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Alternativas de produção de arroz orgânico em Santa Catarina: Guilherme Nunes Bressan

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(1)

V

UNIVERSIDADE

FEDERAL DE SANTA

CATARINA

» A

CENTRO

DE

CIÊNCIAS

AGRÁRIAS

»

CURSO

DE

AGRONOMIA

ALTERNATIVAS

DEA

PRODUÇÃO

DE

ARROZ ORGANICO

EM

SANTA

CATARINA

*Relatório de conclusão de curso apresentado

como

requisito para obtenção do título de

Engenheiro

Agrônomo

pela Universidade Federal de Santa Catarina `

Acadêmico:

Guilherme

Nunes

Bressan

(2)

}%âH¶

IDENTIFICAÇÃO

Título: Altemativas de produção de arroz orgânico

em

Santa Catarina;

Acadêmico: Guilherme

Nunes

Bressan;

Matricula: 9428628-0;

Área: Agricultura Orgânica;

Orientador: Prof. Dr. Antônio Augusto Alves Pereira

Co

- orientador: Prof. Dr. Paul Richard

Momsem

Miller;

Supervisor: Eng.°

Agrônomo

Rogério Topanote

Local

do

estágio:

EPAGRI

~

Jacinto Machado;

Período: 1° à 31 de agosto de 2000;

Banca

examinadora: Prof. Dr. Antônio Augusto Alves Pereira

Eng.°

Agrônomo

Rogério Topanote

(3)

URGÊNCIA DE

SER,

URGÊNCIA

DE

VIVER.

ARMANDO

ARTHUR

(Poeta

Moçambicano)

“E

urgente

inventar

novos

atalhos

acender novos

archotes

e

descobrir

novos

horizontes.

É

urgente

quebrar o

silêncio

abrir

fendas

ao tempo

e,

passo

a

passo, habitar outras noites

coalhadas de

pirilampos.

É

urgente

içar

novos

versos

escalar

novas metáforas

e trazer

esperanças

recalcadas

pela

angústia.

É

urgente partir

sem

medo

e

sem demora

para

onde

nascem

os

sonhos

(4)

AGRADECIMENTOS

À

Deus

pelo

dom

da vida e da perseverança.

Aos

meus

pais e minha irmã, por apoiarem e acreditarem nos

meus

ideais e por

darem

subsídios para que concluísse

meus

estudos.

A

Grazi, por todo amor, companheirismo e compreenção dedicados a

mim

durante

estes longos anos e nos

momentos

mais dificeis.

Ao

orientador prof. Dr. Antônio Algusto Alves Pereira pelas orientações no decorrer

do período do estágio e durante o curso.

Ao

professor e amigo Paul Richard

Momsen

Miller por todo o apoio e suporte

oferecido a

mim

durante todo o curso e desenvolvimento de vários projetos.

Ao

supervisor e companheiro de

jomada

Rogério Topanote pela oportunidade,

paciência e por abraçar esta causa tão nobre.

A

F

amília Topanote,

em

especial

Dona

Maria, seu Quintino, Bárbara, Fido,

Dene

e

toda a gurizada, igualmente a Família Tramonti, dona Deonir, Eliete, Marcelo, Ângela,

Moacir, Salete e toda gurizada, pela disposição e carinho

com

que

me

acolheram neste

processo que é tão importante para

mim

quanto para eles.

A

todos os companheiros agrônomos surfistas, por tennos compartilhados os

melhores ondas na Ilha de Santa Catarina.

(5)

ÍNDICE

LISTA

DE

TABELAS

, 04

LISTA

DE

PLANTAS INVASORAS OCORRIDAS

NAS

ARROZEIRAS

ORGÂNICAS

E

SEUS

RESPECTIVOS

NOMES

CIENTIFICOS,

05

LISTA

DE

INSETOS

PRAGAS

E

DOENÇAS OBSERVADAS NAS

ARROZEIRAS

E

SEUS

RESPECTIVOS

NOMES

CIENTIFICOS, 06

1.

1NTRoDUcÃo,

07

2.

COMUNIDADES

VISITADAS

DURANTE

O

ESTÁGIO,

09 2.1. Paraguai, 09

2.2. Vista Alegre, 09

2.3. Costão da Pedra e Tigre preto, 09

2.4. Tenente, 10

2.5. Linha São Pelegrino, 10

2.6. Sanga da Paca, 11

2.7. Guarapuvú, 11 2.8.

CETRAR,

11

3.

REFERENCIAL

TEÓRICO

SOBRE

OS SISTEMAS

DE

CULTIVO

UTILIZADOS

NA

PRODUÇÃO

DE

ARROZ

ORGÂNICO

(ECOLOGICO),

QUE

SERVIRAM

DE

BASE

PARA

AS

AÇOES DESENVOLVIDAS

NO

ESTAGIO,

12 3.1. Arroz irrigado (pré-germjnado), 12

3.1.1. Apresentação, 12 3.1.2.

O

processo de pré-germinação, 12 3.1.3. Análise do solo, 13 3.1.4. Preparo do solo, 14 A 3.1.4.1. Gradagem, 15

3.1.4.2. Uso

da

enxada rotativa, 15 3.1.4.3.

Formação

do lodo, 16

3.1.4.4. Renivelamento e Alisamento das arrozeiras,

16

3.1.5. Semeadura,

17

3.1.6. Manejo da água nas arrozeiras, 18_

3.1.7. Alternativas para o manejo da adubação orgânica nas arrozeiras, 20

3.1. 7.1.

Adubação

verde, 21

3.1. 7.1.1. Ervilhacas, 21

3.1. 7.1.2. Azolla, 21

3 . 1 . 7. 2. Cama-de-aviária, 24

(6)

3.1. 7.4. Cinza de casca de arroz. 28

3.1. 7.5. Fertilidade natural, 28

3.1. 7. 6.

Adubação

foliar,

29

3.1.8. Criação de marrecos,

30

3.1.8.1. Fatores favoráveis a criação de marrecos

em

arrozeiras, 31

3.1.8.2. Manejo, 31

3.2. Arroz irrigado consórcio peixe

-

Rizipiscicultura,

32

3.2.1. Apresentação,

32

3.2.2. Aspectos básicos para a implantação da rizipiscicultura,

33

3.2.3. Manejo dos peixes,

34

3.2.4. Comercialização do pescado,

36

3.3. Arroz Sequeiro,

36

4.

VARIEDADES

DE SEMENTES

UTILIZADAS

NA

PRODUÇÃO

ORGÂNICA

DE

ARROZ,

37

5.

COMPARATIVO NOS

ÀCUSTOS

DE

PRODUÇÃO

DE

ARROZ

NOS

SISTEMAS

CONVENCIONAL

E

ORGANICO,

39

ó.

O

PROCESSO

DE

CERTIFICAÇÃO,

40

7.

CONCLUSÃO,

42

s.

E1BL1OGRAE1A,43

FOTOS

ANEXO

1. Instrução Normativa

007, que dispõe sobre normas para a produção de

produtos orgânicos vegetais e animais.

ANEXO

2. Utilização de duas espécies de ervilhaca, Vicia sativa e Vicia villosa,

como

(7)

LISTA

DE

TABELAS

TABELA

1 - Substituição do

N

mineral pelo

N

orgânico da Azolla

em

várzeas inundadas

e 0 reflexo na produtividade;

TABELA

2 - Concentração média de N, P205,

KzO

e matéria seca

em

diferentes lotes de

cama-de-aviário;

TABELA

3 -

Resumo

do laudo de análise do solo trabalhado, fornecido pelo

laboratório

da

CIDASC;

TABELA

4 - Relação da quantidade de cama-de-aviário utilizada

por quadra e a

produtividade media da área total;

TABELA

5 - Disponibilidade, exportação e déficit dos nutrientes

N-P-K

para a área

trabalhada durante 0 estágio;

TABELA

6 - Relação das variedades trabalhadas e suas

características principais;

TABELA

7 -

Resumo

comparativo dos custos de produção do arroz convencional

em

(8)

LISTA

DE

PLANTAS INVASORAS

OCORRIDAS

NAS

ARROZEIRAS

ORGÂNICAS

E

SEUS

RESPECTIVOS

NOMES

CIENTÍFICOS;

1. Capim-arroz,

camevão.

jaú: Echionocloa crusgalli, E. crus-pavones e colonum;

2.

Arroz

vermelho e arroz preto: Oriza sp.;

3.

Grama

boiadeira, capim-marreco: Laercia hexandra;

4.

Capim-doce:

Brachiaria plantaginea;

5. Tiririca, cebolinha, ciperácea: Ciperus sp;

6. Pelunco, cuminho: Fimbristylis sp.;

7. Agua-pé, marrequeira, vintém: Heleranthera ren1formis;;

8. Erva-de-bicho:

Polygonum

hidropiperoides;

9. Erva-amarela: Jussiae repens;

10. Angiquinho, pinheirinho., maricazinho: Aeschinomene rudis;

ll. Chapéu-de-couro, sagitária. taiá: Sagittaria guynensis;

12. Calipinho: Ludwigia prostata;

I3. Trapoeraba: Fam. Commelináceas

Obs.: Plantas 1, 2 e 4: gramíneas adaptadas a solos secos;

Planta 3: gramínea aquática;

Plantas 5 e 6: ciperáceas adaptadas a solos

bem

drenados;

Plantas 7, 10 e ll: dicotiledôneas aquáticas

Plantas 8, 9, 12 e 13: dicotiledôneas adaptadas a solos secos e úmidos;

(9)

LISTA

DOS

INSETOS

PRAGAS

E

DOENÇAS OBSERVADOS

NAS

ARROZEIRAS

ORGÂNICAS

E

SEUS

RESPECTIVOS

NOMES

CIENTÍFICOS

INSETOS

PRAGAS

4. Bicheira-da-raíz: Orjyzophagus oryzae e Lissorhopterus tibialis;

5. Broca-do-colo: Elasmopalpus Iignosellus;

6. Noiva branca do arroz: Nymp/rula ssp;

7. Percevejo-do-colmo, pecevejo-marrom:

T

ibraca limbativentris;

8. Percevejo-do-grão: ()ebaluspoeci1us;

(Fonte:

RAMOS,

1985;

EPAGRI,

boletim didático n° 22, 1998.)

DOENÇAS

Durante todo o periodo do estágio e

em

todas as propriedades visitadas, a única

doença observada foi a Brusone nas folhas causada pelo fungo (Pyricularia oryzae),

em

uma

única quadra da variedade

EPAGRI-106.

Observou-se

uma

pequena mancha, não

representando perda significativa de grãos na lavoura.

Relacionou-se este fato,

com

a existência de excesso de fertilidade

em

uma

parte da

quadra atingida, relacionada a antiga presença de

um

valo na área da mancha de fertilidade,

suscetibilizando a cultura pelo super vigor das plantas naquele local, onde o fungo

(10)

1.

INTRODUÇÃO

Santa Catarina é hoje

um

dos estados de maior produção de arroz irrigado do

Brasil. , produzindo cerca de 1 milhão de toneladas no periodo de 97-2000, perdendo

apenas para o Rio Grande de Sul

Tal recorde de produção seria magnífico se não fosse o impacto brutal ocasionado

no meio ambiente, e inserido nele os produtores que,

sem

altemativas,

caem

na roda viva da

agricultura convencional e

pagam

com

a vida os altos custos da produção convencional,

sendo que a cada ano cai consideravelmente o preço da saca de arroz e cresce absurdamente

0 custo dos insumos (agrotóxicos, adubos sintéticos, sementes,etc.).

Lembrando

que do

outro lado da cadeia produtiva estão os consumidores, que atualmente tem altemativas de

escolha,

mas

que há pouco tempo atrás não tinha noção do que estava comendo.

O

custo ambiental é muito grande, iniciado pela grande área de matas e capões

dizimadas ( afetando fauna, flora e água ) para a utilização no processo de sistematização,

visando a monocultura no modelo produtivista adotado pelo estado anos atrás, seguindo

pela grande quantidade de venenos e adubos utilizados indiscriminadamente poluindo

grande parte dos rios, riachos e lençóis freáticos terminando nas tomeiras e chuveiros das

casas das regiões produtores, afetando seriamente a saúde das pessoas, e finalmente

chegando as lagoas e no mar, onde dados da colônia dos pescadores da região de Laguna e

Imbituba, indicam

uma

queda significativa de

45%

do

volume

de pesca (camarão, siri,

peixes) e o empobrecimento dos outros organismos aquáticos essenciais para o equilíbrio

da cadeia produtiva, aliado dentre outros motivos à alta concentração de agrotóxicos nas

águas.

Afinna

um

jomal de Imbituba:

“O

progresso tecnológico chegou à nossa região, produtores

adquirem avião para aplicação de insumos nas lavouras arrozeiras.”

E

eu pergunto: “Isto e

progresso ou regresso?”

Felizmente, Santa Catarina

acompanha

uma

tendência brasileira verificando-se

um

grande aumento no

número

de lavouras orgânicas de produção, não somente de arroz.

Talvez boa parte incentivado pelo maior valor de mercado,

mas

também

existem muitos

produtores sensibilizados

com

as causas do problema.

(11)

um

bom

tempo é que resolvi desenvolver este trabalho, de buscar e testar

alternativas de manejo da produção de arroz orgânico, e consequentemente, a certificação

junto a Associação Orgânica de Santa Catarina

como

uma

atividade profissional.

Teoricamente o

meu

estágio realizou-se no periodo compreendido entre 1° /08 à

30/08/2000,

mas

como

este periodo não seria possível para completar todo o ciclo da

cultura (entresafra e saíra), executei o

meu

estágio no período entre junho/2000, iniciando

com

o manejo de adubação verde e outras altemativas, até a colheita da produção orgânica

do arroz, que foi pioneira no município de Jacinto Machado, municipio base do

meu

estágio, sendo que neste periodo desenvolvi

um

trabalho semelhante no Alto vale do Itajai.

Estagiei na

EPAGRI/JM com

a supervisão do Eng°.

Agrônomo

Rogério Topanote,

onde além de desenvolver atividades relacionadas à cultura do arroz, acompanhei-o no seu

trabalho de extensão naquele município, conhecendo algumas comunidades importantes da

região e fazendo

um

reconhecimento das suas caracteristicas,

em

relação ao relevo, solo,

vegetação, clima e a variabilidade cultural da região, embora seja

uma

região onde

predomina a colonização Italiana. Neste sentido, iniciei este relato citando as comunidades

visitadas, que considero da

suma

importância para a identidade do trabalho.

Em

seguida, entro mais especificamente nas questões relacionadas aos sistemas de

produção de arroz utilizados propriamente ditos, abordando para cada sistema as técnicas

altemativas de manejo de solo, água e práticas culturais substitutivas à agricultura

convencional e aceitas nas normas de produção de produtos orgânicos.

Abordo também

sobre as variedades de sementes de arroz utilizadas neste trabalho, os custos comparativos

de produção, finalizando

com

os fundamentos utilizados na certificação do arroz orgânico

(12)

2.

COMUNIDADES

VISITADAS

DURANTE

O

ESTÁGIO

Durante o periodo de estágio na

EPAGRI

do Município de Jacinto Machado, tive a

oportunidade de acompanhar os trabalhos de extensão rural realizados pelo Eng°

Agrônomo

Rogério Topanote, e

também

de conhecer diversas comunidades do municipio e da região,

bem como

as atividades lá desenvolvidas.

As

principais comunidades são as seguintes:

2.1.

PARAGUAI

Comunidade

próxima ao perímetro urbano da cidade de Jacinto Machado, economia

basicamente voltada para o cultivo do arroz irrigado convencional, e foi nesta comunidade

que iniciei os primeiros trabalhos

com

produção orgânica de arroz neste município.

Além

de outras propriedades que visitei, o

módulo

da Família Tramontin foi onde iniciou-

se o

meu

trabalho e

também

foi base para o

meu

estágio de conclusão .

foram instalados

experimentos que testavam a viabilidade da utilização de duas espécies de ervilhaca

como

altemativa para adubação verde para a cultura do arroz

(ANEXO

1). Nesta propriedade,

também

está sendo produzido arroz orgânico

em

rizipiscicultura e irrigado utilizando

como

adubação

cama

-de- aviário _

2.2.

VISTA

ALEGRE

Comunidade

pertencente ao Município de Errno, região bastante declivosa,

compreendendo produtores de fiimo, arroz, abacaxi e banana. Aqui visitei a propriedade de

Quintino Topanote, conduzida por Rogério Topanote seu filho, onde a atividade principal é

a produção de abacaxi

em

plena expansão,

com

cerca de 6.000 pés da fiuta,

com

expectativa de boa colheita de fi'utos e principalmente de mudas. Esta lavoura de abacaxi

foi conduzida

com

adubação verde (espérgula arvensis

-

gorga), cama- de- aviário , pouco

salitro e completamente livre de agrotóxicos.

(13)

São as comunidade mais distantes da sede do município de Jacinto Machado, e

servem

como

base para aventureiros que se arriscam a enfrentar a trilha que leve ao topo

do Canion da Fortaleza,

um

dos cartões postais mais bonitos do nosso estado.

Visitei nestas comunidades dois produtores.

Um

foi o Sr. Paulino Candioto, basicamente

produtor de filmo, e que este ano

com

incentivo do programa de extensão da Epagri

produziu triticale, espécie de excelente produtividade que alia as vantagens do trigo e do

centeio,

com

o apelo da sustentabilidade e da produção na pequena propriedade.

O

segundo produtor visitado foi o Sr. Zelindro Ronsani e seu filho Aloide, propriedade

bem

no pe da serra, e

bem

diversificada.

produz-se maracujá, cana-de-açucar para produção

de cachaça e açúcar mascavo , mandioquinha salsa e gado de corte.

2.4.

TENENTE

Esta é a comunidade melhor estruturada para a produção de arroz irrigado do

Municipio de Jacinto

Machado

sendo este o motivo da visita, lá a maioria dos produtores

estão

bem

financeiramente, plantam grandes áreas, e principalmente, não há problema de

falta de água nas lavouras.

E

nesta comunidade, próxima das encostas da serra geral, que está localizada

uma

das maiores barragens de contenção de água da região Sul, subsidiada pelo governo do

Estado, suprindo a necessidade de água das lavouras durante todo o ciclo,

mesmo

nos anos

mais secos.

2.5.

LINHA

sÃo

P1‹:L1‹:GR1:No

Esta comunidade pertence ao município de Turvo, onde a rizipiscicultura está mais

desenvolvida no Estado, inclusive servindo de modelo. Aí está localizada a propriedade de

Sérgio Cibien, rizipiscicutor e produtor de alevinos, que distribui alevinos para os outros

produtores da região. Este produtor faz parte do grupo de produção do arroz ecológico

(14)

2.6.

SANGA DA PACA

/

Comunidade muito bonita,

em

Jacinto Machado, onde o arroz e a banana sao as

culturas dominantes, no acesso está localizado o Colégio Agricola Federal.

Nesta comunidade está localizada a propriedade de Valcirlei Casagrandre, onde

conduzimos junto

com

o produtor

uma

lavoura 18 ha de arroz ecológico, 15 ha da

variedade

EPAGRI-109

e 3 ha de arroz

FORMOSA

IAS

l-2-9. Esta propriedade

compreende cerca de 60 ha no total, nos quais não foi utilizada

nenhuma

gota de

agrotóxicos, sendo que somente 15 ha estão sob certificação, recebendo este ano o

certificado de arroz “produzido

sem

agrotóxicos” devido ser este o primeiro ano do

processo.

O

produtor está muito contente

com

as mudanças.

2.7.

GARAPUVU

Nesta comunidade no município de Ermo, o arroz é a cultura predominante,

mas

que ainda existem algumas famílias que trabalham na cultura do fumo.

A

cultura do

fumo

reduziu-se de 500 famílias há trinta anos atrás, para 50 famílias hoje.

reside a família de Ângelo Sigefiedo Topanote,

também

produtor de arroz

FORMOSA

IAS

1-2-9 orgânico ( primeiro ano) onde acompanhei, e fiimo. Este ano produzindo

organicamente, quitou suas dívidas, e está muito feliz

sem

ter aplicado veneno.

2.8.

CETRAR

O

Centro de Treinamento de Araranguá

-

CETRAR

, é

um

dos centros de

treinamento da

EPAGRI

distribuídos no Estado, onde dentro das atividades desenvolvidas,

as mais importantes são o desenvolvimento de pesquisas

em

arroz irrigado e gado de leite.

Este centro está constantemente promovendo diversos cursos profissionalizantes para os

produtores da região além dos principais (arroz e leite), que são os cursos de manipulação

de alimentos, agroecologia e mecanização, buscando a qualificação do agricultor e sua

(15)

3.

REEERENCIAL

TEÓRIco soBRE

os

sIsrEMAs

DE cULrIvo

UTILIZADOS

NA

I>RoDUÇÃo DE

ARRoz

oRGÃNIco

(ecológico),

QUE

sERvmAM

DE

BASE

PARA

As

AÇÕES

DEsENvoLvIDAs

No

ESTÁGIO

3.1.

ARROZ

IRRIGADO

-

SISTEMA PRÉ

GERNHNADO

3.1.1.

APRESENTAÇÃO:

Dentro do sistema de arroz irrigado propriamente dito, são

poucas as experiências relatadas no que diz respeito à produção de arroz orgânico nestas

áreas, exceto na Rizipiscicultura, que de certa fomia não deixa de ser

uma

forma de

produção orgânica de arroz, visto que elimina a necessidade de agrotóxicos.

Sabemos

que a

agricultura orgânica não se resume a

uma

única altemativa de produção, muito pelo

contrário, devemos analisar cada área individualmente para que possamos definir para ela a

melhor forma de manejá-la, principalmente no fator fertilidade do solo.

É

fimdamentado

neste aspecto que venho desenvolvendo juntamente

com

o

escritório da

EPAGRI/JM

e produtores de Jacinto

Machado

e Ermo, e

também

com

o

Engenho

de Arroz Nardelli, no Alto Vale do Itajaí, altemativas para a produção de arroz

orgânico, trabalhando

com

manejo de solo e da água , e principalmente buscando

altemativas de adubação, que vão desde a utilização de

cama

de aviário e da fertilidade

natural das áreas até a utilização de adubação verde, trabalhando

com

algumas variedades

de Ervilhaca e Azolla.

Dentro deste trabalho ,

fiz

questão de acompanhar e difundir a importância do

processo de pré-germinação das sementes e de análise do solo , buscando otimizar estas

etapas , pois dentro de

um

sistema orgânico de produção,

devemos

trabalhar tudo

perfeitamente

em

equilíbrio, para que tenhamos boa produtividade.

3.1.2.

o

PRoCEsso DE

PRÉ-GERIvIINAÇÃo

DA

sEMENTEz

Este processo consiste basicamente

em

acelerar o processo natural de germinação, na ausência de solo, de

tal maneira que ao ser semeada, a semente já tenha radicula e coleóptilo claramente

visíveis. Inicia-se o processo

com

a hidratação das sementes, ou seja, colocando-as na água

(16)

alguns produtores utilizam-se dos valos ou até

mesmo

o açude para esta prática.

Após

este periodo, as sementes são retiradas e colocadas à sombra por igual periodo, fase esta

também

conhecida

como

incubação.

A

duração destas fases está estreitamente ligada

com

a cultivar, condições de temperatura da água e do meio ambiente.

De

maneira geral, as cultivares do grupo

modemo

exigem período de tempo maior para a incubação,

em

fiinção

da pilosidade apresentada pela maior parte destes grãos.

Ao

finalizar estas operações, o

coleóptilo e a radícula tem de 2 a

3mm

de comprimento.

Este método é otimizado quando utilizados

em

quadras

bem

niveladas

com

preparo

de solo sob inundação.

As

vantagens estão relacionadas ao sistema

como

um

todo,

destacando-se o fato de que a semeadura pode ser feita na época programada, independente

das condições de umidade do solo, inclusive

com

manejo fechado da água (vide

3. l.6.manejo da água), que é a proposta de manejo que utilizei neste estágio

como

artificio

para substituição de agrotóxicos nos arrozais . Sob condições normais este

método

facilita

o controle de plantas invasoras

com

o manejo da água,

uma

vez que utiliza a semente

em

estágio adiantado de germinação

(ILAMOS,

1985).

3.1.3.

ANÁLISE

DO

SOLO:

Infelizmente, constatei que este fator não tem sido praticado

pela maioria dos produtores do Estado e talvez não muito cobrado também, pois os

produtores de arroz utilizam fertilizantes indiscriminadamente,

sem

ao

menos

analisar seu

solo para verificar a verdadeira necessidade de adubação.

Para a proposta que levanto de produção de arroz orgânico, a análise de solo é

fundamental para que o produtor utilize somente a adubação orgânica necessária, muitas

vezes reduzindo bastante o seu custo de produção e evitando o desgaste do solo.

Como

já foi mencionei, a coleta de amostras representativas de solo é essencial para

a avaliação correta das necessidades de adubação, possibilitando a obtenção de rendimentos

econômicos.

Os

fatores de formação de solo variam de local para local, influenciando as

caracteristicas que

devem

ser consideradas na amostragem. Neste estágio trabalhei

com

solos orgânicos (turfa), cambissolos, arenosos e glei, comprovando as variações.

A

amostra representativa de

uma

gleba é aquela que melhor reflete as condições de

fertilidade da área especifica. Para obter

uma

amostra representativa é necessário retirar

(17)

utilizada,

em

cada determinação no laboratório, é de apenas de 20g, sendo que esta e

retirada de

uma

amostra de 500g que é enviada ao laboratório .

Assim, todas as instruções para

uma

boa coleta de solo

devem

ser observadas para

se obter amostras representativas. Considerando-se que

uma

amostra de solo composta não

deve representar áreas maiores que 10 a 20 hectares, a amostra analisada no laboratório

corresponderá, aproximadamente, à fração equivalente a

uma

ou duas partes por milhão do

volume de solo amostrado.

A

representatividade da amostra toma-se, portanto, fator de

suma

importância para a elaboração correta da recomendação de adubação, seja ela,

adubação verde, cama-de-aviário, fosfato natural ou até a não utilização de adubo.

Para as áreas de produção de arroz orgânico que trabalhei, recomendei a retirada de

l0 amostras de solo de cada quadra de arroz, que

em

média, na região, atingem de 0,5 a l

ha, retiradas

com

os seguintes instrumentos: pá de corte ou trado, facão, balde e

um

saquinho plástico para o envio da amostra já seca e ao ar destorroada para o laboratório.

No

nosso Estado o Laboratório de análise de solos da

CIDASC,

em

Florianópolis, está

credenciado para efetuar a análise de solo completa, no valor de

R$

7,00 por amostra de

solo.

Com

a amostragem de solo, no cultivo orgânico, os produtores perceberão que ao

passar dos anos de cultivo, irão obter

uma

melhora significativa na qualidade do seu solo,

com

relação aos fatores químicos, fisicos e biológicos do solo.

3.1.4.

PREPARO

DO

SOLO:

Baseado nos trabalhos desenvolvidos e depoimentos dos

produtores, considero esta etapa do manejo da cultura,

como

uma

das mais importantes

para que 0 produtor tenha êxito na sua lavoura de produção de arroz orgânico.

As

etapas a

cumprir não diferem

em

muito do sistema convencional, sendo elas a gradagem inicial,

seguindo o uso da enxada rotativa, que pode ser utilizada

com

solo seco ou

com

uma

pequena lâmina de água, preparação do lodo, e posterior renivelamento e alisamento das

quadras, utilizando implementos de madeira próprios para cada operação.

É

bem

verdade

também, que dentro de cada etapa, existem cuidados a se tomar para que tenhamos no

preparo do solo

um

grande aliado para o controle de invasoras, pragas e possíveis doenças

que possam estar presentes no solo e na palhada, proporcionando

um

ambiente equilibrado

~

(18)

3.1.4.1.

GRADAGEM:

Observei que dentro da prática do manejo convencional o produtor

ainda utiliza antes da gradagem, a aração, para fazer o

tombamento

do solo, buscando o

horizonte mais argiloso acreditando melhorar a qualidade do lodo na sua formação.

Não

recomendo esta prática no cultivo orgânico do arroz, pois além de provocar

uma

desestruturação desnecessária no solo, traz á superficie muitas sementes de plantas

invasoras que estão dormentes naquele horizonte mais profundo,

tomando

o controle destas

mais dificil.

A

gradagem é

uma

prática que o produtor pode efetuar não somente no

momento

que antecede o plantio

mas

também

durante a entresafra, quando o as quadras não

estiverem sendo utilizadas

com

outras culturas.

Utiliza-se a gradagem para o destorroamento do solo e principalmente para a

incorporação da palhada e plantas invasoras, que

ocupam

a área durante a entresafra, e

também

com

o objetivo de eliminar

um

ambiente que é totalmente favorável ao

desenvolvimento pragas,

como

os percevejo do grão (

T

ibraca limbativentris) e a bicheira-

da-raiz (Orizophagus orjyzae), que observei ter sido

em

algumas lavouras orgânicas de

arroz,

um

grande problema. Esta prática se faz necessária para favorecer o uso da enxada

rotativa posteriormente, evitando o “embuchamento” do implemento.

Alguns produtores preferem deixar suas quadras

com uma

lâmina de água durante a

entresafra, o que não deixa de ser

uma

boa altemativa, antecipando o processo de

decomposição palhada.

Quando

chega o

momento

do preparo do solo, faz-se a gradagem

incorporando tudo, inclusive as invasoras aquáticas que surgiram no periodo de quadra

cheia.

Recomendo

então, que o produtor utilize-se de gradagens leves, se necessário mais de

uma

vez, mas de forma a não mobilizar excessivamente o solo.

3.1.4.2.

USO

DA

ENXADA

ROTATIVA: Com

esta prática

bem

desenvolvida, nas

propriedades trabalhadas durante o estágio, os produtores conseguiram eliminar grande

parte de plantas invasoras nas suas lavouras, podendo ser recomendado o seu uso durante a

entresafra e no pré-plantio, preparando o solo para a formação do lodo.

(19)

controle de invasoras,

mas

também

por ser o

momento

para a incorporação do calcário

dolomitico (rocha) e do adubo orgânico quando for necessário sua utilização, na forma de

cama-de-aviário, cinza de casca de arroz, esterco de marrecos , azolla, ervilhacas ou outras

altemativas, sendo que algumas plantas de adubação verde

como

a azolla,

podem

ser

cultivadas antes do início do preparo da área para o cultivo do arroz, podendo-se realizar

mais de

um

ciclo seguido de incoporação.

Embora

se possa utilizar este implemento sem lâmina d”água, que _é o caso da

utilização na entresafra, recomenda-se no preparo pré-plantio o uso

com

uma

pequena

lâmina d”água, pois auxiliará o produtor a obter

um

melhor resultado na etapa seguinte na

preparação do lodo.

3.1.4.3.

FORMAÇÃO

DO

LODO:

Uma

boa formação do lodo é indispensável para o

sucesso do sistema de plantio pré-germinado, pois as sementes irão para o solo

com

coleóptilo e radicula desenvolvidos, estando prontas para a fixação no lodo. Se este não

estiver

bem

formado, dificultará esta fixação e irá oferecer condições para que as plantas

invasoras desenvolvam-se

com

maior rapidez que as plantas de arroz,

mesmo

na água.

A

maioria dos produtores que visitei utiliza, nesta etapa, rodas auxiliares adaptadas

aos pneus do trator e muitas vezes,

com

alisador acoplado.

A

experiência a

mim

relatada do

produtor de grãos e sementes de arroz, e atualmente produtor de arroz ecológico Márcio

Neto, diz que nesta etapa do processo de produção o implemento mais eñciente são as

rodas de ferro, principalmente

em

áreas

com

pouca sustentação. Segundo o produtor,

uma

das boas vantagens que este implemento possui é que quando utilizado, ele revolve muito

bem

o solo e

com

a lâmina d”água existente, permite

com

que as sementes de plantas

invasoras mais pesadas (arroz vermelho, por exemplo) ainda existentes no solo, sendo

conduzida para

um

horizonte mais profundo da quadra praticamente inviabilizando sua

emergência, e as sementes mais leves se emergirem, serão de mais fácil controle

com

manejo permanente da água.

Com

este implemento, evita-se o atolamento do trator e o trabalho toma-se

uma

“brincadeira”, segundo o agricultor.

(20)

sistema de produção de arroz orgânico, junto

com

os produtores, conclui que esta etapa

é considerada de vital importância, aliada

com

o manejo da àgua e outras práticas

complementares importantes já citadas, por alguns motivos básicos:

Com

o trabalho

realizado resultando

em

quadras

bem

niveladas e lisas, ou seja,

sem

depressões e/ou

buracos, permitimos que a lâmina d°água atingisse toda a área da quadra uniformemente,

facilitando o controle de plantas invasoras, principalmente graminias

como

camevão

(Echinocloa sp), tiriricas (Ciperus sp), pilunco (Fimbriszfylis sp.), etc.

Com

estas

mesmas

condições, dificultamos ou até evitamos,

em

ambientes

tendendo ao equilíbrio, a incidência da praga mais temida da cultura do arroz que é a

bicheira-da-raíz. Isto se dá, devido ao fato de que a fêmea do inseto (Orizophagus oryzae)

busca lugares mais profundos , rachaduras e buracos para pôr seus ovos

com

segurança ,

onde eclodirão e irão encontrar o ambiente favorável à instalação da larva que preda a raíz da planta. Sabendo disto é que recomendei o melhor nivelamento possivel das quadras para

os produtores

com

os quais trabalhei.

Para que isto ocorra, cada produtor deve utilizar seus conhecimentos e criatividade

aliados às técnicas já existentes. Atualmente os produtores utilizam-se de alisadores

convencionais e até de toras de eucalipto acopladas a

uma

grade,

mas

um

dos produtores

que acompanhei, Valcirlei Casagrande, de Jacinto

Machado

inovou. Ele

mesmo

fez

uma

prancha que é acoplada diretamente ao trator; esta

tem

cerca de

Sm

de comprimento e

0,70m de largura e é

bem

pesada, suficiente para

um

alisamento perfeito da quadra e a sua

não compactação. Hoje ele produz 60 ha

sem

agrotóxicos.

3.1.5.

SEMEADURA:

Durante o estágio, acompanhei esta etapa e constatei que ela muito influencia no desenvolvimento posterior da cultura do arroz e principalmente na produção organica.

Acompanhei

lavouras orgânicas nos quais foram utilizadas densidades de

semeadura variando entre 2,5 sacas/ha até 3,5 sacas/ha,

mas

existem trabalhos

desenvolvidos no

CETRAR

onde utilizou-se densidades de até 60 kg/ha, baseando-se na

utilização do manejo fechado da água. Utilizamos densidades maiores nos casos do plantio

da variedade Formosa, devido ser uma-variedade que tem por caracteristica

um

menor

(21)

É

fundamental a utilização de sementes de boa qualidade, ou seja,

com

a maior

pureza possível e

com

garantido poder germinativo, que verifica-se fazendo o teste de

germinação das sementes.

Na

produção orgânica, procuramos utilizar sementes que tenham

sido produzidas no

mesmo

processo, e realizando o intercâmbio de sementes entre os

produtores.

Recomendamos

que os produtores no

momento

após a colheita e secagem dos grãos, reservem da produção a quantidade necessária de sementes para o próximo plantio,

viabilizando o intercâmbio, não precisando adquirir sementes que foram produzidas no

sistema convencional e consequentemente reduzindo custos.

A

semeadura na maioria das propriedades foi feita à lanço e manual,

mas

hoje,

produtores

com

maior área utilizam-se de semeadeira mecânica acoplada ao trator ou

micro-trator, teoricamente garantindo maior uniformidade na semeadura, embora a grande

maioria dos produtores que trabalhei fez semeadura manual

com

resultados muito bons.

Outros trabalhos serão conduzidos ao longo dos anos, e os aspectos de densidade e

uniformidade de semeadura

devem

receber ênfase, pois neles estão ancorados o controle de

plantas invasoras, principalmente as aquáticas, e conseqüentemente a melhora da

produtividade nas safras posteriores.

A

grande maioria dos produtores

com quem

trabalhei, fez a semeadura na segunda

quinzena do

mês

de outubro.

3.1.6.

MANEJO

DA

ÁGUA

NAS

ARROZEIRAS:

Atualmente está

em

grande evidência

o mal uso dos recursos hídricos no planeta,

com

perspectivas de que muitos paises fiquem

sem

água

em

curto espaço de tempo. Sabendo-se que a utilização da água no sistema de

produção de arroz é fundamental pelas próprias características da planta, embora tenhamos

algumas variedades melhoradas que produzem no sequeiro, é que utilizamos o manejo

fechado da água.

Na

cultura do arroz orgânico está

em

evidência a sua importância, pois o manejo

adequado da água, serve para equilibra do

pH

do solo, auto fertilizá-lo e para o controle de

plantas invasoras e pragas.

Como

já citei algumas vezes, durante o estágio trabalhei fundamentado no manejo

fechado da água, no qual durante praticamente todo o ciclo da cultura e na maioria das

(22)

energético da natureza, da planta e proporcionando a não utilização de agrotóxicos.

que é

uma

das maiores causas de contaminação dos mananciais da água no Estado de Santa

Catarina.

Em

uma

reunião que participei junto as colônias de pescadores da região de

Imbituba, a diminuição drástica na quantidade do pescado (peixe, camarão e siri)

em

toda

região se dá por vários motivos,

mas

principalmente pela aplicação indiscriminada de

grande quantidade de agrotóxicos, que polui a lagoa, os rios e consequentemente o mar.

Nos

trabalhos que acompanhei o manejo fechado da água foi executado da seguinte

forma: '

,

Alguns produtores mantiveram as quadras

com

água durante a entresafra, outros

não.

Recomendamos

a inundação definitiva a cerca de 30 dias antes da semeadura, após o

iiiomento

em

que é executada a rotativagem e incorporação do adubo orgânico quando for

o caso. Durante o período de preparo do lodo e alisamento já deve-se procurar manter a

lâmina de água definitiva para a semeadura, de 5 à 10cm. _

Após

este

momento,

faz-se a semeadura

com

a água

bem

clara, e procura-se manter-

a água no nivel citado, abrindo e fechando as taipas quando necessário.

É

importante

salientar que a entrada- e a saída de água nas quadras

devem

ficar

em

lados opostos, para

que ocorra circulação da água por toda a quadra.

_

Como

medida de prevenção ao controle da bicheira-da-raíz, alguns produtores

com

quem

trabalhei,

fizeram

uma

única retirada da água das quadras, aos 35 dias de

estabelecimento da cultura, pois as plantas de arroz já fechavam suficientemente a quadra,

inviabilizando o estabelecimento de invasoras de crescimento rápido, que ocorrem

com

a

quadra seca (camevão, tiririca, etc.); observei a morte de grande parte das aquáticas que no

primeiro

momento

se estabeleceram.

Com

relação a bicheira-da-raíz , este estágio

jovem

da

cultura é o mais vulnerável ao surgimento da praga; drenando

bem

as quadras,

inviabilizamos o surgimento, pois o ciclo de vida da larva

do

inseto que

come

a raiz das

plantas, é compreendido

em

ambiente aquático.

I Outros produtores que persistiram

com

a

manutenção da água mais tempo nas quadras, efemaranf a drenagem quando perceberam

manchas de ataque da bicheira-da-raíz nas quadras. Alguns tiveram algumas perdas por não

efetuarem a drenagem antecipadamente, masiapós a drenagem feita, percebemos a morte

das larvas e a recuperação das plantas, refazendo suas ra-ízes. Vale salientar que o período

(23)

solo e dando condições favoráveis as invasoras,

mesmo

o arroz estando

bem

fechado.

Lavouras onde trabalhei que foram semeadas

bem

tarde, não tiveram problemas

com

bicheira.

Após

este periodo, que considero mais crítico, retoma-se

com

a água permanente

nas quadras, cuidando

com

o nível.

A

partir dai,

um

outro problema que enfrentamos foi o

ataque de percevejos do colmo ( Tibraca limbativentris ), que conseguimos controlar

aumentando do nivel da água nas quadras, impossibilitando que o inseto alcançasse os

entre-nós da planta, local onde executa a sucção da seiva, matando geralmente a planta

mãe

e

em

muitos casos a planta toda, causando grandes prejuizos;

com

este manejo o inseto fica

na pontinha da folha, não consegue sugar e vai embora.

Na

propriedade de Ângelo S.

Topanote, tivemos

uma

perda considerável na lavoura de arroz orgânico Formosa, devida

ao tipo de solo (turfa),

em

que ocorrer o “efeito boiador”, ocorrendo quando a lâmina de

água não consegue transpôr a zona de raizes mantendo a quadra sempre seca.

Não

conseguimos manter algumas quadras

com

água,

um

prato cheio para os percevejos. Esta

área produziu 60 sacas/ha.

Para que' consigamos esta dinâmica da água dentro das quadras é necessário

uma

adaptação simples e eficaz, aumentando a altura das taipas.

Somente retira-se a água novamente cerca de

um

mês

antes da colheita, para que o

solo

fique

bem

drenado evitando atoleiros. Este ano choveu muito durante a colheita, e

mesmo

drenando, tivemos dificuldades.

3.1.7.

ALTERNATIVAS

PARA

O

MANEJO

DA

ADUBAÇÃO

ORGÂNICA

NAS

ARROZEIRAS:

Para que se possa quebrar o paradigma atual da agricultura

convencional, necessita-se desenvolver manejos diferenciados de adubação orgânica e

utilizar os ciclos naturais dos ecossistemas, para que tenhamos segurança para recomendar

a substituição da adubação quimica pela adubação orgânica, de

modo

a que não represente

riscos para o agricultor que se propõe a utilizar estas técnicas.

Observei, muitas vezes, que o produtor conhece algumas destas técnicas e não as

utiliza devido a insegurança, comodidade e resultados que são atribuídos à utilização de

(24)

A

seguir veremos algumas técnicas de manejo utilizadas na produção de arroz

orgânico, desenvolvidas no estágio de conclusão de curso.

3.1.7.1.

ADUBAÇÃO

VERDE:

Venho

pesquisando desde 1999 a adaptabilidade de culturas de cobertura ou adubação verde

em

quadras de cultivo de arroz visando

principalmente, buscar utilizar o alto potencial de fixação de nitrogênio destas culturas.

Trabalhos mostram a eficiência destas culturas, principalmente Ervilhacas (Vicia

sp.) e Azolla (Azolla sp.), que foram testadas no estágio;

também

existem referências de

espécies de Trevo (Triƒolium alexandrium) e Sesbânia (Sesbania sp.). Alguns trabalhos

estão sendo desenvolvidos no Brasil,

mas

os países asiáticos e os Estados Unidos já

tradicionalmente utilizam estas altemativas.

Um

fator muito importante que vale salientar na utilização destas culturas, é a sua

importância social, além de todas as vantagens agronômicas, pois obriga 0 produtor a

exercer alguma atividade durante a entre-saíra do arroz, período

em

que grande parte dos

agricultores

ficam

ociosos, devido à monocultura do arroz, salvo alguns que tem

uma

propriedade mais diversificada, poisum grande problema na zona rural é o alcoolismo.

3.l.7.l.1.

ERVILHACAS

(Vicia villosa e Vicia sativa):

Uma

das etapas principais do

meu

estágio foi a implantação e

acompanhamento

de

um

experimento para testar estas

espécies

em

áreas de á drenagem,

em

airozeiras, embora estas variedades não sejam muito

adaptadas a estas condições. Desenvolvi trabalhos nos municípios de Jacinto

Machado

e

Agrolândia.

Todo

o desenvolvimento e os resultados deste trabalho estão no

ANEXO

2.

Neste ano de 2001, antecedendo a safra 2001/2002, testarei outras variedades de

ervilhacas, mais adaptadas, e repetirei os testes

com

a ervilhaca peluda (Vicia pillosa).

3.l.7.l.2.

AZOLLA

sp.: Acompanhei o trabalho de Pós-graduação realizado pelo Eng°

Agrônomo

Rainer Prochnow,

com

o objetivo de viabilizar técnica e econômicamente a

introdução da Azolla sp para a fixação do nitrogênio e redução do uso de adubos químicos

altamente solúveis e seu conseqüente potencial poluidor,

com

0 objetivo de contribuir na

conversão da produção convencional para o sistema orgânico de arroz irrigado no Alto

(25)

altemativa

também

no Sul do nosso Estado.

A

Azolla é

uma

planta classificada

como

ptexidófita aquática, flutuante, conhecida

no brasil

como

samambaia-aquática, Almiscar-vegetal, murerê-rendado , etc.(LORENZI,

1991).

No

Brasil são encontradas as espécies Azolla caroliniana, Azolla filiculoides e

Azolla michophyla.

A

Azolla tem

como

caracteristica o fato de realizar simbiose

com

a cianobactéria

Anabaena

azollae que

fixa

nitrogênio do ar e produz hidrogênio a partir da água

perrnitindo a sua utilização

como

adubação verde na cultura do arroz orgânico, e quando

incorporado ao solo não apresenta

nenhum

dos problemas dos nutrientes sintéticos, tendo

ainda a vantagem de liberar gradativamente o nitrogênio, reduzindo assim as perdas por

lixiviação e evaporação. Possui basicamente

5%

de nitrogênio

em

peso seco

(ABREU

et al.,1985). Presta-se á compostagem laminar

com

a palhada após a colheita do arroz, ou

simplesmente

como

enriquecedor de compostagem.

Como

fonte de proteína serve

como

aliniento para peixes, porcos e aves

(CHU,

1996).

Forma

uma

camada

que impede a

entrada de luz na água ajudando no controle de plantas . invasoras e esta camada de azolla

pode ser considerada

um

purificador de água

(WAGNER,

1997).

A

azolla é

uma

planta

bem

rústica,

mas

que

tem

algumas preferência para o seu

bom

desenvolvimento:

Ela cresce melhor

com

lâmina de

água

entre 3 e 5cm,

sem

turbulência.

A

temperatura ideal para o desenvolvimento da maioria das espécies esta entre 18°

e 28°C,

embora

algumas espécies possam sobreviver a

uma

gama

de temperatura de -5° a

35°C, e

nenhuma

espécie sobrevive a temperaturas prolongadas de 45°C.

A

luminosidade não deve ser muito intensa, pois pode tomar-se avermelhada,

ineficiente, enquanto que sob sombreamento permanece

bem

verde.

Sobrevive

em

pH

de 3,5 até 10,0. Sendo o ideal entre

pH

4,5 e 9,0.

A

Azolla tem algumas exigências nutricionais, sendo que o molibdênio, cobalto e

sódio são essenciais para a fixação do nitrogênio.

O

Fósforo é o fator limitante e seus

sintomas de deficiência

toma

as plantas avermelhadas e

com

raízes emroladas. Durante o

desenvolvimento dos trabalhos observei

bem

esta caracteristica, à

campo

e nos ensaios

realizados no Centro de Ciências Agrárias

em

Florianópolis._

(26)

Monocultura

em

Pré-plantio

do

arroz, onde utiliza-se a produção e incorporação de

uma

ou mais ciclos de Azolla, antes da semeadura.

O

nosso trabalho é neste sistema, sendo

que pretendemos testar 2 ciclos

com

aproveitamento estimado de

70%

da cultura

com

previsão de incorporar 60 à 110 kg/N/ha.

Outro sistema são o de Cultivo Simultâneo, onde a azolla pode competir por

nutrientes

com

o arroz até os 20 dias após sua colocação,

um

ponto positivo é o controle de

invasoras,

mas

segundo

PROCHNOW

(2001) este sistema não adapta-se para o sistema de

semeadura a lanço

em

Santa Catarina.

A

terceira opção é o Sistema

Combinado,

onde utilizamos

em

seqüência os dois

sistemas anteriores, pois haverá nitrogênio do inicio ao final do ciclo do arroz.

A

multiplicação da Azolla ocorre

em

três etapas:

A

primeira é feita

em

um

viveiro

artificial (multiplicador) de cerca de

3m2

; utilizamos o

fimdo

de

uma

caixa d'água

com

5cm

de lâmina de água,

com

enriquecimento nutritivo (20g de fosfato natural). Este tanque

tem capacidade de produzir 200kg de azolla, que será transportada, na segunda etapa, para

um

refúgio na quadra definitiva ocupando cerca de

10%

da área da quadra, onde se

reproduzirá alcançando 500kg de massa verde necessários para povoar lha na terceira

etapa.

Na

propriedade do senhor Henrich Sievers, utilizou-se

uma

tela para proteção do

multiplicador contra os animais, principalmente galinhas e ocorreu

um

problema no refúgio

da segunda etapa. Ocorreu a invasão de plantas aquáticas, retardando o desenvolvimento

inicial da azolla; então foi feito “rouging”( arranquio manual) para o seu controle, liberando

espaços para o desenvolvimento da Azolla.

A

decomposição da Azolla

começa

em

5 a 10 dias e

demora

6 semanas ou mais para

que a maioria dos nutrientes sejam liberados.

A

Azolla libera seu nitrogênio mais

vagarosamente do que os fertilizantes químicos e somente

10%

a

40%

do N-Azolla é

liberado e absorvido pela primeira cultura do arroz (FIORI e SA1TO,1985).

Resultados de 422 experimentos de

campo

realizados

com

Azolla na República

Popular da China, relatam aumentos de produção de arroz de

0,4%

até 158%,

com

média de

18,6%.

Na

Índia foram obtidos aumentos de

6%,

quanto a Azolla foi cultivada

simultaneamente

com

arroz, e

9%

à

38%

quando incorporada (FIORI

E

SAITO,1985).

Para as condições do Brasil, o uso da Azolla

em

pré-plantio e consorciada

com

(27)

conforme Tabela 1.

Tabela 1. Substituição do

N

Mineral pelo

N

Orgânico da Azolla

em

várzeas inundadas e o

reflexo na produtividade.

T

RA

TAMENTO

Produção

média de grãos

em

83/84 e 84/85 (t/há)

Sem

Nitrogênio 5.25

Azolla consorciada

com

arroz 5,45

40

kg

N/ha (fertilizante Químico) 6,55

Azolla pré~plantio 6,60

Azolla pré-plantio + Azolla consorcíada 6,85

Azolla pré-plantio

+

40 kg n/ha mineral 7,70

80

kg

N/ha (fertilizante mineral) 7,75

Azolla pré-plantio

+

80 kg n/ha mineral 8,75

(Fonte:

ABREU

et al._l985 - Adaptado por

PROCHNOW,

2000)

3.1.7.2.

CAMA

DE

AVIÁRIO:

Esta é

uma

altemativa que muito nos surpreendeu

em

relação à resposta

em

produtividade e qualidade dos grãos produzidos,

mesmo

conhecendo

suas potencialidades nutricionais, que contém

em

sua composição, equilibradamente,

nitrogênio, fósforo e potássio.

Vejamos

Tabela 2:

Tabela 2. Concentração média de N, P205 e

Kz0

e teor de matéria seca

em

diferentes lotes

de cama-de-aviário.

Cama-de-aviário (3 lotes) 3,2 3.5 2,5 70

Material Orgânico

%N

%Pz05

%Kz0

Matéria seca

Cama-

de-aviário (l lote)* 3,0 3,0 2,0 70

Cama-de-aviário (6 lotes) 3,5 4,0 3.0 70

(Fonte: ROLAS, 1997)

* Indicações entre parèntese correspondentes ao número de lotes que permanecem sobre a cama;

Lançamos

mão

desta altemativa devido a existência de grande

número

de

galinheiros de terminação e a abundância deste resíduo que é desprezado pelos granjeiros,

(28)

renda extra no sistema produçao.

Geralmente é comercializada a granel,

com

um

custo médio de

R$

5,00/ton ou até

mesmo

em

unidades,

em

sacos de 50kg a

um

preço de

R$

1,00/unidade, obtendo maior

rentabilidade.

À

exemplo do trabalho realizado

em

Jacinto Machado, pode-se conseguir

gratuitamente este adubo orgânico, devido ser considerado

um

resíduo que muitas vezes é

desprezado, diminuindo ainda mais o custo de produção do arroz orgânico.

Para a utilização desde adubo é essencial que o produtor faça análise do seu solo,

para repor

com

mais segurança a nutrição da área, evitando o exesso de adubação, pois

mesmo

sendo orgânica prejudicar a planta.

Esta altemativa não deve ser considerada simplesmente

como

um

adubo,

mas

sim

como

um

elemento de reconstituicão do solo, queauxiliará na reestruturação química, fisica

e microbiológica, sendo seus nutrientes liberados gradativamente e

em

fiinção das

nescessidades da cultura.

É

importante saber que a cama-de-aviário não libera seus

nutrientes totalmente no primeiro ano, liberando então, cerca de

50%

(N),

60%

(P) e

100%

(K) e no segundo ano mais

20% em

média para nitrogênio e fósforo.

Recomendo

que se

faça

um

acompanhamento

das áreas trabalhadas,

com

análises anuais mínimas até o 3° ou

ano, assim saberemos o comportamento real deste adubo

em

relação a busca do

equilibrio do ecossistema, alterado quando da utilização massiva e indiscriminada de

agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, viciando o solo e degradando completamente as

relações ecológicas existentes. Trabalhei

com

cama-de-aviário (3 lotes)

em

1,5ha

em

um

trabalho pioneiro na região, distribuido

em

cinco quadras,

como

vemos

discriminadas nas

Tabelas 3, 4 e 5 a seguir:

Tabela 3:

Resumo

do laudo de análise do solo trabalhado, fomecido pelo laboratório da

CIDASC;

Quadras

%

MO

P

(ppm)

K

(ppm)

Ca

+

Mg

(cmol/I)

l 2,3 - baixo 14,4

-

suficiente 158 - alto 5,0

2 2,1 - baixo 2,9

-

muito baixo 83

-

suficiente 4,2

3 2,1 - baixo 4,3 - baixo 87

-

suficiente 3,5

4 1.4

-

baixo 3,8 -muito baixo 108

-

suficiente 3,3

5 1,8 - baixo 3,2 - baixo 106 - suficiente 3,2

(29)

_

__...

1,.

Td

d

Tabela 4: Relaçao das quantidades de

cama

de aviano e ca cano uti iza a por qua ra e a

produtividade média da área total;

Quadras

Área

(ha) Quantidade de cama-de-aviário Calcário Produção

media

aplicada (kg) (kg) (sacas/ha) 1 0,38 0 2 0,25 1 1250 3 0,25 1550 4 0,3l 1250 5 0,27 1350

TOTAL

1,46 1 5400 540 126

Para chegar a quantidade de adubação orgânica utilizada nas quadras, baseei-me nas

quantidades de nutrientes exportada pela cultura, especificamente a exportação dos grãos

pois a palhada e as raízes

retomam

ao solo, e na quantidade de nutrientes disponível no solo, calculados conforme os niveis de nutrientes expressos nas análises.

E

a recomendação

faz-se conforme o déficit obtido,

como vemos

na Tabela 5.

Nutriente Quantia exportada Quantia

média

disponível Déficit

médio

Nitrogênio (N) 53 3,5 49,5

Fósforo (P) 12 11,4 0,6

Potássio (K) 27 216,8 0

Tabela 5:Disponibilidade, exportação e déficit dos nutrientes N-P-K para a área trabalhach no estágio;

A

recomendação feita

com

base nos cálculos foi de 60

a

90

Kg

N/ha, 20

a

40

Kg

P205» ha e de 60

a

80

Kg

kzO/ha.

É

importante salientar que alguns profissionais das diversas linhas de produção

orgânica, não

recomendam

a utilização da cama-de-aviário na adubação de diversas

culturas, inclusive o arroz, devido à utilização de alguns antibióticos na formulação das

rações das avese o acúmulo de nitrato que este produto pode gerar, mais grave nas culturas

(30)

folhosas. Segundo o Professor Paul R.

M.

Miller (UFSC),

em

informação pessoal no

dia 25/01/01, sempre haverá antibióticos no esterco das aves, estes antibióticos acontecem

em

grande quantidade e diversidade nos processos de compostagem, e sua origem

e' a

mesma, o actinomiceto Streptomyces, vindos do solo e bastante biodegradável. Diz ainda o

prof. Miller que esterco de aves e arroz são

uma

boa combinação, e

uma

ótima opção parao

desenvolvimento do cultivo orgânico do arroz,

mas

enfatiza que o esterco deve ser

incorporado antes do alagamento das quadras,

como

foi trabalhado na propriedade da

Família Tramontim,

em

Jacinto Machado.

Segundo a Instrução Normativa

007, de 17/05/1999. emitida pelo

Govemo

Estadual e que regulamenta a certificação de produtos orgânicos no Estado, é permitida a

utilização desta altemativa .

(ANEXO

1)

3.1.7.3.

CALCÁRIO:

A

calagem para a cultura do arroz irrigado orgânico, ao contrário

das outras culturas nos regula o pH, se faz necessária

como

adubação, repondo as

quantidades de cálcio (Ca) e magnésio (Mg), importantes para sua nutrição, beneficiando a

cultura principalmente na floração, polinização, fertilização e formação dos grãos

(EPAGRI

~

Boletim técnico n°22, 1998).

A

regulação do

pH

nas arrozeiras se dá no

momento

da inundação das quadras,

quando ocorre o processo de redução do solo, causando

uma

série de modificações

químicas, e

em

aproximadamente 20 dias o

pH

alcança valores entre 6,5 a 7,0 ,

independente do valor original, mantendo-se

em

equilíbrio.

O

aumento do ph

em

solos

ácidos se dá devido à redução de hidróxidos férricos e óxidos mangânicos, processo que

libera íons

OH

(Ramos

et al.l985).

GRÁFICO

PH.

O

calcário deve ser usado

em uma

dose

máxima

de 1.000 kg/há, sendo estes

baseados na seguinte convenção:

E

Ca+Mg

<

2,5

=

1.000 kg/ha;

E

Ca+Mg

de 2,5 a 5,0

=

500 kg/ha;

Foi sabendo destas informações que conduzi os trabalhos, e

com

base nas análises

do solo, que apresentaram

Ca+Mg

=

4,0

em

média, recomendei a utilização de 540 kg

(31)

Para a produção orgânica recomendei a utilização do calcário dolomitico (de

rocha), que é

uma

fonte rica de cálcio e magnésio, este é o produto que os produtores

geralmente utilizam.

O

calcário deve ser aplicado e incorporado no

momento

inicial do preparo do solo,

podendo ser junto

com

a aplicação da cama-de-aviário, no

momento

da rotativagem,

como

foi conduzido neste trabalho.

3.1.7.4.

CINZA

DA CASCA DE

ARROZ

: Observei durante o estágio que a maioria dos

produtores ainda colocam fogo nas quadras na entresafra, acreditando nos seus beneficios,

como

a eliminação de invasoras, insetos, doenças, etc., que sabemos que não existe.

Sabemos

que é mais eficiente culturalmente termos

um

ambiente equilibrado do que

um

ambiente esterelizado.

A

cinza surge

como

altemativa a partir do

momento

que alguns produtores resolvem

não utilizar mais o fogo

como

prática cultural, substituindo a cinza do fogo pela cinza

proveniente das caldeiras das cooperativas, onde utilizam a queima da casca de arroz para a

produção de energia, e a cinza é o resíduo desta atividade, muitas vezes

sem

destino.

Alguns produtores de arroz convencional e de outras culturas utilizam já utilizam esta

altemativa.

Esta cinza não possui grandes quantidades de nutrientes, cerca de 1 a

3%

de fósforo

(P) e 5 a

7%

de potássio (K)

(MILLER

- Informação dada

em

aula,l999),

mas

se utilizado

habitualmente torna-se

um

belo recondicionante natural.

Durante este estágio, utilizei-a para a implantação do experimento realizado

como

adubação orgânica para ervilhacas, por ser essencial para o desenvolvimento das mesmas,

com

poder residual para a cultura do arroz.

(ANEXO

2)

3.1.7.5.

FERTILIDADE

NATURAL:

Para a produção orgânica de quaisquer culturas,

deve-se aproveitar ao

máximo

o potencial produtivo que as terras trabalhadas

podem

oferecer, reduzindo ao

máximo

a necessidade de utilização de energia extema para movero

sistema. Assim é o trabalho realizado

com

o arroz orgânica

em

algumas propriedades.

Estes são os casos dos solos de origem orgânica, onde trabalhei

com

turfeiras, e

(32)

hídrica e lençol fieático

bem

superficial.

Observei que estas áreas de areia hidromórficas geralmente estão localizadas

em

posições

marginais

em

relação as lavouras convencionais, sendo

em

grande parte abandonadas pelos

produtores devido a

menor

produtividade relaçionada

com

o restante da lavoura.

Pelo fato de trabalharmos buscando

um

equilíbrio dentro da cultura, nos diversos

aspectos, e

com

variedades mais resistentes a adversidades, e

menos

condicionadas aos

pacotes tecnológicos de adubação e agrotóxicos, principalmente

com

a variedade Formosa,

é que escolhemos estas áreas para o cultivo orgânico.

Também

muitas vezes

possuem

água

de boa qualidade e geralmente não estão ligadas diretamente

com

as lavouras tradicionais,

possuindo algumas barreiras naturais

com

capões, estradas e lombas sendo encontradas

em

pequenos módulos, 10 e 6 ha

como

as áreas observadas por mim.

Na

área conduzida para a produção orgânica

em

turfa (10 ha), na propriedade de

Ângelo S. Topanote, descontando alguns problemas de falta de água

em

alguns pontos e

alta fertilidade caracteristica

em

outros pontos da lavoura o resultado foi satisfatório, sendo

colhidos ~'§80 sacas/háldb arroz formosa, outro problema ocorrido foi o exesso de chuva ,

ocasionando

formação do grão.

Estes trabalhos

em

terras

com

boa fertilidade natural

comprovam

a eficácia da

utilização destas áreas geralmente discriminadas pelos grande produtores, e que para a

agricultura orgânica,

mesmo

em

maior escala é essencial, que

com

a busca

do

equilíbrio

proporcionará cada vez mais produtividade nestas áreas, claro que

com

um

bom

manejo da

cultura, água e solo.

3.1.7.5.

ADUBAÇÃO

FOLIAR NATURAL:

Tive a oportunidade de trabalhar

com

o

companheiro de agroecologia Rainer Prochnow, mestrando

em

agroecossistemas na

UFSC,

pesquisador e produtor de adubos foliares naturais para as mais diversas culturas, inclusive

a do arroz orgânico.

Esta categoria de adubo busca o equilíbrio dentro e fora das plantas, baseado nisto

este biofertilizante é composto de macro e micronutrientes quelatizados, que aplicados

combinados

com

práticas adequadas de manejo irá melhorar a saúde das plantas e do solo

(com

a incorporação dos restos culturais), consequentemente

uma

maior produtividade e

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