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Aspectos clínicos da doença inflamtória pélvica (DIP): Análise de 100 casos.

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(1)

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(3)

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INDICE

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. .- 1- , . - . . . . .. .. 1 . _. ›- «ÀM›E~CEDENTES f0BS`ÊFETR`ÍIC-08 1. _. .. . .. ., . . . . . . . , . .. . .. ,- .,. I_IIIl J I I I I IIJIlIII,I¬I]_I ” EXAME $¶S¶ü9 m11úa11111aJJfl!Jmm1m¢111n1I1II111111111 " E _: 1 1 ,1 , 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ,1 1 1 ,l .1 ,1 ,_1 ll ,ZG fa "Q =|~=» . . . . 1 . . . . . . 58 9

(4)
(5)

A0 PRQFESSQR DR, NEWTON _S_ERGIO DE CARVALHO

PELO AUXÍLIO CIENTÍFICO*DIDÃTICO QUE SEE

1

' A

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VIU COMO MAIS FORTE ESTIMULO PARA A REALL

.zAçÃo .D1-:.sTOE ;TRABA|_Ho

1 I i 1 i I ¡ \ › 1 v í Í I Í Í

(6)

O M U , S E R

(7)

7

Os autores analisaram de forma retro e prospectiva,

um total de cem casos de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP),

internados no HOSPITAL FLORIANÓPOLIS, no período compreendido

entre Agosto de 1.984 a Novembro de 1.986, quanto aos aspeg

tos epidemiológicos e clínicos.

Foi definido como presumivel DOENÇA'INFLAMATORIAIÉL

A

VICA (DIP), a presença de algum dos tres dados a seguir: sen

sibilídade abdominal local ou generalizada, dor ã mobilização

uterina e sensibilidade ou massa anexial, bem como a resposta

clínica mediante a terapêutica empregada.

~Constatou-se-que a DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA(DHÚ

tem predominância numa faixa etãria jovem, compreendida entre

quinze a vinte e nove anos, em brancas, casadas e multíparas.

36% das_pacientes apresentavam antecedentes gineco

lõgicos, sendo que 19% das mesmas jã.haviam apresentado episâ

dio prëvio desta patologia. “

_

Em 15% constatouàse antecedentes de abortamentos,

e em três pacientes encontrou-se episõdioeprëvio de gravidez

ectõpica constituindo uma estatística considerãvel.

A A dor abdominal foi queixa principal em 98% das pa

~ ~

cientes por ocasiao da internaçao, prevalecendo a dor hipogãs

trica, em 44% dos casos. _ s

Fluxo vaginal foi relatado por 94% das enfermas e

em 75% dos casos apresentava-se amarelado. ~

Outros sintomas associados referidos foram, queixas

urinãrias (40%), sobretudo disüria_ dor e/ou dificuldade,quei

xas gastrointestinaís (47%), com destaque as nãuseas e võmi

1.205.

«Ao exame físico por ocasião da internação, 65% das

pacientes apresentavam quadro febril, sendo predominante a

(8)

8

abdominal U1 U1 o\° tinham Blumberg presente e em apenas )-' P-4 ‹:\° cons

tatou-se Giordano positivo. '

Na avaliação dos õrgãos genitais_internos, U'\ O'\ quei

o\°

xou-se de dor por ocasião de mobilização uterina e em I'-' (N o\° das

pacientes nao foi possível avaliar-se fidedignamente devido a

intensidade da dor referida.

-I> O\ o\°

Em dos casos, o quadro clinico foi concomitante

ou atë quatro dias apõs a Data da Ultima Menstruação.; i

Oitenta e duas pacientes receberam.tratamento antibiõ

ticoterãpico, sendo que setenta e quatro evoluíram satisfatg

riamente, oito necessitaram de reinternação, num período entne

duas semanas ã seis meses apõs este episõdio.

A intervenção cirúrgica foi necessãria em P-' OO c›\° dos ca

sos.

Evoluiu ã õbito, uma paciente, apõs cinco interven

çoes cirúrgicas, com o diagnõstico de Abscesso Tubo-Ovariano

associado ã Peritonite Generalízada. '

O período predominante de internação foi no interva

lo de seis a dez dias, com um pico de incidência aos sete

(9)

SUMMARY

| ›

(10)

10

PELVIC INFLI-\I"IW\TORY DISE/-\SE= CLINICAL ASPECTS

. The authors define Pelvic Inflammatory Disease and

make comments about data of Clinical Aspects of in-patients

at The Florianõpolis Hospital with probable diagnostic of

Pelvic Inflammatory Disease, between August 1984 and November

1986.

(11)

_0 M, `

W

O R T _ N I

(12)

12

Considerando que, a DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

(DIP) segundo ESCHENBACH (5) ë a patologia infecciosa mais

comum em mulheres jovens, nos propusemos a estudar a epidemio

logia e os aspectos clínicos desta entidade.

(

-, A DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) constitui-se nu

ma sindrome clínica aguda, ocasionada pela disseminação via

canalicular de microorganismos, que partindo da via genital

inferior acometem õrgãos genitais superiores e/ou estruturas

adjacentes, não relacionada ã gestação ou cirurgia.

'

Durante a década passada, os avanços nas~ têcnicas

de culturas microbiolõgicas (culturas anaerõbias e tissula

res), novos testes sorolõgicos e um acréscimo na utilizaçao

de culdocentese e laparoscopia para obter-se amostras para

culturas, tem demonstrado um complexo polimicrobiano no que

diz respeito ã etiologia da DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA(DIP).

Os quatro grupos de microorganismos mais comumente implicados

são a Neissëria Gonorrhoeae, Chlamydia_ Trachomatis, Bactš

rias Aerõbicas e Anaerõbicas não Gonocõccicas e o Mycoplas

ma. A

Os agentes etiolõgicos podem ser esquematizados se

gundo modelo abaixo: '

- AGENTES ETIOLOGICOS ~ GoNococc|cos ,` ' NAo sowococclcos ET|oLoe|A |NcoMuNs<;_J EX.: Staphylococcus ¡ E Streptococcus A MYCOPLASMA ' cHLÀMYoiA ~ AEROB|os E ANAEROB|os ETIOLOGIA DESCONHECIDA

(_-_““'

(13)

13

Os agentes etiolõgicos envolvidos na DOENÇA INFLAMA

TORIA PELVICA (DIP) são variados e devem ser levados em consi

~ - ', ._ _.

deraçao por ocasiao da seleçao de regime antibiõtico a ser

adotado na terapia. '

Embora estes microorganismos tenham sido associados

ã DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP), sua exata patogenicidade

~

nao está claramente definida.

A an , _ /` .

O termo."patogeno primario" refere-se a microorga

nismos que sao capazes de iniciarem a infecçao e causarem da

no no trato genital superior feminino. A N. Gonorrhoeae ë de

finitivamente tida como o patõgeno primãrio e muitos investi

gadores também classificam a C. Trachomatis nesta categoria.

O termo "patõgeno secundãrio" refere-se ã microorganismosopop

tunistas que não são normalmente patogênicos, mas adquirem es

te potencial quando introduzidos no sistema que encontra-se

imunologicamente comprometido, sendo os anaerõbios o exemplo

clãssico.

Existem em nosso organismo barreiras fisíolõgicas

que protegem o trato reprodutivo. A primeira e principal de

las ë a cérvix uterina que forma uma barreira mecânica devido

^

ao pequeno.diametro do canal endocervical e pela presença e

liberação de muco que soma-se ã atividade ciliar do canal;

~

uma barreira bioquímica devido ã produçao de lisosimas anti

bacterianas e finalmente, uma imunolõgica devido ã produção

local de Imunoglobulina A.

A segunda barreira ë o endomêtrio, que devido aoseu

desprendimento mensal, previne quanto ao estabelecimento de

infecções.

Finalmente, a junçao tubo-ovariana funcionando como

A

uma barreira mecanica destacando-se ainda a atividade ciliar

da tuba e a drenagem do muco.

I

1 i z ‹

(14)

Estas barreiras devem ser ultrapassadas para que

DOENÇA INFLAMATÔRIA PELVICA (DIP) se desenvolva.

A'

o orífêrío diagnostico do DoENçA INFLAMATÓRIA PELV;

CA (DIP) incluiria a histõría clínica da paciente, bem como

seu exame fisico, dados estes extremamente importantes, prin

cipalmente em países em desenvolvimento, que não possuem ao

~

/P

seu alcance_ exames mais sofisticados e fidedignos. A _________i,Laparos _

copia é o meio diagnéstico mais fiel existente, pois, com a

9 1

14 f

sua utilização observou-se qug,_q estudo_laparosc6píço dei

DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (912) es;;íramento_hasoado nos as

pectos clínicos poderia estar errôneo em 25% a 30% dos caí

sos (11). Entretanto, é aplicado em apenas alguns centrospois

--K--¬

trata-se de um método de alto custo e de difícil utilização

rotineira.

JACOBSON e WESTRÔM (77) confirmaram em seus estudos

o diagnóstico laparoscõpico em apenas 65% das oitocentas e

quatorze mulheres com dados clínicos sugestivos de DOENÇA IQ

FLAMATÓRIA PELVICA (DIP);

Deve-se também considerar os fatores de risco como

subsidio diagnóstico. Dentre eles podemos citar: _

- Doenças Sexualmente Transmissíveis (promiscuida

de);

- Uso de D.I.U.;

- Manipulação do Trato Genital;

- Doença Inflamatõria Pélvica (DIP) prévia (trata

mentos inadequados);

_

- Idade (a maioria abaixo dos vinte e nove anos);

- Outros, tais como a dificuldade em detectar-secon

^

tatos, ignorancia e sentimentos de culpa e'a sus

ceptibilidade individual. T ‹ ‹ › \ \ I z 1 3

(15)

`

15

No que tange a sua forma clinica de apresentaçao,

a DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) pode ser classificada em

quatro diferentes estädios. (GAINESVILLE).

a) Salpingite Aguda sem Peritonite, onde poderíamos

encontrar dor em baixo ventre e a mobilização

cervical e/ou anexial, bem como a descarga vagi

nal, o aumento da temperatura e a leucocitose.

b) Salpingite Aguda com Peritonite onde além dos

achados anteriores, somar-se-ia sinais de irrita

ção peritonialíšêgãcientes em uso de D.I.U..

c) Abscesso Tubo-Ovariano.

d) Ruptura de Abscesso Tubo-Ovariano.

A queixa mais comum das pacientes com DOENÇA INFLA

MATÕRIA PELVICA (DIP), ë a dor em baixo ventre, e até mesmo

muitos profissionais tem requerido que a mesma deva estar pre

sente para que o diagnõstico de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

(DIP) seja considerado. Não obstante ela pode estar ausenteem

zf

atë 6% dos casos. ~

Os sinais mais comumente elucidados ao exame físico

ë a sensibilidade dolorosa abdominal e anexial, presente na

quase totalidade dos casos.

O quadro evolutivo da DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

(16)

16

DoENçA |NFLAMATOR|A PELv|cA (D|P)

MoDELo EvoLuT|vo

PoPuLAçÃo DE R|sco_-

^›

GONOCOCCIA DA “->FLORA MIXTA DA VIA

VIA GENITAL GENITAL BAIXA "¬

BAIXA

'_>ouTRAs cAusAs (15

Fscçõfis PUERPERAIS)

REToRNo sem sEQUELAs

DIP < ,

I

I

I

I

I

I

GRAVIDEZ OCLUSÃO DOR PELVICA INFECÇÃO ÉECORRENCIA DE

ECTÓPICA TUBARIA› CRÔNICA CRÓNICA DIP AGUDA

Nele observamos que na população de risco, portado

ra assintomãtica de infecção cervico-vaginais, em determina

da ocasião, poderia desenvolver quadro de DOENÇA INFLAMATÕRIA

PELVICA (DIP). Deste, poderia com a terapêutica adequada, evg p

luir para cura ou ainda, situando-se dentro dal população de

ríscoç para as complicações. '

Cabe por último, ressaltarmos a importância dos

custos envolvidos no tratamento desta patologia (acima de

U$ 600 milhões/ano - USA), sua alta incidência (250 mil inter

nações/ano - USA) e sem dúvida a importância das seqüelas so

bretudo na vida reprodutiva da mulher.

(17)

17

mulheres com DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) ou suas seqüe

las, ë considerãvel.Os gastos no acompanhamento de um milhão

de mulheres que estimadamente desenvolvem DOENÇA INFLAMATÕRIA

PELVICA (DIP) anualmente, tem sido calculado como superior ã

U$ l bilhão e o custo da dor crônica e infertilidade , nem mes _*

mo podem ser estimados.

^

Finalmente ressaltamos, que o aspecto de 'importan

cia bãsica traduz-se nas maneiras para prevenção de DOENÇA IN

FLAMATÕRIA PELVICA (DIP) onde destacam-se:

a) Tratamento adequado das infecções genitais bai

X85 .

_

b) Esclarecimento sobre as doenças sexualmente

transmissíveis.

c) Cuidados antissëpticos na manipulação do trato

genital (cauterização, curetagem, colocação de

D.I.U. e histerossalpingografia).

d) Orientar quanto aos métodos contraceptivos (con

traceptivo oral, D}I.U. e condon).

e) Tratamento e controle adequado do primeiro episã

dio de DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) e-inves

tigação do parceiro.

Modelo interessante de prevenção da DOENÇA INFLAMA

TÕRIA PELVICA (DIP) em nível de Saude Püblica Governamental,

(18)

4 MATERIAL E METODOS 1 I Í 1 1 |

(19)

19

. Foram analisados de forma retro e prospectiva as

internaçoes por DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) ocorridas

no HOSPITAL FLORIANÓPOLIS, no periodo de Agosto de 1.984 a

Novembro de l.986.

O HOSPITAL FLORIANOPOLIS pela sua finalidade e loca

lização, trata-se de um serviço de atendimento prioritãrio ãs

urgências procedentes da Grande Florianõpolis.

Neste periodo foram internados cinco mil quinhen

A

tas e vinte e tres pacientes, sendo que cem receberam diagnõs

tico de DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) na admissão, perfa

I

,

As

zendo um percentual de 1,81%. ~ ¿1,i ¿§> 4/¢7Ê»¢«zÍ;;%¿2

a

/'

Pesquisou-se os dados de cem pacientes referentes a

epidemiologia e aspectos clínicos. Definimos como presumivel

DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) na presença de algum dos

A '

tres.dados:aumento da sensibilidade abdominal local ou gene

ralizada, dor ã mobilização uterina, sensibilidade ou massa

anexial, bem como a resposta clinica mediante a terapêutica

empregada.

Apõs o diagnóstico de DOENÇA INFLAMATÕRIA _PELVICA

(DIP) ter sido estabelecido, a primeira decisão a ser tomada

ë se a paciente requer ou.não hospitalização. Numerosos critš

rios clínicos para a admissão hospitalar têm sido propostos

incluindo um diagnõstico incerto de entidades cirürgicas,tais

como apendicite ou gravidez ectõpica, que,devem.serexc1uidas,

além de massas anexiais ou suspeita de abscesso pëlvico, gra

A

videz, evidencia de peritonite generalizada, impossibilidade

de seguir ou tolerar regime antibiõtico-terãpico por via oral

falência terapêutica no manejo de pacientes externos ou tem

peratura acima de 38°C.

LD

(20)
(21)
(22)

É

1

22

A amplitude com relaçao a idade das pacientes foi

quinze e sessenta e seis anos, verificando-se dois picos de

incidência: entre quinze e dezenove anos e entre vinte e cin

co e vinte e nove anos. TABELA I e GRAFICO 1.

A idade que apresentou uma maior porcentagem de ca

sos foi . dezoito anos, com 9%.

A maioria das pacientes (82%) eram de cor branca,

enquanto que 16% de cor preta, sendo apenas 2% pardas, estabe

lecendo-se uma relação de 41:8:1.

TABELA I

DISTRIBUIÇÃO DE 100 CASOS DE DOENÇA INFLA

MATÕRIA PELVICA, SEGUNDO IDADE E COR

HOSPITAL FLORIANÓPOLIS - AGOSTO DE 1.984

A NDVEMBRD DE 1.986

A

, con

1DADE (Anos) A

DRANDAS PRETAS PARDAs TDTAL

N9_ 2 Ne 2 Ne 2 Ne 2 15

p-4

19 22 22 6 6 - - 28 28 20

L-4

2h 21 21 2 2 1 1 zh zh 25

L--129

22 22 6 6 - - 28 28 30

}--

17 ~ 17 2 2 1 1 2o 2o TOTAL 82 82 16 16 2 2 100 100

(23)

70~

60

-

SO-

40-

so-

zo-

io <

“Mx

GRÁFICO I

PORCENTAGEM DE CASOS DE DOENÇA INFLAMATQ

RIA PELVICA (DIP), SEGUNDO FAIXA ETARIA E

COR

PERIODO DE AGOSTO DE I.98A A NOVEMBRO DE

I.986

I

go..

~

PRETA

gos

m

Fonte: HOSPITAL FLORIANÓPOLIS.

BRANCA

PARDA

a

23

Inf-zâf=›z

Em relação ao estado civil, observamos na TABELA 2

que cinqüenta e cinco pacientes (55%) eram casadas, quarenta

e duas (42%) solteiras, uma (l%) víüva, uma (1%) "companhei

(24)

24

TABELA 2

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

NATORIA PELVICA AGUDA, SEGUNDO ESTADO CL

VIL

HOSPITAL FLORIANÓPOLIS - AGOSTO DE I.98A

A NOVEMBRO DE 1.986 ' ESTADO CIVIL N? 2 CASADAS 55 55 SOLTEIRAS A2 42 OUTRAS 3 3 TOTAL 100 100

Analisando a atividade laborativa, conforme demons

tra a TABELA 3, observamos que cinqüenta pacientes (50%) ocu

pavam-se de tarefas no Prõprio lar, sem profissão definida,

doze (12%) eram domésticas, dez (10%) balconistas, sete (7%)

estudantes. Outras profissões foram observadas, conforme des

crição a seguir: costureira (3%), operãria (3%), servente(3%),

professora (2%), bancãria (2%), cozinheira (1%), aposentada

(25)

TABELA 3

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA, SEGUNDO A PROFISSÃO

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE I.98ü

A NOVEMBRO DE I.986

PROFISSAO N? %

SEM PROFISSAO DEFINIDA

DOMÉSTICA BALCONTSTA ESTUDANTE OUTROS 50 I2 I0 -7 I6 52,63 12,63 10,53 7,37 16,8h TOTAL 95 I00

Notar Fonam excfiuldoó c¿nco caóoó onde a phofiáóóäo aaa

dada Q ueóiáonauefi, numa P oâcenta 9em de 5% do numeao to

_

tai de caóoó

(26)
(27)

27

Em relaçao aos antecedentes mõrbidos pregressos,foi

observado que, no que tange aos antecedentes ginecolõgicos,

dezenove pacientes (19%) tinham histõria sugestiva de Doença

Inflamatõria Pëlvica no passado (variando num intervalo de

vinte e dois dias ã quatro anos em relaçao ao quadro atual),

seis pacientes (6%) eram laqueadas, quatro jã haviam sido sup

metidas ã tratamentos cirúrgicos, devido a cistos ovarianos

(num intervalo de um mês ã dois anos em relação ã internação

atual) e duas pacientes (2%) tinham feito curetagem (num in

tervalo de quatro semanas e dois meses em relação ao quadro

de Doença Inflamatõria Pêlvica atual).

Entre outros antecedentes foram encontrados um , ca

í

A

so de: Tuberculose Genital (hã cinco anos), Sífilis (hã tres

meses), Metrorragia (hã cinco dias), Histerectomia (hã dois

anos) e Cauterizaçao (hã quarenta e cinco dias), totalizando

assim, trinta e seis pacientes (36%) que apresentaram antece

(28)

28

TABELA A

DISTRIBUIÇÃO DE 100 CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA, SEGUNDO OS ANTECEDENTES

GINECOLOGICOS

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE 1.984

- A NOVEMBRO DE 1.986

ANTECEDENTES GINECOLOGICOS N? 2

DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA 19 19

NO PASSADO

LAQUEADURA '

6 6

CISTOS OVARIANOS COM TRATA A A

MENTO CIRÚRGICO

CURETAGEM UTERINA 2 2

ouTRos A

5 5

SEM ANTECEDENTES GINECOLQ ÕA GA

GICOS _

TOTAL 100 100

Dentre os antecedentes mõrbidos pregressos, três pa

^

cientes (3%) eram apendicectomizadas 7 dtres (3%) colecistecto

mizadas, três (3%) com historia prévia de infecção urinãria e

duas (2%) eram asmãticas. Restando com um caso: Epilepsia(1%),

AVC (1%) e Cirurgia em Tirõide (1%), totalizando quatorze

pa

cientes com antecedentes mõrbidos pregressos não ginecolõgi

(29)

TABELA 5

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA, SEGUNDO ANTECEDENTES MOÊ

BIDOS PREGRESSOS

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE 1.934

A NOVEMBRO DE 1.936 `

ANTECEDENTES MORBIDOS PREGRESSOS TOTAL

APENDICECTOMIA 3 COLECISTECTOMIA 3 INFECÇÃO UR|NÃR|A _ 3 I ASMA BRONQUICA 2 OUTROS 3

SEM ANTECEDENTES MORBIDOS PRÉ 86

GRESSOS

(30)
(31)

31

Neste estudo vinte pacientes (24,10%) eram Nulípa

ras, dezessete (20,48%) Primíparas, dezesseis (19,28%) Secun

diparas, trinta pacientes (36,14%) eram Multíparas (com três

^

ou mais filhos), totalizando oitenta e tres pacientes. Foram

depurados dezessete casos, onde os antecedentes ginecolõgi

cos estavam obscuros.

Vale ressaltar que vinte e uma pacientes tinham his

tõria de cesariana anterior, sendo que quinze das quais apre

sentavam apenas uma cesariana, três com duas cesarianaseatrês

pacientes com três cesarianas.

Quinze pacientes (15%) apresentavam história prévia

de abortamento, sendo que destas, nove com um abortamento an

terior, duas com dois, duas com tres, uma com quatro e final

mente uma com cinco abortos anteriores.

^

Tres pacientes (3%) apresentavam um episõdio de gra

videz ectõpica anteriormente. Uma paciente (l%) apresentou

gestação molar com recidiva.euma paciente (1%) apresentou uma

(32)

TABELA 6

32

DISTRIBUIÇÃO DE I00 CASOS DE DOENÇA INFLA

MATÕRIA PELVICA, SEGUNDO ANTECEDENTES OBS

TETRICOS

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE I.98h

A NOVEMBRO DE I.986 z ANTECEDENTES OBSTETRICOS N? _ % NULIPARAS 20 PRIMIPARAS I7 SECUNDIPARAS I6 MULTIPARAS 30 24,10 zo,ue 19,28 36,Ih ToTAL '83 I00

Nóia: Depunadoó dezeóóete“caóoó onde os

ià¿coó eótaúam obóauâoó.

(33)
(34)

34

Analisando a manifestação dolorosa, no que diz res

peito ä localização principal da dor constatou-se uma maior

freqüência em baixo ventre (hipogãstrio), verificada em qua

renta e quatro pacientes (44%).

Quinze pacientes (15%) apresentaram dor abdominal

difusa, doze (12%) dor em fossa ílíaca direita, sete (7%) em

fossa ilíaca esquerda, seis Qó%) em epigãstrio, seis (6%)

periumbilical e o restante (9%)_apresentavam: dor em ambas as

fossas ilíacas (2%), em hipocõndrio direito (2%), em hipocõn

drio direito e fossa ilfaca direita (1%), em ambos os flancos

(1%), hipogãstrio e flancos (1%), tõraco~lombar ventilatõrig

«dependente (1%1 e lombar C1%). TABELA 7.

O quadro doloroso, foi a queixa principal em 90%

das pacientes internadas, sendo que apenas uma (l%) apresep

tou como queixa principal, metrorragia e febre.

(35)

35

TABELA 7

01sTR1Bu1çÂ0 DE 100 cAs0s DE 00ENçA INFLA

MAT0R|A PELv1cA, sEsuN00 A L0cAL1zAçÃ0

PREFERENCIAL DA 0oR POR ocAs1Ã0 DA 1NsTA

LAçÃ0 D0 QUADRO cLIN1c0

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE 1.980

A NOVEMBRO DE 1.986

LOCALIZAÇÃO PREFERENCIAL DA DOR N? Z

*BA|×0 VENTRE (H1PoGAsTR10) kh 00,04

AB0oM1NAL 01FusA 15 15,15

/YÊ%š}ossA 1L1AcA 01RE1TA 12 12,12

FossA 1L1AcA EsQuER0A 7 7,07

EP1eAsTR1o 6 6,06

PERIUMBILICAL 6 6,06

0u1RAs 9 9,10

\ zzz ___ _

TOTAL 99 100

Nota: Fat exciulda da Tabeka, a pacáente que apneóentou como

queixa pâ¿nc¿pa£,meIÀoäaag¿a e Áebne.

Com relação aos sintomas associados, noventa e qua

tro pacientes (94%) queixavam-se de fluxo vaginal, sendo que

setenta das quais (78,65%) o mesmo apresentava-se com colora

ção amarelada, onze (12,36%) pio-sanguinolenta, oito (8,99%)

branco e cinco apresentavam sangramento menstrual difícultan

do a caracterizaçao do fluxo. Seis pacientes negavam queixas

(36)

36

TABELA 8

DISTRIBUIÇÃO DE IOD CASOS DE DOENÇA INFLA

MATÓRIA PELVICA, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS

DE FLUXO VAGINAL

HOSPITAL FLORIANÓPOLIS ~ AGOSTO DE 1.984

A NOVEMBRO DE 1.986 FLuxo VAGINAL ' N? 2 AMARELADO 70 78,65 .PIO-SANGUINOLENTD II I2,36 BRANCO z 8 _ 8,99 TOTAL 89 100' A

Nota: Foâam excfiuldaó óeáó pac¿enteó poa negaâem a ex¿óIefi

cia de 5£uxo, bem como c¿nc0 ouiaaó que apneóentava¶

-óe em pealoda menóinual.

Sessenta e cinco P acientes (65% a P resentavam Qua

_

~ ~

dro febril por ocasiao de sua internaçao, cinqüenta e três

destas tinham quadro térmico entre 379€ e 389€, dez outras ti

nham 38°C e 399€ e duas pacientes com 39°C ou acima disto.

Em trinta e cinco (35%) não foi constatada a presença de qua

(37)

37

TABELA 9 '

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA, SEGUNDO A TEMPERATURA

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE I.98A

A NOVEMBRO DE I.986 I TEMPERATURA N? . Z

37|--38

53 -53

38|-39

1o Io 39

L--

2 2 AFEBRIL 35 35 TOTAL IOO ' IO0

Foram ainda analisadas as queixas relativas ao apa

relho urinário e gastrointestinal.

As queixas urinárias foram referidas por quarenta

(40%) assim distribuidas: trinta com disüria_ dor e/ou difi

culdade, dez com ardêncía miccional, nove com alterações na

coloração da urina (amarelada/hematüria),duas com tenesmo

ve

....

sical e uma paciente com queixas de retençao urinária. TABELA

(38)

38

TABELA IO

DISTRIBUIÇÃO DE IDO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATÓRIA PELVICA, SEGUNDO AS QUEIXAS URINA

RIAS

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE 1.934

A NOVEMBRO DE I.986

QUEIXAS URINARIAS N?

DISORIA, DoR E/OU D|F|cuLDADE 30

ARDENCIA M|cc|oNAL 10

ALTERAçÃo NA coLoRAçÃo DA uR|NA 9

TENESMO vEs|cAL 2

RETENçÃo uR|NÃR|A .

1

sem QuE|xAs uR|NÃR|As 60

Notar Oó caóoó aepaeóentam queáxaó Áóoiadaó ou aóóocLadaó.

_ As queixas gastroíntestinais isoladas ou associadas

foram observadas em quarenta e sete pacientes (47%), enquanto

A A

que cinqüenta~e tres (53%) negavam a existencia das mesmas.

Dentre as queixas citadas constam: vinte e oito pacientes com

nãuseas, vinte e uma queixavam-se de vômitos, dez apresenta

vam obstípaçao, nove com histõria de diarréia e uma paciente

(39)

TABELA II

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA, SEGUNDO AS QUEIXAS GA§

TROINTESTINAIS

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE I.98A

A NOVEMBRO DE I.986 QUEIXAS GASTROINTESTINAIS N? NAUSEAS 28 VOMITOS ZI OBSTIPAÇÂO INTESTINAL IO DIARREIA 9 TENESMO I SEM QUEIXAS.GASTROINTESTINAIS 53

(40)

a

(41)

41

A - MANoBRAs PARA A PEsQu1sA DA DoR

Foram analisados os achados de exame físico referen

tes as manobras isoladas ou associadas que exarcebaram a dor,

tais como palpação abdominal, Blumberg e Giordano. Noventa e

quatro pacientes apresentavam dor ã palpaçao abdominal, en

quanto que cinqüenta e cinco pacientes apresentavam `B1umberg

positivo e onze, Giodarno (punho percussao lombar) positivo.

TABELA I2

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA; SEGUNDO AS MANOBRAS QUE

EXACERBAVAM A DOR

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE 1.984

A NOVEMBRO DE I.986

MANOBRAS QUE EXACERBAVAM A DOR TOTAL

DOR A PALPAÇÃO ABDOMINAL 9h

BLUMBERG 55

GIORDANO II

Nota: Oó caóoó aepheóentam queixaó ióbfiadaó ou aóóocáadaó;

_.

B - AvAL1AçÂo Dos 0ReAos GENITAIS INTERNOS

_. 4 ~

O sinal mais comum na avaliacao dos orgaos genitais

internos, foi dor ã mobilização uterina referida por sessenta

e seis pacientes (66%).

Analisando-se o exame das regiões anexiaís encon

(42)

42

1. Trinta pacientes apresentavam dor e sensação de

preenchimento em regiao anexial.

2. Vinte e cinco pacientes apresentavam anexos dolo

rosos, porém livres.

3. Sete pacientes apresentavam sensação de preenchi

mento em região anexial, porëm sem dor.

;::ÊÊ>;%”Em oito pacientes (8%) foi observada dor ao toque

em fundo de saco de Douglas.

Treze pacientes (13%) não foram possíveis serem ava

liadas com exatidão quanto aos õrgãos genitais internos devi

do ã intensa dor provocada por ocasião do exame.

Duas pacientes (2%) não apontavam quaisquer queixas

(43)

43

TABELA I3

DISTRIBUIÇÃO DE IOO CASOS DE DOENÇA INFLA

MATORIA PELVICA, SEGUNDO A AVALIAÇÃO DOS

ORGÃOS GENITAIS INTERNOS

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE I.98ü

A NOVEMBRO DE I.986

AVALIAÇÃO DOS ORGÃOS GENITAIS INTERNOS TOTAL

DOR A MOBILIZAÇÃO UTERINA 66

DOR E SENSAÇÃO DE PREENCHIMENTO EM REGIÃO 30

ANEXIAL

ANEXOS DOLOROSOS E LIVRES '

25

SENSAÇÃO DE PREENCHIMENTO EM REGIÃO ANE 7

XIAL SEM DOR

FUNDO DE SACO DE DOUGLAS DOLOROSO 8

NÃO AVALIAVEIS COM EXATIDÃO PELA DORÃREFE I3

RIDA - '

sEsTAçÃo 1

sem QuE|×As 2

NOIa:'0ó caóoó apaeóeniauam queixaó ¿óo£adaó ou aóóoctadaó.

Cabe ressaltar que em trinta e oito pacientes foi

avaliada a posição uterina e destas 9 dezoito pacientes apre

sentavam ütero em anteversoflexão, quinze em medioversao e

(44)

õ - TEMPO

DE

INTERN/~\çÁo E EvoLuçÁo

(45)

45

O periodo de internaçao variou numa amplitude de

dois a noventa e dois dias, sendo que a paciente com menor

tempo ficou apenas por dois dias, sendo submetida ã tratamen

to clinico com evoluçao favorável e alta para acompanhamento

ambulatorial. Jã a paciente que permaneceu por mais tempo in

ternada ficou durante noventa e dois dias, tempo este prolon

~

gado devido ã complicaçoes em seu quadro clinico, pois era

portadora de fístula vësíco-cecal e abscesso pëlvico, sendo

submetida ã tratamento clinico e cirúrgico.

Entre um e quatro dias, ficaram internadas dezes

seis pacientes (16%). A maioria das pacientes (58%) ficaram

'_¡. \1 o\°

internadas no intervalo de cinco a nove dias, sendo que

das mesmas, permaneceram por sete dias. tempo este que obteve

predominância com relação ao periodo de internação.

Dezoito pacientes (18%) permaneceram entre dez e

A

quatorze dias, cinco (5%) entre quinze e dezenove dias e tres

(46)

46

TABELA IA

DISTRIBUIÇÃO DE I00 CASOS DE DOENÇA INFLA

MATÓR|A PELv|cA, sEeuNoo o TEMPO DE |NTE5

NAçÃo

HOSPITAL FLORIANOPOLIS - AGOSTO DE 1.980

A NOVEMBRO DE 1.986

TEMPO DE INTERNAÇÃO (EM DIAS) TOTAL Z

1»--5

16 16

5\-=-10

58 58

1o|--15

wa ‹ 18 15

k--

20 _ 5 5 20

F--

3 3 f 7' ra' f

1

_ -_ 7 _ _ a TOTAL I00 100

O tratamento utilizado por oitenta e duas pacientes

(82%) foi a antibiõticoterapia.

Em relação ao tipo de tratamento observamos que em

setenta e quatro pacientes a evolução foi satisfatõria e oito

pacientes necessitaram reinternação, sendo que seis delas ti

nham apenas uma reinternação e as duas restantes, duas ou

mais. O tempo decorrido entre as reinternações variou de uma

semana a seis meses. O restante (18%) das pacientes foram sup

metidas ã tratamento cirúrgico, sendo que quinze delas neces

sitaram apenas uma intervenção cirúrgica, duas apresentaram

duas intervenções e uma paciente necessitou de cinco cirur

gias consecutivas evoluindo posteriormente ã õbito, com qua

(47)
(48)

48

A DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) ë uma complexa

entidade na qual os microorganismos do' Trato Genital Infe

rior ascendem por razões discutiveis para o Trato Genital Su

perior. A infecçao resultante se espalha contiguamente, produ

zindo uma inflamação do Endomëtrio (endometrite), Tubas de

4

Falopio (salpingites), Ovãrios (ooforites, abscesso tubo-ova

riano) e estruturas adjacentes tais como Paramétrios (parame

trite) e Cavidade Peritoneal (peritonite, abscesso pëlvico).

Distinguir DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) de

outras causas de dor pëlvica aguda ê freqüentemente uma tare

fa difícil. JACOBSON e WESTROM (11) foram capazes de confir

mar o diagnostico de DOENÇA INFLAMATORIO PELVICA (DIP) lapa

roscopícamente em apenas 65% das oitocentas e quatorze mulhe

res com dados clínicos sugestivos.

A

Embora com os avanços diagnósticos e terapeuticos,

na incidência tem-se observado um aumento das Doenças Sexual

mente Transmissíveis e DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) no

Continente Sul Americano. (10)

u

Constitui-se portanto um desafio diagnõstíco, tera

pêutíco e econômico, contribuindo a amostragem analisada com

V,81% de todas as admissões médico-cirúrgicas no HOSPITAL

FLORIANOPOLIS. '

Em nosso meio a DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP)

envolve principalmente mulheres numa faixa etãria entre quin

ze e vinte e nove anos, alcançando um pico de incidência aprg

ximado aos dezoito anos, estando de acordo com ESCHEMBACH que

cita em sua casuística que esta ë a patologia infecciosa mais

comum em mulheres jovens. (5)

Segundo WESTROM (40) uma mulher de cada sessenta,em

uma moderna ãrea urbana, com idade entre quinze e vinte e qua

(49)

49

Em estudo feito por BONGARD a aafiaboaadoaeó (3) a

faixa etãria das pacientes varia entre doze e cinqüenta e oi

to anos, sendo que a porcentagem de mulheres acima de cinqüen

ta anos com DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) era de apenas

1%.

Segundo ESCHENBACH (5) a faixa etãria com maior in

cidëncia de DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP), encontra-se en

tre quinze e vinte e cinco anos, concordando portanto com nos

sa casuística onde foi encontrada uma porcentagem significan

te (80%) entre quinze e vinte e nove anos.

'

A razão da alta porcentagem nesta faixa etãria` não

tem sido especificamente estudada,.porëm pode-se especular

que este fato relaciona-se ã combinaçao de uma alta taxa de

múltiplos parceiros sexuais uma deficiência , do sistema imuno -_-

lõgico, e uma maior zona de epitélio cervical colunar que pn

deria ser condizente com a agressão de microorganismos, con

cordes com os dados de que esta ê a patologia infecciosa mais

comum em mulheres jovens com vida sexual ativa. (5)

-4

_wESTROM (39) cita a correlação entre o precocel iní

cio da atividade sexual e a promiscuidade das relações com o

intuito de explicar la alta incidência de DOENÇA INFLAMATORIA

PELVICA (DIP) nestas mulheres.

Assim esta claramente definido que a infecção com

A

maior incidencia e agressividade em mulheres jovens ë a DOEN

ÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP), bem como tem sido estimado que

uma de cada oito adolescentes com vida sexual ativa, irã dg

senvolver DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) futuramente. (20)

A maioria das mulheres internadas com o diagnõstico

de DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP) (82%) eram brancas e o

restante 18% eram de outra cor, constituindo-se assim uma

re

(50)

50

QUAN e coflabonadoaeó (20) descrevem que, as mulhe

res nao brancas, sao as que possuem um maior risco de desen

volverem DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP), discordando, por

tanto, de nossa casuística.

MARTINS 2 DA LUZ (13) citam uma predominância da

cor branca sobre as demais.

Provavelmente 9 a maior porcentagem de mulheres bran

cas em nossos achados, deva-se a um contingente populacional

predominante de raça branca na. amostragem analisada.

Segundo colocam WASHINGTON c coflabonadoâeó (36), em

1.975, as hospitalizaçoes de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP)

entre mulheres brancas pareciam ter aumentado, enquanto que a

tendência entre as mulheres de todas as outras raças julgava

-se ter estabilizado-se.

^ ~

As tendencias recentes nas hospitalizaçoes por DOEN

ÇA INFLAMATÓRIA PELVICA (DIP), desde 1.975 até 1.981 são sími

lares as ocorridas entre 1.970 e 1.975 (25) ou seja, em ambos

períodos, a DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) ocorreu prepon

derantemente em mulheres com menos de trinta anos, bem como

^

estabílizou-se no que diz respeito a incidencia de mulheres

não brancas, que do contrário mostravam grandes acrësci

mo. (36) Isto está em concorde com as observaçoes no que diz

respeito a "Revolução Sexual" dos anos setenta, que foi mais

convicta nas mulheres brancas. (36)

As mulheres casadas tem uma leve predominância so

bre as solteiras, numa relaçao de l,2:l.

WASHINGTON e cofiaboaadoäeó (36) citaram um risco de

hospitalizaçao 70% maior para as divorciadas e separadas, do

que para as demais, discordando de nossa casuística de apenas

A

1% da amostra. Provavelmente a divergencia deva-se ãs diferen

(51)

51

bem como a nao existência de muitas mulheres divorciadas no

BRASIL visto que a Lei do Divõrcio foi aprovada não muito tem

'.-

po atras.

A probabilidade de adquirir um microorganismo se

xualmente transmissivel esta de acordo com o número de parcei

ros sexuais, assim sendo, as mulheres com múltiplos parceiros

tem uma chance 4,6 vezes maior de desenvolver DOENÇA INFLAM§

TORIA PELVICA (DIP) do que as com um único. (25) NEWTON e

KEITH (17) criticam este estudo feito por ESCHENBACH, visto

que o mesmo falhou por fornecer em seu estudo, poucas informa

çoes a respeito de como a histõria sexual foi colhida.

TARGUN e WRIGHT (28) não encontraram diferença sig

nifícativa no número de parceiros sexuais, concorde com os

nossos dados onde aproximadamente 50% dos casos relataram ati

vídade sexual com um único parceiro. ,

Cabe aqui extrapolarmos, salientando que as mulhe

res com múltiplos parceiros provavelmente fazem uso mais fre

qüente de contraceptivos orais e que o mesmo diminui o risco

de contrair DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA (DIP).

. Analisando a atividade laborativa, 52,63% das mulhe

res, não apresentavam profissão definida, exercendo apenasati

vidades domésticas. Os outros 47,37%, constituíam-se em pro

fissões de baixa renda econômica 9 como domésticas i balconis

tas, operãrias, entre outras, portanto de um nível sõcio-eco

^

nomico mais baixo.

Segundo QUAN e cofiaboâadoaeó (20) a DOENÇA INFLAM§

TORIA PELVICA (DIP) ê tida como sendo mais freqüente na popu

laçao indigente. THOMPSON e coflaboàadoaeó afirmam que 70% das

mulheres com DOENÇA INFALAMATORIA PELVICA (DIP), pertencem ã

uma classe econômica inferior. (31) Certamente as classes eco

(52)

52

4

sistemas de saude. (25)

No que tange aos antecedentes ginecolõgicos, 19%

das mulheres tinham histõria sugestiva de DOENÇA INFLAMATORIA

PELVICA (DIP) no passado em concorde com os estudos elabora

dos por WESTROM e FALK (38) (7), onde estimavam que 20% a 25%

das pacientes com histõria prêvia de DOENÇA INFLAMATORIA PED

VICA (DIP) iriam desenvolver um episõdio subseqüente.

Embora os episõdios antigos tenham sido creditados

como uma forma de recrudescimento de uma infecção bacteriana

Hcronica" " latente, estã hoje claro de que elas representamimm

reinfecção resultante de uma nova infecção. (6)

Assim sendo, a histõria de uma Infecção Gonocõccica

prêvia ê mais comum entre as mulheres com histêria de DOENÇA

INFLAMATORIA PELVICA (DIP) do que naquelas sem a doença, suge

rindo assim que uma Gonococcia prêvia ê um fator de risco no

desenvolvimento da DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP). Uma das

~ , ~ 4

razoes para esta associaçao e o alto risco em desenvolver uma

Gonococcia subseqüente, devido os danos causados ãs tubas por

uma infecçao prêvia. (6)

E certo, mas não provado, que o epitêlio da tuba

uterina, que foi previamente afetado por uma infecção ê mais

susceptível ã uma subseqüente colonização bacteriana devido a

persistência de uma inflamação crônica, de dano aos cílios e

a diminuição da eficiência dos mecanismos de defesas locais,

entre outros. (5)

Em nosso estudo, duas pacientes (2%) haviam feito

curetagem, num intervalo de quatro semanas e dois meses em re

lação ao quadro atual de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP).

^

Procedimentos iatrogenicos como, histerosalpingogra

fia e curetagem entre outros,são acompanhados por uma baixa

(53)

53

procedimentos tornam-se comuns e são realizados numa popula

ção de alto risco na aquisição de Doença Sexualmente Transmis

sível, os niveis de complicações podem assumir proporções epa

demiolõgicos. (47)

Em casuística apontada por PINKERTON (19) o proceda

mento de abertura do canal cervical para introdução de mata

riais estranhos dentro da cavidade uterina, facilita a ascen

ção de uma infecção cervical. Os riscos para estas complica

ções variam de acordo com as precauções e tëcnicas usadas, as

~ ~

quais geralmente nao sao satisfatõrias. (39)

Seis pacientes (6%) internadas no HOSPITAL FLORIANQ

POLIS eram laquedas e quatro haviam sido submetidas ã trata

mentos cirúrgicos com o diagnõstico de cistos ovarianos. Não

encontramos na literatura, correlaçoes sugestivas entre estes

achados e o desenvolvimento da DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

(DIP).

Uma paciente (l%) apresentou metrorragia (hã cinco

dias da internação). Este episõdio provavelmente decorreu por

ocasião da instalação da DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP),

pois segundo HARE e cofiaboâadoàeó (9), a metrorragia ë um da

do que pode ser encontrado no quadro clínico da mesma.

Um episõdio de cauterizaçao foi encontrado em uma

paciente (l%) num intervalo de quarenta e cinco dias antes da

~

instalaçao da DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP).

Cabe aqui discutirmos que a cauterização altera o

meio que fica susceptível ao desenvolvimento de infecções. Pa

ra isto um tratamento bactericida deverã ser instalado apõs a

mesma e também salientarmos que por ocasião de uma cauteriza

ção mais ampla, uma dilatação cervical deverã se seguir, via

to o risco de estenosar o colo, favorecendo com esta dilata

(54)

54

A paciente que apresentou sífilis (hã três meses da

internação), sugere uma atividade sexual condizente com , a

possibilidade de desenvolver também outras Doenças Sexualmen

te Transmissíveis.

_ Existem casos de tuberculose cervical primária em

que o parceiro sexual ë considerado a fonte de infecção, e

nesta situaçao, o raciocinio acima descrito poderã ser aplica

_.

do a paciente que apresentou tuberculose genital.

_ Quatorze pacientes tinham Antecedentes Mõrbidos Pre

gressos sendo apendicectomia (3%), colecistectomia (3%), his

~ ^

tõria prêvia de infecçao urinãria (2%), asma bronquica (2%),

epilepsia (l%), AVC (1%) e cirurgia em tirêide (l%).

Nao encontramos correlaçao entre a histõria mõrbida

pregressa e o quadro de DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP)

atual. Somente nos extrapolamos no sentido de colocar que nas

três pacientes apendicectomizadas, possa ter sido feita uma

apendicectomia "de oportunidade" ou seja, a paciente poderia

ter sido portadora de um quadro prêvio de DOENÇA INFLAMATÓRIA

PELVICA (DIP), visto que a apendicite e a DOENÇA INFLAMATÓRIA

PELVICA (DIP) ocorrem na mesma faixa etãria e apresentam os

mesmos achados clínicos (5).ARUBJORNSSOM (2) achou uma inci

dência estatisticamente significante de apendicectomias cujo

^ ~ ~

apendice nao apresentava quaisquer alteraçoes, durante o pe

ríodo menstrual e a ovulação.

A maioria das mulheres em nossa casuística, eram

multiparas (36,14%), em menor freqüência apareceram as nuli

paras (24,10%), primiparas (20,48%) e secundiparas (19,28%),

ressaltando que foram depurados dezessete casos onde os ante

cedentes obstëtricos estavam obscuros alterando assim 9 a fide

dignidade dos percentuais.

(55)

5-

52% das pacientes eram nulíparas, não concordando com os da

dos encontrados. MARTINS e DA LUZ (13) em trabalho feito »com

mulheres brasileiras, onde encontrou que 46% das mesmas eram

A

multíparas (tres ou mais filhos), 34% secundiparas, 14% Primí

paras e somente 6% nulíparas, concordando em parte com nossos

achados.

Hipoteticamente, as nulíparas tem uma chance de de

senvolverem DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) visto que a fai

xa etãria predominante corresponde ã idade na qual existe um

4

maior numero de parceiros sexuais constituindo-se um fator de

risco. Soma-se o fato de que a DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA

(DIP) causa freqüentemente a esterilidade, ou seja, 30% a 40%

~ `

das causas de infertilidades sao atribuídas a mulheres com

histõría prëvia de DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP). Tem si

do demonstrado que o índice de infertilidade aumenta em pro

porção direta com a severidade da afecção e inversamente prq

porcional ã idade da paciente. (38)

Finalmente SENANAVAKE e KRAMEN (23) referem que os

dados referentes ã paridade sao conflitantes, com alguns auto

res afirmando que as mulheres nulíparas tem um maior risco de

desenvolverem DOENÇA INFLAMATÕRIA PBLVICA (DIP) e outros sem

acharem correlaçao entre a paridade e risco.

_ Histõria de abortamento foi apresentada por 15% das

pacientes, sendo que nove tinham apenas um abortamento ante

A

rior, duas com dois, duas com tres, uma com quatro e finalmen

te uma com cinco abortamentos anteriores.

Segundo GRECH 2 cokaboàadoaeó (8) 19,7% dos casos

de DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA (DIP) 9 ocorreram apõs abortoou

‹..~`.,` V _

_pâs-parto. Concorde com nossos dados de 15% de abortos _pr§

víos. JÊQMM HWVÔ

(56)

56

aborto, facilitam a entrada de material estranho para o inte

^

rior da cavidade uterina, facilitando a ascendencia e dissemi

nação de um processo infeccioso proveniente da ectocërvice.

Em nossa casuística, 3% apresentavam um episõdio de

gravidez ectõpica, representando uma porcentagem importante.

'

URQUHART (33) calculou que uma entre trezentas ges

~ .. 4 ~

taçoese ectopica,anmulheres nao portadoras de DOENÇA INFLAMA

TORIA PELVICA (DIP).

Os dados encontrados em nosso estudo reforça os

achados de que mulheres com histõria prévia de DOENÇA INFLAMA

TORIA PELVICA (DIP), aumentam sua chance em desenvolverem gra

.-

videz ectopica. Cabe ressaltarmos que a DOENÇA ~INFLAMATORIA

PELVICA (DIP) retarda ou impede a passagem da cëlula ovo para

a cavidade uterina, devido ãs alterações inflamatõrias provg

cadas ao nível das tubas, bem como o acometimento dos cílios,

facilitando assim o desenvolvimento de uma gravidez ectõpica.

Tem sido estimado que um episõdio de DOENÇA INFLAMA

TORIA PELVICA (DIP) aumenta a chance de uma mulher ter gravi

dez ectõpíca em seis vezes. (20) Assim sendo, tomando-se por

base o que foi dito por URQUHART (33) chegamos a conclusão de

que em cada cem mulheres com DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA

(DIP), duas desenvolvem gravidez ectõpica (em cada trezentas

mulheres sadias, uma tem gravidez ectõpica; uma mulher com

DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP) este risco aumenta em seis

vezes, portanto de cada cem duas desenvolveriam gravidez ectã

pica) dado este concorde com nossos achados de que numa amos

^

tra de cem mulheres, tres tiveram histõria de gravidez ectõpi

ca. Apenas uma paciente estava grávida quando desenvolveulMEN

çA INFLAMATORIA PELVICA (DIP), dede este condizente cem a 1i_

A

teratura no que diz respeito a baixa incidencia de DOENÇA IN

(57)

S7

10% a 17% de mulheres com Gonococcia irão desenvol

ver DOENÇA INFLAMATORIA PBLVICA (DIP). (22) (21)

No que tange as manifestações clínicas de DOENÇA IQ

PLAMATORIA PELVICA (DIP), registram-se queixas gerais e lo

cais.

Analisando a manifestação dolorosa no que diz res

~

peito a localizaçao preferencial da dor, a maior parte das pa

cientes (44%) relataram dor em baixo ventre.

1

A queixa mais comum das pacientes com DOENÇA INFLê

MATORIA PELVICA (DIP) ë a dor abdominal em hipogãstrio e mui

tos investigadores tem requerido a presença da mesma para que

seja feito o diagnóstico de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP)

(24) (27)

ADLER e cokabonadaneó Í1) encontraram semelhante da

~

do em revisao de setenta e sete pacientes, das quais mais de

90% das pacientes apresentavam como principal queixa , a sensa

_

ção dolorosa em abdomem inferior.

Se acrescentarmos aos 44%, as pacientes com dor em

fossa ilíaca direita (12%), em fossa ilíaca esquerda (7%) e

em ambas as. fossas ilíacas (2%) encontraremos um total de

sessenta e cinco pacientes (65%) com dor em andar inferior do

abdomem.

A dor em fossa iliaca direita está presente em 12%

dos casos, e em 7% dos casos em fossa ilíaca esquerda.

`

Segundo St. JOHN e colaboàadoaeó (25) a dor em so

mente um anexo estã presente em 6% a 8% dos casos, concordes

com nossos achados de 7% a 12% dos casos.

A dor em quadrante superior direito consiste na

Fitz - Hugh - Curtis Syndrome (perihepatite) a mesma pode es

tar presente em 1% a 30% dos casos, nos casos de infecções Go

(58)

47»

ufiúflí

f*"L.

58

pode provocar também este quadro clinico. (35)

_ Em nosso estudo encontramos 2% de pacientes com dor

em hipocõndrio direito e 1% em hipocõndrio direito e fossa

iliaca direita, estando de acordo com as estatísticas apresen

tadas.

Segundo MARTINS e DA LUZ (13) 100% das pacientes em

sua casuística apresentavam dor abdomino -lombar. Em nosso es

tudo, 99% das pacientes tinham esta queixa.

'

O fluxo vaginal foi queixa de 94% das pacientes,

sendo que em setenta pacientes apresentava-se com coloração

amarelada, onze pio-sanguinolenta, oito branco e cinco apre

sentavam sangramento menstrual dificultando a caracterização

do fluxo. 9

Apenas 6% das pacientes negavam queixas de fluxo

va

ginal.

Cerca de 75% das pacientes com DOENÇA INFLAMATORIA

PELVICAV Gonocõccica ou por C. Trachomatis, queixam-se de au

mento de fluxo vaginal de recente início. (26)

4

Uma historia recente de fluxo vaginal, disüria e

dor associada ao periodo menstrual sugerem um diagnõstico de

DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA Gonocõccica (5) ao invés de um

quadro clinico de apendicite ou gravidez ectõpica.

Segundo MARTINS e DA LUZ (T5) 82% das mulheres apre

sentam fluxo vaginal, sendo 54% amarelado, 26% branco e 2%

mucoso. 18% das mulheres negaram a existência de descarga

va

ginal.

Uma paciente apresentou-se com queixas apenas de me

trorragia e febre. A metrorragia ë uma queixa clínica relacig

nada ao quadr0.c1ínico de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP).

(11)

(59)

59

(65%), sendo que cinqüenta e três destas tinham quadro tërma

co entre 379€ e 38°C, dez entre 389€ e 39°C e duas com 39°C

ou mais. _

Somente 33% das pacientes com Salpingite confirmada

tem temperatura acima de 38°C. (5)

Este achado ë relatado por ESCHENBACH e eokabonada

naõ (6) como estando presente em apenas 45% dos casos e mais

comumente naqueles com doença mais intensa. Ao contrário , ou

1

tros autores (3) que encontraram dados semelhantes ao nossoes

tudo, ou seja, 60% das pacientes com DOENÇA INFLAMATÕRIA PEL

VICA (DIP) tinham febre. '

.-

-Queixas urinarias foram referidas por quarenta

pa

-cientes (40%), sendo que a grande maioria delas (trinta pa

cientes) referiam disüria dor e/ou dificuldade.

`

_ ESCHENBACH

(6) em seus estudos relatou que apenas

15% das pacientes referiam queixas urinárias , indo de encon :-

tro aos nossos achados. '

Disüria pode ser notada particularmente nos casos

onde a uretrite está presente. (6)

As queixas gastrointestinais, isoladas ou associa

das, foram relatadas por 47% das pacientes. 53% negavam quaia

~

quer alteraçoes.

A queixa mais freqüente (vinte e oito pacientes)

foi a nãusea, seguida pelo vômito com vinte e uma pacientes,'

~

obstipaçao em dez, diarréia em nove e tenesmo em uma.

, BONGARD e cotaboaadoaeó (3) citam queixas gastroia

testinais assim distribuídas: anorexia (69%), nãuseas em 56%,

vômitos em 42%, diarrëia em 20% e constipação em 11% das

pa

cientes.

A

Alguns dados correlacionam-se, por exemplo, a poa

(60)

60

conflitantes.

A ocorrência destes sintomas, deve-se ã inflamação

peritoneal aguda. (76)

Ao exame físico, noventa e quatro pacientes (94%)

apresentavam dor ã palpação abdominal, dado este semelhanteao

achado por ESCHENBACH (99%). (5)

Blumberg estava presente em 55% dos casos e Gíorda

~

no em 11%. Durante a infecçao intra-tubãrea, o Gonococo atrai

a célula da mucosa epitelial e eventualmente causa destruição

A _..

das mesmas. A sequencia de eventos, resulta na produçao de

secreção purulenta. O Gonococo pode ainda estender-se da muco

sa para o tecido subepitelial, envolver a musculatura e S€T0Sa

tubãreas. Caso a tuba não esteja obstruida, o exsudato geral

mente cai na cavidade peritoneal originando um quadro de

Blumberg positivo.

~

Ao exame dos õrgaos genitais internos, 66% das

pa

cientes referiram dor ã mobilização uterina. Este dado serviu

como critério sugestivo de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA (DIP)

~ ~

por ocasiao da admissao da paciente.

No estudo realizado por ESCHENBACH (5) este sinal

foi presente em até 96% a 98% das pacientes.

MARTINS e DA LUZ (13) encontraram dor ã mobilização

uterina em 84% das portadoras de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

(DIP). '

~

Sensaçao de preenchimento e dor anexial foi encon

trado em 30% das pacientes.

Anexos dolorosos porém livres, estavam presentes em

25% dos casos, dado este em acordo com os 20% encontrados por

MARTINS e DA LUZ (13) discordando no entanto de ESCHENBACH(5)

que refere esta queixa na totalidade de seus pacientes.

(61)

ó"

volume anexial, sem dor. MARTINS e DA LUZ (lšlencontraram ane

xos impalpãveis em 100% dos casos.

"

Oito (8%) pacientes apresentavam dor em fundo de

saco de Douglas, enquanto que 20% dos pacientes avaliados por

MARTINS e DA LUZ, apresentavam este achado físico. (73)

Em treze pacientes (13%) não foi possivel ser feita

uma avaliação, devido.a intensa dor referida_pe4¿›fHMäâflfi*H×

A relação com a maior intensidade da dor se dã ge

ralmente com a associação de infecção por NeisseriaGmumfiumae

e C. Trachomatis. ~' '

Em duas pacientes (2%) o exame foi normal,

Segundo ESCHENBACH (5) a paciente portadora de sal

pingite, comumente tem sensibilidade em baixo abdomem , ã mobi

É

lização uterina e em anexos e que na ausência destes sinais,

outro diagnõstico deverã ser aventado. .

'

-

Na DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA Gonocõccica a dor

~

tem início com a menstruaçao, alëm de começar rapidamente !e

ter curta duração. A temperatura neste caso geralmente ë supe

rior a 38°C. (5) A

O mesmo autor relata que a DOENÇA INFLAMATORIA PED

VICA (DIP) provocada por C. Trachomatis ë caracterizada por

~

uma maior duraçao da dor, que ë menos severa, tem menor tempe

ratura.porëm com grandes danos ao aparelho reprodutor femini

no. `

A data da última menstrução (DUM) ã'um dado impoz

tante como subsídio diagnõstíco.Em nosso estudo 46% das

pa

cientes iniciaram o quadro concomitantemente ou atë quatro

dias apõs a DUM.

Segundo BONGARD (3) a DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

(DIP) ocorre mais freqüentemente nos primeiros quatorze dias

(62)

62

nossa casuística onde, 57% das pacientes desenvolveram DOENÇA

INFLAMATORIA PELVICA (DIP) nesta fase do ciclo.

Isto ocorre porque o muco cervical age como uma bar

A ~ _.

reira mecanica na prevençao da ascençao de bactérias, e a per

da do muco durante o periodo menstrual provavelmente permite

a entrada de bactérias para o endométrio. (6).Adicionalmente,

o efeito bacteriostãtico do muco cervical estã aumentado du

rante a ovulação e diminuído por ocasião da menstruação. (42)

Outros microorganismos podem também disseminarem-se a partir

da cervice uterina para o interior do ütero durante a mens

truação, mas a associação entre o inicio da dor e a menstrua

ção estã menos evidente na presença destes microorganismos,

do que na presença do Gonococo. (6)

,No que tange a evolução, 74% das pacientes foram

submetidas ã.tratamento clínico antibiõticoterãpico, com rg

missão.do quadro posteriormente. Oito pacientes (8%) necessi

~ `

taram reinternaçao e dezoito (18%) foram submetidas a trata

mento cirúrgico.

A

A terapeutica da DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA (DIP),

afora alguns casos raros, graves, é predominantemente conser

vadora. Os antibiõticoterãpicos constituem a droga de elei

-

ç30¡ (34)

. A paciente pode ter uma massa pélvica dolorosa, que

se constitui.numa complicação de DOENÇA INFLAMATORIA PELVICA

.

(DIP) ou uma exacerbaçao de uma DOENÇA INFLAMATÕRIA PELVICA

(DIP) prévia crônica. Se apõs alguns dias de antibiõticotera

. . . (//

`

. .

pia endovenosa' , a massa persistir dolorosa e a aciente estl

. /\ :P

*“'

_

ver febril, uma cirurgia pélvica torna-se necessãria. (29)

_ O prbgnõstico de DOENÇA INFLAMATÕRIA PÉLVICA (DIP)

é bom. (39) Em 1.930 HOLZ (10) descreveu uma mortalidade de

(63)

63

advento da antíbiõticoterapia, as mortes tem sido documentada

somente em incidências ocasionais (39).Atua1mente, a morte

advinda de um quadro de salpingite ê geralmente compatívelcom

a ruptura de abscesso tubo-ovariano associado ã peritonite ge

neralizada. (18) (74).Estes dados estão de acordo com nosso

estudo onde 1% das pacientes evoluiu ã õbito, apõs ter sido

submetida ä cinco cirurgias subseqüentes, com o diagnóstico

de abscesso tubo¬ovaríano associado ã peritonite generaliza

da.

O tempo de internaçao variou entre dois e noventa e

dois dias, sendo que o pico de maior freqüência foi no perío

do compreendido entre o sexto e o dëcimo dia, sendo que 17%

das pacientes ficaram internadas por sete dias, período este

com maior destaque-

Segundo MIETTINEN e colaboaadohcó (15) o tempo më

dio de internação variou num intervalo de 9,1 Í 4,4 dias, da

do este concorde com nossos achados. Neste período as pacien

tes iniciam com.significante.melhora clínica. Tempo superior

ã este intervalo foi necessãrio nos casos de DOENÇA INFLAMATQ

(64)

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