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O programa minha casa minha vida (PMCMV) faixa 1 e o setor imobiliário em Maringá: Retrato de uma coalizão público-privada / The my house my life program (PMCMV) track 1 and the real estate sector in Maringá: Portrait of a public-private coalization

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47727-47742 jul. 2020. ISSN 2525-8761

O programa minha casa minha vida (PMCMV) faixa 1 e o setor imobiliário em

Maringá: Retrato de uma coalizão público-privada

The my house my life program (PMCMV) track 1 and the real estate sector in

Maringá: Portrait of a public-private coalization

DOI:10.34117/ bjdv6n7-422

Recebimento dos originais: 16/06/2020 Aceitação para publicação: 16/07/2020

Rubia Maiara Silva Marcon

Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), pesquisadora externa do Laboratório de Pesquisa em Habitação e Assentamentos Humanos (LAPHA)

Instituição: Universidade Estadual de Maringá

Endereço: Campus Universitário, Av. Colombo, nº 5.790 – Zona 7, Maringá – PR, Brasil E-mail: rumarcon.arq@gmail.com

Beatriz Fleury e Silva

Doutora em Habitat pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), docente do Programa Associado de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo UEM-UEL, líder do Laboratório de Pesquisa em Habitação e Assentamentos Humanos (LAPHA)

Instituição: Universidade Estadual de Maringá

Endereço: Campus Universitário, Av. Colombo, nº 5.790 – Zona 7, Maringá – PR, Brasil E-mail: bfsilva@uem.br

RESUMO

No presente artigo analisam-se as coalizões público-privadas estabelecidas no Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), diante dos novos marcos regulatórios nacional e local que priorizam a função social da cidade e da propriedade e a participação da sociedade na construção da política urbana e habitacional. Tendo como estudo de caso o município de Maringá no período de 2005 a 2017, foram pesquisadas possíveis interferências nas leis do Plano Diretor (Lei nº 632/06), Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 888/11) e Parcelamento do Solo (Lei nº 889/11); implementação do instrumento das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e suas aproximações e distanciamentos com o estabelecido no Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01) e Plano Diretor; atuação do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT) enquanto efetivo espaço de gestão democrática e, por fim, grau de aderência do PMCMV ao Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS), aprovado em 2010 no município. A abordagem é qualitativa, com dados coletados por meio de pesquisa documental. Como resultado tem-se interferências na legislação urbanística, sobretudo de ZEIS, por parte dos agentes público e privado, desvio do CMPGT enquanto espaço de gestão democrática, e ainda não atendimento ao PLHIS perpetuando, mesmo que sob novos arranjos, a coalizão instalada desde a gênese no município.

Palavras-chave: Coalizão público-privada. Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). Legislação Urbana. Maringá.

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In this article, public-private coalitions established in the Minha Casa Minha Vida Program (PMCMV) are analyzed, in view of the new national and local regulatory frameworks that prioritize the social function of the city and property and the participation of society in the construction of politics urban and housing. Taking as a case study the city of Maringá in the period from 2005 to 2017, possible interference in the laws of the Master Plan (Law nº 632/06), Land Use and Occupation (Law nº 888/11) and Land Installment ( Law No. 889/11); implementation of the instrument of Special Areas of Social Interest (ZEIS) and their approximations and distances with the provisions of the City Statute (Law No. 10.257 / 01) and Master Plan; performance of the Municipal Council for Territorial Planning and Management (CMPGT) as an effective space for democratic management and, finally, the degree of adherence of the PMCMV to the Local Social Interest Housing Plan (PLHIS), approved in 2010 in the municipality. The approach is qualitative, with data collected through documentary research. As a result, there has been interference in urban legislation, especially of ZEIS, by public and private agents, deviation from the CMPGT as a space for democratic management, and still not meeting PLHIS perpetuating, even under new arrangements, the coalition installed since the genesis in the municipality.

Keywords: public-private coalition. Minha Casa, Minha Vida Program (PMCMV). Urban Legislation. Maringá.

1 INTRODUÇÃO

Historicamente, a gestão da produção habitacional brasileira ficou a cargo, ora da iniciativa privada, ora do poder público. Vigorou no país entre as décadas de 1960 e 1980, o Banco Nacional de Habitação (BNH), órgão central do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que subsidiou a aquisição da casa própria, fomentou a construção civil e associou os setores público e privado na promoção de moradias usando recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) (MELCHIORS, 2016). Ao longo de sua existência houve alterações nas suas formas de atuação, dotando de hegemonia o setor empresarial privado ao serem atendidas medidas de estímulo à indústria da incorporação que diminuíram os financiamentos para as classes baixas, voltando-os para as classes de renda mais alta (ROLNIK, 2015).

A falência e extinção do BNH e do SFH em 1986 acarretou a desarticulação da política habitacional, bem como uma atuação fragmentada e descontínua do governo e uma crise institucional sem recursos ou ações que visassem à habitação, incrementando as políticas habitacionais locais (CAMPOS; MENDONÇA, 2013; MELCHIORS, 2016). Foi somente na gestão de Fernando Henrique Cardoso (FHC) (1995-2002) que foi implantada uma política nacional de habitação que, embora fraca, possibilitou retomar os investimentos na área e criar programas habitacionais.

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Com o advento do novo século houve avanço nas lutas pelo direito à cidade e à moradia. Neste sentido, o Estatuto da Cidade (lei nº 10.257/01), implementado em 2001, incorporou instrumentos debatidos há anos com a sociedade civil que priorizam a função social da cidade e da propriedade. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) foi aprovada a nova Política Nacional de Habitação (PNH), dada maior centralidade à habitação a partir da criação do Ministério das Cidades (MCidades) e desenvolvidas ações pontuais para estender a oferta de moradias (BONDUKI, 2009; MARICATO, 2011; CARDOSO; ARAGÃO, 2013). Importantes mudanças ocorreram, como a criação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), a exigência na elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Habitação de Interesse Social (PEHIS e PLHIS) e a elaboração do Plano Nacional de Habitação (PlanHab) (CARDOSO; ARAGÃO; JAENISCH, 2017).

Alterações, como a elevação do valor do salário mínimo aliada à menores taxas de juros e à um maior prazo de pagamento nos financiamentos, propiciaram a formação de um nicho de mercado promissor que, percebido pelas empresas, fomentou a construção civil residencial (BONDUKI, 2009; SILVA, 2015). Impelidas por um cenário favorável de incremento à segurança jurídica e econômica, empresas do setor da construção civil abriram capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para arrecadar recursos. Esta ação aproximou efetivamente o capital financeiro do setor imobiliário brasileiro e permitiu a concentração e a centralização do capital neste setor e a consequente ampliação e diversificação da atuação das empresas (SHIMBO, 2010; FIX, 2011; CARDOSO; ARAGÃO; JAENISCH, 2017).

Após o término da abertura de capitais foi possível notar um aumento considerável no lucro das empresas, além do crescimento de suas atividades imobiliárias e seus volumes de vendas (SHIMBO, 2010). Em 2008, contudo, algumas empresas apresentaram queda no escoamento de sua produção e no valor de suas ações na Bovespa. Para driblar estas dificuldades o governo acudiu o setor imobiliário residencial tendo em vista estimular o mercado imobiliário por meio da produção de novas unidades habitacionais e impelir a economia, usando como antídoto à crise o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).

Lançado em março de 2009, este Programa teve o propósito de ampliar o mercado habitacional de forma a atender as famílias com uma renda mensal de até dez salários mínimos (CARDOSO; ARAGÃO, 2013). Entendido como um programa de crédito ao consumidor e ao produtor, o PMCMV tem um desenho institucional em que o setor privado é protagonista (CARDOSO; ARAGÃO; JAENISCH, 2017).

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O PMCMV injetou uma grande quantidade de recursos para a habitação, sobretudo à habitação de interesse social, possibilitando que a população de baixa renda tivesse acesso à moradia (MARICATO, 2011; CARDOSO; JAENISCH, 2017) , o que impactou a dinâmica imobiliária, permitindo a atuação de mais e novas empresas neste nicho do mercado.

O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa maior em andamento com início em 2017 que investiga a dinâmica imobiliária a partir do PMCMV, voltado à faixa de 0 a 3 salários mínimos, em Maringá. Entende-se como importante para tanto, olhar para a interferência do Programa nas leis urbanísticas do município, na relação destas com as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) indicadas pelo Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) elaborado em 2010, nas decisões do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT) desde que iniciado o PMCMV no município até 2017 e na estrutura das empresas, sendo que esta última ainda será trabalhada em pesquisa posterior.

Desta forma, o objetivo aqui foi averiguar a interferência deste Programa na legislação municipal de Maringá e a proximidade ou afastamento do preconizado pelo Estatuto da Cidade e da PNH, buscando identificar mecanismos através dos quais os agentes imobiliários que atuaram no PMCMV se articularam em coalizões locais.

A pesquisa possui abordagem qualitativa com tratamento interpretativo sobre o assunto utilizando como tática para a coleta de dados a pesquisa documental. Nos documentos normativos foram examinadas as legislações urbanísticas de Maringá pós 2009. Dentre as leis que foram consultadas destaca-se as seguintes: Plano Diretor Municipal (Lei nº 632/06 e alterações), Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 888/11 e alterações); Parcelamento do Solo Urbano (Lei nº 889/11 e alterações); Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) (Lei nº 565/05 e alterações); Outorga Onerosa do Direito de Construir (Lei nº 760/09 e alterações) e Isenções de Impostos sobre Imóveis Localizados em ZEIS (Lei nº 764/09 e alterações). Foi também analisado o PLHIS aprovado em 2010, as aproximações ou distanciamentos com as áreas indicadas para instalação de ZEIS e a atuação do CMPGT.

2 MARINGÁ: EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO E CIDADE DO MERCADO

A colonização do norte paranaense feita pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) resultou em um empreendimento imobiliário de grande porte, que seguiu a lógica do capital para a expansão da economia cafeeira paulista com atuação protagonista do mercado imobiliário no desenvolvimento da região e subordinação do poder público aos interesses econômicos

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(RODRIGUES; CORDOVIL, 2014). Sua estrutura fundiária de pequenos lotes evidenciou que os interesses agrários se ligassem ao mercado interno e estimulou a concentração de poder.

Para Rodrigues e Souza (2015), a venda de 515.000 alqueires à CTNP permitiu que a região do estado do Paraná onde hoje se situa o município de Maringá fosse colonizada e privatizada. Estes autores explanam que o capital financeiro internacional foi protagonista no processo de desenvolvimento econômico inicial, o que antecipou uma característica neoliberal à cidade. Desde a sua gênese, Maringá vivencia um processo de mercantilização do espaço urbano que favorece os interesses dos agentes econômicos, principalmente os envolvidos com o mercado imobiliário (RODRIGUES, 2004; SILVA, 2015; RODRIGUES; SOUZA, 2015).

Maringá assim, possui histórico de uma forte produção imobiliária a começar de sua constituição, passando por uma verticalização acentuada na década de 1980, propagação de condomínios fechados em 1990 e grandes projetos imobiliários na década seguinte. A partir de 2010 o mercado imobiliário da cidade, segundo Silva (2015), veio acompanhado de uma produção bastante significativa impulsionada sobretudo com o advento do PMCMV. O que não seria distinto do quadro nacional, não fosse a peculiaridade da formação do território que, como defende a autora, desde sua constituição se aproxima do modelo “Máquina de Crescimento”, exposto por Logan e Molotch (1987).

Silva (2015), investigou a produção imobiliária da segunda metade da década de 2000 até 2013 no aglomerado de Maringá, Sarandi e Paiçandu, demonstrando que novos arranjos imobiliários estavam se configurando no território, impulsionados pelo PMCMV (faixas 2 e 3) e demais empreendimentos voltados à classes de maior renda, contudo sob a mesma lógica do domínio do capital imobiliário apoiado pelo Estado.

Desde sua formação, como já mencionado, o território do município de Maringá vê-se apropriado pelo mercado imobiliário que orienta o planejamento urbano da cidade e interfere no desenvolvimento dos municípios do seu entorno, demonstrando a relação intrínseca entre o poder público local e os agentes produtores do espaço, como veremos a seguir. Para Amorim (2015) e Töws (2015), não por acaso a administração pública se beneficia da valorização imobiliária visto que muitos de seus membros são agentes ou proprietários imobiliários.

Amorim (2015) destaca ainda que as empresas do setor imobiliário maringaense sobreviverem devido à fortes vínculos patrimonialistas, discernimento sobre o mercado e boas relações políticas, reproduzindo em âmbito local o clientelismo, a forte interferência dos empresários sobre as deliberações públicas e a sujeição legislativa às vontades da valorização imobiliária.

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A coalizão publico-privada vista desde a gênese em Maringá será observada agora no contexto do PMCMV faixa 1, olhando para a interferência deste Programa na legislação municipal, no que havia sido preconizado pelo PLHIS e nas decisões do CMPGT.

3 LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA PÓS 2009 EM MARINGÁ: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS COM O PMCMV NO MUNICÍPIO

No decorrer dos anos 2000 houve uma maior atenção para com a população de baixa renda, ganhando relevância na política urbana a Habitação de Interesse Social (HIS). Esta mudança veio acompanhada da criação do MCidades em 2003 e da nova PNH de 2004, bem como pela tomada de poder pelo governo do Partido dos Trabalhadores, assim como ocorreu em outros centros urbanos do país.

Em 2005, já no primeiro mandato de governo de Silvio Magalhães Barros II (2005-2008), foram criadas as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) para implantação de empreendimentos habitacionais de iniciativa municipal para a população de baixa renda por meio da lei nº 565/05. Ressalta-se, entretanto, que não existe no município a delimitação de áreas para ZEIS, abrindo espaço para que os loteadores solicitem ao executivo a transformação de qualquer área, mesmo na impossibilidade de se implantar empreendimentos para famílias com renda entre zero e três salários mínimos devido ao custo da terra, utilizando este mecanismo em empreendimentos verticais para a faixa de renda de três a seis salários mínimos.

Em 2006 o município teve seu atual Plano Diretor aprovado pela lei nº 632/06, fundamentado nas determinações do Estatuto da Cidade. Ele abarca a função social da cidade e da propriedade e orienta os agentes que produzem e gerem a cidade no desenvolvimento e expansão da área urbana. O Plano tem como uma de suas estratégias a definição de uma política municipal de habitação para baixa renda para destinar áreas para HIS e criar mecanismos de financiamento e combate à exclusão socioterritorial. Ele institui que as ZEIS são destinadas à urbanização e produção de HIS e podem ter padrões de uso e ocupação diferenciados. Criou também o Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT), órgão consultivo e deliberativo sobre políticas públicas territoriais que, a partir de 2008, passou a gerir o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS), criado em 2006.

O advento do PMCMV em 2009 proporcionou a criação e/ou a alteração de leis municipais para a implementação do programa na cidade. No final da década de 2000 passaram a vigorar em Maringá legislações que regulamentam incentivos fiscais e tributários referentes às habitações de interesse social e ao PMCMV. No segundo mandato de governo de Silvio Barros (2009-2012), a lei

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nº 760/09, por exemplo, passou a autorizar a outorga onerosa do direito de construir como contrapartida para a execução de programas habitacionais de interesse social com o objetivo de proporcionar moradia para famílias de baixa renda. Ela concedia um aumento no potencial construtivo do lote em troca da doação ao município de lotes urbanos para programas habitacionais de interesse social ou o valor correspondente em moeda (revogada algumas vezes, a atual lei referente à aplicação de outorga onerosa no município é de 2016).

Já a lei nº 764 de 2009, ainda em vigência, concede diversas isenções aos imóveis localizados em ZEIS destinados à implantação de projetos habitacionais que integrem o PMCMV. São isentos o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso “Inter Vivos” (ITBI), o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) durante a fase de construção e o Imposto sobre a Prestação de Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) incidente sobre a construção dos empreendimentos, beneficiando de forma direta as construtoras.

Neste sentido, algumas leis autorizaram a doação de lotes específicos ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) para que fossem destinados à construção de moradias para a população com renda mensal até três salários mínimos através do PMCMV, casos das leis nº 8.513/09 e 9.128/11. Outras, transformaram lotes também específicos em ZEIS para a implantação de projetos habitacionais, como as leis nº 812/10, 825/10, 826/10 e 849/10. Também houve aquelas que transformaram os lotes em ZEIS e doaram as terras ao FAR para moradias para a faixa 1 do PMCMV, cita-se as leis nº 890/11 e 915/12. A localização dos lotes doados ao FAR e/ou transformados em ZEIS pode ser encontrada na Figura 1.

Desvirtuando os limites entre urbano e rural, cita-se ainda a lei nº 799/10, que permite que terrenos localizados na Macrozona Rural contíguos ao perímetro urbano e que sejam objeto de projetos habitacionais de interesse social, sejam gravados como ZEIS e considerados urbanos.

Concomitante ao início da execução do PMCMV em Maringá houve a criação da Secretaria Municipal de Habitação de Interesse Social (SEHABIS) pela lei nº 867/10, sendo algumas das competências a de elaborar e conduzir política e projetos habitacionais de interesse social; traçar diretrizes, metas e planejamento; organizar e atualizar o cadastro único; além de selecionar famílias beneficiadas.

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Figura 1 – Localização das áreas transformadas em ZEIS segundo as leis nº 565/05, 812/10, 825/10, 826/10, 849/10, 890/11 e 915/12

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados da PMM.

Em 2011 as Leis de Uso e Ocupação do Solo e de Parcelamento do Solo foram substituídas pelas leis nº 888/11 e 889/11, respectivamente. A primeira, lei 888/11, instituiu o novo Uso e Ocupação do Solo Urbano e trata das ZEIS, zonas exclusivamente de interesse social destinada à execução de programas habitacionais de interesse social. De acordo com esta Lei todo loteador deve doar ao município 10% da área total do seu empreendimento ao Fundo Municipal de Habitação (FMH) para ser gravada como ZEIS. A segunda, lei 889/11, por sua vez, definiu a HIS como a moradia produzida por programas governamentais para famílias com renda mensal até seis salários mínimos, tendo prioridade de atendimento aquelas com renda até três salários mínimos. As áreas mínimas para os lotes foram redefinidas em 400,00m² nos lotes padrão e em 200,00m² quando em ZEIS, admitindo-se 300,00m² nos lotes padrão se for doada 3% da área dos imóveis ao FMH. A Figura 2 apresenta uma linha do tempo destacando algumas das leis citadas.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47727-47742 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Figura 2 – Linha do tempo das legislações municipais

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados da CMM.

O que buscou-se demonstrar aqui e que já foi abordado em parte por autores como Rodrigues (2004), Cordovil (2010), Amorim (2015) e Töws (2015), foram as alterações nas legislações municipais vigentes no que se refere ao Perímetro Urbano, ao Parcelamento do Solo, bem como ao Uso e Ocupação do Solo. Essas alterações demonstram, além do poder de alteração dos parâmetros urbanísticos dotado ao legislativo, algumas vezes em prol de interesses políticos ou do mercado, a vulnerabilidade da legislação urbanística municipal.

4 PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM MARINGÁ E O PMCMV: O QUE TEM EM COMUM

Em 2010 houve a elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) para orientar as ações do poder público e da iniciativa privada no acesso à moradia e aos recursos públicos federais destinados à HIS. Na ocasião foi realizado o diagnóstico do setor habitacional municipal e propostas estratégias de ação para um cenário atual, futuro e desejado, considerando as previsões de crescimento populacional.

Para o cálculo das necessidades habitacionais do município o plano utilizou dados do Censo Demográfico do IBGE de 2000 que apresentava que o déficit habitacional urbano em Maringá era de 5.056 habitações e sua projeção estimada para 2021 seria de 8.480 unidades, como demonstra a Tabela 1 (PLHIS, 2010).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47727-47742 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Tabela 1 – Déficit habitacional urbano de Maringá

Ano Domicílios

improvisados

Famílias

coniventes Cômodos Total

2000 117 4.603 336 5.056

2021 196 7.720 564 8.480

Fonte: Elaborado pela autora a partir do PLHIS (2010).

Confrontando dados da Prefeitura Municipal de Maringá (PMM) sobre terrenos vazios e áreas inaptas à ocupação o plano, identificou-se áreas passíveis e prioritárias para serem demarcadas como ZEIS e ocupadas por HIS, considerando também a localização censitária das famílias de menor renda, o preço do solo e o zoneamento urbano (Figuras 3 e 4). Foram identificadas quase 30 milhões de m² de área líquida para ser loteada o que, considerando um lote mínimo de 300,00m² resultaria em mais de 95 mil lotes, mais que suficiente para atender a demanda em 2010 de 16.600 unidades para famílias com renda até cinco salários mínimos (PLHIS, 2010).

Figura 3 – Vazios urbanos aptos por renda média

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47727-47742 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Figura 4 – Vazios urbanos aptos por valor médio da terra

Fonte: PLHIS (2010).

Nos mapas de vazios urbanos aptos por renda média e por valor médio da terra é possível identificar que os terrenos mais baratos e que consequentemente seriam mais viáveis para a população com renda até três salários mínimos, localizavam-se nas bordas do perímetro urbano, nos distritos do município (Iguatemi e Floriano) e nas áreas mais afastadas do centro urbano (SILVA, SILVA e SAVI, 2012). Contudo, muito destes terrenos foram utilizados para a locação de empreendimentos destinados às famílias com renda mensal entre três e seis salários mínimos.

O que se percebe é que as ZEIS criadas no município até 2017, por mais que algumas coincidam com as áreas indicadas pelo PLHIS, foram definidas por proprietários imobiliários, como visto acima.

5 CONSELHO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL: UM REFORÇO À POLÍTICA URBANA OU MAIS UM BRAÇO DO MERCADO?

Em funcionamento desde 2007, o Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT) possui representantes do poder público, sociedade civil, representantes da comunidade, conselhos municipais e instituições de ensino superior e é responsável pelas políticas de planejamento, desenvolvimento urbano, habitação, mobilidade e saneamento do município.

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Destaca-se a seguir algumas passagens e decisões deste Conselho no tocante ao PMCMV, a definição de áreas de ZEIS e a alteração de leis urbanísticas do município.

Ainda em 2009 o Programa foi apresentado ao Conselho para atender famílias com renda de zero à seis salários mínimos. Chamou a atenção a ata nº 137 de 26 de abril de 2010 quando uma das conselheiras sugeriu que fossem revistos os limites de renda para a criação de ZEIS, pois julgava a faixa até seis salários mínimos muito elevada. Como resposta um outro conselheiro relatou que a realidade de Maringá é diferente de outros municípios por ter uma "qualidade de vida mais elevada". Este pensamento reflete o discurso da administração pública de que Maringá não possui um número acentuado de famílias com uma renda mensal inferior a três salários mínimos que, aliado à justificativa do alto valor do solo urbano municipal, foi utilizado como pretexto do mercado imobiliário para focar na produção de empreendimentos do PMCMV para a faixa entre três e seis salários mínimos na sede do município.

Nas atas do CMPGT também foi possível perceber a aproximação entre empreendedores imobiliários com conselheiros ou membros da administração pública, quando pedidos e solicitações chegavam ao Conselho através de um de seus membros ou mesmo diretamente pelo Diretor de Habitação/Secretário de Habitação/Secretário Extraordinário de Habitação ou pelo gabinete do prefeito. Destacamos aqui um pedido feito pelo Secretário Extraordinário de Habitação em nome de três empresas, observado na ata nº 160 do dia 14 de setembro de 2010, referente à alteração de empreendimentos, antes destinados às famílias com renda entre zero e três salários mínimos, para passarem a atender famílias com renda até seis salários mínimos. A justificativa do pedido foi a inviabilidade de custos para a construção de empreendimentos com valores de até 45 mil reais por unidade, e foi acompanhado de uma correspondência da Caixa Econômica Federal (CEF) sobre os valores das unidades habitacionais e dos terrenos para o PMCMV com recursos do FAR e foi aprovado pelo Conselho.

Também foi uma surpresa descobrir que a empresa paulista Rodobens, uma das 25 empresas que abriu capital na Bovespa, tentou implantar um empreendimento de ZEIS na cidade. Todavia, Maringá é caracterizada por possuir um mercado imobiliário fechado para a atuação de empresas não fixadas na cidade e o projeto apresentado para o município não obteve aprovação do CMPGT.

6 CONSIDERAÇÕES

A interferência do PMCMV na legislação, no que havia sido preconizado pelo PLHIS e nas decisões do CMPGT pode não ser percebida de forma direta, mas foi possível traçar um panorama de como a cidade foi gerida neste momento, preparando o território para o Programa se assentar,

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aprovando ou não ZEIS e instituindo isenções de taxas, para uma melhor acomodação do PMCMV em benefício das empresas imobiliárias. Mesmo com o trabalho em andamento é possível perceber alguns alinhamentos que ainda persistem mesmo pós avanços do Estatuto da Cidade, através de leis e implantação do CMPGT, e pós premissas da PNH, como o PLHIS.

REFERÊNCIAS

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Figura 1 – Localização das áreas transformadas em ZEIS segundo as leis nº 565/05, 812/10, 825/10, 826/10, 849/10,  890/11 e 915/12
Figura 2 – Linha do tempo das legislações municipais
Figura 3 – Vazios urbanos aptos por renda média
Figura 4 – Vazios urbanos aptos por valor médio da terra

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