L. FSC I
Biblioteca Setorial CCS-0UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE
CIÊNCIAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE ESTOMATOLOGIA
CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO
EM
ODONTOPEDIATRIA
TERAPIA
ENDOD6NTICA
EM DENTES
PERMANENTES
COM
RIZOGÊNESE INCOMPLETA
Cintia Silveira
ncyiectla afre4enteula
ao
ri_tcAz),de
alixacjo,
Calanitc, ea&ti-ta c/a W.Lq -J63 Accraa/Wen:el-la cla c__ÍÍYffic , cie
W
anZaAecit'atxt'a
iL;FS : i3ib1ioteca Setorial
CCS-0
C44raalego a :43roAssor-a &aria LVoséfrrsua a/fie/I-bear
:AO Aaci4ncia
e amixacie a/wean& todas as etaAas eks& txtrdallto. coin Gows exeinAks
afriee/nidezmosi
SUMÁRIO
RESUMO
07
ABSTRACT
08
1
INTRODUÇÃO
09
2
PROPOSIÇÃO
11
3
REVISÃO DA LITERATURA
12
4
DISCUSSÃO
65
5
CONCLUSÃO
84
RESUMO
Este trabalho trata de uma revisão da literatura sobre dentes com formação incompleta da raiz. As razões para problemas com o tratamento endodEintico com o ápice radicular aberto, isto 6, considerações clinicas, diagnóstico, plano de tratamento e técnicas de tratamento são discutidas. Trata-se de um trabalho clinico-teórico, que orienta o odontopediatra nestes casos especiais, onde a habilidade para tratar crianças e o
conhecimento técnico devem estar em conjunto para o sucesso do tratamento. 0 tratamento de dentes imaturos consiste em exame clinico e
radiográfico, anestesia, isolamento, abertura coronária, exploração, esvaziamento, estabelecimento do comprimento de trabalho,
instrumentação, irrigação, curativo intra-canal e selamento coronário,
sendo que para polpa morta deve-se esvaziar todo o conteúdo do canal e
estabelecer o comprimento de trabalho em 1 mm aquém do ápice radiográfico e para polpa viva deve-se esvaziar o(s) canal(is) e estabelecer
o comprimento de trabalho respeitando os 3 a 4 mm finais. 0 material mais utilizado para o curativo intra-canal é o hidróxido de cálcio que deve ser utilizado até a confirmação clinica ou radiográfica da complementação apical ou da formação da barreira apical, que varia de 3 a 20 meses, dependendo do caso considerado desde que a completa remoção de
bactérias e tecidos necrosados do canal(is) radicular(es) tenha sido
ABSTRACT
This work treats of a revision of the literature on teeth with incomplete formation of the root. The reasons for problems with the treatment
endodôntics with the apex open, that is, clinical considerations, diagnosis, treatment plan and treatment techniques are discussed. It is treated of a clinical-theoretical work, that guides the odontopediatra in these special cases, where the ability to treat children and the technical knowledge should be together for the success of the treatment. The treatment of immature teeth consists of clinical exam, anesthetizes, isolation, coronary opening, exploration, emptying, establishment of the work length, irrigation, curative intra-channel and coronary selamento, and for pulp died it should become empty the whole content of the channel and to establish the work length on this side in 1 mm of the apex and for pulp to live it should become empty the canal and to establish the work length respecting the 3
1 INTRODUÇÃO
Das emergências odontológicas, os traumatismos são os que
causam o maior impado emocional e psicológico nos pais e na criança.
Nestas situações, o profissional deverá estar emocionalmente preparado
para intervir com segurança, rapidez e aplicar técnicas de atendimento
eficientes, estabelecendo um diagnóstico e tratamento adequados. Dai a
importância do Odontopediatra, que além de ser um profissional que está
tecnicamente preparado para atender crianças, deve também estar
capacitado para resolver com segurança estas situações especiais de
emergência.
A partir da erupção dos primeiros dentes permanentes anteriores,
que ocorre por volta dos 7 anos, até sua completa formação radicular,
que termina por volta dos 1 0 anos, temos este período critico em que o
dente está suieito a traumatismos (KATEBZADEH, DALTON, TROPE,
1998).
canais radiculares serem freqüentemente divergentes, dificultando a
instrumentação e tornando a obturação difícil, o tratamento endodô ntico
reveste-se de inúmeras dificuldades técnicas, tornando-o de difícil
execução na maioria das vezes (BAGGET et al.,
1996;
SHEEHY,
ROBERTS,
1997).
Portanto, o tratamento de dente imaturos consiste em permitir o
crescimento radicular continuado e o fechamento apical (apicogênese), ou
criar um ambiente anatômico no interior do canal radicular e dos tecidos
periapicais após a morte puipar, a fim de permitir a formação de uma
barreira calcificada através do ápice aberto (apecificação)
(FORD,
1998).
Este tratamento permite, no caso de polpa viva, que a raiz continue
seu desenvolvimento, diminuindo o risco de fraturas e no caso de polpa
2 PROPOSIÇÃO
Este trabalho tem como objetivo trazer contribuições teórico- clinicas
para o Odontopediatra, quanto ao diagnóstico, tratamento e prognóstico
3
REVISÃO DA LITERATURA
FRANK
(1966),
descreveu uma técnica para tratamento de dentes comdesenvolvimento incompleto da raiz, que consistia em isolamento dental
com lençol de borracha, acesso 6 cavidade pulpar, estabelecimento do
comprimento de trabalho com o auxilio de uma lima colocada no interior
do canal, instrumentação e irrigação com hipoclorito de sódio, secagem
do canal, curativo com pasta de hidróxido de cálcio e selamento duplo
com Cavit e OZE. Após a primeira consulta, se houvesse sintomas, o
curativo era removido, o canal radicular deixado aberto, e após 1 semana,
repetia-se o procedimento realizado na primeira consulta. Três a 6 meses
após estes procedimentos, radiografias eram tomadas para verificar o
crescimento e fechamento apical. Com o auxilio de um instrumento
endoclôntico verificava-se o fechamento apical, e em caso positivo, o canal
era obturado com guta-percha usando a técnica de condensação lateral, e
nos casos em que não houvesse ainda o fechamento apical, novo curativo
natureza e direção do desenvolvimento apical variou, notou-se quatro
resultados clínicos diferentes:
a) fechamento apical com desenvolvimento apical definido e aparente
obliteração apical;
b) fechamento apical sem nenhuma mudança no espaço do canal
radicular;
c) ausência de evidência radiográfica de desenvolvimento apical, porém,
com formação de uma ponte calcificada fina verificada com o auxilio de
um instrumento endodôntico;
d) presença de uma ponte calcificada formada e determinada
radiograficamente. 0 fato da formação da raiz prosseguir após um
período inativo, pode ser devido a presença da bainha epitelial de
Hertwig intacta retomar sua função em consequência da remoção da
fonte de infecção.
STEINER, DOW,
CATHEY (1968),
relataram que o tratamento de um dentenão vital imaturo sempre apresentou problemas, devido 6 condição
anatômica que estes dentes se apresentam, dificultando a obturação.
dentes imaturos não-vitais utilizando hidróxido de cálcio [Ca{01-1}2] e
paramonoclorofenolcanforado {CMCP} e recomendaram empregar esta
técnica preferencialmente à técnica cirúrgica retrógrada, pois este é um
procedimento difícil para utilizar em crianças, podendo ser traumático para
pacientes jovens. Quatro casos clínicos foram descritos, onde o tratamento
consistiu de acesso ao canal radicular, abertura coronária, irrigação e
secagem do canal radicular, curativo com CMCP; na segunda consulta:
remoção do selamento e curativo, irrigação do canal radicular,
determinação do comprimento de trabalho com uma lima endodemtica,
instrumentação, irrigação e secagem do canal radicular, curativo
intra-canal com uma pasta de Ca(OH)2 - CMCP inserida no canal com um
instrumento endodOntico, radiografia para verificar a qualidade da
obturação e selamento com Cavit. Quatro a seis meses após estes
procedimentos, os pacientes foram avaliados para verificar o fechamento
apical; se o fechamento estava ocorrendo mas ainda era incompleto e o
selamento coronário estava adequado, a pasta não era mudada. Se
nenhuma evidencia de fechamento fosse obse rv ada, a pasta era removida
e novo material era inserido no canal e o paciente acompanhado até o
Observou-se neste estudo que o tempo necessário para a formação da
barreira apical foi de 13 a 15 meses, onde então o canal foi preparado
1mm aquém da ponte radiográfica apical, irrigado, seco e obturado com
guta-percha utilizando a técnica de condensação lateral.
BINNIE, ROWE (1973), estudaram histologicamente dentes pre-molares
imaturos de cachorros com o objetivo de avaliar os efeitos do hidróxido de
cálcio nos tecidos periapicais, em diferentes intervalos de tempo.
Realizou-se anestesia geral, abertura coronária, extirpação pulpar, irrigação dos
canais com solução salina e secagem dos canais com pontas de papel
absorvente. Dos 78 canais radiculares estudados, 37 foram obturados
com uma pasta de hidróxido de cálcio e água destilada; 19 canais foram
obturados com Calxyl, que contem hidróxido de cálcio; 12 canais foram
obturados com a pasta de Grossman e 10 canais foram deixados abertos
para a cavidade oral, sendo que os materiais obturadores foram
introduzidos nos canais com auxilio de um instrumento rotatório utilizado
em baixa rotação e condensado com pontas de guta-percha. Os canais
radiculares foram avaliados em intervalos de 1, 2, 4, 12 e 16 semanas e
(54%) estavam livres de reação periapical e apenas cinco (14%)
produziram alguma reação periapical; dos 19 canais obturados com
Calxyl, em sete (37%), os tecidos periapicais estavam normais e 11 (58%)
mostraram severa resposta inflamatória; e dos 12 canais obturados com
pasta de Grossman, apenas dois estavam livres de reação periapical. Os
resultados indicaram que o uso da pasta de hidróxido de cálcio e água
destilada e adequado biologicamente como material obturador radicular,
produzindo resultados mais favoráveis quando comparados ao Calxyl e a
pasta de Grossman.
BARKER, MAYNE (1975), descreveram três casos clínicos onde a
apecificação ocorreu sem o tratamento endodôntico. 0 primeiro caso foi
de um menino de 7 anos que sofreu trauma ocasionando completa
avulsdo dos incisivos laterais inferiores e deslocamento lingual de ambos
os incisivos centrais Os incisivos laterais não puderam ser recuperados e os
incisivos centrais foram acomodados na mucosa, a fratura alveolar
reposicionada e realizada a contenção dental. Após 10 meses, observou--
se radiograficamente que o ápice do incisivo central estava quase
particularidade muito interessante: no espaço alveolar dos incisivos laterais
perdidos, notou-se formações de tecido duro, com radioluscencia central
e circunscrito com uma "membrana periodontal" e lamina dura. Doze
meses após ocorreu um maior desenvolvimento destas estruturas e os
ápices dos incisivos centrais, apesar da continua obliteração dos canais,
estavam completamente formados. Para os autores, o deslocamento e
reposição dos incisivos centrais não impediu a calcificação devido a
Bainha de Hertwig que deve ter permanecido ativa e o fenômeno do
isolado crescimento do ápice radicular no espaço dos incisivos laterais
perdidos foram derivados do tecido odontogênico viável retido após a
perda dental. 0 segundo caso foi de uma menina de 6 anos que sofreu
um acidente onde seu incisivo lateral inferior esquerdo foi completamente
avulsionado e reimplantado e o incisivo central inferior esquerdo
deslocado para vestibular, reposicionado e esplintado. Quatro anos após,
a radiografia revelou fechamento apical do incisivo lateral; mal formação
radicular e obliteração do canal radicular do incisivo central. Por razões
ortodônticas, extraiu-se o incisivo central e a análise histológica mostrou
presença de tecido duro fechando o ápice através de uma matriz de
anos que quando tinha 7 anos havia traumatizado seu incisivo central
superior direito, mas que não foi intervido na época e retornou a clinica
queixando-se de dor no dente envolvido. A radiografia mostrou o ápice
aparentemente fechado, sendo interpretado como um caso de
auto-apecificação. Os autores salientaram que o trauma havia parado o
desenvolvimento normal do canal radicu lar, provavelmente como resultado
da interrupção do suprimento sanguíneo apical e necrose pulpar e devido
6 isso, o fechamento apical foi completado. Todos os casos descritos
trataram-se de apecificação que ocorreu sem tratamento endoclôntico,
sugerindo que o valor do uso do hidróxido de cálcio pode não ser tão
essencial para promover o fechamento apical.
CAMP (1977), explicou que nos dentes permanentes jovens, a perda da
vitalidade pulpar cria problemas especiais. Sendo a polpa necessária para
a formação da dentina, se ela necrosar antes do término da rizogênese o
dente terá uma relação coroa-raiz deficiente, resultando em uma raiz fina
e mais susceptível 6 fratura. Neste período, o dente encontra-se em uma
situação especial, pois as raizes encontram-se incompletamente formadas,
aberto, e a terapia endodântica convencional não está indicada. 0
tratamento de dentes permanentes imaturos antes da introdução das
técnicas de fechamento apical era cirúrgico; e embora a cirurgia fosse
bem sucedida, os aspectos mecânicos e psicológicos apresentavam muitas
contra-indicações; alem de que a remoção de uma parte da raiz para
obter-se o vedamento apical tornava insatisfatória a relação coroa-raiz e
como essa situação existia geralmente em crianças, era desejável uma
abordagem menos traumática. 0 autor relatou que o uso do hidróxido de
cálcio para promover a apecificação foi relatada pela primeira vez por
KAISER em 1964, e desde então tornou-se o material mais largamente
aceito para promover a apecificação, que consiste em um processo que
ocorre deposição de material calcificado sobre o forame apical sendo do
tipo osteóide (semelhante ao osso) ou cementáide (semelhante ao
cemento), podendo o fechamento apical ser parcial ou completo, mas
existindo sempre comunicações minúsculas com os tecidos periapicais. Por
esta razão a apecificação deve sempre ser seguida da obturação
permanente do canal radicular com guta-percha, sendo que o sucesso do
KLEIN (1978), realizou um estudo em 93 crianças de 6 a 11 anos,
avaliando 631 dentes permanentes anteriores, com um estimulador pulpar
elétrico, com o objetivo de determinar a resposta destes dentes ao teste
elétrico durante os diferentes estágios de desenvolvimento radicular.
Somente dentes sem evidências clinicas ou radiográficas de patologias,
dentes bem posicionados, que não haviam recebido tratamento
ortodôntico e que não tinham sofrido trauma foram selecionados. Foram
tiradas radiografias dos dentes testados para determinar o grau de
desenvolvimento radicular, que foram classificados de acordo com a
formação apical. Quatro categorias de formação apical foram registradas:
ápice radicular aberto completamente, 2/3 de raiz formada com ápice
aberto, 1/3 de raiz formada com ápice aberto e ápice fechado. Os dentes
foram testados duas vezes, com tempo de intervalo de uma semana.
Durante o teste, a corrente do aparelho foi aumentando progressivamente
em intervalos regulares e as crianças foram orientadas para que
relatassem quando uma dor leve era sentida. As leituras nas duas sessões
foram comparadas e analisadas estatisticamente. Os resultados indicaram
que uma alta porcentagem (89,2%) de dentes com ápice completamente
de respostas positivas aumentaram conforme o desenvolvimento radicular,
que pode ser explicado pelo progressivo aumento da inervação dental.
Estes achados sugerem que o clinico deveria ter conhecimento do estágio
de desenvolvimento radicu lar do dente, quando avaliar a vitalidade pulpar
com o teste pulpar elétrico.
COVIELLO, BRILLIANT, COLUMBUS (1979), realizaram um estudo com o
objetivo de avaliar o uso do hidróxido de cálcio e do fosfato de tricálcio
para promover um anteparo apical para permitir a obturação do canal
radicular em consulta única, substituindo a técnica convencional, que
necessita consultas múltiplas, para permitir a formação da barreira apical
utilizando hidróxido de cálcio. 0 estudo avaliou 90 pacientes que
possuíam 101 dentes permanentes necrosados com ápice aberto. Os
dentes foram divididos em dois grupos, sendo que o grupo] foi formado
por 42 dentes pertencentes a 38 pacientes, no qual os dentes foram
obturados em sessão única, utilizando o hidróxido de cálcio e o fosfato de
tricálcio como um tampão mecânico. Em quatro dentes, o hidróxido de
cálcio foi misturado com solução salina, utilizado como barreira mecânica
condensação lateral, e no restante dos dentes, o fosfato de tricálcio foi
misturado com solução salina e levado 6 câmara pulpar com um porta
amálgama, depositado no ápice com auxilio de um instrumento
endockintico, feito a remoção dos excessos das paredes do canal e
obturados com guta-percha utilizando a técnica da condensação lateral.
0 grupo 2 foi formado por 59 dentes de 52 pacientes, escolhidos ao
acaso, tratados com curativos convencionais onde o hidróxido de cálcio foi
usualmente utilizado em combinação com o
paramonoclorofenolcanforado, servindo como grupo controle. Dos 42
dentes do grupo 1, 35 foram acompanhados por aproximadamente 9
meses, e encontrou-se 29 casos de sucesso, cinco resultados questionáveis
e um fracasso; e dos 59 dentes do grupo 2, 52 foram acompanhados por
aproximadamente 9 meses, e encontrou-se 33 casos de sucesso, 10
resultados questionáveis e nove fracassos. Os resultados indicaram que
durante 9 meses de observação, não houve diferença substancial entre o
uso do hidróxido de cálcio e o fosfato de tricálcio, sendo que o tratamento
com consulta única utilizando hidróxido de cálcio ou fosfato de tricálcio é
acompanhamento com o objetivo de obter a formação da barreira apical
com a troca de curativos de hidróxido de cálcio.
GHOSE, BAGHDADY, HYKMAT (1987), realizaram um estudo com 43
crianças, de 8 a 12 anos, que tinham 51 dentes incisivos permanentes
traumatizados com raizes incompletamente formadas, portadores de
fratura coronária com exposição pulpar à cavidade oral por períodos de 1
mês a 3 anos, com o objetivo de avaliar o uso do hidróxido de cálcio
(Calasept), o tipo de barreira formada e a influência do diâmetro apical
para a formação da barreira apical no tratamento de dentes com
rizogênese incompleta. Vinte e cinco dos dentes da amostra (49%) eram
portadores de infecção aguda, e cinco dos 25 possuíam patologia
periapical. Vinte e seis dentes (51%) não possuíam infecção aguda, e
destes, dois tinham lesão periapical. Foi realizado exame clinico e
radiográfico, abertura coronária, mensuração do comprimento de trabalho
e do diâmetro apical na radiografia, esvaziamento, irrigação com solução
salina, secagem dos canais com pontas de papel absorvente e introdução
de medicação intra-canal com antisséptico aplicado com pontas de papel,
dentes avaliados. Este procedimento foi realizado no mínimo uma vez
antes do tratamento com hidróxido de cálcio. 0 tratamento com hidróxido
de cálcio só foi iniciado após o controle dos sinais e sintomas da
infecção, principalmente a sensibilidade à percussão. Após o canal estar
limpo, inseriu-se uma pasta de hidróxido de cálcio com auxilio de uma
agulha, 2mm aquém da regido apical. A qualidade da obturação foi
verificada com auxilio de uma radiografia, e caso espaços vazios fossem
encontrados, nova injeção de hidróxido de cálcio era realizada. 0
paciente foi controlado mensalmente, para observar a formação de
barreira apical e presença de material no canal. Quando a barreira apical
foi formada, a obturação final com guta-percha era realizada usando a
técnica de condensação lateral. Os resultados indicaram que existiram
poucos tratamentos onde a apecificação desenvolveu-se rapidamente, e o
desenvolvimento da barreira apical em 96% dos casos ocorreu entre 3 e
10 meses. Este estudo confirmou a eficácia do uso do hidróxido de cálcio
para auxiliar a indução da apecificação e a formação de diferentes tipos
de barreiras apicais. Em 65% dos casos, a barreira apical foi em forma de
capuz; em 25% dos casos em forma de ponte e em 10 % dos casos como
UFSC
Biblioteca Setorial CCS-0
apical favorável é obtido se o hidróxido de cálcio é colocado em contato
com os tecidos periapicais, sendo que o diâmetro apical não afetou
significantemente o tempo de apecificação; entretanto, no caso de raiz
ampla, existe a tendência de formar barreira tipo cunha invaginada. Ainda,
devido a possibilidade do desenvolvimento de patologia periapical, é
importante o controle pós-operatório mantido por no mínimo 1 ano.
MACKIE, BENTLEY, WORTHINGTON
(1988),
realizaram um estudo em112
dentes incisivos não vitais com raiz incompletamente formada,pertencentes a crianças tratadas na Clinica de Trauma da Universidade de
Manchester entre abril de 1983 e outubro de 1987, com o obletivo de
avaliar o uso do hidróxido de cálcio para promover fechamento apical em
dentes com ápice aberto. Na maioria dos casos, realizou-se isolamento
absoluto e onde não foi posivel, o isolamento relativo foi realizado.
Procedeu-se a abertura coronária, remoção da polpa necrótica com
extirpa-nervo; cálculo do comprimento de trabalho estabelecido em 1mm
aquém do ápice radiográfico, instrumentação do canal com limas
endodânticas utilizando movimentos suaves e verticais, alternando com
pontas de papel absorvente. No caso da presença de infecção no canal,
indicado pela presença de pus, o canal foi preenchido com uma pasta
antibiótica com auxilio de uma lentulo e a cavidade selada com OZE. Ate
o controle da infecção, curativos com a pasta antibiótica foram trocados
semanalmente, porém, não excedendo um número máximo de 3 curativos.
Os dentes com ausência de infecção ou nos dentes em que a infecção
estava controlada, revestiu-se o canal com pasta de hidróxido de cálcio,
com auxilio de uma seringa tipo carpule provida de agulha, injetada
lentamente em todo o comprimento de trabalho. Após, comprimiu-se
suavemente uma bolinha de algodão na cavidade e esta foi selada com
OZE. 0 primeiro curativo de hidróido de cálcio foi trocado após 1 mês e
os demais trocados a cada 3 meses ate a formação da barreira
calcificada. A presença da barreira foi verificada com auxilio de uma ponta
de papel, e caso o anteparo apical fosse localizado, um instrumento
endodemtico era suavemente introduzido no canal para confimar a
presença da barreira apical; no caso de dúvida quanto a presença da
barreira, exsudato, hemorragia ou sensibilidade apical, era realizado novo
curativo que permanecia no canal radicular por mais 3 meses. Durante o
dentes traumatizados, radigrafias eram feitas periodicamente para verificar
possível reabsorção radicular ou radioluscência periapical. Como a
checagem da barreira foi feita clinicamente, o número de radiografias foi
reduzido a um número mínimo, diminuindo a quantidade de radiação
recebida pela criança. Após a formação da barreira apical, realizou-se a
obturação com pontas de guta percha e cimento OZE, usando a técnica
da condensação lateral. Os resultados indicaram 96% de sucesso nos
casos tratados, sendo um método fácil e bem aceito pelas crianças. A
formação da barreira apical foi conseguida em um período de 7 6 8
meses, sendo que o fechamento do ápice radicular foi mais rápido em
crianças de 11 a 15 anos do que em crianças mais jovens, uma vez que o
tempo requerido para o tratamento das crianças de 11 a 15 anos foi a
metade do tempo de tratamento requerido para crianças mais jovens.
Ainda, em crianças com ápice radicular aberto com diâmetro de 2 mm ou
menos, o fechamento apical foi mais rápido do que em ápices de
diâmetros maiores, onde foi necessário uma quantidade maior de
ROTSTEIN,
FRIEDMAN, KATZ
(1990),
relataram dois casos clínicos ondeutilizaram o hidróxido de cálcio para induzir o fechamento apical em
dentes posteriores maduros onde a constricção apical foi perdida devido
ao processo inflamatório crônico. 0 primeiro caso foi de uma mulher de
29 anos que procurou atendimento devido a uma dor espontânea e
intensa no segundo molar inferior esquerdo. 0 exame clinico revelou que
o dente envolvido estava móvel, sensível 6 percussão, com presença de
inchaço e com uma coroa insatisfatória e o exame radiográfico mostrou
inadequada obturação do canal radicular com presença de grande lesão
periapical. Foi então removido a obturação com guta-percha, drenado o
exsudato, irrigado com hipoclorito de sódio 2,5% e selado
temporariamente com IRM. Dois dias após a paciente retornou com dor
severa e o dente foi reaberto, drenado, irrigado, entretanto, como o
exsudato não podia ser controlado, o dente foi deixado aberto, a paciente
medicada com antibiótico e remarcada para controle. Porém, a paciente
só retornou três meses após, onde foi feito a instrumentação dos canais
radiculares e curativo com Calxyl, trocado uma vez a cada três meses e
após nove meses, quando uma barreira apical foi formada, os canais
de um homem de 26 anos que começou a terapia endodõntica no 2'
molar superior direito há 15 meses, porem interrompeu o tratamento e
retornou devido a dor intensa e inchaço no dente envolvido, que tinha
uma radioluscência associada a raiz palatina, onde realizou-se a abertura
coronária, irrigação, e curativo com hidróxido de cálcio. Entretanto, o
paciente só retornou três meses após com o dente assintomático e sem
nenhuma evidência de hidróxido de cálcio no canal. Foi então realizado a
irrigação, instrumentação, curativo com Calxyl substituido a cada três
meses e nove meses após detectou-se a barreira clinicamente, e o dente
foi então obturado com guta-percha. Os autores enfatizaram que embora
a apecificação com hidróxido de cálcio apresente algumas desvantagens,
corno necessidade de múltiplas consultas estendendo o tratamento por um
longo período de tempo, necessitando a cooperação do paciente, o
hidróxido de cálcio pode induzir o fechamento apical radicular em dentes
maduros que perderam 6 constricção apical tanto como em dentes
imatu ros.
Segundo AUN et al. (1994), o estabelecimento de um correto diagnóstico
endodôntico, sendo que os testes são amplamente empregados na
detecção da vitalidade pulpar. Foi realizado um estudo "in vivo" utilizando
86 incisivos centrais superiores de 46 crianças entre 7 e 8 anos,
selecionados na Clinica de Odontopediatria da Faculdade de
Odontologia da Zona Leste de Sao Paulo, com o objetivo de avaliar a
confiabilidade dos testes de vitalidade pulpar (gelo, teste elétrico e gas
refrigerante DDM — diclorodifluorometano), em dentes permanentes jovens
com rizogênese incompleta. Os dentes foram selecionados levando em
consideração critérios como ausência de história prévia de traumatismo
dental, cárie ou restauração, ausência de evidência radiográfica de
alteração periapical, sendo que os dentes encontravam-se entre os
estágios 8 e 9 de NoIla, ou no estágio 6 de Moorrees, onde ao menos 2/3
da raiz estavam formados. Para a aplicação do gelo, foi utilizado o "lápis
de gelo", registrando-se como resposta negativa aquela que não foi
relatada após 15 segundos da primeira aplicação ou 20 segundos da
segunda aplicação. Para o teste elétrico, foi seguida as instruções do
fabricante, considerando como resposta negativa ausência de sensação
alguma ate o valor máximo de 9 da escala de voltagem do aparelho.
ausência de estimulo ate 5 segundos de aplicação no dente. Os resultados
indicaram que o gás refrigerante proporcionou uma maior porcentagem
de respostas positivas que o teste elétrico e o gelo, nesta ordem, sendo
que ocorreu uma maior rapidez na obtenção da resposta com gás
refrigerante. 0 gás refrigerante deve ser usado como recurso auxiliar
adicional somente quando os métodos convencionais não se mostrarem
eficazes, em vista da necessidade de novos estudos avaliando a
possibilidade de eventuais danos na estrutura dental causada pelos gases
refrigerantes, em virtude do acentuado decréscimo da temperatura na
superfície dental que estes gases proporcionam. 0 trabalho indicou que
não é possível determinar a precisão do estado histopatológico da polpa,
mas somente a obtenção da resposta pulpar ao estimulo aplicado; e em
várias situações de dentes permanentes jovens com rizogênese incompleta,
o estimulo induzido pelos testes de vitalidade pulpar são incapazes de
produzir uma resposta satisfatória.
CUNHA,
PAVARINI, PERCINOTO
et al.(1995),
avaliaram radiográfica ehistologicamente os tecidos pulpares e periapicais de 40 incisivos centrais
por 7, 15, 30 e 60 dias os resultados de uma intrusão experimental
induzida através de sopros mecânicos. Depois dos períodos de
observação, os cachorros foram sacrificados, dois de cada vez, retiradas
as hemi-maxilas e preparadas para o exame histológico. Os dentes
traumatizados mostraram formação apical acelerada e redução do
comprimento radicular, sendo que a vitalidade pulpar foi mantida e os
tecidos periapicais não apresentaram sinais de mudanças irreversiveis. Os
resultados indicaram também que todos os dentes traumatizados
re-erupcionaram espontaneamente.
JACOBS
(1995),
relatou o caso de uma garota de 9 anos que procurouatendimento no mesmo dia que intrusionou o incisivo central (11) e lateral
(12). 0 exame clinico revelou fratura da coroa do 11, exudato gengival
na área traumatizada e ausência de mobilidade dos dentes envolvidos.
Oito dias após foi colado um "bracket" na superfície vestibular do 11, com
o objetivo de realizar a extrusão ortodântica. Um
mês
após os dentes nãoresponderam ao teste de vitalidade, e o 11 apresentou inicio de
reabsorção radicular, sendo então esvaziado e preenchido
Biblioteca Universitár'
UFSC
0
notou-se que o dente 12 reerupcionou espontaneamente, e quatro meses
após os dentes apresentavam-se em posições satisfatórias. Decorridos 7
meses, o canal radicular do 11 foi obturado com guta percha. A polpa
dental do 12 mostrou sinais de calcificação no 7° mês após ocorrido a
injúria e estava completamente calcificada 4 anos após o trauma. 0
rnonitoramento radiográfico ainda foi realizado 9 anos e 10 meses após,
demonstrando extensa calcificação, ausência de patologia periapical e
reabsoção inflamatória da raiz. Intrusão dental é o tipo de traumatismo
onde ocorre o maior dano à polpa e a estrutura de suporte dental, devido
a compressão do dente contra o processo alveolar e considerando dentes
intrusionados, o risco de reabsorção radicular por substituição é de 58%
em dentes com raiz imatura e 70% em dentes com completa formação
radicular, sendo que o prognóstico de sobrevivência pulpar após intrusão
muito mais favorável em dentes com formação incompleta da raiz, do
que em dentes com raiz totalmente formada. Ainda, se a formação da raiz
for incompleta, a re-erupção espontânea do dente pode ocorrer dentro de
um período de vários meses e o estado pulpar deve ser constantemente
monitorado. Nos casos em que surgirem radiolucencia periapical ou
removido tão logo seja feito o diagnóstico, e no canal radicular seja
colocado um medicamento intra-canal, como o hidróxido de cálcio, que
tem sido utilizado por muitos anos na odontologia.
BAGGET, MACKIE, WORTHINGTON (1996), preocupados com o risco
das radiação aos pacientes jovens, desenvolveram uma técnica para medir
o comprimento de trabalho em incisivos com desenvolvimento radicular
incompleto, com o objetivo de substituir o diagnóstico tradicional
radiográfico por outro que consiste de uma técnica tátil, usando pontas de
papel absorvente. A amostra consistiu de 35 dentes incisivos não vitais,
com ápice aberto, pertencente à 33 crianças com idade entre 8 e 16 anos,
que eram atendidas na Clinica de Traumatologia da Unidade de
Odontologia Pediátrica do HU de Manchester. Foi tomada uma
radiografia pré-operatória dos dentes tratados; a anestesia local foi
utilizada nos casos de sintomatologia dolorosa e nos casos de crianças
muito nervosas foi utilizado sedação por inalação. Após o isolamento
absoluto que foi utilizado na maioria dos casos, realizou-se a abertura
coronária de forma convencional, extirpação da polpa inflamada ou
absorvente. Nos casos onde não foi utilizado anestesia, pressionou-se
suavemente uma ponta de papel absorvente n° 30 no canal radicular, até
a criança relatar ao clinico o momento que sentia uma "sensação"que
indicava que a ponta de papel estava em contato com o tecido resistente
do canal ou quando o operador percebesse pelo tato a ponta de papel
entrando em contato com o tecido, e nos casos onde foi utilizado
anestesia, o operador apenas sentia quando a ponta do cone de papel
entrasse em contato com o tecido. Assim era determinado com uma ping]
clinica o comprimento de trabalho encontrado e este medido com uma
régua milimetrada, utilizando para todos os dentes um ponto de referencia
na coroa dental. Realizou-se este procedimento duas vezes para cada
dente, sendo que para cada vez existiu um operador distinto. 0
comprimento de trabalho calculado através dos cones de papel foram
comparados 'a radiografia pré-operatória. Caso houvesse uma
discrepância maior que 5mm do fim da ponta do cone ao ápice dental,
realizava-se extirpação, lavagem, secagem e repetição da medição do
canal. Quando os dois clínicos tinham completado suas medidas,
tomou-se uma radiografia periapical com um instrumento endodemtico
operador; caso o instrumento endodOntico estivesse em um nível superior
a 5 mm do ápice radiográfico, o instrumento era reposionado e a
radiografia repetida para determinar o comprimento de trabalho correto; e
caso a ponta do instrumento estivesse em um nível inferior a 5mm do
ápice radiográfico, o comprimento de trabalho era calculado medindo a
discrepância entre a ponta do instrumento e o ápice radiográfico; e,
finalmente, se a lima estivesse â 1 mm aquém do ápice radiográfico, o
tratamento endodântico era realizado. Os resultados indicaram que
nenhum diagnóstico radiográfico se fez necessário em 95% dos casos,
com exceção onde o dente permaneceu aberto 6 cavidade bucal, onde
recomenda-se a utilização do diagnóstico radiográfico tradicional.
Concluíram que alem de ser uma técnica fácil e rápida, onde o tempo
clinico requerido para o tratamento é diminuído, representa um método de
grande valia, pois reduz a exposição da criança aos efeitos indesejáveis
das radiações.
GUPTA, SHARMA
(1996),
descreveram
ocaso
clinico de uma menina de 7anos que sofreu traumatismo dental em seu incisivo central superior direito
diferença no nível de erupção dos dois incisivos centrais. No exame clinico,
o dente traumatizado encontrava-se com 1/3 da coroa erupcionada
apresentando descoloração preto acinzentada, fratura coronária a nível
gengival, pequena sensibilidade a percussão e não respondendo ao teste
pulpar elétrico. A paciente apresentava higiene oral precária com muito
acúmulo de placa bacteriana e gengivite. A radiografia periapical revelou
que o dente traumatizado apresentava raiz imatura, paredes do canal
radicular divergentes apicalmente e com ápice aberto. 0 procedimento
clinico foi realizado após a profilaxia, realizando o debridamento do canal
com limas e obturando com pasta de hidróxido de cálcio introduzido com
auxilio de uma lentulo, e o dente selado com OZE. A paciente foi
programada para retornar em 1 mês, mas se apresentou novamente 6
clinica somente 18 meses após a 1° consulta. Um completo exame clinico
e radiográfico foi realizado. Clinicamente, um instrumento pontiagudo foi
inserido contra o ápice dental que demostrou apresentar uma forte e
homogênea resistência apical e radiograficamente observou-se uma massa
calcificada cobrindo o ápice radicular. 0 tratamento então foi concluído
caso de indução do fechamento apical constituiu em um procedimento
onde não houve monitoramento.
HARBERT
(1996),
relatou que a apecificação de um dente com raizimatura utilizando hidróxido de cálcio apresenta algumas desvantagens,
como tempo de tratamento longo, possibilidade de fracasso no selamento
coronório resultando em infecção e prolongando o tratamento,
necessidade de um grande número de radiografias para monitorar o
fechamento e saúde apical. Devido a isso, o autor descreveu uma técnica
que permite obturar o canal e restaurar o dente definitivamente em sessão
única, como método eficaz para substituir o uso do hidróxido de cálcio.
Relatou o caso clinico de uma menina de 7 anos que havia sofrido
trauma nos seus incisivos centrais superiores no dia anterior. Os dentes
não haviam sofrido luxação e fratura óssea, o dente 11 apresentou fratura
dentária mésio-distal com exposição puipar e sensibilidade (11 percussão. O
dente 21 sofreu apenas leve fratura dentinária, sendo que o exame
radiográfico detectou que os dentes afetados tinham raízes
incompletamente formadas. Decidiu-se tratar endodonticamente apenas o
extirpação pulpar, estabelecimento do comprimento de trabalho pelo
método de Ingle e selamento coronário. Após 5 semanas, o canal foi
instrumentado, seco e recebeu um tampão de fosfato de tricálcio
apicalmente. Este tampão foi preparado misturando o fosfato de tricálcio
com agua destilada, inserido no orifício de um porta amálgama e
condensado com auxilio de um instrumento endoclôntico. Após este
procedimento, o canal foi irrigado, seco com pontas de papel absorvente,
obturado e restaurado. Após 1 ano, os dentes estavam clinicamente
normais, sem reabsorção ou anquilose, sendo que a radiografia do dente
11 mostrou anatomia periapical normal e 7 anos após não havia
mudanças nos achados clínicos e radiográficos. Segundo o autor, alem do
fosfato tricálcio permitir a obtenção da barreira em sessão única,
altamente insolúvel e tem radioluscencia semelhante à dentina.
MACKIE,
BLINKHORN (1996),
discutiram os problemas mais comunsassociados ao trauma dental em
crianças
jovens, e relataram que traumasem incisivos imaturos resultam em completa
avulsao
do dente, devidoraiz estar parcialmente formada e pelo osso alveolar ser ainda
elástico.
deve ser mantida devido a possibilidade de ocorrer revascularizacão. Um
acompanhamento pós-operatório constante deve ser realizado com o
objetivo de detectar possíveis sinais de necrose pulpar, reabsorção da raiz
ou rarefação apical, e caso ocorrer fracassos, a polpa deve ser removida e
o canal revestido com hidróxido de cálcio. Mesmo que o resultado a
longo prazo destes dentes possa não ser conseguido, o dente tem uma
importante função de ser um mantenedor de espaço ideal.
ARAÚJO et al.
(1997),
realizaram um estudo "in vivo" utilizando64
incisivos centrais superiores, entre os estágios 7, 8 e 9 de NoIla, de 34
crianças de 6 a 9 anos, pertencentes a Disciplina de Odontopediatria da
UFRS. 0 objetivo foi de avaliar dois agentes térmicos (gelo e neve
carbônica), na determinação da vitalidade pulpar, em dentes com
rizogênese incompleta. Para isso, foram utilizados testes térmicos com o
"lápis de gelo" e com a neve carbônica, realizado no terço cervical dos
dentes. As crianças foram instruídas para comunicar-se ao primeiro sinal
de sensibilidade, considerando como resposta negativa para o "lápis de
gelo", a resposta não relatada até 15 segundos; e para a neve carbônica,
positiva para o gelo de 25% e para a neve carbônica de 83% da amostra.
Concluíram que a utilização do "lápis de gelo" não é um método confiável
ria determinação da vitalidade em dentes jovens, sendo que a neve
carbônica mostrou alto grau de confiabilidade na determinação da
vitalidade pulpar devido a sua alta capacidade refrigerante.
CALISKAN,TORKON (1997), descreveram um caso clinico de um homem
de 22 anos que apresentava um inchaço na parte vestibular da maxila,
que relatou que seu incisivo central superior esquerdo (21) havia sido
fraturado quando ele tinha 8 anos, porém, na época não procurou
atendimento, apenas se auto-medicou em várias ocasiões por um período
de dois anos. 0 exame clinico revelou descoloração e fratura na
extremidade mesial do 21, sendo que os dentes 21 e 22 apresentavam
ligeira sensibilidade 6 percussão e não respondendo ao teste pulpar de
calor e elétrico. A radiografia periapical mostrou uma grande lesão
radiolúcida de aproximadamente 2 X 2 cm de diâmetro com um halo bem
definido ao redor do ápice do 21 e 22. Realizou-se abertura coronária de
ambos os incisivos e um instrumento número 15 foi pressionado além do
microscópica revelando o diagnóstico de cisto periapical. Concluida a
drenagem, os canais foram preparados 6 um nível de lmm aquém do
ápice, irrigados com hipoclorito de sódio, revestidos com uma parte de
hidróxido de cálcio e sulfato de bário na proporção de 8:1 misturados
com glicerina e selados com OZE. 0 curativo intra-canal foi mudado por
quatro consultas consecutivas, e na consulta seguinte, o 22 foi seco e
obturado com guta-percha usando a condensação lateral; na mesma
consulta, o 21 foi instrumentado, revestido com hidóxido de cálcio e
selado. 0 paciente foi reavaliado a cada 3 meses, e nove meses após, o
exame radiográfico revelou significante decréscimo no tamanho da
radioluscencia periapical e evidencias de fechamento apical, que permitiu
obturar o canal do 21. Após 15 meses, existia evidências de saúde
periapical. Os autores relataram um método de tratamento utilizando
hidróxido de cálcio para promover fechamento apical de dentes maduros,
que devido 6 extensa lesão periapical, encontravam-se com ápice aberto,
demonstrando que o fechamento apical e a saúde periapical podem ser
CHOSACK,
SELA,
CLEATO N
-JO
NES (1997),
realizaram um estudohistológico e uma avaliaçOão histomorfometrica em 48 incisivos superiores
não-vitais de 12 macacos, com o objetivo de comparar o efeito do
intervalo de troca de curativos de hidróxido de cálcio no sucesso da
apecificação. 0 exame radiográfico revelou desenvolvimento radicular
incompleto de todos os incisivos. Foi realizada anestesia geral, extirpação
pulpar, limpeza, instrumentação e obturação do canal radicular com uma
pasta de hidróxido de cálcio (Calxyl). Os dentes foram divididos em três
grupos: o primeiro foi formado de 12 dentes deixados sem nenhum
tratamento complementar; o segundo, composto de 12 dentes, foi
realizado a troca de curativo após um intervalo de 3 meses; e o terceiro
grupo foi formado pelos 24 dentes restantes, onde o hidróxido de cálcio
foi trocado cinco vezes com intervalos mensais. Após 6 meses, os macacos
foram sacrificados e preparados laminas com secções de 6 vm dos dentes
e tecidos envolvidos. 0 estudo histológico avaliou 11 parâmetros
diferentes, e três desses parâmetros foram: presença de hidróxido de
cálcio no ápice radicular, presença de novo cemento no canal e nível de
inflamação. Observou-se que estes parâmetros foram melhores no grupo
histomorfometrica computadorizada avaliou a obturação do ápice dental e
a quantidade de novo osteocemento primário formado no termino e em
volta da raiz do ápice aberto. Os resultados indicaram não haver nenhuma
diferença estatisticamente significante entre os três grupos. 0 Calxyl pode
ser usado como material obturador para promover apecificação, tendo
vantagem sobre a pasta de hidróxido de cálcio por ser radiopaco,
facilitando o exame radiográfico. A presença física continua do Calxyl
fechando o ápice não é essencial para promover apecificação e, pelo
menos até 6 meses após a obturação inicial do canal com hidróxido de
cálcio, não existe vantagem em trocar o curativo mensalmente ou após
um período de 3 meses do curativo inicial.
EBELESEDER, FRIEHS, RUDA et al. (1997), acompanharam e avaliaram
por um período médio de 2 anos e 6 meses os resultados do tratamento
de 39 dentes permanentes imaturos que sofreram avulsdo, tratados com
hidróxido de cálcio. Os resultados mostraram que apenas sete dentes
(18%) tinham sido reimplantados ate 5 minutos após a avulsão; 16 dentes
(4 1 %) revascularizaram ou apresentaram crescimento de tecido Osseo no
(15%)
haviam sido esfoliados ou extraídos;11
dentes(33%)
ficaramesteticamente comprometidos por
descoloração
severa; e15%
dos dentessofreram
reabsorção radicular
porsubstituição.
Este estudo demonstrou aimportância
de reimplantar imediatamenteapós
o acidente dentesimaturos e a necessidade de realizar acompanhamento
periódico
nestescasos para detectar possíveis fracassos.
ERDOGAN (1997),
afirmou que ohidróxido
decálcio
pode ser uma boaescolha para induzir fechamento apical em pacientes jovens, devido as
propriedades
antibacterianas
e a capacidade de induzircalcificação. 0
autor descreveu dois casos clínicos de dentes não vitais com
ápice
aberto,onde a
apecificação
foi promovida com uma pasta dehidróxido
decálcio,
composta de uma parte de sulfato de
bário
para oito partes dehidróxido
de
cálcio
misturado comágua
estéril.0
primeiro caso foi de uma meninade
7
anos, quehá 5
meses havia sofrido trauma no seu incisivo centralsuperior esquerdo, com fratura
dentária
sem exposição pulpar. Na épocafoi realizado proteção com
Dycal
e restauração do dente. A pacienteretornou para consulta queixando-se de dor intermitente no dente
estava vital, e o exame radiográfico revelou que o ápice dental
encontrava-se incompletamente formado. Foi realizado isolamento
absoluto, remoção da restauração, abertura coronária, instrumentação,
irrigação com hipoclorito de sódio e secagem do canal com pontas de
papel. Introduziu-se a pasta com auxilio de uma lentulo e realizou-se o
selamento com IRM. Acompanhamentos mensais revelaram não haver
sintomatologia clinica e a radiografia tirada após 6 meses mostrou o
fechamento apical, permitindo a obturação do canal com guta percha. 0
segundo caso foi de uma menina de 8 anos, encaminhada para
tratamento do incisivo central superior direito que havia sofrido trauma há
4 meses. O dente não respondeu ao teste de vitalidade e o exame
radiográfico mostrou ápice incompletamente formado. 0 acesso ao canal
foi realizado removendo o tecido cariado, fazendo-se a instrumentação
mecânica, irrigação e obturação com a pasta de hidróxido de cálcio. Nove
meses após a primeira visita, observou-se fechamento apical adequado,
que permitiu a obturação do canal radicular com guta-percha. Em ambos
os casos o material permaneceu no canal radicular ate o adequado
fechamento apical e nenhuma patologia apical e reabsorção da raiz foi
GOODEL,
MORK, NUTTER
et al. (1997), realizaram um estudo em 42dentes humanos extraídos para avaliar os efeitos da penetração de um
corante (tinta da Índia) na barreira apical. Os dentes foram instrumentados
para simular um ápice aberto, para simular uma condição resultante de
reabsorção da raiz ou iatrogenia devido ao excesso de instrumentação, e
divididos em dois grupos: o primeiro, formado pela metade dos dentes,
onde receberam barreira apical constituída de cemento de fosfato de
cálcio (CFC) e subseqüente obturação do canal radicular com guta-percha
utilizando a técnica da condensação lateral; e o segundo, composto pela
outra metade dos dentes, que receberam apenas a obturação com
guta-percha utilizando a técnica da condensação lateral, porem, sem auxilio da
barreira apical de CFC. Após 48 horas de exposição dos dentes ao
corante, verificou-se que aqueles que receberam barreira de CPC antes da
obturação com guta-percha tinham menor penetração de corante quando
comparados ao grupo que não receberam barreia apical de CPC, que é
explicado pela biocompatibilidade, potencial de reparação óssea e baixa
absorção do CPC. Os resultados indicaram que a barreira de CPC serve
dura na área do ápice radicular. Esta barreira e conseguida em sessão
única melhorando o selamento apical e pode substituir o uso do hidróxido
de cálcio na técnica de apecificação.
LOVE (1997), avaliou os efeitos do trauma dental na polpa e relatou que
em todos os casos de injúrias a polpa, esta deveria ser considerada
afetada e altamente susceptível a desenvolver patologias. Devido a isso,
em todos os casos deve-se realizar acompanhamento periódico e em
casos especiais, como rizogênese incompleta, todo esforço deve ser feito
para manter a vitalidade do tecido pulpar que e essencial para o
desenvolvimento radicular. Este fato depende do tipo de injúria sofrida, do
estágio do desenvolvimento radicular e da infecção pulpar. Embora manter
a vitalidade pulpar seja o objetivo clinico final, doenças da polpa e
periapicais frequentemente progridem a ponto de comprometer a
continuação do desenvolvimento radicular, e o risco de necrose está
diretamente relacionado ao desenvolvimento da raiz. Segundo o autor, o
risco de morte pulpar após trauma é maior nos dentes com completo
desenvolvimento radicular que em dentes com formação incompleta da
por meio de uma barreira de tecido mineralizado, formado de células
presentes na regido apical do dente e possivelmente composta por tecidos,
como cemento-like, dentina-like, osso-like, ou a combinação dos três. A
barreira apical pode ser formada em menos de 6 meses ou ao longo de 1
a 2 anos, e uma vez formada, o canal pode ser obturado com
guta-percha. O curativo foi considerado como sendo o fator critico do sucesso
do tratamento, mas atualmente o fator critico é considerado como sendo o
completo debridamento do canal radicular, a compelta eliminação de
resíduos de bactérias e a eficácia do selamento coronário.
MESAROS, TROPE (1997), relataram que no caso de trauma em dentes
imaturos, a revascularização pulpar é possível e desejável, porem, devido
a ausência de um teste pulpar efetivo e seguro, muitas polpas são
removidas desnecessariamente. Devido à isso, relataram um caso clinico
utilizando um teste pulpar chamado Laser Doppler Flowmetry (LDF), que
consiste de um aparelho composto por um monitor e uma sonda, que
avalia o suprimento sanguíneo dentro do tecido pulpar, que permite
diferenciar com precisão entre uma polpa que esta recuperando sua
detecção da vitalidade pulpar. Os autores relataram o caso clinico de uma
criança de 8 anos que recebeu atendimento três horas após o trauma,
sofreu luxação severa em ambos os incisivos centrais que possuíam ápice
aberto e que se encontravam completamente avulsionados, permanecendo
apenas preso pelo tecido gengival. Ao exame clinico nenhuma fratura
radicular foi observada, visualizou-se o ápice imaturo e procedeu-se ao
tratamento de emergência: analgesia com oxido nitroso,
reposicionamento, esplintagem com fio de ago e resina composta e
antibioticoterapia. Após 14 dias, removeu-se a esplintagem, verificou-se
que a mobilidade dos dentes estava normal, sendo que o teste pulpar
com gás refrigerante resultou em respostas negativas para ambos os
dentes traumatizados. 0 paciente retornou para acompanhamento, sendo
então confeccionado uma tala de posicionamento para que as leituras do
LDF fossem realizadas sempre no mesmo local do dente. Nesta consulta,
realizou-se uma leitura base com LDF. 0 paciente retornou vinte e seis
dias após o reimplante e uma radiografia periapical revelou bom
reposicionamento dental, desenvolvimento radicular imaturo, nenhuma
patologia periapical ou reabsorção inflamatória, sendo que os dentes
Foram realizadas leituras e ambos os dentes revelaram um valor de fluxo
sanguíneo baixo, quando comparado a um dente controle vital. Trinta e
quatro dias após o acidente, os dentes envolvidos continuaram não
respondendo ao teste pulpar com Os refrigerante e o LDF indicou que o
valor do fluxo estava perto do dobro da leitura base. 0 paciente continuou
assintomático 49 dias após o reimplante, o teste de percussão e palpação
mostraram-se dentro dos limites normais, os dentes traumatizados não
responderam ao teste com gás refrigerante, a radiografia periapical
revelou ausência de patologia periapical e o valor do LDF estavam
inalterados. Após 76 dias, o LDF exibiu para os dentes traumatizados, uma
qualidade de pulsação semelhante ao dente controle, e com valores de
fluxo sanguíneo melhorados. Neste momento o paciente indicou alguma
sensibilidade ao teste com gas refrigerante em apenas um dos incisivos. 0
LDF após 118 dias mostrou melhoria e neste momento era comparável ao
dente controle e a sensibilidade ao teste com gás refrigerante estava
presente em ambos os incisivos. Em aproximadamente 6 meses e meio, o
paciente retornou para avaliação, ambos os dentes permaneciam
assintomaticos, respondendo normalmente ao teste de vitalidade e a
fluxo em ambos os incisivos centrais e uma radiografia revelou a
continuação do desenvolvimento radicular e fechamento normal do
forame apical. Este caso demonstrou que o LDF tem vantagens para o
clinico porque é um método objetivo, medindo diretamente o fluxo
sanguíneo e indicando se a revascularização pulpar esta ocorrendo ou
não.
PARASHOS (1997), descreveu o caso clinico de uma mulher de 21 anos
que havia sofrido acidente de carro ha 4 ou 5 anos, com fratura
mandibular, onde o dente 43 havia sido tratado endodonticamente logo
após o acidente, que resultou em fracasso, optando-se então pela
apicectomia do dente envolvido. Dois a três anos após, a paciente
retornou a um outro clinico geral que retratou o dente traumatizado,
porém, a paciente não terminou o tratamento. Dois anos após, a paciente
procurou novamente atendimento devido a sensibilidade a percussão no
dente 43. 0 dentista realizou abertura coronária, visualizou um exsudato
hemorrágico e encaminhou a paciente para um especialista. 0 exame
radiografico revelou que o tratamento endodôntico do dente 43
4mm de diâmetro. Na consulta inicial, foi realizado isolamento absoluto,
remoção da guta percha com lima Hedstrãm e clinicamente constatou-se
que o ápice estava aberto. 0 comprimento de trabalho foi de 21mm e o
canal foi então instrumentado, irrigado com hipoclorito de sódio, [DIA e
peróxido de hidrogênio, medicado e selado. A paciente retornou 7 dias
após, quando os sintomas haviam diminuído. Nesta segunda consulta,
realizou-se isolamento absoluto, irrigação, curativo com hidróxido de
cálcio e selamento da cavidade. Nove meses após a paciente foi
examinada novamente e uma barreira apical foi sentida com auxilio de
uma lima Hedstrãrn 25. Observou-se saúde periapical e obturou-se o
canal com guta-percha. No acompanhamento pós-operatório, 14 meses
após a obturação, nenhuma mudança nos tecidos periapicais foi
observada. Este é um caso de apecificação ocorrida onde o dente não
estava imaturo na época em que ocorreu a necrose pulpar, e no momento
da cirurgia apical, a bainha epitelial de Hertwig e qualquer estrutura
remanescente foi perdida devido a curetagenn cirúrgica. Portanto, as
células chamadas restos epiteliais de Malassez presentes no ligamento
periodontal, resultantes do remanescente da bainha epitelial de Hertwig
potencial de atividade celular. É importante compreender que a bainha
epitelial de Hertwig não é vista como tendo função na formação da
barreira calcificada e pesquisas sobre o efeito do hidróxido de cálcio sobre
as células dos restos epiteliais de Malassez é indicada.
SHEEHY, ROBERTS
(1997),
realizaram uma revisão de literatura com oobjetivo de estudar o hidróxido de cálcio para induzir um fechamento
apical, que pode ser definido como a formação de uma barreira apical
através de um tecido mineralizado formado no ápice radicular.
hidróxido de cálcio é o material de escolha para induzir a formação de
barreira apical, tendo sucesso em 74 a 100 % dos casos, independente
da marca comercial usada. A técnica para indução da barreira apical
consiste em tomar uma radiografia pré-operatória para estimar o
comprimento de trabalho, realizar anestesia local, isolar o dente utilizando
isolamento absoluto, realizar a abertura coronária, estabelecer o
comprimento de trabalho a nível de 1mm aquém do ápice radiográfico,
debridar as paredes do canal com limas Hedstrõm, irrigar o canal com
hipoclorito de sódio (0,5%), secar com pontas de papel absorvente, inserir
UFSC
Biblioteca Setorial CCS- 0
auxilio de uma lentulo, pressionar uma bolinha de algodão na cavidade
para empurrar o hidróxido de cálcio contra o tecido vital, tirar uma
radiografia pós-operatória e fechar a cavidade com OZE. 0 primeiro
curativo de hidróxido de
cálcio
é substituído de 6 em 6 meses, até queocorra a formação de uma barreira calcificada no ápice, o que deverá
ocorrer em um tempo de 5 a 20 meses. Acompanhamento a longo
prazo destes dentes é
necessário,
pois fracassos como infecções e fraturascervicais da raiz podem ocorrer. No caso de dentes com raiz
incompletamente formada, as paredes do canal radicular
são
frequentemente divergentes, dificultando a instrumentação, e o ápice
radicu lar aberto, dificultando a obturação, o que torna o tratamento destes
dentes complicado.
ESBERARD, CONSOLARO (1998),
definiram apicogenese como otratamento em dentes imaturos com vitalidade pulpar realizado através de
uma pulpotomia onde o desenvolvimento da raiz ocorrerá às custas dos
odontoblastos preservados na polpa radicular; e
apecificação
como otratamento em casos de polpa morta através de
intervenções
endodõnticasmaterial indutor. Depois de muitos casos tratados, destacaram sete formas
de morfologias resultantes da evolução na complementação apical, que
são:
a) complementação apical completa e normal sem presença de necrose
pulpar ou infecção: essa condição ocorre quando a polpa radicular
vital estiver preservada no canal radicular após uma proteção pulpar
direta, pulpotomia ou quando a intervenção endodôntica for feita em
um dente que já estava com a raiz formada ou quase totalmente
formada porém, com o forame apical ainda aberto; após o preparo
biomecânico dos canais radiculares e o seu preenchimento com uma
pasta de hidróxido de cálcio, a qual deverá ser trocada mensalmente e
em pouco tempo (1 ou 2 meses) a raiz estará completamente formada
e o canal radicular poderá ser obturado;
b) complementação radicular e apical completas, com necrose pulpar:
nesse caso existe uma ampla formação de tecido mineralizado, mesmo
com a necrose pulpar, ocorrendo quando os tecidos apicais não
sofreram danos significativos e as células da regido apical responsáveis
pela complementação apical estiverem preservadas. Essa condição
compatível com os tecidos apicais e estimulador de uma forma singular
de selamento apical, sendo que o tratamento também consiste em
trocas mensais de pasta de hidróxido de cálcio, até se detectar clinica e
radiograficamente a complementação apical. Na etiopatogenia desses
casos geralmente há uma história de agressão leve, mas o suficiente
para levar à necrose pulpar, bem como à ausência de infecção;
c) complementação apical com encurtamento da raiz: nesses casos, a
complementação apical é irregular, pois comparada com o dente
homólogo, a raiz torna-se mais curta. Essa condição ocorre,
geralmente, quando a polpa radicular encontra-se necrosada e a raiz
está em uma fase ainda precoce de desenvolvimento, no máximo com
a formação do terço médio, sendo que a papila dentária nesta
condição é ampla e sua destruição se faz parcial e imediatamente
abaixo da região apical em formação. Assim, a eliminação da polpa
necrosada oferecerá condições biológicas para que os remanescentes
da papila dentária e da bainha epitelial de Hertwig promovam pelo
menos uma complementação apical, sem restabelecer o comprimento
d) tampão apical dentinõide ou cementõide, caracterizado pela formação
de um tampão apical de tecido dentináide ou cementóide, unido ou
não à raiz, resultado de uma massa irregular e desorganizada de tecido
dentário duro dentinOide ou cementõide, visualizado radiograficamente
como um tampão, dai a sua denominação. Esses casos resultam de
traumatismos que podem levar à movimentação dos tecidos dentários
já formados para o interior ou para fora do alvéolo correspondente,
podendo haver a desconexão dessa parte da raiz já formada com a
papila dentária. 0 estabelecimento de uma terapêutica adequada
resultará em condições biológicas apropriadas para que a papila
dentária continue sua diferenciação, juntamente com os fragmentos da
bainha de Hertwig que são células altamente resistentes à inflamação e
infecção, resultando em um tampão. Se a desconexão entre as duas
partes da raiz em formação, no momento do traumatismo resultar em
danos mínimos para a papila dentária e bainha de Hertwig, o tampão
apical pode inclusive simular um ter-go apical, embora
independentemente da estrutura radicular;
e) complementação apical fragmentada e irregular: caracteriza-se pela
ou de pequenos e esparsos nódulos radiopacos. Essa forma pode
ocorrer quando o traumatismo for um pouco mais intenso do que nas
formas anteriormente citadas de complementação apical, sendo que a
fragmentação da papila dentária e da bainha de Hertwig resulta na
formação de ilhotas isoladas e desorganizadas de tecido dentin6ide ou
cementóide na proximidade dos fragmentos epiteliais, ocorrendo desde
que existam condições biológicas adequadas para que estes tecidos
odontogênicos embrionários permaneçam vitais no local;
f)
formação de cisto periapical: ocorre frequentemente em dentes avulsionados, devido ao estimulo 6 proliferação dos fragmentos dabainha de Hertwig que persistem na região apical traumatizada. Isso e
explicado pela substituição da papila dentária por um tecido fibroso,
próprio da reparação, que pode levar os fragmentos da bainha de
Hertwig 6 proliferação, pela redução do aporte nutriente e de 02. Nos
tecidos embrionários a quantidade de nutrientes e a oxigenação se
encontra mais elevada, especialmente em relação aos tecidos
conjuntivos fibrosos, e a baixa tensão de 02 e a alta tensão de CO2
associados a um baixo pH, típico de exsudatos inflamatórios, são