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Coleta seletiva de papel, plástico, metal e vidro em Belo Horizonte / Selective collection of paper, plastic, metal and glass in Belo Horizonte

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Coleta seletiva de papel, plástico, metal e vidro em Belo Horizonte

Selective collection of paper, plastic, metal and glass in Belo Horizonte

DOI:10.34117/bjdv6n4-176

Recebimento dos originais: 13/03/2020 Aceitação para publicação: 13/04/2020

Fernanda Juliana Vieira Nobre

Graduanda em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil. E-mail: fernandajulianna@yahoo.com.br

Giovana Vaz de Melo Cabral

Graduanda em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil E-mail: giovanavmeloc@hotmail.com

Laís Gabriel Dias

Graduanda em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil. E-mail: laaisdias@gmail.com

Lyvyo Augusto dos Santos Prates

Graduando em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil. E-mail: lyvyoaugusto1000@hotmail.com

Victor Hugo Hordones Abdo

Graduando em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil. E-mail: victor.hugo_araxa@hotmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Clarissa Moreira Souza Coutinho

Graduanda em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. CEP: Brasil. E-mail: clamoreir@gmail.com

Isadora Santos Oliveira

Graduanda em Engenharia Civil

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Endereço: Avenida Dom José Gaspar,

500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. CEP: 30535-901 E-mail: isadorasantos21@hotmail.com

Bruno Christiano Silva Ferreira

Doutor em Química

Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Departamento de Física e Química - Instituto de Ciências Exatas e Informática

Endereço: Av. Afonso Vaz de Melo, 1200 - Barreiro/Belo Horizonte - MG. Brasil. E-mail: brunocrhis@yahoo.com.br

RESUMO

Este artigo apresenta um estudo sobre a situação atual da coleta seletiva de papel, plástico, metal e vidro em Belo Horizonte, Minas Gerais, avaliando a implantação do Plano

Municipal Integrado de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e o cumprimento das metas propostas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico para os municípios. A análise mostra que o município tem se esforçado para produzir os documentos exigidos por lei, mas encontra dificuldades para cumprir as metas propostas até o momento, ocasionadas por fatores como o alto custo de implantação da coleta seletiva, o subdimensionamento dos galpões de triagem e beneficiamento, a baixa tecnologia que reduz a produtividade na triagem dos materiais, a ausência de mercado para recicláveis no município, a atuação de catadores avulsos em situação de vulnerabilidade social, o baixo investimento em ações continuadas de educação socioambiental.

Palavras Chave: Coleta Seletiva. Reciclagem. Resíduos Sólidos. Belo Horizonte

ABSTRACT

This article presents a study on the current situation of selective collection of paper, plastic, metal and glass in Belo Horizonte, Minas Gerais, evaluating the implementation of integrate municipal solid waste management plan and fulfilment of the goals proposed by the National Plan of Basic Sanitation for cities. The analysis shows that the municipality has endavoread tho produce the documents required by law, but finds it difficult to meet the goals proposed so far, caused by factors such as the high cost of implementing selective collation, the undersizing of sorting and process sheds, the low technology that reduces productivity in sorting materials, the abstende pf a market for reyclables in the city, the role of independent waste pickers in a situation of social vulnerability, the low investment in continuing social and environmental education actions.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Keywords: Selective Collection. Recycling. Solid Waste. Belo Horizonte

1 INTRODUÇÃO

Os Resíduos sólidos são definidos como:

“material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, e cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”(BRASIL, 2010).

Bidone (2000) destaca que o conceito de resíduos relacionado à degradação da qualidade ambiental é de origem antrópica, e surge quando a capacidade de absorção natural ou depuração do meio é superada. Os elementos decompositores não conseguem absorver os elementos gerados pelos produtores e consumidores, o que causa impactos ambientais.

A geração de resíduos compromete a quantidade de recursos naturais disponíveis e a sua disposição inadequada compromete a qualidade ambiental, acarretando a contaminação do ar, do solo, da água, além da poluição visual, e por consequência trazdiversos prejuízos ambientais, sociais e econômicos para a sociedade moderna.O aumento da produção industrial de bens de consumo, o aumento populacional e a mudança nos hábitos de consumo na população mundial provocaram um considerável aumento na geração de resíduos sólidos.Conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos anos 2000, somente em nosso país, foram gerados 125.281 toneladas de resíduos sólidos por dia, já em 2015, em nosso país esse número quase duplicou, totalizando 218.904 toneladas de resíduos por dia.

O crescimento expressivo da quantidade de resíduos gerados, observado nos últimos anos, torna-se necessária à proposição de soluções que busquem alternativas viáveis tanto para reduzir geração, quanto para a disposição ambientalmente sustentável destes resíduos.

Sabe-se que os resíduos sólidos, a limpeza urbana compõem juntamente com o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a drenagem e manejo de águas pluviais o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais do saneamento

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761 básico de acordo com a lei 11.445 de 2007. Essa lei estabelece diretrizes para o saneamento básico e para a política federal de saneamento e representa um avanço importante para o saneamento básico.

Em 2010 foi sancionada a lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, destacando o papel dos geradores e propondo diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos. Esta lei traz instrumentos que fomentam a redução na geração de resíduos e o incentivo a reciclagem e reutilização dos resíduos, além de recomendar a destinação adequada aos rejeitos.

Um dos instrumentos importantes da política nacional de resíduos sólidos são os planos de resíduos sólidos, que contribuem para uma destinação adequada dos resíduos nas diversas instâncias. Estes planos podem ser elaborados em nível federal, estadual, microrregional, intermunicipal, municipal e de gerenciamento de resíduos sólidos para empreendimentos que se enquadrem nas exigências legais ou que desejem elaborar o Plano.

Resumidamente, de acordo com a lei 12.305, os planos devem:

● Contemplar a situação atual dos resíduos sólidos; ● Propor cenários incluindo tendências internacionais;

● Conter metas de redução, reutilização, reciclagem, visando reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos para a disposição final;

● Propor o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final; ● Propor metas para eliminação e recuperação de lixões;

● Controle social;

● Programas, projetos e ações para atender as metas previstas.

De acordo com a Lei 12.305/2007 a elaboração dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é condição para o Distrito Federal e os municípios terem acesso a recursos da União ou controlados por ela, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento.

Nesse contexto, muitas prefeituras começam a se mobilizar em busca de soluções viáveis ambiental, social e economicamente. Nesta mobilização, estes municípios buscam se adequar as exigências legais e elaborar os seus Planos Municipais de Gestão de Resíduos Sólidos (PMGRS).

Este trabalho busca descrever os processos de coleta seletiva de resíduos sólidos no município Mineiro de Belo Horizonte, analisando as suas propostas no Plano de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Gerenciamento de Resíduos Sólidos (2016-2019) e a sua real implementação, realizada até o presente momento, por este município.

2 METODOLOGIA

O presente estudo aborda a coleta e tratamento dos resíduos sólidos gerados no município de Belo Horizonte, destacando o tratamento final dado aos resíduos recicláveis coletados e o tipo de coleta realizada.

Apresenta uma análise da aplicação do Plano Municipal de Resíduos Sólidos em relação ao percentual de atendimento da coleta seletiva na atualidade e perspectivas de ampliação do atendimento da coleta seletiva.

Para o desenvolvimento do trabalho foram realizados levantamentos de informações sobre o município, sua população, o sistema de limpeza urbano, a destinação final dos resíduos coletados.

3 O MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

O Município de Belo Horizonte é a capital do estado de Minas Gerais e está localizada na região Centro-sul do estado. A população no Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 2.375.151 habitantes, e a estimada para 2019 é de 2.512.070 habitantes. É o sexto mais populoso município do país, e possui densidade demográfica de 7.167 habitantes por quilômetro quadrado. E faz parte da 3ª mais populosa região metropolitana do país, que é composta por 34 municípios.

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Belo Horizonte (PMSB – BH) foi institucionalizado pela Lei 8.260/01, que criou a Política Municipal de Saneamento, modificada pela lei 10.433/12. Este plano busca adequar o município à lei federal do saneamento básico 11.445/2007, contemplando as quatro componentes principais do saneamento básico, que são abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos, trazendo informações sobre a coleta seletiva e as premissas de sua implantação e operação (LOPES, 2012).

Segundo o PMSB – BH a coleta seletiva de papel, vidro, metal e plástico no município é caracterizada pela destinação social para as associações e cooperativas dos catadores, podendo gerar emprego e renda aos envolvidos no processo.

A Lei Orgânica do município de Belo Horizonte de 21 de março de 1990 determina que os materiais recicláveis coletados através de ações da prefeitura devem ser repassados às

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761 associações e cooperativas dos catadores, que devem segregar, armazenar, enfardar e comercializar os materiais recebidos.

De acordo com o PMSB – BH, a prefeitura viabiliza galpões próprios ou alugados para o recebimento, segregação e comercialização dos materiais pelos agentes envolvidos neste processo, mas destaca que os espaços atualmente são insuficientes para o atendimento da demanda e para a ampliação da coleta seletiva no município. Desta forma estão sendo desenvolvidos projetos de ampliação e propostas de melhoria de gestão interna, em busca do aumento da produtividade e da capacidade de processamento dos mesmos.

Em 2014 foi apresentado o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte (PMGIRS – BH) que é um dos instrumentos do Sistema Municipal de Saneamento.

O PMGIRS – BH é um instrumento que determina as diretrizes e ações para o manejo sustentável dos resíduos sólidos, educação ambiental e mobilização social em uma abrangência de 20 anos, com ênfase nas ações de segregação dos resíduos gerados na fonte, na coleta seletiva e a consolidação das atividades econômicas voltadas para o reaproveitamento, reciclagem e aproveitamento energético dos resíduos sólidos. O PMGIRS – BH é um instrumento que determina as diretrizes e ações para o manejo sustentável dos resíduos sólidos, educação ambiental e mobilização social em um limiar de 20 anos. Este plano enfatiza as ações de segregação dos resíduos gerados na fonte, a coleta seletiva e a consolidação das atividades econômicas voltadas para o reaproveitamento, reciclagem e aproveitamento energético dos resíduos sólidos, como propõe a Política Nacional de Resíduos Sólidos

4 A COLETA SELETIVA EM BELO HORIZONTE

A Coleta Seletiva, segundo o Ministério do Meio Ambiente consiste na “coleta diferenciada de resíduos que foram previamente separados segundo a sua constituição ou composição” e a reciclagem é o uso, como matéria prima de um material que seria descartado. A Figura 1, a seguir, apresenta os locais onde existe coleta seletiva em Belo Horizonte.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Figura1 - Coleta seletiva em Belo Horizonte.

Fonte - PMIGRS, 2016

·4.1 COLETA PORTA A PORTA

Consiste na separação dos materiais recicláveis (Vidro, plástico, papel e metais) pelos moradores, que colocam na calçada/lixeira para serem coletados pela SLU. Essa modalidade ocorre em 36 bairros da cidade, e alcançam aproximadamente 390 mil pessoas, em 125 mil domicílios (PBH, 2020). A frequência de coleta é uma vez por semana ou a cada 15 dias, e o acondicionamento deve ser feito preferencialmente em sacos plásticos transparentes, totalizando mensalmente 430 toneladas de recicláveis recolhidos.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Figura 2 - Coleta seletiva porta a porta em Belo Horizonte

Fonte - Site da PBH, 2017.

As vantagens apresentadas pelo modelo porta a porta são a regularidade e ampliação gradativa do atendimento; a facilidade proporcionada ao gerador ao entregar os materiais na porta de sua casa; possibilita maior participação da população pela facilidade de acesso à coleta.Como limitadores pode-se considerar a necessidade de galpão de triagem, apesar da segregação prévia pelos geradores, e demanda investimento em frota de veículos e guarnição.

·4.2 COLETA PONTO A PONTO OU LOCAIS DE ENTREGA VOLUNTÁRIA (LEVS) São instalados contêineres em locais determinados, com as cores definidas pela resolução CONAMA 275 de 25 de abril de 2001, que estabelece as seguintes cores para os resíduos:

AZUL: papel/papelão; VERMELHO: plástico;

VERDE: vidro; AMARELO: metal.

São adotados contêineres para receber a coleta ponto a ponto. figura seguinte apresenta um dos modelos utilizados pela prefeitura.

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Figura 3 - Coleta Seletiva Ponto a ponto em Belo Horizonte.

Fonte - Site PBH, 2017.

Nessa modalidade a população separa os materiais em casa e deposita nos contêineres instalados pela prefeitura. Os locais de depósito são chamados de Local de Entrega Voluntária (LEV) e encontram-se instalados em cada uma das nove regionais administrativas do município, dispostos, segundo a prefeitura onde há grande circulação de pessoas, como clubes, parques, áreas comerciais e condomínios residenciais (FEAM, 2018).

Atualmente, há 77 conjuntos contêineres instalados na cidade, cada conjunto composto por um contêiner para vidro, plástico, papel/papelão e metal, totalizando 241 containers. São coletados nos LEVs em torno de 170 toneladas de materiais recicláveis por mês.

Essa modalidade apresenta como vantagens a disponibilização do recebimento 24 horas do dia em locais públicos, estrategicamente localizados, para entrega dos materiais recicláveis; reforça o exercício de cidadania pela sua base voluntária de participação; Divulgação permanente. Como limitadores existem dificuldades no dimensionamento dos contêineres e ajuste da frequência de coleta; dificuldades para instalação dos equipamentos em ruas íngremes, com passeios estreitos, trânsito intenso e em locais com áreas restritas de estacionamento; depredação e vandalismo; destruição dos contendores e retirada prévia de materiais (latas de alumínio); barulho, principalmente ao lançar de vidros; dificuldades de utilização pela população que não possui veículo para transportar os materiais recicláveis e residem relativamente distante dos locais de entrega voluntária; requer uso de galpão de triagem; frota de veículos e guarnição para realizar a coleta e levar até os galpões de destino.

Outra modalidade que vem sendo testada pela prefeitura é o projeto piloto, uma parceria com a cooperativa de catadores COOPESOL, desde novembro de 2015. Nessa Modalidade a própria cooperativa realiza a coleta seletiva em parte dos bairros da zona leste Colégio Batista

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761 e Floresta. A COOPESOL coleta, transporta e mobiliza a população. A prefeitura fez a cessão do caminhão baú e remunera a cooperativa pelo serviço de coleta.

De acordo com o PMGIRS, a prefeitura possui parceria com 07 associações e cooperativas, que recebem, segregam, acondicionam e comercializam os resíduos provenientes da coleta seletiva (COELHO, 2009).

Os parceiros são chamados Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) e ocupam 09 unidades de processamento e triagem de materiais recicláveis espalhados em toda a territorialidade do município. Sendo as seguintes, (FERREIRA, 2019):

● ASMARE (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte) – Galpão Ituiutaba e Galpão Contorno;

● ASSOCIRECICLE (Associação dos Recicladores de Belo Horizonte);

● COOPEMAR (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de BH); ● COOPERSOL Venda Nova (Cooperativa Solidária de Trabalhadores e GP de Venda Nova); ● COOPESOL Leste (Cooperativa Solidária de Trabalhadores e Grupos Produtivos da região Leste); ● COOPERSOLI (Cooperativa Solidária dos Recicladores e grupos produtivos do Barreiro e região);

● COOMARP (Comunidade Associada para Reciclagem de Materiais da Região da Pampulha) – Galpão Pampulha 01 e Galpão Pampulha 02.

A Tabela 1 apresenta uma compilação da situação atual, as dificuldades enfrentadas e das estratégias para o gerenciamento dos resíduos recicláveis em Belo Horizonte.

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Tabela 1 – Estratégias da Coleta Seletiva em BH.

Fonte: elaborado pelos autores.

5 AS LIMITAÇÕES E ENTRAVES

Em Belo Horizonte, a coleta seletiva recolhe aproximadamente 600 ton/mês de materiais recicláveis, gerando 7.200 ton/ano desse tipo de resíduo, o que corresponde a apenas 1,08% do total de resíduos coletados anualmente no município.

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Belo Horizonte (2013-2016) apresenta um programa estratégico de gerenciamento de resíduos sólidos, chamado de programa sustentador 28. De acordo com o PMSB-BH o objetivo geral do Projeto Sustentador é “garantir serviços de limpeza urbana, expandir os serviços de coleta, incluindo coleta seletiva, a otimização da limpeza de córregos abertos e reduzir a deposição clandestina de resíduos, visando a melhoria do meio ambiente e da saúde pública”.

As metas propostas relacionadas à coleta seletiva são:

● Aumento da cobertura dos serviços de coleta seletiva porta a porta, passando de 30 para 60 bairros atendidos em toda a cidade, até 2016;

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● Aumento da cobertura dos serviços de coleta seletiva na modalidade ponto a ponto, passando de 95 para 200 Locais de Entrega Voluntária (LEV) instalados em toda a Cidade, até 2014;

● Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS, elaborado em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, concluído até dezembro de 2016.

Destas propostas, apenas a elaboração do PMGIRS foi cumprida integralmente. A cobertura da coleta seletiva porta a porta teve uma ampliação para seis bairros, saindo de 30 e alcançando 36, e os LEV’s foram reduzidos de 95 para 88.

Como justificativa desta redução a prefeitura informa que casos de depredação e reclamações da vizinhança relacionadas a barulho (ocasionado pelo descarte de vidro) e ao mau cheiro em alguns locais onde haviam LEV’s motivaram a retirada. Entretanto a prefeitura considera esta a solução mais viável para o município,ainda pretendendo cumprir a meta de instalação de 200 LEV’s, porém com previsão de alcançar os 100 % do território no ano 2036. Em relação ao não avanço da coleta porta a porta, a prefeitura avalia que é menos viável esta modalidade, considerando a baixa abrangência do serviço, o alto custo operacional e a ação de catadores avulsos em situação de vulnerabilidade social.

Como solução propõe ampliar a coleta porta a porta para 20% de atendimento à população, realizada pelas cooperativas de catadores em 2018.

Outro entrave relacionado ao avanço da coleta seletiva é a infraestrutura insuficiente galpões de triagem, o que prejudica a produtividade, dificultando a ampliação do serviço e a expansão do recebimento de doações e recebimento de resíduos de grandes eventos.

O plano considera como desafios a ser superados a indisponibilidade de recursos financeiros, a infraestrutura insuficiente, a necessidade de instalação de usinas de reciclagem próximas ao município e a necessidade de ações continuadas de educação socioambiental

6 CONCLUSÃO

O investimento em coleta seletiva e reciclagem é inadiável, considerando que grandes cidades, que é o caso do objeto deste estudo, já não possuem áreas suficientes para construção de aterros sanitários para recebimento de resíduos sólidos. Na perspectiva de recursos finitos, a gestão dos resíduos torna-se ainda mais urgente.

Em Belo Horizonte, observa-se um esforço em desenvolver as ações de coleta seletiva e reciclagem, mas ainda são incipientes se comparados às metas regionais propostas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico de 2007.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761 A meta nacional para atendimento com coleta seletiva na região Sudeste em 2018 corresponde a 53%, enquanto o município, em 2017, coleta e encaminha a reciclagem, apenas, 1,08% de resíduos (papel, metal, vidro e plástico).

Observa-se que o mercado de reciclagem se desenvolveu pouco nos últimos anos em Belo Horizonte, o que pode ter contribuído para a estagnação da coleta seletiva nos últimos anos. Neste sentido, O Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte (2013-2019) pode ser um aliado, pois ele incentiva e propõe como meta a instalação de indústrias de reciclagem próximas ao município.

Outro fator que é determinante para o sucesso de qualquer ação ambiental que pretende ser universal é educação ambiental. As ações de educação socioambiental devem ser intensificadas, pois são escassas no município.

REFERÊNCIAS

BELO HORIZONTE. Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte. 2016.

BELO HORIZONTE. Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte (2013-1019).

BELO HORIZONTE. Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte (2013-2019).

BIDONE, Francisco Antônio (Org). Resíduos sólidos provenientes de coletas especiais: eliminação e valorização. Brasília. FINEP/PROSAB, 2001.

BRASIL. Lei 11.445 de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para saneamento básico. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

BRASIL. Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei 9605 de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

COELHO, Ricardo Motta Pinto. RECICLAGEM e Desenvolvimento Sustentável no Brasil. 1. Ed. Belo Horizonte: Recóleo. 2009.

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução 275 de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.4,p.19081-19094 apr. 2020. ISSN 2525-8761 FEAM. Avaliação da Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos urbanos nos 228 municípios de Minas Gerais visitados nos anos de 2014 a 2016. Belo Horizonte, 2008.

FERREIRA, Eva Melo. Inserção de catadores na elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: uma análise a partir do modelo de coalizões de defesa. Tese de Doutorado Apresentada ao Programa de Saneamento, Meio Ambiente e Recurso Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais, 2019.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Panorama dos Municípios, 2020.

LOPES, Daniela Eugênia Silva; Ferreira, Luciene Aparecida;Vidal, Camila Figueiredo Vas-concelos Percegoni; Ferreira, Paulo Roberto. Sustentabilidade: A gestão de coleta seletiva em Belo Horizonte. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2012

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – Mma. Política Nacional dos Resíduos Sólidos.2010.

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE – Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Coleta Seletiva, 2020.

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Figura 2 - Coleta seletiva porta a porta em Belo Horizonte
Figura 3 - Coleta Seletiva Ponto a ponto em Belo Horizonte.
Tabela 1 – Estratégias da Coleta Seletiva em BH.

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