1 2 Carlos Badalo e Margarida César
1 Escola Secundária D. Sancho II, Elvas
!"#$%&'(')"*+",*(-./0)"*."1$23+4%2*.*+"*+"52%6).7"52%6).
[Resumo] As transições políticas, !"#$%&'"()* !* )#"'(')* "#$+,-.(&* ()* decisões educativas e (re)equacionam a posição dos docentes e estudantes em
espaços/tempos pedagógicos. Sendo
Portugal um país com baixos níveis de habilitações, a educação de adultos, no ensino recorrente, assume particular importância. Este estudo inserese no projecto Interacção e Conhecimento. Nele procurámos dar voz aos estudantes sobre as práticas pedagógicas adoptadas. Assumindo uma abordagem interpretativa, realizámos dois estudos de caso, a alunos do Sistema de Ensino por Unidades Capitalizáveis (SEUC). Os resultados iluminam estudantes críticos e atentos às práticas pedagógicas implementadas, (+.&($/#* 0-!* (* .!1(23#* 4!/(,%,'"(* !)5(6!1!"'/(*'$7-!$"'(*(*())'/-'/(/!*!*(* motivação dos estudantes.
1. Introdução
O princípio, socialmente instituído, de que a educação se circunscreve apenas à fase inicial da vida, é um dos estereótipos que se tem apresentado, a nível nacional, como um impedimento ideológico e (des)motivador quanto à possibilidade dos estudantes regres sarem à Escola para (re)iniciarem um
percurso académico precocemente
interrompido (Trindade & Cosme, 2010). Os baixos níveis de literacia que caracterizam, com maior prejuízo, os cidadãos adultos em idade activa, contribuem para que, em Portugal, continuemos a ter indivíduos adultos com níveis de escolaridade e formação !"#$%%&#'()* !#+,#* (-./+(-#%* 0%* necessidades do mundo actual (Badalo & César, 2007).
São diversos os indivíduos adultos que consideram que regressar à Escola deixa de fazer sentido quando a idade esperada para estudar é ultrapassada ou já avançada, ou quando a vida, familiar .*%#,&()*1*2".3.-&$,(-(4*'5#*!."6&7&'-#* investir muito tempo em (novas) aprendi zagens (Grilo, 2010). As barreiras &-.#)89&,(%4* %#,&()6.'7.* ,#'$9+"(-(%* e que contribuem para que a comuni cação entre os indivíduos adultos e a Escola não seja tão frequente quanto o necessário, são difíceis de transpor. Não são muitos os que decidem regressar à Escola para continuar/completar um percurso anteriormente interrompido, muitas vezes sem que esse fosse o %.+* -.%.:#* 6(%* -.;&-#* (* -&$,+)-(-.%* económicas (Courela, 2007).
A UNESCO, enquanto principal organismo das nações unidas para a
educação, tem, ao longo da história (que em grande parte coincide com a história nacional e internacional da educação de adultos), assumido “(…) o papel principal na tomada de iniciativas e responsabilidade pela promoção da educação de adultos como parte integrante de um sistema de aprendizagem ao longo da vida, pela mobilização do apoio de todos os participantes” (UNESCO, 1997, p. 61). O carácter internacional e interconti nental da UNESCO, que se manifesta também através da cooperação com países que não pertencem à Organização das Nações Unidas (ONU), continua a promover o desenvolvimento humano, com o propósito de possibilitar a construção de uma sociedade mais democrática, onde os direitos humanos não sejam uma utopia.
Para isto tem contribuído o esforço realizado no sentido de desmisti $,("* (*'#<5#* -.* /+.* (*(!".'-&=(9.64* de carácter formal, não formal ou informal, se destina apenas aos mais jovens. Uma das maisvalias que a UNESCO trouxe para a educação de adultos reside na capacidade de 2".3+'&5#* -.* +6* '>6."#* %&9'&$,( tivo de países, em torno de um tema/ problema comum: o direito de todos os indivíduos terem equidade no acesso à educação, independentemente da idade ou da posição social, económica e das culturas em que participam. Se a educação é o caminho para a sociali zação, então também é o caminho que, mais facilmente, levará os indivíduos à construção social da paz (Finger, 2005; Finger & Asún, 2003). A Conferência da UNESCO de 1949 reconhece a aprendi zagem como um processo progressivo,
REFLEXÕES SOBRE
O DESEMPENHO DO
PROFESSOR O SEUC: DOIS
ESTUDOS DE CASO
194 que acompanha toda a vida dos
indivíduos. Estava fundado o princípio da educação permanente, que também se designa por aprendizagem ao longo da vida. Abriuse, assim, um novo horizonte, que destaca que a educação não se limita à escolarização inicial e que contribui para favorecer a partilha de conhecimentos e de experiências de vida entre os indivíduos (Rodrigues & Nóvoa, 2005).
As recomendações da UNESCO, resul tantes das conferências de 1960, 1972 e 1997, (re)encaminharam a educação de adultos (in)ternacional para a educação partilhada, alicerce do reconheci mento de direitos e deveres de todos os cidadãos. A educação de adultos promovida pelas declarações resultantes das conferências da UNESCO de 1949 e 1960, sublinham a necessidade de criação de uma atmosfera de curiosi dade intelectual, de liberdade social e de tolerância, bem como a possibi lidade dos indivíduos adultos tomarem parte activa no desenvolvimento da vida cultural do seu tempo (UNESCO, 1949; 1960; 1997).
?#* 6+'-#* (,7+()4* ".!).7#* -.* -.%($#%* e de contradições, o regresso à Escola ($9+"(@%.* como um modo possível de superar as barreiras levantadas pelas novas tecnologias e pelo progresso do conhecimento (UNESCO, 1997). Daí considerarmos necessário reconhecer que a educação, de um modo geral, e a educação de adultos, de forma particular, poderão desempenhar um papel muito relevante na (re)construção de uma sociedade onde imperem as relações e interacções sociais dialógicas .* #'-.*(*2".3/+()&$,(<5#*!"#$%%&#'()*%.* concretize (Conselho da Europa, 1993; Delors, 1986). Como é sublinhado no Relatório do Conselho da Europa (1993) sobre a educação dos adultos, a educação continua a constituirse como um dos instrumentos privilegi ados que permite às sociedades e aos cidadãos poderem incrementar, dirigir e controlar as mutações estruturais dos modos de regulação económica, política e social dessas mesmas sociedades. Ao educar um adulto, preparase o seu futuro, assim como o futuro da própria sociedade na qual este está inserido e da qual é parte constituinte (Badalo & César, 2008; Canário, 2000; Courela, 2007).
A educação de adultos reveste se de uma importante dimensão
socializadora, ao permitir que os adultos se actualizem em termos de conheci mentos e competências, actualizando também capacidades, podendo actuar enquanto indivíduos activos e democra ticamente esclarecidos (Badalo, 2006). A frequência do ensino recorrente, de nível secundário, torna possível aos alunos uma (re)entrada num grupo de indivíduos com características, interes ses e necessidades distintos e que se cruzam em diversos espaços/tempos de aprendizagem. A partilha destes espaços/ tempos impele os indivíduos a viverem juntos e a procurarem, nessa vivência, aprofundar as relações sociais (Comte Sponville & Ferry, 2000; Delors, 1996). Nesta microcomunidade, a possi bilidade de se estabelecerem relações sociais e pedagógicas entre colegas e com os professores proporciona o confronto de posições e a discussão sustentada de saberes apropriados pela experiência de vida. Quem partilha os conhecimentos apropriados partilha a sua própria vida e disponibilizase a aceitar os outros, tal como eles são. O ensino recorrente, dirigido e disponi bilizado aos adultos, nem sempre cumpre o papel de ensino alternativo e, pretensamente, inclusivo, impulsio nador das aprendizagens e do desen
;#);&6.'7#* %8,&#@!"#$%%&#'()* -#%*
adultos que o procuram numa idade mais tardia, muitas vezes como forma de acesso a uma vida económica mas favorável e e de uma participação social mais crítica e inclusiva (Courela, 1997; Lima, 1994, 2005; Lima & Guimarães, 2004). Organizado em função dos despachos legais emanados do minis tério tutelar (ME, 1991, 1999), o SEUC ,#'$9+"#+@%.* ,#6#* +6* -#%* ,(6&'A#%* possíveis que permitem o regresso à escola participando num modelo de educação formal. Com a criação do Ensino Recorrente, por meio do SEUC, a Escola abrese aos alunos adultos que a procuram. Porém, estavam os profes sores disponíveis e preparados para se envolverem num sistema de ensino tão diferente daquele que conheciam e para o qual tinham sido formados? Torres e Nogueira (2008), salientam a necessidade de contemplar noções como a de equidade e justiça social, na formação de professores, desenvol vendo o que César (2008) designa por “consciência epistemológica dos profes sores” (pp. 2425). Como esta autora salienta, “A concretização das práticas de inclusividade é um longo caminho e só uma consciência epistemológica
desenvolvida pode levar a que este processo tenha a adesão de mais pessoas” (p. 29).
Ao reiniciar o caminho que pode ).;("* (* %."* (,(-16&,(* .* !"#$%%&#'()* bem sucedido, o estudante adulto desconhece que a estrutura organiza tiva dos cursos do ensino recorrente, bem como a gestão escolar, poderão não ser facilitadores das aprendiza gens (Lima, 2005; Freire, 2003). Nem sempre é fácil que o desejo de ser consiga resistir às pressões da razão .* 0%* -&$,+)-(-.%* .',#'7"(-(%* '#* caminho. Ainda mais difícil se torna quando os docentes não têm formação adequada para trabalhar com adultos (Badalo & César, 2008) e quando, como salientam Smyth, Angus, Down e McInerney (2009), vivemos numa sociedade, em geral, muito competi tiva, que explora uns para benefício de outros e onde a necessidade de escolas criticas, que promovam a equidade no acesso ao sucesso escolar e à inclusão social, se faz sentir de forma premente. Estes autores realçam ainda um aspecto muitas vezes esquecido, mas que nos parece essencial, no que se refere à educação de adultos: a existência de comunidades sociais mais interventivas e críticas, que tenham um papel activo nas decisões educacionais e políticas que são tomadas.
2. Metodologia
Este estudo é parte de um trabalho mais amplo, uma dissertação de mestrado (Badalo, 2006), cujo corpus empírico foi recolhido numa escola secundária da região de Lisboa, em 2005/2006. Esta investigação encontrase inserida no projecto Interacção e Conhecimento (IC). O objectivo principal do IC era estudar e promover o trabalho colabora tivo em cenários de educação formal. Este projecto de investigação também promoveu a aprendizagem colabora tiva junto dos jovens adultos e adultos, que frequentavam o ensino recorrente, favorecendo a apropriação de conheci mentos e a mobilização/desenvolvi mento de competências. O projecto IC incluía três designs de investigação: (1) estudos quasi experimentais, referentes a diversas características dos processos interactivos; (2) projectos de investi gaçãoacção, onde o trabalho colabo rativo era desenvolvido durante, pelo menos, um ano lectivo; e (3) estudos de caso, que se ocuparam de alunos
195
caracterizados como apresentando
necessidades educativas especiais,
alunos em risco, ou adultos pouco escolarizados (para mais detalhes, ver César, 2009; Hamido & César, 2009). Este trabalho inserese nos estudos de caso. Estes três designs funcionavam de forma complementar, para o estudo de determinados fenómenos educativos. Assim, existiam questões de investi gação que eram levantadas e que eram abordadas nos três designs já mencio nados, bem como outras que surgiam num dos designs e eram devolvidas a outro, por se adequarem mais a esse tipo de investigação.
Assumimos uma abordagem interpre tativa (Denzin, 2002), de inspiração .7'#9"B$,(* C(6&-#* D* E1%("4* FGGH3* .* um design de estudo de caso intrínseco (Stake, 1995). As opções metodológicas (-#!7(-(%* :+%7&$,(6@%.* !.)(* '.,.%%& dade de conhecermos e interpretarmos, em profundidade, cada caso, dando voz aos estudantes e recolhendo teste 6+'A#%I".J.KL.%* (,.",(* -(%* !"B7&,(%* pedagógicas adoptadas pelos docentes, bem como confrontarmos as suas vozes com as do investigador, em relação às interpretações elaboradas. Assim, assumimos como objectivo principal desta investigação conhecer, analisar e ,#6!"..'-."* (* &'J+M',&(* -(%* !"B7&,(%* pedagógicas adoptadas pelos docentes no percurso académico dos estudantes que frequentaram o SEUC em regime presencial.
Os participantes são dois estudantes adultos, o investigador e outros agentes .-+,(7&;#%*%&9'&$,(7&;#%N*O%*.%7+-('7.%* têm em comum a frequência do ensino secundário recorrente na modalidade de frequência presencial, sendo que ambos frequentaram o SEUC, no ano lectivo de FGGPIFGGQN* R("(* %();(9+("-("* (* ,#'$ dencialidade, foram atribuídos nomes $,7S,&#%* (#%* !("7&,&!('7.%4* /+.* .).%* escolheram: Sara e Francisco (SEUC). Os instrumentos de recolha de dados foram a observação participante e as conversas informais (registadas em diário de bordo do investigador – DB), questionários (Q1 e Q2), entrevistas (E1 e E2), tarefas de inspiração projectiva (TIP 1 e TIP 2) e recolha documental (D). A diversidade de fontes (infor mantes) e de instrumentos de recolha de dados permitiu a triangulação dos mesmo, aspecto que é apontado como um dos critérios para uma investigação de qualidade por Tobin e Kincheloe (2006).
Quanto aos procedimentos, a recolha de dados foi faseada e decorreu de Outubro de 2005 a Julho de 2006. Temporalmente, cada fase correspondeu a um período lectivo. Numa primeira fase solici támos a realização de duas tarefas de inspiração projectiva (TIP 1 e TIP 2), o preenchimento de um questionário (Q1) e uma entrevista semi estruturada (E1). Na segunda fase procedemos à recolha de um segundo questionário (Q2). Na terceira fase realizámos a última entre vista (E2). A recolha documental teve particular incidência no início do ano ).,7&;#* .* '#* $'()* -.* ,(-(* !."S#-#N* T%* conversas informais e a observação participante realizaramse, de forma transversal, ao longo de todo o período de recolha de dados. Para tratamento e análise dos dados, recorremos a uma análise de conteúdo sistemática, aprofundada e sucessiva (César, 2009; Hamido & César, 2009), de índole narrativa (Clandinin & Connelly, 1998), de onde emergiram categorias indutivas de análise. Tal como recomendam Roth e Hsu (2010), tivemos em consideração o carácter dialógico da comunicação, !"#,+"('-#* &'U."&"* %.'7&-#%* .* %&9'&$ cados (Bakhtin, 1929/1981), iluminando as trajectórias de participação, ao longo da vida (César, in preparation), para cada um destes dois participantes. Por motivos éticos e para utilizarmos outro dos critérios de qualidade da investigação interpretativa e dos estudos de caso, a descrição de cada participante foilhe devolvida, por ele lida e comentada, de acordo com o que recomendam diversos autores (Hamido & César, 2009; Tobin e Kincheloe, 2006; Stake, 1995). 3. Resultados 3.1. O Francisco
Pela observação participante e através das conversas informais que mantivemos com o Francisco, ao longo do ano lectivo de 2005/2006, apercebemonos de que assume uma postura pouco tradi cional no que se refere à forma como concebe o desempenho de um professor que leccione no SEUC. No entanto, esta postura nem sempre foi evidente. No primeiro questionário que lhe foi apresentado, este participante sublinhou que o principal papel do professor “(…) não podia deixar de ser outro senão o de ensinar, contudo, de forma compreensiva e clara tentando criar um ambiente de amizade professor/alunos” 2V"(',&%,#4* WX4* !N* F4* 9"($(* -#* ()+'#3N*
?.%7(* ($"6(<5#* -#* V"(',&%,#* .',#' tramonos face a duas representações sociais das funções do professor (que não são inconciliáveis): o professor que ensina; e o professor que desen volve, com os alunos, uma relação de proximidade, amizade e compreensão. No âmbito do SEUC, o professor apresentase, frequentemente, como um orientador das aprendizagens. O tempo de aula, a diversidade de interesses dos estudantes e a multiplicidade de +'&-(-.%* !"#9"(6B7&,(%* ,#'$9+"(* +6* ensino onde habitualmente prevalece o acompanhamento personalizado a cada .%7+-('7.N* E#6#* ($"6(* #* V"(',&%,#4* no SEUC, “(…) se alguém tem alguma dúvida, pergunta ao professor (…). O professor esclarece. Individualmente” (Francisco, E1, p. 29). Apesar de, como foi referido, o professor ser um orientador das aprendizagens, isso não é sinónimo de ser facilitador das aprendizagens. Como este participante nos refere, nem todos os professores facilitam as aprendizagens,”(…) os professores que eu tenho (…) alguns facilitam [as aprendizagens]. (…) Acho que devia… não ’tou a dizer, facilitar, (…) mas ter em conta que as pessoas trabalham e que vêm p’ra aqui fazer um sacrifício, não é? E que deviam de dar mais apoio. (Francisco, E1, pp. 3031). Deste modo, o Francisco sublinha que os professores deveriam ter em consideração o esforço e a dedicação dos alunos, oferecendolhes mais apoio. O Francisco salienta que nem sempre o esforço dos alunos e serem trabalhadores estudantes, é valorizado. Para si, o professor ideal aliaria o apoio 0* Y2Z3* ,#6!"..'%5#* -(%* -&$,+)-(-.%* .%!.,S$,(%* -#%* ()+'#%[* 2V"(',&%,#4* Q2, p. 2) que são, em simultâneo, trabalhadores e estudantes. Quando procurámos conhecer as características que gostaria de encontrar no professor que lecciona no SEUC, refere que “(…) um professor que seja (…) compreensível para os alunos. Que seja, tolerante [mas] também [que] não seja “Façam tudo o que quiserem e pronto e desenrasquemse” e podese fazer tudo e mais alguma coisa. Não digo isso! Que haja uma certa disciplina (…) senão isto aqui é uma selva” (Francisco, E1, p. 32). Como podemos observar, para este participante seria vantajoso que o professor conseguisse conciliar a compreensão, a tolerância e a disciplina, que fosse atencioso e que levasse os alunos a gostarem dos diversos conteúdos. Recorrendo
196 professores permite, em grande parte
dos casos, a aproximação entre pessoas adultas, que se vêem ambas enquanto tal e não uma relação dicotómica, entre um professor adulto, que manda e um estudante bastante mais novo, que obedece. A Sara reconhece que sentia esta última distinção quando frequen tava o ensino regular diurno, em que a diferença de idades e, também, de formas de actuação, acentuava a diferença entre os estudantes e os professores (Sara, E1). A relação que se estabelecia era vertical, ao passo que, no sistema de ensino recorrente, a partilha entre adultos é uma partilha 7.'-.',&()6.'7.*A#"&=#'7()N*T$"6(6#%* tendencialmente porque, apesar de tudo, a Sara reconhece que ainda há alguns professores com os quais a barreira da relação tradicional entre professor/ estudante é mais difícil de superar e, ao mesmo tempo, salienta que, por vezes, é necessário “(…) impor limites” (Sara, E1, p. 30), de modo a que essa relação não se torne prejudicial, relati vamente ao sucesso académico dos .%7+-('7.%* .I#+* (#* %+,.%%#* !"#$%%&#'()* dos professores.
A relação pedagógica que se constrói, ao longo do ano lectivo, entre estudantes e professores, bem como a postura que o professor assume '(* %()(* -.* (+)(4* ".J.,7.@%.* '(* U#"6(* como a Sara perspectiva e se dedica à disciplina. Segundo esta participante, a postura que determinados profes sores assumem, em aula, quer face aos estudantes quer em relação às práticas que desenvolvem, contribui para a (des) motivação, podendo dar origem ao (in) sucesso académico dos estudantes. Esta participante salienta que o professor, com a postura, as práticas pedagógicas e o clima de sala de aula que promove, ,#'$9+"(* #* &'7.".%%.* -#* .%7+-('7.* pela disciplina e também o acesso ao sucesso académico. Neste sentido, a Sara refere que “(…) por exemplo, eu na (…) disciplina x (…) tenho mais unidades para fazer. E a professora entra sentase e olha para nós, eu ainda não estou motivada a fazer a disciplina, !#"/+.* '(%* #+7"(%* -&%,&!)&'(%* .+* $=* (…). Essas aulas não são proveitosas e eu não tenho vontade de ir. (…) estou desmotivada com [essas] aulas” (Sara, E1, pp. 1718). Neste excerto, a participante mostrase descontente perante um tipo de postura assumida por uma docente, que, segundo a Sara, não a motiva para que ela frequente
essas aulas. Deppreendese das
palavras da Sara que, se esta docente e na vontade de continuarem, ou não,
a estudar. Quando as práticas se ajustam às necessidades e expectativas dos estudantes, quando estes sentem que são importantes nas escolhas tomadas em espaço pedagógico, o envolvimento deles mesmos é maior e criamse redes de interacção entre os estudantes, e destes com os professores, que possi bilitam um entendimento e trabalho em aula que, de outro modo, não seria possível. Como realça este partici pante, se os “alunos fossem ouvidos e tivessem mais voz no modo como as aulas decorrem, poderiam tornarse mais apelativas e motivadoras” (Francisco, E2, p. 9).
3.2. A Sara
W+('-#* %.* ".J.,7.* (,.",(* -#* !(!.)* desempenhado pelo professor no SEUC é frequente associarse a uma postura pouco interventiva, sendo apenas solici tado esporadicamente pelos estudantes, de modo a ultrapassarem as dúvidas mais prementes. No entanto, as expectativas que estes têm em relação às formas de actuação dos professores nem sempre se coadunam com esta concepção. A Sara ($"6(* /+.4* ()16* -.* .'%&'("4* (* U+'<5#* do professor é “(…) motivar os alunos, porque depois de um dia de trabalho, as aulas têm de ser interessantes de modo a prender o aluno” (Sara, Q1, p. 2). A Sara refere que, ao longo do ano lectivo de 2005/2006, teve professores “(…) bons, médios e péssimos (…) tive pessoas simpáticas e acessíveis. E até me dou bem. E tive professores que não me têm dado apoio nem ajuda nenhuma, (…) nem me têm cativado e isto para alunos é importante” (Sara, E2, p. 11). Para esta participante, mais do que um simples explicador de conteúdos programáticos, o professor necessita de ter a capacidade de mobilizar o interesse dos estudantes pela disciplina, sendo simpático e acessível, tornando as aulas interessantes de modo que os estudantes consigam compreender as problemáticas em estudo e promover o -.%.';#);&6.'7#* !.%%#()* .*!"#$%%&#'()4* capitalizando as unidades previstas. Para a Sara, para que o estudante se sinta bem nas aulas e tenha interesse pela disciplina também é importante que a relação que se estabelece entre o professor e os estudantes seja de !"#K&6&-(-.4* !(,S$,(* .*./+&7(7&;(N Como nos refere esta participante, no ensino recorrente a relação que se estabelece entre os estudantes e os à experiência enquanto estudante,
refere que, se o professor levar os alunos a terem gosto pela disciplina que lecciona, além destes terem mais prazer na frequência dessas aulas, têm mais sucesso académico.
No entanto, o Francisco salienta que nem todos os professores estão preparados para ensinar adultos e ilumina esta posição com o exemplo de um docente que, segundo defende, deveria ser mais compreensivo para com os alunos. “[O professor x] (…) devia ser mais atencioso para os alunos. (…) Mais compreensivo. (…) Por exemplo, (…) [numa aula aconteceu que] o ‘stôr disse uma certa palavra e ele [um aluno], disse que não achava que fosse aquele #*%&9'&$,(-#*/+.*.).*-&%%.N*O*!"#U.%%#"* exaltouse logo… parece que tinha (…) que ter razão! (Francisco, E1, pp. 3233). Neste excerto, o Francisco sugere que, por vezes, os professores se sentem postos em causa quando os estudantes não concordam com eles e que isso deveria ser evitado. Implicitamente, está a assumir que os alunos adultos têm opiniões próprias, sentido crítico e que isso deveria ser encarado, pelos docentes, como uma maisvalia para as suas aprendizagens escolares, o que nem sempre acontece.
A forma de um professor trabalhar, dialogar, relacionarse, quer com um estudante adulto quer com um estudante mais jovem, pressupõe da sua parte respeito pela individualidade, bem como pelas suas necessidades e metas educativas. O que frequente mente acontece no ensino recorrente é que o professor não consegue (ou não quer conseguir) adaptarse às exigên ,&(%* .%!.,S$,(%* -#* .'%&'#* ".,#"".'7.N* A formação inicial e contínua dos professores raramente contemplam a educação de adultos. Assim, existe uma calara lacuna e uma preparação pouco orientada e esclarecida quanto às .%!.,&$,&-(-.%* /+.* .';#);.6* (%* relações sociais entre estudantes adultos e professores. Daí que se não constitua como uma novidade que o Francisco ($"6.* /+.* Y(%* (+)(%* (,(\(6* !#"* %."* muito chatas porque é sempre a mesma coisa (…) os professores não mudam a maneira de as dar e a gente desmotiva se (…) àquela hora da noite as aulas deveria ser mais activas” (Francisco, E2, p. 8). Como podemos observar, as práticas pedagógicas adoptadas, muitas vezes de forma unilateral, por parte dos professores, acabam por ter impactes na motivação dos estudantes
197
disponibilidade manifestada, particu larmente aos estudantes adultos, cuja gestão do tempo é tão complicada. !"#"$%&'()*+,(,-(./$01')* Abrantes, J.C. (1997). Educação de adultos vista por Alberto Melo. oésis, 43, 5056. Badalo, C. (2006). Educação de adultos e ensino .!"#..!$5!8*9-($/#*#*/!)!:#*/!*)!.*)! cruza com a razão. Lisboa: DEFCUL. [Dissertação de
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competências que lhes permitam, um (re)enquandramento* !"#$%%&#'()* e social, conducentes à melhoria da qualidade de vida (Badalo, 2006). Como podemos observar através dos relatos destes dois participantes, que se constituíram como dois estudos de caso intrínsecos, as relações pedagógicas estabelecidas são consideradas impor tantes para a motivação dos estudantes adultos que frequentam o ensino recor rente. Os seus relatos englobam, muitas vezes, exemplos que vão para além do seu caso particular, pois também referem o que observam, escutam, sabem em relação a outros colegas do mesmo nível de ensino. As observações, entrevistas e conversas informais que recolhemos também nos permitem compreender que os argumentos e descrições destes estudantes são seme lhantes aos de muitos outros e que, nesse sentido, eles podem ser considerados dois casos paradigmáticos (Badalo & César, 2010).
A par deste aspecto os partici pantes revelamse atentos às práticas pedagógicas adoptadas pelos docentes e criticam a postura pouco activa e dinâmica, que alguns destes assumem nas aulas de SEUC. O Francisco e a Sara consideram que os docentes deverão ser mais do que explicadores de conteúdos programáticos. Se, por um lado, o Francisco considera que os profes sores não se encontram preparados para trabalhar com estudantes adultos, a Sara, discordando desta perspectiva, realça, a necessidade de uma maior aproxi mação entre os docentes e os estudantes adultos. Para ambos os participantes, a relação pedagógica que se estabelece ,#6* #* -#,.'7.* ,#'$9+"(* (* -.-&,(<5#* que o estudante dedica à disciplina e &'J+.',&(* #* \.6@.%7("4* (* (%%&-+&-(-.* e a motivação dos estudantes quanto à conclusão do ensino secundário.
Agradecimentos
O projecto Interacção e Conhecimento teve a duração formal de 12 anos (1994/1995 a 2005/2006), tendo sido parcialmente subsidiado pelo IIE, em 1996/1997 e em 1997/1998, medida SIQE 2 (projecto n.º 7/96), e pelo CIEFCUL – Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências de Lisboa, desde 1996. Agradecemos a todos os que participaram neste estudo, tornandoo possível pela optasse por uma postura mais dinâmica
e criativa, procurando desenvolver práticas pedagógicas que incluíssem o debate de temas/problemas contemporâ neos, role playing, leitura dramatizada, trabalhos de projecto, poderia cativar a atenção dos estudantes, não deixando de contribuir para sua formação pessoal .* !"#$%%&#'()N* ](".U(%* -.%7(* '(7+".=(* não estariam menos ajustadas aos ,#'7.>-#%* ,+""&,+)(".%* -.$'&-#%* .4* poderiam, de um modo mais criativo, mobilizar/desenvolver as competências que a legislação determina.
E#6#*:B*($"6B6#%4*(*U#"6(<5#*&'&,&()* dos professores raramente contempla a educação de adultos. Daí que muitos professores, quando colocados no .'%&'#* ".,#"".'7.4* %&'7(6* -&$,+)-(-.%* de adaptação. Quando, no seguimento desta investigação, questionámos a Sara relativamente à formação dos profes sores para educar adultos, ela respondeu que “Eu acho que sim, [mas] como em tudo depende da experiência. (…) Para uma pessoa que não tenha ensinado à noite deve ser um bocado compli cado para ela, mas como tudo advém da experiência, com experiência, (…) tudo se torna mais fácil” (Sara, E1, p. ^_3N*T!.%("*-(*.K!."&M',&(*!"#$%%&#'()* ser um modo de aprendizagem para todos os professores e da formação &'&,&()* -&$,&)6.'7.* !#-."* .'9)#\("* (%* -&;."%(%* .%!.,&$,&-(-.%* -(* ,("".&"(* docente, a formação inicial poderia, pelo menos, alertar os futuros profes sores em relação ao ensino recorrente, que tem características muito próprias. Os estudantes deste tipo de ensino são &'-&;S-+#%* (-+)7#%* /+.* %.* %(,"&$,(64* !.%%#()4* !"#$%%&#'()* .* %#,&()6.'7.4* para satisfazerem o um desejo de ser, de aprender e de progredir. Por isso mesmo, ".%!.&7("* .* ;()#"&=("* (%* .%!.,&$,&-(-.%* deste públicoalvo é tão essencial para que se promova a equidade no acesso ao sucesso escolar.
23+4.&*(5"$)67"*+1&)(*
A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a crescente abertura das empresas ao exterior implicam uma (,7+()&=(<5#* -#%* -&;."%#%* !"#$%%&#'(&%* e, em muitos casos, uma necessidade de níveis mais elevados de habilitações literárias (Abrantes, 1997; Grilo, 2010; Melo & Rothes, 1998; Sampaio, 2005). Assim, o regresso à Escola na idade adulta poderá constituirse como um modo dos indivíduos se apropriarem de (novos) conhecimentos e mobilizarem/
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