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AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE CROMO EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO II EM UM CENTRO DE SAÚDE DE BRASÍLIA-DISTRITO FEDERAL.

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Artigo Original

AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE CROMO EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO II EM

UM CENTRO DE SAÚDE DE BRASÍLIA-DISTRITO FEDERAL

EVALUATION OF CHROMIUM SUPPLEMENTATION IN TYPE II DIABETES PATIENTS IN A HEALTH CENTER OF

BRASILIA-FEDERAL DISTRICT

Amélia Gonçalves Pereira

1

, Lidiane Batista Muniz

1,2

Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a suplementação de cromo em pacientes diabéticos tipo II em um Centro de Saúde de Brasília-DF. Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado no período de setembro a outubro de 2011, cujos dados foram coletados a partir de um questionário semi-estruturado aplicado a pacientes diabéticos tipo II, que continha perguntas específicas sobre a suplementação de cromo. Dos 84 pacientes, observou-se que 57,14% eram do sexo feminino, com média de idade de 63 anos e renda de 4,8 salários mínimos, 5,95% com níve l superior completo. As comorbidades mais prevalentes foram: hipertensão arterial 26,04%, artrose 11,90% e reumatismo 4,76% e gota 2,38%. 100% desconheciam os benefícios do cromo como hipoglicemiante e tomavam remédios hipoglicemiantes para controle de diabetes. Destes, apenas 17,85% liam a bula antes de tomarem remédios. Todos os pacientes utilizavam adoçantes. 100% revelaram uma alimentação rica em frutas, hortaliças, carnes, alimentos integrais, leites e derivados e todos os diabéticos realizavam almoço e jantar. Observou-se, neste estudo, a ausência de suplementação de cromo em pacientes diabéticos mellitus tipo II, bem como o desconhecimento por parte dos mesmos da importância da utilização desse nutriente no controle dos níveis glicêmicos.

Palavras-chave: Cromo; suplementação; diabetes mellitus tipo II.

Abstract: The objective of this study was to evaluate chromium supplementation in type II diabetic patients in a health center in

Brasilia-DF. It is a cross sectional study conducted between September and October 2011, data were collected from a semi-structured questionnaire applied to type II diabetic patients in a health center in Brasilia-DF, which contained specific questions on chromium supplementation, according to certain selection criteria. This study was approved by the Ethics Committee of the SES / DF. Of the 84 patients, showed that 57.14% were female, mean age 63 years, average income of 4.8 minimum wages 5.95% with college degrees. The most prevalent comorbidities were: hypertension 26.04%, 11.90% arthritis, rheumatism, gout 2.38% and 4.76%. According to the clinical features 100% did not know the benefits of chromium as hypoglycemic and took hypoglycemic drugs for control of diabetes, only 17.85% of those read the label before taking medicine. According to interview all patients used food sweetener. It is observed that the FFQ 100% of the sample showed a diet rich in fruits, vegetables, meats, whole grains, milk and milk products. In 100% of the sample according to the 24HR investigated that all diabetics carry lunch and dinner. It was observed in this study, absence of chromium supplementation in patients with diabetes mellitus type II, and ignorance on the part of the same importance of the use of this nutrient in the control of blood glucose levels.

Key words: Chromium, supplementation, diabetes mellitus type II.

1Curso de Nutrição, Universidade Paulista (UNIP),

Campus Brasília-DF. 2Curso de Enfermagem, Faculdade de Ciências e Educação Sena Aires (FACESA), Valparaíso de Goiás – GO.

Endereço para correspondência: Profa MSc Lidiane Batista Muniz. Rua Acre. Qd. 02, Lt. 17/18, Chácara Anhanguera, Valparaíso de Goiás – GO. CEP: 72.870-000. Telefone: (61) 8284-9657. E-mail: lidianebmuniz@gmail.com.

Recebido em: 10/03/2012. Aceito em: 20/05/2012

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ISSN: 2179-0981.

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Introdução

Diabetes mellitus (DM) atualmente é considerada uma das principais doenças crônicas que afeta o homem contemporâneo, acometendo populações de países em todos os estágios de

desenvolvimento econômico e social1.

A importância de DM vem crescendo nas últimas décadas em decorrência de vários fatores, tais como: processo de urbanização e industrialização, aumento da expectativa de vida

e sobrevida, maior consumo de dietas

hiperenergéticas e ricas em açúcares simples, mudança dos estilos de vida tradicionais para

modernos, inatividade física e obesidade1.

Diabetes mellitus tipo II (DMTII) é uma doença de ordem mundial, que acomete frequentemente adultos. Para o ano 2000 a estimativa dessa doença foi de 171 milhões de novos casos. Calcula-se que esse número alcance, aproximadamente, 366 milhões até 2030. A população urbana, mais afetada pelo

DMTII, deve dobrar em países em

desenvolvimento entre 2000 e 2030. Esta

mudança demográfica está associada ao

aumento na prevalência de diabetes, além do incremento da proporção de pessoas com mais de 65 anos de idade. No Brasil, acredita-se que

esse número alcance 11,3 milhões de pessoas2.

O cromo é um mineral essencial que não é produzido pelo organismo e deve ser obtido a partir de da dieta. A maior parte do cromo ingerido através dos alimentos está na forma trivalente. A melhor fonte de cromo é o levedo de cerveja. Outras fontes incluem: carnes, fígado bovino, ovos, frango, ostras, trigo, pimentão, brócolis, suco de uva, batata, alho, maçã, banana, espinafre, pimenta, manteiga, melaço,

etc3.

O cromo está presente em muitos

suplementos nutricionais e plurimineral e

encontra-se disponível na forma de sais: cloreto,

picolinato, nicotinato, citrato e pidolato. O cloreto de cromo é absorvido em menor quantidade (0,4%) e o picolinato de cromo possui sua

absorção aumentada (0,7-5,2%)3.

Atualmente, esse mineral tem sido utilizado como suplemento dietético em pacientes que necessitam de controle glicêmico. Evidências científicas apontam que a sua deficiência na dieta contribui para a intolerância à glicose e alterações relacionadas ao perfil lipídico. Isto se explica porque a função primária do cromo é a de potencializar os efeitos da insulina, com melhora da tolerância à glicose e, consequentemente, do

metabolismo de carboidratos, lipídios4.

Nesse sentido, acredita-se que o

suplemento de cromo é essencial para os seres humanos, especialmente para os diabéticos, uma

vez que esses pacientes apresentam

metabolismo alterado desse nutriente,

necessitando de maiores quantidades deste suplemento nutritivo, devido a sua maior assimilação. Os diabéticos absorvem mais cromo que os não diabéticos por sofrer maiores perdas

deste elemento pela urina5.

Este estudo teve como objetivo investigar a suplementação de cromo em pacientes diabéticos tipo II atendidos em um Centro de Saúde de Brasília-DF.

Métodos

Trata-se de estudo transversal descritivo realizado em um Centro de Saúde de Brasília-DF no período de setembro a outubro de 2011.

Nesse Centro de Saúde todos os pacientes recebiam atendimentos exclusivos de um médico

especialista na assistência de pacientes

diabéticos tanto do tipo I quanto do tipo II. Antes de entrarem no consultório esses pacientes eram recebidos por uma enfermeira a qual realizava a medicação da glicemia cujo resultado era informado ao médico.

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Também era realizado um trabalho de

educação nutricional, onde os pacientes

aprendiam a fazer a contagem de carboidratos e o monitoramento glicêmico e um planejamento dietético pelo profissional nutricionista, bem como eram realizadas palestras sobre a medicação utilizada no tratamento de diabéticos e seus efeitos hipoglicemiantes.

Todos os indivíduos que participaram da pesquisa eram diabéticos tipo II, com ou sem comorbidades, de ambos os sexos e adultos. Adotou-se como critério de exclusão da pesquisa: pacientes com diabetes mellitus tipo I e diabetes gestacional.

Foram coletadas informações acerca dos dados pessoais, história clínica, anamnese alimentar, aspectos clínicos e utilizado o Questionário de Frequência Alimentar (QFA) e Recordatório 24 horas (R24h) padronizados pela Universidade Paulista, Campus Brasília - DF.

O consumo alimentar foi verificado com objetivo de averiguar se o paciente utilizava

suplementação de cromo e se seguia

corretamente a dieta para diabéticos. Os aspectos clínicos foram avaliados por meio de perguntas que continham informações sobre a medicação utilizada pelos pacientes.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (CEP/FEPECS/SES-DF), sob o protocolo nº 310/2011.

Todos os participantes da pesquisa

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) após informações detalhadas sobre os objetivos do estudo e procedimentos utilizados. Foram garantidos aos sujeitos de pesquisa o sigilo e anonimato das informações, segundo a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados e Discussão

O presente estudo avaliou 84 pacientes atendidos em um Centro de Saúde de Brasília-DF, com média de idade de 63 anos, sendo 57,14% (n= 48) mulheres (Tabela I).

Tabela I - Características dos diabéticos tipo II atendidos em um Centro de Saúde de Brasília-DF, no período de setembro a outubro de 2011 (n=84). Variáveis n % Idade > 30 anos 8 9,52 40-50 anos 17 20,23 50-60 anos 19 22,61 60-70 anos 18 21,42 70-80 anos 15 17,85 80-90 anos 7 8,30 Sexo Sexo Masculino 36 42,85 Sexo Feminino 48 57,14 Renda < 2 salários mínimos 12 14,28 2-4 salários mínimos 25 29,76 4-6 salários mínimos 21 25,00 6-8 salários mínimos 17 20,23 > 8 salários mínimos 9 10,71 Escolaridade Ensino Fundamental incompleto 32 38,09 Ensino Fundamental completo 18 21,45

Ensino Médio incompleto 9 10,71 Ensino Médio completo 20 23,80

Nível Superior 5 5,95

A predominância do sexo feminino em relação ao masculino é plausível com o Senso 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE)6. Cabe destacar

que alguns estudos mostram que apesar da prevalência de diabetes mellitus ser maior no

sexo feminino, essa diferença não é

estatisticamente significante. Porém, a incidência e a prevalência do diabetes tipo II é 1,4 a 1,8 vezes mais frequente nas mulheres do que nos

homens1.

Verificou-se em relação à faixa etária uma prevalência entre 50 e 70 anos de 44,03% (Tabela I). Esses dados corroboram com a literatura, visto que a incidência e a prevalência

da diabetes mellitus tipo II aumenta

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particularmente, após os quarenta anos1.

Considerando que o diabetes tipo II é

característico da idade adulta, sendo que, sua incidência é progressivamente maior com o processo de envelhecimento, programas de educação e saúde nas instituições públicas e privadas devem ser promovidos a fim de detectar

precocemente a doença3.

A média de renda dos pacientes

pesquisados foi de 4,8 salários mínimos (Tabela

I). Segundo Almeida et al16, em seu estudo não

foi encontrado uma associação entre renda e a ocorrência de diabetes mellitus tipo 2.

Quanto à escolaridade, notou-se que a maioria dos pacientes pesquisados (59,54%) estudou até o Ensino Fundamental (Tabela I).

Historicamente, segundo o IBGE6, nas décadas

anteriores ao ano de 1970 os brasileiros tinham pouco acesso à educação.

Neste estudo, observou-se 34,5% (n= 29) dos pacientes só possuíam DMTII e que a doença mais prevalente associada à diabetes mellitus foi hipertensão arterial sistêmica, com 31% (n= 26) (Figura 1).

Figura 1 – Prevalência de comorbidades em diabéticos tipo II atendidos em um Centro de Saúde de Brasília-DF, no período de setembro a outubro de 2011 (n=84).

De acordo com Henrique et al7, a

possibilidade de associação das duas doenças é da ordem de 50%, o que requer, na maioria dos casos, o manejo de ambas em um mesmo paciente. Além disso, são consideradas doenças crônicas com história prolongada e se inserem no

grupo das Doenças e Agravos

Não-Transmissíveis (DANT).

Cabe destacar, que DMTII aumenta em duas a três vezes o risco de desenvolver doença arterial coronariana, e a maior incidência de mortalidade em diabéticos tipo II está intimamente relacionada ao estado diabético e a associação da doença com outros fatores de risco cardiovasculares, como sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, entre

outros2.

Em relação à anamnese alimentar,

constatou-se que 100% (n=84) dos pacientes utilizavam adoçantes artificiais; 81% (n=64) tomavam café, que a média de ingestão hídrica foi de dois litros/dia.

Os adoçantes exercem papel relevante na alimentação, principalmente para pessoas com DMTII, uma vez que adoçam os alimentos com pouca ou nenhuma caloria. Apesar de serem dispensáveis na alimentação podem contribuir

para o controle metabólico do DMTII,

possibilitando melhor qualidade de vida e

reinserção no convívio social8.

Tanto o uso de adoçantes artificiais quanto de alimentos que os contenham permite opções para os pacientes, aumentando a possibilidade de variedade dos alimentos, a tolerância no planejamento das refeições e, em alguns casos, a melhoria da aceitação psicológica da doença por esses pacientes, facilitando a adesão à dieta

alimentar9.

Uma alternativa para o diabético é o uso de adoçantes naturais, como a frutose. A ingestão de uma quantidade normal de frutose por humanos não depende de insulina, sendo também 0 5 10 15 20 25 30 35

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apropriada para consumo por diabéticos e

pessoas em dieta com baixas calorias17. Porém,

no presente estudo, não foi investigado o tipo de adoçantes utilizados pelos pacientes.

Em 100% dos pacientes diabéticos

averiguou-se a falta de conhecimento em relação à suplementação de cromo como benefício para o controle glicêmico (Tabela II). Contudo, o cromo é um nutriente essencial que potencializa a ação da insulina, pois tem influência sobre o metabolismo

dos carboidratos, lipídios e proteínas4.

Tabela II - Conhecimentos dos diabéticos tipo II, atendidos em um Centro de Saúde de Brasília-DF, no período de setembro a outubro de 2011, em relação à suplementação de cromo e utilização das bulas (n= 84).

Dados analisados n %

Desconheciam os benefícios do

cromo como hipoglicemiante 84 100

Tomavam remédios

hipoglicemiantes para controlar o diabetes

84 100

Liam a bula antes de tomar os

medicamentos 15 17,85

Não liam a bula antes de tomar

os medicamentos 69 82,14

Cefalu & Hu10 observaram que o cromo

inibe a fosfatase fosfotirosina, que separa o fosfato do receptor de insulina, deixando uma diminuição da sensibilidade à insulina. Além disso, tem sido sugerido que o cromo aumenta a ligação da insulina ao número de receptores insulínicos e, consequentemente, a sensibilidade das células beta pancreáticas.

Da mesma forma, constatou-se que 100%

dos pacientes tomavam remédios

hipoglicemiantes para controlar o DMTII (Tabela II). Assim, o tratamento do diabetes envolve a utilização de medicamentos orais como as drogas

hipoglicemiantes e a insulina. Os

hipoglicemiantes orais mais usados no diabetes

tipo II são as sulfoniluréias e as biguamidas11.

Apenas 17,85% dos pacientes liam as bulas antes de tomarem a medicação e a maioria 82,14% não possuía esse hábito (Tabela II). Ao

serem questionados sobre o motivo de não lerem a bula, as principais queixas foram os termos técnicos desconhecidos e o tamanho reduzido das letras.

A literatura evidencia que as bulas, além de conterem termos de difícil compreensão, os textos caracterizam-se por serem pouco legíveis, à medida que o tamanho das letras utilizado é reduzido, os textos são compactados e não há separação dos itens que compõem o texto por meio de subtítulos. Em muitas bulas, a seção analisada está resumida em um único parágrafo, tornando o texto pouco legível e pouco atrativo à

leitura12.

Ao analisar o QFA, averiguou-se que todos os pacientes diabéticos procuravam ter uma

alimentação saudável. Eles evitavam os

carboidratos refinados e davam preferência para os produtos integrais, bem como pouco consumo de óleo e alimentos fritos (Tabela III). O questionário de freqüência alimentar tem sido particularmente útil em estudos populacionais

sobre dieta e enfermidades crônicas13.

Tabela III - Análise do questionário de frequência alimentar dos diabéticos tipo II atendidos em um Centro de Saúde de Brasília-DF, no período de setembro a outubro de 2011 (n= 84).

As hortaliças são um importante

componente da dieta e de acordo com o QFA

80% dos pacientes consomem hortaliças

diariamente (Tabela III). Elas fornecem não Grupos Alimentares Diariamente n (%) Semanalmente n(%) Mensalmente n (%) Leite e derivados 72 85,7 12 14,2 - - Carnes brancas e vermelhas 75 89,2 9 10,7 - - Hortaliças 80 95,2 4 4,7 - - Leguminosas (principalment e feijão) 84 100 - - - - Frutas 76 90,4 8 9,5 - - Doces - - - - 7 8,3 Frituras - - - - 15 17,8 Alimentos integrais 74 88 10 11,9 - -

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apenas variedade de cor e textura às refeições, mas também nutrientes importantes. As hortaliças têm pouca gordura e energia, relativamente pouca proteína, mas são ricas em carboidratos e fibras e fornecem níveis significativos de

micronutrientes à dieta14.

Os pacientes pesquisados consumiam adequadamente frutas, hortaliças e alimentos integrais, sendo esses fontes de fibras, os quais são importantes para os diabéticos. Estudos de intervenção mostram que o índice glicêmico do alimento e a sua quantidade de fibra solúvel resultam em efeitos favoráveis sobre as respostas glicêmica e insulínica pós-prandiais em pacientes

com e sem diabetes mellitus15.

Ao verificar o consumo alimentar por meio do recordatório 24 horas, observou-se que 100% (n= 84) dos pacientes tomavam café da manhã (geralmente: pão, manteiga, leite e café). A colação não teve os mesmos resultados, visto que 19% (n=16) dos pacientes relataram não comerem nada. O almoço foi realizado por 100% (n= 84) deles e o cardápio foi composto por: arroz, feijão, carne, hortaliças, entre outras.

Com relação ao lanche da tarde, 45,20% (n= 38) dos pacientes referiram que não o faziam porque não sentiam fome. E, os outros 54,76% (n=46) o realizam, geralmente: fruta, biscoito, pão, queijo, dentre outros.

O jantar teve o mesmo resultado de 100% (n= 84), para 63,10% (n= 53) dos pacientes repetiam o mesmo do almoço e os outros 36,90% (n= 31) lanchavam.

Na ceia, constatou-se que 48,80% (n= 41) realizavam a mesma e os outros 51,20% (n= 43) tomavam um copo de leite ou iogurte.

Diante desses resultados, pode-se

constatar que alguns pacientes diabéticos não realizavam todas as refeições, com uma frequência adequada (3 em 3 horas). Nos diabéticos que faziam uso de hipoglicemiantes orais ou insulina a distribuição energética da dieta

deve ser compatível com o medicamento prescrito. Esta deve ser observada de forma a não haver sobrecarga de ingestão alimentar e aumento da glicemia. Assim sendo, a distribuição calórica das refeições deve ser observada por todos os diabéticos que fazem ou não o uso dos medicamentos, respeitando uma distribuição

regular durante o dia11.

Outro dado interessante é que esses pacientes sem saber consumiam alimentos que possuem cromo, em diminutas proporções em alguns alimentos, como: carnes, cereais integrais, oleaginosas e leguminosas. Em dietas normais, o consumo médio diário de uma pessoa é de 50 a 80 mg de cromo, quantidade insuficiente para o funcionamento normal do organismo. A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos recomenda uma ingestão diária de 100 a 200 mg

de cromo para o ser humano5.

As recomendações variam de acordo com a faixa etária - homens adultos: 19 a 50 anos: 35mg; maiores de 50 anos: 30mg; mulheres aldultas: 19 a 50 anos: 35mg; maiores de 50

anos: 20mg3.

Esses resultados evidenciam a importância de um melhor aconselhamento pela equipe multiprofissional da suplementação de cromo, bem como sobre o controle sérico do mesmo para investigar possíveis alterações, déficits e/ou excessos, e intervir de forma adequada.

Conclusão

Observou-se, neste estudo, ausência de suplementação de cromo em pacientes diabéticos

mellitus tipo II, bem como o desconhecimento por

parte dos mesmos da importância da utilização desse nutriente no controle dos níveis glicêmicos.

Conflitos de interesse

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