi aos
poucos a gostar de dar aula pois não eraum dom que eu tinha. Fico
nervosa
quando tenho que me expor a um público, mas fui me interessando
ao ouvir dos meus colegas que
já
davam aulas que adoravam. Láem Mato
Grosso o campo para Licenciatura e' muito amplo. Precisa de professores.
Olhando também o lado financeiro e' mais fácil
arrumar emprego como
professor do que como pesquisador. Depois, tive uma experiência
com o
ensino e gostei. Quando a gente cursa as matérias da Licenciatura