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Rua Domingos Ferreira, 144 502 22050.012 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Telefax (21) 2547-5453

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Instituto de Educação em Valores Humanos

Rua Domingos Ferreira, 144 / 502

22050.012 Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Telefax (21) 2547-5453

MANUAL PARA PROFESSORES

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SATHYA SAI

Educação

em

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Instituto de Educação

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o sistema educacional deveria contribuir para o desenvolvimento de estudantes de bom caráter, comprometidos com os valores humanos, para que a

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1a edição: 1997

2a edição: 1999

3a edição: 2010

ISBN: 85-87056-03-4

Tradução: Paulo Maurício B. A. Rego

Informações: Instituto de Educação em Valores Humanos

Rua Domingos Ferreira, 144 / 502 22050.012 Rio de Janeiro - RJ Telefax (021) 2547-5453

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Prefácio à Edição Brasileira

Em 1968 Sathya Sai Baba viu que seu país, a Índia, enfrentava uma crise em cada esfera da atividade humana, o que era um obstáculo ao apropriado desenvolvimento da juventude do país. Era uma crise moral e espiritual. Por isso Sai Baba sentiu que o único caminho para ajudar a juventude seria reorientar o sistema de educação indiano para nele infundir uma austeridade moral e espiritual.

O primeiro passo foi fundar o Sri Sathya Sai College, em Anantapur (Andhra Pradesh) para meninas, no mês de julho do mesmo ano. O mesmo foi feito para meninos, em Brindavan, Bangalore (Karnataka), no ano de 1969. Mais tarde, concretizou-se o Sri Sathya College em Prasanthi Nilayam.

Em todas estas instituições educacionais foi introduzido o sistema integral de valores orientados à educação, mantendo em vista os cinco valores humanos básicos: Verdade, Ação Correta, Paz, Amor e Não violência. Sob a orientação de Sathya Sai Baba, e como resultado do dedicado tra-balho dos professores e estudantes por um período de 12 anos até 1980, emergiu uma nova teoria e prática em educação integral, que conduz o homem no esforço para a perfeição nas partes física, vital e emocional, intelectual e espiritual de sua personalidade.

O Instituto Sri Sathya Sai de Estudo Superior foi fundado em novembro de 1981, como uma insti-tuição autônoma credenciada e reconhecida como uma universidade pelo Ministério da Educação da Índia. O Instituto tem agora três campus: Prasanthi Nilayam e Brindavan - para rapazes - e o de Anantapur - para moças.

O propósito do Instituto é prover os estudantes com a coragem e a determinação necessárias para moldar suas carreiras, valorizando os seus próprios esforços e suas forças internas. A educação espiritual é combinada harmoniosamente com os campos do conhecimento metafísico, físico e ético. O princípio da Educação em Valores Humanos é ensinar o que se pratica.

Criador do método, Sathya Sai Baba ressalta que os professores devem se familiarizar com os acontecimentos à sua volta e passá-los adiante aos estudantes sob suas responsabilidades.

“Educação sem caráter é como uma fruta sem suco ou como uma vaca que não fornece leite”, explica Baba. “É por esta razão que o professor só pode ensinar após colocar em prática seus en-sinamentos. Assim ele estará estabelecendo um ideal para o mundo. Um professor pode ensinar bem, pode mostrar métodos fáceis, mas se sua conduta não estiver de acordo com o que ele diz, ninguém o seguirá, ninguém se importará com ele. O governo pode gastar muito dinheiro, mas não é possível treinar em Valores Humanos. Os Valores Humanos não são passíveis de serem obtidos de um texto e nem fornecidos por qualquer companhia, não podem ser presenteados por amigos e nem comprados no mercado. São uma atitude natural que provém do coração.

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Os professores devem dizer a verdade aos estudantes, ter uma mente estável. Ele é como um poste de sinalização: um poste de sinalização deve ser fixado firmemente para que o viajante tome a direção certa. Se o poste estiver se movendo em todas as direções, o passageiro tomará a direção errada. Os estudantes observam cada coisa, especialmente o comportamento do professor. Somente se o professor colocar em prática o que ele ensina terá o respeito dos estudantes. Esta é a maneira pela qual nós perdemos o nosso respeito próprio. Primeiro SEJA, a seguir FAÇA, terceiro DIGA!

A Verdade não é meramente repetir o que você disse, dizer o que viu, ou repetir o que ouviu. A Verdade deve satisfazer sua consciência. Em nome da Verdade, continuamos a dizer mentiras em qualquer coisa simples. Se você trabalha com amor e sinceridade, mas não tem satisfação apro-priada, qual a razão disto? A razão é a falta de orientação adequada. Ensinem com o mesmo amor e dedicação com que cuidam de seus filhos.

Desde a infância digam a seus filhos para jamais mentir. Ensinando-os corretamente eles também irão receber ajuda de outras formas. A despeito de bons ensinamentos dados pelo professor, os pais estragam a criança. Os próprios pais estão ensinando a seus filhos a dizer mentiras. Se alguém telefona e o pai não quiser atender, ele dirá à criança para responder dizendo que ele não está! Hoje 99% das crianças são estragadas por seus pais. Eles acreditam em seus filhos e nunca questionam suas declarações. O filho pode ser uma pessoa inútil, mas o pai acreditará nele. São estes os pais que estragam os filhos. Portanto, um programa de educação também deve ensinar aos pais.

O país será perfeito se os estudantes progredirem. Se a criança diz mentiras, seus pais são respon-sáveis. Estes pais desenvolveram amor tolo em relação aos filhos. Seus apegos orientam mal a criança, porque tais apegos e possessividades são responsáveis por todas as misérias. Oponha-se a seu filho e ensine-o. Se o educamos desta forma (com amor tolo) hoje, o que acontecerá ao futuro do país? Seremos responsáveis pela ruína total.

Os Valores Humanos devem se desenvolver no dia-a-dia. Manter maus pensamentos nos corações provoca doença. É preciso viver com sentimentos puros, servir sem egoísmo, compartilhar seu amor. Nosso coração é cheio de amor. Você nunca poderá exauri-lo, ele nunca diminuirá. Compartilhem seu amor com pelo menos 10 pessoas por dia e, somente então, suas vidas serão redimidas.

Deveria haver perfeita harmonia entre pensamento, palavra e ação. Na cultura bharat (indiana), quando se faz namoskaram (encostar as palmas das mãos na saudação) nós unimos nossos dez dedos, cinco de um lado e cinco do outro, unificando nossos cinco sentidos internos com os cinco sentidos externos. Ambas as mãos (dez sentidos) devem ser unidas; isto é a Unidade na Diversidade. Deverá haver unidade entre coração, cabeça e mãos: estes são os verdadeiros Valores Humanos.

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SUMÁRIO

LIVRO 1 - Conceitos Fundamentais

Capítulo I

-

A Compreensão

Introdução ... 2

A Verdadeira Educação ... 3

O que é Integração ... 3

Como Alcançar a Integração ... 3

O Programa de Valores Humanos ... 4

Necessidade ... 4

Equívocos ... 4

A Compreensão ... 5

Implementação ... 5

Abordagem Direta ... 5

Abordagem Integrada... 5

Módulo de Capacitação para Treinandos ... 7

O Amor –– A Corrente Subjacente de todos os Valores Humanos ... 8

Amor Egoísta ... 9

Amor Mútuo ... 9

Amor não Egoísta ... 9

Manifestação do Amor ... 9

O Amor como Pensamento é Verdade ... 9

O Amor como Ação é Ação Correta ... 10

O Amor como Sentimento é Paz ... 11

O Amor como Compreensão é Não Violência ... 11

Conclusão ... 12

Quadros do Amor ... 13

Capítulo II - O Primeiro Passo

Introdução ... 14

Administração dos Pensamentos ... 15

Que são os Pensamentos? ... 15

Como administrar os Pensamentos? ... 15

O que é Sentar-se em Silêncio? ... 15

Autoexame ... 16

Administração da Respiração ... 17

Que é a Respiração? ... 17

Como Administrar a Respiração? ... 17

Boa Atmosfera ... 17

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Música ... 17

Natureza ... 18

Administração do Tempo ... 19

Teto aos Desejos ... 19

Alimento ... 19

Dinheiro ... 20

Conhecimento ... 20

Energia ... 20

Boas Companhias... 21

Capítulo III - A Implementação

Introdução ... 22

Abordagens para a Implementação da Educação em Valores Humanos ... 23

Integração dos Valores no Texto Curricular ... 25

Integração dos Valores no Trabalho Co-curricular ... 25

Técnicas Pedagógicas Diretas ... 25

As Cinco Técnicas Fundamentais de Ensino ... 25

Sentar-se em Silêncio ... 25

Citações ... 26

Canto em Grupo ... 26

Contar Histórias ... 27

Atividades em Grupo ... 28

Conclusão ... 28

Abordagem Integrada do Ensino dos Valores Humanos ... 29

O Fator Humano na Educação em Valores Humanos ... 30

Os Papéis ... 30

O Papel dos Pais ... 30

O Papel do Professor ... 31

O Papel dos Estudantes ... 32

Uma Nota de Precaução para todos os Professores e Disseminadores ... 33

Dicas para as Crianças terem Sucesso na Vida ... 33

A Associação de Pais e Mestres Ideal ... 34

Capítulo IV - Educação para a Excelência

Introdução ... 35

Estrutura da Excelência ... 37

Excelência Acadêmica ... 37

Excelência Ambiental ... 37

Excelência Humana ... 37

Excelência Acadêmica ... 39

A Metodologia ... 39

Objetivos ... 39

Antecedentes ... 39

Metodologia Sugerida ... 40

Elimine a Palavra Rotina ... 40

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Encoraje o Questionamento ... 40

Planos de Aula... 40

Verdade ... 41

Bondade ... 41

Beleza ... 41

Eu Hoje e Eu Ontem ... 41

Arguições ... 42

Uso da Biblioteca ... 42

Prática de Redação ... 42

Elimine o Medo dos Exames ... 42

Aspectos Vocacionais da Excelência... 42

Excelência Ambiental ... 43

A Metodologia ... 43

Objetivos ... 43

Antecedentes ... 43

Metodologia Sugerida ... 43

Recursos Físicos ... 43

Exame Médico e Plano de Saúde Integrado ... 43

Nós vemos: a Sala de Aula, o Pátio e o Corredor ... 44

Eu Amo o Meu Uniforme ... 44

Encontro Esportivo Anual ... 44

Estágios e Atividades de Serviço ... 44

Educação Para a Saúde ... 44

Excelência Humana ... 46

A Metodologia ... 46

Objetivos ... 46

Antecedentes ... 46

Metodologia Sugerida ... 46

Uso da Abordagem Integrada no Ensino das Matérias ... 46

Introdução de uma Ficha de Acompanhamento ... 46

Encontros da Associação de Pais e Mestres (APM) ... 47

Canto em Grupo ... 47

Celebração de Festas Nacionais e Religiosas ... 47

Condução da Assembleia Matinal pelos Estudantes ... 47

Resumo ... 47

Plano de Ação ... 48

Primeiro Trimestre ... 48

Excelência Acadêmica ... 48

Excelência Ambiental ... 48

Excelência Humana ... 48

Segundo Trimestre ... 49

Excelência Acadêmica ... 49

Somente para Escolas Secundárias ... 49

Excelência Humana ... 49

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Excelência Acadêmica ... 49

Excelência Ambiental ... 50

Excelência Humana ... 50

LIVRO 2 - Manual para Professores

Unidade I

-

Apresentação do Programa de

Educação em Valores Humanos (EVH)

A Personalidade e os Valores Humanos ... 52

Principais Valores e Subvalores ... 53

Definições de Subvalores ... 54

Cinco Valores Básicos no Desenvolvimento do Caráter ... 55

Introdução para Professores ... 56

O Padrão de Aula ... 56 ... As Cinco Técnicas de Ensino ... 56

Conduzindo a Aula ... 58

Unidade II - Verdade

Introdução à Verdade ... 61

Lição 1 - Honestidade ... 62

Lição 2 - Integridade ... 66

Lição 3 - Veracidade ... 70

Lição 4 - Busca do Conhecimento ... 74

Lição 5 - Otimismo ... 78

Unidade III - Ação Correta

Introdução à Ação Correta ... 83

Lição 6 - Perseverança ... 84

Lição 7 - Sacrifício ... 88

Lição 8 - Autosuficiência ... 92

Lição 9 - Contentamento ... 96

Lição 10 - Gratidão ... 100

Unidade IV - Paz

Introdução à Paz ... 105

Lição 11 - Paciência ... 106

Lição 12 - Constância ... 110

Lição 13 - Felicidade ... 114

Lição 14 - Contentamento ... 118

Lição 15 - Honestidade ... 122

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Lição 16 - Generosidade ... 128

Lição 17 - Gentileza ... 132

Lição 18 - Simpatia ... 136

Lição 19 - Tolerância ... 140

Lição 20 - Dedicação ... 144

Unidade VI - Não Violência

Introdução à Não Violência ... 149

Lição 21 - Apreciação de Outras Culturas e Religiões ... 150

Lição 22 - Fraternidade ... 154

Lição 23 - Atenção com os Outros ... 158

Lição 24 - Lealdade ... 162

Lição 25 - Compaixão ... 166

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EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS

Nossos planos de vida não são para passarmos à frente de outros, mas para passarmos adiante de nós mesmos.

Sri Sathya Sai Baba

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Capítulo 1

A Compreensão

O Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos é único e tem como fonte o “Espírito do Homem”. Seu conteúdo é universal e também secular, atingindo a todos os indivíduos de todas as crenças existentes no mundo.

Inspirado por Sri Sathya Sai Baba tem sido exaustivamente experimentado na Índia e em mais de 112 países, com sucesso acima de todas as expectativas. O desenvolvimento deste método sistemático é o resultado de longos anos de experiência na condução do Programa de Educação, feito pela Sri Sathya Sai Seva Organizations.

A experiência de todos aqueles que implementaram este programa em todos os cantos do mundo, inclusive na Índia, tem sido estimulante. Os professores e os alunos têm vivenciado em conjunto uma elevação de suas consciências e uma mudança em suas perspectivas de vida partindo de uma “visão externa” para uma “visão interna”.

Intrinsecamente complementar aos programas de ensino existentes em todo o mundo sua implementação não requer nenhuma mudança no currículo ou curso principal. Na verdade, não demanda tempo extra e auxilia o professor a lidar com o programa curricular de uma maneira muito mais eficiente. Estas características contribuem para sua aceitação natural, por culturas e ambientes diversos.

Assim, vem cumprindo o seu objetivo: a unificação do homem em seus pensamentos, palavras e ações, propondo que os cinco VALORES HUMANOS básicos do AMOR, da VERDADE, da AÇÃO CORRETA, da PAZ e da NÃO VIOLÊNCIA sejam a marca de qualidade do homem unificado, que deve ser o produto de qualquer sistema educacional.

Este livro é uma tentativa de ajudar a todos os professores que tenham ou não passado por um programa de treinamento intensivo de três dias, dentro do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos. Estamos provendo os educadores com o material necessário no apoio e na sustentação da motivação, a fim de que comecem ou continuem a implementar o Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos, em sua classe ou na escola como um todo. Ele contém uma visão geral dos princípios e uma clara com-preensão dos Valores Humanos que o professor pode utilizar nas situações em classe. Ele também permitirá ao professor introduzir o conceito e a metodologia da Educação em Valores Humanos em outros ambientes e para outras pessoas, além da escola.

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COMPREENSÃO

Aquele que os outros

pensam que ele é Aquele que ele pensa que é Aquele que ele realmente é INTEGRAÇÃO

A VERDADEIRA EDUCAÇÃO

Todo educador, desde tempos imemoriais, tem enfatizado que a verdadeira educação deve conduzir à construção do caráter do estudante. Em verdade, declara-se que “o fim da educação é o caráter”. A palavra “caráter” tem sido definida de várias formas, por vários especialistas, filósofos, educadores, etc.. Entretanto, Sri Sathya Sai Baba define o caráter, em relação à educação, como sendo “unidade entre pensamento, palavra e ação”. Não pode haver dúvida, então, de que o fim do processo educativo deve ser a “integração do homem”. Este fato, infelizmente, vem sendo ignorado pelos planejadores educacionais. O resultado é um mundo à beira da total desintegração.

O QUE É INTEGRAÇÃO

A verdadeira questão se apresenta: “O que é esta integração”. É Sri Sathya Sai Baba que nos dá a resposta correta e declara que o foco da educação é o homem, e assim uma tentativa deve ser feita para entender o homem. Ele explica que o homem não é um, mas três... “Aquele que ele pensa que é, aquele que os outros

pen-sam que ele é e aquele que ele realmente é...” Observe que esta indagação leva o indivíduo a considerar que, em seu período de vida, tem consumido muito tempo em perseguir aquilo que ele pensa que é ou o que os outros pensam que ele é, e em nenhum tempo está livre para que pondere e concentre-se naquilo que “ele realmente é”. A resposta à questão “O que realmente eu sou?” é que “o homem é Divino”. A resposta também está no fato de que ele é a centelha do Divino, a energia interior que alimenta e sustenta todo o sistema humano. O sistema

educacional deve, por isso, reconhecer a centelha interior como o fundamento de todo o conhecimento, habilidades, experiência, para realizar um homem integrado. Assim, não é correto dizer, “penso, logo eu sou”, e sim, “eu sou, logo eu penso”.

Vamos à próxima questão lógica: “O que é a centelha Divina, a energia sustentadora interior?”. É a energia do Amor, a fonte da existência humana.

O conceito de integração é explicado por Sri Sathya Sai Baba como...

O Amor como pensamento é Verdade, O Amor como ação é Ação Correta, O Amor como sentimento é Paz,

O Amor como compreensão é Não Violência.

COMO ALCANÇAR A INTEGRAÇÃO

Pode-se dizer que a consciência no homem é resultado da Vontade de Deus. Por isso, esta centelha Divina “Amor” é uma testemunha da divindade no homem. A primeira coisa que se manifesta no homem é o amor, o mesmo Amor se expande em nossos pensamentos, palavras e ações.

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4 verdadeira fonte, realizamos a Não Violência.

O amor é, então, a corrente subjacente que flui através de todos os Valores Humanos. Assim o Amor, representado pela consciência, reflete a Verdade. Quando o indivíduo aprende a atuar de acordo e em sintonia com a voz da consciência, adere à Ação Correta. Ao seguir a voz da consciência, ele experimenta a Paz. Aquele que experimenta a Paz, jamais se afastará da Não Violência. Então a humanidade repousa na unidade de pensa-mento, palavra e ação, e assim os Valores Humanos estão contidos em todas as células do corpo humano.

Os Valores Humanos do Amor, da Verdade, da Ação Correta, da Paz e da Não Violência simbolizam a integração dos pensamentos, palavras e atos que definimos como caráter e que, por sua vez, é a finalidade da educação.

O Programa Sri Sathya Sai de Educação em Valores Humanos lida com os princípios, metodologia e técnicas a serem implementadas nos currículos escolares existentes, sem custo ou tempo adicionais, para que o professor possa atingir a meta acima.

O PROGRAMA DE VALORES HUMANOS

NECESSIDADE

Tem sido dito que a educação é para a vida e não se destina somente a ganhar a vida. A educação é o processo de esculpir a personalidade humana. Acredita-se que o homem deve tornar-se um mestre de si mesmo, e um rei do seu meio ambiente. Infelizmente, hoje em dia, isto não está acontecendo. Vemos o caos completo e a desintegração no mundo. A raiz do problema é a constante ausência de unidade nos pensamentos, palavras e ações do homem. Para restaurar a sua grandeza, a educação tem um importante papel a cumprir. “Educação é o banco onde a nação desconta o seu cheque cada vez que precisa de cidadãos talentosos e honestos”, porém, desafortunadamente, a educação atual tem feito do homem um escravo dos seus sentidos, incapaz de dominar a si mesmo. Assim, o homem de hoje pode desenvolver técnicas que lhe permitam a ilusão de domínio sobre o seu meio ambiente, mas está longe de tornar-se um mestre de si mesmo, pois o nosso sistema educacional cuida apenas do desenvolvimento da mente e do corpo, ignorando totalmente o Espírito.

Necessitamos então, redirecionar as metas da educação para que vejam o homem como um todo integrado.

EQUÍVOCOS

Considerar o redirecionamento das metas de educação uma tarefa ao nosso alcance, tendo em vista as circunstâncias tremendamente adversas e o ambiente acelerado da vida atual, com sua suposta falta de tempo, pode parecer utópico. Alguns professores manifes-taram apreensões. Para nós, estas apreensões são equivocadas, consequência da falta de informação ou da má informação a respeito do Programa de Valores Humanos.

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A COMPREENSÃO

Este programa objetiva a compreensão da personalidade humana como um todo. Duas máximas são importantes e merecem consideração: “Cada indivíduo é uma centelha do Divino”, e, “Deus existe”. Este curso nos ajudará a alimentar a energia básica do Amor, da qual fluem os valores da Verdade, Ação Correta, Paz e Não Violência. Estes valores são relevantes para o desenvolvimento da personalidade e para o sucesso na vida diária. São tão importantes hoje em dia como o foram no passado.

É fundamental entender a energia básica do Amor, que é a corrente subjacente de todos os Valores Humanos. Quando esta energia do Amor é traduzida em pensamentos, temos a Verdade. O Amor em ação, leva-nos à Ação Correta. Amor como sentimento dá origem à Paz. Amor como compreensão é Não Violência. A Não Violência é a expressão das ex-celências combinadas de todos os valores da Verdade, Ação Correta e da Paz. De fato, ela determina a unidade de toda a existência. A personalidade humana é, então, a manifestação desta Unidade em pensamentos, palavras e ações.

Vamos agora compreender resumidamente como o Amor é a energia interna de todos os Valores Humanos.

IMPLEMENTAÇÃO

Para implementar este programa, o primeiro e o mais importante pré-requisito é a de-terminação, por parte do interessado, de praticar estes valores em sua própria vida. Cada

professor deve assumir a prática destes valores como um primeiro passo. Este primeiro

passoé mais especificamente tratado no Capítulo 2 - O Primeiro Passo.

A implementação do programa nas escolas ocorre em dois níveis:

1) A nível de sala de aula;

2) A nível da escola como um todo.

Há dois enfoques para a implementação nestes dois níveis, a abordagem direta e a abordagem integrada, que o professor ou a escola como um todo podem adotar.

Todo professor conduzindo uma classe de Educação em Valores Humanos deve entender estas duas abordagens básicas ao implementar este programa:

Abordagem direta - lida com a aplicação prática da energia do amor e dos Valores Humanos através dos cinco componentes básicos do programa: contar histórias, citações, canto em grupo, atividades em grupo e sentar-se em silêncio.

Abordagem integrada - lida com a integração do valor e da forma como ele pode ser desenvolvido na personalidade das crianças através do programa escolar existente e também através do uso de atividades co-curriculares e extracurriculares, pois tudo que é necessário fazer é dar uma guinada, um novo rumo ao programa existente.

É desnecessário dizer que ambas as abordagens são orientadas no sentido de garantir que o estudante abrigue carinhosamente em seu interior, a pura experiência da unidade de pensamento, palavra e ação, ao final de sua participação neste programa.

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com este aspecto de envolvimento dos pais, no Capítulo 3 - Implementação.

Os detalhes da implementação são mais especificamente descritos no Capítulo 3 deste livro, que merece especial atenção.

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PROGRAMA SATHYA SAI

DE EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS

Módulo de Capacitação para Treinandos

Primeiro dia

INTRODUÇÃO

1. A necessidade deste programa

2. Sessão de motivação para mestres em capacitação * Intervalo

3. O amor como corrente interna de todos os valores humanos 4. O amor como energia

Segundo dia

IMPLEMENTAÇÃO

1. Verdade, o amor como pensamento 2. Ação Correta, o amor como ação 3. Paz, o amor como sentimento * Intervalo

4. Não Violência - o amor como compreensão 5. Integração nacional.

Terceiro dia

GERENCIAMENTO

1. Controle dos pensamentos 2. Controle da respiração 3. Controle do tempo * Intervalo

4. O fator humano na educação em valores humanos 5. Educação para a excelência

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O AMOR –– A CORRENTE SUBJACENTE DE TODOS

OS VALORES HUMANOS

Os médicos estão familiarizados com a condição na qual as crianças comem terra ou emboço. Elas fazem isto porque estão com deficiência de minerais - ferro e cálcio. É o meio que a natureza tem de promover o equilíbrio. Uma criança de pouca idade, que conscien-temente não sabe nada sobre o que constitui uma dieta balanceada, comportando-se desta maneira, revela que o corpo pode buscar seus próprios elementos de sustento.

Como ocorre no mundo material, também no reino espiritual há algo que nos sustém. Se for suprimido ou negado, o indivíduo sofrerá o que se poderia chamar de ‘desnutrição espiritual’. Ele começará então a buscar este sustento.

Como humanos todos nós experimentamos este vazio, esta separação e o consequente desequilíbrio. Tentamos alcançar aquela entidade que é a nossa real natureza, não importa o quão dissimulada ou oculta ela possa estar.

O que é este sustento? Ele é o princípio primordial do Amor Universal. O que é amor? As religiões nos dizem que Deus é Amor. A Ciência por sua vez, disse a princípio que o amor era apenas uma emoção que sentimos dentro de nós. Hoje numerosas pesquisas científicas revelam que o Amor não é somente uma emoção mas é algo muito mais sutil e poderoso. É uma energia que cada um de nós está continuamente transmitindo e recebendo. Esta energia tem a capacidade de influenciar aqueles aos quais é dirigida.

Como sabemos tudo isto? Uma técnica fotográfica denominada fotografia Kirlian pode registrar em filme o que os santos e viden-tes têm chamado de ‘aura corporal’. Os cientistas a identificam pelo nome de ‘radiação do campo de energia biomagnética’. O que esta técnica Kirlian revela? Ela pode diferenciar os seres viventes dos não-viventes. Além disto, o campo de energia em torno dos seres vivos varia em tamanho e cor. Mesmo no caso do mesmo indivíduo, podem ser observadas mudanças à medida que os sentimentos mudam.

Quando uma pessoa está irradiando amor, a aura tem a cor azul; quando por outro lado, ódio e frustração são irradiados, a

cor muda para vermelho. Uma pessoa cheia de amor altruísta teria uma aura cor-de-rosa. O que é ainda mais interessante, é que a fotografia Kirlian é também capaz de registrar a transferência deste campo de energia de uma pessoa para outro ser humano, animal, ou mesmo planta.

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Qual é a importância prática de o amor ser uma energia? Numerosas pesquisas mostra-ram o que a privação do amor pode causar, por um lado, bem como as consequências do enriquecimento do amor, por outro lado.

Esta energia do amor permeia o universo inteiro, tanto o animado, quanto o inanimado. Somente suas formas e expressões podem diferir. Uma questão pode vir então à mente: “Sim, podemos ver o amor em um santo, mas onde está ele em um criminoso?”

No caso do santo, o amor tornou-se manifesto, mas no caso do criminoso ele é latente e tornou-se altamente restrito, manifestando-se, por exemplo, como um amor egoísta por dinheiro. Este ponto nos conduz a numerosos níveis através dos quais a energia do amor pode ser expressa. Podemos identificar três:

Amor egoísta: É a expressão mais inferior do amor. O indivíduo está somente ocupado com seus próprios interesses sem qualquer consideração pelos outros. Nestas circunstâncias a energia do amor é dirigida apenas para si mesmo, em prejuízo dos outros. A consequência é que o poder do amor enfraquece e energias negativas são postas em ação.

Amor mútuo: É uma forma elevada de amor. O indivíduo está preocupado igualmente com o bem-estar de si mesmo e de pessoas próximas, com as quais se relaciona; a energia do amor que antes era dirigida apenas para si mesmo focaliza-se agora em ângulo mais aberto. Por causa deste dar e receber num espectro mais amplo, a energia do amor não possui potência total porque não está universalmente direcionada.

Amor não egoísta: É a forma mais elevada possível de amor. O puro amor é a via-gem do ‘eu’ ao ‘nós’. Ele dá e perdoa, não recebe e esquece. Neste estado, o indivíduo se identifica com todos e com tudo. Por causa desta identificação, o indivíduo reconhece que aquilo que é bom para os outros é bom para ele também. O indivíduo torna-se então totalmente ‘orientado para o outro’. Como resultado deste carinho universal, a energia do amor atinge seu maior potencial. Não possui limites e, sendo assim, é também poderosa. O amor é intensificado através do compartir.

Manifestação do Amor: Esta energia universal é a pedra angular e o sustento da cria-ção inteira. É o amor que ‘ilumina, ativa, suaviza e harmoniza a criacria-ção’. Ele difere em suas manifestações, mas na sua raiz nada é senão a mesma força subjacente ou ativadora. Quando expresso em pensamento, ela se manifesta como Verdade; quando em sentimento, é Paz; e finalmente, expresso como compreensão é Não Violência. Neste contexto, pode--se comparar o amor com o açúcar: os doces são diferentes, mas o que os anima é a sua doçura. Esta doçura deriva do açúcar. Da mesma maneira, é a energia do amor que anima, e é o princípio subjacente ou ativador que guia a busca da verdade, a necessidade de agir corretamente, o sentimento de calma e a identificação universal. Vamos examinar cada um destes, separadamente.

O AMOR COMO PENSAMENTO É VERDADE

O que constitui a verdade? Dizemos que chegamos à verdade quando o conhecimento que temos – sobre um assunto em particular — é irrefutável. Mas a Verdade de que fala-mos está além das verdades particulares. Ela é inquestionável e faz desaparecer as outras verdades, fazendo-nos chegar à compreensão da essência, da natureza imutável.

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o que hoje parece verdade não será mais, no futuro. Por exemplo, a declaração: ‘O Monte Evereste é a montanha mais alta do mundo’ pode não ser mais verdade daqui a alguns anos.

O que então pode ser chamado de imutável? A resposta é a energia primordial -que era, é

e será. Chamemo-la Deus, Paramatma, Allah, Ahura Mazda ou outro nome qualquer. Ela é a mesma energia que está presente em nós e é a nossa verdadeira natureza.

Quando a nossa consciência e o consequente processo de pensar são acionados por este único pensamento verdadeiro, desenvolvemos automaticamente o conhecimento final de que todos somos uma mesma coisa, pois a mesma força ativadora está presente em todos os lugares. O conhecimento essencial não é nada mais senão uma consciência de que a verdade última é apenas uma imagem da energia mais simples.

No nível individual, a nossa capacidade de pensar a respeito desta verdade essencial está ligada ao nível e à extensão até onde permitimos que esta energia do amor flua em nós.

O egoísmo colocará em ação uma cadeia de pensamentos que se tornarão enganosos e autodestrutivos. Por exemplo, um indivíduo que rouba joias para satisfazer seu amor egoísta por ouro, muito provavelmente negará seu roubo à sociedade. Entretanto, ele não poderá enganar a si mesmo. Sua consciência, onde reside a voz da verdade, lhe dirá a verdade. Ele pode criar desculpas e não dar ouvidos à voz verdadeira. Finalmente, seu comportamento se tornará autodestrutivo.

A pessoa que é motivada pelo amor mútuo terá uma visão mais ampla, porém ainda limitada, da verdade. Por exemplo, ao buscar o bem-estar de alguém que ama o indivíduo poderá achar correto a ruína de outra pessoa. Aqui, o processo de raciocínio é ativado pelo amor, mas este amor não é totalmente inegoísta e, por isso, os pensamentos resultantes também tendem a ser contaminados, e, consequentemente, enganosos e falsos.

É somente através do amor inegoísta que os pensamentos são colocados em perfeita harmonia com a verdade. Toda a criação é vista como uma expressão do próprio ser.

É através do estímulo ao amor em seu nível mais elevado que o processo racional gerará pensamentos mais próximos à verdade. Estes nos orientarão a respeito do que fazer.

O AMOR COMO AÇÃO É AÇÃO CORRETA

O conhecimento precede a ação. Somente através do conhecimento do que deve ser feito é que um indivíduo pode realmente prosseguir atuando de determinada maneira. Por isso, os pensamentos formam as fundações sobre as quais o edifício da ação correta é construído.

A ação correta não deve ser vista meramente como um exercício mecânico. Um escravo que executa as ordens de seu amo pode fazer tudo corretamente, mas ainda assim estas ações poderão ser vazias de amor. As ações só podem ser denominadas corretas quando são permeadas pelo amor. Isto só é possível, quando este amor instila um senso de propósito verdadeiro à ação. O farol que orienta este propósito é a consciência. A conduta que ela vai permitir ou rejeitar dependerá do nível ao qual o amor foi estimulado no indivíduo.

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À medida que a pessoa cresce no amor e torna-se mais consciente da verdade, há um consequente fortalecimento na sua força de vontade. Isto se refletirá em um comportamento mais disciplinado. Entretanto, haverá limites para o exercício da vontade; por exemplo, a pessoa não venderá um artigo defeituoso para um amigo mas não terá tais escrúpulos quando se tratar de um estranho.

Ao atingir o estado mais elevado ou de puro amor, há um consequente fortalecimento da vontade. Finalmente isto resultará em um ‘exercício infalível da vontade humana’. Haverá ausência de deslizes, não porque a pessoa esteja agindo mecanicamente em função do que tenha memorizado, mas porque a dada ação será ‘o modo natural de agir’. Os desejos e tentações que pareciam tão atraentes em níveis mais inferiores de amor revelar-se-ão em sua verdadeira e ilusória natureza. Todas as ações serão um ‘exercício de amor’, um amor por todos e por tudo.

O AMOR COMO SENTIMENTO É PAZ

Quando nossa conduta é guiada pelo ‘exercício infalível da vontade humana’, experi-mentamos um estado de calma e equanimidade, que é a plenitude da paz. Este equilíbrio é mantido de modo muito delicado. Pode-se facilmente perder sua paz, se ela for baseada em verdades transitórias e suas consequentes ações. Por outro lado, guiada pelo amor, a paz se torna mais permanente.

O egoísta pode obter satisfação transitória de uma gratificação egoística, como por exemplo, ao ganhar uma grande soma em dinheiro. Mas logo a novidade se desgasta e o sentimento de insatisfação, com o desequilíbrio emocional que o acompanha, é restabe-lecido.

No caso do amor mútuo, o equilíbrio emocional é atingido, mas também pode se dese-quilibrar quando nossos entes queridos experimentarem alegria ou tristeza.

É apenas nos níveis mais elevados de amor que a plenitude da paz pode ser experimen-tada. Embora aquele que está imerso na paz experimente a perfeita calma, isto não significa que ele está inativo; muito pelo contrário. Tal pessoa pode estar imersa em perpétua ação,

guiada pela vontade humana, que retira sua força da verdade derradeira -a unidade da

Criação.

Assim, com o amor inegoísta, não haverá altos e baixos e apegos a tais oscilações. Sintonizar-se com sua própria realidade e contemplá-la assegura a harmonia com a pró-pria realidade, gerando, portanto, um perfeito equilíbrio. Swami Vivekananda revela a inter-relação entre a ação amorosa e a paz nas seguintes palavras: “Cada ato de amor traz paz e bênçãos como reação natural. Real existência, real conhecimento e real amor são eternamente ligados uns aos outros, formando três em um: onde um deles está, os outros

também terão que estar; eles são os verdadeiros aspectos do Uno sem um segundo - a

Existência-Conhecimento-Bem-aventurança”.

O AMOR COMO COMPREENSÃO É NÃO VIOLÊNCIA

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paz. É esta faculdade de estar repleto de paz que nos faz compreender esta verdade. Esta compreensão ou a realização da unidade da criação resultará no indivíduo se identificando com toda a criação. Isto gerará a harmonia e a completa Não Violência.

Uma pessoa que vive no nível egoísta do amor jamais poderá manifestar esta não vio-lência, porque na tentativa de alcançar seus interesses pessoais, será compelida a ferir os outros, e, agindo assim, ferirá a si mesma.

O indivíduo que demonstra amor mútuo também manifestará um certo grau de violência contra os outros. Isto acontece porque, na busca do benefício daqueles a quem ama, ele tenderá a magoar outros que estiverem em seu caminho.

E só através do amor inegoísta que a não violência se torna manifesta. A não violência neste estágio não surge da fraqueza. Ela está enraizada no poder. Esta força provém de uma compreensão da unidade da criação. É esta compreensão que é baseada na energia universal do amor.

CONCLUSÃO

O Amor é a energia primordial. Ele aciona e sustenta todo o universo. Ele se manifesta nos valores humanos básicos da verdade, ação correta, paz e não violência.

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Indivíduo Totalmente centrado no “Nós” Amigos Família Outros Conhecidos Indivíduo

“Eu” e “Nós” combinados Amigos Família Outros Conhecidos Indivíduo Totalmente centrado no “Eu” Amigos Família Outros Conhecidos AMOR EGOÍSTA

Eu sou o centro do universo.

Eu persigo auto-interesse.

Eu fico feliz quando ganho dos outros.

Os outros são para serem usados para conseguir o que quero.

AMOR MÚTUO

Fico feliz quando meus entes queridos ficam felizes.

Os outros são bons se contribuem para meus objetivos.

Meus entes queridos são importantes.

Eu trabalho para minha família, amigos.

AMOR NÃO EGOÍSTA

Todos nós somos um.

O que é certo para os outros é certo para mim.

Felicidade é quando os outros são felizes.

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Capítulo 2

O Primeiro Passo

Sri Sathya Sai Baba tem insistido enfaticamente no ditado pratique antes de preceituar.

A prática dos valores não é uma obrigação difícil que o homem só deva tentar assumir ao final da sua vida, quando já está exaurido. Em vez disto, é um meio para a vida do dia-a-dia. Baba enfatiza que essa prática dos valores é essencial para a jornada do homem na Terra. O fato importante é que a verdadeira riqueza do homem não são as suas possessões materiais, mas seus pensamentos, sua respiração e seu tempo. Infelizmente, hoje em dia, o homem tem gasto horas e horas na administração de todas as suas posses mundanas, enquanto falha em entender a importância da administração destes três recursos básicos. Este capítulo oferece uma profunda visão interior sobre a administração dos pensamentos, da respiração e do tempo, como o “primeiro passo na prática dos valores”.

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ADMINISTRAÇÃO DOS PENSAMENTOS

“Se você pensar em Deus, Deus você será. Se você pensar no pó, pó você será. Em verdade, os pensamentos são coisas. Aquilo que você pensa, você se torna.”

Plante uma semente de pensamento, e colha um fruto da ação, Plante uma semente de ação, e colha um fruto do hábito, Plante uma semente de hábito, e colha um fruto do caráter, Plante uma semente de caráter, e colha um fruto de boa sorte.

Assim, a boa sorte é determinada pelos nossos próprios pensamentos. É preciso portanto compreender a natureza do pensamento, com relação à mente, intelecto, intuição — pala-vras que usamos muito frequentemente em nossa vida diária, sem tentarmos compreender seus significados e seus valores para a nossa vida.

QUE SÃO OS PENSAMENTOS?

“Um pensamento é como uma partícula de energia”. Da própria definição de energia, temos que a energia é a capacidade de realizar trabalho. Por isso, o controle sobre os pen-samentos ajuda a conservar energia e a utilizá-la de modo mais frutífero.

Diz-se que um fluxo de pensamentos constitui um desejo, e uma combinação de dese-jos, uma mente. Em outras palavras, a mente é como um tecido, os desejos são como os fios e os pensamentos são o algodão. Se a qualidade do algodão for boa, a qualidade do tecido também o será. A mente não pode ser controlada, a menos que os pensamentos o sejam. Do mesmo modo que um tecido desaparecerá se retiramos todos os seus fios, assim também a mente se tornará clara e calma e a energia será conservada se os pensamentos forem controlados.

Pode-se entender a importância da mente, considerando a velocidade com que os pen-samentos viajam. Quando uma agulha espeta um dedo, a mensagem vinda do cérebro viaja mais rápido que a luz. Esta tremenda energia deve ser usada adequadamente, dirigindo-a para o propósito correto, e isso somente é possível através do controle da mente.

COMO ADMINISTRAR OS PENSAMENTOS?

Há dois métodos:

1. Sentar-se em silêncio; 2. Autoexame.

O QUE É SENTAR-SE EM SILÊNCIO?

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pode ser armazenada no nosso sistema e usada sempre que necessitarmos, a intervalos específicos ao longo do dia.

Quando e onde praticar o sentar-se em silêncio? A qualquer hora do dia e em qual-quer lugar. No entanto, a melhor hora é de manhã bem cedo, antes de sair para trabalhar ou começar as tarefas diárias, ou ainda, antes de se deitar para dormir.

Vantagens: Os benefícios que podemos obter de sentar em silêncio são, em primeiro e mais importante lugar, o aumento do poder de manter a concentração em um único ponto. Com a melhora na concentração, o trabalho que fazemos e o serviço que prestamos será melhor. Em segundo lugar, o processo confere paz mental e equilíbrio emocional, sereni-dade e estabilisereni-dade, tão necessários tanto aos estudantes como aos professores.

Além disto, também aumenta o poder de resistência, paciência e perdão. Melhora a memória, a compreensão e a receptividade. A nível mais profundo, desperta nossa intuição, ou seja, ajuda a manter a sintonia com a voz interior e a desenvolver a criatividade.

AUTOEXAME

Sabe-se que sem auditoria e contabilidade apropriados, nenhum empreendimento terá sucesso neste mundo. Desde a simples administração de uma cozinha doméstica até o gerenciamento de uma grande corporação, contabilidade e auditoria são as chaves do sucesso.

É bastante estranho que o homem, que dá tanta importância à contabilidade e à audi-toria nos seus assuntos mundanos, seja tão inocentemente ignorante quando se trata de contabilizar suas ações e a auditar seus feitos. O homem não pode ignorar a importância do autoexame. Para administrar nossos pensamentos eficazmente, todos nós devemos adotar a prática do autoexame antes de dormir. Pergunte-se: “Fiz alguma coisa para dar felicidade aos outros? Sou hoje uma pessoa melhor do que fui ontem?” Autoexame é a contabilidade que ajuda a manter um equilíbrio. Auxilia-nos a reconhecer nossas próprias falhas e a reforçar o bem praticado.

Hoje em dia, somos propensos a ignorar nossas próprias faltas e insistir em expor as faltas alheias. Isto precisa ser corrigido, já que a competição significa competir consigo mesmo e não com os outros. De fato, a obtenção total de excelência não depende de fazer uma só coisa cem por cento melhor, mas sim, de fazer cem coisas, um por cento melhor a cada dia.

O Processo. Sente-se todas as noites antes de se deitar para dormir, e revise todos os atos do dia. Separe-os em dois conjuntos: os atos que contribuíram para aumentar e manter a sintonia com a voz da consciência e os atos que foram contrários a esse fim. Resolva-se a não repetir os atos que nos retiveram neste processo. Combine este processo com o de sentar-se em silêncio e, certamente, você se descobrirá dotado de uma força imensa no dia seguinte.

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ADMINISTRAÇÃO DA RESPIRAÇÃO

QUE É A RESPIRAÇÃO?

O dicionário define a respiração como a quantidade de ar inalada e subsequentemente exalada dos pulmões. Todos nós respiramos o mesmo ar. Assim é um fator que pertence a todos em comum. Não podemos viver sem respirar mesmo por um período de tempo muito breve. Suponha que lhe mande fechar suas narinas e mantê-las firmemente fechadas durante algum tempo, o que ocorrerá? Você sentirá sufocação e asfixia e tentará reduzir a pressão sobre as narinas e respirar novamente. Do mesmo modo, tente manter a cabeça de uma pessoa mergulhada sob a água por algum tempo e observe o que ela fará para libertar-se. Este interesse em viver, este instinto de sobrevivência está presente em cada um de nós e a respiração é o seu símbolo. Vem agora a questão: por que devemos controlar a nossa respiração?

Nosso sistema humano possui um ritmo próprio. Respirar é um processo contínuo e para desfrutar dessa continuidade de alguma forma, ele deve estar em ritmo. Pergunte a uma pessoa que sofre de asma se ela está se deleitando com a respiração, e ela lhe dirá que não, pois para ela a dificuldade na respiração é uma enorme tortura. Devido a isto, devemos tentar e colocar nossa respiração em ritmo, porque tudo que nos cerca na natureza possui um ritmo externo. Você poderá me perguntar o que é este ritmo externo. Tudo na criação à nossa volta possui um ritmo próprio. Os ecos das colinas, o farfalhar das folhas, os suspiros dos homens e o balbuciar das crianças, tudo possui um ritmo que lhe é próprio. Devemos tentar nos sintonizar com este ritmo externo. Quando um homem está relaxado e em paz, sua respiração é rítmica, seu coração bate sereno, seu pulso é estável. No ins-tante em que ele se torna preocupado, ansioso, ou agitado, todos estes fatores se tornam altamente erráticos. Sua respiração sai fora do ritmo e tudo o mais se descontrola. Assim a respiração rítmica é um indicador de paz, equilíbrio e confiança. De fato, uma respiração rítmica constante mantém todas as emoções negativas à distância.

Devemos respirar lenta ou rapidamente? Suavemente ou de modo forçado? Nossa respiração deve ser gentil e natural. Não deve ser forçada ou pesada, pois quanto mais lentamente respirarmos, maior será a duração da nossa vida, e quanto mais rápido respi-rarmos, mais curta ela será.

COMO ADMINISTRAR A RESPIRAÇÃO?

Boa Atmosfera: Criemos uma boa atmosfera externa à nossa volta. Bom ritmo externo tem esta capacidade de colocar nossa respiração em harmonia e ritmo.

Cantar em Grupo: Ajuda a sublimar os sentidos, purificar a mente e remover todos os pensamentos negativos. Este senso de uníssono com o som e com o grupo de pessoas que está cantando confere a bênção da paz e da calma.

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a casa à noite, cansado, exausto, esgotado, o indivíduo poderá relaxar completamente, simplesmente sentando-se, relaxando o corpo e ouvindo uma gravação favorita. A música pode ser clássica ou popular, suave.

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ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

“O tempo é Deus; não desperdice tempo.” “Tempo desperdiçado é vida desperdiça-da.”

Não se pode remediar o passado, e também não se está seguro do futuro, a única coisa certa a fazer é tornar o presente o mais útil possível. Só o presente é real. Cada momento é de importância vital. Devemos usar esta preciosa riqueza ‘o tempo’ para nosso máximo proveito.

Frequentemente ouvimos o refrão: “Eu gostaria de fazer muitas coisas, mas parece que não tenho tempo”. O que realmente queremos dizer com isto é que não temos mais nenhum espaço mental para fazer alguma coisa além daquilo que já estamos fazendo neste momento. A solução está em criar espaço mental e não em culpar o tempo. Tomemos um exemplo: para acomodarmos várias roupas em uma mala, devemos passá-las a ferro e dobrá-las bem, e então, a mala terá sua capacidade aumentada. O mesmo se aplica à nossa mente e pensamentos. O problema de falta de tempo se resolve com a criação de espaço mental, que pode ser conseguido através da administração do pensamento, da respiração e do tempo. Isto nos ajudará a aumentar tanto a qualidade como a quantidade do nosso trabalho.

Prioridades: O segredo do nosso sucesso em qualquer empreendimento reside no modo como determinamos nossas prioridades. Pareto foi um italiano que declarou que o homem de hoje gasta 80% do seu tempo em comer, beber, vestir-se, dormir e divertir-se, e 20% do seu tempo com o trabalho profissional e outros propósitos mais elevados da vida. Esta relação deveria mudar para meio a meio.

Devemos estabelecer nossas prioridades e desenvolver nossas capacidades para usar o tempo de uma maneira ótima. Se assim não for, nossa vida se tornará caótica e confusa.

TETO AOS DESEJOS

Para melhor administrar o tempo, Sri Sathya Sai Baba tem nos convidado a colocar um limite aos nossos desejos. Desejos excessivos resultam em má administração do tempo com o desperdício correspondente.

Baba diz: “Desejos são basicamente de quatro tipos, e se o indivíduo puder pôr um limite nestes quatro aspectos, os outros desejos se autoregularão a si mesmos”. É essencial que não se desperdice alimento, dinheiro, conhecimento, energia e tempo. Vamos analisar cada um destes em detalhes.

Alimento

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ativo do nosso corpo e mente. Se comermos com moderação economizaremos tempo em cozinhar e comer, e menos dinheiro será empregado em gêneros alimentícios. Devemos ter também cuidado com os alimentos que ingerimos através dos nossos sentidos, isto é: da visão, olfato, audição, paladar e tato. Tudo deve ser puro e elevado.

Dinheiro

Desperdício de dinheiro deve ser evitado a todo custo. O dinheiro é uma dádiva de Deus ao homem. O dinheiro em si é Deus. Como o sangue, ele deve estar sempre em cir-culação. Deve ser usado para o bem-estar da humanidade sofredora. Jamais devemos nos escravizar ao dinheiro. Devemos trabalhar, ganhar, economizar e gastar dinheiro para o nosso bem-estar, bem como para o bem-estar da humanidade sofredora. O dinheiro vem e vai; a moralidade vem e cresce. Baba diz: “O dinheiro deve ser como o tamanho dos seus sapatos — nem muito largo, nem muito apertado”.

Conhecimento

Jamais devemos utilizar mal os nossos poderes. Eles devem ser usados para servir à sociedade, objetivando uma vida mais feliz. Por exemplo: o conhecimento da ciência nuclear pode ser usado para propósitos tanto construtivos quanto destrutivos. O conheci-mento de música, dança e pintura também pode ser usado para elevar ou rebaixar nossos pensamentos.

Energia

A energia humana deve ser economizada tanto a nível físico como mental. Quando fa-lamos em demasia nossa energia se dissipa. Este é um ponto muito importante para todos. Devemos implantar o valor do silêncio dentro de nós. Devemos ajudar-nos a desenvolver o hábito de falar menos e de falar suave e gentilmente. Devemos aprender a não falar mal dos outros, especialmente na ausência deles e também tentar vislumbrar suas boas qualidades. Quando apontamos um dedo para uma pessoa, três dedos são apontados em nossa direção para nos fazer lembrar de nossos próprios erros. Jamais devemos desperdiçar eletricidade, água, petróleo, etc. Fechar as torneiras e desligar aparelhos elétricos e luzes são atos pequenos mas muito necessários. Hábitos alimentares corretos e a determinação de não desperdiçar comida são especialmente importantes.

Tempo

Finalmente, o inimigo número um do tempo é a raiva. Quanto maior for a nossa raiva, maior o desperdício de tempo. Alguns pontos valiosos a serem lembrados, a fim de nos ver livres da raiva, são listados a seguir:

1. Tente evitar sentir raiva tanto quanto possível.

2. Em todo caso, se perder a calma, siga as instruções abaixo:

a. Beba um copo d’água à temperatura ambiente. Isto diluirá o impacto dos elementos químico tóxicos secretados no organismo.

b. Afaste-se fisicamente do lugar para escapar das vibrações negativas criadas, isto é, afaste-se da vítima da sua raiva.

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d. Olhe-se num espelho e veja o quanto parece feio, quando com raiva. A raiva distorce a beleza.

Lembre-se: um ataque de raiva consome a energia acumulada através da alimentação por um período de três meses.

Boas Companhias

Devemos usar nosso tempo livre para ler, tanto em casa como na escola. “Uma casa sem livros é como uma sala sem janelas”. A companhia de boas pessoas ajuda a gerar bons pensamentos. Sempre que aprendermos um bom pensamento, devemos anotá-lo em um cartão, por exemplo, de 15x10cm e, sempre que nos sentirmos deprimidos e desanimados, tudo que temos a fazer é escolher ao acaso um destes cartões e ler o pensamento. Quase certamente, a resposta estará diante de nós.

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Capítulo 3

A Implementação

Para implementar o Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos, o primeiro e o mais importante pré-requisito é uma decisão por parte do professor de praticar estes valores em sua própria vida. Assim, cada professor deve adotar a prática destes valores como primeiro passo.

A implementação deste programa nas escolas se dá em dois níveis:

– a nível de sala de aula;

– a nível da escola como um todo.

Este capítulo trata das abordagens e técnicas de implementação deste Programa a nível da escola. As abordagens de implementação envolvem a utilização das técnicas de abordagem direta e integrada que o professor pode adotar a seu nível, em sala de aula.

O nosso trabalho como professores é providenciar uma atmosfera conducente à aprendi-zagem correta, pensamento correto, comportamento correto, e o mais importante, a um modo de vida correto.

Portanto, o primeiro passo é criar a atmosfera adequada na sala de aula, na escola. O último

aspecto é mais detalhado no capítulo Educação para a Excelência.

É desnecessário dizer que ambas as abordagens visam a garantir que o aluno interiorize seguramente dentro de si a profunda experiência da unidade de pensamento, palavra e ação, ao fim da sua participação neste Programa.

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ABORDAGENS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA

EDUCAÇÃO EM VALORES HUMANOS

Este capítulo trata somente das abordagens mais amplas e não detalha os métodos e técnicas de ensino dos valores. A transmissão dos valores para as crianças pode ocorrer de diversas maneiras.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que ‘valores’ não se tornam uma matéria adicional do currículo escolar, como Línguas, História, Geografia, Matemática, Ciências, Estágio ou Educação Física. É desejável que toda a vida das crianças, tanto em casa como na escola, seja baseada nos valores. O professor deve entender que os valores permeiam a vida no lar, o trabalho curricular e co-curricular, e quaisquer atividades nas quais ele participe. Pode-se levantar a questão sobre o porquê de um período ou dois em separado para Educação Moral. Nestes períodos haverá uma abordagem específica de uma parte de um livro de texto ou de um item do currículo. Mas os valores surgidos nestes períodos, quando se executam outras atividades, ou ainda quando se tomar a vida da criança no lar ou na comunidade devem ser exemplos para análise, discussão e aperfeiçoamento. Suponha-se que a ‘cooperação’ tenha sido enfatizada nos jogos em grupo, no pátio de re-creio, ‘higiene’ na rotina diária, ou ‘cuidado’ com as plantas na aula de jardinagem. Todos os três valores: ‘cooperação’, ‘higiene’, ‘cuidado’ podem ser tomados como exemplo no período específico e reforçados através de outros exemplos extraídos das experiências e de leituras. O período não é para generalização, mas para sistematização e reforço. É por isso que a Educação em Valores Humanos não é assunto para um período ou dois.

Em segundo lugar, o impacto da Educação em Valores Humanos deve ser sentido no comportamento real dos alunos, professores e outras pessoas da escola, como uma carac-terística básica, e toda a atmosfera da escola deve indicar que a vida ali é orientada para o exercício dos valores, e não meramente ao aprendizado de valores. Se esta perspectiva for compreendida, será fácil entender por que e como diferentes abordagens devem ser adotadas harmoniosamente, complementando-se.

O conhecimento dos valores pode ser desenvolvido diretamente através de histórias e canções. Podem ser abordadas diretamente através de discussões em classe. Por exemplo, você pode referir-se à vida de Mahatma Gandhi e debater os valores da Verdade e Não Violência aos quais ele aderiu tão firmemente. No mesmo período escolar você pode tomar o exemplo de Buda e do Budismo para mostrar que Buda também praticou e pregou a Não Violência. Você pode ainda pedir aos estudantes que enumerem pessoas conhecidas deles, que pratiquem a Não Violência, e discutir o significado e a importância deste valor. Este

método é chamado Abordagem Direta.

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A completa situação de ensino-aprendizado brotou de um incidente imprevisto no campo de esportes. Ela foi usada para desenvolver o valor da Não Violência entre as crianças.

Este método é chamado Abordagem Indireta, Incidental.

Por outro lado, suponha que esteja organizando uma excursão; você deliberadamente pensará sobre quais valores desejáveis poderão ser desenvolvidos durante os vários estágios desta atividade planejada. Por exemplo, o valor ‘espírito investigativo’ pode facilmente vir à tona, porque os estudantes mostrarão curiosidade a respeito de várias coisas referentes ao passeio. Do mesmo modo, ao planejar os detalhes, pode-se enfatizar deliberadamente ‘pontualidade’, ‘higiene’, ‘economia de tempo e recursos’, valores estéticos como ‘amor à música’ etc. Os estudantes podem ser especificamente orientados para estes valores. Os professores podem também determinar quem segue os valores e quem os viola. Se a com-pleta organização, execução e avaliação da excursão forem feitas desta forma, poderemos

chamar este método de Abordagem Indireta Orientada, ou Planejada.

Além disso, se usar um pouquinho mais de criatividade no ensino dos assuntos do currículo escolar, o professor facilmente descobrirá que há campo nestes assuntos para integrar os valores. Por exemplo, ao falar sobre os diferentes artigos produzidos nas várias regiões do país, ou em diversos países do mundo, podemos mencionar como a vida neste mundo é interdependente, e desenvolver um sentido de ‘gratidão’ para com aqueles que trabalham para nos prover de alimentos, abrigo, roupas e outros bens agradáveis para o nosso conforto e prazer. É uma questão de tocar e despertar esta sensibilidade nos alunos através de questionamentos e discussões bem elaborados. Isto pode ser feito em todos as matérias escolares, integrando os valores indiretamente. Este método é chamado Aborda-gem de Integração, por meio de Atividades Escolares, ao Currículo Escolar.

Você pode notar também que, se o diretor da instituição e um ou mais professores agirem orientados pelos valores em suas vidas diárias, produzirão normas, regulamentos, enfatizarão valores nos debates, tomarão medidas para envolver tanto os professores como os alunos na manutenção do asseio nas dependências da escola, na arrumação e ordem em cada trabalho, em apreciar os estudantes que exibam um elevado senso de valores em suas

tarefas, etc. Este método é chamado Abordagem de Integração Organizacional.

Pode-se perguntar qual abordagem é a melhor. A verdadeira resposta à pergunta é que o professor deve empregar todas as abordagens apropriadamente, conforme a ocasião e a situação. Esta é a verdadeira Abordagem Integrada, no processo de ensino dos valores.

Assim a implementação da Educação em Valores Humanos possui duas partes distintas. Uma para os professores e outra para os estudantes.

O módulo de treinamento do professor consiste na explicação da base filosófica dos valores humanos e como eles representam a essência de todas as religiões do mundo e culturas nacionais, no nível que possibilite a compreensão do professor.

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Integração dos Valores no Texto Curricular

Sugere-se que em todas as matérias dadas em aula - Línguas, Matemática, Ciências, Estudos Sociais e outras, os valores estejam implícitos nos vários tópicos. O professor é encorajado a tentar extrair os aspectos de valores destes assuntos, que tenham a ver com a nossa vida diária . Através disso, cada classe da escola se tornará uma classe de EVH.

Integração dos Valores no Trabalho Co-curricular

Abrange todas as atividades externas à sala de aula, tais como jogos, debates, dramati-zações, e muitas outras atividades co-curriculares que existem em qualquer escola. A ideia básica é que todas estas atividades sejam orientadas pelos valores, de modo que o ensino de valores possa ser ministrado em todas estas atividades.

Técnicas Pedagógicas Diretas

A EVH recomenda o uso de cinco técnicas de ensino extremamente simples mas muito poderosas nas suas aulas. São elas: sentar-se em silêncio, citações, cantar em grupo, contar histórias e atividades em grupo (jogos de motivação, jogos de faz-de-conta, teatro e testes de desenvolvimento de atitudes).

Estas cinco técnicas podem ser integradas em uma classe regular e podem ser utilizadas como lições independentes para classes exclusivas (uma ou duas vezes por semana) de Educação em Valores Humanos.

A eficácia destas técnicas tem sido avaliada experimentalmente em milhares de escolas em todo o mundo e tem sido comprovado que elas produzem uma mudança notável na qualidade da educação e no caráter das crianças. Mas a condição sine qua non para este êxito é o compromisso e a dedicação do professor.

A implementação deste programa a nível de escola é discutida em detalhes no capítulo

Educação para a Excelência. Sua leitura será de grande ajuda. AS CINCO TÉCNICAS FUNDAMENTAIS DE ENSINO

Em sala de aula, o professor deve usar uma combinação equilibrada das cinco técnicas de ensino, ou seja: sentar-se em silêncio, citações, cantos em grupo, contos e atividades em grupo. Estas técnicas foram consideradas bastante efetivas e adequadas. Sempre que foram empregados, estes métodos propiciaram sucesso em ensinar e desenvolver os valores humanos básicos na personalidade das crianças. Uma breve revisão destas técnicas, que o professor pode facilmente utilizar em classe, é descrita a seguir:

Sentar-se em Silêncio

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Desde tempos imemoriais, os maiores dentre os cientistas, músicos, poetas e artistas têm usado e recomendado o hábito do sentar-se em silêncio.

Esta técnica resulta em concentração superior, melhor receptividade e um mais refinado poder de percepção. Em um nível mais profundo, auxilia grandemente a memória e prepara o terreno para o despertar da intuição. Conforme os pensamentos, desejos e emoções se estabilizam, uma nova perspectiva de paz é desencavada; esta técnica instila diretamente os valores da Verdade e Paz. De fato, sentar-se em silêncio é o mais recomendado ao pro-fessor, em sua própria vida pessoal, pois proporciona a autenticidade da experiência.

Em sala de aula, a classe deve começar e terminar com um ou dois minutos de silêncio. Tudo o que se necessita é pedir aos estudantes que se sentem em uma postura confortável e estável, fechem seus olhos e pensem em algo bom e se sintam bem. O professor tem a opção de conduzir o ‘passeio’ dos pensamentos dos estudantes fazendo-os pensar nas belezas da natureza. O leque da imaginação deve incluir todas as coisas que as crianças amam e admiram. Entretanto, a mecânica do sentar-se em silêncio depende principalmente da faixa etária dos alunos. Gradualmente os estudantes começam a ter muito interesse nisto e podem ser encorajados a praticar isto também em seus lares.

Assim o sentar-se em silêncio pode ser usado pelo professor não apenas numa classe exclusiva de valores, mas em todas as classes de todas as matérias.

É necessário relacionar esta técnica com o processo de integração. Suas vantagens para a compreensão, memória, concentração e intuição não pode ser desprezada. O resultado final é ajudar a criança a discernir e discriminar e a usar eficazmente a faculdade da intuição. Em resumo, ela auxilia o indivíduo a estar em sintonia com a voz da consciência dentro de si. Auxilia na sua relação com o amor como fonte interna de energia, ou seja, com a consciência e seu reflexo nos pensamentos e palavras; enfatiza a necessidade da administração dos pensamentos e da compreensão de que o Amor como pensamento é Verdade, e finalmente, da experiência de que o Amor como sentimento é Paz.

Citações

A maioria das escolas começa o dia com uma assembleia matinal e uma citação. Isto não deve ser um exercício mecânico mas uma sessão fundamental sobre a qual o resto do dia é construído. O hábito de refletir sobre as experiências dos grandes homens da huma-nidade é muito útil e suas sementes devem ser adequadamente plantadas ainda na infância.

No plano dos valores, a reflexão sobre as citações promove o valor da Verdade e, através dele, os valores da Paz, do Amor e da Não Violência. Este resultado múltiplo é obtido por causa dos dois componentes das citações, que são: memória e significado.

Portanto, o professor deve esforçar-se para transcender o cunho ritualístico das citações na escola e considerar este exercício como uma técnica de ensino para embeber e inculcar os valores humanos essenciais.

Canto em Grupo

Referências

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