Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.27850-27857 may. 2020. ISSN 2525-8761
A motivação com diferencial competitivo na visão dos colaboradores- um
estudo em uma empresa do segmento de vestuário.
Motivation with competitive differential in the view of employees - a study
in a company in the clothing segment.
DOI:10.34117/bjdv6n5-291
Recebimento dos originais: 15/04/2020 Aceitação para publicação: 15/05/2020
Lucas Melo Oliveira
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte - FAVILI E-mail: luk.oliveiram@gmail.com
Charles Nunes Bezerra
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte - FAVILI E-mail: charlesbezerra@icloud.com
Vitória Duarte Galdino
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte - FAVILI, E-mail: vitoriadg05@gmail.com
Meila Maria Ferreira Queiroz
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte - FAVILI, E-mail: meila_queiroz@outlook.com
Rafael Mendes Rodrigues
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte - FAVILI E-mail: rafaelmendes.r23@gmail.com
Ana Elizabete Pimenta de Lima
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte – FAVILI E-mail: elizabetepimenta123@hotmail.com
Amadeu Nunes Maia Filho
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte – FAVILI E-mail: amadeulgg3@gmail.com
Jardel Sousa Silva
Instituição: Faculdade Vidal de Limoeiro do Norte – FAVILI E-mail: Jardelsousa20@hotmail.com
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.27850-27857 may. 2020. ISSN 2525-8761
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar a contribuição da motivação como diferencial competitivo em uma empresa industrial do segmento de vestuário, a G-91. Destaca a relevância que um trabalho para ser bem desenvolvido é importante que o funcionário seja motivado. Em termos específicos visou caracterizar os colaboradores quantos alguns aspectos profissionais, verificar o nível de entendimento dos colaboradores quanto ao conceito e implicação da motivação e do diferencial competitivo e analisar a realidade vivenciada pelos colaboradores quanto ao uso da motivação como diferencial competitivo. O estudo foi desenvolvido no município de Alto Santo, e transcorreu de março a maio de 2019. É de natureza básica, exploratório, com abordagem qualitativa, tendo como instrumento de pesquisa um questionário com questões abertas. A análise dos resultados se deu mediante o uso do método de análise de conteúdo. Para os colaboradores da G-91 a motivação é algo importante para a competitividade da organização. Foi averiguado também que fatores fundamentais como reconhecimento e ambiente mais confortável contribuem para a satisfação motivacional dos funcionários.
Palavras-chave – Contribuição. Motivação. Diferencial. Competitivo. Empresa.
ABSTRACT
This article aims to analyze the contribution of motivation as a competitive differential in an industrial company in the clothing segment, the G-91. It highlights the relevance that a job to be well developed is important for the employee to be motivated. In specific terms, it aimed to characterize the collaborators in terms of some professional aspects, to verify the level of understanding of the collaborators regarding the concept and implication of motivation and the competitive differential and to analyze the reality experienced by the collaborators regarding the use of motivation as a competitive differential. The study was developed in the municipality of Alto Santo, and took place from March to May 2019. It is basic, exploratory in nature, with a qualitative approach, using a questionnaire with open questions as a research instrument. The results were analyzed using the content analysis method. For G-91 employees, motivation is important for the organization's competitiveness. It was also found that fundamental factors such as recognition and a more comfortable environment contribute to the motivational satisfaction of employees.
Keywords - Contribution. Motivation. Differential. Competitive. Company.
1 INTRODUÇÃO
São muitos os fatores que podem afetar a produtividade de uma empresa, mas o principal deles é o capital humano. A teoria de Maslow (1973) é de suma importância, pois ressalta que as pessoas não necessitam apenas de recompensas financeiras, mas também de respeito, segurança, relação cordial com os colegas de trabalho, entre demais características. Nas organizações, a motivação pode ser entendida como o desempenho e os esforços dos
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.27850-27857 may. 2020. ISSN 2525-8761 colaboradores para atingir os resultados desejados e ela está ligada diretamente ao potencial de cada indivíduo.
Frederick Herzberg (1968) advoga que a motivação refere-se à força de dentro de cada pessoa, que conduz a um determinado comportamento, funciona como o resultado da interação entre o indivíduo e a situação que o envolve, ou seja, é uma energia que cada pessoa tem e que se revela de acordo com o momento ou situação de cada pessoa.
De acordo com Taylor (1990) as necessidades fisiológicas são aqueles referentes à manutenção da vida, como alimentação, entre outros. Para entender o que motiva uma pessoa e o que fazer para mantê-lo motivado, as empresas tem dificuldades para lidar com essa situação, pois mesmo que um funcionário tenha todas as qualidades necessárias para desempenhar bem suas tarefas, isso não garantirá que ele as faça.
A vantagem competitiva é o que faz a sua empresa ser a preferida pelos clientes, quando uma empresa se situa em um setor competitivo a entrada neste setor pode estar facilitada, sem grandes bloqueios o que, segundo Porter (1986), reduz consequentemente a capacidade de lucros das empresas. A teoria da vantagem competitiva explica que ela é o diferencial que as empresas têm em relação às suas concorrentes, e somente com algo único é possível fidelizar o consumidor.
De acordo com Powell (2001) é importante entender que a Vantagem Competitiva é complexa e também pode advir de uma Estratégia Competitiva acertada fruto da consciente busca de um diferencial, que se transforme em Vantagem Competitiva, perante seus competidores. Este alinhamento é necessário, para que possamos partir desta premissa durante a produção deste ensaio.
O presente estudo visa analisar a contribuição da motivação como diferencial competitivo no contexto dos colaboradores considerados no estudo. Já em termos específicos: caracterizar os colaboradores quanto alguns aspectos profissionais; verificar o nível de entendimento dos colaboradores quanto ao conceito e implicação da motivação e do diferencial competitivo; e analisar a realidade vivenciada pelos colaboradores quanto ao uso da motivação como diferencial competitivo.
2 METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido no município de Alto Santo –CE, na zona urbana, junto uma empresa de fabricação de vestuário, a G91. O mesmo transcorreu de março a maio de 2019 e tiveram como objeto de estudo cinco colaboradores, cuja sua participação se deu mediante aos
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.27850-27857 may. 2020. ISSN 2525-8761 seguintes critérios de inclusão: ser funcionário formalizado da empresa, ter mais de 10 anos de atuação no mercado de trabalho e desejar participar do estudo. O estudo se caracterizou por ser de natureza básica, com um procedimento exploratório e foi adotada uma abordagem qualitativa.
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário estruturado com questões aberta e as informações coletadas foram analisadas através do método de análise de conteúdo. Segundo Bardin (2011), a análise de conteúdo pode ser classificada como um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 PROCESSO DE ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS
Quanto a caracterização no contexto social e profissionais, os entrevistados destacaram:
E1: “Tenho 27 anos, conclui o ensino superior, trabalho a 3 anos na empresa, mas sempre trabalhei ajudando o meu pai desde os 10 anos de idade”.
E2; “Tenho 39 anos, sou Pós-graduada em Gestão Empresarial, trabalho a um ano e meio na empresa e estou no ramo têxtil a 20 anos”.
E3: “Vou fazer 32 anos, conclui a 4º série do Ensino Fundamental, trabalho na empresa a 4 anos e trabalho a mais de 20 anos”.
E4:“Tenho 33 anos, conclui o 2º ano do Ensino Médio, trabalho a 7 anos na empresa e no mercado de trabalho a 15 anos”.
E5:“Tenho 43 anos, conclui o 2º ano do Ensino Médio, trabalho a 10 anos na empresa e no mercado de trabalho a 20 anos”.
Percebe-se uma variação de idade entre os entrevistados, com também em relação ao nível de escolaridade, o que é bastante comum nas empresas brasileiras. Os entrevistados E1 e E2 possuem nível superior. Com o crescente aumento de profissionais disponíveis no mercado, um nível elevado de escolaridade é fator diferencial dos profissionais. Atualmente as empresas buscam por profissionais motivados e com habilidades múltiplas para desenvolverem com eficiência e eficácia seus trabalhos. Como afirma Herzberg (1968) a motivação é algo interno que conduz a um determinado comportamento. Em relação ao tempo de atuação na empresa, há uma diferença entre um ano e meio de 10 anos, é considero normal
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.27850-27857 may. 2020. ISSN 2525-8761 em uma indústria. Todos os entrevistados possuem experiência no mercado, tanto no segmento que atuam como em outros segmentos.
Quanto ao entendimento dos colaboradores quanto a motivação, os mesmos salientaram:
E1: “Eu considero a motivação dentro de uma empresa, muito mais o reconhecimento diante das atitudes que o funcionário tem dentro dela, do que mesmo o dinheiro que na minha opinião seria o mínimo”.
E2: “Nada me motiva se eu não estiver me auto motivando todo dia, pois não tem como eu motivar alguém se eu não estiver motivada, eu não dependo de alguém para me motivar, até porque se eu estivesse nessa linha de raciocínio eu estaria desmotivada a muito tempo, eu que tenho que está motivada para motivar o meu grupo para gerar resultados. Gosto de mostrar resultados, essa é a minha motivação. Procuro estratégias para motivar a minha equipe”.
E3: “O reconhecimento depois de um trabalho realizado corretamente”.
E4: “Fazer elogios, ajudar os funcionários financeiramente e principalmente o reconhecimento”.
E5: “Um bônus a mais, agradecimentos”.
Observa-se que os colaboradores entendem alguns aspectos sobre motivação, pois apresentam características dos resultados de ações motivadoras. Maslow (1973) destaca que os seres humanos não necessitam apenas de recompensas financeiras, mas também de respeito, segurança, relação de respeito com os colegas de trabalho, entre outras necessidades. O colaborador E2 considera-se motivado porque está a frente de uma equipe que no caso é diferente dos colaboradores E1, E3, E4 e E5, e compreende a importância de motivar a sua equipe para obter bons resultados.
Em relação ao entendimento sobre empresa competitiva, os colaboradores destacaram:
E1: “Em primeiro lugar seria trazer o lucro e com esse lucro seja com eficiência, nisso com menor custo para o empresário”.
E2: “Na atualidade de hoje realmente existe uma competitividade com as outras na indústria têxtil, antes era em termos de qualidades, hoje em dia já é quando se produz mais gastando menos, reduzindo sempre os custos, a nível de preço, qualidade e entrega”.
E3: “Uma alta produção com qualidade”.
E4: “Competitividade é sempre buscar o melhor, adaptando aos novos sistemas e qualidades”.
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E5: “Mais produtividade e qualidade”.
As respostas revelam que os participantes compreendem aspectos do tema abordado. O entrevistado E3 destaca a competitividade da empresa através da qualidade de produção. De acordo com Powell (2001) é importante entender que a vantagem competitiva é complexa e também pode advir de uma estratégia competitiva acertada fruto da consciente busca de um diferencial, que se transforme em vantagem competitiva, perante seus competidores.
A respeito da influência da motivação na competitividade na empresa, os entrevistados destacaram:
E1: “Influencia sim, pois isso faz com que ele produza mais e seja eficiente”. E2: “Sim, ele estando motivado, vai produzir mais e se sentir confortável no trabalho”.
E3: “Sim, quando ele está motivado trabalha com mais vontade”. E4: “Sim, para conseguir atingir a meta do dia e produtividade”.
E5: “Sim, pois se sente mais a vontade no local de trabalho e aumenta a produção”.
Nota-se que os colaboradores entendem que a motivação é um fator importante para a competitividade da organização, pois compreendem que um colaborador motivado irá produzir mais e conseguir alcançar o objetivo final. Os colaboradores E2 e E5 destacam um ponto importante que é o local de trabalho, onde o ambiente faz total diferença.
Quando os colaboradores foram indagados quanto ao nível de satisfação da motivação no ambiente de trabalho, relataram:
E1: “No meu cargo o nível de satisfação para mim é ótimo a convivência é muito boa”.
E2: “Meu nível de satisfação na empresa é ótimo, gosto bastante de trabalhar aqui, sempre estão crescendo e buscando melhorias”.
E3: “Para mim o nível de satisfação é ótimo”.
E4: “O nível de satisfação na empresa está ótimo, está caminhando cada vez mais para melhorar a parte da motivação”.
E5: “A satisfação é boa, ajuda financeiramente e tem reconhecimento”.
A motivação para Herzberg (1968) refere-se à força de dentro de cada pessoa, funciona como o resultado da interação entre o indivíduo e a situação que o envolve. As demandas do
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.27850-27857 may. 2020. ISSN 2525-8761 empregado no ambiente organizacional referem-se, fundamentalmente, a ser tratado e respeitado como ser humano e a encontrar na organização oportunidades para satisfazer as suas necessidades e atingir os seus objetivos e expectativas por meio da própria atividade do trabalho.
Já em relação ao impacto positivo gerado pelas ações motivadoras no contexto da competitividade da empresa, os entrevistados salientaram:
E1: “Sim, o que a empresa investe em motivação com o funcionário retorna sim para ela”.
E2: “Sim, o nível de produção aumentou bastante”.
E3: “No meu setor não, pois eu me sinto motivado, mas meus colegas não, então a produção pode diminuir”.
E4: “Sim, pois a motivação aumentou a produção dos setores”. E5:“Sim, pois a qualidade ficou melhor”.
Nota-se uma concordância entre a maioria dos entrevistados no que diz respeito as ações motivacionais que a empresa desenvolve e que impactam na competitividade organizacional. Quatro dos cinco colaboradores afirmam que sim, as ações motivacionais praticadas pela empresa geram resultados positivos tanto para os funcionários quanto para a empresa. O entrevistado E3 afirma que integrantes de determinado setor não se sentem motivados com as estratégias de motivação da empresa.
Tendo em vista aos fatores fundamentais par alcançar uma satisfação motivacional na empresa, os entrevistados mencionaram:
E1: “Em primeiro de todas é ser justa com os funcionários, igualdade para todos e principalmente o reconhecimento, fazendo assim os funcionários trabalharem melhor ainda”.
E2: “O reconhecimento de atitudes com palavras”.
E3: “O reconhecimento financeiramente e igualdade para todos”.
E4: “A igualdade para todos, a maneira que a empresa está caminhando na minha opinião está ótimo”.
E5:“Um bônus, deixar o ambiente mais confortável”.
O reconhecimento impulsionam as ações dos colaboradores como relata os entrevistados E2 e E3. Herzberg (1986) defende que as demandas do empregado no ambiente organizacional
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4 CONCLUSÃO
O desenvolvimento desse trabalho possibilitou uma análise sobre a motivação como um diferencial competitivo. Conheceu o perfil dos colaboradores da empresa G-91, onde percebe-se uma variação de idade, escolaridade e tempo de mercado, o que é bastante comum em empresas brasileiras.
Através do questionário aplicado, verificou-se que os colaboradores possuem entendimento sobre motivação no ambiente de trabalho e como um funcionário motivado pode influenciar na competitividade da empresa.
O estudo apresentou também o nível elevado de satisfação da motivação praticada na empresa e os diversos resultados advindos dessa prática empresarial. Destarte, o objetivo desse trabalho foi alcançado com êxito.
REFERÊNCIAS
ALVES, Bianca, A motivação humana e as organizações: Uma abordagem Fenomenológico-Existencial,Disponívelem:http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/biancamotivac ao.htm. Acesso em 2. Maio. 2019
ALBRECH, K; LAWRENC, B. Serviços com qualidade e vantagens competitivas. São Paulo: Makron Books, 1997
FONSECA,KátiaT.OqueéMotivação.Disponívelem:<http://www.ajepoa.com.br/artigos.aspx ?id=251> acesso em 23.abril.2019
MAYO, Andrew. O valor humano da empresa. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
COLTRO, Alex. A gestão da qualidade total e suas influencias na competitividade empresarial. Disponível em:< http:// www.ead.fea.usp.br>. Acesso em 2.maio.2019
SEBRAE SÃO PAULO. A Competitividade. Disponível em http://www.sebrae.com.br. Acesso em 2.maio.2019
MASLOW, A. H. A Theory of Human Motivation. 1943. Disponível http://psychclassics.yorku.ca/Maslow/motivation.htm Acesso em 17.maio.2019
