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Qualidade de vida dos cuidadores de idosos / Quality of life of elderly caregivers

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Qualidade de vida dos cuidadores de idosos

Quality of life of elderly caregivers

DOI:10.34117/bjdv6n10-507

Recebimento dos originais: 23/09/2020 Aceitação para publicação: 23/10/2020

Aline Fernanda da Costa

Graduanda em Fisioterapia

Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino UNIFAE, São João da Boa Vista, SP, Brasil

Rebeca Garcia Rosa Ferreira

Professora Mestre, especialista em Saúde da Mulher

Docente do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – UNIFAE, São João da Boa Vista, SP, Brasil

RESUMO

Com o avanço da tecnologia, principalmente na área da saúde, houve também o aumento da longevidade. O envelhecimento acontece de forma progressiva e envolve o declínio das funções do corpo, as células começam a perder a capacidade de regeneração, os tecidos envelhecem, os órgãos começam a apresentar dificuldades em manter o bom funcionamento, entre outros acontecimentos. Há também a perda de massa muscular, conhecida como osteopenia, os passos vão ficando cada vez mais curtos e assim a dificuldade de deambulação começa a complicar a locomoção. A literatura aponta que contexto é caracterizado pelo cuidado, trazendo prejuízos na saúde do cuidador. O tempo para o completo cuidado, o nível de dependência para as atividades cotidianas e o nível de alteração cognitiva do idoso exercem influências significantes na saúde e sobrecarga do cuidador. O objetivo geral da pesquisa consistiu em avaliar e comparar a qualidade de vida dos cuidadores de pacientesidosos. Trata-se de uma pesquisa transversal, exploratória, quali- quantitativa. Participaram da pesquisa 15 voluntários entre 20 e 60 anos de idade. O instrumento utilizado foi o questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-BREF, realizado nos domicilios da cidade de São João da Boa Vista.

Palavras-chave: Qualidade de Vida, Cuidadores, Idosos.

ABSTRACT

With the advance of technology, mainly in the health area, there was also an increase in longevity. The aging happens in a progressive way and involves the decline of the body functions, the cells begin to lose the capacity of regeneration, the tissues age, the organs begin to present difficulties in maintaining the good functioning, among other events. There is also the loss of muscle mass, known as osteopenia, the steps get shorter and shorter and so the difficulty of walking begins to complicate locomotion. The literature points out that the context is characterized by the care, bringing damages to the caregiver's health. The time for complete care, the level of dependence for daily activities and the level of cognitive alteration of the elderly have significant influences on the health and overload of the caregiver. The general objective of the research was to evaluate and compare the quality of life of the caregivers of patients. It is a transversal, exploratory, quali- quantitative research. 15 volunteers between 20 and 60 years of age will participate in the research. The instrument used was the

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questionnaire of Quality of Life WHOQOL-BREF, carried through in the domiciles of the city of São João da Boa Vista.

Keywords: Quality of Life, Caregivers, Elderly.

1 INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença (MARCO, et al.,1997).

O envelhecimento é definido como um processo intrínseco, ativo e progressivo, acompanhado por alterações fisiológicas, psicológicas e físicas, desta forma, acarretando prejuízos na capacidade do idoso em se adequar ao meio em que habita (MOURÃO, et al., 2015).

Nesta perspectiva, a própria amplificação da expectativa de vida se torna um fenômeno de propensões, em sucessão do impacto na qualidade de vida (QV) relacionado a essa etapa (PARK SH, et al., 2014).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima que a população brasileira com 65 anos de idade ou mais cresceu 10,5% no ano de 2018. Segundo OMS (2005), entre o indivíduo adulto e o idoso, o ápice de idade é de 60 anos para países em desenvolvimento e 65 anos para nações desenvolvidas. A idade psicológica para esse autor é a relações entre a idade cronológica e as capacidades de percepção, memória e aprendizagem (MACIEL, 2010).

A APS é a porta de entrada dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) com capacidade de suprir a 85% das escassezes e das complicação de saúde dos habitantes em geral, realizando serviços preventivos, curativos e de promoção, integrando os cuidados e manejando o contexto de vida dos indivíduos, onde em uma equipe multidisciplinar o fisioterapeuta tem uma importante função (Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS; 2007).

O envelhecimento das populações é o desafio mais importante para a saúde pública, mais evidente em países em desenvolvimento como o Brasil, em que o envelhecimento se propaga nitidamente em um ambiente de mendicidade e evidente desigualdade social. Daí a necessidade do desenvolvimento de políticas de saúde adequadas à realidade desses indivíduos, para queenvelheçam com saúde (LIMA-COSTA, et al., 2003).

O processo de envelhecimento não é sinônimo de adoecimento ou de incapacidades. Na terceira idade, mesmo se os idosos tiverem alguma doença, ou alguma complicação que restrinja suas atividades, eles costumam preservar totalmente ou parcialmente sua autonomia e sua independência (PAVARINI SC, et al., 2005; SUDRÉ, et al., 2012).

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Na medida em que o número de população idosa aumenta, os cuidados também aumentam, sendo assim, há uma profissão especifica que cuida dessa população, além do indispensável atendimento multidisciplinar.

Há dados que relatam que em 2017, o número de cuidadores saltou de 5.263 para 34.051, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O que mostra explicitamente aumento do número de profissionais desta profissão.

Durante a década de 1990, foi evidenciada uma proporção sinalizadora de pessoas da terceira idade que necessitam de ajuda, seja parcialmente ou totalmente no quesito de desempenho de uma ou mais atividades de vida diária (AVD) (SUDRÉ, et al., 2012; PAIVA SO, et al., 2004; BRITO FC, et al., 2009).

Segundo o Ministério da Saúde 5% da habilidade das pessoas de realizar suas AVD’s são lesadass a partir dos 60 anos, e se eleva por volta de 50% a partir dos 90 anos ou mais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, et al., 2007; SUDRÉ et al., 2012).

A partir de 2005, o Ministério da Saúde favoreceu a ampliação da Atenção à Saúde da Família por meio da Portaria nº 1065/GM sendo obrigatória a presença do fisioterapeuta, na recuperação do paciente (BRASIL, 2005).

Pelos menos 5% das pessoas que estão entre 65 e 69 anos, possuem contrariedade na realização de sua higiene pessoal, aumentando em 30% quando se trata de idosos com idade igual ou superior a 85 anos (NETTO MP, et al., 2006; SUDRÉ, et al., 2012).

O quanto o idoso é ligado a alguém para a realizar suas atividades e a qualidade de suas capacidades funcionais, são um dos principais propósitos das políticas públicas e de saúde para essa massa de pessoas. As ações são prestadas, em especial, pelos profissionais das unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF), afinal, eles têm intimamente acesso aos domicílios onde os idosos e cuidadores estão presentes.

É de extrema importância a avaliação das capacidades e habilidades funcionais dos idosos, contando com a atuação do fisioterapeuta, no intuito de prevenir a perda da independência e contribuir para a manutenção de suas capacidades motoras, impedindo que haja restrição ao leito, diminuindo assim o quadro de internações hospitalares e futuro gastos públicos (GORDILHO, A et al., 2001; SUDRÉ, et al., 2012).

Uma das estratégias do Fisioterapeuta está em aplicação do questionário WHOQOL. A Organização Mundial da Saúde constatou que nos anos 90 as medidas de qualidade de vida são de extrema importância para a saúde, tanto dentro de uma perspectiva individual como social (DELAI, et al., 2011)

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Dentre as inúmeras escalas existentes para avaliação da qualidade de vida, a metodologia quantitativa apresenta maior efeito (PEREIRA, E.F et al., 2012). Percebendo tamanha necessidade de um questionário com uma abrangência transcultural, a OMS (Organização mundial de saúde) constituiu um grupo de qualidade de vida (WHOQOL).

Com o propósito de ser breve e abranger o maior numero de tópicos, o questionário WHOQOL-bref é o que melhor se qualifica, tedo 26 questões, avaliando a qualidade de vida geral, tendo em evidência 4 domínios: saúde física, psicológica, meio ambiente e meio social.

No questionário WHOQOL-bref há 26 questões, sendo duas questões gerais de qualidade de vida e as demais com 24 facetas que representam o questionário orignal WHOQOL-100, ja que WHOQOL-bref é uma variação do WHOQOL-100 (FLECK., et al., 2000).

Características como capacidade funcional, dor, vitalidade, aspectos sociais e emocionais e saúde mental podem ser avaliadas por instrumentos que medem a qualidade de vida (CASTRO PC, et al .,2014). Dessa forma a qualidade de vida, envolve um panorama de muitas dimensões, também complexo e apresenta aspectos objetivos e subjetivos (CARMELITA, et al., 2020).

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de delineamento transversal e base de análise quantitativa. Foram

convidados para participar da pesquisa, cuidadores de idosos parcialmente dependentes residentes no município de São João da Boa Vista. A coleta de dados foi realizada por telefone aos cuidadores de idosos, da cidade de São João da Boa Vista. Justificamos a coleta via telefone em razão da pandemia da Coronavírus (COVID-19), impossibilitando a pesquisadora de aplicar o questionário presencialmente. Foram incluídos cuidadores formais ou não formais que tivessem entre 20 e 60 anos, com bom cognitivo e que fossem cuiadores de idosos parcialmente dependente.

A escolha dos cuidadores de idosos foram definidos por meio de um número por região, dentro dos dados que a Universidade possui de atendimentos domiciliares. Os contatos telefonicos foram disponibilizados pelos próprios cuidadores de idosos.

A ficha de caracterização dos participantes, previamentente elaborada, foi contida de dados a saber : nome, endereço, telefone, gênero, idade, estado civil, escolaridade, profissão, cuidador formal ou informal, o paciente é totalmente, parcialmente dependente ou independente, quanto tempo trabalha na residência. A abreviação do modelo WHOQOL-100 denominado WHOQOL-bref , foi contemplado com 26 questões. As duas primeiras questões são gerais e as outras abordam 4 dominios da QV como: psicológico, relações sociais, meio ambiente e físico. Tipo Likert, o voluntário pode escolher por meio de escores de um a cinco (FLECK et al., 2000). Considerando o resultado do questionário, podemos classificar entre três valores para melhor entendimento, zero pior resultado,

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cinquenta resultado mediano e cem melhor resultado. Em resumo, os números mais próximos de zero são piores e os mais próximo de cem melhores.

O contato foi feito por telefone. Foi lido a carta responsável por informar sobre a pesquisa para o ouvinte e logo após o consentimento do voluntário(a), em seguida enviamos no endereço residencial pelo serviço de entrega o Termo de Consentimento Livre de Esclarecimento. Ao ser lido pelo participante, o mesmo enviou uma cópia do Termo de Consentimento Livre de Esclarecimento assinado para a pesquisadora responsável pelo whatssap disponibilizado pela pesquisadora.

O cuidador do idoso participante respondeu a ficha de caracterização dos participantes e ao questionário de Qualidade de vida adaptado para cuidadores de idosos WHOQOL-bref (FLECK, CHACHAMOVICH, TRENTINI, 2006) via telefone. A pesquisa foi executada mediante a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa CAAE: 31086020.8.0000.5382 e sob declaração de responsabilidade do pesquisador.

A pesquisa atendeu o disposto na Resolução nº 466∕2012 e 510/2016 do Conselho Nacional da Saúde, com as devidas garantias aos participantes de liberdade de participação, privacidade, sigilo e confidencialidade. Nenhum participante recebeu pagamento por sua participação.

3 RESULTADOS

A análise dos dados foi realizada por meio de um estudo transversal, onde as amostras são coletadas em determinado ponto do tempo para descrever-se a situação da população analisada neste momento definido (RICHARDSON, 1999). Dessa forma, o primeiro passo foi organizar os dados coletados na Tabela 1, onde são apresentados, respectivamente, os participantes da pesquisa por meio de codificação de 1 a 15, a pontuação média no questionário, a idade, o estado civil, a escolaridade e a forma que desempenham o trabalho de cuidadores. Constatou-se que todos os participantes cuidam de pacientes parcialmente dependentes, portanto, este dado não foi inserido na tabela.

Tabela 01. Amostragem

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Os dados da Tabela 1 foram utilizados como critérios para analisar descritivamente como a pontuação média dos participantes no questionário se relaciona com os critérios que representam-lhes. Buscou-se descrever criteriosamente como estes dados se distribuem, para obtenção de informações para investigação da hipótese do trabalho (TRIVIÑOS, 2008).

Sendo assim, através de um histograma e de gráficos de setores, foram representadas, respectivamente, a distribuição das pontuações médias conforme os critérios: idade, gênero, estado civil, escolaridade e forma que desempenham o trabalho de cuidadores.

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Gráfico 01. Idade x Pontuação média

Em termos gerais, pode-se determinar o pressuposto de que a qualidade de vida dos

participantes pode ser avaliada como negativa ou positiva conforme, respectivamente, a pontuação tende a 0 ou a 5. Dessa forma, a primeira observação que se faz é de que todas as pontuações tenderam a uma boa qualidade de vida, uma vez que todas ficaram entre 3 e 5.

Considerando que as colunas “Idade” estão organizadas em ordem crescente, observa-se também com destaque, que na faixa dos 20 aos 30 há uma constante pontuação 4. A pontuação 5 foi atingida uma única vez, por uma participante de 22 anos. A pontuação 3 foi a mais baixa, e foi atingida em três oportunidades.

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Gráfico 02. Pontuação média das mulheres

Em relação a pontuação das mulheres, 60% pontuaram 4; 30% pontuaram 3; 10% pontuaram

5, a única pessoa com pontuação máxima. No geral, pontuações altas.

Gráfico 03. Pontuação média dos homens

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Gráfico 04. Estado civil

Relativo ao estado civil dos questionados, 67% são solteiros e 33% são casados.

Gráfico 05. Escolaridade

Em relação a escolaridade, a grande maioria, com 73%, possuem Ensino Médio Completo; 14% possuem Superior Completo e 13% possuem o Ensino Médio Incompleto.

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Gráfico 06. Cuidadores

Por fim, observando-se a rotina dos cuidadores, a grande maioria trabalha de maneira informal, representando 73% dos participantes da pesquisa. Os trabalhadores formais representam 13% do total.

4 DISCUSSÃO

Participaram da pesquisa 15 voluntários entre 20 e 60 anos de idade. O instrumento utilizado foi o questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-BREF, realizado nos domicilios da cidade de São João da Boa Vista. São apresentados, respectivamente, os participantes da pesquisa por meio de codificação de 1 a 15, a pontuação média no questionário, a idade, o estado civil, a escolaridade e a forma que desempenham o trabalho de cuidadores. Constatou-se que todos os participantes cuidam de pacientes parcialmente dependentes, portanto, este dado não foi inserido na tabela.

A primeira observação feita é que de 15 entevistados, 10 eram mulheres e todas as pontuações tenderam a uma boa qualidade de vida, uma vez que todas ficaram entre 3 e 5. Considerando que as colunas “Idade” estão organizadas em ordem crescente, observa-se também com destaque, que na faixa dos 20 aos 30 há uma constante pontuação 4. A pontuação 5 foi atingida uma única vez, por uma participante de 22 anos. A pontuação 3 foi a mais baixa, e foi atingida em três oportunidades.

É notavel que há uma predominância no número de mulheres contemplando a profissão quando o assunto é Cuidadores de Idosos, principalmente nas pesquisas relacionadas a Qualidade de Vida em Cuidadores de Idosos (BARACHO AMC et al., 2010; COLOMÉ IC et al., 2011; GRATÃO ACM et al., 2015).

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A justificativa para tal afirmação é que desde os primórdios, o ato de cuidar sempre foi atribuido abundantemente às mulheres que comumente ja cuidam da casa, dos próprios irmãos na infância/adolescência e na vida adulta dos próprios filhos,o que justifica a facilidade no ato de cuidar (COLOMÉ ICS et al., 2011).

Um grande adendo para a presente pesquisa é considerar que a maioria das Cuidadoras de idosos trabalha de maneira informal, representando 73% dos participantes da pesquisa. Em uma pesquisa composta por uma amostra, onde os cuidadores se totalizaram em 50, sendo 15 formais e 35 informais. Os mesmo foram divididos em 2 grupos, sendo cuidadores informais o primeiro grupo e o segundo grupo representado pelos cuidadores formais.

Com o resultado desta pequisa, foi observado que os cuidadores informais tem um nivel maior de desconforto emocional comparado aos formais, tendo também maior jornada de trabalho, porém, os cuidadores formais apresentam maior cansaço, poucas horas de sono. Podemos considerar que a relação da jornada de trabalho com os cuidadores informais, se torna possível por na maioria das vezes os mesmos serem familiares do longevo (MAA DINIZ et al., 2018).

Na comunidade de Bambuí, pesquisadores notaram uma enorme necessidade de cuidadores entre os longevos (GIACOMIN et al., 2005). Foi relatado que dentre 1.606 idosos, 23% necessitavam de cuidador, principalmente na faixa etária de 70 anos, e que também tivesse caracteristicas como, ser solteiro, morar sozinho, ter consumido regularmente bebida alcoólica, hipertensão arterial (estágio 2). Foi constatado também que os reponsáveis pelo cuidado em relação ao adoecimento do idoso, era feito pelo cônjuge ou a filha, o que explica o número de cuidadores informais. O que se torna mais fácil, visto que na maioria das vezes o cuidado custa e muitas vezes a família não pode pagar pelo serviço.

Em uma análise chamada “Qualidade de vida relacionada à saúde dos cuidadores formais de idosos institucionalizados em Natal, Rio Grande do Norte”, foram entrevistados 92 cuidadores formais, que por sua vez, é um grande número em comparação com o estudo a qual essa discussão está presente, onde os cuidadores formais são representados por apenas 13% do total.

Ao fim da pesquisa “Qualidade de vida relacionada à saúde dos cuidadores formais de idosos institucionalizados em Natal, Rio Grande do Norte”, a analise dos dados constatou que a perda mais significativa de saúde era no domínio “estado de saúde geral”, definidos pelo SF-36. A perda significativa no domínio “estado de saúde geral” é justificada pelo fato do número de longevos atribuidos para apenas um cuidador ser de grande volume, não bastando, a carga horária de trabalho também é excessiva.

O cuidador informal ou também chamado de cuidador familiar, de idosos totalmente dependentes quase não tem orientações, já os cuidadores formais geralmente tem um curso de

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capacitação para que possa exercer a profissão, tendo em vantagem as orientações que os cuidadores informais não tem. Visto que em grande maioria, os cuidadores informais são mais comuns, é imprescindível que o mesmo tenha orientações dos profissionais de saúde, orientações essas como procedimentos de curativos, ou até como manejar o longevo, além de visitas semanais da equipe multidisciplinar, o que seria uma ótima estratégia para a melhoria da QV dos mesmos (KARSCH, 2003).

O cuidador que atua sem orientações tem uma enorme tendência de precisar de cuidados futuramente igualmente ao idoso que ele cuida. Decorrente de desgastes fisicos e emocionais, que poderão leva-lo ao desenvolvimento de doenças e/ou limitações fisicas (ANDRADE LM et al., 2009).

5 CONCLUSÃO

Como conclusão do estudo pode-se compreender que os cuidadores de pacientes parcialmente dependentes não apresentaram piora na qualidade de vida. Também pode-se observar que a maioria dos cuidadores trabalham com vinculo informal, com maior jornada de trabalho comparada com os cuidadores formais e com maior comprometimento emocional. Entretanto a maioria dos cuidadores conseguem conciliar suas atividade de lazer com suas respectivas cargas horarias de trabalho, o que pode explicar não terem apresnetado piora na qualidade de vida. Portanto, sugere-se a realização e publicação de novos estudos que compare a qualidade de vida entre cuidadores de idosos parcialmente e totalmente dependentes, proporcionado novas Politicas Públicas de promoção a saúde e prevenção de doenças, além de estratégias que favoreçam melhores qualidade de trabalho para os cuidadores.

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Tabela 01. Amostragem
Gráfico 01. Idade x Pontuação média
Gráfico 02. Pontuação média das mulheres
Gráfico 05. Escolaridade
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