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Relatório de Estágio realizado na Farmácia Sta. Quitéria

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Academic year: 2021

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Sta. Quitéria

Janeiro de 2015 a Julho de 2015

Sónia de Freitas Magalhães

Orientadora: Dra. Vânia Daniela Gonçalves

_____________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutora Beatriz Quinaz

_________________________________________

(2)

II

Declaração de Integridade

Eu, Sónia de Freitas Magalhães, abaixo assinado, nº 200701039, aluna do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 20 de outubro de 2015

(3)

III

AGRADECIMENTOS

Após a conclusão do meu estágio não poderia deixar de agradecer a todos que me receberam e orientaram da melhor forma possível.

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Dr.ª Joana Mesquita pelo facto me ter concedido a oportunidade de realizar o meu estágio na Farmácia Sta. Quitéria.

A toda à equipa da Farmácia Sta. Quitéria pela forma carinhosa com que me recebeu e por ter feito do meu estágio uma experiência única de aprendizagem e integração na vida profissional. A todos sem exceção, o meu obrigada pela disponibilidade, paciência e simpatia que sempre demonstraram comigo, por tão bem me terem integrado na vossa equipa de trabalho, fazendo-me sentir parte dela, e por terem feito com que o meu estágio superasse todas as espectativas. Agradeço a toda a equipa por todos os ensinamentos e encorajamento que me deram ao longo do meu estágio e por me terem proporcionado um ambiente de trabalho tão agradável quanto profissional.

Não poderia deixar de agradecer à Dr.ª Ana Estrela, nutricionista na Farmácia Sta. Quitéria, e à Dr.ª Marta Carvalho, podologista na Farmácia Sta. Quitéria pelo carinho e disponibilidade que sempre demonstraram para comigo. A elas o meu obrigada.

A todos os profissionais dedicados que encontrei ao longo do meu percurso académico na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, principalmente aos pertencentes à Comissão de Estágio e em especial à Professora Doutora Beatriz Quinaz pelo esforço e apreço na concretização desta etapa final do curso.

Aos meus pais, ao meu irmão e ao meu namorado, os meus pilares, por me terem acompanhado e incentivado ao longo de todo o meu percurso académico, por acreditarem sempre que seria capaz de ir mais além e por terem sido a minha âncora nos momentos de maior dificuldade. Sem vocês a concretização deste objetivo não seria possível.

(4)

IV

RESUMO

O estágio em farmácia comunitária corresponde ao primeiro contacto do futuro farmacêutico com a realidade profissional, exigindo-lhe a aplicação dos conhecimentos técnicos e científicos apreendidos durante a formação no ensino superior e assumindo uma elevada importância na integração à vida profissional.

O estágio permitiu-me contactar com a realidade prática da farmácia comunitária, não só no que respeita à dispensa de medicamentos e produtos de saúde propriamente dita e promoção do seu uso racional, ato pelo qual o farmacêutico comunitário é mais conhecido, mas também no cumprimento de outras funções como organização e gestão da farmácia, processamento do receituário e faturação, trabalho que se realiza na retaguarda do balcão, de extrema importância para o funcionamento da farmácia e que passa despercebido a grande parte da população. Também me foi possível desenvolver outras atividades de contacto direto com o utente como a determinação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos e outras de intervenção no âmbito da educação para a saúde e promoção do bem-estar da população a que a farmácia serve.

O presente relatório tem por objetivo apresentar as atividades desenvolvidas durante o período de 20 de janeiro a 20 de julho de 2015 na Farmácia Sta. Quitéria. Este encontra-se dividido, essencialmente em duas partes, uma parte inicial na qual são descritas as atividades desenvolvidas na farmácia e uma segunda parte correspondente ao desenvolvimento de temas como Pé Diabético, Pediculose e Hipertensão Arterial como fator de risco para as Doenças Cardiovasculares no âmbito da educação para a saúde e da promoção do bem-estar da população.

(5)

V ÍNDICE AGRADECIMENTOS ... III RESUMO ... IV ÍNDICE DE FIGURAS ... IX ÍNDICE DE TABELAS ... IX LISTA DE ABREVIATURAS ... X PARTE 1- DESCRIÇÃO DO MODO DE FUNCIONAMENTO DA FARMÁCIA STA. QUITÉRIA E DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO EM FARMÁCIA

COMUNITÁRIA ... 1

1. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E FUNCIONAL DA FARMÁCIA ... 1

1.1 Localização, Propriedade e Direção Técnica ... 1

1.2 Horário de funcionamento ... 1

1.3 Caraterização do espaço físico da Farmácia ... 1

1.3.1 Espaço exterior ... 1

1.3.2 Espaço interior ... 2

1.4 Recursos Humanos ... 3

1.5 Sistema Informático ... 3

2. BIBLIOTECA E FONTES DE INFORMAÇÃO ... 4

3. GESTÃO DE STOCK- ENCOMENDAS E APROVISIONAMENTO ... 4

3.1 Gestão de stock ... 4

3.2 Encomendas a fornecedores... 4

3.3 Receção, conferência e armazenamento de encomendas ... 5

3.4 Devoluções... 6

3.5 Controlo de prazos de validade ... 7

4. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E DE OUTROS PRODUTOS ... 7

4.1 Medicamentos sujeitos a receita médica ... 7

4.1.1.Receita médica ... 8

4.1.2 Validação da prescrição e aviamento da receita médica ... 9

4.1.3 Dispensa de psicotrópicos e estupefacientes ... 10

4.1.4 Comparticipação, entidades e regimes especiais ... 11

4.1.5 Processamento do receituário e faturação ... 12

4.2 Medicamentos não sujeitos a receita médica ... 13

(6)

VI

4.4 Outros produtos ... 14

4.4.1 Produtos cosméticos e de higiene corporal (PHCH) ... 14

4.4.2 Produtos e medicamentos de uso veterinário ... 14

4.4.3 Produtos homeopáticos ... 15

4.4.4 Produtos fitoterapêuticos ... 15

4.4.5 Suplementos alimentares e produtos para alimentação especial ... 15

4.4.6 Dispositivos médicos ... 16

5. SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA ... 16

6. A MINHA EXPERIÊNCIA NA FARMÁCIA STA. QUITÉRIA ... 16

PARTE 2- APRESENTAÇÃO DOS TEMAS DESENVOLVIDOS ... 21

1. PÉ DIABÉTICO- O FLAGELO DA DIABETES ... 21

1.1 Enquadramento ... 21

1.2 Introdução ... 22

1.3 Pé Diabético ... 23

1.3.1 Patogénese ... 24

1.3.2 Identificação dos fatores de risco na ulceração do pé ... 25

1.3.3 Estratificação do risco de ulceração... 25

1.4 Prevenção de problemas nos pés ... 26

1.5 O Pé Diabético- Intervenção farmacêutica ... 27

2. PEDICULOSE ... 28

TENHO PIOLHOS…. E AGORA?! ... 28

2.1 Enquadramento ... 28

2.2 Introdução ... 28

2.3 Pediculose ... 29

2.3.1 Agente etiológico ... 29

2.3.2 Ciclo de vida do parasita ... 29

2.3.3 Transmissão ... 29

2.3.4 Sinais e sintomas ... 30

2.3.5 Diagnóstico ... 30

2.3.6 Tratamento ... 30

2.4 Pediculose- Intervenção farmacêutica ... 33

3. HIPERTENSÃO ARTERIAL COMO FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR . 33 3.1 Enquadramento ... 33

(7)

VII 3.3 Hipertensão Arterial ... 34 3.3.1 Patogénese ... 35 3.3.2 Sinais e sintomas ... 36 3.3.3 Diagnóstico ... 36 3.3.4 Tratamento ... 36

3.4 Rastreio Cardiovascular- Intervenção farmacêutica ... 38

3.4.1 Objetivo ... 38 3.4.2 Métodos ... 38 3.4.3 Resultados e discussão ... 39 3.4.4 Conclusão ... 40 Considerações Finais ... 41 Referências Bibliográficas ... 42 ANEXOS... 49

ANEXO 1- Espaço Exterior da Farmácia Sta. Quitéria ... 50

ANEXO 2 – Área de Atendimento ... 52

... 52

ANEXO 3 – Gabinete de Atendimento Personalizado ... 53

ANEXO 4 – Área de Apoio ao Atendimento ... 53

ANEXO 5 – Atividades Desenvolvidas pela FSQ ... 54

... 58

... 58

ANEXO 6 – Montras Temáticas e Recordações ... 59

ANEXO 7 – Concursos Realizados pela F.S.Q. ... 65

ANEXO 8 – Certificados de Formações ... 66

ANEXO 9 – Distribuição Mundial da Diabetes Mellitus ... 68

ANEXO 10 – Prevalência e incidência da Diabetes em Portugal ... 69

ANEXO 11 – Hospitalizações e Amputações por Pé Diabético em Portugal ... 70

... 70

ANEXO 12 – Valores de Glicemia ... 71

ANEXO 13 – Folheto Pé Diabético ... 72

ANEXO 14 – Locais Mais Propícios a Lesões por Pé Diabético ... 74

ANEXO 15 – Ciclo de vida de pediculus humanus capitis ... 74

ANEXO 16 – Poster que Realizei Sobre a Pediculose e Fotografia com os Meninos da Escola Básica de Santão- Felgueiras ... 75

(8)

VIII

ANEXO 17 – Estratificação do Risco Absoluto ... 77

ANEXO 18 – Classificação dos Anti hipertensores por Grupos e Subgrupos ... 78

ANEXO 19 – Cartaz e Questionário Rastreio Cardiovascular ... 79

ANEXO 20 – Resultados Rastreio Cardiovascular ... 81

... 81

(9)

IX

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Algoritmo clínico de decisão e classificação de HTA (adaptado de DIREÇÃO GERAL DE

SAÚDE. Norma da DGS: Hipertensão arterial definição e classificação) ...35

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Equipa integrante da Farmácia Sta. Quitéria ... 3

Tabela 2: Regime Geral de Comparticipação ...11

Tabela 3: Regime Especial de Comparticipação ...11

Tabela 4: Cronograma de estágio na FSQ ...18

Tabela 5: Formações assistidas durante o estágio na FSQ ...20

Tabela 6: Métodos químicos para o tratamento da pediculose ...31

Tabela 7: Métodos físicos para o tratamento da pediculose ...32

(10)

X

LISTA DE ABREVIATURAS

AIM- autorização de introdução no mercado ARS- Administração Regional de Saúde BA- Boletim de Análise

BPF- Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária CV: Cardiovascular

DCI- Denominação Comum Internacional DCV- Doenças Cardiovasculares

DT- Diretor Técnico

DVP- Doença Vascular Periférica FP- Farmacopeia Portuguesa FSQ- Farmácia Santa Quitéria

GAP- Gabinete de atendimento personalizado GH- Grupo Homogéneo

HTA- Hipertensão Arterial MG- medicamentos genéricos

MNSRM- medicamentos não sujeitos a receita médica MSRM- medicamentos sujeitos a receita médica PA- Pressão Arterial

PCHC- produtos de cosmética e higiene corporal PD- Pé diabético

PF- Profissional de Farmácia

PIC- Preço impresso na cartonagem PS- Profissional de saúde

PT- Prontuário Terapêutico

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(12)

Página | 1

PARTE 1- DESCRIÇÃO DO MODO DE FUNCIONAMENTO DA FARMÁCIA STA. QUITÉRIA E DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO EM FARMÁCIA

COMUNITÁRIA

1. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E FUNCIONAL DA FARMÁCIA 1.1 Localização, Propriedade e Direção Técnica

A Farmácia Sta. Quitéria (FSQ), cuja propriedade e direção técnica pertencem à Dra. Joana Maria Sousa Mesquita, sita na Avenida Agostinho Ribeiro, em Felgueiras. Encontra-se num local privilegiado, no centro da cidade estando inserida num edifício residencial e comercial, de fácil acesso e circundada por inúmeros espaços tais como centro de saúde, hospital, variadas clínicas médicas e dentárias, superfícies comerciais, Câmara Municipal, posto da GNR, bombeiros, biblioteca municipal, escolas primárias e secundária. A sua localização permite-lhe, assim, beneficiar de um extenso público- alvo, sendo vasta a quantidade de utentes habituais.

1.2 Horário de funcionamento

O horário de funcionamento da FSQ é de segunda a sexta- feira das 9h às 13h e das 14h às 20h, sendo que ao sábado se encontra aberta das 9h às 13h. Nos dias de serviço permanente, que se verifica de 6 em 6 dias e de acordo o calendário de serviço das farmácias da zona aprovado pela Administração Regional de Saúde (ARS), a farmácia funciona durante 24h.

1.3 Caraterização do espaço físico da Farmácia

1.3.1 Espaço exterior

A FSQ está identificada com a cruz verde luminosa (ligada durante o período de funcionamento da farmácia e nos dias de serviço permanente durante a noite) facilmente visível ao utente, apresenta vocábulo «Farmácia» seguido do nome da mesma inscrito na fachada principal, bem como uma placa com o nome da Proprietária e Diretora Técnica, de acordo com a legislação em vigor. [1] O acesso ao interior da farmácia é feito através de uma única porta principal, quer para utentes quer para funcionários e serviço de entrega de encomendas. Na porta de entrada encontram-se informações relativamente ao alvará, horário de funcionamento e escalas de turnos das farmácias do município. Para além disso existe um postigo destinado ao atendimento ao público durante a noite nos dias em que a farmácia se encontra de serviço permanente. A farmácia dispõe apenas de uma montra na fachada principal destinada à exposição de produtos/bens de consumo de acordo com a sazonalidade, novidades e/ou promoções sendo a mesma renovada com frequência por forma a captar a atenção do público-alvo e incentivar uma possível visita ao estabelecimento (ANEXO 1).

(13)

Página | 2 1.3.2 Espaço interior

No que ao espaço interior diz respeito, regendo-se pelas Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária (BPF) e de acordo com o artigo 29.º do DL n.º 307/2007, de 31 de Agosto, a FSQ dispõe de “instalações adequadas à segurança conservação e preparação dos medicamentos bem como à acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes e do respetivo pessoal”.Nesta sequência, a FSQ tem uma área mínima e dispõe de determinadas divisões específicas fisicamente separadas:

Área de atendimento ao público (ANEXO 2)

Este é o espaço mais amplo da FSQ onde ocorre a primeira abordagem ao utente. É composto por uma agradável e acolhedora sala de atendimento na qual existe um sofá para que os utentes se acomodem enquanto aguardam a sua vez, uma pequena área dedicada aos mais pequenos e uma balança eletrónica. Para além disso, é aqui que estão expostos produtos de cosmética e higiene corporal (PCHC) dispostos por gamas, artigos de puericultura, higiene oral, ortopedia, dietética, higiene íntima e medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM). A FSQ dispõe de quatro postos de atendimento informatizados atrás dos quais se encontram lineares onde se expõem os MNSRM, de forma a evitar o livre acesso por parte dos utentes e alguns produtos de acordo com a sazonalidade (protetores solares, antigripais, entre outros). Por detrás dos balcões de atendimento encontram-se armazenados em gavetas produtos com maior rotatividade, como anticoncecionais, produtos de protocolo da Diabetes Mellitus, BEM-U-RON® (Bene) ASPIRINA GR® (Bayer) entre outros.

Armazém

O armazém encontra-se fisicamente separado da farmácia e nesse local são guardados os excedentes e portanto, produtos adquiridos em grande escala e que se destinam a fazer parte do stock passivo ou de reposição.

Laboratório

Este é o local onde são preparados os manipulados e, de acordo com a legislação em vigor, encontra-se equipado para esse efeito dispondo de superfícies lisas, facilmente laváveis, referências bibliográficas obrigatórias na área de manipulação de medicamentos (como Formulário Galénico Nacional, Farmacopeia Portuguesa, entre outros) e com um controlo e registo diário da temperatura e humidade, bem como uma luminosidade e ventilação adequadas à conservação das matérias- primas e à operação de manipulação propriamente dita. [3]

Instalações Sanitárias

Gabinete de atendimento personalizado (ANEXO 3)

A farmácia possui um Gabinete de Atendimento Personalizado (GAP), permitindo desta forma um atendimento mais reservado em caso de necessidade e onde são realizadas, por exemplo,

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Página | 3 as consultas de Nutrição, Podologia, determinação de parâmetros bioquímicos (glicemia, colesterol total, triglicerídeos), medição de pressão arterial e administração de injetáveis.

Área de apoio ao atendimento (ANEXO 4)

Este local encontra-se interligado com as várias zonas de armazenamento e está equipado com um pequeno balcão com diversos dispositivos informáticos (computador, leitor ótico, impressora comum, impressora de código de barras, telefone e fax). É nesta zona que as encomendas são feitas (via telefone, fax ou e-mail), rececionadas e conferidas diariamente. Este é, também, o local onde estão armazenados os medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) e onde existe um frigorífico para armazenamento dos produtos com requisitos especiais de temperatura e conservação.

Gabinete administrativo

A FSQ possui um gabinete dedicado à Diretora Técnica, onde a mesma faz a administração, gestão e organização da farmácia e onde recebe delegados de informação médica, fornecedores e outros colaboradores.

1.4 Recursos Humanos

O coração da farmácia são os seus funcionários e estes devem colaborar de forma a proporcionarem o melhor ambiente de trabalho, com o profissionalismo, responsabilidade, sensibilidade, conhecimento e empenho que a profissão exige. A FSQ é constituída por uma equipa jovem e dinâmica, muito dedicada ao utente, que trabalha em conjunto de forma a proporcionar o melhor e mais eficaz atendimento. Esta equipa é composta por três farmacêuticos e quatro técnicos de farmácia, como demonstrado na tabela abaixo:

1.5 Sistema Informático

A FSQ dispõe de uma aplicação desenvolvida pela Glintt®, o SiFarma 2000 com imensas

funcionalidades que facilitam e auxiliam o Profissional de Farmácia (PF) no desempenho das mais variadas funções, como sendo a gestão de stock, controlo de prazos de validade, realização de encomendas bem como a sua receção e verificação, realização e gestão de

Cargo Função

Dr.ª Joana Mesquita Diretora Técnica

Dr.ª Rosário Queirós Farmacêutica Adjunta Substituta

Dr.ª Vânia Gonçalves Farmacêutica

Dr.ª Carla Guimarães Técnica de Farmácia

Dr.ª Vanessa Vilhena Técnica de Farmácia

Dr. João Silva Técnico de Farmácia

Dr. Mácio Marcelino Técnico de Farmácia

(15)

Página | 4 devoluções, pesquisa de medicamentos por princípio ativo ou dentro do mesmo grupo homogéneo (GH) e toda a informação científica relativamente a estes (indicação terapêutica, interações, posologia, contraindicações), gestão de utentes e seu acompanhamento farmacoterapêutico, gestão de receituário e faturação.

2. BIBLIOTECA E FONTES DE INFORMAÇÃO

O farmacêutico, como profissional de saúde e do medicamento, tem o dever de estar atualizado e informado selecionando de entre as fontes de informação aquelas que melhor satisfazem as suas exigências por forma a prestar o serviço com a maior qualidade e profissionalismo que lhe são requeridos. Para além disso, surgem por vezes dúvidas que obrigam à procura de informação adicional e, portanto, a farmácia deve dispor de uma biblioteca, permitindo um rápido acesso à informação. Existem publicações de caráter obrigatório na farmácia e que estão, portanto presentes na FSQ entre as quais a Farmacopeia Portuguesa (FP) e o Prontuário Terapêutico (PT) [2]. Na FSQ todos os postos de atendimento

têm acesso à internet permitindo um fácil e rápido acesso a informação.

3. GESTÃO DE STOCK- ENCOMENDAS E APROVISIONAMENTO 3.1 Gestão de stock

A gestão vai permitir manter um stock adequado às necessidades da farmácia, desta forma deve ser equilibrada de modo a que não faltem medicamentos e outros produtos mas também para que não haja excessos. A gestão é feita pelo responsável na farmácia pelas encomendas, através do SiFarma 2000. Este programa tem para cada produto uma ficha na qual se estabelece um stock mínimo e máximo. Sempre que o stock de determinado produto atinge a quantidade mínima, este passa a integrar uma proposta de encomenda gerada pelo próprio SiFarma, a qual terá de ser aprovada para dar seguimento à encomenda propriamente dita. O objetivo é adequar a quantidade de produto armazenado às solicitações diárias, tendo sempre em conta o capital investido. Deste modo, o stock para cada produto é estabelecido de acordo com o histórico de compras e vendas do mesmo, hábitos de prescrição, sazonalidade da procura, vantagens comerciais e financeiras, dias de serviço permanente, lançamento de novos produtos, campanhas publicitárias e produtos que esgotam sazonalmente e, portanto, podem ser alterados de acordo com estes critérios.

3.2 Encomendas a fornecedores

As encomendas podem ser, essencialmente, de dois tipos:

Encomendas diretas ao laboratório: são normalmente, mais vantajosas quando se adquirem grandes de determinado produto visto incluírem mais descontos e bonificações.

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Página | 5 Por norma, no final de cada mês na FSQ são efetuadas encomendas diretas a laboratórios de medicamentos e produtos com maior rotatividade (Alter, ToLife, Pharmakern, Tetrafarma, Rathiopharm, MSD).

Encomendas a grossistas/armazenistas: permitem uma entrega relativamente rápida (no próprio dia e várias vezes por dia) e não exigem quantidades mínimas.

Na FSQ são realizadas várias encomendas diariamente aos seguintes grossistas: Botelho&Rodrigues (uma entrega diária), Cooprofar (três entregas diárias) e Alliance Healthcare (duas entregas diárias). Estas encomendas têm por base a proposta de encomenda gerada de acordos com o stock mínimo e máximo de cada produto, a qual é analisada pelo responsável pelas encomendas e que após aprovação é enviada via eletrónica aos fornecedores. Para além disso, em casos de pedidos urgentes ou espontâneos podem ser efetuados pedidos via telefónica (aos fornecedores ou a uma farmácia próxima) ou através dos gadgets que os fornecedores têm ao dispor para esse efeito.

3.3 Receção, conferência e armazenamento de encomendas

Aquando da receção de encomendas têm lugar na farmácia um conjunto de procedimentos tais como: confirmar se o caixote/contentar se encontra devidamente selado e identificado com o nome da farmácia e se se faz acompanhar da fatura ou guia de remessa; verificar se existem na encomenda benzodiazepinas/estupefacientes/psicotrópicos (estes exigem requisitos especiais e fazem-se acompanhar de uma requisição dupla, a qual deve ser assinada pelo DT ou pelo farmacêutico responsável); se existem produtos de frio (os quais vêm em contentores à parte e devem ser armazenados de imediato para que não se quebre a cadeia de frio). De seguida, inicia-se a inserção da encomenda no sistema, através do SiFarma 2000 e, em simultâneo, a conferência da mesma, de modo a ter em consideração os seguintes aspetos: se na fatura constam informação do distribuidor e da farmácia, os produtos pedidos bem como aqueles que estão em falta e/ou esgotados, descontos e/ou bonificações, preço de venda à farmácia (PVA), preço de venda ao público (PVP), imposto sobre valor acrescentado (IVA) bem como, o valor total da encomenda; se a quantidade de produto enviada corresponde efetivamente àquela que foi pedida: o estado de conservação da embalagem, o respetivo prazo de validade (PV) do produto e se o preço impresso na cartonagem (PIC) corresponde ao preço aprovado pelo INFARMED. No caso dos produtos sem PIC, como são os de venda livre, estes estão sujeitos a marcação e o preço final do produto é determinado com base nas margens de lucro pré-estabelecidas pela farmácia e de acordo com o PVF sendo, posteriormente impressas as respetivas etiquetas. Para além disto, aquando da aquisição de matérias- primas é fundamental que estas se façam acompanhar do respetivo Boletim de Análise (BA); se o produto for novo, é necessário criar a Ficha do Produto (alterando-se, ou não, o stock mínimo/ máximo, e selecionando-se “impressão etiqueta na

(17)

Página | 6 entrada” caso o produto não tenha PVP marcado). No final verifica-se o número total de unidades rececionadas, se o valor final corresponde ao da fatura e procede-se ao pedido via telefone dos produtos em falta e/ou esgotados para outro fornecedor. De realçar que, no caso de haver benzodiazepinas/estupefacientes/psicotrópicos na encomenda a fatura deve ser arquivada na pasta que existe para o efeito.

Em relação ao armazenamento, são respeitadas todas as regras relativas à sua conservação, como sendo, a luminosidade, temperatura (T <25ºC,no que respeita ao frio 2ºC <T <8ºC) e humidade (60%) [2]. Na FSQ os MSRM são armazenados num móvel com gavetas deslizantes

e separados de acordo com a forma farmacêutica. Assim, os comprimidos e xaropes são arrumados por ordem alfabética de princípio ativo, apresentando-se os medicamentos genéricos (MG) em primeiro lugar e por ordem alfabética de laboratório, seguidos pelo respetivo de referência e sempre da menor para a maior concentração. As restantes formas farmacêuticas (como colírios, supositórios, pomadas e todas as especialidades farmacêuticas de frio) são armazenadas por ordem alfabética de nome comercial. Para além disso, os estupefacientes e psicotrópicos são armazenados num armário destinado exclusivamente a estes fármacos. Na área de atendimento, nas gôndolas e lineares encontram-se armazenados MNSRM com maior rotatividade, de acordo com a sazonalidade e também produtos dermocosméticos, de higiene, de puericultura e suplementos alimentares que, pelo facto de puderem estar ao alcance da vista do utente possibilitam uma possível compra.

De salientar, ainda, que o armazenamento segue a regra “First expire First out” (FEFO) seja qual for o tipo de produto de modo a que os produtos com menor PV sejam os primeiros a ser dispensados, evitando assim eventuais perdas para a farmácia. Na presença de PV iguais a arrumação rege-se pela regra First In, First Out (FIFO), isto é, o produto que deu entrada antes é o primeiro a sair.

3.4 Devoluções

A necessidade de realizar a devolução de um determinado produto pode decorrer de variadas situações, tais como: erros de pedido, embalagem danificada, PV curto, erros no envio por parte do fornecedor, PV a expirar, circulares informativas enviadas pelo INFARMED ou laboratório com ordem de recolha de determinado produto. No entanto, qualquer que seja o motivo da devolução o procedimento é sempre o mesmo. Inicialmente contacta-se o fornecedor por forma dar informação e a agilizar a resolução da situação, de seguida é criada uma nota de devolução no sistema SiFarma 2000 na qual vêm descritas informações sobre o produto e também o motivo da devolução. Esta nota é impressa em triplicado, de tal forma que duas cópias são assinadas e carimbadas por quem procedeu à devolução do produto e vão junto com o mesmo e a terceira é arquivada na farmácia até à regularização da situação.

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Página | 7 A resolução da devolução pode ser feita por troca de produto ou emissão de nota de crédito. No caso de não ser aceite o produto retorna à farmácia, traduzindo-se em prejuízo.

3.5 Controlo de prazos de validade

Na FSQ o controlo dos prazos de validade é feito no momento da inserção da encomenda no sistema, produto a produto, e periodicamente a partir da impressão de listagens, através do SiFarma 2000, de produtos e medicamentos cuja validade expire em determinado mês. O farmacêutico responsável analisa as listagens e retira do stock os produtos cuja validade esteja prestes a expirar, procedendo de seguida à devolução dos mesmos ao respetivo fornecedor. Se o fornecedor ou laboratório aceitar a devolução, emite uma nota de crédito ou repõe os produtos. Caso não seja aceite, os produtos são devolvidos à farmácia e dados como quebra de produto.

4. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E DE OUTROS PRODUTOS

A dispensa de medicamentos é, segundo as Boas Práticas de Farmácia (BPF), “o ato profissional em que o farmacêutico, após avaliação, cede os medicamentos ou substâncias medicamentosas aos doentes mediante prescrição médica, em regime de automedicação ou por indicação farmacêutica acompanhada de toda a informação indispensável ao uso racional do medicamento de acordo com as necessidades individuais”. O farmacêutico é o profissional de saúde (PS) que possui maior conhecimento sobre o medicamento e, portanto, o mais indicado para esclarecer todas as dúvidas e fornecer todas as informações ao utente, sendo a sua principal missão aconselhar, informar e educar o doente pois, muito provavelmente, será o último profissional de saúde com quem este contactará antes da utilização dos medicamentos. Este profissional tem, portanto, uma grande responsabilidade na promoção do uso racional dos medicamentos, de forma eficaz e segura, evitando Resultados Negativos da Medicação (RNM).

4.1 Medicamentos sujeitos a receita médica

Os medicamentos sujeitos a receita médica são todos aqueles que só podem ser dispensados mediante prescrição médica e apresentação da respetiva receita. De acordo com o disposto no artigo nº 114 do DL nº 176/2006 de 30 de agosto, estão sujeitos a receita médica os medicamentos que possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica, que possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daqueles a que se destinam, que contenham substâncias ou preparações à base dessas

(19)

Página | 8 substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar e que se destinem a ser administrados por via parentérica [4].

4.1.1.Receita médica

No ato da dispensa de MSRM o utente deverá fazer-se acompanhar da respetiva receita médica. Atualmente, a prescrição médica é realizada, obrigatoriamente, pela Denominação Comum Internacional (DCI) da substância ativa, seguida da forma farmacêutica, dosagem, apresentação e posologia, tal como disposto na Portaria nº 137-A/2012, tendo o utente o direito de optar pela aquisição de qualquer medicamento pertencente ao mesmo Grupo Homogéneo (GH). Desta forma, incentiva-se a utilização de medicamentos genéricos (MG), mais baratos, reduzindo-se os encargos com medicamentos e, concede-se ao utente o direito de optar entre o MG ou o respetivo de referência. A título excecional a prescrição pode incluir a denominação comercial ou indicação do nome do titular de autorização de introdução no mercado (AIM), nas situações em que não existe MG, ou então, mediante justificações técnicas, assinaladas na receita em local próprio, que impeçam o direito de opção por parte do utente, sendo elas:

 Prescrição de medicamento com margem ou índice terapêutico estreito, conforme informação prestada pelo INFARMED: Exceção a) art. 6.º

 Reação adversa prévia (suspeita de tolerância ou reação adversa): Exceção b) art.

6.º

 Continuidade de tratamento superior a 28 dias (destinado a assegurar a continuidade de tratamento com duração estimada superior a 28 dias): Exceção c) art. 6.º No que diz respeito às exceções a) e b) o utente não exerce direito de opção, enquanto no caso da exceção c) pode optar por um medicamento com PVP igual ou inferior ao do medicamento prescrito. De salientar que, na ausência destas exceções é obrigatório a dispensa de um dos cinco medicamentos genéricos mais barato a não ser que o utente opte por um com PVP superior. Assim, as farmácias devem dispor, de acordo com enquadramento legal, pelo menos de três dos cinco medicamentos mais baratos dentro do mesmo GH. Atualmente, a prescrição é obrigatoriamente eletrónica estimando-se que esteja para breve a desmaterialização da receita com o objetivo de diminuir erros associados à prescrição e interpretação aquando da dispensa, facilitar a comunicação entre profissionais de saúde e simplificar todos os processos associados tanto à prescrição como à dispensa dos medicamentos. Existem, no entanto, casos em que o médico prescritor pode recorrer à receita manual como sendo, em caso de falha do sistema informático, inadaptação fundamentada do prescritor, outras situações em que haja no máximo 40 receitas médicas por mês e prescrição ao domicílio.

Relativamente às regras de prescrição, em cada RM podem constar no máximo quatro embalagens não sendo possível ultrapassar o máximo de duas embalagens por cada

(20)

Página | 9 medicamento. No entanto, no caso de medicamentos que se encontram sob a forma unitária isto não se aplica, podendo ser prescritas até quatro embalagens desse medicamento por RM. Por vezes na RM (mais na recita média manual), não se encontra informação relativa ao número de embalagens, dimensão da embalagem ou dosagem, nestas situações o PF deve dispensar apenas uma embalagem, a de menor quantidade e de menor dosagem, respetivamente e de acordo com a Portaria nº 137-A/2012, de 11 de maio. De referir ainda que a prescrição de psicotrópicos/estupefacientes, medicamentos manipulados e produtos e medicamentos do protocolo Diabetes mellitus deve ser feita em RM isolada de outros medicamentos.

No que à RM diz respeito esta pode ser renovável ou não renovável:

Receita médica renovável – difere da não renovável por se apresentar em triplicado e cada via ter PV de 6 meses após a data de emissão. Destina-se a determinadas doenças ou tratamentos prolongados e permite a aquisição de medicamentos, no respeito pela segurança da sua utilização, sem necessidade de nova prescrição médica.

Receita médica não renovável- é habitualmente utilizada para prescrição ocasional de medicamentos ou para prescrição de tratamentos de curta duração. Tem uma só via e um PV de 30 dias.

4.1.2 Validação da prescrição e aviamento da receita médica

A receita médica para ser válida tem de satisfazer um conjunto de requisitos aos quais o PF deve estar atento. Assim, de acordo com a Portaria nº137-A/2012 de 11 de maio, a RM deve apresentar os seguintes elementos:

 Número da receita

 Local da prescrição e identificação do médico prescritor  Nome e número do utente

 Entidade financeira responsável

 Identificação do medicamento: DCI e/ou nome comercial (casos excecionais), dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem, número de embalagens e posologia

 Data da prescrição e assinatura do médico

 Se aplicável indicação de exceção, portaria ou despacho e/ou regime especial de comparticipação

 Período de validade da receita

No caso de se tratar de uma receita manual os elementos a constar são similares aos acima referidos para a receita eletrónica com as seguintes diferenças: local de prescrição facultativo, identificação do médico prescritor apresentada na forma de vinheta e, se aplicável, menção da exceção e respetiva alínea obrigatoriamente. De salientar que, no caso da receita manual, não é admitida mais do que uma via. Na ausência de algum dos parâmetros acima referidos

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Página | 10 a receita deverá ser rejeitada, uma vez que, possíveis erros de validação implicarão prejuízo para a farmácia. Deve, pois, o farmacêutico comunicar a situação, ajudando a resolve-la sem prejuízo do bem-estar para o utente.

Após validar a receita, o farmacêutico interpreta a prescrição de acordo com os seus conhecimentos clínicos, farmacológicos e a sua análise crítica com vista a verificar se a medicação prescrita é adequada ao problema de saúde, se é a primeira vez que vai fazer a terapêutica em questão, detetar e, por vezes, solucionar eventuais inadequações e/ou PRM e RNM, recorrendo ao diálogo com o utente e fazendo as questões que julgar necessárias. O farmacêutico deve ter o cuidado de fornecer ao utente informação sobre todo o esquema posológico, de forma clara e simples, adequando o discurso ao nível sociocultural do utente, quer oralmente quer por escrito promovendo desta forma a adesão à terapêutica e também o uso racional do medicamento.

A etapa que se segue é a finalização da venda com impressão do documento de faturação no verso da RM. Neste documento constam:

 Identificação da farmácia e DT;  Data e número da venda;  Número do lote e da receita;

 Código de identificação do operador;

 Entidade responsável pela comparticipação;

 Identificação dos medicamentos comparticipados, com o nome e respetivo código de barras, quantidade, PVP, preço de referência (PR); percentagem de comparticipação e preço a pagar pelo utente.

Ainda no verso da receita o utente confirma, por meio de assinatura, os medicamentos que lhe foram dispensados e que lhe foram prestados os esclarecimentos necessários. Após o pagamento é emitida a respetiva fatura ou recibo que é entregue ao utente juntamente com os medicamentos.

4.1.3 Dispensa de psicotrópicos e estupefacientes

A dispensa de substâncias psicotrópicas e estupefacientes, dada a sua ação ao nível do Sistema Nervoso Central (SNC) e à sua natureza, sobretudo a capacidade de provocar dependência (física e psíquica) e tolerância está fortemente regulamentada, assim, o DL nº 15/93, de 22 de janeiro define o regime jurídico aplicável ao tráfico e consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas e tem como objetivo controlar o uso indevido destas substâncias e o seu desvio para tráfico ilícito [7].Como tal, a requisição e dispensa deste

tipo de substâncias carece de cuidados específicos. Aquando da requisição, aliás como já referido anteriormente, é enviada uma guia de requisição em duplicado que é assinada e carimbada pelo DT ou farmacêutico responsável sendo que a original é arquivada na farmácia durante um período mínimo de três anos e o duplicado reenviado como forma de transação

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Página | 11 do produto. No que respeita à dispensa, para além da verificação dos requisitos referidos anteriormente para qualquer RM é necessário que o adquirente seja maior de idade e se faça acompanhar do documento de identificação (normalmente Cartão de Cidadão); a RM esteja identificada com RE (Receita Especial) e apresente a prescrição daquele medicamento apenas; o PF preencha uma ficha no respetivo sistema informático com dados do utente, do adquirente (caso não seja o mesmo que o utente) e do médico prescritor. No final é necessário anexar a fotocópia da receita, do cartão de cidadão do adquirente ao respetivo Documento de Psicotrópico (emitido aquando da finalização da venda) e arquivar, em local próprio, durante um período mínimo de três anos.

4.1.4 Comparticipação, entidades e regimes especiais

Os cidadãos portugueses beneficiam de um regime de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos, tal como disposto no DL nº 48-A/2010, de 13 de maio, sendo Serviço Nacional de Saúde (SNS) a entidade responsável a entidade responsável [8-9]. O SNS dispõe

de dois regimes de comparticipação com base num sistema de escalões, os quais são atribuídos de acordo com o grupo farmacoterapêutico e segundo os quais o Estado paga uma percentagem do PVP, como se pode observar na seguinte tabela:

Tabela 3: Regime Especial de Comparticipação

No regime especial é acrescida uma percentagem de 5% no escalão A (95%) e 15% nos restantes (B-84%; C-54%; D-30%).Deste regime, fazem parte os pensionistas e na receita está identificado um “R” ou “RO”.

Para além do anteriormente referido existem, ainda, outros regimes de comparticipação especial nos quais os utentes podem ter direito a uma comparticipação acrescida como é o caso de doentes com patologias especiais (ex.: lúpus, doença de Alzheimer, doença intestinal

Regime Geral de Comparticipação

Escalão A 90%

Escalão B 69%

Escalão C 37%

Escalão D 15%

Regime Especial de Comparticipação

Escalão A 95%

Escalão B 84%

Escalão C 52%

Escalão D 30%

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Página | 12 crónica, etc.) ou então, no caso de o utente ter direito a complementaridade na comparticipação dos seus medicamentos, isto é, têm uma entidade principal (SNS) e uma segunda entidade ou seguro de saúde (subsistema) que complementa a comparticipação, como Caixa Geral de Depósitos (CGD), Serviço de Assistência Médica Social (SAMS), Sã Vida-EDP, entre outros. Nestes casos, de complementaridade, é necessário fotocopiar a RM e o respetivo cartão de beneficiário de determinado subsistema, por forma a ser enviada à entidade competente e a para que o pagamento seja feito à farmácia.

4.1.5 Processamento do receituário e faturação

O processamento do receituário e a respetiva faturação permitem que a farmácia receba o valor das comparticipações correspondentes aos medicamentos previamente dispensados. Aquando da dispensa de MSRM de acordo com o plano de comparticipação o sistema informático agrupa as receitas que pertencem ao mesmo organismo por lotes (numerados sequencialmente dentro de cada organismo), atribuindo a cada receita um número crescente até um máximo de 30. Na FSQ diariamente são organizadas as receitas por organismo e lote e, semanalmente é feita a conferência das receitas aviadas (pelo farmacêutico responsável ou por uma empresa especializada) de forma a detetar e corrigir eventuais erros e evitar devoluções de receitas que implicam trabalho adicional e muitas vezes prejuízo para a farmácia.

Atualmente com a utilização da receita eletrónica todo este trabalho está facilitado, uma vez que os sistema informático assume automaticamente o plano de comparticipação (agrupando num único organismo 99x) e também sempre que a RM se encontrar fora do PV este emite um alerta, não deixando prosseguir com o aviamento e minimizando desta forma eventuais erros relacionados tanto com planos de comparticipação como com PV das receitas que muitas vezes são motivo de devolução das mesmas por parte da entidade pagadora.

Assim, no final de cada mês são reunidos todos os lotes já organizados e corrigidos e são emitidos um conjunto de documentos:

 Verbete de identificação de lote: apresenta um conjunto de informações como o número de lote, identificação da entidade responsável pelo pagamento da comparticipação à farmácia, e em coluna separadas o valor total da comparticipação, valor pago pelo utente e PVP dos medicamentos.

 Relação de resumo de lotes: lista com todos os lotes emitidos para um determinado organismo.

 Fatura mensal para cada organismo: resume as importâncias relativas ao total da comparticipação a pagar à farmácia.

Logo que toda a documentação esteja organizada e reunida é enviada ao Centro de Conferência de Faturas (CCF) ou Associação Nacional de Farmácias (ANF) dependendo da entidade responsável, com o objetivo de receber o valor das comparticipações. No caso de

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Página | 13 existir alguma inconformidade ou ser detetado algum erro a receita é reenviada à farmácia juntamente com documento que fundamenta o motivo ad devolução, sendo que, a farmácia tem a possibilidade de corrigir o erro e processar a receita no mês em que esta foi devolvida.

4.2 Medicamentos não sujeitos a receita médica

Os MNSRM são todos os medicamentos de uso humano que não preencham as condições requeridas para a classificação de MSRM, tal como disposto no DL nº 176/2006, de 30 de agosto [4]. Este tipo de medicamentos pode ser adquirido sem prescrição médica e não estão

sujeitos a qualquer tipo de comparticipação por parte do Estado.Assim, o utente pode adquiri-los quer por iniciativa própria quer por aconselhamento farmacêutico para alívio ou resolução de problemas passageiros e de menor gravidade, sendo os MNSRM frequentemente associados a fenómenos de automedicação. A publicidade crescente de MNSRM nos vários meios de comunicação social, o aconselhamento de um familiar ou amigo (por similaridade de sintomas entre situações) bem como, a falta de disponibilidade (quer de tempo quer financeira) constituem os principais fatores que levam à procura dos MNSRM por parte dos utentes. Muitas vezes estes dirigem-se à farmácia apenas para compra um determinado medicamento definido e não para se aconselhar sobre a melhor maneira de ultrapassar o problema. O farmacêutico assume um papel fulcral, quando se trata de automedicação, uma vez que é o profissional de saúde que o utente procura em primeiro lugar. Desta forma, o PF deve estabelecer uma adequada comunicação com o utente, recolhendo toda a informação necessária para avaliar a situação que lhe é exposta e saber o porquê de o utente procurar determinado medicamento. Através da informação recolhida, o farmacêutico assume a responsabilidade pela avaliação do problema de saúde apresentado e deve certificar-se que a medicação solicitada pelo utente é a mais indicada, regra geral o utente não tem conhecimentos necessários para avaliar a gravidade dos distúrbios e escolher o mais adequado de entre os recursos terapêuticos disponíveis. Assim, o PF deve promover, sempre, o uso racional e seguro da medicação e, se possível, deve indicar medidas não farmacológicas. Para além disso, em caso de persistência ou agravamento dos sintomas deve aconselhar a ida ao médico uma vez que pode estar perante uma situação de maior gravidade. É de extrema importância realçar que o abuso na automedicação pode mascarar sintomas e, consequentemente doenças mais graves, por isso a utilização de MNSRM deve ser sempre feita com assistência e aconselhamento de um profissional de saúde.

4.3 Medicamentos Manipulados

De acordo com o DL nº 95/2004, de 22 de abril, medicamento manipulado (MM) é qualquer forma magistral ou preparado oficinal, preparado de forma individualizada e orientada a um

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Página | 14 indivíduo ou grupos de indivíduos com caraterísticas especiais, dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico, como forma de colmatar a não existência de respostas adequadas da indústria farmacêutica para determinadas situações [10]. Na elaboração de

manipulados devem seguir-se as “Boas Práticas de Fabrico”, aprovadas pela Portaria nº 594/2004 de 2 de junho, cujo objetivo é garantir a segurança, qualidade e eficácia dos mesmos recaindo sobre oito pilares fundamentais: instalações, equipamentos, pessoal, matérias-primas, materiais de embalagem, manipulação, controlo de qualidade, rotulagem e documentação. [11]

A preparação de medicamentos manipulados na FSQ não é muito solicitada no entanto segue as boas práticas na preparação de medicamentos manipulados. Os MM são rotulados com a identificação do doente, nome do MM, dose, posologia, forma farmacêutica, condições de conservação, número de lote e PV e o preço é calculado com base no valor das matérias-primas, materiais de acondicionamento e respetivos honorários. Ao longo do meu estágio tive a oportunidade de aviar uma receita de um MM, e proceder à sua realização, respeitando as boas normas.

4.4 Outros produtos

4.4.1 Produtos cosméticos e de higiene corporal (PHCH)

Os PCHC são substâncias ou preparações destinadas a ser colocadas em contacto com diversas partes superficiais do corpo humano, tais como sistema piloso e capilar, unhas, lábios epiderme, dentes e mucosas bucais, órgãos genitais externos, entre outros, com o intuito de os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto e/ou de proteger e manter em bom estado, tal como disposto no DL n.º 189/2008, de 24 de setembro [12].

A FSQ dispõe de uma vasta gama de produtos e marcas de PHCH e com rotatividade elevada. Hoje em dia é pessoas recorrerem à farmácia para adquirirem estes produtos uma vez que para além da aquisição têm também a possibilidade de se aconselharem com um profissional. Assim, é importante que o PF tenha informação e formação adequada acerca das gamas e produtos de modo a prestar um bom aconselhamento e satisfazer as necessidades do utente. 4.4.2 Produtos e medicamentos de uso veterinário

O DL n.º 148/2008, de 29 de Julho, define medicamentos veterinários como “um bem público e recursos cruciais para a defesa da saúde e do bem-estar dos animais e para a proteção da saúde pública, sendo igualmente um instrumento de salvaguarda das produções animais” [13].

Na FSQ os produtos e medicamentos de uso veterinário (MUV) com maior rotatividade são os antiparasitários (de uso interno e externo), contracetivos, vitaminas e alguns antibióticos.

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Página | 15 4.4.3 Produtos homeopáticos

De acordo com o DL n.º176/2006, de 30 de agosto o medicamento homeopático, é definido como “medicamento que é obtido a partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode conter vários princípios” [4].

Atualmente na FSQ a procura por este tipo de medicamentos é muito pequena, no entanto quando procurados têm em vista a resolução de situações de ansiedade e stress.

4.4.4 Produtos fitoterapêuticos

Entende-se por produto fitoterapêutico qualquer formulação farmacêutica que tenha exclusivamente como substâncias ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas sob diversas formas farmacêuticas (comprimidos, infusões, xaropes, etc.) e usadas com diversas indicações terapêuticas. Estes produtos são, portanto, obtidos através de plantas medicinais, que apresentam qualidade, segurança e uma ação terapêutica comprovada. Nos últimos anos o recurso à fitoterapia tem aumentado uma vez que há preferência pelo que é “natural”. No entanto, deve salientar-se e alertar o utente de que estes produtos não são inócuos, não se encontrando desprovidos de contraindicações e reações adversas e que devem ser usados com cautela.

Na FSQ, os produtos fitoterápicos mais solicitados são direcionados a problemas gastrointestinais, perturbações do sono, fadiga, emagrecimento, entre outros.

4.4.5 Suplementos alimentares e produtos para alimentação especial

Os suplementos alimentares são géneros alimentícios que se apresentam sob a forma de produtos pré- embalados em doses unitárias, constituindo fontes concentradas de nutrientes, destinados a uma administração diária, tal como disposto no DL n.º 136/2003, de 28 de junho

[14]. Têm como objetivo primordial ou parcial complementar um regime alimentar normal e

suprir as necessidades nutricionais de pessoas cuja capacidade de ingerir, digerir, absorver, metabolizar ou excretar géneros alimentícios correntes seja limitada, permitindo desta forma que tenham uma dieta adequada e equilibrada. Os produtos para alimentação especial encontram-se adequados às necessidades nutricionais de certos grupos de indivíduos, tais como, latentes ou crianças de tenra idade, indivíduos em condições fisiológicas especiais, indivíduos com perturbação na assimilação e metabolismo. Fazem parte deste grupo de produtos as papas, leites, fórmulas de reidratação e suplementos dietéticos orais.

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Página | 16 4.4.6 Dispositivos médicos

Dispositivo médico (DM) é qualquer instrumento, aparelho, equipamento ou, material que isoladamente ou combinado tem como principal objetivo exercer o efeito pretendido no corpo humano quando este não é conseguido por maios farmacológicos tal como consta no DL n.º 145/2009, de 17 de junho [15].

Na FSQ os DM mais solicitados são meias de descanso, material de penso, seringas e termómetros. Embora estes produtos se encontrem à venda noutros locais, a diferença de os adquirir na farmácia é o esclarecimento e aconselhamento farmacêutico.

5. SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA

A FSQ dispõe de um vasto leque de serviços disponíveis à comunidade que se destinam à promoção da saúde e bem- estar dos utentes. Estes serviços incluem: determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos (medição da glicemia, colesterol, triglicerídeos, pressão arterial), teste de gravidez, administração de medicamentos e vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação (PNV). Para além destes, existe também prestação de serviços por outros profissionais de saúde que se deslocam à farmácia em dias estipulados, como consulta de podologia e nutrição.

A FSQ possui ainda VALORMED. Este é um projeto de gestão de resíduos, uma sociedade sem fins lucrativos, criada em 1999, que procede à recolha e tratamento destes, de modo seguro, evitando que estes resíduos fiquem acessíveis à população e cujo objetivo principal

é contribuir para o uso racional do medicamento e para a minimização de danos ambientais.

A VALORMED, através das farmácias, procede à recolha de embalagens vazias e produtos fora de uso, pelo que os PF devem sensibilizar e incentivar os utentes a entregar as embalagens vazias e os medicamentos fora de PV como forma de preservar a saúde pública e o ambiente [16].

6. A MINHA EXPERIÊNCIA NA FARMÁCIA STA. QUITÉRIA

Iniciei o tão esperado estágio na FSQ no dia 20 de janeiro de 2015, cumprindo horário de 9h-13h e das 14h-18h e, portanto 40 horas semanais. Para além disso tive oportunidade de cumprir horário noturno em dias em que a farmácia se encontrava de serviço permanente. Desde o primeiro dia de estágio que tomei conhecimento de toda a mecanística e funcionamento da farmácia. Na primeira semana comecei pelo armazenamento de medicamentos e/ou produtos que iam chegando à FSQ de forma a familiarizar-me com os locais onde cada um pertencia e etiquetagem daqueles que dela careciam, aprendi a rececionar e verificar encomendas, fazer devoluções, sempre que se justificasse, e pedidos de produtos esgotados e/ou em falta por telefone. Estas constituíram parte das tarefas diárias

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Página | 17 ao longo dos seis meses de estágio. Numa fase posterior, estas tarefas foram feitas em simultâneo com o atendimento ao balcão.

O atendimento ao balcão, momento que ansiava bastante, foi iniciado na quarta semana de estágio com o apoio fundamental da Dr.ª Vânia Gonçalves, a minha orientadora, bem como de toda a restante equipa da farmácia, os quais me auxiliaram e promoveram sempre, e de forma excecional, a minha autonomia enquanto futura farmacêutica. Aqui, coloquei em prática conhecimentos adquiridos ao longo do meu percurso académico na Faculdade de Farmácia acerca de substâncias ativas, indicações, posologia, efeitos adversos e principais interações assim como tomei conhecimento de todos os passos necessários à dispensa de medicamentos, principalmente os MSRM. Desta forma, tive oportunidade de validar receitas com diferentes regimes de comparticipação, regularizar vendas suspensas, fazer reservas de medicamentos e/ou produtos que não estavam disponíveis para dispensa no momento. Em maio foi instalada na farmácia a aplicação para a receita eletrónica, a qual veio facilitar todo o processo de verificação e validação do receituário.

Portanto, foi-me permitido, durante o estágio manter o contacto direto com os utentes, grande parte deles habituais e com os quais acabei por criar laços, quer no aviamento de receitas médicas quer no aconselhamento de outros produtos, nomeadamente produtos cosméticos e de higiene oral, suplementos alimentares, artigos de puericultura, medicamentos de uso veterinário. No contacto com os utentes foi-me possível, variadas vezes, explicar a diferença entre medicamento de referência e medicamento genérico, muitos utentes não conseguem entender o porquê do MG ser mais barato e têm receio de arriscar e foi, para mim, gratificante sentir que conseguiram, através da minha explicação perceber essa diferença, não deixando de levar os medicamentos pelo estigma de que por serem mais baratos não fariam o mesmo efeito.

Para além disso tive a oportunidade de assistir e detetar, infelizmente, erros de prescrição médica tanto na escolha dos fármacos como na posologia indicada. De modo a exemplificar algumas das falhas encontradas posso a mencionar:

 Prescrição de nimesulida 100 mg em que o doente era recomendado a tomar 2 comprimidos de 12 em 12 horas, quando a dose máxima diária recomendada é de 1 comprimido de 12 em 12 horas.

 Utente apresenta uma prescrição de fluoxetina, perguntando-me se ia emagrecer em pouco tempo, mostrando a falta de informação relativa à prescrição que trazia consigo do médico.

Aconteceram também outras situações, estas de cariz social, que me marcaram, como foi o caso de uma utente que trazia consigo uma prescrição de EXELON® (Novartis) e que acabou por não levar a medicação por falta de condições económicas. Estas situações puseram-me

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Página | 18 à prova, mostrando-me algumas realidades do dia- a- dia que não me deixam indiferente e as quais tive de aprender a gerir.

Durante o meu estágio a FSQ recebeu a visita da ASAE, os quais inspecionaram, principalmente os medicamentos de uso veterinário e, a partir deste dia fomos obrigados a exigir receita médica veterinária para medicamentos como pílulas anticoncecionais (Megecat®, Pilusoft®), desparasitantes internos que até aqui eram dispensados sem RM, o que desagradou grande parte dos utentes da farmácia.

Por forma a elucidar as tarefas executadas bem como os diferentes momentos em que se iniciaram apresento o cronograma abaixo:

Tabela 4: Cronograma de estágio na FSQ

Plano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

Receção e verificação de encomendas Armazenamento de produtos Marcação de produtos Realização de determinações fisiológicas e bioquímicas Realização de encomendas Realização de devoluções e gestão de devoluções Organização dos produtos com prazo de validade a expirar Atendimento ao balcão

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Página | 19 Organização do receituário Conferência do receituário Faturação e fecho do mês

O farmacêutico, para além das atividades acima referidas e enquanto PS executa um rol variado de atividades no domínio da saúde pública e intervenção social, aconselhando, incentivando a população à adoção de um estilo de vida saudável e criando elos de ligação com os seus utentes através da realização de diversas atividades. Neste âmbito para além do desenvolvimento das competências técnicas e científicas, estive envolvida em vários tipos de atividades, nomeadamente (ANEXOS 5-7):

 Organização e participação num Workshop de auto- maquilhagem

 Participação num Rastreio de osteoporose, realizado por uma técnica especializada

 Organização de um Workshop para futuras mamãs e pais

 Operação Nariz Vermelho com venda de narizinhos cujo valor reverteu a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro

 Preparação da semana do 6º aniversário da FSQ, a qual contou com diversas atividades desde rastreios cardiovasculares, nutricionais, podológicos a dias temáticos em que todos os funcionários da FSQ usavam t-shirts personalizadas por nós e alusivas às marcas de cosméticos em que eram feitos descontos nesse dia. Aqui participei ativamente na realização dos rastreios

 Preparação e organização de uma Caminhada Solidária a qual reverteu a favor da Associação dos Amigos dos Animais de Felgueiras

 Idealização e elaboração de montras temáticas de acordo com a estação do ano (primavera e verão), épocas festivas e/ou datas comemorativas (dia dos namorados, dia do Pai, Páscoa, dia da mãe, Santos Populares) bem como elaboração de lembranças alusivas à comemoração dos respetivos dias simbólicos (dia da mãe, dia do pai, dia da criança, as quais foram entregues carinhosamente aos utentes da farmácia

 Realização de concursos relacionados com alguns destes momentos, como o Concurso do dia da Mãe, Concurso de Carnaval e Concurso dos Santos Populares os quais foram divulgados nas redes socias associados.

Toda a equipa da FSQ colabora, de forma exímia, nestas atividades como forma de afincar a proximidade entre a farmácia e a população envolvente.

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Página | 20 Ao longo de todo o meu estágio também me foi possível participar e assistir em variadas formações, as quais se encontram descritas na tabela abaixo indicada:

Tabela 5: Formações assistidas durante o estágio na FSQ

Data, local e duração da formação Formação

20 Janeiro; FSQ; 2H

Programa de treino Clearblue®

fertilidade e gravidez (ANEXO 8) 23Janeiro; FSQ;1h; Farma MT® 26 Janeiro; FSQ; 1h Novartis ® (mebocaína, rhinomer, vibrocil)

2 Março; FSQ 1h; ISDIN ® “Os nossos produtos”

31 Março; 1h:30 min; FSQ

Barral Babyprotect®

Magnesium OK®

30 Abril; 1h:30 min; FSQ Uriage®

5 Maio; 2h; FSQ Omega Pharma ® (Paravet)

7 Maio; 40 min; FSQ Fold®

21 Maio; 4h; FFUP

“Diabetes Mellitus: diagnóstico, classificação, complicações e

Terapêutica” (ANEXO 8)

16 Junho; 2h; FSQ Frontline®

19 Junho; 1h; FSQ Bial® (Dormidina, Reumon)

30 Junho; 3h; Hotel Porto Palácio, Porto

“ O papel do farmacêutico nos Cuidados Podológicos” (AKILEINE®)

EXPANSCIENCE® laboratoires

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PARTE 2- APRESENTAÇÃO DOS TEMAS DESENVOLVIDOS

1. PÉ DIABÉTICO- O FLAGELO DA DIABETES

1.1 Enquadramento

A Diabetes é, hoje considerada uma epidemia global que acarreta elevadas consequências socias, humanas e económicas em todo o Mundo [17, 18, 19].

Os problemas nos pés dos diabéticos, vulgarmente designados por «pé diabético» são uma complicação grave e comum da Diabetes, sendo a principal causa de ocupação de camas em hospitais e responsável por cerca de 70% das amputações dos membros inferiores por causas não traumáticas [17,19,20,21].

A compreensão das causas que estão na origem dos problemas nos pés dos diabéticos bem como o rastreio sistemático do pé diabético permitem reduzir de forma acentuada o número de ulceras do pé no diabético e de amputações quer através de uma avaliação eficaz quer através da educação para a saúde do doente, familiares e/ou cuidadores e profissionais de saúde, obtendo-se ganhos em saúde e na qualidade de vida dos doentes [22,23,24].

A intervenção atempada nos cuidados de saúde primários, nos quais o farmacêutico desempenha um papel crucial devido à proximidade e contacto diário com a população, permite evitar o desfecho trágico que é a amputação, quer através do conhecimento e identificação dos fatores de risco para o desenvolvimento de ulceração no pé quer através da vigilância frequente dos pés e educação dos doentes e/ou cuidadores para os cuidados a ter com os mesmos.

Torna-se, portanto essencial consciencializar e sensibilizar os doentes, bem como os cuidadores, para a responsabilidade que detém no tratamento e controlo da doença a fim de evitar complicações a ela associadas, nomeadamente o pé diabético.

O meu objetivo ao abordar este tema foi intervir ao nível da educação para a saúde, dos doentes com Diabetes e seus familiares e/ou cuidadores, fornecendo informação adequada ao nível socioeconómico de cada um e explicando os cuidados que devem ter diariamente com os pés a fim de prevenirem consequências catastróficas. Para tal elaborei um panfleto que foi entregue aos utentes da farmácia em momentos oportunos, isto é, aquando da determinação da glicemia, no momento da dispensa de medicamentos anti- diabéticos e também durante o rastreio de podologia que teve lugar na semana do pé, de 4 a 9 de maio

(ANEXO 6). O que me motivou a abordar este tema foi o facto de cerca de 80% dos utentes

que frequentam consulta de podologia na FSQ padecerem desta complicação e, portanto achei que devia intervir de forma a evitar o aparecimento de novos casos.

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Página | 22 1.2 Introdução

O crescimento acentuado da Diabetes em todo o Mundo nos últimos 50 anos foi, essencialmente, motivado por fatores como o crescimento demográfico, o envelhecimento da população e as alterações no estilo de vida da população em geral [18,21,25]. Estima-se que em

2013 padeciam de diabetes 382 milhões de pessoas em todo o Mundo, sendo que 175 milhões de pessoas desconheciam ter a doença (ANEXO 9). A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica caraterizada por hiperglicemia crónica persistente devido à falta de insulina e/ou resistência à sua ação. A sua prevalência aumenta muito com a idade e atinge ambos os sexos e todas as idades. De acordo com a American Diabetes Association (ADA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) a DM é classificada em quatro categorias clínicas

[18,25,26]:

Diabetes tipo I: também conhecida como Diabetes Insulino- Dependente, carateriza-se pela

destruição das células β dos ilhéus de Langerhans do pâncreas produtoras de insulina. A sua causa não é, ainda, inteiramente conhecida no entanto parece dever-se a um mecanismo autoimune que por razões desconhecidas ataca e destrói as células que produzem insulina. Atinge predominantemente crianças e jovens, no entanto também se pode verificar em adultos e mesmo em idosos. Os doentes com DM tipo I necessitam de terapêutica com insulina durante toda a sua vida, uma vez que o seu pâncreas não consegue produzi-la. Não está relacionada com fatores de risco modificáveis.

Diabetes tipo II: é o tipo mais comum de Diabetes, representando 90 a 95% dos casos.

Carateriza-se por uma insuficiente utilização da insulina com ou sem insulinorresistência. Está associada, em grande parte, a fatores de risco modificáveis, tais como obesidade, hipertensão, dislipidemia, sedentarismo. Pode ser prevenida através do controlo dos fatores de risco modificáveis, no entanto este tipo de Diabetes pode estar associada a uma componente hereditária.

Diabetes gestacional: aparece pela primeira vez durante a gravidez e, normalmente

desaparece quando esta finda. As mulheres que desenvolveram Diabetes aquando da gestação têm risco de vir a desenvolver a doença futuramente.

Outros tipos: não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores e são muito

específicos, tais como defeitos genéticos da função das célulasβ; defeitos genéticos na ação da insulina; Endocrinopatias; patologias do pâncreas exócrino; indução por químicos ou fármacos; infeções.

Segundo a OMS, em 2012 a DM foi a causa direta de 1,5 milhões de mortes em todo o mundo e em 2014 a percentagem de adultos com mais de 18 anos com Diabetes era de 9% [18]. Em

Portugal, a prevalência estimada da Diabetes em 2013 foi de 13,0%, ou seja, 7.8 milhões de indivíduos com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos [19] (ANEXO 10). O aumento

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