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Interação Entre Inovação e Melhoria Contínua no Desenvolvimento de Novos Produtos

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Faculdade de Engenharia

Interação Entre Inovação e Melhoria Contínua no

Desenvolvimento de Novos Produtos:

Estudo Exploratório

Carina Segura Reis

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia e Gestão Industrial

(2º ciclo de estudos)

Orientador: Prof. Doutor Fernando Manuel Bigares Charrua Santos

(2)
(3)

iii

À minha amiga Cláudia, pelo exemplo de força,

determinação e por me ensinar a nunca desistir

e a ser persistente mesmo perante as

adversidades.

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(5)

v

Agradecimentos

Ao meu orientador, Prof. Doutor Fernando Santos, por todo o apoio prestado e por me ter conduzido nos diversos assuntos.

Ao diretor de curso, Prof. Doutor João Matias, pela disponibilidade demonstrada ao longo do meu percurso académico.

Aos meus pais, Alda e Horácio, por todos os valores que me transmitiram e pelo apoio incondicional em todas as escolhas e percursos da minha vida.

Á minha irmã, Daniela, por estar sempre comigo, pela cumplicidade e por todo o apoio demonstrado nos mais diversos momentos.

Aos meus colegas de mestrado, Laura, João, Margarida e Heliana, pela amizade, afeição e espírito de equipa. À Andreia, por toda a dedicação, apoio e companheirismo.

Ao Martim, por estar sempre presente, pela dedicação, motivação e apoio incansável.

Por fim, mas não menos importantes, a todos os meus amigos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização desta dissertação.

(6)
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vii

Resumo

Atualmente o desenvolvimento de novos produtos é essencial para que as empresas se destaquem no mercado. A implementação constante de pequenas inovações torna-se uma vantagem competitiva para as entidades. Desta forma, existe uma renovação sucessiva de ofertas de bens no mercado o que garante o aumento da competitividade e a fidelização de clientes.

Torna-se imperativo que as organizações compatibilizem os desejos do consumidor com as características dos seus produtos. A estratégia fundamental passa pela combinação de três conceitos essenciais: o DNP, a Inovação e a Melhoria Contínua. Aliados, estes conseguem garantir o sucesso das projeções empresariais, satisfazendo os clientes e garantindo o retorno do investimento.

A presente dissertação trata do desenvolvimento de um novo produto com base na aplicação de métodos utilizados no DNP. Estes métodos permitem interligar os temas fulcrais, uma vez que possibilitam a geração de novas ideias e soluções. Por intermédio da sua aplicação é criado um novo produto que incorpora pequenas inovações e melhorias em relação a concorrentes que possuam a mesma funcionalidade.

O desenvolvimento contínuo de produtos considera-se fundamental perante a existência de tão variada oferta no mercado. A possibilidade de melhoria é uma constante, não só pela curiosidade latente do consumidor pela procura de inovações constantes, como também pela necessidade de sustentabilidade financeira das empresas.

O processo de DNP é considerado cíclico, sendo fundamental para a renovação da oferta de mercado. O objetivo essencial é garantir o sucesso da implementação de novos produtos com base na utilização de estratégias, como a combinação da Inovação e da Melhoria Contínua no DNP.

Palavras-Chave

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ix

Abstract

The new product development is essential for companies to be noticed in the contemporary market. A constant, dynamic implementation of small innovations provides a competitive advantage for entities. This facilitates a successive renewal of goods being offered in the market, thereby assuring competitiveness and client fidelization.

It becomes imperative that organizations align their products' characteristics to the ever changing trend of consumer desires. The fundamental strategy for achieving the same, houses the combination of three essential concepts: the NPD, innovation, and continuous improvement. An effective implementation of this strategy can potentially ensure the success of company projects, leading to a satisfied clientele and a positive investment return.

The present thesis deals with the development of new products, based on the application of methods used in the NPD. These methods allow a link between key subjects, as they enable the generation of new ideas and solutions. By means of their application, it creates a new product that incorporates small innovations and improvements dynamically to have an edge over similar competing products in the market.

Continuous development of products is considered fundamental before the existence of the wide market offer. The possibility of improvement is always patented, not only due to the consumer's curiosity and its constant look out for innovation, but also by the necessity of the company’s financial sustainability needs.

The NPD is considered cyclic as it adheres to the constant renewal of the market’s offer. The primary objective is to warrant a successful implementation of new products by using a relentless combination of innovation and improvement in the NPD.

Keywords

(10)
(11)

xi

Índice

Resumo ... vii Palavras-Chave ... vii Abstract... ix Keywords ... ix Índice ... xi

Lista de Figuras... xiii

Lista de Tabelas ... xv

Lista de Acrónimos e Simbologias ... xvii

1. Introdução ... 23

1.1. Motivação, Questão da Investigação e Objetivos ... 23

1.2. Metodologia de Investigação ... 24

1.3. Estrutura da Investigação ... 25

2. Revisão de Literatura ... 29

2.1. Desenvolvimento de Novos Produtos ... 29

2.1.1. Conceito de Produto ... 29

2.1.2. Importância e Características do DNP ... 30

2.1.3. Métodos e Ferramentas de Apoio ao DNP ... 31

2.2. Inovação ... 36

2.2.1. Conceito de Inovação ... 36

2.2.2. Diferença Entre Invenção e Inovação ... 37

2.2.3. Tipos de Inovação ... 38

2.2.4. Inovação Tecnológica ... 40

2.3. Importância da Vigilância Tecnológica ... 42

2.4. Melhoria Contínua ... 43

2.4.1. Conceito de Melhoria Contínua ... 43

2.4.2. Vantagens da Implementação de um Plano de Melhoria Contínua... 45

2.4.3. Ferramentas Aplicadas na Melhoria Contínua ... 45

2.4.4. Breve Abordagem à Filosofia Lean ... 53

2.4.5. Melhoria Contínua Enquanto KAIZEN ... 55

2.5. Interligação da Inovação e da Melhoria Contínua no DNP Como Estratégia Para o Sucesso de Novos Produtos ... 56

(12)

xii

3. Estudo de Caso ... 61

3.1. Objetivos ... 61

3.2. 1ª Fase: Geração da Ideia e Planeamento de Tarefas ... 61

3.3. 2ª Fase: Avaliação e Exploração do Conceito ... 69

3.4. 3ª Fase: Produto em Detalhe ... 82

4. Conclusões ... 95

4.1. Conclusão Geral ... 95

4.2. Limitações e Trabalhos Futuros ... 96

Referências Bibliográficas ... 97

Webgrafia ... 100

(13)

xiii

Lista de Figuras

Figura 1: Classificação dos tipos de investigação. ... 25

Figura 2: Estrutura da dissertação. ... 26

Figura 3: Conceito de produto. ... 30

Figura 4: Quatro tipos de Inovação. ... 38

Figura 5: Impacto da inovação incremental e radical. ... 41

Figura 6: Etapas da Vigilância Tecnológica. ... 43

Figura 7: Fatores envolvidos no processo de Melhoria Contínua. ... 44

Figura 8: Ciclo PDCA. ... 47

Figura 9: Exemplo da estrutura de um fluxograma. ... 49

Figura 10:Exemplo da estrutura de um Diagrama de Causa e efeito. ... 49

Figura 11: Exemplo da estrutura de um Diagrama de Pareto ... 51

Figura 12: Exemplo da estrutura de Histograma. ... 51

Figura 13: Exemplo da estrutura de um Diagrama de Dispersão ... 52

Figura 14: Exemplo da estrutura básica de uma Carta de Controlo ... 53

Figura 15: Sete princípios do Lean. ... 55

Figura 16: Técnicas de melhoria aplicadas no KAIZEN. ... 56

Figura 17: Rede PERT com a representação das tarefas da 2ª e 3ªfase. ... 67

Figura 18: CPM - representação do caminho mais crítico das tarefas da 2ª e 3ª fase. ... 68

Figura 19: Produto concorrente - Máquina de café portátil dependente do fornecimento de água quente. ... 70

Figura 20: Produto concorrente - Máquina de café portátil sem sistema de aquecimento. .... 70

Figura 21: Produto concorrente - Máquina de café portátil dependente do isqueiro do carro. 70 Figura 22: Aplicação do método 5 Why's. ... 80

Figura 23: CAD do novo produto (desenho do conjunto). ... 82

Figura 24: CAD do novo produto (interior da máquina). ... 83

Figura 25: Legenda da parte interior do produto. ... 83

Figura 26: Legenda da parte exterior do produto. ... 84

Figura 27: Resultado do estudo de peso. ... 86

Figura 28: Forma melhorada do produto. ... 89

Figura 29: Incorporação de uma colher na máquina. ... 90

Figura 30: Conjunto do produto (copo com colher, carregador, máquina e tampa)... 90

(14)
(15)

xv

Lista de Tabelas

Tabela 1: Ordenação dos métodos de apoio ao DNP. ... 32

Tabela 2: Exemplos de Inovações Simples, Novos produtos e Inovações de base. ... 41

Tabela 3: Classificação das Inovações a nível macro. ... 41

Tabela 4: Explicação do Ciclo PDCA. ... 46

Tabela 5: Descrição dos símbolos utilizados em Fluxogramas. ... 48

Tabela 6: Exemplo da estrutura de uma Lista de verificação. ... 50

Tabela 7: Aplicação do método Brainstorming. ... 62

Tabela 8: Método 635 - Ideias do membro 1 e complementação das mesmas. ... 63

Tabela 9: Método 635 - Ideias do membro 2 e complementação das mesmas. ... 63

Tabela 10: Método 635 - Ideias do membro 3 e complementação das mesmas. ... 63

Tabela 11: Método 635 - Ideias do membro 4 e complementação das mesmas. ... 64

Tabela 12: Método 635 - Ideias do membro 5 e complementação das mesmas. ... 64

Tabela 13: Método 635 - Ideias do membro 6 e complementação das mesmas. ... 64

Tabela 14: Diagrama de Gantt com os métodos de DNP a aplicar nas diferentes fases. ... 65

Tabela 15: Diagrama de Gantt com as tarefas a considerar na rede PERT. ... 66

Tabela 16: Representação de tarefas, respetivas antecessoras e durações. ... 67

Tabela 17: Reestruturação do Diagrama de Gantt. ... 68

Tabela 18: Especificações do produto. ... 71

Tabela 19: QFD sem realce das conclusões. ... 74

Tabela 20: QFD com as conclusões realçadas. ... 75

Tabela 21: Análise SWOT aplicada ao novo produto. ... 76

Tabela 22: Aplicação do método SCAMPER. ... 77

Tabela 23: Aplicação do método Sinética. ... 78

Tabela 24: Análise morfológica. ... 80

Tabela 25: Matriz de Decisão para a escolha do material para o revestimento do novo produto. ... 81

(16)
(17)

xvii

Lista de Acrónimos e Simbologias

2D Duas dimensões 3D Três Dimensões ºC Grau Celcius ºK Grau Kelvin

A Ampere

ABS Anti-lock Breaking System

C Corrente de Descarga CAD Computer Aided Design

CAE Computer Aided Engineering

CPM Critical Path Method

DNP Desenvolvimento de novos produtos GPS Global Positioning System

I&D Investigação e desenvolvimento J Joule k Condutividade Térmica Kg Quilograma m Metro mm Milimetro mAh Miliampere/hora ml Mililitro

PDCA Plan, Do, Check, Act

PME’s Pequenas e Médias Empresas QFD Quality function deployment

RFID Radio Frequency Identification

s.n. “sine nomine” – sem nome

SCAMPER Substitute, Combine, Adapt, Modify, Put to other uses, Minify, Reverse SWOT Strengths Weaknesses Opportunities Threats

TPS Total Productive System

UBI Universidade da Beira Interior

V Volt

W Watt

(18)
(19)

xix

“A chave para a sobrevivência e crescimento

reside no desenvolvimento contínuo de produtos

novos e melhorados.”

(20)
(21)

21

Capítulo 1 | Introdução

Introdução

1.1.

Motivação, Questão da Investigação e Objetivos

1.2.

Metodologia de Investigação

(22)
(23)

23

1.

Introdução

Este primeiro capítulo tem como objetivo a contextualização dos temas envolvidos na investigação, que se consideram ser pertinentes quando complementados. Apresenta-se a justificação pela qual é escolhida a temática, servindo como enquadramento e guia para toda a investigação. São descritos os temas a estudar e relacionar, faz-se uma projeção dos objetivos pretendidos. Torna-se fundamental mencionar também a metodologia adotada bem como a estrutura integral do documento.

1.1.

Motivação, Questão da Investigação e Objetivos

A ideia que serviu como base para esta investigação surgiu no já prévio interesse pela área do desenvolvimento de produtos. Para enriquecer esta temática, são procuradas outras áreas importantes que a ela se possam aliar como forma de fortalecimento, aqui surgem os conceitos de Inovação e Melhoria Contínua como pilares fundamentais do DNP. A partir daqui considera-se oportuna a investigação de cada um dos temas individualmente, para que, mais tarde, considera-se proceda à sua interligação.

A presente dissertação está relacionada com o Desenvolvimento de Novos Produtos (DNP) num contexto de industrialização tendo sempre presente o conceito de Melhoria Contínua. Assim sendo, é fundamental compreender todo o processo que engloba o DNP, através de uma investigação profunda, para que o produto que vai ser desenvolvido consiga ser funcional, eficiente e diferenciado perante os produtos concorrentes.

Tendo em vista este objetivo, revela-se necessário estudar e conjugar duas áreas fundamentais e integrantes do DNP, a Inovação e a Melhoria Contínua. Atualmente estas duas áreas tornam-se complementos fundamentais para o sucesso da implementação de novos produtos no mercado.

Em suma, o presente trabalho investigativo está focado em três temas fulcrais: DNP, Inovação Tecnológica e Melhoria Contínua. Para alcançar o objetivo proposto é importante consolidar os conhecimentos teóricos para que posteriormente se possa estudar a problemática do DNP aplicando a investigação recolhida.

Objetivos gerais:

x Conhecer as principais metodologias aplicáveis, capazes de contribuir positivamente para o processo de DNP;

x Estudar as técnicas e ferramentas mais eficazes, tanto de análise como de solução de problemas, que contribuam para aumentar a eficiência em produtos e na forma como são desenvolvidos;

(24)

24

x Conhecer de forma clara o conceito de Inovação e estudar qual o papel que pode ter no DNP;

x Conhecer os princípios da Melhoria Contínua e aplicá-los ao DNP, estabelecendo uma relação lógica entre produtos inovadores (DNP e Inovação Tecnológica);

x Provar que a inovação em produtos é um processo que está sempre em Melhoria Contínua, ou seja, os produtos sofrem constantes modificações a vários níveis.

Objetivo específico:

x Desenvolvimento de um produto inovador em que se apresente a metodologia desenvolvida de Melhoria Contínua. É importante salientar que neste produto se pretende uma coerência formal, ou seja, que o aspeto exterior reflita a parte interior, tecnologia e inovação. É a parte exterior que serve de interface entre o utilizador e o produto e, por sua vez, é ela que irá passar a primeira impressão. Tornando-se de extrema importância que o produto tenha uma boa aparência ao nível do seu funcionamento interior.

1.2.

Metodologia de Investigação

Numa fase inicial torna-se extremamente relevante a definição da estratégia metodológica a adotar, uma vez que através dela se pode desenvolver o modelo pretendido para presente dissertação. É necessário avaliar de forma minuciosa toda a informação recolhida, fazendo uma síntese coerente e uma seleção adequada. Neste ponto, são abordados os aspetos fulcrais relativos aos métodos de pesquisa utilizados no decorrer da investigação.

Por metodologia entende-se a forma como a informação é recolhida e organizada, ou seja, é um enquadramento geral aplicado num trabalho investigativo. Carateriza-se por abordar uma perspetiva prática e por se referir concretamente aos caminhos utilizados para compreender as realidades envolvidas (GAMA, 2009). É considerada o conteúdo da investigação, ou seja, a forma como a recolha de dados é dirigida, tratando-se da explicação rigorosa e exata de todo o percurso do trabalho de pesquisa.

A investigação pode ser classificada em quatro tipos: “Propósito da investigação”, ou seja, o motivo pelo qual foi conduzida; “Processo de investigação”, que diz respeito à forma como os dados foram recolhidos e analisados; “Lógica da investigação”, isto é, a escolha da lógica intrínseca à investigação (do geral para o particular ou vice-versa) e quanto ao “Resultado da investigação”, ou seja, se o resultado esperado é uma solução para um problema, ou se pretende apenas trazer uma contribuição geral para o conhecimento (COLLIS e HUSSEY, 2009).

(25)

25

Figura 1: Classificação dos tipos de investigação1.

Importa classificar os tipos de investigação utilizados na presente dissertação, está-se perante um Estudo de Caso de caracter exploratório uma vez que a sua finalidade é a definição de questões que levam a uma investigação superior e que podem ser facilmente aplicados em problemas concretos. As informações de base do estudo são do tipo qualitativo por se tratar de dados que não podem ser mensurados nem tratados estatisticamente.

A pesquisa realizada caracteriza-se por ser aplicada uma vez que o seu objetivo é gerar conhecimentos práticos para solucionar problemas específicos. Este tipo de pesquisa utiliza os conhecimentos que são obtidos através de pesquisas básicas. Relativamente à lógica da investigação, considera-se de caracter dedutivo, faz-se um raciocínio e uma combinação de ideias recolhidas num sentido interpretativo.

1.3.

Estrutura da Investigação

A presente dissertação foi organizada de acordo com um pensamento lógico de etapas, apoiado em pesquisa. A sua estrutura está dividida em quatro capítulos, sendo que no presente capítulo, capítulo 1, é abordada toda a parte introdutória, contextualizando-se o tema, a metodologia a utilizar, bem como os objetivos a atingir.

Segue-se o capítulo 2, relativo á investigação em si, feita relativamente aos três temas principais: Desenvolvimento de Novos Produtos, Inovação e Melhoria Contínua. Analisa-se ainda uma conjunção entre os três.

1 Adaptado de COLLIS e HUSSEY (2009).

•Aplicada; •Básica. •Dedutiva; •Indutiva. •Quantitativa; •Qualitativa. •Exploratória; •Descritiva; •Analítica; •Preditiva. Propósito da InvestigaçãoProcesso da Investigação Resultado da Investigação Lógica da Investigação

(26)

26

Figura 2: Estrutura da dissertação.

No capítulo 3, relativo ao caso prático, é desenvolvido um novo produto de acordo com o enquadramento teórico que se elaborou, ou seja, um produto que seja capaz de ir ao encontro da conjugação dos três temas principais.

Por fim, no capítulo 4, são apresentadas as conclusões de todo o trabalho desenvolvido, bem como algumas observações e o contributo desta para futuros trabalhos.

Capítulo 1|Introdução

Introduz e contextualiza o tema da

dissertação, menciona a metodologia

a utilizar e define os objetivos a

atingir.

Capítulo 2|Enquadramento Teórico

Investiga três temas principais:

- DNP;

- Inovação;

- Melhoria Contínua.

Interliga os três temas, como

vantagem para o sucesso de novos

produtos no mercado.

Capítulo 3|Caso prático

Desenvolve um novo produto de

acordo com a junção e aplicação

de parâmetros dos três temas

principais: DNP, Inovação e

Melhoria Contínua.

Capítulo 4|Conclusões

Conclui os factos mais importantes da

dissertação, faz observações e notas

para trabalhos futuros.

(27)

27

Capítulo 2| Revisão de Literatura

Revisão de Literatura

2.1. Desenvolvimento de Novos Produtos

2.1.1. Conceito de Produto

2.1.2. Importância e Características do DNP

2.1.3. Métodos e Ferramentas de Apoio ao DNP

2.2. Inovação

2.2.1. Conceito de Inovação

2.2.2. Diferença entre Invenção e Inovação

2.2.3. Tipos de Inovação

2.2.4. Inovação Tecnológica

2.3. Importância da Vigilância Tecnológica

2.4. Melhoria Contínua

2.4.1. Conceito de Melhoria Contínua

2.4.2. Vantagens da Implementação de um Plano de

Melhoria Contínua

2.4.3. Ferramentas Aplicadas na Melhoria Contínua

2.4.3.1. Ciclo PDCA

2.4.3.2. Sete Ferramentas da Qualidade

2.4.4. Breve Abordagem à Filosofia Lean

2.4.5. Melhoria Contínua enquanto Kaizen

2.5. Interligação da Inovação e da Melhoria Contínua no

DNP Como Estratégia Para o Sucesso de Novos Produtos

(28)
(29)

29

2.

Revisão de Literatura

2.1.

Desenvolvimento de Novos Produtos

Devido à constante evolução da tecnologia, vários produtos sofrem transformações diárias que podem ser melhorias a nível de eficiência, software, forma ou processos. O aparecimento de novos produtos ou a sua constante substituição tornou-se uma sequência habitual no dia-a-dia da sociedade. Deste modo, os consumidores tendem a ser cada vez mais exigentes com a oferta de mercado, levando ao aumento da competitividade entre empresas e ao seu crescimento. Por consequência, são elaboradas investigações constantes para que haja um conhecimento atual do Estado da Arte e das recentes invenções, estando, desta forma, as empresas aptas a lançar novos produtos em momentos exatos e em tempo oportuno (Vigilância Tecnológica), para alcançarem o sucesso e melhorarem a sua situação económica (PITTA e PITTA, 2012). A grande oferta de produtos leva ao aumento do poder de escolha, o que faz com que as empresas tenham uma enorme preocupação em satisfazer todos os requisitos do cliente para garantir a sua satisfação e negócios futuros. Isto tem como consequência, uma procura intensiva de melhores soluções para o DNP, como a aplicação de métodos mais eficientes e a utilização de ferramentas tanto para a análise como para a resolução de problemas. Existindo, portanto uma constante evolução de ideias, técnicas e processos.

2.1.1.

Conceito de Produto

De acordo com NUNES (2004), o produto é o principal meio que a empresa pode utilizar na orientação dos seus recursos para as exigências do mercado, no sentido de proporcionar valor aos clientes, alcançando os seus objetivos.

O produto pode revelar-se uma mais-valia no sentido de trazer valor acrescentado a determinada empresa, desde que atenda a todos os requisitos impostos por um mercado em particular e renda lucro suficiente para justificar a sua existência.

Segundo a norma NP EN ISO 90002, um produto deve conter os seguintes aspetos:

x Responsabilidade de aumento da satisfação dos clientes;

x Confiança nos fornecedores no que concerne à resposta aos requisitos que lhes são pedidos;

x Processos de qualidade e desempenho do produto, de acordo com as melhores práticas de qualidade, proporcionando uma boa plataforma de Melhoria Contínua.

(30)

30

Em concordância com a mesma norma, um produto considera-se o resultado de um processo, sendo que processo é um conjunto de atividades interligadas e ativas simultaneamente, capazes de transformar inputs em outputs. Os Inputs correspondem às entradas, sejam elas matérias-primas, energia ou fornecedores, osoutputs correspondem ao produto em si, ou seja, à saída do produto final para o mercado, em que devem ser cumpridos todos os requisitos, não só de qualidade e preço, mas também de outros aspetos capazes de satisfazer as necessidades dos clientes.

Figura 3: Conceito de produto3.

Como representado no esquema acima, o conceito de produto está envolvido numa sequência dinâmica associada ao mercado e à competitividade. Portanto, se o resultado final (produto) perdurar no mercado significa que é competitivo relativamente à concorrência e assegura a produtividade da empresa.

2.1.2.

Importância e Características do DNP

O Desenvolvimento de Novos Produtos possui um papel fundamental não só para as empresas manterem os clientes habituais e conquistarem novos mercados mas também para o desenvolvimento económico em geral. Devido a isto, as empresas investem cada vez mais em equipas de pesquisa e desenvolvimento (I&D) de forma a aumentarem a sua vantagem competitiva, diferenciando os seus produtos perante o mercado. Para tal, são adotados vários métodos que apoiam o DNP e que servem de suporte para a ajuda de efeitos positivos de

eficiência e eficácia. A eficiência, de acordo com ACKOFF (2001), consiste em se produzir o

que é necessário com o mínimo de meios possíveis (inputs), ou seja, fazer bem as coisas. Por sua vez, a eficácia corresponde à obtenção de resultados (outputs) de acordo com os objetivos e prazos estipulados, ou seja, fazer as coisas certas. Assim, podem criar-se produtos mais

3 Adaptado de:

http://www.bbc.co.uk/schools/gcsebitesize/design/textiles/texsystemspracticesrev2.shtml

INPUT

(entrada)

Processo

OUTPUT

(saída)

PRODUTO Clientes satisfeitos Mercado Competitividade -Mão-de-obra; -Materiais; -Equipamentos; -Energia. Processos que agregam valor. Prod.ൌை௨௧௣௨௧ ூ௡௣௨௧

* -Conhecimento de produtos concorrentes; -Novas ideias;

-Expectativas e opiniões dos clientes.

(31)

31

competitivos e atender, em menos tempo, à constante evolução do mercado e da tecnologia. Se por sua vez os novos produtos obtiverem padrões de excelência elevados e forem bem-sucedidos no mercado, as empresas irão beneficiar a nível económico.

No entanto, o processo de DNP tem-se tornado complexo e de natureza multidisciplinar (ROSA, 2014), devido à crescente internacionalização dos mercados, ao aumento da diversidade, à variedade dos produtos e à redução do ciclo dos mesmos. Existem riscos elevados e incertezas quanto ao comportamento dos clientes perante novos produtos, ou seja, a gestão de DNP é afetada por fatores internos e externos (empresa e mercado) que podem condicionar tanto positivamente como negativamente o seu desempenho.

O processo de DNP distingue-se dos restantes por diferentes características (ROSA,2014): x Grau de incerteza e riscos associados elevados;

x Decisões importantes tomadas no início do processo, quando as incertezas são maiores; x Dificuldade em alterar decisões iniciais;

x Aproximadamente 80% do custo total do produto corresponde a fases iniciais do processo de DNP;

x Utilização de várias e diversas fontes de informação (metodologias);

x Grande diversidade de requisitos a considerar ao longo do ciclo de vida do produto; x Atividades básicas seguem um ciclo iterativo: projetar; construir; testar; otimizar; x Elevada taxa de retrabalho;

x Incerteza no retorno do projeto desenvolvido.

2.1.3.

Métodos e Ferramentas de Apoio ao DNP

Para facilitar todo o processo de DNP são utilizadas metodologias durante as várias etapas. Algumas delas são imprescindíveis uma vez que suportam a tomada de decisões mais importantes e solucionam problemas, fornecendo o suporte necessário para se alcançarem os resultados pretendidos para o produto final. Devido à grande oferta de produtos, o próprio mercado acaba por impor às empresas, ainda que de forma indireta, a aplicação de métodos cada vez mais eficientes, que sejam bem estruturados de forma a não perderem vantagem competitiva.

Existem inúmeras metodologias que se classificam das mais diversas formas e que servem de suporte ao desenvolvimento de produtos, no entanto, muitas não são especificamente direcionadas para tal (TRAN e PARK, 2014). Por norma são as próprias empresas que optam pela escolha da metodologia a aplicar no seu processo de DNP, uma vez que possuem conhecimento de quais se irão adequar melhor à sua estratégia e quais as que irão ao encontro dos seus objetivos, requisitos e mercados-alvo a atingir.

(32)

32

Na presente dissertação opta-se apenas pela investigação de alguns métodos e ferramentas em específico, os mais utilizados no contexto industrial. Esta escolha prende-se com a necessidade de aplicabilidade no caso prático, referente ao desenvolvimento de um produto. Os métodos a aplicar foram ordenados em três fases principais. A inicial, que consiste na geração da ideia de um novo produto e na calendarização e organização de todas as tarefas a executar ao longo do seu desenvolvimento; a segunda fase constituída pela avaliação e exploração do conceito e, a terceira que se dedica ao aperfeiçoamento e detalhe do produto.

Pretende-se então, o Desenvolvimento de um Novo Produto desde a geração da ideia até aos seus detalhes. A ordenação dos vários métodos a aplicar é apresentada na tabela 1.

Tabela 1: Ordenação dos métodos de apoio ao DNP.

Fases

Métodos de apoio ao DNP

Ge ração d a id e ia e pl a n e a me nt o de t a re fa s Diagrama de Gantt Brainstorming Método 635

PERT (Programa de avaliação e revisão técnica) CPM (Método do caminho crítico)

A valiação e e x pl oração d o co ncei to Estudo de Campo Especificações do produto

QFD (Desdobramento da função qualidade)

Análise SWOT

SCAMPER

Sinética

5 Why’s (Método dos cinco porquês)

Análise morfológica Matriz de decisão P rodut o e m d eta lh e

CAD (Desenho assistido por computador) CAE (Engenharia assistida por computador)

Estudos antropométricos

Desenhos Técnicos

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33

1ªFase: Geração da ideia e planeamento de tarefas

Diagrama (ou Planeamento) de Gantt: é uma ferramenta que define, quantifica e faz a gestão relativa ao tempo e à sequência das tarefas (GERALDI e LECHTER, 2012). É uma das ferramentas de apoio ao DNP mais utilizadas por permitir a visualização do posicionamento certo de cada tarefa a cumprir, definindo-as de forma ordenada, de acordo com as relações de precedência e os prazos de entrega. Este tipo de calendarização é uma mais-valia em termos de organização e pontualidade, sobretudo quando existem equipas de diferentes áreas englobadas no mesmo projeto.

Brainstorming: é uma técnica de expansão criativa para a geração de ideias espontâneas. Realiza-se em grupo, onde todos contribuem com ideias num curto espaço de tempo. Se no mesmo grupo existirem participantes de várias áreas, maior será a diversidade de ideias, como consequência da interação dos diferentes níveis de conhecimento, experiências e perceções (SAAD ET AL.,2014). Também conhecido por “tempestade de ideias”, este método pode ser aplicado em qualquer área, sendo muito utilizado no DNP, principalmente na geração de conceitos ou na procura de soluções para um problema específico.

Método 635: é uma técnica similar ao Brainstorming possuindo, também, caracter criativo e de aplicação simples, consistindo no agrupamento das diversas ideias de um grupo de pessoas, com o objetivo de desenvolver cada uma delas ou acrescentar aspetos importantes a melhorar. Este método auxilia a hierarquização do pensamento, ajudando na compreensão das informações recolhidas sobre determinado conteúdo (LINSEY e BECKER,2011). Por norma, o presente método envolve um grupo de seis participantes e um coordenador, com a seguinte ordem de tarefas: cada participante escreve num papel três ideias num período igual ou inferior a cinco minutos; de seguida cada participante passa o papel ao colega do lado, que acrescentará mais ideias durante o mesmo período de tempo; este processo repete-se 3 ou mais vezes, dependendo da escolha de cada grupo; por fim, o coordenador recolhe os papéis e debatem-se as ideias em conjunto de forma a selecionar as mais adequadas.

PERT (Programa de Avaliação e Revisão Técnica): é uma ferramenta de gestão que representa e analisa várias tarefas envolvidas no mesmo projeto. Representa-se através de um esquema em rede, onde é possível observar as relações de precedência e simultaneidade entre as diferentes atividades (DOSKOČIL E DOUBRAVSKÝ, 2014). É utilizada no DNP para calcular a duração total de todas as tarefas a cumprir ou apenas de um conjunto em particular, podendo mesmo servir de apoio ao Diagrama de Gantt na obtenção de tempos mais precisos.

CPM (Método do caminho crítico): é uma ferramenta de análise matemática e multidisciplinar pois adapta-se a qualquer área onde existam várias atividades a decorrer em simultâneo. Permite definir uma sequência ótima de tarefas a realizar (MONHOR, 2010). Isto porque se

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34

consegue prever um caminho crítico, ou vários, através da observação e anotação de tarefas que poderão vir a atrasar o tempo de entrega de um determinado produto.

2ªFase: Avaliação e exploração do conceito

Estudo de Campo: é essencial no DNP, consiste na investigação de produtos concorrentes para que se perceba qual a aceitação do mesmo tipo de produtos no mercado e quais serão os potenciais clientes. Neste estudo, podem observar-se, também, os comportamentos dos utilizadores ao utilizar determinados produtos, analisando possíveis aspetos a melhorar ou funcionalidades a acrescentar.

Especificações do Produto: são basicamente um esboço por escrito onde são mencionadas as características essenciais que o novo produto deve conter. Normalmente representam-se através de uma lista, depois de serem desenvolvidos os parâmetros base para o produto e antes de qualquer representação visual do mesmo, uma vez que servirão de apoio durante o seu desenvolvimento.

QFD (Desdobramento da Função Qualidade): segundo GREMYR e HASENKAMP (2011) é um método ou técnica que é utilizado para converter as necessidades do mercado em especificações do produto, pode separar-se em duas partes:

x Desdobramento da qualidade do produto, que consiste em transformar os requisitos do mercado em características de qualidade do produto;

x Desdobramento da função qualidade, que diz respeito às atividades necessárias para alcançar a qualidade exigida pelo mercado.

Análise SWOT: é uma ferramenta utilizada na gestão do planeamento estratégico de empresas (ABDOLVAND e ASADOLLAHI, 2012). No entanto, devido à sua simplicidade e eficácia adapta-se a qualquer outra área como o DNP. Consiste num pequeno esquema onde são diagnosticados pontos positivos (forças e oportunidades) e pontos negativos (fraquezas e ameaças), que se baseiam tanto em fatores internos como em fatores externos à empresa.

SCAMPER: ferramenta de expansão à criatividade com aplicabilidade no DNP por permitir encontrar ideias para novos produtos e, principalmente, melhorar e solucionar problemas detetados em produtos existentes, para posteriormente serem feitas pequenas alterações nos mesmos ou serem desenvolvidos produtos totalmente novos. Esta ferramenta baseia-se na ideia de que tudo o que é novo é uma modificação de algo que já existe4 Aplica-se também em

serviços, processos ou a nível organizacional e tem como objetivo estudar sete parâmetros,

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35

cada um correspondente a uma letra da respetiva ferramenta: Substituir; Combinar; Adaptar; Modificar (minimizar, tornar maior); Pensar em outras funcionalidades; Eliminar e Reorganizar. Sinética: consiste num processo de expansão da criatividade para a geração de sugestões acerca de um determinado problema. (SCHEEPERS e MAREE, 2015). Por exemplo, no caso da existência de uma dúvida quanto à melhor opção para ser fonte de alimentação de uma lanterna, mencionam-se três hipóteses possíveis para ela ligar (pilhas, bateria ou luz solar), de seguida analisa-se cada uma das hipóteses, estudando os benefícios e limitações de cada uma até chegar à solução mais eficaz e rentável.

5 Why's: é conhecida por técnica ou método dos cinco porquês e foi criada pela equipa da

Toyota. É bastante utilizada na gestão de projetos, em análises de negócios e no DNP para

identificar falhas e respetivas soluções. É um método muito simples de aplicar, consistindo numa sequência de cinco perguntas onde se questiona sempre a causa anterior com um “porquê?” (MURUGAIAH ET AL., 2009).

Análise (ou Matriz) Morfológica: é um processo criativo que aumenta as possibilidades de combinações e recombinações, ou seja, baseia-se na enumeração sistemática de todas as possibilidades imagináveis. Cruza componentes de um dado problema com possíveis soluções, tendo por objetivo o surgimento de novas ideias através dessa intersecção. Esta também pode ser aplicada em várias áreas, envolvendo fracionamento, recombinação e associação (VOROS, 2009). É importante salientar que nesta matriz nem sempre surgem soluções, mas o principal objetivo é estimular um impulso inicial, um registo de combinações possíveis que podem servir de base para ideias futuras.

Matriz de Decisão: ferramenta de apoio à decisão que permite uma análise rápida e eficaz na escolha de várias opções, através da aplicação de critérios que permitem uma visão mais ampla e coerente das diferentes possibilidades (BRYNKO, 2009). Habitualmente, no DNP representa-se através de uma tabela, onde numa das colunas são anotadas cerca de cinco ideias e noutra os vários critérios a serem avaliados. Posteriormente, os respetivos critérios são pontuados numa escala de 1 a 5, consoante a sua importância e no final são calculados os pontos de cada ideia, optando-se pela que tiver os critérios com maior pontuação. No DNP esta ferramenta é utilizada não só para a seleção da melhor ideia para um novo produto, mas principalmente em dúvidas na escolha de opções em produtos que estejam já em fase de desenvolvimento, por exemplo, na escolha do melhor material a aplicar ou do melhor processo de fabrico.

3ªFase: Produto em Detalhe

CAD: o desenho assistido por computador consiste na utilização de programas 3D para auxiliarem na representação dos produtos. Devido às suas capacidades de alteração e

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manipulação de peças, permitem uma perceção mais realista dos produtos, em relação ao desenho tradicional. Estes programas podem ser utilizados para representar qualquer tipo de produto e oferecem elevada precisão no que diz respeito a pequenos componentes, união e/ou encaixe de peças minuciosas. Além da representação realista de produtos, alguns destes programas permitem ainda a simulação dos materiais pretendidos, da cor desejada e da interação produto-utilizador.

CAE: pode assemelhar-se ao CAD pois também consiste na representação 3D de um produto, porém, o CAE permite simular os comportamentos de peças no que diz respeito a testes de resistência (esforços de compressão, tração, vibrações) e de temperatura (HALPERN, 1998). Esta técnica é bastante relevante nas indústrias, pois oferece benefícios económicos nas fases iniciais do DNP porque evita a conceção de protótipos experimentais para testes, conseguindo-se melhorar e modificar produtos, assim como diminuir custos de fabrico, de forma virtual. Estudos Antropométricos: consideram-se importantes na fase final do produto porque estão diretamente relacionados com a interface entre o utilizador e o produto. Normalmente inflacionam a forma exterior do produto, pois por vezes torna-se necessário fazer alterações devido às dimensões menos corretas em relação aos percentis do público-alvo, bem como ângulos e texturas desadequadas, permitindo assim que o produto se torne ergonómico. Desenhos Técnicos: são representados em 2D e permitem clarificar o produto, uma vez que são apresentados em várias vistas, normalmente vista de topo, de perfil e frontal, podendo conter ainda uma vista em perspetiva (por exemplo isométrica). O produto é reduzido à escala, sendo mencionadas as dimensões exatas e elaborada uma legenda, de cada peça individualmente ou do desenho em conjunto. Pode-se representar, também, uma vista explodida do produto para melhor perceção da disposição dos vários componentes.

2.2.

Inovação

2.2.1.

Conceito de Inovação

O conceito de inovação está cada vez mais presente por ser um dos principais fatores de competitividade nas empresas hoje em dia. Inovação deriva do latim innovatio e significa aplicar uma nova ideia na altura adequada e num momento oportuno. Assim sendo, a geração de uma simples ideia não significa inovar, porém, se esta for explorada e implementada com sucesso numa empresa é considerada uma Inovação.

As implementações de inovações nas empresas têm sempre como objetivo reforçar as suas competitividades perante os mercados concorrentes e melhorar o seu desempenho e níveis de conhecimento. Inovação consiste, então, na criação ou pequenas melhorias de produtos,

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37

processos ou métodos, que sejam mais rentáveis para a empresa e inclusive mais benéficos para a sociedade e para o desenvolvimento universal.5

Esta definição abrangente de Inovação cobre uma grande variedade de inovações. O requisito mínimo para inovar é que o produto, processo, método de marketing ou método organizacional tenha que ser novo (ou substancialmente melhorado) para a empresa6.

Devido à grande quantidade de possibilidades, a Inovação ou ato de inovar, pode ser aplicada a diversas áreas. No entanto, é habitual que seja identificada de acordo com a área em que é aplicada:

x Inovação de Produtos; x Inovação de Processos; x Inovação Organizacional; x Inovação de Marketing.

Visto que a presente dissertação tem como objetivo abordar o desenvolvimento de um novo produto, dar-se-á enfase à Inovação Tecnológica, uma vez que engloba inovação de produtos e/ou serviços e inovação de processos, que serão abordadas posteriormente.

2.2.2.

Diferença Entre Invenção e Inovação

É importante salientar que Invenção e Inovação são conceitos distintos. A Invenção consiste na geração de ideias, conceitos ou soluções que ainda não tenham sido descobertas. Já por outro lado, Inovação consiste na aplicação de uma nova ideia/descoberta, ou seja, em tornar útil uma Invenção.

A invenção está normalmente associada a uma descoberta científica. Neste estágio, o conhecimento científico não tem qualquer aplicabilidade prática, sendo apenas uma base de conhecimentos que poderá levar ao projeto (Inovação) de diversas soluções práticas (MATIAS, 2002). A inovação é a extensão de uma invenção. Se um inventor descobre a “grande invenção do século” e não consegue produzi-la, então essa invenção permanece desconhecida e, pelo menos no momento presente, inacessível a potenciais clientes.7

Apesar de serem conceitos distintos, Inovação e Invenção estão interligadas, pois, a partir do momento em que a Invenção chegue à sociedade ou às empresas e produza algum resultado, passa a considerar-se Inovação. Para tal, é necessário proceder-se a uma difusão. Difusão consiste na distribuição da tecnologia e na sua aceitação pelo mercado, ou seja, uma tecnologia

5 www.innosupport.net

6 Manual de Oslo, 3ªEdição, 2005 7Fonte: www.innosupport.net

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38

apenas assume significado através da aplicação prática (inovação) da invenção e subsequente difusão (MATIAS, 2002).

Resumidamente, Invenção é a geração de uma ideia, enquanto Inovação é o proveito que se retira dela. Assim sendo, a Inovação tem um papel fulcral, visto que uma ideia não passa disso mesmo se não for bem aplicada e bem-sucedida no mercado. Para o sucesso da implementação de uma ideia, é necessário saber quando, como e onde aplicá-la.

Para transformar a invenção em inovação uma empresa normalmente precisa de combinar vários tipos de conhecimentos, competências, técnicas e condições, conhecimento de mercado, um sistema de distribuição eficaz, recursos financeiros suficientes, etc.8

2.2.3.

Tipos de Inovação

9

Segundo o Manual de Oslo (Proposta de Diretrizes para a recolha e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica), tudo o que é lançado no mercado é considerado Inovação. O manual distingue quatro tipos de inovação: inovação de produto; inovação de processo; inovação de marketing e inovação organizacional.

Figura 4: Quatro tipos de Inovação10.

Inovação de Produto: consiste na introdução de um produto ou serviço no mercado quer seja novo ou apenas melhorado, no que diz respeito às suas características ou funções. Este tipo de inovação inclui melhorias significativas nas especificações técnicas, componentes, materiais,

software incorporado, facilidade de utilização ou outras características funcionais.

8Fonte: www.innosupport.net 9Fonte: Manual, 3ª Edição, 2005

10 Fonte: Manual de Oslo, 3ª Edição, 2005.

INOVAÇÃO MARKETING PRODUTO PROCESSO MARKETING PRODUTO PROCESSOSOSSSOSOSOSOSOSOSOSOOOOOOO ORGANIZACIONAL

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Exemplos de Inovação de Produto: x Primeiro MP3 portátil; x Primeiro telemóvel;

x Introdução da travagem ABS;

x Sistema GPS (Sistema de Posicionamento Global).

Inovação de Processo: é a implementação de um método de produção completamente novo ou de uma melhoria significativa num produto já existente. Envolve mudanças significativas nas técnicas, tecnologia, equipamentos ou mesmo em software.

Exemplos de novos métodos de produção:

x Implementação de um novo equipamento automático numa linha de produção;

x Implementação de desenho assistido por computador para o desenvolvimento de produtos;

x Introdução de um novo sistema de código de barras para controlo de bens; x Introdução de RFID (Identificação por radiofrequência).

Inovação de Marketing: diz respeito à implementação de um novo método de marketing que envolva alterações significativas no desenvolvimento do produto, respetiva embalagem, no posicionamento do produto ou na promoção do produto e/ou preço. Este tipo de inovação tem como objetivo melhorar a forma como o produto vai ao encontro das necessidades do cliente/consumidor, abrindo novos mercados, ou recém-posicionando um produto da empresa no mercado com o objetivo de incrementar as suas vendas. Consiste na implementação de um método que não tenha sido utilizado anteriormente por uma empresa, como parte de um novo conceito ou de uma nova estratégia de marketing que representa uma distinção significativa em relação aos métodos existentes.

Exemplo de Inovação de Marketing:

x Utilização, pela primeira vez, de um meio de comunicação ou técnica significativamente diferente, como o posicionamento de um produto em filmes ou em programas de televisão.

Inovação Organizacional: refere-se à aplicação de um novo método organizacional na prática de negócios de determinada empresa, que pode ser implementado na mesma ou nas suas relações externas. A implementação deste tipo de inovação numa empresa tem como objetivo aumentar o seu desempenho, reduzindo custos administrativos ou custos transacionais. Exemplos de Inovação Organizacional:

x Implementação, de práticas para o desenvolvimento dos funcionários e melhorar a fixação dos trabalhadores, tais como sistemas de educação e formação;

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40

x Introdução, de sistemas de gestão para a produção geral ou operações de materiais, tais como sistemas de gestão de materiais em cadeia, reestruturação do negócio ou sistemas de gestão da qualidade.

2.2.4.

Inovação Tecnológica

Segundo RODRIGUES e DEVEZAS (2007), as Inovações Tecnológicas podem ser enquadradas em três grandes grupos, sendo eles: Inovação Simples; Novo Produto e Inovação de Base. O seu enquadramento nos respetivos grupos é realizado de acordo com o impacto social causado no mercado, ou seja, as inovações são agrupadas de acordo com o que cada uma altera nos hábitos da sociedade, no dia-a-dia dos consumidores.

Inovação simples:

Inovação Simples consiste numa pequena alteração num produto ou serviço, com o objetivo de ser feita uma melhoria na forma, eficiência ou até mesmo na sua embalagem. Com este tipo de inovação pretende-se apenas conquistar uma fatia maior de mercado, ou atingir um público-alvo diferente. O seu surgimento é contínuo, tendo pouco impacto social e económico. Novo produto:

A Inovação de um Novo Produto consiste na aplicação de tecnologias já existentes num produto novo, é um processo de substituição tecnológica, onde se pode aplicar um conjunto de tecnologias existentes num único produto. Tal como a Inovação Simples, esta Inovação também surge de forma contínua, no entanto o impacto social e económico é superior, pois a inovação pode modificar alguns hábitos dos consumidores e influenciar o mercado. Porém, não é desenvolvido algo que venha a revolucionar completamente a sociedade, como é o caso das Inovações de Base, descritas de seguida.

Inovação de Base:

As Inovações de Base são as que têm mais impacto na sociedade, consistem na criação de produtos totalmente novos, que contenham tecnologia ainda não existente no mercado. Para tais inovações, é realizada uma recolha de dados científicos ou tecnológicos para o desenvolvimento de um novo produto, como por exemplo a criação da primeira televisão. Estas inovações não aparecem continuamente no mercado, normalmente surgem em surtos de 50 a 60 anos e costumamsolucionar uma necessidade humana. Causam um grande impacto social e económico pois alteram os hábitos de praticamente toda a sociedade, tendo assim, um impacto muito significativo na economia.

As respetivas inovações podem ser previsíveis, pois são a concretização de algo que as pessoas sonham, como por exemplo, a ideia da sociedade querer voar e posteriormente surgir o avião ou o sonho de viajar e surgir o automóvel (RODRIGUES e DEVEZAS, 2007).

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Na tabela 2 são apresentados alguns exemplos dos tipos de inovação enunciados anteriormente. Tabela 2: Exemplos de Inovações Simples, Novos produtos e Inovações de base.

Tabela 3: Classificação das Inovações a nível macro.

Tipo de Inovação Características Grau de Previsão

Inovação Simples

- Causa pouco impacto na sociedade;

- Surge de forma contínua.

- Difícil de prever quanto ao aparecimento;

- Fácil de prever o seu efeito.

Novo Produto

- Pode ter algum impacto social/económico;

- Surge de forma contínua.

- Pode ser previsto o seu aparecimento; - Fácil de prever o seu efeito.

Inovação de Base

- Surge em surtos;

- Tem elevado impacto social/económico.

- Fácil de prever;

- Impossível de prever a forma, efeito e impacto na sociedade.

Assim sendo e continuando a avaliação de acordo com o impacto na sociedade, os grupos referidos anteriormente podem também ser classificados como pequenas, médias e grandes inovações, respetivamente. Onde, as Inovações de Base e Novos Produtos (pequenas e médias inovações) são consideradas incrementais e as Inovações de Base (grandes inovações) são totalmente radicais.

Inovações muito pequenas que podem ser vistas como inovações incrementais, são bastante comuns e surgem de uma forma constante no meio da sociedade. As grandes inovações, definidas como Inovações de Base ou Inovações Radicais, são raras e, tanto mais raras são quanto maior for o seu impacto (RODRIGUES e DEVEZAS, 2007).

Tipo de inovação Exemplos

Inovação Simples

- Alteração da forma de uma garrafa, com o objetivo de melhorar a ergonomia e a interação entre produto-utilizador;

- Aumentar a capacidade de armazenamento de uma pen de 8GB para uma

pen de 16GB.

Novo Produto

- Substituição dos teclados convencionais por teclados touch; - Evolução do CD para o MP3;

- Evolução da televisão para TV Led ou LCD.

Inovação de Base

- O automóvel; - Máquina de escrever; - Internet.

Figura 5: Impacto da inovação incremental e radical.

Grande Impacto

Incremental

Nenhum Impacto Pequeno/médio Impacto

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42

Resumindo, as Inovações Radicais ou de Base são as mais relevantes pois têm um profundo impacto no comportamento humano e nas suas relações socioeconómicas, trazendo novas indústrias, novos meios de produção, novas profissões, novos hábitos de sociedade, entre outros. (RODRIGUES e DEVEZAS, 2007). Porém, as Inovações Incrementais devem ser a preocupação permanente das empresas em geral, visto que estas dizem respeito a pequenas mudanças ou melhorias agregadas a produtos e processos de forma contínua, trazendo benefícios para a economia das empresas e aumentando a sua competitividade.

2.3.

Importância da Vigilância Tecnológica

Vigilância Tecnológica é uma ferramenta de gestão utilizada nas indústrias, que visa captar e analisar as evoluções tecnológicas, económicas, sociais e comerciais, de forma a identificar mudança, num mercado que se encontre também em constante mudança. De acordo com IGARTUA ET AL (2010) ela permite às empresas reduzir o risco nas suas decisões, determinando quais os sectores que irão lançar novos produtos no mercado. Basicamente, recolhe informação referente a projetos, iniciativas, novidades tecnológicas e possíveis negócios, procurando oportunidades no mercado a nível financeiro, a nível de normas e outras informações de interesse técnico. A Vigilância Tecnológica permite assim, observar os produtos de empresas concorrentes, e também produtos que empresas de outras áreas lançam para o mercado. Poderá ser também uma ferramenta com grande importância para detetar soluções tecnológicas mais adequadas, de modo a resolver problemas específicos dentro de determinada empresa. Permite obter informações sobre (IGARTUA ET AL., 2010):

x O estado da técnica de uma determinada área;

x A identificação da concorrência e/ou potenciais parceiros e respetivos produtos; x A identificação dos principais mercados de interesse;

x Os conteúdos das patentes desenvolvidas pelas empresas concorrentes: novidade, uso e descrição da tecnologia, desenhos técnicos, reivindicações, entre outros.

A implementação de um sistema de Vigilância Tecnológica bem estruturado e organizado numa empresa ajudá-la-á a atingir os seus objetivos estratégicos e operacionais. Uma vez que proporciona antecipação, minimização do risco, comparação e inovação.

(43)

43

Figura 6: Etapas da Vigilância Tecnológica11.

2.4.

Melhoria Contínua

2.4.1.

Conceito de Melhoria Contínua

Tal como a Inovação, a Melhoria Contínua é uma técnica essencial que ajuda a manter empresas no mercado e contribui para o sucesso das mesmas perante a extrema competitividade com que hoje nos deparamos. Segundo TORRES ET AL., (2006) esta surgiu no final do século XIX nos Estados Unidos mas só obteve maior importância quando chegou ao Japão e foi implementada enquanto Kaizen.

Melhoria Contínua é uma ferramenta de gestão que tem como principal objetivo aumentar a qualidade e a eficiência em várias áreas através da implementação de pequenas mudanças e/ou alterações incrementais. Para tal, baseia-se nas sugestões de melhoria de todos os trabalhadores, acreditando que estes consigam detetar os problemas mais facilmente devido à sua envolvência nas empresas, nomeadamente nos processos e no funcionamento dos equipamentos. Assim sendo, as empresas que tenham como objetivo adotar esta estratégia, devem possuir a capacidade de motivar e compensar os funcionários perante o seu contributo para propostas de melhoria. Se existir uma envolvência e dedicação de todos os membros da organização, qualquer empresa consegue implementar um plano de Melhoria Contínua (PME’s, empresas multinacionais ou organizações públicas) e reconhecerem de forma gradual um

11 Adaptado de: http://estudios.unad.edu.co/congreso-prospecta-2015/workshop-talleres/729-workshop-vigilancia-tecnologica-inteligencia-competitiva Detectar Analisar Difundir Comunicar Oportunidade Solução de problemas Novos produtos Novos processos Novos materiais Novos serviços

Etapas da Vigilância

Tecnológica

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44

impacto positivo na qualidade de produtos e serviços, na produtividade, no desempenho ou na sua combinação (FRYER, 2007).

Nas empresas, são diversos os fatores envolvidos no processo de Melhoria Contínua, consoante se representa na figura 7.

Figura 7: Fatores envolvidos no processo de Melhoria Contínua12.

Se estes fatores forem postos em prática, a mudança pode tornar-se um processo natural de negócio, podendo vir a permitir vantagens em todos os sectores. De realçar que a Melhoria Contínua é um processo que ocorre durante longos períodos de tempo, através de desenvolvimentos sucessivos que geram mais valor e menos desperdício, obtendo-se custos mais baixos e maior qualidade. Esta pressupõe uma evolução gradual e constante do desempenho, sendo algo que tem de fazer obrigatoriamente parte do dia-a-dia das empresas. Envolve, portanto, o desenvolvimento de novos padrões de pensamento e comportamento (ROTHER, 2010).

A vantagem competitiva e a sobrevivência a longo prazo devem-se à existência de rotinas organizacionais e, de acordo com PINTO (2010) existem alguns princípios obrigatórios para que um plano de Melhoria Contínua resulte na totalidade, sendo eles:

1- Usar a cabeça e não a carteira; 2- Repetir o “porquê” cinco vezes;

3- Trabalhar em equipa com a colaboração de todos; 4- Os problemas são oportunidades;

5- Perceber primeiro o problema, vá e veja por si;

6- Não subestimar a inteligência e o conhecimento dos outros; 7- A Melhoria Contínua não tem fim;

12 Adaptado de: http://constructingexcellence.org.uk Comprimento total das chefias

Gestão da performance e da contribuição dos empregados

Assegurar que todos os funcionários conheçam o seu papel na estratégia e objetivos da empresa

Medição e avaliação dos progressos com base em indicadores e níveis de referência

Oportunidade para que todos os funcionários contribuam no processo de melhoria Adoção de sistemas e standards de gestão da qualidade Boa comunicação em toda a empresa

Treino do pessoal e ligação aos departamentos de operações e estratégica

Fatores envolvidos na Melhoria Contínua

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45

8- Abandonar as ideias fixas;

9- Nunca desistir, ser proactivo; 10- Evitar desculpas, assumir;

11- Optar pelas soluções mais simples; 12- Corrigir os erros assim que aconteçam.

A Melhoria Contínua resulta do trabalho em equipa, defendendo que as grandes conquistas resultam da junção de pequenos contributos de cada um e não do esforço de uma única pessoa.

2.4.2.

Vantagens da Implementação de um Plano de Melhoria

Contínua

Através do contributo de cada um dos trabalhadores, as empresas têm a oportunidade de se distinguirem positivamente no mercado, tornando-se mais inovadoras. A implantação da Melhoria Contínua serve como estratégia competitiva, trazendo diversos benefícios dentro e fora das empresas13:

x Melhoria da comunicação dentro da organização, visto que através desta há uma maior interação entre equipas e espirito de companheirismo;

x Benefício económico acrescido devido à melhoria no desempenho do negócio; x Aumento da satisfação dos clientes, uma vez que a qualidade se amplia;

x Aumento da autoestima dos funcionários pois têm a oportunidade de oferecerem o seu parecer;

x Por consequência do ponto anterior, aumento da motivação/satisfação no trabalho o que se reflete em melhores resultados na produção;

x Melhoria das relações com os fornecedores; x O planeamento de tarefas torna-se mais eficiente;

x Maior rapidez na implementação de novos produtos no mercado; x Melhoria na utilização dos recursos.

2.4.3.

Ferramentas Aplicadas na Melhoria Contínua

2.4.3.1.

Ciclo PDCA

Como já referido anteriormente, a Melhoria Contínua deve ser implementada através do trabalho em equipa, para tal o ciclo PDCA é um elemento fundamental, visto que funciona como veículo para que ela aconteça. Segundo PINTO (2010), esta metodologia é de aplicação

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46

muito simples e é considerado o método mais adequado para alcançar metas e objetivos em produtos e processos.

O ciclo PDCA tem como objetivo o desenvolvimento de quatro fases, para logo de seguida estas poderem ser aprimoradas e ajustadas para o ciclo seguinte, daí ser um ciclo que nunca em constante movimento, tendo sempre o objetivo de melhorar e atingir níveis cada vez mais altos. A designação PDCA resulta das iniciais das palavras Plan-Do-Check-Act (Planear-Executar-Verificar-Agir) conforme apresentado na figura 9.

Tabela 4: Explicação do Ciclo PDCA14.

P

lan

Executar, implementar os processos para a obtenção de resultados de acordo com os requisitos do cliente e regulamentares aplicáveis, bem como, com as políticas da empresa;

D

o Executar, implementar os processos;

C

heck

Verificar, monitorizar e medir processos e produtos face a políticas, objetivos e requisitos para o produto e reportar os resultados;

A

ct

Atuar, empreender ações para Melhoria Contínua do desempenho dos processos, incluindo a revisão de todo o sistema para determinar que este funciona, está atualizado e adequado.

Este processo é aplicado de forma uniforme, todos têm a oportunidade de participar. Na primeira etapa (Plan) são definidos os objetivos para o produto no qual se pretendem obter melhorias; na segunda etapa (Do) são implementados os objetivos; na terceira (Check) são verificados os resultados obtidos, confirmando-se se a melhoria foi implementada; na última etapa (Act) são definidas novas ações de melhoria ou de normalização dos procedimentos, para consolidação do processo.

Pelo facto de ser um ciclo, o PDCA indica que quanto mais vezes for percorrido mais eficaz será a melhoria do processo. Para tal, os líderes da empresa devem responsabilizar-se por aconselhar e ensinar todos os trabalhadores na utilização do mesmo para que se possam obter resultados mais elevados, conforme representado na figura 8.

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47

Figura 8: Ciclo PDCA15.

A uniformização dentro das empresas serve como pilar para a Melhoria Contínua, permitindo construir um sistema de operações estável capaz de se melhorar progressivamente (PINTO, 2010). Um trabalho uniforme é mais facilmente ensinado, melhorado, documentado, auditado e transferido, promovendo ainda a comunicação entre equipas.

2.4.3.2.

Sete Ferramentas da Qualidade

Tal como o DNP, a Melhoria Contínua também utiliza vários métodos de apoio que consistem em ferramentas básicas de resolução de problemas, onde é conveniente que todos, ou a maior parte dos membros da empresa tenham capacidades para as aplicar, pois podem surgir problemas ou imprevistos para serem solucionados na hora, sendo necessário identificar de imediato a sua causa para de seguida os solucionar.

Muitos dos métodos utilizados nos planos de Melhoria Contínua chegam a coincidir com os que se aplicam no DNP, como é o caso do Brainstorming ou dos 5 Why’s, uma vez que ambos têm necessidade de identificar problemas, solucioná-los e, consequentemente, ter novas ideias não só para a geração de novos produtos, mas para alterar problemas existentes ou aumentar a sua qualidade, principalmente no caso da Melhoria Contínua.

No entanto, quando falamos em Melhoria Contínua associamo-la diretamente ao aumento da qualidade, daí as ferramentas mais utilizadas serem chamadas as Sete ferramentas da

15 Adaptado de: https://totalqualitymanagement.wordpress.com/2009/02/25/deming-cycle-the-wheel-of-continuous-improvement/

Aumento dos níveis de eficiência/qualidade

Tempo Melhoria

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48

qualidade. De acordo com PALISKA (2007), estas foram implementadas a partir da década de 50 com base em métodos que já eram aplicados na indústria e, têm como finalidade proporcionar soluções para problemas contribuindo assim para a melhoria do desempenho em produtos e processos. As Sete Ferramentas são:

x Fluxograma;

x Diagrama Ishikawa (diagrama de causa e feito); x Listas de Verificação;

x Diagrama de Pareto; x Histograma;

x Diagrama de Dispersão; x Cartas de Controlo.

Fluxograma: é aplicado para identificar o caminho real e ideal para um produto ou serviço, identificando também, os desvios. Resume-se numa representação sequencial de todas as fases de um processo, apresentando como cada etapa é relacionada (NEBL e SCHROEDER, 2011). Esta ferramenta utiliza símbolos facilmente reconhecidos para indicar os diferentes tipos de passos de um processo, tabela 5.

Tabela 5: Descrição dos símbolos utilizados em Fluxogramas.

Símbolos Descrição

Indica o início ou fim do processo

Indica cada atividade que precisa de ser executada

Indica um ponto de tomada de decisão

Indica a direção do fluxo

Indica os documentos utilizados no processo

Indica uma espera

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Figura 9: Exemplo da estrutura de um fluxograma16.

Diagrama de Causa e Efeito: também conhecido por diagrama de Ishikawa ou diagrama de espinha de peixe, foi desenvolvido pelo japonês Kaoru Ishikawa em 1943 e, segundo COLAK ET AL. (2013), trata-se de uma ferramenta extremamente útil para analisar processos, situações e para desenvolver um plano de recolha de dados. O Diagrama de Causa e feito consiste na representação de vários elementos (causas), de um sistema, que podem contribuir para um dado problema (efeito). Geralmente, recorre-se a este tipo de diagrama para identificar as possíveis causas de um problema específico. Este digrama possibilita às empresas a obtenção de diversas informações sobre um problema e a definição de causas possíveis para o mesmo.

Figura 10:Exemplo da estrutura de um Diagrama de Causa e efeito17.

16 Adaptado de:

http://www.ibm.com/developerworks/rational/library/integration-rational-team-concert-quality-tools/index.html

17 Adaptado de: COLAK ET AL., 2013 Sim Sim Não Não Não Sim Sim Não Sim EFEITO

Método Máquina Medida

Meioambiente Mão-de-obra Material

Imagem

Figura 3: Conceito de produto 3 .
Tabela 2: Exemplos de Inovações Simples, Novos produtos e Inovações de base.
Figura 7: Fatores envolvidos no processo de Melhoria Contínua 12 .
Figura 8: Ciclo PDCA 15 .
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Referências

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