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Aids na criança: Síndrome da Imunodeficiência adquirida: relato de 6 casos.

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(1)

505

V ,UNIVERSIDADE ÊEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE c1ÊNc1As DA_sAünE

*DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA

'fCURSO DE MED1 C1! NA-;

í 'Arns NA cRíANçA

V

(síNnRoME DA 1MuNoDEF1c1ÊNc1A ADQUIRIDA) V - RELATQ DE.6 cAsoS

-\

FLoR1ANÓPoL1s, 1989

..

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA CURSO DE MEDICINA

AIDS NA CRIANCA -

. I

síNnRoME DA 1MuNonEF1c1ENc1A AnQu1R1nAS .

E

RELATQ DE 6 cAsos

AUTORES! CESAR AUGUSTO LEMOS* O JoÃo zARno NETQ*

*

.DOUTORANDOS DA llê FASE d0'¢urš0 de medicina

(3)

1989-iii

AGRADECIMENTOS

- Ao Dr. AROLDO P. DE CARVALHO - infectologista

do Hospital Infantil Joana de Gusmão.

- Aos funcionários do Serviço de Arquivo médico

(4)

We lose - because we win -

Gamblers - recollecting wích

Toss their dice again!

(5)

s u M Á R 1 o

RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. vi

ABSTRACT . . . . viii

INTRODUÇÃO . . . . .. 1

cAsUIsT1cA E METoDo . . . . . . . . . . . .. 4

RELATO Dos cAsos . . . . .. 5

DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . .. 15

(6)

vi

R E S U M 0

Os autores apresentam relato de O6 (seis casos de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) em crianças, diagnosticadas no Hospital Infantil Joana de Gusmão - HIJG,

Florianopolis-SC, no período de out./87 ã mar./89.

Entre os casos relatados, quatro (04) eram do

sexo masculino e dois (02) do sexo feminino; quatro (04) apre

sentavam idade inferior a 15 meses e dois (02) idade Superior

ã 15 meses.

De acordo com proposta do Ministério da Saude;

os casos foram classificados em: '

-_Caso - Caso f Caso - Caso - Caso - Caso classe classe classe classe classe classe subclasse B. ~ subclasse D. subclasse D. subclasse D.

Entre os dados epidemiológicos, encontra-se (O3)

três casos com pais soropositivos e (O3) três submetidos ã

politransfusao, (01) um dos quais era usuãrio de drogas endo-

V€1'lOS3.S.

Os (06) seis casos relatados apresentam

(7)

sitividade para o HIV e hipergamaglobulinemia policlonal.

vii

A relação T4/T8, realizada em (03) três pacientes, encontra-se

diminuída em (OZ) dois casos

Entre os casos relatados, (03) tres foram ã õbi

t0. ~

(8)

. The authors present a report of six~ cases

of

Acquired Immuno deficiency Syndrome (AIDS) diagnosed during

A B S T R A

the period of oct/87 mar/89.

_ '

Four of studied cases were male, and two fimmle

viii

O

4 had age shorter than 15 months and Z more than 15 months.

According with the health Ministery (Brazil) the clinicial classification was:

V Three of patients studied had seropositive parents, 2 were palitranufusied, and 1 were poli transfusied

and intravenous drugs user. All of them had seropositive tests -Case Case Case Case Case Case I - class II- class III-class IV- class V - class VI- class ~ subclass - subclass - subclass - subclass

and increased rates of-immunoglobulins. ~

The T4/T8 relation nas realized in.3 patients,

In the six patients estudied 3 died.

(9)

1NTRoDuçÃo

No início da década de oitenta, médicos america

nos passaram a observar a existencia de pacientes com quadros

clínicos bastante semelhantes, caracterizados por processos

mõrbidos de origem oportunista que tinham por bases desordens

imunolõgicas cursando com piora clínica e evoluçao arrrasta -

da. A epidemiologia mostrava uma característica comum aos in-

_.

_

.12.

_

dividuos acometidos: Q , todos eram homossexuais. *ls Mais tar-

.

de observou-se que tal quadro apresentava um carãter de trans

missibilidade por via parenteral-

Em 1982, paralelamente ä caracterização do qua-

dro entre os adultos, pediatras americanos, especialmente imu

nologistas, diagnosticaram um número elevado de crianças com

imunodeficiénciasinexplicáveis ãs quais conseguiu-se associar

.` ~

.

o mesmo quadro, apesar de características peculiares com que V

. _ ~_. . - _' ~

1 2 6

este se manifestaria na faixa etaria em questao. ° '

à tal conjunto de sinais e sintomas designou-se

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que é a mais nova entidade clínica de origem infecciosa, causada por um

retrovirus chamado HIV (Human Immunodeficiency Virus).2”8

Caracteristicamente, o vírus apresenta tropismo

(10)

2

co, mais especificamente a fraçao Thelper do compartimento

linfocitãrio, produzindo anormalidades imunolõgicas associa -

das ã diminuição quantitativa e funcional deste. 5”15

. O diagnõstico

de AIDS é baseado em critérios e-

n ¢ 4' Q 4 ¡ f_ q 2

pidemiologicos, sorologicos e clinicos. 9

Os casos de AIDS em crianças são caracteristica

mente descritos em filhos de mães soropositivas para o HIV

ou crianças submetidas ã transfusão de sangue ou derivados in

fectados pelo vírus. As vias apontadas comolmfisüwis responsã

vel pela transmissão da doença da mãe infectada para seu fi- lho são: intra-uterina, transplacentãria e perinatal (por con

- . . _, _ 1

'

t3.CtO COIII SeC.I`€CO€S VaQ1I13.1S OU. 3lTlam€IltaÇ80).1

A detecção de anticorpos anti HIV é feita atra-

vés de dois métodos - ELISA e WESTERN BLOT - sendo indicado-

res sensíveis e especificos da infecçao pelo vírus. Deve-se

observar que a presença de anticorpos maternos, passivamente

transferidos, pode persistir por até quinze meses apõs o nas-

cimento, limitando assim a interpretaçao da AIDS perina -

s,9,1i - -

V V

tal

A Uma vez infectada pelo HIV, a criança pode apre sentar quadros que vão desde infecção assintomãtica até gra- ves imunodeficiencias cuja expressao clinica se traduz por do

_ .

t

- . . ll

enças infecciosas secundarias e raramente neoplasias.

_

..

A maioria das crianças sintomaticas com soropo- sitividade para o vírus, apresenta achados clínicos gerais

como: linfoadenopatias, hepatoesplenomegalia, perda de peso,

(11)

Parale-3

lamente ao quadro clínico geral relacionado ã infecçao pelo

HIV; as crianças apresentam quadros infecciosos recorrentes e

devido ao tropismo que o vírus possui por-células do «sistema

nervoso central, uma das manifestaçoes, podendo inclusive ser a inicial, ë uma encefalopatia que cursa com retardo do desen

volvimento e alterações comportamentais. 3°1O°22

. No período compreendido entre outubro de 1987

ã março de 1989, seis crianças com diagnõstico de AIDS- foram atendidas no Hospital Infantil Joana de Gusmão. O objetivo

deste trabalho ë apresentar um relato destes casos, visando

A

alertar pediatras sobre a importancia deste diagnóstico no

momento atual. ~ .

(12)

cAsuísT1cA E MÉToDos

O presente estudo analisa, retrospectivamente ,

seis (06) casos de Sindrome da Imunodeficiência Adquirida

(AIDS), diagnosticados no Hospital Infantil Joana de Gusmão

(HIJG) - Florianópolis-SC; no período de outubro de 1987 a

março de 1989, utilizando-se para tal avaliação os serviços

de arquivo médico. x

_ Avalíou-se a presença de manifestações clíni -

cas, dados epidemiolõgicos e laboratoriais tais como: sorolo

gia para o HIV pelo método imunoenzimãtico ELISA e imunoele -

troforëtico WESTERN BLOT; estudo de imunoglobulinas por imung

difusão radial e análise de população e subpopulação linfoci-

tãria utilizando anticorpos monoclonais da sërie Orto. -

A evolução_e sobrevida somente foi possível ser

observada em alguns pacientes,.dado ã dificuldade de acompa -

nhamento dos mesmos. * '

V

(13)

RELATO DOS CASOS

~

Os autores apresentam, a seguir, um resumo da

histõria clínica e evoluçao hospitalar dos pacientes em estu do.

CASO I - Identificação: M.O., masculino, ll

meses, natural e procedente de Tubarão-SC. `

VH.D.A.: Apresenta, no momento da internação,

queixa de febre intermitente e histõria de três (03) interna-

goes anteriores por quadro clinico de broncopneumonia, sendo

encaminhado com o intuito de esclarecer possivel imunodefici-

ência.

-. '

_ Ex. físico: hidratado, eupneico, acionõtico, a-

rúctërflxrfebril; apresenta adenomegalia cervical, esplenomega

lia, candidíase oral,piodermite , ausculta pulmonar compatš

vel com broncopneumonia e perda de estágios de desenvolvimen-

to já adquiridos.

Antecedentes Epidemiológicos: submetido a sete

(O7) transfusões devido ä incompatibilidade Rh.

~ Evoluçao hospitalar: durante

a internaçao apre _ t 13

sentou lesoes herpeticas orais, síndrome diarréico_prolonga-

do que cursou com desnutrição proteico-calõrica; apresentou

(14)

se-6

guido de parada cardio-respiratória quando foram efetuados ma

nobras de ressuscitaçao que obtiveram sucesso. Evoluiu com constante queda do estado geral indo ã õbito no 699 dia' de

internação.

Quadro laboratorial: (quadro II)

. HIV positivo em 3 amostras pelo método ELISA. . Dosagem de imunoglobulinas: IgG:2756, Iga:

426; IgM: 327. '

. Relação T4T8: 0,82

CASO II: Identificaçaoz LzS., masculino, 13

anos, natural e procedente de Florianõpolis-SC..

. A.D.A¿: Apresenta, no momento da internação,fe-

rida cirúrgica infectada consequente a procedimentos cirúrgi-

cos realizados para reduzir fratura de femur, ocorrida hã

200 dias. Encaminhado com quadro diarreico associado ao cryp-

tosporiduim e sorologia positiva para HIV. '

Ex.fÍsico¿ febril, apresenta emagrecimento a-

centuado e adenomegalia generalizada.

_ Antecedentes epidemiológicos: submetido ã poli- transfusao e usuãrio de drogas endovenosas.

›z ~

4 Evoluçao hospitalar: durante a internaçao a- presenta resolução dos processos infecciosos. Recebeu alta hospitalar no 209 dia de internação.

(15)

7

Quadro laboratorial: (quadro II)

. HIV positivo em 3 amostras pelo método ELISA. . HIV positivo pelo método Western Blot.

-. Dosagem de imunoglobulínas: IgG: 2031;- IgA:

'

178; IgM: 214. .

p CASO III

- Identificação: J.R.S., feminino,

4

anos, natural e procedente de Balneãrio Camboriú-SC.

-

. .A. - Apresenta no momento da internação

H D , ,

quadro clínico de febre, tosse e diarréia. Foi encaminhado com histõria de sindrome diarreico prolongado para realizar

tratamento especializado. (nutrição parenteral prolongada). '

Ex.fisico: eupneico, anictêrico, desnutridq(III

grau), desídratado (I grau); apresenta mau estado geral, ade-

nomegalia cervical, candidiase oral e ausculta pulmonar compa

tível com broncopneumonia.

Antecedentes epidemiológicos: pais soropositi- `

vos.

Evolução hospitalar: durante a internação apre- sentou episõdio de broncopneumonia. Evoluiu com resolução dos

processos infecciosos recebendo alta hospitalar no 569 dia

de internação. `

'

'

Quadro laboratorial: (quadro II)

(16)

8

. HIV positivo pelo método Western Blot.

. Imunoglobulinasz IgG: 2123 ‹IgA: 92; IgM: 290

-« . Relação T4/T8:gl,l4.

CASO IV¿ Identificação: R.C.E., masculino, ll

dias, natural e procedente de Florianopolis-SC.

A.D.A.: Encaminhado da Maternidade Carmela Du- tra apresentando sorologia positiva para HIV, e quadro neuro-

lõgico incaracterístico. '

V

Ex. físico: Mau estado geral, irritado, ictëri-

co com tremores grosseiros em extremidades. V '

Antecedentes Epidemiológicos: pais soropositi -

VOS._

Evolução hospitalar: Durante a internação evo-

luiu com melhora clinica recebendo alta hospitalar no 259

dia de internação. 1

a ; ¬ .

2- internaçao: idade: 3 meses.

H.D.A.: febre intermitente.

Ex.fÍsico: febril.

Evolução-hospitalar: durante a internação apre- sentou adenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia,`candi

(17)

9

da) e episõdio de broncopneumonía. Evoluiu com melhora clíni-

ca recebendo alta hospitalar no 33° dia de internação.

3% internação: idade: 4 meses. ~

H-D.A-1 febre intermitente.

Ex. físico: mau estado geral,desnutrido; apre

-~

senta secreçao purulenta em ouvido direito e retardo no desen

volvimento neuropsicomotor.

Evolução hospitalar: durante a internação apre-

sentou síndrome diarrêico agudo, manifestaçao neurolõgicas(hi

.‹\ z z 4 . - 4 à - ` 4

pertonia generalizada) e parada cardio-respiratoria indo a o-

bito no 39_dia de internação.

Quadro laboratorial: (quadro II)

. HIV positivo em 3 amostras pelo mëtodo ELISA. . HIV positivo pelo método Western Blot.

\

. Dosagem de imunoglobulinasš IgG: 1.500; IgA:

42; IgM: l10._

. Relação T4/T8í 0,72

_ CASO V_- Identifícaçagz J.D.L., masculino, lm,

natural e procedente de Blumenau-SC.

¡

~ f' H.D.A.: Encaminhado

com quadro de síndrome diar

rëico agudo e soropositividade para o HIV. *

2'

i

Ex.fÍsico: Desidratação (I Grau), apresenta es-

(18)

10

Antecendentes epidemiolõgicos: pais soropositi-

VOS.

Evolução hospitalar: Durante a internação apre- sentou candidíase oral e episödio de broncopneumonia que

cur-A

sou com insuficiencia respiratõria, indo ã õbito no 159 Í dia

de internação. i u

Quadro laboratorial: (quadro II) -

. HIV positivo em 1 amostra pelo método ELISA. . Dosagem de Imunoglobulinas: IgG: ll6Z;‹ IgA:

28; IgM: 152.

CASO IVç- Identificação: A.N., feminino, la9m,

natural e procedente de_FlorianÕpolis-SC.

.H;D.A.: Encaminhado do Hospital Universitário

com quadro sëptico; apresenta síndrome diarrêico,.broncopneu

monia e infecção urinãria por pseudomonas; apresenta zhistõ-

ria pregressa de infecções recorrentes e retardo no. de-

senvolvimento neuropsicomotor.

Estado físico: mau estado geral, taquicãrdico, taquipneico, desnutrido; apresenta ausculta pulmonar compatí

vel com broncopneumonia. ' ` '

Antecedentes-epidemiolõgícosf submetido ã

vã-~

rias transfusoes. .

'

(19)

ll

Evolução hospitalar: evoluiu -com melhora cli-

nica e alta hospitalar.

H

Quadro laboratorial: (quadro II)

. HIV positivo em 3 amostras pelo mêtodo ELISA; . HIV positivo pelo método Western Blot.

. Dosagem de imunoglobulina: IgG: 4062; " IgA:

(20)

guADRo ¿

12

ÉASO

IDADE _ SEXO EPIDEMIOLOGIA

I II ' III IV V VI .llm 13a 4m lld lm la9m» Masc Masc Fem. Masc Masc Fem. Politransfusão Politransfusáo/uso de drogas endoveng sas . Pais soroposítivos Pais soropositívos Pais soropositivos Politransfusao

(21)

3 _ OU®NfiHN®H Omz “mz mm mm NN_© vfi'% mm N@°© m%N N@H Gáä ©@N #%N NX@ Näã ®X Ná NQ flää CNW N©©# N©fi€ ©©%H ÊNHN %@©N ©mNN + mm + + + _ + _ ¬` _ _\ _ + %> +

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(22)

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(23)

DISCUSSAO

`

O diagnõstico de AIDS tem sido motivo de intensa discussão no meio médico e atualmente ainda existem controvér-

sias quanto ã unífonmdade de critérios adotados.

_

ç Em 1987, o CDC (Center Disease Controle), apõs

ampla revisão, organizou uma classificação para infecção pelo

HIV em crianças, adaptada no ano seguinte pelo governo brasi -

leiro, através de seu Ministério da Saúde, tendo em vista a ng

cessidade de padronizar o diagnóstico para a notificação de tal patologia.19

Classificação da infecção pelo

15 anos de idade:`

A - Classe pediátrica

O - P0 -

B - Classe pediãtrica l -

Pl -

subclasse A - funçao imune

subclasse B - funçao imune

subclasse C - função imune

C - Classe pediãtrica 2 - P2 - subclasse subclasse-B subclasse C subclasse D `

"HIV" em crianças menores

infecção índeterminada infecção assintomãtica normal ~ anormal nao testada _ infecçaoisintomãtica A - achados inespecíficos 4

- doença neurologica progressiva - pneumonia intersticial linfõide - infecçoes secundárias

(24)

16

subclasse E - neoplasias secundãrias

subclasse F - outras doenças possivelmente causadas

» pela

No presente estudo, a classifícaçao acima foi a-

infecção pelo HIV '

dotada pelos autores que, assim dispuseram sua casuística: CASO I - classe

CASO II-~classe

CASO III-classe

CASO IV- classe

CASO V - classe

CASO VI- classe

subclasse subclasse subclasse subclasse B D D D.

Acredita-se que a partir da sistematizaçao pro posta por esta classificaçao, que deve ser utilizada em todo

o territõrio nacional pelos profissionais da saúde, pode-se

ø ~

em um futuro proximo, ter uma avaliacao mais adequada da mag- nitude com que tal processo infeccioso se apresenta entre

nõs, possibilitando assim a adoção de medidas adequadas ã

nossa realidade

Um resumo dos principais sinais e sintomas dos

pacientes envolvidos neste estudo encontra-se no quadro III.

_

V Tanto quanto no_adulto,

a infecçao da criança

pelo HIV pode resultar-se totalmente assíntomãtica por longos períodos ou evoluir mais ou menos rapidamente para quadros

(25)

_ 17

clínicos de gravidade variãvel.28

A

li:

O período de incubaçao da infecção em crianças costuma ser menor do que no adulto, como podemos observar no

estudo. Relata-se também na literatura, que, dentro da faixa etãria em questao, os menores períodos de incubação são rela- tados quando a forma de transmissão do vírus ë a perina-

tal,7”24”30 fato este também observado na casuística.

A síndrome cursa, inicialmente com sinais e

sintomas inespecifícos como:-Déficit pondo estatural, febre

intermitente, linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia e diar-

rëia.11'16 conforme constata-se no quadro III. '

Uma das intercorrências comuns, quando nao a

primeira, nas crianças infectadas pelo HIV, ë o grande nfimero de infecções recorrentes de origem bacteriana associada a dis

türbios da imunidade humoral, visto sua incompetência frente

ã novos antígenos. Os agentes comumente envolvidos nestes

processos sao: S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus e

salmonella. 4°27

Podemos supor-visto a não realização de provas confirmatõrias-tal prevalência no presente estudo dada ã loca

lizaçao das infecçoes (pele, pulmao, intestino) que acomete -

ram os pacientes.

_

A maioria das crianças infectadas apresenta al-

gum grau de comprometimento neurolõgico, resultante do tropis

,

mo que o HIV tem por celulas do sistema nervoso central, po-

dendo o curso da doença levar ã uma encefalopatia caracteris-

(26)

anormalida-18

des comportamentais variáveis - não relacionadas necessaria ¬

mente com o grau de encefalopatia - e deterioração motora. As

manifestações clínicas mais comuns relacionadas a este tipo

de comprometimento são: retardo no desenvolvimento

neuropsi-~

comotor, alteraçoes no tônus muscular, paresias e perda de es

tãgíos` de desenvolvimento adquiridos. 3'10°22'26

O presente estudo evidencia três crianças com manifestações compatíveis com infecção do Sistema .w Nervoso

Central pelo HIV. O caso I apresenta perda de estãgios de de-

senvolvimento já adquiridos, o caso IV apresenta alterações

A `

._

do tonus, manifestaçoes neurolõgicas incaracterísticas e re-

tardo no desenvolvimento neuropsicomotor e o caso VI apresen-

ta o retardo no desenvolvimento neuro psicomotor. Dois casos

(l,IV) tiveram evoluçao rãpida e fatal, o que condiz com os

relatos da literatura quando de tal comprometimento .

4 ._ ~

Na faixa etaria_em questao, as infecçoes ditas

oportunistas-causadas por certos fungos, protozoãrios, bacté-

rias e vírus-têm menor incidência que entre os adultos. - As

infecções mais comumente encontradas estão associadas ao pn.

. .. . _ 28

carinii, candica albicans.

Entre os pacientes estudados encontrou-se pro -

cessos desta natureza em quatro casos. As lesões orais

compa-A

tíveis com candidíase acometeram tres pacientes (Casos I,III,

IV). Um dos pacientes apresentou lesoes vesiculares compatí-

veis com herpes (Caso I). Um dos pacientes (Çaso II) foi en-

. - › ‹

caminhado ao Hospital Infantil Joana de Gusmao com diagnõsti

(27)

19

Um resumo dos achados laboratoriais, rotineira-

mente utilizados no Hospital Infantil Joana de Gusmao com ao

intuito de caracterizar a síndrome, encontra-se no quadro II.

_.. an '°"

A infecçao pelo HIV e seguida do aparecimento de

anticorpos demonstrãveis contra o vírus num período aproximado

de doze semanas. Este intervalo entre a infecção e a possibili

dade de identificação da mesma,-chama-se janela imunol6gica.20

O teste ELISA (enzyme linked immuno-sorbent as-

say) um teste imunoenzimãtico desanmúvidoäpara detectar anti-

corpos específicos contra antígenos obtidos ã partir do vi- rus ë importante na definição do diagnóstico e na aferição de

quem está ou nao infectado, sendo largamente utilizado, tendo em vista a facilidade de execução do mesmo.17'23'30~ O método

,

cursa com falsos positivos associadas ã uma inexplicavel rea-

¬ . ll

çao cruzada e raramente falso negativos.

O ELISA=tem sensibilidade de mais de 95% e uma

especificidade de aproximadamente 95%.17

O método Western Blot ë baseado na imunoeletro-

forese, procurando identificar fraçoes proteicas especificas

do envelope viral, sendo utilizado, normalmente, como teste

.`-.

23

confirmatorio.

No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza o

seguinte floxograma, no sentido de comprovar a soropositivida

dezzo

(28)

20 ELISA I (+) (1) * 1 I E'-.ISA _ TEsTE coN« ‹+› ' I s|oERAoo ¿ (I) NEoAT| vo ¡MuNo|=u;oRE`scENc|,‹Í ¡MuNoFu¿oREscENc|A V /I '\ r ‹+› ‹-› TESTE CONSIDERADO ' ` NEeAT| vo _ wE Í _ / I E _ ‹+› ‹-›

V

›/

co|_HEn NovA AMosTRA E

TEs'rE coNs|oERAoo REPET'R°°'C"°

H H

_ Posmvo

.Uma vez constatada e notificada a soropositivi-

dade, torna-se imperioso, em crianças menores de 15 anos, o

acompanhamento clínico e laboratorial do paciente com o intui

A

to de descartar ou confirmar a transferencia de anticorpos ll

maternos. '

'

. No presente estudo, todos

os casos apresentam

sorologia positiva pelo método ELISA e cinco deles apresenta-

ram WESTERN BLOT positivo, sendo que em um caso este método

nao foi realizado. ifiz. .

- -

Apesar da anormalidade funcional dos linfõcitos

B, as crianças estudadas apresentam elevados níveis de imung

globulinas no soro, o que constitui a chamada hipergamaglobu-

(29)

21

a marca inicial da infecção pelo HIV,25*26'30 precedendo in-

~ _..

clusive alteraçoes outras, como: diminuição de células Tbelper e linfopenia.11 Nota-se, pelo quadro II, que tal anormalida-

de foi uma constante neste estudo. - _

Com relação ã população linfocitãria, a síndro- me cursa com diminuição da subpopulação linfocitãria Thelper,

levando a uma inversão da relação T4/T8.15 Apesar de, em

adultos, uma relação T4/T8 maior que um (01) virtualmente ex-

cluir a síndrome, isto não acontece em'crianças onde, em mais

de 15% dos casos, esta relação pode estar acima de um(01).14

A pesquisa de populaçao e subpopulaçao linfoci-

tãria foi realizada em três (03) pacientes. Os casos I e IV

apresentaram valores menores que um(0l) para a relaçao T4/T8, enquanto que o caso III apresentou valor maior que um(0l).

À

De grande importancia para a caracterizaçao de

síndrome foram os subsídios que, desde o aparecimento da doen

ça, os estudos epidemiológicos ofereceram. Atualmente encon -

tram-se bem caracterizados os grupos de risco que estão ex-

postos ã infecçao pelo vírus. Sao eles: crianças que tenham

recebido produtos sanguíneos contaminados e crianças que te-

nham pais soropositivos. Em adolescentes o contãgio da-se tam

bém por meios mais comumente associados com adultos, como o

uso de seringas contaminadas por usuãrio de drogas endoveno -

sas e contactos sexuais.16°2l°25

No presente estudo, os casos I, II e VI recebe-

ram mültiplas transfusoes sanguíneas. No caso II, outro fator

(30)

22

Os casos III, IV e V caracterizam z a c chamada

~

transmissao vertical sobre a qual existem uma série de contrg

» , ~ 4 ~ ` -

versias, nao so com relaçao a nomenclatura - ë referida como

_.

intrauterína, transplacentaria, perinatal, congênita - ¿ mas

também quanto ã rota e o tempo exato de transmissao.11 Admi-

te-se que tal fato possa ocorrer antes ou depois.do

nascimen-~

to, incriminando-se nesta a amamentaçao é_o contato com secre

ções maternas.13'257 Refere-se na literatura que 50% das mães

infectadas terao filhos que poderao vir a desenvolver a sin

drome.11

A literaturall relata que aproximadamente 60% das crianças que desenvolvem infecção sintomãtica tem evolu 3

çao fatal, reconhecendo que, em se tratando de uma doença re-

cente, o seguimento dos pacientes nao ë suficiente para subsi

diar tal afirmação. Observa-se no estudo que três (03) (ca-

sos) evoluíram ã õbito, verificando-se com relação aos demais

A ~ ^

casos, a inexistencia de informaçoes resultante da ausencia

de um serviço de acompanhamento específico para crianças in-

fectadas, no Estado de Santa Catarina.

(31)

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Autor: Lemos, Cesar Augus _

972814439 Ac. 253925

Em UFSC Bsccsm '

Título: Aídsvna criança 1 Síndrome daI

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