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As férias dos residentes em Portugal

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Academic year: 2021

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As férias dos residentes em Portugal

Brígida Brito * Janus 2002

Ao longo do tempo, a prática turística e das viagens passou a ser (re)valorizada pela generalidade da população mundial, como consequência das alterações qualitativas das condições laborais e das regalias sociais, da evolução das condições de transporte e, sobretudo, do aumento da disponibilidade de tempos livres.

A possibilidade de fazer turismo como forma de lazer, de ocupação de tempos livres e de férias constitui uma das características principais da sociedade ocidental actual, tendo Portugal acompanhado as tendências internacionais.

De 1998 para 1999 registou-se uma variação positiva (+8%) no que respeita ao “gozo de férias” dos residentes em Portugal Continental — 5.485 milhares gozaram férias, representando cerca de 71% da população alvo (1) (DGT 1999). Destes, 68,6% (3.762 milhares em 1999) desfrutaram férias fora da residência habitual, registando-se, da mesma forma, uma evolução positiva relativamente a 1998 (3.198 milhares).

As férias da maioria dos residentes considerados decorreram em Portugal (83%), registando-se cerca de 17% de indivíduos que se deslocaram para o estrangeiro. De 1998 a 2000 o número de deslocações ao estrangeiro duplicou (523 milhares em 1998, 823 milhares em 1999 e 1.056 milhares em 2000), sendo os destinos europeus os mais privilegiados (DGT 2000). Assim, a maioria das deslocações ao estrangeiro decorreu no espaço da União Europeia (UE), nomeadamente para Espanha (42% do total da UE), França (30% do total da UE), Inglaterra (11% do total da UE) e Alemanha (8% do total da UE), com dispersão pelos restantes países (INE 1999).

O destino privilegiado numa deslocação turística depende, em grande medida, das motivações da viagem bem como dos objectivos a elas inerentes. Serão consideradas três motivações (2) principais (INE 2000) – o lazer, as visitas a familiares e amigos e os negócios. Das deslocações ao estrangeiro dos residentes, a maioria é motivada por questões relacionadas com o lazer (66,8%), seguido dos negócios (17,1%) e das visitas a familiares e amigos (16,1%).(3)

Do total de situações descritas e apresentadas no quadro relativo às viagens à Europa (4), as principais motivações relacionam-se com o lazer (55,6% do total; 54,1% da UE e 59,0% de outros países da Europa), seguido de visitas a família e amigos (28,2% do total; 28,7% da UE e 27% de outros países da Europa) e negócios (16,2% do total; 17,2% da UE e 14% de outros países da Europa), sendo de evidenciar algumas situações que se destacam pela particularidade. Assim, para destinos como a Espanha (84,6%) e a Inglaterra (39,7%) a motivação principal prende-se com o lazer seguido dos negócios (8,3% para Espanha e 39,5% para Inglaterra) e, por fim, as visitas a família e amigos (7% para Espanha e 20,7% para

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Inglaterra). Por outro lado, a Alemanha é um destino mais valorizado pela possibilidade de negócios (47%) ou de lazer (45,5%) sendo as visitas a familiares e amigos menos significativas (7,5%). De forma inversa, a França é mais referenciada pelos residentes como um destino que proporciona principalmente visitas a familiares e amigos (64,4%), lazer (23,2%) e, por fim, negócios (12,4%).

No que respeita ao número de períodos de férias, tem-se registado, desde 1995, uma evolução no sentido da valorização da repartição do tempo de férias em dois ou mais períodos. Assim, enquanto em 1995 a maioria (54%) dos residentes usufruía um único período de férias, em 1999 constata-se uma equiparação entre um único período (49,4%) ou mais (50,6%). Para qualquer dos anos em análise, aquando do cruzamento entre os destinos e o número de períodos de férias, constata-se que, para os países da UE, a maioria dos residentes optou apenas por um período de férias (71% em 1995; 78% em 1998 e 73% em 1999), invertendo-se esta situação para os outros destinos considerados (5).

No geral, a maioria dos portugueses demonstra disponibilidade para “fazer férias” nos meses caracteristicamente de Verão (DGT 1999), nomeadamente entre Julho e Setembro. Contudo, quando conjugado o critério da temporalidade com as motivações de viajar para o estrangeiro (ver quadro sobre a caracterização do residente “viajante” em 1999), verifica-se existirem especificidades próprias a cada factor. Assim (INE 1999), os residentes que viajam motivados por expectativas de lazer procuram com maior intensidade os meses de Verão, entre Junho e Setembro (52,6% do total); os residentes que valorizam as viagens por motivos familiares e de convívio apresentam dispersão ao longo do ano, apesar de se registarem três picos principais — os meses de Dezembro (26,2%), de Abril (12,5%) e de Outubro (10,1%). Esta opção remete-nos para o facto de que os meses com maior afluência de deslocações coincidem com períodos festivos, nomeadamente o Natal e a Páscoa, que são vividos de forma tradicional pelos residentes, ou feriados nacionais. Por fim, os residentes que viajam por motivos de negócios encontram-se dispersos por dois períodos principais — entre Outubro e Novembro (29,5%) e entre Março e Maio (29%), situação explicável pelo facto de que são os períodos privilegiados para a realização de feiras temáticas e exposições relacionadas com o início das estações.

Em média, os residentes em Portugal efectuam 1,3 deslocações turísticas ao estrangeiro, sendo de evidenciar que as viagens aumentam se considerarmos a motivação dos negócios (INE 1999). Da mesma forma, a duração da viagem é, em média, de 11,3 noites, variando em função da motivação — 9 noites para viagens de lazer, 18 se a motivação for a visita à família e a amigos e 7 nas deslocações profissionais. As viagens bem como as estadias tendem a ser marcadas directamente e sem intervenção de agências de viagens (situação comum para as viagens de lazer e de visita a família e amigos), com excepção das viagens de negócios em que as reservas são maioritariamente efectuadas por agentes intermediários (55,6%).

No que concerne à deslocação, dos residentes que optam por meio terrestre (6) o factor privilegiado para a deslocação é o lazer (71,6%), particularmente para as viagens que implicam distâncias relativamente curtas como são os casos de alguns países da UE (Espanha e França), sendo a viagem de negócios a menos valorizada (11,1%). Da mesma forma, o transporte aéreo é preferido pelo turista que procura

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viagens de lazer (53,4%) ou profissionais (32,3%), sendo menos valorizado nas visitas a familiares e amigos (14,3%); o transporte marítimo é principalmente equacionado para a viagem de negócios (76,9%) ou de lazer (23,1%).

Informação complementar

O perfil do residente “viajante” (7)

O residente que “faz férias” no estrangeiro é predominantemente jovem, com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos (68,1%), com prevalência para o escalão etário entre os 25 e os 44 anos (42,7%). Da mesma forma, são pouco representativos os residentes com possibilidades de usufruir férias no exterior com idades superiores a 64 anos.

Independentemente da idade, o viajante procura predominantemente lazer (82,8% entre os 15 e os 24 anos; 62,8% entre os 25 e os 44 anos; 64,6% entre os 45 e os 64 anos e 56,9% acima dos 64 anos); o que visita familiares e amigos é tendencialmente o mais velho (40,3% acima dos 64 anos; 17,9% entre os 45 e os 64 anos; 13,5% entre os 25 e os 44 anos e apenas 9,6% entre os 15 e os 24 anos); o residente que viaja em negócios tem idade compreendida entre os 25 e os 64 anos, indício reforçado pelo facto de ser idade activa.

Em média, as mulheres viajam mais do que os homens (53,1% dos residentes são do sexo feminino contra 46,9% do sexo masculino). Independentemente do sexo, o residente procura lazer nas deslocações turísticas (72,2% para o sexo feminino e 60,8% para o sexo masculino). É de realçar que são os residentes do sexo masculino que viajam com mais frequência por motivações relacionadas com os negócios (26,2%).

Em termos médios, o residente em Portugal viaja para o estrangeiro 1,3 vezes no ano, com uma duração igual ou superior a quatro noites (75,4%), sendo a duração média da estadia de 11,3 noites.

O meio de transporte privilegiado é o aéreo (56,1%) e, com algum significado o terrestre (42,6%), sendo de destacar a desvalorização do transporte marítimo (apenas 1,3%), o que se pode relacionar com os elevados custos financeiros e temporais que acarreta quando comparado com os restantes meios que se revelam mais vantajosos. Na maioria das situações consideradas, o residente “viajante” procura efectuar directamente as reservas (56,1%) no que concerne ao meio de transporte bem como à estadia.

Notas

1 São considerados como população alvo dos estudos efectuados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Direcção Geral de Turismo (DGT) os indivíduos residentes no Continente com idade igual ou superior a 15 anos, não se especificando contudo a nacionalidade. As fontes de recolha de informação foram o Instituto Nacional de Estatística, nomeadamente no que respeita ao Inquérito às Férias dos Portugueses; informação disponibilizada on-line em http://www.ine.pt ou em http://infoline.ine.pt bem como dados estatísticos disponibilizados pela Direcção Geral de Turismo (DGT).

2 Neste sentido equacionamos três das dimensões possíveis de forma a homogeneizar critérios de análise e de apresentação de resultados. O lazer implicando várias subdimensões como por exemplo o descanso, o desporto e os jogos, a gastronomia, a cultura, as artes e o espectáculo, o sol, a praia e a

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leitura. As visitas a familiares e amigos podendo envolver situações emocionais como casamentos, nascimentos e funerais. Os negócios ou deslocações de índole profissional englobam os seminários e conferências, congressos e missões, exposições e feiras, viagens de incentivos, consultoria, investigação e ensino, entre outros. Poderíamos ainda equacionar uma quarta dimensão que incluiria, por exemplo, as deslocações relacionadas com a saúde ou a religião mas não revelaram representatividade para a análise pelo que não serão contempladas.

3 É de destacar que a situação se inverte aquando da análise da situação das férias dos residentes em Portugal – 54,9% é motivada por lazer; 35,1% tem objectivos de visitar a família e os amigos e apenas cerca de 10% por razões profissionais, cf. INE 1999.

4 Cf. Viagens Turísticas dos Residentes em Portugal em 1999, Instituto Nacional de Estatística, http://infoline.ine.pt/inf/Prodserv/Quadros/Tema16/mi16/viagens1999.pdf.

5 A situação das “férias repartidas” é uma característica para destinos como outros países europeus (não pertencentes à UE), países africanos, América do Norte e Central, América do Sul, Próximo e Médio Oriente, Ásia e Austrália. Cf. INE 2000.

6 Os transportes terrestres englobam o carro particular, o autocarro e o comboio.

7 As fontes dos dados apresentados para a definição do perfil do residente “viajante” são o Instituto Nacional de Estatística e a Direcção Geral do Turismo.

*Brígida Brito

Licenciada em Sociologia pela UAL. Mestre e Doutoranda em Estudos Africanos pelo ISCTE. Docente e Investigadora na UAL.

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