HUGO
CRISTIANO
NORA
PREVALÊNCIA
DO
TABAGISMO
E
SEUS
BFOSO
DETERMINANTES ENTRE ESCOLARES
DA
REDE
ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO
NO ANO
DE
20
NA
CIDADE
DEFLORIANOPOLIS
01
Trabalho
apresentado
à Universidade Federalde Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.Florianópolis
~Universidade Federal de
Santa
Catarina
HUGO
CRISTIANO
NORA
PREVALÊNCIA
DO
TAEAOISMO
E
SEUS
DETERMINANTES
ENTRE
ESCOLARES
DA REDE
ESTADUAL
DE
EDUCAÇÃO
NO
ANO
DE
2001
NA
CIDADE
DE
FLORIANÓPOLIS
Trabalho
apresentado à 'UniversidadeFederal
de Santa
Catarina,para
a conclusãodo Curso
de
Graduação
em
Medicina.Presidente
do
colegiado
de
curso: Prof.
Dr.
Edson
José
Cardoso
Professor:
Doutor
Marco
Aurélio
da
Ros
.Professora:
Doutora Senen
Dyba
Hauff
.1
1
Florianópolis
Universidade
Federal
de
Santa
Catarina
AGRADECIMENTOS
Venho
com
muita honra agradecer as pessoas que estiveram presentes ao longo do ldesenvolvimento
do
presente estudo.Em
especial agradeço a Sra.Nara
B. Bússulo Capeler,Diretora
do
EnsinoMédio
da Secretaria Estaduall daEducação
edo
Desporto pelaoportunidade oferecida e pelo patrocínio dos questionários aplicados.
Muito devo
aos dirigentes das escolas abordadasno
estudo, pela receptividade e educaçãoa
mim
concedida.Agradeço
profundamente aos professores, pela educaçãoem
cedermomentos
do
seutempo
para que a pesquisa pudesse ser realizada à contento.Agradeço
ao Professor DoutorMarco
Aurélioda
Ros
(Marcão) pela amizade, pelaprestatividade, pelo interesse, pela atenção e pela orientação concedida. '
Agradeço
em
especial a DoutoraSenen
Dyba
Hauff, que dividiucomigo
seuconhecimento, sua detemiinação e seu entusiasmo
em
salvar vidas pela prevenção e educação,atributos fundamentais para
minha
carreira futura.'
› -
c 1 l
5 ú
Não
poderia esquecer dos alunos entrevistados,que
pormeio
dos dados e depoimentoscoletados, compartilharam curiosidades, intimidades e histórias de vida. . .
Agradeço
aosamigos
e parentes pelosmomentos
deminha
ausência, não só nestemomento,
mas
também
ao longo daminha
formação,-:mastenham
certeza que foi poruma
causa nobre. A- todos vocês agradeço respeitosamente. 1
l
l
l
RESUMO
l
Prevalência
do
Tabagismo
e seus Determinantes entre escolares daRede
Estadual deEducação no
Ano
de 2001
na
Cidade de
Florianópolis.Hugo
Cristiano Nora.Universidade
Federalde Santa
Catarina. lObjetivo: Estudar as caracteristicas epidemiológicas
do
cigarro e seus detenninantesem
uma
amostra de estudantes
do
segundo grau. iMétodos:
Estudo quantitativo, transversal,de base populacional,em
uma
amostragem
de465
estudantes
do
segundo grau daRede
Estadual de Ensinodo
Estado de Santa Catarina,estudados por questionário anônimo,
no
ano de 2001.¡
' `
Resultados: Observou-se
que
10%
dos estudanteseram
fumantes atuais, 60%
desteseram
do sexo feminino.
Do
total,46
%
jáhaviam
experimentado o tabaco, sendo oconsumo
maiorno
turno noturno (12.8%)
e entre estudantes da primeira série (12,3 %). 99%
reconhecem
omalefício
do
tabagismo à saúde e 62%
acham
a publicidade de cigarros enganosa,mas
dosque
fumaram
ou fumam, 48
%
começaram
por curiosidade e 73%
dos entrevistados nãodebatem
com
os pais os maleficios do tabagismo. `Conclusões:
A
prevalência encontrada foimenor
que ade
estudos semelhantes,com
predomínio entre a população feminina . Necessitam-se
novos
estudos, decampanhas
educativas nas escolas e
da compreensão
da multicausalidadena
epidemiologiado
tabagismo.Autor:
Hugo
Cristiano Nora, hugonora@zipmail.com.lir, (48) 9901-01894
1
l
SUMMARY
4
T
Prevalence
of smoking
and
its characteristicsamong
Studentsof
public school in the city ofFlorianópolis in 2001.
Hugo
Cristiano Nora. Federal Universityof
Santa Catarina.. 1
Objective: `To evaluate the prevalence of tobacco
smoking
and its determinantsamong
adolescents.
i
Methods:
A
cross-sectional study,was
canied in 2001 t and a sample of 465 adolescentswho
where
studingon
public state school using an anonimous, self-administrated questionaire.Results: It
was
observed that 10%
of the studentswere
smokers, with a prevalence increasedin the female sex (60%),
between
the night students and in the first case(123%): 46
%'of
all, reported having
smoked
yet, and 99%
recognize theharm
of cigarret smoking, and 62%
of all, don”t believe in cigarret advertising. But, 48-%
of smokers started tosmoke
forcuriosity and 73
%
of all, don°t talk with their parents abouth thevenon
of cigarret smoking. Conclusions: In the present study, the prevalence are lower than in other studies andmore
preventive
programs
and studies areneeded
for the appreciation offenomenum
ofsmoking
tobacco
by
the youth.9 '
SUMÁRIO
1INTRQDUÇÃO
... .I ... ..oBJET1vos
... .; ... .T ... ..MÉTODOS
... .. .RESULTADOS
... ..D1scUssÃo
... .. I I I 1 \ 4 Í 1 nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn ou ¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢¢ ao nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn qq øøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøø nocoNcLUsöEs
... .L ... ._REFERÊNCIAS
... .. øøøøøøøøøøøøøøøøøøøøøø nn oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo ou p. 01 p. 06 p.07
p.09
p. 17 p. 22 p. 23l . l ~ “1.
INTRODUÇAO
‹ JA
organização mundial da saúde(OMS).
estima que 4 milhões de pessoas morrerãodevido ao tabagismo
em
2002, sendo previstoum
total de 8,4 milhões de' mortes a partir de2020
caso mantenha-se o ritmo deconsumo
atual I. Estima-se que 70%
destas mortesocorrerão
em
paísesem
desenvolvimento. lMantendo-se
a atual tendência de início de exposição ao tabagismo, que é de 1,9kg
percapta, estima-se que
250
milhões de mortes ocorrerãoem
pessoas que hoje são crianças eadolescentes 1. '
.
Estimativas
do
Ministério daSaúde
apontam
que 36%
da população brasileira é fumantee que
uma
em
cada sete mortesno
Brasildecorrem
de doenças tabaco-relacionadas. Estima-seque
em
1996 ocorreram 268.000novos
casos de câncerno
Brasil,com
100.000 óbitos 2.No
ano de
2000
estima-se que ocorreram 10.5 milhões de novos casos de câncerno mundo,
sendo60
%
delesem
paísesem
desenvolvimento,que contam
com
somente 5%
dos recursosmundiais 2.
.
Segundo
aOMS,
o tabaco é a drogamais
commnente
usada eamplamente
disseminadaem
todo omundo,
sendo considerada lícitaem
todos os países.No
Brasil os produtos da Nicotinatabacum
têm
seu registro de uso mais antigo registradohá
aproximadamente
10.000 anosno
município deLagoa
Santa,Minas
Gerais,onde
foramencontrados
cachimbos
usados para oconsumo
da
drogaem
rituaisXamãs
3.Em
1500 D.C.,Pedro Álvares Cabral já havia relatado o encontro de nativos aspirando
fumaça
de rolos feitosde folhas
em
rituais mágico-medicinais.O
tabacotomou-se
cobiçado comercialmentequando
Jean Nicot, arquivista diplomata doimpério francês, usou-o para curar dores de cabeça da rainha da França. Tal produto procedia
. , . . . 3
de Portugal,
que
por sua vez, negoclava-o sobforma
deiescambo
com
os indios brasileiros .Nesse período o tabaco
chegou
a ser usadona Europa
como
en/a medicinalem
até 59 doençasdiferentes. l
l
No
séculoXVII
os negros procedentesdo
Golfo daGuiné começaram
a serem usadoscomo moeda
de troca por tabaco produzidono
recôncavo baiano.também
setomando
mão
de
i
obra no cultivo da planta.
Houve
um
intercâmbio cultural entre os negros e índios, surgindofiguras folclóricas importantes dessa união.
O
saci-pererê, o preto velho e o curupira sãol
figuras folclóricas
que
têm
em
comum
o uso do fumo. Infelizmente, os grilhões do cárcereainda hoje são presentes e negros e mestiços
formam
um
contingente populacionalempobrecido
em
que a prevalênciado
tabagismo chega a ser de até 50%
na população adulta deste grupo 3.¿
Na
Europa
colonialista o cigarro vira símbolo de nobreza, sendo usado sob forma decachimbo no
século XVII, rapéou mascado no
século XVIII,ou
charutono
séculoXIX,
especialmente os cubanos. _
_
A
importância político-econômicado
cigarrono
Brasil império e do Brasil repúblicapode
ser
medido
pelo fato de o brasão nacional trazer doisramos
de plantas entre as riquezasnacionais:
um
de café e outro de fumo.`
No
séculoXX
a conjunçãodo
capitalismo, a industrialização do tabaco enroladoem
papel, as
mudanças
sociais, a consolidaçãodo
proletariado, a urbanização, as grandes guerras,o surgimento dos
meios
decomunicação
edo
marketing pennitiram a “globalização”do
consumo
de tabaco entre ascamadas mais
pobres 3.i
Os
meios
decomunicação
desde o iníciousaram
zaimagem
do tabacocomo
glamour,sendo que
somente
no
séculoXX
as mulheres participammais
ativamenteno consumo.
No
Brasil as primeiras seis marcas de cigarros tiveram
nomes
de mulheres 3,`procurando associar aimagem
do
cigarrocom
aimagem
de sensualidade. 1Com
o surgimentodo movimento
deemancipação
femininano
pós 2a Guerra Mundial,lançaram-se
marcas
ditas “femininas” de cigarros, incrementando oconsumo
de cigarros pelopúblico feminino.
Enquanto
hoje observa-sequeda no
consumo
por parte doshomens,
observa-se
aumento
progressivo do tabagismo entre as mulheres desde a adolescência, períodoreprodutivo portanto,
aumentando
a incidência de doenças tabaco-relacionadas, não só nelas,mas também
em
seus filhos. lA
partir da Za Guerra Mundial, o Brasil sofreum
imfportante processo de urbanização (50l
ter
uma
população predominanteniente adultojovem
'(65%
com
idades entre 15 e 65 anos)1 nos aiios 80 4.
,
O
êxodo
rural não impediu que a produção brasileira de tabaco saltassezde =157.700toneladas para 450.000 toneladas
em
1990,50
%
para omercado
intemo.tomando-o
oterceiro
maior
produtor mundial atrás deEUA
e China.O
tabaco representouem
1990 oterceiro produto agricola de exportação na balança coniercial, atrás apenas
do
café e da soja.Em
1990
a produção mobilizou 160.000 fazendas brasileirasou
0,57%
das terrasagricultáveis, sendo que 80
%
delas localizadosno
RioGrande do
Sul (maior produtor1
nacional), Santa Catarina (2° maior produtor nacional) e Paraná 3.
São
quatro as empresas que controlam omercado
brasileiro de tabaco:Souza Cruz
(British-American
Tobacco
Company)
com
79.4%
do mercado
em
1988; R.J. Reynouldscom
9,5
%,
PhilipMonis Company com
8%
e Sudan, únicaempresa
nacionalcom
2.8%
domercado
doméstico 4. `I
A
produção nacionaltem
característicasque
otomam
até 50%
mais barato que ofumo
americano, a
começar
pelasecagem
das folhasque
é feitacom
lenha, que para cada quilo defolha seca, usa-se 25
kg
de lenha etambém
pelo uso de agrotóxicosem
larga escala 3.Em
nosso país o cigarro é inclusona
cesta básica, o que limitaaumento na
tributação (74%,
contra 83%
na Suécia)uma
vezque
a variação de preços da cesta básica é importanteíndice de cálculo inflacionário. Desta
forma
a detenriinação de preços que é feita via acordoentre a
ABIFUMO
e 0Govemo
Federal, considerando. aos fatores citados, determina que ocigarro chegue ao fumante brasileiro
extremamente
barato($US
0,34em
1989)quando
comparado
a outros países 4.ç
A
publicidadetem
sido ferramenta largamente usada para manter omercado
em
expansão,em
1990
o Brasil foi o paísdo
continente americano que teve maior gasto per capita, sendoatualmente as
campanhas
pró-tabagismo odécimo
maior veiculador de mídia direta($US
68.197.200
em
1988)no
Brasil.. _, ,_ . . , . A. ` . , .
Com
as restriçoes e regulamentaçoes publicitanas impostas as industrias ao longo da década de 90, as indústrias passaram a valer-se da publicidade indireta, patrocinando eventosculturais (Free Jazz Festival,
Hollywood
Rock
Festival,'Oktoberfest), esportivos (Formula 1,1
Camel
Trophy,Hollywood
Motocross,...) e inclusive beneficentescomo
o patrocinio de1
(
veículos da fabrica e funcionários unifomiizados para suporte às
campanhas
Estaduais de vacinação antipólioem
todo o nordeste brasileiro, exceção à Bahia e Piauí.Sendo
nesses. . . _
ç
. . 4
eventos a distribuiçao gratuita de cigarros .
Também
ein Santa Catarina é públicoo
patrocínio doprograma
horta escolar firmadoem
acordo entre o
Govemo
Estadual e a empresaSouza
C
mz,
assimcomo
patrocínio aoMc
DiaFeliz, evento que angaria fundos beneficentes ao Hospital Infantil Joana de
Gusmão,
filiado à Secretaria Estadual de Saúde. 'Todos
estes fatoresem
conjunto contribuíram para que oconsumo
de cigarrosno
Brasilcrescesse 132
%
entre 1970 e 1986, enquanto a população teveum
crescimento de 49%
no
mesmo
período. ¡O
consumo
teve seu maior crescimentono segmento
da populaçãojovem
(crianças e adolescentes), sendoque"em
pesquisa desenvolvida,em
1988 pelo Ministério da Saúde,constatou-se
que
82%
doshomens
e 69.4%
das mulheres entrevistadas,haviam começado
afumar
antes dos 19 anos de idade.O
diñcil processo de socialização e a conseqüente entradano mercado
de trabalhotomam
estegmpo
especialmente suscetível às pressões e hábitosdo
mundo
adulto, tãobem
expostosna
publicidade de cigarros.É
entre os jovensque
secaptam
novos fumantes,mantendo
omercado
consumidor, que diminuicom
a morte dos antigos fumantes.Aos
jovens o cigarro évendido
como
agente socializador na dinâmica de grupo característica da adolescência L4.Dados
levantadosem
1996 pelo Instituto Nacionaldo
Câncer,INCA,
órgão ligado aoMinistério
da Saúde
com
a função de pesquisa estatística, clínica e terapêuticaem
câncerno
Brasil revelam que
90
%
dos fumantesficam
dependentes da nicotina entre os 5 e 19 anos 7.z
Outra pesquisa realizada
em
10 capitais brasileirasem
1987, revelou a prevalência de20
%
de fumantes entre alunos de 1° e 2° graus 5. Inúmerols outros estudos vieram corroborar a
teoria de multicausalidade
como
fator determinantedo
tabagismo entre jovens, sendo esteum
fenômeno
mundial,também
aplicável aoconsumo
de entorpecentes 6.Existem
poucos
estudos multicêntricosque estudem
a epidemiologia brasileirado
tabagismo entre jovens, o que dificulta a criação de estratégias e
campanhas
nacionais deconscientização e educação. São agravantes a
dimensão
continental do país e a diversidadecultural decorrente das mais diversas etnias que colonizaram nosso território.
Santa Catarina é
um
estado que merece atenção especial por ter formação étnica bastante diversificada, características sócio-político-culturais contrastantes entre suas diferentes micro‹regiões,
além do
poder aquisitivo acima da média, oque
em
tese facilitaria a aquisição decigarros pelos jovens e adolescentes 2.
Some-se
a isso sermos o segundo maior produtornacional, sendo a produção feita predominantemente
em
micro‹propriedadescom
extenso usode
mão
de obra familiar, 'e por conseqüência,com
o usfo demão
de obra infantilou
jovem
nocultivo
do
fumo
4.5
Não
possuímos ações e programas anti-tabágicos qentralizadosna
'educação e tão poucobases estatísticas seguras e
bem
fundamentadas acerca da epidemiologia entre nossosestudantes. Existem tentativas heróicas de conscientizaçao e orientação dos alunos sendo implementadas isoladamente,
mas
carentes de recursos técnicos e de orientação direcionadaaos jovens. ,
l
Assim
sendo, o presente trabalho pretende serum
auxílio àmelhor
compreensão da epidemiologia do tabagismo entre jovens estudantesda
Rede
Estadual de Ensino e Lunacolaboração para que se
conheçaa
realidadeem
que estamos inseridos.Esperamos
quecom
isso
floresçam
atividades preventivas, que certamente ajudarão a melhorar a qualidadedo
nosso ensino 6 e a esvaziar as enfennarias de nossos hospitais
no
futuro 8.l
l
‹
l
2.
OBJETIVO
l
O
objetivodo
presente estudo foi avaliar a prevalênciado
tabagismo e seus determinantesentre alunos de cinco escolas do Ensino
Médio
daRede
Estadual de Ensinono
ano de 2001em
Florianópolis. l l 1 l l l-1
Ê.‹ 1
3.
MÉToDos
| l lEm
julho de 2001 foi realizado estudo quantitativo, analítico, de delineamento transversale de base populacional.
O
objeto de estudo foram estudantesdo
EnsinoMédio
daRede
Estadual de Ensino. ;
A
pesquisa foi desenvolvidaem
Florianópolis, cidadecom
aproximadamente 300.000moradores fixos, situada
no
litoraldo
Estado de Santa Catarina.Em
2001 haviaem
Florianópolis 22.447 alunosda
la, 2a e 3a sériesdo
segundo grau,matriculados
na
rede estadual de ensino, federal e na rede particular segundos dadosda
Secretaria Estadual da Educação.
Cabe
ressaltar que adenominação
deSegundo Grau
mudou
para Ensino
Médio,
maneiracomo
é oficialmentedenominada
dentro dos trâmitesadministrativos das instituições da
Rede
Estadual de Ensino. -Nas
três sériesdo
EnsinoMédio
de Florianópolis os estudantes estavam assimdistribuídos:
em
42
escolas públicas estaduais estavam matriculados 12.078 (53.8 %), nas20
escolas particulares havia 7.228 alunos (32.2
%)
e nas quatro escolas federais havia 2.511alunos (1l.l %).
As
escolasforam
selecionadas seguindo critérios de conveniência numérica de alunos epresença das três séries abordadas.
Foram
selecionadas cinco escolas estaduaisgeograficamente
distribuídas ao longo das porções norte, central e sul da ilha.Segundo
dadosoficiais da Secretaria Estadual de
Educação
e Desporto, estas escolas havia 711 alunosmatriculados nas séries de abordadas
no
estudo, correspondendo a 5.88%
do total de alunosmatriculados
na
rede estadual de educaçãona
cidade de Florianópolis, nas séries equivalentes.Contudo,
houve
desencontro entre os dados oficiais fomécidos pela Secretaria Estadual deEducação
e o total de526
alunos realmente matriculados nas escolas selecionadas, segundoinformações prestadas diretamente pelas secretarias das escolas selecionadas.
Não
hácomo
calcular precisamente o grau de perdas e cobertura pela inexistência depesquisados.
Contudo
dos 465 questionários distribuídos, somente sete foram entreguescompletamente
sem
preenchimento (l.09 %).Foram
considerados participantes todos os alunos presentes nos periodo diurno. vespertinoou
noturno das respectivas escolas que responderam_ao questionário padrão. Previamente àaplicaçao
do
questionário anôninioem
cada sala de aÍula, foram dadas explicações objetivas,imparciais e detalhadas pelo autor sobre a impolrtância do correto preenchimento do
questionário e
do
objetivodo
estudo. -Todos
os questionários foram aplicados somente pelo autor nas cinco escolasselecionadas;
EEB
Simão
JoséHess (tumo
matutino e vespertino),EEB
CelsoRamos
(tumomatutino),
EEB
Presidente Roosevelt(tumo
vespertino),EEB
Dom
Jaime B.C
âmara
(tumonoturno),
EEB
Antônio P. Apóstolo(tumo
noturno); entre osmeses
dejunho
e julho de 2001, nas três sériesdo
Ensino Médio. .O
questionário continha espaço para 3 questões subjetivas e 30 questoes objetivas.Da
primeira à sexta questão procurou-se avaliar infomrações de sexo, idade, religião, residência,
trabalho
ou
consumo
de drogas ilícitas.Da
sétima àdécima
primeira abordou-secomo
é ainteração
do
entrevistadocom
a mídia.Da
décima
segunda até adécima
sétima avaliou-secomo
sedá ou
como
sedeu
a interaçãodo
cigarro ao longo da vidado
entrevistado.Da
décima
oitava até a vigésima terceira questão levantoti-se o grau de dependência do fumanteatual através
do
Questionário de Fargenstron,que
quanltifica o grau de dependência química ànicotina e serve
como
recurso clínico paramelhor
orientação terapêuticano
tratamento dofumante.
Da
vigésima
quarta à trigésima primeira queistão avaliou-secomo
ié a interação dofumante dentro de seu ambiente familiar e social.
Na
trigésima segunda questão avaliou-se a relaçãio tabagismo e prática esportiva e natrigésima terceira questão procurou-se avaliar a qual zclasse social pertencia o entrevistado
segundo critérios adotados pela Sociedade Brasileira de Pesquisas de Mercado, publicada pelo
IBOPE.
Vale ressaltar que os dados levantados nestá questão não foram enquadrados noestudo final pelo não encontro de literatura
que
embasasse os critérios dessa classificação na. . , . . . . ,_ . '¡ .'
literatura
ou no
escritorio da instituiçaoem
Florianopolis.-l | ,...`.-.1 l='|wz'¢-`* i 1 I
As
'questões vinte a vinte e seis tiveramuma
niarcação lateral indicando-ascomo
depreenchimento exclusivo por fumantes.
A
última questão era aberta para sugestões e opiniõesl
sobre qualquer assunto pertinente à pesquisa
ou
ao tabagismo.As
respostas foram codificadas, digitadas e analisadas usando o software Excel.i l i i l i l ' .I
4.
RESULTADOS
Do
total de 711 alunosmatriculados nas escolas' selecionadas, conforme dados oficiaisfomecidos pela Secretaria de Estado de
Educação
e Desporto de Santa Catarina, 465 alunoscompareceram
à sala de aula nos dias das entrevistas,zsendoque 458
(98%)
alunos aceitaramú ¡ 1 n ¡ 1 i
¡ n z ~
responder o questlonano.
Cada
variaveldo
questionarioñcou
com
algumas informaçoesignoradas por falta de resposta, estatisticamente quantificadas
como
respostas nulas.Entre os entrevistados, 136 (28
%)
.dos alunos estudavamna
Escola EstadualDom
Jaimede Barros Câmara, 111 (25
%)
alunosna
Escola EstadualSimão
José Hess, 84 (18%)
na
Escola Estadual Antônio Paschoal Apóstolo, 81 (18
%)
na
Escola Estadual PresidenteRoosevelt e 52 (11
%)
dos alunos na Escola Estadual CelsoRamos.
'Do
total, 113 (24.6%)
alunos estudavamno
turno matutino, 135 (29.5%)
no
turnovespertino e
210
(45.8%)
no
tumo
notumo.
Entre eles,228 (50%)
estudantes estavamcursando a primeira série
do
segundo grau, 150 (33%)
estavana
segunda série e 80 (17%)
na
terceira série
do
segundo grau.i
DO
total de alunos(GRÁFÍCQ
1),248 (60%)
ez-àm do sexo mzszuiino z210
(40%)
do
sexo feminino.
A
maioria tinha idade entre 15 e 16 anos (50 %), seguidodo
grupo entre 17 eDistribuição etária dos entrevistados
1%
1 `5%
I5%
"`""""___1 tz-‹-z=\ ~§~.~.¡:-.¿-§.;\-'~ \-` 1g\šâ\šS§§§§;§\ r wr~=:1.<=;=:`-`~>.>=: \à\\ t \ ~\z ¬. $š\}¿\_}, ¬ ~'<\ ` '^ \'1:¡:*>.~:-;-'-:=.~:` I _ _ . \\i“š$:-:›:Í:-¡§-:'e~:~§:‹›~¿›\> “Á .z Q/ `- :-:-.-:->:z;-:¿:;:; ~t;'~` -\ ‹ \\ 0 \\:§*Ê`~E:E:E=E=f:-=s~'z'›Ê;z*=%?~\`*`f50%
31 /° R \¬.t-›. ' _ “ , \ ~ \\=>“ í/ ÍU
14ANOS
~ 1546ANos
I cl 17-18Amos
E119.-20Amos
mMA1s DE
20ANOS
àuNÃo
REsPoNorzu
Í_t,,f__
___rr_,_
GR
Árrco 1 - oâmbzzâçâo cfâfiz àøs 4ós ¢nm¬¬'zzm<1<»s.Fome' pesquisa sobre tabagismo escolar realivada
em
2001.A
maioria absoluta dos entrevistados:447
(97
%)
afirmaram
residirem
área urbana Entreos entrevistadas.
332
(71 %),eram
praticantes da religião católica e37
(8%)
evamzéhcoqA
maioria dos entrevistados,
297
(65 %}__não
tinham renda própria.Uso de dtogasrilicitas ' `«¢«\§\$š\ \\ >-*É$‹\-`§`$-'¡i$%.*`§,` -\ :~.\::›:>‹ '-'!~*..‹.:¬\ .. .~.*`Ê¡:É:7:ͬ1&*-\§.§`§¡:S:¡:=›`~Í~¡:5:Ê\. -~;¬-.-:-:¡:~:‹\; N-2' ' \*‹: «_
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Nao usaram drogas
Usem
resposta\_.._.__.___._._-
GRÁFICO
Il ›- Proporção de usuários de drogas ilícitas.Entre os entrevistados, 82 (18 °/›)
afirmaram
já terconsumido
outra droga que não ocigarro ou álcool
em
algum
momento
da vida(GRAFICO
H).A
prevalência totaldo
tabagismo foi de 10
%
paraambos
sexos(GRAFICO
IH), sendoque
entre os fixmantes atuais,28 (60
%)
sãodo
sexo feminino e 19 (40%)
do
sexo masculino.Somente
15 (35%l
dos fizmantes atuais trabalham e32
(65%)
afirmaram
não
trabalhar.Prevalência
do
tahagislpo. .-z / / l I . z z.. ', '/'fÍ:'<¡;í;/Í; ' ëiíëšzzfif ÊÍEÍÉ /' ÍÉÍLÍÍÍ,/1 *':L'-í z / _ f . , / . " z 1 13 / ,z ¡1z%› -19% _ 5z..:‹-=:z›;==:ss =s:;:s:â~z:z-:si / z z , z z , z. ×,.,,¿ ,:‹:‹zz.. / .f 51,5; / . .,. -, , zli'
× ,z / z 51121?? .¿.-za; ' Cflfí .. ,Í I F \ \ =i s lu Fumantes f:í;`›I:I.`:¡:í:¡:T:f5: \ E`:f:f:ÍÊÊ5ÊTÉf§`Ê1Êf:$Éi¡fÉ?§*` -=z::1z»1zaz:ztf1â:z:âfi=s'~<>`
NãO
fuma"~
. |:|
Sem
res_GRÁFKÍO
ll! -- Prevalênei:-1 dotabagismo entre os entrevistados.Fonte' pesquisa sobre tabagismo escolar realimda
em
2001.- Usuários de tabaco éfh álgama-acísiio'
` . z. ÍÍÍÍÍIÍÉÊÍÊ ‹:-:-:y:×.»
"2;O%
xa z z , z /,'13 . \ 241:54%
« V -2 eo:NÂIFUMGU
<>UPUMA*
-_NUNCA
Fumou
¬---â-;~;-;‹ââ:;›:¿~`NULQ
GRÁFICO
TV - Entrevistados que referem já ter feito uso de tabacoObserva-se
aumento do
número
de fitmarrtes ao longo dos turnos(GRÁFICO
V), foram 4(35
%
dos alunosdo
correspondente turno) fumantesno
tumo
matutino. 16 ( 11.85 °/tz)fiimantes
no
turno vespertino e27
(12.8%)
fumantesno
turno noturno.Número
de"fumantesjpo-r›tumo- â 3° ¬ - A . = 1f=:f '''''''''" N UI o u¬ ESä
'P3 ÍL""`"""`".1"`""T"`"¬l""` _ ~' _'_~_°-"___"-^_-*Í-' . ' ._ " t“'.:^."í.'.::'7':.:I :::..';^.:: : ::J _“_Í_.ÍÍT" - » . 1 ''''''”`"”`~*`”.
í e-ziz ' _ MatutinoVespertino
'Noturno
GRÁFICO
V
- Quantificaçãodo nítmem
deportumo
Fonte' pesquisa sobre tabagismo escolar realizada
em
2001.Fenômeno
inverso ocorreucom
o
aumento da
escolaridade:28 (123
%)
dos 228estudantes da primeira série
eram
fiimantes; 14 ( 9,3%)
dos 150 estudantes da segunda sérieeram
fixmantes e 5(63
%)
dos80
fumantes da terceira sérieeram
fumantes.É
praticamente unânime, (99 %), a opinião deque
o cigarro émaléfico
à saúde. Contlidoentre os entrevistados
48 (10%) eram
fiimantes atuais e209
(46%)
añnnaram
já terfumado
em
algummomento
da
vida.A
média de idadeem
que
os entrevistados tiveram seu primeiroI 1
8
UIO -üO 0)O NO ..›O O L__.Tipo dos 0í`g'arroiqúe_- Eumja- 1
' ~49z -if' '1 ` " ._n.‹__..--¿_-.___.__. : .L_.
PAPEL
¬GUDANG ou
~¬MAcoNHA~
.›-=1fi0uTRos
MENTA
I I | 1 I i I 1Gpcmco
vi _ Moâanózzôez ôezigzfms ennefúmaniesFome: pesquisa sobre tabagismo escolar realizada
em
2001.Entre os Fumantes atuais. a distribuição dentro
da
eiassificaeãode
dependenciade
Farf¿enstron¬ mostrou prevalência de fiimantes
na
categoriaA
com
35 (72%)
fi1mantes¬seguida pela categoria
B
com
10
(20%}
fumantes, categoriaD
com
3 (6
9/z) dos fumantes ezzfâgoúz
C com
1 (2%>fumamõ(GRÁ.F1co
vu).o zz
3
E5 '3 'ä8
848
_¡___...__?_V_›__.¡___.___._.~_...L.__.L_. ;USTRIBIIÇAO
DOS
›DO3
DE VFARGBÉTON
Ko '
35 '
GRAU
A
GRAU
B
GRAU
Ç
GRAU D
'GRAU
E
GRÁFICO
VII - Distribuição dos fumantes quanto ao grau de dependência à nicotina.Fome: pesquisa sobre tabagismo escolar realizada
em
2001.É
. ifäiif H ;ífíí_ i. ..- ~ z ' ' , “:Í;š,;¡' 5 'Ífizze I \_ í..._...._._..__í._._...._.____.___.._.._ .__ ._ _ __..Quando
indagados sobrecom quem
aprendeu a firmar, 54 alunos fumantesou
ex-fiimantesreferiram ter aprendido
com
osamigos 29 afirmaram
sozinhos. 8com
seus parentes, 6aprenderam
com
os pais e4
aprenderamcom
colegas de trabalho.Sobre as razões
que
levaram os fumantes atuaisou
pregressos a fumar¬ 73 (48%)
referiram ser por curiosidade, para outros
22
(14%)
alunos foi por rebeldia, para 14 (9%)
foipara se sentir enturmado, para 6
(4%)
alunos a causa direta foi devido aos pais seremfixmantes
Quando
avaliados sobre a influênciada
midiano
contextodos
entrevistados. 75%
referiram assistir televisão e '23%
referiram assistir televisão ocasionalmente. Para a maioriadeles
(GRÁFICO
Vlll),304
(67%)
a televisãotem
objetivo claro de fazer o telespectadorcomprar,
79
(17%)
achaque
o
objetivo é daropção de compra
e para30
(7%)
o
objetivo éeducar
o
consumidor. V ' z 3°/zs..V._ 7°/,. ,DEducar
l ' Consumidor ¡ ' Estimular § i i Compras - l_r:|DarOpção
17%
I A67%
|:|Outms ' ~ lNulos AGRÁFICO
Vl!! - Opinião sobre o objetivo das propagandasQuando
perguntados sobre qual a opinião sobre as propagandas de cigarros,280
(62 °/0)estudantes acham-nas enganosas.
90
(20%)
acharam-nas luxuosasl 43 (9 °/0) acharam-nasinformativas e
34
(7%)
aeharamaias sinceras.Sendo que
para 2ll alunos as propagandas de cigarros deveriam trazer mais informaçõessobre os maleficios causados pelo
filmo
e69
alunos gostariamde
ter mais informações sobre acomposição do
cigarro. Para outros ll alunos as propagandasde
cigarro poderiam permanecerda
mesma
forma e para outros4
alunos as propagandas deveriam estimular ainda mais asvendas.
As
opções: mais informações sobre acomposição do
produto e mais informaçõessobre os maleficios
do
tabagismo,foram
irrsuficientes isoladamente para 152 alunos sendo queeles
marcaram
as duas opções referentes a estes itens nesta questão.Na
opinião dos estudantes quefirmam
ou
fumararn,58
%
delesafirma que
seus pais nãoestão cientes
do
tabagismo por partedo
filho.Boa
parte dos pais, (76 %), proíbemque
seusfilhos
fumem
e somente27
%
dos entrevistados consideramque
seus paisdebatem
com
elessobre os maleficios causados pelo cigarro.
Nos
lares de ll l alunosou
'25%
do
total¬ coabitampelo
menos
um
fumante, seja ele pai., mãe, irmã, tioou
empregada
doméstica(GRÁFICO
IX).Numero
de” fumian1eis>n0;d0'm_¡¢ílío. `z N
§
8
,__ ._ .J ÍÍNV.. zgg `z .. zi. _ _ - _ z - Íʧ1Í5:3í 150 " '"`Í" zÍ ii -'jí;Éf*Í:f* O g____ r 1 Í¡ÍÍ-" « 11.; '";Ê| rfâ
sem
lfumante* 2 «Ê ~ Nulos'_
fiimantes '
ñamantes- úimahtes .fum'antes*z- ãimáñtes
GR
ÁFICO
IX - Quantificacão daprcscnca dc tabagistas no domicílio.Quando
indagados sobre a freqüência da prática de esportes, 263 (58%)
alunos afinnaramter prática esportiva
em
alguns dias da semana,¡ 87 (19%)
afirmaram praticaralgum
esportetodo dia e igual
número
refere não praticar esportes. Entre os fumantes atuais, 59%
referepraticar
algum
esporteem
alguns dias da semana, 17%
refere praticaralgum
esporte todo dia e24
%
não pratica qualquer esporte. .i i w l If l
l
- ~
5.
nrscusszào
l
Grande
parte dos brasileiros fuma, sendo que cerca de 33%
da população adulta fuma.formando
uma
população doente (vide a Classificação Internacional dasDoenças
CID
X), dequase 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de
homens. 90
%
dos fumantesficaram
dependentes entre os cinco e os 19 anos de idade
Í
sendoque
no
Brasil estima-se que existaml
2,4 milhões de fumantes nessa faixa etária 5. z _
l
Em
nosso estudo obtivemosuma
população de representatividade incerta devido àimprecisão dos dados oficiais.
A
amostra de465
questionários teveuma
distribuiçãorelativamente uniforme entre as cinco escolas selecionadas,
mas
com
ligeira concentração derespostas entre alunos da primeira série devido ao grande
número
de repetências e evasãoescolar observados
na
rede estadual de educação (dados da Secretaria Estadual de Educação).Contudo
nosso estudo evidenciou uniformidade populacionalcom
relação à distribuiçãopor sexo.
Também
evidenciou o predomínio de católicoem
relação às demais religiões,de
jovens
com
média
de idade entre 15 e 17 anos, de absoluta maioria residentesem
área urbana,l
e o predomínio de
não
empregados. 'Foi
uma
constatação assustadora o fato deque
18%
dos entrevistados já terem utilizadoalgum
tipo de drogaque não
o cigarro e álcool.Quando
observamos que
pelomenos
50
%
da
amostra
têm
idades entre 15 e 16 anos, constatamosque
as epidemiasdo
cigarro e das drogassão presenças constantes
no
dia-a-dia dos jovens da* nossa amostra,ambas
drogas contribuindopara o baixo rendimento escolar, reprovações e evasão escolar.
Embora
o uso de drogas sejana
maioria das vezes apenasum
ato experimental; vide o casodo
cigarroem
nossa pesquisa; épossível constatar padrões de
comportamento
que
se estabelecerão definitivamente na vidaadulta e que
podem
ser indicativos da necessidade de estabelecerem-se medidas preventivas eeducativas precocemente 6. `\
ç
A
associação entre o cigarro e o maiorconsumo
de outras drogas observadosem
outrosestudos Ó,
sugerem
que o cigarro seriaum
fator de risco a drogadição, funcionandocomo
l › ‹ 4 1 i Í i
‹
‹
marcador para a detecção precoce de individuos vulneráveis a drogadição. facilitando a
intervenção
em
ambas
doenças. çA
prevalência de tabagismo de l0%
em
nosso estudo está abaixo da observadaem
outrosestudos, sendo provavelmente conseqüência
da
não definição clara do que sejaum
fumante ede qual a quantidade de cigarros que
uma
pessoa necessita fumarem
detemiinado períodopara ela efetivamente toma-se
um
fumante.A
Classificação Internacional deDoenças
nãoestratifica o patamar de
consumo,
sendo oenquadramento
clínico deuma
pessoacomo
fumante,
um
dado subjetivo que parte do julgamento e experiência pessoal do médico. Lolioet al.
definiram
como
tabagismo o uso consistente de cigarros e/oucachimbo
por seismeses
ou
mais, todos os dias, até omomento
da entrevista. Para ele ex-fumante seria qualquerfumante que tenha declarado o
abandono do
vício até omomento
da entrevistaH
Dessa forma,
no
presente trabalho, não tivemos critérios objetivos para a definição claradas características
do
que seriaum
fumante,uma
vez que sabidamente o usodo
cigarro entre amaioria dos jovens
costuma
ser ocasional.Se
houvéssemos
seguido os critérios definidos pelaOMS,
que caracterizamcomo
fumantes habituais qualquer pessoa que houvesseconsumido
aomenos
um
cigarro nos últimos30
dias prévios à pesquisa, certamente a prevalência do tabagismo seria mais elevada que a encontrada 1. 'l
Nossa
prevalência foi inferior a encontradas por Ivanovic et alno
Chileno
ano de 1997,onde 15,4%
dos estudantes entre 13 e 15 anos e-ram fumantes e36
%
dos estudantesno
correspondente chileno ao ensino
médio eram
fumantes 13.Também
foi inferior à aferida porLolio et a l (27,6
%)
no
município de Araraquara para a população geralcom
idades entre 15 e24
anos. Inferior à prevalência de37
%
levantada porMuza
et al.no
ano de 1990 para jovensadolescentes escolares da cidade de Ribeirão Preto,:SP 12.
Em
um
estudo multicêntrico brasileiro desenvolvido por Barbosa et al.em
dez capitaisbrasileiras
no
ano de 1989, constataram-se prevalências variáveis entre 21,5%
para estudantesde segundo grau de escolas paulistas a 33,7
%
paraiescolasdo
Distrito Federal 5.Contudo
em
estudo desenvolvido na cidade de Barretos
no
año de 1996 porMauad
et al. utilizandometodologia semelhante à
do
presente trabalho, a prevalência de tabagismo foi legeiramentemaior (l2,4 %), que a encontrada
no
presente estudo (10 %).l
1
l
I
l
l
Assim
sendo, a falta de padronização metodológica e critérios estatísticos de corte einclusão,
tem
dificultado o levantamento de dados fidedignos e confiáveis, o que setambém
l
se refletiu
no
presente estudo.” .[nverszmiente ao observado
em
outros estudos, a prevalênciado
tabagismo apresentou-semaior entre jovens da primeira série
do
segundo grau, 12, 3%
e decaiu gradualmente para 9,3I
%
e 6,3%
para estudantesdo
segundo e terceiro anos. Tais dados contrapõem-se aosobservados
em
vários outros estudosW
W' Õ? ° U2),onde houve
nítida progressãoda
prevalência
com
o avanço da gradação escolar. 'No
presente estudoconfinnou-se
a maior incidência de fumantesno
turnonotumo
(`12.8%) em
relação ao turno vespertino (11,8%)
eimatutino (3,5 %),fenômeno
previamenteconstatado nos estudos desenvolvidos por
Mauad
et al e pelodo
Instituto Nacionaldo Câncer
(INCA) no
ano de 1996“X
,A
média
de idadeem
que os entrevistadoscomeçaram
afumar
foi de 12,8 anos de idade,semelhante a encontrada
em
outros estudos mundiais e brasileiros.Em
parte, tal fato reflete aexposição excessiva à propaganda do cigarro e a facilidade
que
osmenores
de idadetêm
paracomprar
cigarroem
pacoteou
avulso (mais barato).Sem
aprofundarmos a questao criminosada distribuição gratuita de cigarros à
menores
em
campanhas
promocionais desenvolvidaspelos grandes fabricantes (I).
l' ._
Apesar
de99
%
dos entrevistados teremafimiado
que
o cigarro émaléfico
à saúde,46
%
deles já firmaram
em
algum
momento
da vida. Isso corrobora a tese de que os professoresdevem
ser treinados e capacitados para reconhecer e conduzir de maneira correta crianças ejovens expostos a situações
ou comportamentos
de risco ao tabagismo 0)' (U). ' Surpreendentemente,no
presente estudohouvepredomínio
de fumantesdo
sexo feminino(60 %), o
que
refleteuma
tendência mundial de estabilizaçãodeconsumo
entre oshomens
el
um
incremento deconsumo
entre as mulheres, fato que causará equiparação da prevalênciapara
ambos
sexosno
fL1turo(2)'(')'(7).Esta tendênciaei grave, pois mulheres fumantes
costumam
ter dificuldades de largar o cigarro
com
a gravidezf (14), e o convíviocom
os filhos, toma-os‹ 1
fumantes passivos que
costumam
encarar o tabagismocomo
um
ato social normal.E
evidentee
bem
documentado
o riscoaumentado
de pais fumâintes terem filhos fumantes (2).i
1
|
l
No
presente estudo introduzimos a Escala de Fargenstron.um
método
quantitativo paraclassificar e orientar o tratamento da dependência química da nicotina. Foi
uma
abordagem
amais que mostrou predomínio de baixo grau de dependência para a maioria dos fumantes, o
que nos deve servir
como
orientadorem
mantennos
os jovens conscientes dos riscos inerentesI
ao tabagismo e para estimulá-los à hábitos de vida.saudáveis.
A
maioria dos jovens referiu ter aprendido,afumar
sozinhoou
com
amigos, outrosreferiram ter aprendido
com
parentes ecom
os pais.A
curiosidade,tãobem
explorada naspropagandas de cigarro sob o disfarce de “indepeiidência”, foi o principal motivador (48
%)
para o início
do
usodo
cigarro. Outros aspectos motivadores importantes e igualmentebem
explorados
na
mídia seriam a rebeldia (14%)
e a ,necessidade da pessoa sentir-se enturmada.Ou
seja, os aspectos motivadores para queum
jovem
sejaum
fumante são aspectos própriosda adolescênciaeseu contexto sócio-familiar. -
67
%
dos entrevistadostêm
a nítida percepçãodo
objetivo comercial da mídiacomo
um
todo.
Embora
a mídia televisiva seja o principal veículo de propaganda tabagista (2), apenas62
%
dos entrevistados revelaram achá-las enganosas,20%
luxuosas, 9%
infonnativas e 7%
sinceras.
Contudo
os213
jovens revelaram que gostariam de ver nas propagandas de cigarrosmaior informação sobre os maleficios
do
tabagismo, outros69
revelaram querer informaçõessobre a
composição do
cigarro e 152 revelaram avidez porambas
informações. Taisinformações revelam
que
ojovem
está atentoç aos maleficios do cigarro e que estáquestionando as
imagens
que lhe são vendidas, e esse éum
espaço aberto ao esclarecimento eprevenção
do
tabagismo. lNa
opinião dos estudantes quefumam
ou fumaram,
58%
delesafirmam
que seus pais nãoestão cientes
do
tabagismo por parte do filho,ou
seja, é muito provável que o tabagismo sejadesenvolvido sob o estigma de perseguição e
medo,
duas sensações extremamentedesestruturantes
na
personalidadeem
formação e 'queacabam
por afastar o relacionamentofamiliar. l
Boa
parte dos pais, (76 %), proíbem que seus filhosfumem
e somente27
%
dosentrevistados consideram que seus pais
debatem
com
eles sobre os malefícios causados pelocigarro.
Contudo
25%
dos entrevistados, coabitamcom
aomenos
um
fumanteem
casa.É
sabido que quanto maior o
número
de fumantesno
domicílio, maior o percentual del
infecções respiratórias,
chegando
a 50%
em
crian<Í;as quevivem
com
mais de dois fumantesem
casa (7).Além
disso, crianças filhos de fumantes,
tendem
a ter prática esportiva limitada,oque
conñrmou-se
em
nosso estudo, detemiinando que além do riscoaumentado
para que setome
fumante, tenha o risco adicional de tomar-se jum adulto sedentário, contribuindo para osurgimento de doenças cardiovasculares (8)' (13 )' '.
.¢ '
l
Assim
sendo, os presentes resultados indicam-a necessidade de abandonarem-se visõesunicausais e admitirem-se interelações multicausais acerca
do fenômeno
tabagismo,onde
aanálise detalhada dos vários aspectos envolvidos é que fomecerão subsídios necessários paraa
discussão da questão. " ' É l i l l l l › 1 I i 4
CONCLUSÕES
A
partirda
análise dos dados obtidosno
presente estudo pode-se concluir 1l .
1
-
A
prevalência de tabagismo foimenorido que
a encontrada entre estudantes deigual idade abordados
em
outros estudos. _ A2
-
O
tabagismo teve maior prevalência entre mulheres e estudantesda
primeira 'sériedo
segundo
grau, gruposem
que a prevalênciacostuma
sermenor
do
que a encontrada.3
-
Apesar da
maioria absoluta dos jovens ter consciência dos malefícios «dotabagismo, quase a
metade
já fez usodo
tabacoem
algum
momento
da vida.4
-
Boa
parte dos jovens consideram ascampanhas
publicitárias pró-tabagistasenganosas, contudo entre os fumantes a curiosidade foi o grande motivador que levou
ao vício
do
tabagismo. .5
-
A
sociedade deve empenhar-seem
en'adicar avenda
de cigarro aosmenores
de idade, regulamentar a publicidade e estimular a prevenção ao tabagismono
ambientefamiliar e escolar. 5
Í
l. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. ll 1 |
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durante agestação
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localidade urbana na região suldo
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NORMAS
ADOTADAS
O
presente Trabalho de Conclusão de Curso Çfoi feitoem
conformidadecom
as regrasdeterminadas pela
RESOLUÇÃO
n°. 001/2001 aprovadaem
Reunião do
Colegiado do CursoTCC
UFSC
SP
0050 Ex.l NCMH1TCC
UFSC
SP 0050 Autor Nora, Hugo CnstlaTxtulo Prevalencla do tabag1smo e seus