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Inovação radical: o panorama das startups brasileiras, uma análise através da modelagem de equações estruturais

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. JOÃO CARDIM FERREIRA LIMA. INOVAÇÃO RADICAL: O PANORAMA DAS STARTUPS BRASILEIRAS, UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS. NATAL 2016.

(2) JOÃO CARDIM FERREIRA LIMA. INOVAÇÃO RADICAL: O PANORAMA DAS STARTUPS BRASILEIRAS, UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do título de mestre em Engenharia de Produção. Linha de pesquisa: Estratégias de inovação e de gestão para melhoria da competitividade empresarial. Orientador: Professor Dr. Jamerson Viegas Queiroz.. NATAL 2016. 1.

(3) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO INOVAÇÃO RADICAL: O PANORAMA DAS STARTUPS BRASILEIRAS, UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS por JOÃO CARDIM FERREIRA LIMA DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ©2017 JOÃO CARDIM FERREIRA LIMA TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.. O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, em todo ou em parte, nos termos da Lei.. 2.

(4) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede Lima, João Cardim Ferreira. Inovação radical: o panorama das startups brasileiras, uma análise através da modelagem de equações estruturais / João Cardim Ferreira Lima. - 2017. 109 f. : il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Jamerson Viegas Queiroz. 1. Inovação – Dissertação. 2. Startups – Dissertação. 3. Mente aberta Dissertação. 4. Informação de mercado - Dissertação. 5. Modelagem de equações estruturais - Dissertação. I. Queiroz, Jamerson Viegas. II. Título. RN/UF/BCZM. CDU 658.5. 3.

(5) AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus, que me concedeu a vida e me deu condições suficientes para que pudesse estudar e galgar o presente título de mestre. Sou grato aos meus pais e à minha família, que sempre incentivaram as atividades acadêmicas e me apoiaram, criando um ambiente propício para o meu crescimento intelectual e de contínua aprendizagem. Estendo os agradecimentos ao meu orientador e à coorientadora, os quais foram de suma importância e me deram todo o suporte necessário para o desenvolvimento dessa pesquisa, juntamente aos demais professores, responsáveis igualmente pela minha formação profissional. Além disso, reconheço o empenho de colegas que também contribuíram significativamente nessa jornada. Por fim, agradeço à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que viabilizou o contato com professores qualificados e solícitos, além de outras pessoas brilhantes que contribuíram bastante para criação da minha visão de mundo, alguns, inclusive, se tornando verdadeiros amigos que espero levar para sempre.. 4.

(6) RESUMO A economia mundial utiliza o seu potencial econômico e inovador para criar e manter a vantagem competitiva diante dos concorrentes globais. As startups surgiram como empresas de alta capacidade de geração de inovações e elevada adaptabilidade, moldando-se de acordo com as necessidades e exigências do mercado. A orientação para o mercado e para a aprendizagem organizacional, caracterizados pela informação de mercado e pela postura mente aberta, respectivamente, são os precursores da inovação radical. Diante deste cenário, o intuito dessa pesquisa é validar um modelo estrutural que demonstre o inter-relacionamento dos fatores chaves da informação de mercado, da mente aberta e da inovação radical nas startups brasileiras. Quanto aos aspectos metodológicos, esse estudo se caracteriza como quantitativo, de objetivo formalizado com método de interrogação e escopo de estudo estatístico. A coleta de dados teve abrangência nacional (Brasil) e foi realizada através de um questionário eletrônico (survey) aplicado em startups cadastradas na base de dados da Associação Brasileira de Startups - ABStartups. A análise dos dados foi feita através da utilização de Modelagem de Equações Estruturais, em razão de esse método mostrar-se adequado para a análise global de um modelo. Como resultados após o ajuste do modelo os valores de curtose, assimetria, AVE, Alpha de Cronbach, confiabilidade composta, cargas cruzadas, critério de Fornell e Larcker, VIF, cross-validated redundancy e cross-validated communality, coeficiente de Pearson (R²) e o valor p tiveram valores aceitáveis na análise através do software SmartPLS®, sendo assim as hipóteses H1, H2 e H3 foram aceitas. Palavras-chave: Startups. Inovação. Informação de Mercado. Mente aberta. Modelagem de Equações Estruturais.. 5.

(7) ABSTRACT The world’s economy uses its economic and innovative potential to create and maintain competitive advantage against global competitors. Startups appear as companies with high capacity of innovations generation and high adaptability, shaping according to the needs and requirements of the market.Market orientation and organizational learning, characterized by market information and open-mindedness, respectively, are the forerunners of radical innovation. Given this scenario, the purpose of this research is to validate a structural model that demonstrates the interrelationship between the key factors of Market Information, Open mindedness and Radical Innovation in Brazilian startups. Regarding the methodological aspects, this research is characterized as quantitative, with formalized objective, interrogation method and scope of statistical study. The data collection was national (Brazil), was performed through an electronic questionnaire (research) applied in startups registered in the database of the Brazilian Association of Startups - ABStartups. The analysis of the data was performed through the use of Structural Equations Modeling, because this method is suitable for the global analysis of a model. As results after the adjustment of the model, the values of kurtosis, asymmetry, AVE, Cronbach's Alpha, composite reliability, cross loads, Fornell and Larcker criteria, VIF, crossvalidated redundancy and cross-validated communality, Pearson coefficient (R²) and the p value had acceptable values in the analysis through the software SmartPLS®, thus the hypotheses H1, H2 and H3 were accepted. Keywords: Startups. Innovation. Market Information. Open mindedness. Structure Equation Modeling.. 6.

(8) LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Estrutura da dissertação...........................................................23 FIGURA 2 - Modelo de orientação para aprendizagem.................................38 FIGURA 3 – Modelo conceitual......................................................................49 FIGURA 4 – Caracterização da pesquisa......................................................52 FIGURA 5 – Etapa 1 e 2 dos procedimentos metodológicos.........................53 FIGURA 6 – Esquematização das etapas da pesquisa.................................54 FIGURA 7 – Número de publicações/ano (startup).......................................55 FIGURA8 – Número de publicações/ano (innovation/radical innovation).....56 FIGURA 9 – Número de publicações/ano (learning/market).........................56 FIGURA 10 – Número de publicações/ano (marketing Information/openmindedness)..................................................................................................58 FIGURA 11 – Rede de autores: informação de mercado..............................59 FIGURA 12 – Rede de autores: inovação radical..........................................59 FIGURA 13 – Rede de autores: mente aberta...............................................60 FIGURA 14 – Etapas da modelagem.............................................................69 FIGURA 15 – Diagrama de caminhos............................................................70 FIGURA 16 – Modelo de equações estruturais..............................................71 FIGURA 17 – Índices estatísticos...................................................................72 FIGURA 18 – Modelo de mensuração com resultados..................................74 FIGURA 19 – AVE..........................................................................................76 FIGURA 20 – AVE após ajuste.......................................................................77 FIGURA 21 – Modelo de mensuração............................................................78 FIGURA 22 – Percentual geral da inovação radical........................................87 FIGURA 23 – Percentual geral das variáveis que compõe o constructo inovação radical..............................................................................................87. 7.

(9) FIGURA 24 – Percentual geral da informação de mercado..........................................................................................................89 FIGURA 25 – Percentual geral das variáveis que compõe o constructo informação de mercado..................................................................................89 FIGURA 26 - Percentual geral da mente aberta.............................................91 FIGURA 27 - Percentual geral das variáveis que compõe o construto mente aberta..............................................................................................................92 FIGURA 28 - Resultados encontrados nas startups.......................................96. 8.

(10) LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Principais periódicos/ número de publicações 1........................56 QUADRO 2 - Principais periódicos/ número de publicações 2........................58 QUADRO 3 – Indicadores do constructo informação de mercado..................64 QUADRO 4 – Indicadores do constructo mente aberta...................................65 QUADRO 5 – Indicadores do constructo inovação radical..............................65 QUADRO 6 – Ranking dos principais Estados em número de start-ups.........66 QUADRO 7 – Dados de assimetria e curtose.................................................75 QUADRO 8 – Outer loadings..........................................................................75 QUADRO 9 – Alpha de Cronbach e confiabilidade composta........................79 QUADRO 10 – Cross loadings........................................................................79 QUADRO 11 – Critério de Fornell e Larcker...................................................80 QUADRO 12 – Variance inflation factor (VIF).................................................80 QUADRO 13 – Cross-validated redundancy...................................................81 QUADRO 14 – Cross-validated communality..................................................81 QUADRO 15 – R² e R² ajustado......................................................................81 QUADRO 16 – Valor p.....................................................................................82 QUADRO 17 – Média e desvio-padrão das variáveis que compõe o constructo inovação radical...............................................................................................88 QUADRO 18 – Média e desvio-padrão das variáveis que compõe o constructo informação de mercado...................................................................................90 QUADRO 19 – Média e desvio-padrão das variáveis que compõe o constructo mente aberta....................................................................................................92. 9.

(11) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software ABStartups – Associação Brasileira de Start-ups AVE – Average Variance Extracted CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior MEE – Modelagem de Equações Estruturais OECD – Organização Econômica de Co-operação para o Desenvolvimento P&D – Pesquisa e Desenvolvimento PC – Personal Computer SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas VIF – Variance Inflation Factor. 10.

(12) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 1.1. Problema de pesquisa .............................................................................................18 1.2. Objetivos do estudo ..................................................................................................19 1.2.1. Objetivo geral ...................................................................................................................19 1.2.2. Objetivos específicos ...................................................................................................19 1.3. Relevância e justificativa ........................................................................................19 1.4. Estrutura do trabalho ...............................................................................................22. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 25 2.1 Qualificação das start-ups ............................................................................................26 2.3 Informação de mercado...........................................................................................32 2.4 Mente aberta .................................................................................................................36 2.5 Inovação radical..........................................................................................................41 2.6 Relação entre os temas ...........................................................................................44. 3 MÉTODO DE PESQUISA .......................................................................................... 51. 3.2 Procedimentos utilizados ..............................................................................................53 3.2.1 Seleção de referências bibliográficas...........................................................................55 3.2.3 Modelo utilizado .......................................................................................................................62 3.2.3 Formulação de hipóteses ...................................................................................................62 3.2.4 Questionário ..............................................................................................................................63 3.2.5 Indicadores.................................................................................................................................65 3.2.6 População e amostra ............................................................................................................67 3.2.7 Tratamento de dados............................................................................................................69 3.3 Modelagem de equações estruturais .......................................................................70 3.3.1 Modelo teórico e diagrama de caminhos....................................................................71 3.3.2 Modelo e teste de hipóteses .............................................................................................72 3.3.2 Avaliação e ajuste do modelo ..........................................................................................73 3.3.3 Interpretação e melhoria do modelo .............................................................................75. 4 RESULTADOS .............................................................................................................. 77. 4.1 Análise dos resultados SmartPLS® ..........................................................................77 4.1.1 Curtose e Assimetria .............................................................................................................78 4.1.2 Avaliação do modelo de mensuração ..........................................................................79 4.1.3 Análise da confiabilidade do modelo ............................................................................82 4.1.4 Validade discriminante .........................................................................................................83 4.1.5 Fator de inflação da variância – Variance inflation factor (VIF) ......................84 4.1.6 Validade Preditiva...................................................................................................................84 4.1.7 Análise do modelo estrutural e coeficientes de caminho ...................................85 4.2 Análise dos Indicadores.................................................................................................86 4.2.1 Inovação radical e suas variáveis ..................................................................................87 4.2.2 Informação de mercado e suas variáveis...................................................................89 4.2.3 Mente aberta e suas variáveis .........................................................................................91. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 94 6.1 Contribuições acadêmicas ...........................................................................................95 6.2 Contribuições gerenciais...............................................................................................97 6.3 Limitações da pesquisa e perspectivas para trabalhos futuros ..................98. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 99. 11.

(13) 1 INTRODUÇÃO O atual panorama empresarial passou por mudanças significativas. De acordo com Schwab (2016), a primeira revolução industrial foi caracterizada pelo desenvolvimento de tecnologias de produção mecânica por meio de máquinas a vapor, ao passo que, a segunda revolução industrial, apresentou inovações como: a eletricidade, a linha de montagem e a produção em massa, com destaque para Henry Ford e Frederick Taylor.. A terceira. revolução,. meio. por. sua. vez,. rompeu. com. paradigmas. por. do. desenvolvimento de semicondutores, computadores pessoais e, mais tarde, com o invento da internet. Schwab (2016) considera ainda a existência de uma quarta revolução industrial caracterizada pela presença de ”redes inteligentes de sistemas e processos”, na qual, aparelhos como câmeras de vídeo, leitores de RFID e tablets conectados à internet propiciam a melhoria da qualidade, da eficiência e da segurança das operações industriais. As redes de computadores têm crescido extraordinariamente nos últimos anos, de maneira tal, que a partir dos anos de 1970, a comunicação tornou-se parte essencial da nossa infraestrutura, pois passou não só a viabilizar negociações empresariais e logísticas, como também serviu para a minimização das distâncias e o incremento das atividades produtivas. Nesse sentido, a ligação de computadores em rede é usada em cada aspecto dos negócios, incluindo a propaganda, a produção, o transporte, o planejamento, o faturamento e a contabilidade. Considerando as redes, o crescimento contínuo da internet global é um dos fenômenos mais interessantes e empolgantes, que, em 1980, envolvia apenas algumas dezenas de sites e, atualmente, cresceu e se tornou um sistema de comunicação produtivo que alcança milhões de pessoas em todos os países povoados do mundo (COMER, 2016). Nesse contexto, as start-ups se destacam cada vez mais em âmbito digital. O SEBRAE (2011) caracteriza startup como uma empresa nova (até mesmo embrionária) ou ainda em fase de constituição, que conta com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Algumas empresas já solidificadas no mercado e líderes 12.

(14) em seus segmentos, como o Google, a Yahoo, o Facebook e o Ebay, também são consideradas startups. Essas empresas, normalmente de base tecnológica, possuem espírito empreendedor e uma constante busca por um modelo de negócio inovador. Este modelo de negócios é a maneira como a startup gera valor – ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro. No cenário atual, em que a competitividade é cada vez mais acirrada e o ritmo de mudanças é intenso, as empresas recorrem à inovação para desenvolver a capacidade de suprir e de criar novas demandas, de forma rápida e eficiente (TORRES et al., 2016). A geração de valor criada pelas startups está vinculada ao seu potencial inovador, que justifica os investidores correrem altos riscos. A inovação recebe diversas tipologias, encontradas na literatura. De acordo com o Manual de Oslo (OECD, 2005), a inovação pode ser classificada em: (1) Inovação de produto – Envolve mudanças significativas nas potencialidades de produtos e serviços. Incluem-se bens e serviços totalmente novos e aperfeiçoamentos importantes para produtos existentes; (2) Inovação de processo – Representa mudanças significativas nos métodos de produção e distribuição; (3) Inovação organizacional – Implementação de novos métodos organizacionais, tais como mudanças em práticas de negócios, na empresa do local de trabalho ou nas relações externas da empresa; (4) Inovação de marketing – Envolve a implementação de novos métodos, incluindo mudanças no desenho do produto e na embalagem, na promoção do produto e sua colocação, e em métodos de estabelecimento de bens e serviços. Schumpeter (1934) teve grande papel nas teorias de inovação, argumentando que o desenvolvimento econômico é conduzido pela inovação por meio de um processo dinâmico, em que as novas tecnologias substituem as antigas num processo denominado de “destruição criadora”, no qual as inovações radicais engendram rupturas mais intensas, enquanto inovações 13.

(15) incrementais dão continuidade ao processo de mudança. O autor afirma que a inovação está relacionada com a melhoria do desempenho empresarial, sendo a inovação radical responsável por impactos mais significativos na economia. No intuito de caracterizar a inovação radical, O'Connor, Ravichandran, e Robeson (2008) realizaram uma definição mais direta e objetiva: “uma inovação radical se encaixa em uma das seguintes definições: a) possuir características ou funcionalidades novas para o mundo; b) apresentar melhoria significativa de características conhecidas (de 5 a 10 vezes) ou; c) representar redução de custo especialmente significativa (30% a 50%)”. Os precursores da inovação radical são a orientação para a aprendizagem organizacional e a orientação para o mercado. A orientação ao mercado é um fator determinante para o desempenho do negócio (JAWORSKI; KOHLI, 1993), e está relacionada ao sucesso das inovações (LANGERAK et al. 2004). Além disso, possibilita à empresa a capacidade de institucionalização de processos de aprendizagem, fato que permite o desenvolvimento de inovação radical (BAKER; SINKULA, 1999). As capacidades de produção de informação por meio da pesquisa de mercado e da identificação das necessidades futuras dos clientes estão associadas às capacidades de divulgação da informação, através da partilha dessa. informação. pelos. diferentes. departamentos. da. empresa.. As. capacidades de produção de informação e a divulgação de informação estão associadas às capacidades de resposta, através de ações de planejamento, revisão da atuação da empresa, modificações de produtos e reação a ações competitivas (DE MORAIS; SOARES, 2016). O processo de aprendizagem organizacional é um elemento estratégico em um processo inovador (COOKE et al., 1997; LEENDERS; VAN ENGELEN; KRATZER, 2003). A orientação para o mercado e a orientação. para. aprendizagem. afetam. diretamente. o. desempenho. organizacional e interagem para afetar as capacidades de inovação das empresas (BAKER; SINKULA, 2002). O. ambiente. empresarial. vem. sendo. marcado. por. crescente. instabilidade e complexidade, de forma que, diante desse contexto, a aprendizagem organizacional torna-se estratégica para as organizações que 14.

(16) almejam obter vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes (DE ALMEIDA; DE SOUZA-FILHO, 2016). A postura de mente aberta acelera o processo de aprendizagem organizacional e atua na sistematização da orientação de mercado (CEGARRA-NAVARRO; CEPEDA-CARRIÓN, 2008). Assim, as empresas com postura de mente aberta conseguem atingir níveis mais altos de desempenho (PERIN et al., 2009). A inovação radical requer a postura de mente aberta para planejar estrategicamente as discontinuidades globais tecnológicas e de mercado (GARCIA; CALANTONE, 2002). No que tange à postura de mente aberta, pode-se considerar a baixa resistência à mudança e à facilidade de aceitar que as premissas organizacionais podem não ser verdadeiras (WIEDENHÖFT; JANSSEN, 2016). A postura de mente aberta refere-se à proatividade da organização em autoquestionar-se em relação às normas e os valores da empresa, incluindo suas rotinas mais antigas e seus aspectos culturais (ZAMBERLAN; CERETTA, 2015). A orientação de aprendizagem voltada para o mercado resulta em vantagem competitiva e em melhor desempenho da empresa (WEI et al., 2013). A aprendizagem organizacional voltada para o mercado facilita o desenvolvimento da inovação radical (PERIN et al., 2009). Dessa forma, para que haja a inovação é necessário o alinhamento do projeto ao seu público-alvo com o objetivo de que a nova tecnologia desenvolvida contemple algum aspecto valorizado pelo mercado consumidor, acarretando. em. demanda. pelo. produto. ou. serviço. oferecido. e,. consequentemente, na venda. Por essas razões, a inovação deve ser baseada na identificação de uma oportunidade de mercado. É interessante ressaltar que a distinção entre inovação e invenção é que a inovação trata-se de um conceito mais amplo que engloba a invenção e também o sucesso comercial do produto. As dimensões de orientações estratégicas (1), a orientação de mercado – informação de mercado e (2) a orientação de aprendizagem – mente aberta são potenciais influenciadores da inovação radical (BAKER; SINKULA, 2005; CALANTONE; CAVUSGIL; ZHAO, 2010).. 15.

(17) A informação de mercado está relacionada à orientação de mercado e está ligada ao sucesso comercial do produto, pois proporcionará o esclarecimento acerca do referido mercado, identificando se realmente existirá demanda para o consumo do produto e/ou do serviço ofertados pela empresa, para tal, deve-se realizar o monitoramento constante do mercado para identificação completa de todas as necessidades e anseios do mercado. Dessa forma, será possível compreender com clareza os fatores que irão gerar valor para os clientes e esses fatores devem orientar a escolha dos produtos que serão desenvolvidos pela empresa. A coleta, o processamento e a análise das informações de mercado que deverão impulsionar a atividade inovadora, sendo assim, tem-se o alinhamento da produção às demandas reais de mercado, visando a satisfação dos desejos dos clientes, através do desenvolvimento de tecnologia orientada as áreas consideradas prioritárias pelo mercado consumidor. Sendo assim, os produtos e serviços criados (ou aprimorados) terão um sucesso comercial garantido, pois serão baseados nas principais necessidades dos consumidores. O constructo mente aberta refere-se à orientação à aprendizagem, está ligada à possibilidade de construção de novos paradigmas acerca da realidade, do funcionamento do mundo, dos conceitos mercadológicos, cultura organizacional, valores acreditados, dentre outros aspectos. A postura mente aberta, na realidade, trata da possibilidade de alteração nas maneiras de entendimento e percepção de mundo, o que abre novas possibilidades de pensamentos, reflexões e maneiras e analisar e solucionar problemas. Borba (2014), em sua tese de doutorado, propôs um modelo para relacionar os constructos informação de mercado, mente aberta e inovação radical. Este modelo foi utilizado por ser considerado de grande relevância, dotado de um questionário completo para abordagem da temática em questão. Neste trabalho, será verificada a validação do modelo de Borba (2014) para as startups brasileiras cadastradas na Associação Brasileira de Start-ups (ABStartups), a base de dados com maior número de casdatro de empresas desta categoria presente no país. A importância de estudar as startups é que as mesmas possuem diversas características que possibilitam a obtenção de ganhos escaláveis 16.

(18) em intervalos de tempo considerados pequenos, quando comparados à indústria e à outros tipos de negócios tradicionais. Em geral, estes ganhos são baseados na inovação, através da oferta de produtos e serviços totalmente novos ou do aprimoramento e aperfeiçoamento considerável de produtos e serviços já existentes, as características específicas das startups permitem que este tipo de empresa seja capaz de ocasionar desenvolvimento econômico veloz e a geração de empregos com elevados salários, causando impactos positivos sob a perspectiva econômica e social. Alguns autores como Schumpeter (1934) consideram o conceito de inovação radical e inovação disruptiva como equivalentes, já outras fontes de pesquisa, como o Guia de Apoio à Inovação em Pequenas e Médias Empresas da Innosupport (2009) – projeto realizado em parceria entre a Itália, Portugal, Áustria e República Tcheca consideram a inovação radical e a inovação disruptiva como diferentes. De acordo com a Innosupport (2009), as inovações disruptivas são eventos raros, fruto de investigação científica ou de engenharia, são chamadas de “disruptivas” (ou revolucionárias) porque criam algo que a maioria das pessoas não acreditava ser possível. A inovação radical, em seu turno, implica em introduzir novos produtos ou serviços que se desenvolvem em novos negócios, se expandem em novas indústrias, ou causam uma mudança significativa em toda a indústria e que tendem a criar novos valores de mercado. O conceito de inovação radical foi utilizado porque se mostrou o mais adequado ao analisar as startups, pois muitas empresas dessa categoria criam novos produtos ou serviços através de uma identificação de oportunidade. de. mercado.. Com. esse. intuito,. as. empresas. assim. caracterizadas utilizam e/ou adaptam tecnologias e equipamentos já existentes no mercado, diferentemente da inovação disruptiva, que utiliza tecnologias revolucionárias, oriundas da investigação e pesquisa científica, uma startup pode ser originada pela adaptação de tecnologias já existentes, ou simplesmente, o uso de uma tecnologia já existente em outra função que não era explorada anteriormente. A seguir será apresentada a problematização da pesquisa, assim como também serão expostas suas respectivas análises 17.

(19) 1.1.. Problema de pesquisa O conceito de start-up está. relacionado. à característica de. escalabilidade e consiste na capacidade de a empresa em obter um grande crescimento em um pequeno intervalo de tempo, ou seja, a organização rapidamente tende a obter altos lucros. Esse fator, em particular, justifica em parte - o motivo pelo qual os investidores se dispõem a correr altos riscos ao investir seu capital em empresas desta categoria. Devido à caracterização do modelo de negócio apresentado pelas start-ups, para que estas empresas consigam atrair investidores e obtenham um desenvolvimento e crescimento de maneira escalável, é necessário que tais organizações sejam pensadas baseadas em inovações significativas que possam garantir vantagem competitiva em relação aos concorrentes já atuantes no mercado. As inovações tratam-se da base para a criação da vantagem competitiva de mercado, a qual ocasionará o desenvolvimento de clientes, seguido do aumento de fatia de mercado (market-share), de maneira tal que, ao realizar este processo rapidamente, as start-ups são consideradas escaláveis. As inovações deverão ser orientadas para o mercado, alinhadas com as necessidades dos clientes, para que a organização possa atingir sucesso comercial. Por outro lado, para a aprendizagem de novos conceitos e a incorporação de novas tecnologias e inovações é necessária a adoção de uma postura de mente aberta tendo em vista que as empresas possam observar e interpretar os problemas de um modo mais analítico, se desapegando de antigos paradigmas existentes e se disponibilizando a avaliar o mundo através de novos conceitos e concepções, diferentes do conceitos convencionais amplamente difundidos no segmento. A partir da revisão bibliográfica realizada na literatura, pode-se concluir que a inovação radical está relacionada com a orientação de mercado e a orientação à aprendizagem, sendo a informação de mercado e a postura mente aberta seus precursores. 18.

(20) Diante do contexto apresentado referente à problematização da pesquisa, tem-se a origem da pergunta: como aplicar um modelo que relaciona fatores da orientação de mercado e da orientação à aprendizagem com a inovação radical nas startups brasileiras? 1.2.. Objetivos do estudo. 1.2.1. Objetivo geral As especificidades das startups, assim como o seu potencial para criação de renda, desenvolvimento e empregos são aspectos que indicam a necessidade da construção de instrumentos de auxílio à estas empresas para a geração de inovação. Para preencher esta lacuna, o objetivo geral da pesquisa é aplicar um modelo conceitual que demonstre a relação entre os principais fatores capazes de auxiliar o desenvolvimento da inovação radical nas start-ups brasileiras. 1.2.2. Objetivos específicos O desdobramento do objetivo geral consiste nos seguintes objetivos específicos: a) Verificar a atual situação das startups brasileiras em relação à inovação radical; b) Mensurar o impacto dos fatores chaves da orientação de mercado e da orientação à aprendizagem para o desenvolvimento de inovação radical nas startups, e suas correlações; c) Comparar as startups com as grandes indústrias analisadas por Borba (2014), sob a perspectiva da inovação radical.. 1.3.. Relevância e justificativa Acadêmicos e gestores têm discutido a natureza da inovação e sua. importância para o crescimento da organização e a criação de vantagem competitiva (LOPES et al., 2016). Jacintho (2010) acredita que no Brasil as ideias de inovação tecnológica tornam-se um fator crítico de competitividade para o desenvolvimento econômico como um todo. 19.

(21) Siqueira (2009) afirma que a riqueza das nações e a qualidade de vida das suas populações dependem da capacidade das empresas de inovar e aumentar os ganhos de produtividade permanentemente. A inovação, em seu turno, é o processo que confere concretude ao conhecimento e o faz capaz de movimentar os mecanismos da economia. A capacidade de incorporar, adaptar e produzir inovações de modo ininterrupto é fundamental para viabilizar ganhos crescentes de eficiência na atividade econômica. É o que a economia mais urgentemente precisa (ARBIX; MIRANDA, 2016). A inovação pode ser definida como sendo a chave para a competitividade global, para a criação de novos e melhores empregos, cuja atuação fortalece toda a economia, resultando em avanços na saúde, educação, energia, transporte, informação e demais segmentos (HOUSE, 2009). É necessário avaliar e discutir, diante do exposto, com o conjunto da sociedade, os caminhos da inovação na prática. É necessário, dessa maneira, estimular, alinhar os esforços e criar sinergia em torno de inovações que gerem riqueza e competitividade para o país, incluindo desde investimentos em ciência básica até o sistema de incubadoras, parques tecnológicos, agências de transferência tecnológica das universidades públicas, institutos de ciência e tecnologia públicos e privados, agência de propriedade intelectual, agências públicas de fomento e empresas inovadoras que, com foco no mercado, organizem esse conjunto de investimentos sob a égide de uma visão estratégica integradora para o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novos bens e serviços para a sociedade (CALMANOVICI, 2011). As startups trabalham para compreender, em todos os sentidos, a demanda, de forma a alavancar rapidamente suas receitas e a entrega de valor percebido aos seus clientes e à sociedade (MOREIRA, 2016). Hitt (2005) afirma que as empresas startups de base tecnológica representam grande importância para o desenvolvimento de algumas indústrias, como, por exemplo, as de comunicação, biotecnologia e internet. Moreira (2016) afirma que uma startup tecnológica consegue desafiar as barreiras tradicionais, contrariando de uma forma mais “irreverente” a sua abordagem ao mercado existente, criando uma mais valia econômica. O valor 20.

(22) acrescentado não se resume ao novo produto gerado pela startup, mas inclui também os benefícios gerados na pressão competitiva criada nas empresas já estabelecidas. Arbix e Miranda (2016) afirmam que o Brasil precisa priorizar e concentrar esforços e recursos para consolidar uma cultura de inovação em todas as dimensões da atividade econômica. A elevação do patamar de pesquisa e desenvolvimento (P&D) das empresas e a busca obstinada da diminuição do gap que separa nossa economia da dos países que produzem na fronteira do conhecimento são os únicos caminhos que levam à reversão da trajetória de baixo desempenho perante os países desenvolvidos. O modelo estatístico selecionado para a realização do trabalho foi o de Borba (2014), pois mostrou-se eficaz para a solução do problema de pesquisa e para o alcance dos objetivos do trabalho, sendo capaz de auxiliar na verificação da atual situação das startups brasileiras em relação à inovação radical, na mensuraração dos impacto dos fatores chaves da orientação. de. mercado. e. da. orientação. à. aprendizagem. para. o. desenvolvimento de inovação radical nas startups e na compararação entre as startups e as grandes indústrias, sob a perspectiva da inovação radical. Outro aspecto de destaque é a relevância do modelo para a temática em questão, após a pesquisa realizada foram encontrados modelos que avaliam a inovação e seus impactos, no entanto, dentre os modelos pesquisados somente o modelo de Borba (2014) contempla a avaliação de inovações radicais. De acordo com a sua intelecção, Borba (2014) avaliou indústrias de grande porte e sugeriu uma análise contemplando organizações de menor porte. A seleção das startups como público-alvo da pesquisa ocorreu devido a sua tradicional origem inovadora, dessa forma será possível a realização de uma comparação desta categoria de empresa com as grandes indústrias, identificando as semelhanças e diferenças dentre os diferentes tipos de négocios. Diante do cenário apresentado, esse estudo visa ampliar o conhecimento sobre as startups sob a perspectiva da inovação tecnológica, com o propósito de mensurar a influência dos principais fatores capazes de auxiliar o desenvolvimento da inovação radical nas startups brasileiras. A 21.

(23) construção de conhecimento científico nesta área intenta propiciar o apoio para o. aumento. da geração. de inovações. no país, elevando. a. competitividade brasileira frente ao cenário global. O aumento da taxa de inovações no país resulta em diversos benefícios relacionados ao desenvolvimento de tecnologia, melhoria do desempenho econômico, aumento. de. eficiência,. redução. de. custos,. criação. de. empregos,. desenvolvimento social e geração de renda.. 1.4.. Estrutura do trabalho Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. O capítulo 1 – Introdução – Na qual é realizada a contextualização. dos temas trabalhados, apresenta-se os conceitos iniciais referentes a inovação, inovação radical, orientação para o mercado e orientação para aprendizagem. É realizada a interligação entre a temática abordada e o objeto de estudo (start-ups brasileiras). Revela a problematização do trabalho, evidenciando a origem do problema de pesquisa, expõe os objetivos da pesquisa, justificativa e relevância e descreve a estrututura da dissertação. O capítulo 2 – Fundamentação teórica – No segundo capítulo, será apresentada a fundamentação teórica utilizada na pesquisa e, além disso, são discutidos os estudos sobre os temas: inovação radical, informação de mercado e mente aberta. Somada à essa abordagem, será apresentada explanação e definição dos conceitos inerentes à esta temática através da exibição do ponto de vista de cada autor. Em seguida, realizou-se a interligação entre os temas, no intuito de conectar as bases teóricas desta pesquisa. Neste capítulo, enfim, haverá a justificativa do uso do referencial escolhido e como ele irá auxiliar para o alcance dos objetivos do trabalho. O capítulo 3 – Método de pesquisa – No capítulo em comento tem-se a definição das variáveis que compõe cada constructo do modelo utilizado e a apresentação detalhada do método de pesquisa adotado.. 22.

(24) Inicialmente, efetuou-se a revisão bibliográfica, na qual houve a busca na literatura por trabalhos científicos sobre a temática estudada. Após a consulta, foi possível a realização da formulação do problema de pesquisa, do objetivo e das hipóteses, em seguida, a escolha do modelo capaz de alcançar o objetivo do trabalho. Por fim, tem-se a coleta de dados através de um questionário survey, seguida da modelagem de equações estruturais através do software SmartPLS®. O capítulo 4 – Modelagem de equações estruturais– caracteriza as etapas adotadas para a aplicação dos métodos de modelagem de equações estruturais. Através da utilização do software SmartPLS®, a pesquisa seguiu as etapas propostas por Hair Jr et al. (1998). (1) Seleção do modelo teórico; (2) Diagrama de caminhos; (3) Definição do modelo; (4) Avaliação e ajuste; (5) Interpretação e melhoria do modelo. O capítulo 5 – Resultados – Neste capítulo, foram apresentados e discutidos os resultados da pesquisa, contendo todas as etapas realizadas na modelagem de equações estruturais e todos os indicadores que foram analisados no software SmartPLS®. O capítulo 6 – Considerações finais – Após a apresentação dos resultados são expostas as considerações finais do trabalho, no qual são retratadas as contribuições acadêmicas e as contribuições gerenciais do trabalho, além das limitações e as sugestões para futuras pesquisas.. A. estruturação da dissertação segue na Figura 1.. 23.

(25) Figura 1: Estrutura da dissertação Fonte: Elaboração própria. 24.

(26) 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Conforme apresentado no capítulo introdutório deste trabalho, diversos autores, como Schumpeter (1934) e Torres et al. (2016), associam a inovação com a melhoria do desempenho empresarial, o desenvolvimento econômico e a criação de valor, sendo a inovação radical responsável por impactos mais significativos na economia. Este capítulo expõe as start-ups e caracteriza a informação de mercado, mente aberta e inovação radical, essa temática foi selecionada em virtude de ser adequada ao alcance dos objetivos do trabalho: a validação de um modelo conceitual que demonstre a relação entre os principais fatores capazes de auxiliar o desenvolvimento da inovação radical nas start-ups brasileiras. As start-ups exibem características peculiares que permitem a escalabilidade, na qual, pequenas empresas com baixa quantidade inicial de recurso apresentam um crescimento vertiginoso. Isto ocorre devido às startups de sucesso terem sido idealizadas a partir de uma inovação pautada em uma necessidade do mercado. Os. fundadores. identificam. uma. oportunidade. de. mercado. e. desenvolvem a ideia capaz de lograr êxito, expandir as vantagens extraídas do mercado e obter uma ampla margem de lucro. Em sua maioria, são produtos digitais de base tecnológica, o que facilita sua venda e distribuição para o mercado através da rede mundial de computadores – internet. O crescimento acelerado deste tipo de empresa indica que este tipo de negócio pode ter papel relevante no desenvolvimento da economia atual através da geração de valor e renda. Os autores presentes no referencial teórico deste trabalho foram selecionados por se revelarem como (1) clássicos da literatura, (2) autores recentes com alta relevância e (3) contribuição significativa para a explanação e esclarecimento dos conceitos abordados na pesquisa. Nesta pesquisa, a fundamentação teórica adotada mostrou-se apropriada para a solução do problema de pesquisa. A partir da literatura, foram indicados os fatores da orientação de mercado e da orientação à aprendizagem capazes de auxiliar o desenvolvimento da inovação radical nas 25.

(27) start-ups brasileiras. Os autores presentes na pesquisa foram adequados para auxiliar o alcance dos objetivos deste trabalho. O modelo proposto por Borba (2014) foi capaz de indicar a situação das start-ups em relação à inovação radical e mensurar o impacto de cada fator para o desenvolvimento de inovação radical das start-ups, e suas correlações. O referencial teórico que baseou o modelo de inovação utilizado nesta pesquisa foi escolhido pois mostrou-se adequado para esclarecimento dos principais conceitos presentes na temática.. 2.1 Qualificação das start-ups Uma start-up é uma organização formada a partir de um modelo de negócios repetível e escalável (BLANK, 2001). De acordo com Marmer et al. (2011), a escalabilidade representa a relação existente entre os custos para a manutenção da start-up e os ganhos obtidos pela mesma. O crescimento do custo deve se comportar como uma função linear, ao passo que o crescimento da receita deve se comportar de forma exponencial (RIES, 2011). O conceito de start-up exposto pelos autores supracitados evidencia a questão do capital intelectual como grande recurso dentro deste tipo de empresa e está ligado ao potencial da escalabilidade, pois, diferentemente do modo de produção industrial tradicional, a capacidade criativa e sua articulação com as vendas online que possibilitam o crescimento acelerado destas empresas com aumento relativamente baixo dos custos variáveis. Quanto à repetibilidade, trata-se da relação existente entre a personalização do produto ou serviço para um cliente em particular. Os produtos ou serviços oferecidos pelas start-ups devem ser padronizados para atender ao maior número de clientes, desta forma, os custos por personalizações serão baixos ou mesmo inexistentes (RIES, 2011).. A. característica da repetibilidade permite que as start-ups realizem a customização de seus produtos de acordo com a necessidade de cada cliente apenas com pequenos ajustes, apliando o mercado de atuação da empresa. 26.

(28) A escalabilidade e a repetibilidade garantem às start-ups a possibilidade de obtenção de altos lucros, de forma que são totalmente orientadas de acordo com as oportunidades identificadas no mercado, justificando sua própria estrutura de captação de recursos. Segundo Battisti e Quandt (2015), os investidores que atuam em start-up esperam taxas de retorno significativamente maiores do que as oferecidas por outros tipos de aplicações. É interessante destacar que as start-ups são empreendimentos com baixos custos iniciais e são altamente escaláveis, ou seja, possuem uma expectativa de crescimento muito grande quando dão certo. Por ser jovem e estar implantando uma ideia no mercado, outra característica das startups é possuir risco envolvido no negócio (SEBRAE, 2011). Esse fato explica o motivo dos investidores deste tipo de empresas se disporem a correr maiores riscos, obviamente, motivados por maiores taxas de lucros, caso contrário investiriam em empresas já consolidadas no mercado com papéis na bolsa de valores. As. start-ups. podem,. apresentar. grande. potencial. econômico. (SCHUBERT; HAUSLER, 2001) e vêm sendo fomentadas por governos de diversos países. Alguns dos motivos são: (1) criação de empregos com altos salários; (2) geração de receitas para o governo e (3) em geral apresentação de baixo potencial de danos ao meio ambiente (BATTISTI; QUANDT, 2015). O poder da tecnologia da informação aumentou bastante nas últimas três décadas e chegou recentemente a um nível de maturidade que começou a desencadear uma reorganização da economia global. Nunca foi tão fácil ou tão barato criar uma startup. Atualmente, existe uma robusta infra-estrutura disponível que incluí: software de fonte aberta, software como serviço, nuvens de hospedagem, processamento de pagamentos globalmente onipresente, canais de distribuição virais, colaboração em tempo real e publicidade hiper-alvo. O setor de serviços tem dominado a economia global para as últimas décadas. Assim como máquinas substituiram o trabalho manual, o software irá substituir tarefas intelectuais repetitivas (MARMER et al., 2011). Líderes do pensamento em empreendedorismo chegaram à conclusão de que, para que as grandes empresas realizem a inovação disruptiva 27.

(29) necessária. para. fazer. mudanças. estruturais,. deverão. comportar-se. praticamente de forma idêntica às start-ups. A crescente importância econômica de start-ups, juntamente com a globalização possibilitada pela internet. foram. alguns. aspectos. que. contribuíram. para. que. o. empreendedorismo pudesse se expandir ao redor do globo. Novos ecossistemas de inicialização estão sendo construídas em todo o mundo com as esperanças de replicar o sucesso do Silicon Valley (MARMER et al., 2011). Marmer et al. (2011) estudaram o o ciclo de vida das start-ups. Dividindo-os em: (1) descoberta, (2) validação, (3) eficiência, (4) escala, (5) sustentabilidade e (6) conservação. A compreensão da fase do ciclo de vida permite avaliar o progresso da start-up.. Quando as start-ups escalam. alguma fase prematuramente, são denominadas de inconsistentes, as startups que escalam adequadamente são denominadas consistentes. A avaliação das etapas do ciclo de vida não inclui as formas tradicionais de avaliação (time, financiamento, modelo de negócios...), e sim, representa marcos e limites atingidos que variam de acordo com o tipo de start-up (MARMER et al., 2011). Marmer et al. (2011) classificaram em quatro tipos as start-ups de internet: (1) as automatizadoras, (2) as transformadoras, (3) As integradoras e as (4) desafiadoras. As automatizadoras (1) buscam tornar uma tarefa mais rápida ou automatizar algum processo manual. Ex: Google, Dropbox, e Slideshare, as transformadoras sociais (2), muitas vezes criam novas maneiras para que as pessoas interajam. Ex: eBay, Skype, LinkedIn, Facebook, Twitter, YouTube e PayPal. As start-ups integradoras (3) prosperam na aquisição de clientes através de marketing focado e representantes de vendas atuantes. Ex: Adobe e Pbworks, as start-ups desafiadoras (4) são focadas em fechar com grandes. clientes,. mas. de. mercados. fragmentados,. são. altamente. dependentes de um pequeno número de negócios, geralmente operam em mercados complexos e rígidos. Ex: Oracle Salesforce e MySQL (MARMER et al., 2011). O capital utilizado para o financiamento das start-ups pode ser próprio dos empreendedores ou originado de fontes externas, de acordo com Baum 28.

(30) e Silverman (2004) a forma dominante de financiamento externo em start-ups são as empresas de Capital de Risco (Venture Capital). Segundo Freeman e Engel (2007), empreendedores atuantes em startups de grandes inovações são incentivados a construir rapidamente a solução para problemas estratégicos que enfrentam, como a concorrência e a ameaça da liderança do mercado. A resolução desses incovenientes requer injeções de capital fornecido por instituições de investidores, especialmente os capitalistas de risco, e, ainda, a colaboração entre os empresários e os investidores que ocorre mediante acordo sobre o objetivo da criação líquida de valor. A margem de atratividade esperada e os recursos necessários vão estabelecer os limites mínimos de financiamento que são necessários para a continuidade. do. projeto. (CHESBROUGH;. ROSENBLOOM,. 2002).. A. viabilidade do projeto, nesse sentido, estará intimamente relacionada com a escalabilidade, a repetição do modelo de negócio e o tipo de financiamento disponível ao empreendedor (BATTISTI; QUANDT, 2015). O capital de risco é investido baseando-se no valor de retorno esperado em derterminado tempo e o desafio dos empresários é fazer crescer o valor da empresa (tamanho do negócio) o mais rápido possível. Os empresários devem estar dispostos a investir o esforço, assumir os encargos de flexibilidade em seus próprios papéis organizacionais, e aceitar a perda de controle para os outros em busca de um crescimento rápido (FREEMAN; ENGEL, 2007). Acrescidos à esses aspectos, cita-se que existe também uma motivação estratégica: a janela de tempo em que os empreendedores encontram a oportunidade baseia-se na letargia de seus concorrentes, em especial os que possuem alta quantidade de recursos. Dessa forma, quanto maior o potencial de negócio gerado pela inovação proposta, mais rápida será a entrada de novos concorrentes já que eles saberão desta oportunidade de acordo com o sucesso empresarial da start-up (FREEMAN; ENGEL, 2007). Outro ponto importante de ser suscitado é que quanto maior a oportunidade, maiores serão as chances que a jovem empresa terá de crescer rapidamente. De maneira análoga, portanto, uma oportunidade de 29.

(31) negócio menos atraente proporciona um crescimento mais lento. Destaca-se, ainda, que o rápido crescimento impõe alguns custos sobre os empresários: para manter um padrão de crescimento rápido, mais capital terá que ser injetado no negócio. Este capital é obtido muitas vezes através da venda de ações com disposições que alteram parte do controle para os investidores (FREEMAN; ENGEL, 2007). Os conceitos sobre as etapas ou estágios das start-ups variam de acordo com os autores, a exemplo do processo evolutivo de uma start-up, que, para Freeman e Engel (2007), inicia-se com um evento de fundação. Uma ideia se transforma em ação e os fundadores iniciam a dedicação de seu esforço e sua reputação para a tarefa de construir uma nova organização empresarial. Essa fase inicial produto. ou. do. serviço. termina quando versões do protótipo do são. vendidos. aos. clientes,. gerando,. consequentemente, renda. Durante esta etapa, os empregos das pessoas consistem na realização de tarefas, fato indicador de que os papéis de trabalho são bastante flexíveis. A atribuição de tarefas, autoridade para gastar dinheiro e contratar funcionários. são. compartilhadas. entre. os. membros da. equipe. de. inicialização. A busca do capital ocupa uma parte substancial do tempo dos fundadores.. A. liderança. do. processo. de. inovação. geralmente. é. responsabilidade dos inventores, na maioria das vezes, os membros mais experientes e tecnicamente sofisticados da equipe (FREEMAN; ENGEL, 2007). O segundo período começa quando a empresa começa a gerar receitas de vendas, devendo os empresários atentarem para as exigências dos clientes, as quais transformam-se em feedback sobre a funcionalidade, aparência, serviço, documentação, etc. do produto ou serviço oferecido. Isso força os fundadores enfrentarem as disparidades em suas opiniões sobre a natureza do negócio, e criarem soluções para melhorar os aspectos apontados pelos clientes (FREEMAN; ENGEL, 2007). Rotinas organizacionais são desenvolvidas e formalizadas na medida em que mais funcionários são contratados, assim, aumenta a divisão do trabalho e são criadas funções mais específicas. Muitas vezes, a startup busca sua primeira rodada de investimento neste ponto. Quando esse capital 30.

(32) vem de capitalistas de risco, a estrutura de governança da empresa se desenvolve rapidamente. Os capitalistas de risco necessitam de um conselho de administração funcionando para proteger o seu investimento (FREEMAN; ENGEL, 2007). Os capitalistas de risco muitas vezes incentivam ou exigem que os fundadores a nomeiem executivos experientes para o conselho. Geralmente, o novo empreendimento também recruta gestores experientes para liderar o processo de comercialização. Além disso, a equipe de gestão é um contraponto importante ou mesmo fonte de cobertura política, para os investidores terem maior controle e atuação na tomada de decisões estratégicas (FREEMAN; ENGEL, 2007). No terceiro estágio, genericamente, atingi-se o sucesso, pois nessa fase os projetos de produtos são finalizados, assim como o marketing e os esforços de vendas são direcionados à expansão e ao desenvolvimento do negócio. No decorrer deste processo, os fluxos de caixa tornam-se positivos e o processo culmina com o surgimento de uma corporação cujas capacidades tornam possível a concorrência bem-sucedida com os participantes mais antigos do mercado. O negócio pode, a partir de então, estar pronto para progredir. Frise-se, com efeito, que o acesso ao capital é necessário para alimentar um crescimento acelerado e, muitas vezes, isso resulta em uma oferta pública inicial de títulos da empresa e assim ela entra no quarto estágio (FREEMAN; ENGEL, 2007). Walz e Cumming (2004) acreditam que a primeira etapa é formada pelas empresas que estão ainda em sua fase de projeto (seed stage), em que não há operação nem estrutura, bem como asseveram que o conceito de negócio ainda está sendo criado. Segue-se a fase do nascimento (start-up stage), onde a empresa inicia o desenvolvimento de produtos e marketing. Nessa fase, a empresa está no processo de estabelecimento, mas ainda não iniciou a venda de seus produtos de forma comercial. No estágio inicial (early stage), a empresa pode estar testando ou, mesmo, vendendo seus produtos comercialmente, mas, normalmente, está no negócio por menos de 30 meses. No estágio de expansão (expansion stage), a empresa necessita de capital para suportar o aumento da. 31.

(33) capacidade de produção, desenvolver seus programas de marketing ou seus produtos e aumentar seu capital de giro (WALZ; CUMMING, 2004). O estágio maduro (late stage) caracteriza-se quando a empresa atingiu a fase de produzir lucros operacionais. E, por último, as companhias de capital aberto (publicly listed company), que possuem ações negociadas nas bolsas de valores (WALZ; CUMMING, 2004). Segundo Ries (2011), start-up é uma organização criada para desenvolver novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza. Em geral, seu tempo de vida é menor do que 1 ano e faturamento menor do que trezentos e sessenta mil reais ao ano (ABES, 2013). Battisti e Quandt (2015) evidenciaram que ao longo das últimas duas décadas, o Brasil passou por modificações significativas no que diz respeito à forma como os novos empreendedores encaram o mercado. No estudo de Vieira (2013), observou-se que de 2002 à 2013 houve um aumento significativo na taxa de empreendedorismo por oportunidade, no país, passando de 42,4% para 71.3%. Isso mostra que os empreendedores estão iniciando novos negócios em função de oportunidades mercadológicas, e não apenas por necessidade financeira. Outros fatores relevantes são as políticas públicas e as instituições de apoio implantadas com o objetivo de auxiliar o micro empreendedor na criação e no desenvolvimento do seu negócio. Dentre elas, podem ser citadas: a implantação do estatuto da micro e pequena empresa em 1984; a implantação em 1996 do modelo simplificado de pagamento de impostos; e a criação da lei geral da pequena empresa em 2006 (BATTISTI; QUANDT, 2015).. 2.3. Informação de mercado As. necessidades. e. expectativas. dos. clientes. evoluem. constantemente ao longo do tempo, para atendê-las é necessário que as empresas participantes do mercado forneçam produtos e serviços de alta qualidade e de forma consistente. Isto requer uma alta capacidade de resposta à evolução das necessidades de mercado, ou seja, que a empresa seja orientada para o mercado (JAWORSKI; KOHLI, 1993). 32.

(34) De acordo com os modelos normativos, o monitoramento do mercado é um componente chave para o sucesso de um novo negócio (TIMMONS, 1985). A orientação de marketing em uma nova empresa é favorável para a geração de vantagem competitiva (VIKOREN, 1990) e um recurso importante para os empresários (HILLS; LAFORGE, 1992). A orientação para o mercado tem recebido muita atenção devido ao seu efeito positivo no desempenho organizacional (NARVER; SLATER, 1990). Segundo Kohli e Jaworski (1990), a orientação de mercado pode ser representada por três conjuntos de atividades: (1) a geração de toda a inteligência de mercado da organização referente às necessidades dos clientes atuais e futuros, (2) a. divulgação da inteligência em. todos. os. departamentos, e (3) a capacidade da organização de ampla resposta ao mercado. Glazer (1991) define informações de mercado como dados que foram organizados de forma estruturada. Assim, a empresa deverá ser baseada no conhecimento acumulado de toda a sua cadeia de valor para orientar suas estratégias. O uso de informação de mercado tem sido definido como a utilização de informações (como as necessidades atuais e futuras dos clientes, e de fatores externos como a concorrência) para dar suporte ao processo de tomada de decisão (MOORMAN et al., 1993). Day (1994) afirma que a importância dos elementos de aprendizagem do. processamento das informações de. mercado esta pautada. na. interpretação da informação, na avaliação da informação e na memória organizacional. Moorman (1995) investigou a informação à nível da empresa e constatou que o uso da informação de mercado baseia-se nas relações entre aquisição de informação e divulgação, e auxilia no sucesso do novo produto. A tecnologia, a concorrência global e a alta complexidade das informações têm aumentado a necessidade dos novos empreendimentos em desenvolver métodos e técnicas para a compreensão do ambiente de mercado (PETERS; BRUSH, 1996). De acordo com Petters e Brusch (1996), a geração de informação sobre o mercado é utilizada por novos empreendimentos e está relacionada ao crescimento das empresas, o contato freqüente com os clientes e os 33.

(35) colaboradores no intuito da obtenção de informações sobre os concorrentes tem importância especial, aspectos como a análise das estratégias dos concorrentes, os produtos e os serviços, e o volume de vendas mostraram-se importantes para o sucesso de um novo empreendimento. Para o alcance da orientação ao mercado é necessário o processamento de informações de mercado, no entanto, as organizações muitas vezes não conseguem utilizar as informações de mercado disponíveis (MALTZ; KOHLI, 1996). A orientação para o mercado resulta em melhor desempenho organizacional e auxilia o desenvolvimento de novos produtos de sucesso (GATIGNON; XUEREB, 1997). Nessa linha de raciocínio, vários estudos têm demonstrado que a utilização da informação de mercado tem um efeito positivo sobre o êxito do desenvolvimento de novos produtos (OTTUM; MOORE, 1997). O uso das informações dos clientes e da concorrência para integrar a concepção de produtos influencia positivamente na criação de vantagem competitiva (LI; CALANTONE, 1998). Raju e Roy (2000) também acreditam que o conhecimento é uma fonte crucial de vantagem competitiva, os autores supracitados examinam como características do mercado afetam o valor da informação. Os principais resultados obtidos foram: (1) a precisão da informação é mais valiosa quando a incerteza relacionada à demanda é maior; (2) a precisão de informações de mercado é mais valiosa quando o produto tem maior valor dentro de mercados mais competitivos; (3) a informação é mais valiosa para empresas maiores e (4) em geral informações adicionais tem um impacto positivo mais significativo sobre os lucros. O compartilhamento de informações de mercado pode ajudar a criar um entendimento comum sobre o trabalho que precisa ser feito e reduzir os conflitos de tarefas. Os colaboradores podem vir a ter percepções mais favoráveis sobre o desempenho quando percebem que, dentro da empresa, existe um grande compartilhamento de informações de mercado (MOYE; LANGFRED, 2004). Um rico intercâmbio de informações pode levar a uma maior cooperação de atividades de resolução de problemas comuns, o que pode traduzir-se em benefícios concretos de desempenho (MCEVILY; MARCUS, 2005). 34.

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