• Nenhum resultado encontrado

DEFINIÇÃO : as raízes da equação característica são denominadas de raízes latentes,

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "DEFINIÇÃO : as raízes da equação característica são denominadas de raízes latentes,"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

1.3 – AUTOVALORES. AUTOVETORES. FORMA CANÔNICA DE JORDAN No que segue serão apresentados conceitos importantes sobre autovalores e autovetores de uma matriz quadrada. A interpretação física para autovalores e autovetores ocorrerá no Capítulo 3 onde veremos, entre outras coisas, que os autovalores de um sistema governam a resposta livre.

AUTOVALORES :

DEFINIÇÃO : Seja An.n. Definimos como polinômio característico da matriz A o

polinômio mônico : n o

n n

n n

n A a a a a

I      

       2 1

2 1

1 ...

)

( .

DEFINIÇÃO : a equação : () InA 0 é denominada de equação característica associada a matriz A.

DEFINIÇÃO : as raízes da equação característica são denominadas de raízes latentes, raízes características, valores próprios ou autovalores da matriz A.

DEFINIÇÃO : o conjunto dos autovalores de uma matriz An.n é denominado de espectro, simbolizado por (A).

n

A   

( ) 1, 2,..., ; iC ; i1,2,...n ; C conjunto dos complexos. EXEMPLOS : dadas as matrizes abaixo, determine seus polinômios característicos e seus espectros.

   

 

  

1 1

2 1

A ;

  

 

  

2 2

1 0

B ;

    

     

2 2 0

1 2 0

3 1 1

C ;

    

    

 

3 4 2

1 0 0

0 1 0 D

SOLUÇÃO :

1 0 1

1

2 1 1

1 2 1 0

0 )

( 2  2 

       

 

           

  

  

 

I A

A

j j

A) , ,..., n  ;

( 12

 ; j 1

2 2 2

2 1 )

( 2  2 

  

 

  

  

I B

B ; (B)

1 j;1 j

3 7 5 2

2 0

1 2 0

3 1

1 )

( 3  3 2 

 

 

 

   

   

 

 

I C

C ; (C)

1;1;3

2 4 3 3

4 2

1 0

0 1 )

( 3  3 2 

 

  

 

   

   

I D

(2)

PROPRIEDADES :

1) No caso geral o polinômio característico de uma matriz, (), pode ser escrito :

p

n p n

n

n A

I ( ) .( ) ...( )

)

( 1 2

2

1    

  

      

 , onde ni é a multiplicidade

de i, i1;2;...p e n1n2...npn.

2) Os autovalores de uma matriz triangular superior ou inferior são os elementos da diagonal principal.

EXEMPLO : determinar os espectros das matizes M, N , e T :

   

 

   

  

0 0 0 0

8 0 0 0

7 5 3 0

6 4 2 1

M ;

   

 

   

  

9 8 7 6

0 0 5 4

0 0 3 2

0 0 0 1

N ;

   

 

   

 

  

j j T

1 0 0 0

0 1

0 0

0 0 2 0

0 0 0 1

SOLUÇÃO : a matriz Mé triangular superior, N é triangular inferior e T é uma matriz diagonal. Sendo assim temos :

1;3;0;0

) (M

 ; (N)

1;3;0;9

;

( )

T

1; 2 ;1

j

;1

j

3) Se uma matriz M pode ser subdividida como indicado abaixo :

      

C O

B A

M ou

     

C B A

M 0 , onde A, B, 0 e C são submatrizes, sendo A e C quadradas, então o polinômio característico M() será dado por :

) ( ). ( )

( AC

M  

 . Observe que isto implica em (M)(A)(C).

EXEMPLO : determinar os espectros das matrizes M e N .

a)

   

 

   

  

3 2 0 0

0 1 0 0

2 4 5 0

4 3 2 1

M ; b)

   

 

   

  

1 0 5 0

2 3 3 0

0 0 4 0

1 3 1 5 N

SOLUÇÃO :

a) Observe que a matriz M pode ser subdividida como :

     

 

     

 

       

3 2 0

0

0 1 0

0

2 4 5

0

4 3 2

1

0

 

    

 

C B A

(3)

b) A matriz N pode ser subdivida como :

     

 

     

 

    

  

1 0 5 0

2 3 3 0

0 0 4 0

1 3 1 5

0

  

    

F E D N

sendo que a matriz F pode também ser subdividida como :

1 2 3

0

F

F

F

F

 

4

0

0

3

3

2

5

0

1

significando que

1 3

( )

N

( )

D

( )

F

( )

D

( )

F

( )

F

5 ; 4 ; 3 ;1

4) Seja An.n e () InA nan1n1an2n2...a1ao o seu polinômio característico. Então temos :

A

ao (1)n ; A  determinante de A.

5) Seja An.n e

( )

(

1

) .(

n1 2

) ...(

n2

)

nr

n r

I

A

 

 

 

 

onde n1n2 ... nrn , então temos :

1 2

1

.

2

...

r

n n n

r

A

 

Observe que esta propriedade permite concluir que uma matriz A é singular se e somente se pelo menos um de seus autovalores é nulo.

6) As matrizes A e ATtêm os mesmos autovalores. (AT  matriz A transposta ). 7) Se k é um escalar e A uma matriz quadrada então a matriz kA tem autovalores

i

k onde i (A).

8) Se k é um número inteiro positivo e A uma matriz quadrada então a matriz Ak tem autovalores k

i

 onde i (A).

9) Se k é um escalar e An.n então a matriz (AkIn) tem autovalores ik onde )

(A i    .

10) Se An.n é inversível então A1 tem autovalores i

 1

(4)

AUTOVETORES :

DEFINIÇÃO : autovetor à direita, vetor próprio à direita ou simplesmente autovetor de uma matriz An.n, é qualquer vetor V 0 tal que :

V V

A. .

Observe que se A.V .V então (IA)V 0, o que significa que

) ( I A Ker

V   .

TEOREMA : existe pelo menos um autovetor associado a cada autovalor.

TEOREMA : o polinômio característico de uma matriz An.n, é invariante sob mudança de base.

EXEMPLO : calcule (A) e os respectivos autovetores :

      

3 4

2 1

A

SOLUÇÃO : cálculo do espectro da A :

) 5 )( 1 ( 8 ) 3 )( 1 ( 3 4

2 1 )

(       

 

    

    

  

I A (A)

1;5

Cálculo do autovetor V1 associado a : 11: a) usando a definição : (A.V11.V1) :

Seja

     

b a

V1 . Então temos :

    

3 4

2 1

.

     b a

     

b a

1 ;

           

 

  

b a b

a b a

3 4

2

Logo :

2

2

0

4

4

0

a

b

a

b

ab. Então       

a a

V1 ; a0.

b) usando o fato de que V1Ker(1IA): cálculo do

Ker

(

1

I

A

)

: (1IA)

     

0 0 1

V :

temos :

               

 

 

   

0 0 4

4 2 2 )

( 1 1

b a V

A I

 ; 

         

 

 

 

0 0 4

4 2 2

b a

b a

; ab

Então

        

a a A I

Ker(1 ) ; a 0.

Como V1Ker(1IA) então

      

a a

(5)

Cálculo do autovetor V2 associado a : 2 5 : a) usando a definição : (A.V2 2.V2)

Seja

      b a

V2 . Então temos :

     3 4 2 1 .      b a      b a

5 ;

               b a b a b a 5 5 3 4 2 Logo : 0 2 4 0 2 4      b a b a

b2a. Então

      a a V 2

2 ; a 0.

b) usando o fato de que V2Ker(2IA) ou seja : (2IA)       0 0 2 V

temos :

                      0 0 2 4 2 4 )

( 2 2

b a V A I  ;                 0 0 2 4 2 4 b a b a

; b2a

Então         a a A I Ker 2 )

(2 ; a0. Logo

      a a V 2

2 ; a0.  que é o

resultado encontrado no item a) acima.

DEFINIÇÃO : um vetor V é denominado de AUTOVETOR GENERALIZADO - AVG - de ordem k de uma matrizAn.n, associado a um autovalor (A), se e somente se :

a) (AI)kV 0 e b) (AI)k1V 0.

Observe que se k 1 a definição acima corresponde à de autovetor já apresentada. DEFINIÇÃO : seja V um AVG de ordem k associado a (A). Sejam :

2 1 1 3 2 2 2 2 3 3 1 2 2 1 ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) )( ( ) )( )( ( ) ( ) ( ) )( ( ) ( ) ( ) ( V I A V I A V V I A V I A V V I A V I A I A V I A I A I A V I A V V I A V I A I A V I A V V I A V I A V V V k k k k k k k k k                                                        

onde Vi, i1;2;...;k, é um AVG de ordem i.

(6)

NOTA : observe que multiplicando ambos os membros da expressão de V1 acima , temos :

0 )

( )

)( (

)

(AI V1AI AI k1VAI kV  , significando que :

) (

1 Ker A I

V   e que VKer (AI)k.

TEOREMA : o conjunto de AVG ,

V V

1

;

2

; ...;

V

k

, é linearmente independente sobre C. ( C conjunto dos complexos. )

Todos os conceitos aqui apresentados serão utilizados para obtenção da denominada forma canônica de Jordan, que é o próximo assunto.

(7)

FORMA CANÔNICA DE JORDAN – FCJ - Autovalores distintos.

Abordaremos neste item uma forma canônica especial para os operadores lineares e muito importante no estudo da Teoria de Controle. Esta forma é a denominada Forma Canônica de Jordan – FCJ. Vejamos alguns resultados preliminares.

TEOREMA 1: sejam 1, 2,..., n os autovalores distintos de uma matriz An.n. O conjunto

V1,V2 ,...,Vn

onde Vi, i1,2,...,n, é um autovetor associado a i, é linearmente independente, l. i., sobre C - conjunto dos complexos. ( Prova – pode ser feita por contradição).

Seja então a matriz Q:

V1 V2Vn

onde Vi, i1,2,...,n está definido no teorema acima.

Efetuando uma mudança de base, AQ1AQ, teremos : AQQA ou

V V V

 

V V V

A

A 1 2n1 2n ou

AV1 AV2AVn

 

V1 V2Vn

A

Ocorre da definição de autovetor que : 1

1

1 V

AV  ; AV2 2V2 ; ... ; AVn nVn ; então, por substituição, temos :

 

  

 

  

 

 

   

 

 

A

n n n

n

n n

n n

n

a a

a

a a

a

a a

a

V V

V V V

V

    

 

    

  

2 1

2 22

21

1 12

11 2

1 2

2 1

1  

 ; ou

n nV a V

a V a

V1 11 1 21 2 1

1   ...

 .

Lembrando que os autovetores V1 , V2 ,..., Vn são linearmente independentes, temos : 1

11 

a e a21a31 ...an10; de modo análogo temos :

n n V a V

a V a

V2 12 1 22 2 2

2   ...

e portanto

2 22 

a e a12a32 ...an2 0; e assim :

n nn n

n n

nVa1 V1a2 V2...a V

 , que como já vimos implica em :

n nn

a  e a1na2n ...an(n1) 0.

Deste modo vemos que a matriz A terá a forma :

   

 

   

   

n Jordan

A A

 

0 0 0

0 0

0

0 0 0

0 0 0

2 1

 .

(8)

EXEMPLO : dado a matriz A determine a forma canônica de Jordan – FCJ.              2 1 0 0 1 0 1 0 1 A SOLUÇÃO :

a) cálculo do espectro de A : ( use propriedade ) : ) 2 )( 1 )( 1 ( ) (      

  I A    ;

b) cálculo do autovetor associado a 1 1 :

1 1

1 V

V

A  

                                 c b a c b a 2 1 0 0 1 0 1 0 1                           c b a c b b c a 2  0 0   c b Então            0 0 1 a

V ; com a0

c) cálculo do autovetor associado a 2 1:

2 2

2 V

V

A  

                                    c b a c b a 2 1 0 0 1 0 1 0 1                              c b a c b b c a 2  c b c a 3 2 1    Então                c c c V 32

1

2 ; com c0

d) cálculo do autovetor associado a 3 2:

3 3

3 V

V

A  

                                 c b a c b a 2 2 2 2 1 0 0 1 0 1 0 1                           c b a c b b c a 2 2 2 2  0   b c a Então            c c

V3 0 ; com c0.

Uma possível escolha numérica é :

           0 0 1 1

V ;

             2 6 1 2

V e

           1 0 1 3 V .

Sendo assim a matriz de mudança de base , Q, será :

              1 2 0 0 6 0 1 1 1 3 2 1V V V

Q ;

(9)

A forma canônica de Jordan será obtida fazendo –se :

    

    

   

2 0 0

0 1 0

0 0 1 1AQ Q

AJ

FORMA CANÔNICA DE JORDAN – FCJ - Autovalores repetidos Vejamos agora como proceder para obter a matriz Q de mudança de base que permitirá determinar a FCJ de qualquer matriz An.n.

Com objetivo de eliminar o excesso de simbologia e sem perda de validade das conclusões que serão obtidas vejamos os exemplos numéricos que seguem.

EXEMPLO 1 : determinar a FCJ da matriz A:

    

     

6 0 0

5 4 0

3 2 1 A

SOLUÇÃO : (A)

1;4;6

 autovalores distintos. Sabemos que :

3 3

3

2 2

2

1 1

1

) (

6

) (

4

) (

1

V I A Ker

V I A Ker

V I A Ker

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Q

V1 V2 V3

Q1AQAJ

Observe que a existência dos autovetores está garantida pelo Teorema 1. Numericamente temos : ( confirme as escolhas abaixo ) :

    

      

0 0 1 ) (A 1I

Ker  

    

     

0 0 1 1

V ;

    

      

0 3 2 ) (A 2I

Ker  

    

     

0 3 2 2

V ;

    

      

10 25 16 ) (A 3I

Ker  

    

     

10 25 16 3 V

Sendo assim temos :

    

     

10 0 0

25 3 0

16 2 1

Q ;

     

 

     

 

 

10 1 0 0

30 25 3

1 0

15 1 3

2 1

1

Q ;

    

       

6 0 0

0 4 0

(10)

EXEMPLO 2 : determinar a FCJ da matriz A:

    

   

 

2 0 0

0 1 0

1 0 1

A

SOLUÇÃO : (A)

1;1;2

 autovalores repetidos – tentaremos usar a mesma solução do exemplo 1 :

3 3

3

2 2

2

1 1

1

) (

2

) (

1

) (

1

V I A Ker

V I A Ker

V I A Ker

 

 

 

 

 

 

 

 

 

12 então Ker(A1I) = Ker(A2I).

Vejamos inicialmente o cálculo do autovetor V3 associado ao autovalor simples 2

3   .

    

    

  

1 0 1 ) 2 (A I

Ker  uma escolha é :

    

    

 

1 0 1 3 V

Vejamos agora o cálculo dos autovetores V1 e V2 associados ao autovalor repetido 1

2 1 

 . Sabemos que V1 e V2 pertencem ao subespaço Ker(A1I) que é igual a Ker(A2I) . Será que neste Kernel cabem 2 vetores V1 e V2, linearmente independentes ? Vejamos :

) (A 1I

Ker  = Ker(A2I) =

    

          

   

 

0 0

1 0

0 1

1 0 0

0 0 0

1 0 0

Ker  vemos que este

Kernel tem dimensão 2 então cabem 2 vetores V1 e V2, linearmente independentes.

A matriz Q de mudança de base será, como no exemplo anterior, é dada por :

V1 V2 V3

Q e então Q1AQAJ. Numericamente temos :

    

      

 

0 0

1 0

0 1 ) (

)

(A 1I Ker A 2I

Ker   .

Então uma possível escolha é :

    

     

0 0 1 1

V e

    

     

0 1 0 2

V .

Sendo assim temos :

    

    

 

1 0 0

0 1 0

1 0 1

Q ;

    

    

 

1 0 0

0 1 0

1 0 1 1

Q ;

    

       

2 0 0

0 1 0

(11)

Vemos então que neste caso, apesar dos autovalores repetidos, ( 1 2 1 ), a forma canônica de Jordan é uma matriz diagonal.

EXEMPLO 3 : determinar a FCJ da matriz A:

    

     

2 0 0

3 1 0

2 1 1 A

SOLUÇÃO : o espectro desta matriz é o mesmo da matriz do exemplo 2, isto é :

1;1;2

) (A

  autovalores repetidos – tentaremos usar a mesma solução do exemplo 2 :

3 3

3

2 2

2

1 1

1

) (

2

) (

1

) (

1

V I A Ker

V I A Ker

V I A Ker

 

 

 

 

 

 

 

 

 

12 então Ker(A1I) = Ker(A2I)

Vejamos inicialmente o cálculo do autovetor V3 associado ao autovalor simples 2

3   .

    

      

1 3 5 ) 2 (A I

Ker  uma escolha é :

    

     

1 3 5 3 V

Vejamos agora o cálculo dos autovetores, V1 e V2, associados ao autovalor repetido12 1. Sabemos que V1 e V2, pertencem ao subespaço Ker(A1I) que é igual a Ker(A2I) . Será que neste Kernel cabem 2 vetores V1 e V2, linearmente independentes ? Vejamos :

) (A 1I

Ker  = Ker(A2I) =

    

          

    

0 0 1

1 0 0

3 0 0

2 1 0

Ker  vemos que este Kernel

tem dimensão 1 então não cabem 2 vetores, V1 e V2, linearmente independentes. COMO PROCEDER ENTÃO ?

Neste caso iremos usar os denominados autovetores generalizados – AVG.

Neste exemplo precisamos de uma cadeia de autovetores generalizados que nos forneça 2 vetores linearmente independentes. Isto significa que devemos ter uma cadeia de ordem k 2. Para isto faremos :

0 )

(A2I kV  e (A2I)k1V 0 ; 12 1 ; V é o gerador da cadeia. Vejamos o cálculo do gerador V : numericamente temos :

0 )

(AI 2V  

    

          

    

    

    

0 0 0

1 0 0

3 0 0

5 0 0

c b a

 

    

    

c c c 3 5

    

    

0 0 0

(12)

0 )

(AI V  

    

          

           

    

    

    

0 0 0 3

2

1 0 0

3 0 0

2 1 0

c c

c b

c b a

; como c0 então b0

Vemos então que um gerador V , para este exemplo é :

    

          

     

0 b a

c b a

V onde a é

qualquer e b0. Uma possível escolha para o gerador da cadeia é :

    

     

0 1 0

V .

De posse do gerador vamos determinar os dois vetores da cadeia : ( k 2) :

    

       

0 1 0 2 V V

Vk ;

    

          

    

    

         

0 0 1

0 1 0

1 0 0

3 0 0

2 1 0 ) ( 1

1 V A I V

Vk .

Sendo assim temos :

V1 V2 V3

Q =

    

    

1 0 0

3 1 0

5 0 1

;

    

    

  

1 0 1

3 1 0

5 0 0 1

Q ; e portanto teremos :

   

 

   

    

2 0

0

0 1

0

0 1

1 1

    

 

AQ Q

AJ  Vemos então que neste caso, a forma canônica

de Jordan não é mais uma matriz diagonal como no exemplo 2 . Surgiu uma estrutura que será melhor definida a seguir, denominada bloco de Jordan que é a submatriz

    

1 0

1 1

na expressão de AJ acima.

O que existe de diferente entre os exemplos 2 e 3 já que em ambos os autovalores são os mesmos e as respectivas formas canônicas de Jordan são diferentes ?

Antes de abordamos a resposta a esta questão, é importante deixar registrado o teorema e a observação que seguem :

TEOREMA 2 : os autovetores generalizados de uma matriz An.n associados a diferentes autovalores são linearmente independentes sobre C.

No exemplo 3 acima, este teorema garante que os autovetores V1, V2 e V3 são l. i. o que garante que a matriz de mudança de base Q é inversível.

(13)

a) Q

V1 V2 V3

    

       

2 0 0

0 1 0

0 1 1 1AQ Q AJ

b) Q

V2 V1 V3

    

       

2 0 0

0 1 1

0 0 1 1AQ Q AJ

c) Q

V3 V1 V2

    

       

1 0 0

1 1 0

0 0 2 1AQ Q AJ

d) Q

V3 V2 V1

    

       

1 1 0

0 1 0

0 0 2 1AQ Q AJ

e) observe que se “ misturarmos” os autovetores generalizados V1 e V2 com o autovetor comum V3 na matriz de mudança de base, Q, a estrutura de Jordan será destruída como mostra o exemplo abaixo :

V1 V3 V2

Q 

    

       

1 0 0

0 2 0

1 0 1 1AQ Q

AJ  Isto é FCJ ?

CONCLUSÃO : os AVG e os autovetores comuns não devem ser misturados na matriz de mudança de base Q.

DEFINIÇÃO : bloco de Jordan superior, ( inferior ), de ordem k, associado a um autovalor , é uma matriz quadrada k.k, do tipo :

     

 

     

 

 

 

1 1

1

 

erior

Jordan de

bloco

sup ;

     

 

     

 

 

 

1 0 1

0 1

0

erior

Jordan de

bloco

inf

IMPORTANTE : inversa de uma matriz bloco de Jordan . Considere como exemplo a matriz bloco de Jordan 4x4 onde a0 :

Seja

   

 

   

  

a a a a

J

0 0 0

1 0

0

0 1 0

0 0 1

então 

        

 

        

 

 

 

a a a

a a a

a a a a

J

1 0 0 0

1 1 0 0

1 1 1 0

1 1 1 1

2 3 2

4 3 2

(14)

De modo análogo :

Seja

   

 

   

  

a a a a

J

1 0 0

0 1

0

0 0 1

0 0 0

então 

        

 

        

 

 

 

a a a a

a a a

a a

a

J

1 1 1 1

0 1 1 1

0 0 1 1

0 0 0 1

2 3 4

2 3 2 1

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A FORMA CANÔNICA DE JORDAN Vimos até agora 3 exemplos sobre a obtenção da FCJ. No exemplo 1 a matriz A tinha todos os autovalores distintos e vimos que a FCJ era uma matriz diagonal. Nos exemplos 2 e 3 as matrizes, A, tinham autovalores repetidos e vimos que no exemplo 2 a FCJ é diagonal enquanto que no exemplo 3 a FCJ não é diagonal. No que segue iremos responder à pergunta já formulada :

O que existe de diferente entre os exemplos 2 e 3 já que em ambos os autovalores são os mesmos e as respectivas formas canônicas de Jordan são diferentes ?

Para responder a esta pergunta, vamos considerar a seguinte situação : Suponha que o espectro de uma matriz A seja : (A)

1;2;3;3;3;3

As 5 possíveis formas canônicas de Jordan desta matriz A são :

a)

       

 

       

 

3 3 3 3 2 1

J

A ; b)

       

 

       

 

3 3 3 1 3 2 1

J A

c)

       

 

       

 

3 1 3 3 1 3 2 1

J

A ; d)

       

 

       

 

3 0 3 1 3 1 3 2 1

J A

e)

       

 

       

 

3 1 3 1 3 1 3 2 1

(15)

Como saber qual delas é a correta ? ( a FCJ de uma matriz An.n é única ).

A FCJ será a do item a) se dim Ker(A3I)4  pois o autovalor  3 tem

multiplicidade igual a 4 e em um subespaço de dimensão 4 cabem 4 vetores l. i. Se dim Ker(A3I) 4 a FCJ será a do item b), a do item c), a do item d) ou a do

item e) ? A resposta a esta questão é dada por meio de dois resultados importantes : 1) PROPRIEDADE FUNDAMENTAL : o número de cadeias de AVGs, associadas a um autovalor i é dado por : Ni (AiI), onde :

i

N número de cadeias ;  nulidade da matriz (AiI)

Observe que se Nini onde ni é a multiplicidade do autovalor i, não será necessário usar AVG e a parte da FCJ relativa a i será diagonal.

2) MÉTODO DA 2aDIFERENÇA : para saber a ordem de cada bloco de Jordan, ( ordem de cada cadeia ) usaremos o denominado método da 2 diferença, a apresentado a seguir :

ROTEIRO PARA OBTENÇÃO DA FORMA CANÔNICA DE JORDAN MÉTODO DA 2a DIFERENÇA.

A determinação da forma canônica de Jordan de uma matriz

A

n.n pode ser feita através do seguinte algoritmo, conhecido como método da 2a diferença:

1) calcule o espectro da matriz A;

2) para cada autovalor simples corresponde um bloco de Jordan de ordem 1; 3) para cada autovalor,

i, com multiplicidade maior que 1 verifique se será

necessário usar AVG. Se não for, isto significa que a parte da FCJ relativa a

i será diagonal. Se for, execute os próximos 2 passos:

3a) determine a matriz

[

A

i

I

]

;

3b) para cada j = 0, 1, 2, ..., calcule

(

A

i

I

)

j, (   posto ), até que

1

)

(

)

(

j

i j

i

I

A

I

A

e preencha as 2 primeiras colunas do quadro

abaixo. As 2 últimas serão preenchidas efetuando-se as diferenças como indicado. 4) escreva a FCJ usando a coluna 2 que informa a ordem de cada bloco de Jordan

associado ao correspondente autovalor i.

No exemplo que segue os dados são ilustrativos e a matriz A é suposta 10x10.

Índice - j j

iI)

A ( 

 1 2

j = 0 10

10 – 6 = 4

j = 1  6 4 – 3 = 1

6 – 3 = 3

j = 2  3 3 – 2 = 1

3 – 1 = 2

j = 3  1 2 – 0 = 2

1 – 1 = 0

(16)

A forma canônica de Jordan é obtida considerando-se que para cada autovalor,

i, com multiplicidade maior que 1, a coluna

2 fornece o número de blocos de Jordan de ordem igual ao correspondente valor do índice j. No quadro acima, usado como exemplo, teremos para o autovalor

1

i :

1 1 1

1 1

A

1 1 1 1

1 1 1

1 1

J

                   

 

                   

 

  

 

             

 

 

 

 

 

 

             

 

 

 

 

 

 

             

 

 

 

 

             

 

 

   

  

 

Observe que, neste exemplo, a FCJ acima apresenta para o autovalor 1: 1 bloco de Jordan de ordem 1 ;

1 bloco de Jordan de ordem 2 ; 2 blocos de Jordan de ordem 3.

EXEMPLO : determinar a forma canônica de Jordan da matriz A:

           

 

           

 

5 0 0 0 0 0 0 0 0

0 2 0 0 0 0 0 0 0

0 3 2 0 0 0 0 0 0

0 2 0 2 0 0 0 0 0

0 1 1 1 1 0 0 0 0

0 1 1 1 1 1 0 0 0

0 1 1 1 1 0 1 0 0

0 0 1 0 1 1 0 1 0

0 0 0 0 1 1 1 0 1

(17)

SOLUÇÃO : de acordo com o ROTEIRO proposto temos ;

1) Cálculo do espectro de A: (A)

5;1;1;1;1;1;2 ;2;2;

;

2) Para o autovalor simples  5 corresponderá 1 bloco de Jordan de ordem 1; 3) Para o autovalor repetido  1,vejamos se será ou não necessário usar AVG ;

3a)

           

 

           

 

 

4 0 0 0 0 0 0 0 0

0 1 0 0 0 0 0 0 0

0 3 1 0 0 0 0 0 0

0 2 0 1 0 0 0 0 0

0 1 1 1 0 0 0 0 0

0 1 1 1 1 0 0 0 0

0 1 1 1 1 0 0 0 0

0 0 1 0 1 1 0 0 0

0 0 0 0 1 1 1 0 0

I

A  (AI)7  (AI)2

Considerando que (AI)2 e portanto menor que a multiplicidade de 1,

que é 5, então será necessário usar AVG. Vemos ainda que serão 2 cadeias de AVG associados a  1.

Para sabermos a ordem de cada uma destas cadeias, usaremos o método da 2a diferença :  1:

3b)

Índice - j j

I A )

( 

 1 2

j = 0 9

2

j = 1 7 0

2

j = 2  5 1

1

j = 3  4 1

0

j = 4 4

O quadro acima informa que serão 2 blocos de Jordan associados ao autovalor 1

 .

(18)

Para o autovalor 2, procederemos de modo análogo : 3a)

           

 

           

 

    

 

3 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 3 0 0 0 0 0 0 0

0 2 0 0 0 0 0 0 0

0 1 1 1 1 0 0 0 0

0 1 1 1 1 1 0 0 0

0 1 1 1 1 0 1 0 0

0 0 1 0 1 1 0 1 0

0 0 0 0 1 1 1 0 1

2I

A  (A2I)7 (AI)2

Considerando que (A2I)2 e portanto menor que a multiplicidade de  2,

que é 3, então será necessário usar AVG. Vemos ainda que serão 2 cadeias de AVG associados a  2.

Como a multiplicidade de  2 é 3 então, neste caso não é necessário usar o método da 2ª diferença pois só podem ser uma cadeia de ordem 2 e uma de ordem 1.

Como o autovalor  5 é simples então a FCJ da matriz A será : 4)

                 

 

                 

 

5 2

2 1 2 1

1 1 1 1 1

1 1

 

 

            

 

 

            

 

 

 

 

            

 

 

 

 

 

 

            

 

 

 

Referências

Documentos relacionados

GRAU 3: Utilização Elevada Puxadores para uso em portas de edifícios onde existe uma frequência elevada de utilização pouco cuidada e com uma grande probabilidade de ocorrência

“Há meios para impedir os crimes: as penalidades Há outro para modificar os costumes: os

Neste mesmo período as comportas da represa foram abertas por três dias e o volume da água diminuiu significativamente e com a geada que ocorreu nestes duas as folhas

Abu Saíd Al Khudri (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Deus, glorificado e exaltado seja, dirá aos habitantes do Paraíso: „Ó habitantes do Paraíso!‟ Eles

Após encontrar os autovalores pelo polinômio característico, podemos encontrar os autovetores resolvendo um sistema linear homogêneo.. Em resumo, você toma a matriz da

Quanto a insurgência do item 5.2.5.4, esta não merece prosperar na integra, na medida em que se trata de mera declaração de existência de profissionais

Meteorologistas mereceram o dobro de confiança.6 No outono de 2018, fizemos a mesma pergunta (e várias outras sobre opiniões referentes a questões econômicas, cujas respostas

Os resultados, considerando o grupo masculino e o grupo feminino, revelaram uma diminuição do ren- dimento no pós-teste, em relação ao pré-teste, na tarefa de equilíbrio na trave.