,ffi (h FT çJ ,FT ,?+ Fl
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o â0 () LÀ ,J.i d Fl + C3 Fl LÍ d o -)DE EVORA I ESCOLA DE CIENCIAS SOCIAIS
MENTO DE PSICOLOGIA
EU CONSIGO!
EI\{TRE
CAPITAL PSICOLÓGICO
T}EEIUPREGO
oana
Rita
Pego
Malaquias
f.
Doutor Miguel
Pereira Lopr
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Fl E A l-l U trt tV Fi F-( 7, t.l â v r{ (-)" J rc t4 lúiã
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rh \./ l-(a
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v TJ l-) F:ílMestrado em
Psicologia
Área de especialização: Psicologia do Trabalho e das Organizações
UE.
Sim eu
consigol A
relação entre GapitalPsicológico
e a Procura de Emprego ResumoO
trabalho apresentadonesta tese, tem
como objectivo responderà
questão deperceber se existe relação entre o capital psicológico positivo e a procura de emprego.
Realizamos
um
estudo longitudinalque
decorreuao
longode
cinco
meses paraencontrarmos possíveis respostas
à
questão
levantada,em
que
aplicamos umquestionário onde analisámos
as
diversas características psicológicas positivas quecompóem
o
Capital
PsicológicoPositivo
(auto-eficácia; optimismo; esperança eresiliência),
o
questionáriofoi
aplicadoa
82
indivíduosà
procurade
emprego, dosquais
20 foram
admitidos.O
que
o
nosso estudo concluiufoi que
a
auto-eficáciamediada pelo factor resiliência tem uma importância vital no processo de selecção, ou
seja, os candidatos com maior percepção de auto-eficácia foram aqueles que foram
admitidos.
Estes
resultados mostramque
as
organizaçõesvalorizam
candidatosconfiantes em si e nas suas capacidades, naquilo que sabem fazer. No final do estudo
apresentamos algumas investigações futuras sobre este tema.
Palavras-chave:
Capitat Psicológico Positivo, Procurade
emprego, Auto-eficácía, Resiliência, Optimismo, EsperançaYes, I can! The relation between
Psychologicatcapitaland
Jobsearch
Abstract
The work
reportedin this thesis
addressesthe
research questionof
how
positivepsychological capital related with job search. We developed
a
longitudinal study for fivemonths to find possible answers to this questÍon, we use a questionnaire Ín whÍch we
analyze the positive psychologica! components
of
positive psychologicat capital(selÍ-efficacy, optimism, hope and resilience), this questionnaire was apptied to 82 persons
looking for a job, of this 20 were admitted. Our work shows that self-efficacy mediated
by
resilience hasa
vital importancein
the selection process, thisfact
point that thecandidates
with
a
better perceived self-efficacy werethe
chosen.This
results alsopoints for the fact the organizations prefer candidates confidantes on themselves and
on
their
capabilities,in
what they
know
to
do.
At the
end
we
present
futureinvestigations about this theme.
Key-words: Positive
PsychologicalCapital,
Job
search,
Self-efficacy, Resilience,Agradecimentos
Esta tese é dedicada a todos aqueles que sempre acreditaram em mim, e que
nem
por um
segundo duvidaramque iria
conseguir chegaraté
aqui. Aqueles quenaqueles momentos
em que
ponhotudo em
causa,me
enchemde
pensamentospositivos, e me dão injecções de emoções positivas.
Primeiro agradecer ao Professor Miguel Pereira Lopes, que me apresentou o
mundo da Psicologia Positiva
e
do Capital Psicológico, pelo qual me interessei. Ouvirfalar destes temas
foi
uma lufadade
ar fresco, porque passar quatro anos sempre aouvir
falar
de
emoções negativas, encontrar alguémque
fala de
felicidade, deoptimismo
e
de
esperança,entre tantas
outras emoções positivasé
muito
bom.Agradecer ainda pela enorme paciência que teve comigo, porque
eu fui
uma alunamuito chata
e
sempre cheia de dúvidas e, tive muitas inseguranças ao longo de todoeste
período.A
nossa colaboraçãonem
sempre decorreuda
forma
maisfácil
econsistente, ambos sabemos disso, mas no final acabámos por encontrar um modo de
contornar as contrariedades até chegarmos aqui. Obrigada.
Agradeço também
à
Consultadoriae, a
todos
os
seus
colaboradores queaceitaram cooperar na realização deste trabalho, sem os quais nada disto tinha sido
possível. Tenho também que agradecer
a
confiança que depositaram em mim, poisderam-me acesso
à
maioriados
processosde
recrutamento,em que
estavam atrabalhar. Agradeço
também
aos
candidatosque
lá se
dirigiam para
encontraremprego, e se disponibilizavam para responder ao meu questionário, muito obrigada.
Tenho ainda que agradecer às minhas pessoas, aqueles que estiveram e estão
sempre lá para mim, no melhor
e no
pior. Começar pelos paise
avó, pela paciênciaque tiveram
comigoao
longodeste
período, pelo tempoque
os
priveida
minhapresença para dar esse tempo à tese. E eles perceberam e aceitaram, e
encorajaram-me naqueles dias em que eu desacreditava tudo aquilo que tinha feito, em que eu
dizia que nada fazia sentido e eles deram-me força. Mas este agradecimento não é só pela tese é por todo o apoio que me deram desde o início, desde a escola primária até
hoje.
A
Ti, que ésa
mais positiva das minhas pessoas, que sempre acreditaste emmim que nem por um segundo pensaste que não ia conseguir. Tu que tens sempre um
soniso
para medar
nos meus piores momentos,tu
quete
interessas por aprendernos dias
de
maior frustração.Tu que me
ensinastanta
coisa,entre elas
a
maisimportante que é ser positiva e acreditar em mim. obrigada por tudor
À
Inês, comquem
passei estes5
anos. Passámos este processojuntas,
osdias de cansaço extremo, os risos, as frustrações, as dúvidas que tirámos uma com a
outra, tudo o que este processo envolve. Mas este agradecimento não se resume a
trabalho, ela é aquela pessoa que me grita quando eu duvido de mim, ela acredita em
mim. Nunca duvidou que eu conseguisse chegar aqui, do mesmo modo que eu nunca
duvidei que ela ia conseguir. Por tudo isso, obrigada!
Não me posso esquecer das minhas cúmplíces, as minhas Amigas (sim com A
maíÚsculo), Ângela
e
Raquel.As
mais
extraordinárias colegasde
casaque
podiadesejar. Elas são mulheres da ciência, acreditam nos factos, naquilo que é objectivo,
são as que ao longo destes meses
se
riramdo
meu ar alucinado por passar horas,dias sem largar o computador. Mas não partilhámos apenas estes meses, partilhámos
estes
5
anos e transmitiram-me apenas emoções positivas, estiveram lá em todos osmomentos,
por isso não
podias deixarde fazer
partedeste.
Foramelas que
melevaram
a
Praga durante4
diasno
meio da elaboração desta tese, foramelas
quedurante esses dias me fizeram esquecer do trabalho. obrigada miúdas!
Por fim quero agradecer a todos os que não têm
o
nome aqui explícito, masque sabem quem são. Obrigada por todas as emoções positivas que me transmitiram
INDICE Lista de
Tabelas
...V111 Indice Lista de Figuras lntrodução Capítulo 4: Metodologia... ...v
...v11 ,...1Gapitulo 2: Enquadramento Teórico Capital Humano Gapital Psicológico Positivo Métodos de Selecção... Capítulo 3: Hipóteses em estudo...
.2
.5
.6
Capitalsocial
... 11 PsicologiaPositiva
... 15 21 30 33 35 36 37Procedimento...
....39Instrumento
... 41Medidas...
...43 Capítulo 5:Resultados...
... 51Capítulo 6: Discussâo dos
Resultados
... SsDiscussão.
... 56Capítulo 7: Conclusão, Limitações e Estudos
Futuros
...67Lista de Figuras
Figura 1: Distribuição da amostra segundo o
género...
... 37Lista de Tabelas
Tabela 1: Distribuição da amostra segundo a
idade
... 38Tabela 2: Distribuição da amostra segundo os anos de
escolaridade
...38Tabela 3: Análise Factorial da variável Esperança... .,,...,.,...44
... 53
Tabela 4: Análise Factorial da variável
Optimismo...
....45Tabela 5:Análise Factoríalda variável
Resiliência...
....47Tabela 6: Análise Factorialda
variávelAuto-eficácia...
...50Tabela 7: Comparação de médias entre sujeitos admitidos e não admitidos ...52
Tabela 8: Regressão Logística Bivariada de análise dos vários componentes
psicológicos positivos
Tabela 9: Regressão Logística Bivariada para testar o efeito de mediação do factor
Sim eu consigo!
-
Relação entre Capital Psicol@ico e Procun de EmpregoGapítulo
í
Sim eu consigo!- Relação entre Capital Psicologico e Procura de Emprego
lntrodução
Ao
longodo tempo
a
psicologia positiva semprefoi
estudadae
vista
comoinovadora no campo da Psicologia, pois ao invés de se centrar nas emoções negativas
dos
indivíduos, cêntra-senas
emoções positivas (Marujo, Neto, Caetano&
Rivero,2007). Contudo,
só
recentementetem ganho
importânciano que se refere
à
suaaplicação
na
área
das
organizaçõese
locais
de
trabalho,o
que
já
conduziu aosurgimento de novos conceitos como
o
Positive Organizational Scholarshtp (POS), oComportamento Organizacional (POB)
e a
Gestão
Positivade
Capital Psicológico(Marujo, Neto, Caetano & Rivero,2007).
Assim, verifica-se que
as
raízesdo
capital psicológico positivose
encontramassentes na Psicologia positiva, que não dá ênfase ao que de negativo os indivíduos
apresentam
e, que por seu
lado, passoua
interessar-se sobreo
lado positivo dosindivíduos, aquilo que
de
melhoras
pessoas têm, ou seja, deixouo
lado doente delado e fixou-se no lado saudável dos indivíduos.
Nos tempos que correm, em que cada
vez
mais as organizações atravessamdificuldades financeiras, em que cada vez mais a estabilidade dos colaboradores está
ameaçada. Em que
a
sociedade se encontra livre do tradicional capitalismo coercivo,onde os colaboradores das organizações são vistos não apenas como capital humano
mas
tambémcapital
intelectuale
psicológico, torna-secada vez mais
importanteperceber
de que modo as
emoções afectamo
comportamento organizacional doscolaboradores. Devido ao cenário actual no mundo organizacional parece difícil que os
indivíduos possuam emoções positivas relativamente ao trabalho,
e
relativamente àconquista do emprego pretendido. No entanto, o capital psicológico positivo, isto é, as
emoções positivas
dos
indivíduos,tem sido um
tema
cada mais
investigado, sobretudo, a sua influência nas organizações.Depois de tudo o que foi dito, parece surgir como pertinente verificar se existe
correlação entre o capital psicológico positivo e o facto de se ser ou não seleccionado
num processo de emprego. Este estudo
foi
então desenvolvido para dar resposta aessa hipótese, apresenta um factor inovador pois aquilo que pretende perceber não é
a
influência queo
capita! psicológico positivotem
sobrea
organização, massim
ainfluência que
o
capital psicológico positivotem
sobreo
próprio indivíduoe
sobre asua procura de emprego.
Esta hipótese
foi
testada atravésde
um estudo longitudinal, que decorreu aolongo
de
algunsmeses,
e
em que foram
acompanhados diversos processos deSim eu consigo!- Relação entre Capital Psicológico e Procura de Emprego
avaliado o Capital Psicológico Positivo de todos os candidatos à função através de um
questionário criado pelo Professor Migue! Lopes, que mede as quatro componentes do
Gapital Psicológico Positivo
-
auto-eficácia; optimismo; esperançae
resiliência-através de quatro escalas, para cada uma das componentes.
Devido
ao tipo de
investigação levadaa
caboa
amostra conseguida não émuito numerosa (82 sujeitos),
as
razões paratal
se verificar serão explicadas maisadiante neste trabalho.
A
investigação aqui apresentada parece-nos ser importantee
fazer sentido,uma vez que pelos estudos analisados sobre esta temática, parece-nos existir uma
lacuna na investigação sobre
o
assunto Capital Psicológico Positivo quese
debrucesobre
o
indivíduo,assim
o
estudo aqui
apresentado podetrazer
um
importante contributo para esta área de investigação.Apesar de existirem cada vez mais investigações no âmbito tanto da psicologia
positiva como
do
Capital
PsicológicoPositivo
no
âmbito
organizacional, estesdebruçam-se sobre o funcionamento organizacional, e sobre a influência que este tipo
de capital tem na liderança.
Ao
longo da pesquisarealizada para a elaboração destainvestigação, não foi encontrada nenhum estudo que se debruçasse sobre o indivíduo
e sobre a importância do capital psicológico na selecção de colaboradores. E o modo
como
o
Capital Psicológico Positivo pode influenciar ou não, essa selecção, ou seja,se
sujeitoscom
um
nível mais
elevadode
componentesdo
Capital
PsicológicoPositivo são, preferencialmente, seleccionados ao invés de sujeitos com baixos níveis dessas componentes.
Esta investigação pode ser útil não apenas para o desenvolvimento do estudo
do
Capital Psicológico mas também parao
mundo organizacional, para gestores etécnicos
de
recursos humanos. Pois, actualmente,os
colaboradoressão
cada vezmais importantes para as organizações, e dado o cenário de crise pelo qual estamos a
passar, em que
o
desemprego apresenta valores muito pessimistas, parecem existircada vez menos pessoas positivas quando procuram emprego.
Tendo
em
contaesta
crença, consideramosser
importante perceberse
osindivíduos
mais
positivos, conseguem
ser
seleccionados
num
processo
derecrutamento
e
selecção do que indivíduos mais negativos. Consideramos que estainvestigação pode deste modo contribuir para melhor compreender
a
importância docapital psicológico nas organizações, mas sobretudo
a
importância deste na procurade emprego
e
no facto dese
ser seleccionado num processode
recrutamento. PoisSim eu consigo!- Relação entre CapitalPsicologico e Procura de Emprego
Podemos
então
considerar
que
os
principais objectivos
da
presenteinvestigação são essencialmente dois, identificar quais as características psicológicas
positivas
que
influenciamos
indivíduosa
serem
seleccionadosnum
processo derecrutamento
e
selecção e de uma forma mais abrangente identificar se os indivíduosmais
positivos conseguemser
seleccionadosnum
processode
recrutamento maisSim eu consigo!
-
Relação entre Capital Psicológico e Procura de EmpregoGapítulo 2
Sim eu consigo!- Relação entre CapitalPsicológico e Procura de Emprego
Capital Humano
O
valor
das
organizaçõesestá,
actualmente,a
sofrer uma
mudança deperspectiva. Na visão tradicional,
o
valor da organização era visto tendo em conta oresultado produzido, isto é, quanto mais fosse produzido melhor para
a
organização.No entanto, nos anos mais
recentesessa
situação alterou-see
as
organizaçõespassaram
a
centrar-se em fixar custoso
mais possível, porisso
passarama
olharmais para
as
pessoas do que parao
que produziam, ou seja, começoua
ser dadamaior importâncía ao capital humano (Larson e Luthans, 2006).
A
Teoria
do
Capital
Humano
sugere
que
a
educação,
formação
edesenvolvimento e outros conhecimentos têm um impacto positivo na produtividade e
salários.
A
teoria distingue entre formaçãono
local de trabalhoque
inclui formaçãogeral sobre
a
organização e formação específica sobre a organização. Esta ideia temimplicações directas
no
desenvolvimentode
recursos humanos (Zula&
Chermack,2007).
Contudo
a
ideia sobreo
Capital Humano, nãoé
recente, iniciou-seem
1776com
a
ediçãode
The
Wealthof
Nationsde
A.
Smith. Estes pensamentos iniciaisseriam mais tarde formulados na ciência do capital humano (Fitzsimons, 1999, cit. por
Zula
&
Chermack, 2OO7). Smith postulou duas premissas na sua obra The Wealthof
NaÍrons, que se tornaram nos princípios para todos os enquadramentos futuros sobre
capital humano. Esses dois componentes principais foram:
1. As
entradas
laborais
não
são
meramente quantitativas.
Estasquantitativamente incluem as capacidades adquiridas
e
úteis de todos oshabitantes ou membros da sociedade. Bem como o estado da capacidade,
destreza e contracto de trabalho com o qualé aplicado.
2.
Capacidades adquiridas atravésda
educação, estudoe
aprendizagem,estas
têm
sempreum custo
realque
é
gasto,que
é
um capitalfixo
epercebido (Sweetland, 1996, cit. por Zula & Chermack, 2007).
Apesar
da
ideiade capital
humanoter
surgido muitocedo,
só
mais
tardepassou a ser olhado como um conceito mais sério e que devia ser tido em conta pelas
organizações. Gary Becker foi um dos primeiros investigadores a olhar para esta ideia
e estudá-la enquanto conceito cientÍfico. Para Becker (1962) o capital humano
refere-se
ao
conhecimentoe
capacidadesdos
indivíduos obtidas atravésda
educação,formação e experiência. A visão defendida por Becker é, em tudo, idêntica à definição
Sim eu consigo!
-
Relação entre Capital PsicolÓgico e Procura de Empregocapacidades que os indivíduos adquirem através da educação e formação como forma de capital, capital esse produto de investimento deliberado que cede retomo.
Becker (1964) iniciou
a
sua
investigação sobre capital humanode
forma adeterminar as diferenças no retorno dos licenciados nos Estados Unidos. De acordo
com
o
autor,
educação,cursos
de
formação, cuidados médicose
leituras paramelhoramento pessoal, todos estes aspectos são considerados capital, para Becker
melhorar
a
saúde, elevara
educação ou juntar a apreciação de literaturaà
sua vidasão investimentos no capita!, ou seja, no capital humano.
Num artigo de Teresa Carla Oliveira e Stuart Holland (2007)
é
defendida umaideia que
contrastacom
a
de
Gary
Becker.Os autores
defendemque
o
capital intelectual é uma nova forma de conhecimênto, capacidades e experiência ao invés de um novo conceito baseado somente no conhecimento formal. Becker na sua definiçãode
capital
humano,
também preferiu
não
incluir
o
conhecimento
informal, competências ou experiência o que, na opinião dos autores, é limitado.Não incluir o conhecimento informal, competências e experiências no conceito
de
capital humanoé
limitá-to, uma vez queo
conhecimento nãose
limita apenas àeducação formal. Capital Humano deve incluir em
si
o
conhecimento informal, poisesse conhecimento
faz
parte dos colaboradores das organizações,e
estes não vãoabandonar
esse
conhecimento, umavez
que, enquanto colaboradores nãose
vãorestringir apenas
ao
que
sabem
e
aprenderamde
modo
formal,
vão
aplicaraprendizagens que fizeram fora do ambiente académico, experiências que adquiriram
ao longo da sua vida.
Tudo
o
que
foi
dito
anteriormenteé
comprovadopor alguns
autores quedefendem que o capital humano, bem como o intelectual possuem falhas ao identificar ou medir o conhecimento tácito e implícito o que aumenta o seu reconhecimento como chave para a vantagem competitiva das organiza@es (Oliveira & Holland, 2OO7).
Os
indivíduos possuem
muito mais
conhecimentosdo
que
apenas
oconhecimento
formal,
possuem conhecimentos adquiridosna sua vida
diária, emviagens
que
realizaram, experiênciasque
adquiriram noutras organizaçõesem
quecolaboraram
e
todos esses conhecimentos fazem parte dos indivíduose
podem serimportantes
para
a
organização. Daíque,
muitos autores defendamque
o
capita!humano seja um dos mais valiosos recursos das organizações nos dias de hoje, uma
vez que
é
algo que não pode ser imitado por outra organização,já
que os indivíduossão seres únicos. O que torna os indivíduos únicos e tão valiosos para as empresas
sim eu consigo!- Relação entre capital Psicotogico e procura de Emprego
toda
essa
experiênciaque
é
inimitável.Que
pode tornar
um
colaborador maisimportante que outro.
Pode então
dizer-seque
passoua
ser
dada
uma maior
importância aoscolaboradores, às pessoas, ou seja, ao capital humano. Este crescente de importância
ficou a dever-se ao facto de se ter percebido que este é essencial na vantagem que as
organizações podem
ter sobre
a
concorrência, poiso
perfilda
forçade
trabalho éúnico e não pode ser copiado por nenhuma outra organização, ou seja, a essência do
capital humano é impossível de ser copiada, (Larson e Luthans, 2006).
O capital humano ganhou maior importância, no que à economia diz respeito, a
partir da década de 80, pois embora o capital humano tivesse uma longa história só a
partir dos
anos80 se
passoua
tazerum
maior esforçopara
o
integrarna
teoriaeconómica. Esta situação
ficou a
dever-seà
maior preocupação, que surgiu com ocrescimento económico, e a distribuição de riqueza. Por um lado estava a melhoria do
nível
de
especialização dos colaboradores,o
aumentodas
habilÍtaçõese
um maiorconjunto
de
conhecimentos. Todos estes factores são encarados, ainda hoje, comofactores importantes para o crescimento económico (Lima, lgg0).
O
capital humano contribuiue
contribui, destaforma, para
uma vantagemcompetitiva firme
e
sustentável,até ser
heterogéneoe
imóvel. Para alcançar estescritérios o capital humano deve possuir quatro características essenciais, valioso; raro,
difícil de ser imitado e dÍfícil de ser substituído (Sturman, Walsh & Cheramie, 2008).
No entanto,
já
anteriormente uma análise levada a cabo por Becker, Murphy eTamura (1990) falava da importância do capital humano no crescímento económico e
também
na
fertilidade.
Esta
análise defende
que
quando
o
capÍtal humano
éabundante as taxas de retorno em capital humano são elevadas, relativamente a taxas
de
retorno em crianças. No entanto, quando existe escassezno
capital humano astaxas de
retomoem
capital humano são baixas, relativamentea
taxasde
crianças.Como
resultado, sociedades
com
capital humano limitado optam
por
famíliasnumerosas
e
investem pouco em cada membro, as sociedades com capital humanoabundante fazem
o
oposto. Esta situação permitiu afirmar que existem dois estados,um
que
possui famÍlias numerosase
pouco capital humano,e
outro que
possuifamÍlias pequenas e, possivelmente, crescente capital humano e físico.
Por outro lado,
Pfeffer(1995)
defendeu desdemuito cedo que
o
sucessocompetitivo
é
alcançado atravésdas
pessoase
relaciona-se, principalmente, com oalterar do modo de como é vista e pensada a força de trabatho e a relação laboral. O
Sim eu consigo!- Relação entre Capital Psicologico e Procura de Emprego
preferível que estas não sejam substituídas nem o sêu centro de actividade deve ser
limitado. Este modo de olhar para as pessoas tem como impticação olhar para a força
de trabalho como uma fonte de vantagem estratégica
e
não apenas como um custoque deve ser minimizado ou evitado, as organizações que possuem esta perspectiva,
muitas vezes conseguem trabalhar melhor e conseguem mesmo superar com sucesso
as suas rivais.
Luthans e Youssef (2004) pegaram na ideia
de
Pfeffere
defenderam que naeconomia actual, os executivos que acreditam na importância dos recursos humanos
necessitam
de
conseguir,de
forma
objectivae
clara,
mostrarcomo
investir nosrecursos humanos pode ser medido, desenvolvido e conduzir
a
um retorno desejável.Por outras palavras o que os autores defendem é que, um investimento alternativo em
recursos humanos pode ser capitalizado como uma fonte
de
vantagem competitiva,não apenas em termos de rentabilidade a curto pÍazo, mas também a longo prazo de
sobrevivência e crescimento.
Percebeu-se
que os
recursos humanos nãosão
apenas maisum
custo defazer negócios, são sim um activo indispensável
e
um investimento que necessita deser eficazmente gerido para
que
possam produziro
elevado retorno das vantagenscompetitivas sustentáveis. No entanto, veriflca-se que apesar de estar a ser dada uma
maior
importância
ao
capital humano,
ainda Se
investe pouco
nele pois
asorganizações
ainda
têm
como cultura
minimizartodo
o
investimentoque
sejaencarado
como
um
custo.Todas
as
organizações,até
mesmo
aquelasque
nopassado fizeram investimentos significativos no capital humano, enfrentam pressões
para cortarem nesses investimentos para que
a
curto prazo alcancem aumentos delucros (Bassi & McMuner, 2008).
Pelo que
foi
afirmadoa
cima podemos verificar que, apesar das trivialidadesdos discursos
e do
relatório anualdo
Chefe Executivoda
organização dizerem "asnossas pessoas
são
o
nossomais
importante activo",tanto
a
estratégia como asdecisões do dia-a-dia continuam a ser baseadas sobre o risco-retomo das avaliações
financeiras.
Apesar do que tem vindo
a
ser afirmado, o capital humano tem vindo a ter umaumento
de
importância do capital nas organizações. Dessa forma, surgiua
gestãodesse
capital,esta
passoua
ser
aceite não
apenaspelos
académicose
pelosgestores
de
recursos humanos, mas também tem ganho importância para ajudar acompreender
as
relações entre colaboradorese
organizações. Como
ênfase postosim eu consigo!- Relação entre capital psicotqico e procura de Emprego
o
desempenhoe
os
resultados atitudinais estãoa
começara
ser
demonstrados ereconhecidos (Larson e Luthans, 2006).
A
análisedo
capital humanotem
implicaçõesque
ultrapassamo
campo dagestão dos recursos humanos, é também importante para o trabalho dos analistas de
investimentos.
A
análise
do
capital humano parece
ser
importantepara
estesanalistas, uma vez que tanto eles como os seus clientes, e até a sua indústria podem
colher benefícios
do uso da
análisedo
capítat humano, juntamente, coma
análisefinanceira.
Tendo como objectivo
realizar recomendaçõesde
investimento maistransparentes, no entanto, tal análise não se pode resumir apenas à análise qualitativa
do capital humano. Esta deve ser complementada peta análise financeira quantitativa
tradicional, deste modo
é
necessário que seja realizada uma abordagem integrativatendo como propÓsito
a
realizaçâo de recomendações transparentes de investimentos(Royal & O' Donnell, 2005).
Percebe-se
no
entanto
que
este
é
apenas
o
ponto
de
partida
paracompreender as relações entre empregadores e colaboradores, pois apesar da muita
investigação
já
realizadae
de
o
capital humano serjá
aceite como importante nagestão de recursos humanos, mas para além deste o capitat social tem vindo também
Sm eu consigo!
-
Relação entrc Capital PsicolÓgico e Procura de EmpregoCapital Social
O capital social é visto como sendo uma extensão do capita! humano, contudo
o
capitalsocial
recebeuma maior
atençãono que
concemeà
sua
aplicação àsestratégias
e
capital
humanoe
intelectualdas
organizaçõese à
sua
vantagemorganizacional (Nahapiet & Ghoshal, 1998 cit. por Larson e Luthans, 2006).
O
termo capital social surgiu
inicialmenteem
investigações centradas naimportância
de
redes
fortes
de
relações pessoais,
que
são
desenvolvidas efortalecidas ao longo do tempo providenciando a base para a confiança, cooperação e
acçôes colectivas nas comunidades (Coleman 1988).
O
capital social, não constituiessa base por
si só,
mas sima
capacidadedo
indivíduo para alcançare
mobilizaressas competências (Portes, 1998). Pode ser ligado com as teorias sobre liderança
onde membros
do
grupo contribuemcom
um custo para eles própriose,
recebembenefícios com custos para o grupo ou outros membros.
A
interacção continua, poisos membros consideram
a
mudança social mutuamente gratificante (Bass, 1990 cit.por Envick, 2005).
Existem outras definições para este termo, Portes (1998) define capital social
como sendo a capacidade dos intervenientes para garantirem os benefícios através de
filiação noutras redes
ou
estruturas sociais. Por seu lado Larsone
Luthans, (2006)defendem que, capital social é o valor dos relacionamentos entre indivíduos e o valor
das redes em que os indivíduos são incluídos e desenvolvem ao longo do tempo.
O conceito foitambém aplicado desde o início para elucidar um grande nÚmero
de fenómenos sociais, contudo os investigadores passaram a focar a sua atenção no
papel do capital social como uma influência não apenas no desenvolvimento do capital humano (Coleman, 1988).
Mais tarde Nahapiet
e
Ghoshal (1998) definiram capital socia! comoa
somados recursos actuais, e futuros obtidos através das redes de relações obtidas por uma
unidade individual ou social.
O centro da investigação sobre o capital social é
a
boa-vontade que os outrostêm
perante nós, estaé
uma fonte valiosa.Por
boa-vontade entende-se simpatia,confiança
e
perdão oferecida pelos nossos amigose
colegas. Sea
boa-vontadeé
onúcleo
do
capital social,o
seu efeitoflui da
informação, influênciae
solidariedadepossibilitadas por essa boa-vontade, estes benefícios são acompanhados por custos e
riscos (Adler & Known, 2002)'.
sim eu consigo!- Relação entre capital psicológico e procura de Emprego
as redes sociais que um indivíduo cria, o capital social pode ter outras formas, contudo
cada uma dessas formas
tem em
comumduas
características essenciais, formamalgum aspecto
da
estrutura sociale
facilitamas
acções dos indivíduos inseridos naestrutura
(coleman,
1990cit. por
Nahapiete
Ghoshal,lggg).
como
se
pode verapesar de os investigadores terem recorrido ao conceito de capital socia! para olharem
para
o
desempenhonas
organizações,a
verdadeé
que este
conceito continuousempre ligado
ao
desenvolvimentodo
capital
humano. Exemplosdisso são,
asrelações sociais dentro da família
e
mesmona
comunidade que mostraramser
umimportante factor no desenvolvimento do capital humano (coleman, lggg).
A
fontedo
capital social residena
estrutura socialem
queo
indivíduo estáinserido. De
facto,
pode-se diferenciaro
capital socialde
outros génerosde
fontesatravés da dimensão específica da estrutura social, este tipo de capital
é
a
fonte aoalcance dos indivíduos que funciona da sua locatização na estrutura das suas relações
sociais. Podem-se distinguir três dimensões
de
estruturas sociais, cada uma viradapara diferentes tipos de relações:
1.
Relações de mercado, nas quais produtos e serviços são trocados por dinheiroou negociados;
2.
Relações hierárquicas,nas quais
a
obediênciaà
autoridadeé
trocado
porsegurança material e espiritual;
3.
Relações sociais, onde se trocam favores e presentes.É o
terceirotipo de
relações que constituia
dimensão fundamentalda
estruturasocial por de trás do capital social (Adler & Known, 2OO2).
Autores
defendemque
o
capital
socíalfacilita
a
criaçãode
um novo
capítalintelectual,
que
as
organizaçõescomo cenários
instítucionaissão favoráveis
aodesenvolvimento de elevados níveis de capital social e que é devido ao capital social
mais denso que
as
organizações com certos limites possuem uma vantagem sobremercados que estão a criar e a partilhar capital intelectual (Nahapiet & Ghoshal, lggg).
Portes (1998) através de uma análise de literatura chegou à conclusão de que
é
possível distinguir três funções básicas do capital social, que podemser
aplicadasem variados contextos. Assim
as
três funções aqui referenciadas são,o
factode
ocapital social funcionar como fonte de controlo social; como fonte de suporte famíliar e
por fim funciona como fonte de benefícios através das redes extra familiares.
O
capitalsocial
nãotêm
apenas benefícios, possui também consequênciasnegativas como o facto da exclusão de ouúsrUerg ou seja, pessoas exteriores
à
redeSim eu consigo!
-
Relação entre Capital Psicolqico e Procura de Empregoestes podem não gostar de todas as decisões da rede e podem surgir conflitos. O que
nos leva ao facto
de
poderemexistir
restriçõesàs
liberdades individuais,o
quesignifica
que
o
indivíduopode
sentir-se 'prisioneiro"da
redesocial em que
estáinserido,
e
esta
pode
não
tolerar
determinados comportamentospor
parte
dosindivíduos. Por fim o capital social pode conduzir a um baixar do nível das normas, isto
é, o facto de os indivíduos estarem inseridos numa rede social pode fazer com que as
suas normas sejam mais baixas do que as suas enquanto seres individuais, (Portes,
1ee8).
Apesar
da
sua adopção pelos cientistas sociaisde
diferentes disciplinas terconduzido
a
diferentes definiçõesque
chegaram mesmoa
criar
conflitos. Apesardestas definições conflituosas, alguns cientistas sociais argumentaram que ao capital
social faltam propriedades de capital,
e
que por essa razáo lhe devia ser dada outradefinição
que
nãoa
de
capital (Robinson, Schmidt&
Siles, 2000). Convém entãoperceber
o
quese
entende como capita!,os
economistas nasua
maioria definemcapital como sendo algo útil por si só na produção de outros bens
e
serviços. É algoconstruído pelo Homem, como uma instalação ou equipamento, criado para permitir o
aumento
da
produção no futuro (Smithson, 1982cit por
Robinson, Schmidt&
Siles,2000).
Autores
defendemtambém
que
as
definiçõesde
capital
social
são
tãoproblemáticas, porque
os
investigadores introduzem conceitos nas várias definiçõesque não deveriam ser considerados, na definição de capital social. E que a introdução
desses conceitos pode levar a que capital socia! seja confundido com outros tipos de
capital.
Contudo, existe uma diferença importante entre capital social
e
outras formasde capital, essa diferença é o facto de que o capital socia! existe numa relação social.
O que em contraste, por exemplo, com o capital humano é uma diferença significativa
uma vez que este pode residir apenas num individuo sozinho (Robinson, Schmidt &
Siles,
2000).
O
que não quer dizer,
comojá
vimos
anteriormente,que
o
capitalhumano não seja uma criação colectiva.
Até o
capital físicoé
em grande parte umconjunto de fenómenos
§eblen,
1908 cit por Robinson, Schmidt & Siles, 2000). Pois,tanto
o
capital físico comoo
humanosão
criadosem
organizações formais comouniversidades, governos e associações informais onde as visões e conhecimentos são
formados e transferidos (O'Hara 1998 cit. por Robinson, Schmidt & Siles, 2000).
Os investigadores não se limitaram a olhar para a importância do capital social
Sim eu consigo!
-
Relação entre CapitalPsicológico e Procura de Empregoalguns
autores queremfazer
crer. Mais tarde
passarama
olhar também para
aimportância do capital social no desempenho das organizações (Baker, 1990 cit. por
NahapÍet
&
Ghoshal, 1998). Aquia
perspectiva do capital social é então baseada navalorização e gestão de recursos humanos abarcando uma diversidade de disciplinas
e
relacionadacom
outrasformas
de
capita!num
diferente númerode
aspectos.Nenhum
indivíduo possuidireitos
exclusivossobre
o
capital social, quando
umindivíduo
se
retirada
relação estabelecida, não só terminaa
relação comoo
própriocapital social se dissolve (Adler & Kwon, 2002).
Com o que foi afirmado até aqui, é natural que alguém se levante e argumente
que qualquer tipo de capital que possa desaparecer gera uma preocupação e um risco
para possíveis investímentos. Apesar de todas as preocupações, recentemente surgiu
no âmbito da psicologia positíva o conceito de capital psicológico positivo, que parece
oferecer uma nova abordagem de modo a minimizar o risco inerente ao capital social.
Ao
mesmo tempo quetem
potencial para aumentara
durabilidadedo
conjunto doSim eu consigo!- Relação entre Capital Psicolqico e Procura de Emprego
Psicologia
PositivaA
Psicologia Positiva
tevê,
recentemente,um
florescimento observável.Olhando para
todos
os
métodos eficazes
utilizadosno
avanço
da
ciência
dasdesordens psicológicas,
os
psicólogos positivos por seu lado decidiram focar-se nasaúde mental e bem-estar (Seligman, Steen, Park & Peterson, 2005).
No
ano 2000, Seligmane
Mihály Csikszentmihályi publicaramum
manifestopara
o
novo século, onde sugeriam uma reorientação revolucionáriado
campo dapsicologia, que constituísse o florescimento dos indivíduos como objecto principal do
estudo científico e intervenção profissional (Becker & Marecek, 2008).
Florescer significa
viver com
uma óptima médiade
funcionamento humano,onde
se
incluia
genética,o
crescimentoe
resiliência. Esta definição constrói umcaminho no trabalho
que
medea
saúde mentalde
modo positlvo, emvez de
pelaausência
de
doença mental (Keyes, 2OO2cit.
in
Fredrickson&
Losada, 2005). Oflorescimento contrasta não
só
como
patológico mas tambémcom
uma desordemintermédia no contínuo da saúde mental, experienciado por pessoas que dizem
sentir-se vazias (Fredrickson & Losada, 2005).
Ao
longodo
tempo,as
pessoas vivenciam emoçõese
estadosde
espíritoagradáveis
e
desagradáveis.A
textura afectivada vida de uma
pessoa pode serrepresentada
pela
sua
proporção
de
sentimentos agradáveis
e
sentimentosdesagradáveis para os outros ao longo do tempo. lnvestigações anteriores mostraram
que esta proporção prevê
o
bem-estar subjectivo (Diener, 2000cit. in
Fredrickson &Losada,2005).
No entanto já anteriormente através dos trabalhos de Rogers, Maslow, Erikson,
Vaillant,
Ryffe
Singer,entre
muitos outros,os
psicólogos positivos melhoraram onosso conhecimento de como, porquê e sob que circunstancias as emoções positivas,
ou de carácter positivo mais facilmente surgem (Vaillant, 2000 cit por Seligman, Steen,
Park
&
Peterson,2005). Pelos nomes
referenciadospode-se afirmar
que
ospsicólogos positivos
muitas vezes
compararamo
seu
movimentocom
os
seusantecedentes, os psicólogos humanistas (Becker & Marecek, 2008).
Apesar do carácter inovador da psicologia positiva, e de os psicólogos positivos
falarem muito acerca
dos
seus
antecessoresserem psicólogos
humanistas, apsicologia positiva muitas vezes
é
comparada com movimentos ainda mais antigos,que se centravam no individualismo
e
na ética do ajustamento, exemplos disso são aSim eu consigo!- Relação entre Capital Psicologico e Procura de Emprego
mental muito influente no inicio do século XX (Becker & Marecek, 2008).
O
movimento denominado
"cura
da
mente"
dá
ênfase
ao
podertransformacional do pensamento (Anker, 1999 cit. por Becker
&
Marecek, 2008). Porseu
lado
a
higiene mental,
tal
como
a
psicologia positiva, afigura-secomo
ummovimento
que
recorre
a
métodos científicos
para
determinar
as
condiçõesnecessárias para criar indivíduos produtivos, satisfeitos e bem adaptados.
Os
psicólogos positivos, contudo não afirmamter
inventadoa
boavida
outerem-na conduzido
na
sua
investigaçãocientífica,
o
termo
psicologia positivaencontra-se unido aquilo
de
quefoi
afastado, diferentes linhas de teoriae
pesquisaremem sobre
o
que
faz
a
vida valer
a
penaser
vividae
não
apenassobre
aspatologias mentais (Peterson & Park, 2003 cit. por Seligman, Steen, Park & Peterson,
2005).
Uma das teorias que melhor estuda e explica as emoções positivas
é
a teorÍabroaden-and-build,
ou
teoriado
alargamentoe
construção, que descrevea
forma efunção de divisão de emoções positivas, incluindo alegria, interesse, contentamento e
amor.
O
esquema chaveé
que estas emoções positivas aumentamo
reportório depensamento-acção
momentâneo
do
indivíduo (Fredrickson, 2004).
Esta
teoriasuportada
em
dados empíricos, defende queao
invésde
ajudaremos
indivíduos aresolverem problemas
de
perigo eminente comoe
feito pelas emoções negativas, asemoções positivas por
seu
lado ajudama
solucionar problemas relacionados com ocrescimento
e
desenvolvimento pessoal.O
seu carácter adaptativo nãoé
imedíato,mas
a
experiênciade
estados emocionais positivos levaao
surgimentode
estadosmentais
de
comportamentos positivos, que preparamas
pessoas paraas
situaçõesdifíceis que irão enfrentar no futuro. Para
a
autora, as emoções positivas alargam oestado mental
momentâneodos
indivíduos,e,
desse modo, ajudam
a
construirrecursos pessoais duradouros (Fredrickson, 2003).
Fredrickson (2004) contrastou este novo modelo com
os
modelos tradicionaisbaseados em tendências de acção específicas, estas descrevem a forma e função das
emoções negativas
e
devemser
mantidaspara
modelos dessetipo
de
emoções.Apesar
desta
situação,os
psicólogos positivossão
vistos
como
"happiologists",contudo
estes têm dado muita
atençãoa
discussões sobre valores, qualidades ecarácter, e não apenas sobre a felicidade e bem-estar (Becker & Marecek, 2008).
Especialistas
em
psicologia sempre assumirama
autoridadepara dizer
averdade acerca
da
condição humana. Por todas essas razões, quando
algunsSim eu consigo!- Relação entre Capital Psicologico e Procura de Emprego
florescimento humano
-
felicidade, optimismo, caráctere
força
-
levantou-se aquestão
de
acordo com que sistemade
avaliação, tendo em conta aquiloa
que serefere, é que essas verdades poderiam surgir (Becker & Marecek, 2008).
Tendo em conta todas as emoções positivas, alguns investigadores defendem
que estas promovem
a
longevidade,este
aumentoda
longevidade pode-se ficar adever
ao facto de as
emoçôes positivas fazeremmais do que,
simplesmente, osindivíduos sentirem-se bem
no
presente.O
efeito mais abrangente sugere que asemoçóes positivas podem reduzir problemas fisiológicos
no
sistema cardiovascular,problemas esses sustentados pelo sentir emoções negativas. Mas outras pesquisas
sugerem tratar-se mais que isso, sugerem que as emoções positivas
a
probabilidadede o indivíduo se sentir bem no futuro.
Apesar
de
tudoo
quetem
sidodito, os
psicólogos positivosnão
defendemapenas a felicidade dos indivíduos, no entanto grande parte da investigação levada a
cabo, neste domínio, dá ênfase aos efeitos salutares
do
positivismo foram feitos emnome
da
psicologia positiva, alguns quefalam
pelo movimento defendem que estegénero
de
investigaçãosem
qualquertipo
de
nuancesou
ambiguidadeno
seudomínio, polariza a mensagem, reduzindo-a apenas a uma simples ideia: o positivismo
é
bome
bom para si; a negatividadeé
máe
má parasi.
Desta forma,os
psicólogospositivos não tratam
os
indivíduos como seres únicos, parecem defender que estaideia serve de igualforma para todos os indivíduos (Held, 2004).
Contudo, tendo em conta uma perspectiva comportamental clínica, a psicologia
positiva inclui uma capacidade individual para
o
comportamento efectivo constituídopor múltiplos ambientes físicos e sociais. lndivíduos que funcionam
de
modo positivoacedem
a
uma
variedade
de
consequências positivas enquanto
minimizamconsequências adversas para eles
e
paraos
outros. lndivíduos com funcionamentopositivo
não
magoam nemse
comportamde
modo intencionalpara
provocar naspessoas
que os
rodeiam consequências positivas.Os
analistasde
comportamentodefendem
que
o
funcionamento positivovai
para alémdo
indivíduo,um
ambientepositivo
é
igualmente necessário.
Um
ambiente
que
evoque
e
reforce
ocomportamento positivo
é
necessário para iniciare
manter uma experiencia humanaóptima ao longo do tempo (Follette, Linnerooth & Ruckstuhl, 2001).
Pode-se então
dizer que
a
psicologia positivaé
um termo que
engloba oestudo das emoções positivas, traços positivos da personalidade e instituiçôes quê os
permitem. As pesquisas sobre psicologia positiva tentam servir como complemento, e
Sim eu consigo!- Relação entre Capital Psicológico e Prrcura de Emprego
desordem.
O
objectivo principalé
possuirum
maiore
mais completo conhecimentocientÍfico
da
experiência humana.Os
investigadores acreditamque
uma
ciênciacompleta
e
uma
práticada
psicologia completadeve
incluirum
conhecimento dosofrimento bem como da felicidade, bem como da sua interacção (Seligman, Steen,
Park & Peterson, 2005).
Apesar
de
todas estas
características,são
apontados alguns
aspectosnegativos ao movimento da psicologia positiva. O lado negativo apontado à psicologia
positiva
é
apontado, sobretudo,aos
efeitos negativosda
mensagem separatista edominante
deste
movimento. Afirma-se aindaque
estelado
negativoé
construído,tendo em conta
a
negatividade que pode ser encontrada na psicologia positiva, nesteaspecto
os
autores referem-seàs
reacções negativasou
indiferentes,de
algumasvozes
acerca
da
mensagem dominante
do
movimento. Essas reacções
são, essencialmente:1.
Negatividade acercada
própria negatividade, queé
explorada como meio depesquisa na psicologia da saúde e estilos de coping;
2.
Negatividade sobreo
tipo
de
positivismo, conhecída como positivismo nãocientífico, sobretudo, aquele
que
Seligman defende encontrarna
psicologiahumanista (Held, 2004).
Esta
situação constitui
uma
posição
epistemológicaque
contribui
para
osproblemas reais
dos
psicólogos positivos. Desta forma, os autores defensores destateoria
da
negatividade apelamà
sabedoriade
\NilliamJames para
encontrar umsignificado mais positivo para
o
lado negativoda
psicologia positiva. Esta ideia podeser
vista comouma
mensagem não dominante mas integrativa que emerge com apsicologia positiva, mensagem compatível
com
as
reacçõesde alguns
psicólogoshumanistas à psicologia positiva (Held, 2004).
Apesar
deste
lado negativo, nãose
encontra muita investigação sobre estatemática, encontram-se
muitas
investigações
acerca
do
lado
positivo
destemovimento.
Uma
das
principaisfiguras
da
psicologia positivaé a
investigadoraBarbara Fredrikson, que em 2003 escreveu um artigo em que defende que ao longo
de
vários anos
tem
estudadoas
emoções positivas-
felicidade, contentamento,gratidão
e
amor-
enfatizandoo
seu significado adaptativo. Entreos
cientistas queestudam
as
emoções,esta
é
uma
especialização rara.O
estudodo
optimismo eemoções positivas
é
visto
por
muitos,
como
aqui
já
foi
provado, como
umainvestigação com pouco sentido, no entanto
as
últimas descobertas nesta área têmSim eu consigo!
-
Relação entre Capital Psicológico e Procura de EmpregoUma das razões
porqueexiste ainda pouca
investigação nestecampo,
eporque
este
movimentoé
descredibilizado deve-seao facto
de
que
as
emoçõespositivas, comparativamente, com
as
negativas são muito poucase
pouco diferentesentre
si.
Felicidade, divertimento, serenidade nãosão
facilmente distinguidas umasdas outras, por
seu lado, raiva, medo
e
tristeza são
encaradas como diferentesexperiências, e muito difíceis de serem confundidas (Fredrickson, 2003).
Fredrickson conduziu uma experiência na qual induzia determinadas emoções
nas
pessoas, atravésda
visualizaçãode
pequenos filmes.As
emoções induzidaseram: alegria, serenidade, medo
e
tristeza,cada uma das
emoçõesera
induzidaatravés
de
umfilme
diferente.Da
experienciafazia
ainda parte um filmeque
nãotransmitia qualquer
emoção. De
seguida acedia-seà
capacidadedos
indivíduospensarem
de
formageral,
utilizando processosde
visualizaçãogeral ou local
eramedido o que os sujeitos viam na imagem geral ou focando-se em detalhes. Utilizando
medidas semelhantes
para ambos
os
casos,
descobriu-seque
as
pessoas queexperienciavam emoções positivas, tendiam a escolher a imagem geral, o que sugere
um modo
de
pensar mais alargado. Esta tendência para promover uma abertura noreportório pensamento-acção está ligada com uma variedade de efeitos das emoções
positivas no pensamento (Fredrickson, 2003).
Tudo o que foi afirmado parece sugerir que é necessário desenvolver métodos
para experienciar um maior número de emoções positivas e de forma mais frequente.
Contudo,
a
utilizaçãode
humor, risos
e
outras
tentativasdirectas para
simularemoções positivas
são,
ocasionalmente pensadascomo
apropriadas,mas
muitasvezes são escolhas pobres, principalmente em tempos de tentativas.
Experiencias recentes
com
estudantes
universitários,sugerem
que
asemoções positivas devem ser cultivadas de forma indirecta através da descoberta de
significado positivo nas circunstâncias correntes do dia-a-dia. Este significado positivo
pode ser obtido através do encontrar benefícios nas adversidades, através da inclusão
de
acontecimentos correntescom
significadoe
atravésda
resolução efectiva deproblemas,
todos estes
sentimentossão
alcançadosatravés
do
crescimento edesenvolvimento dos indivíduos (Fredrickson, 2003).
John Milton
afirmou"A
menteé
o
único lugar, que por
si
só,
conseguetransformar o céu em inferno, e o inferno em céu", o movimento da psicologia positiva
Sim eu consigo!- Relação entre Capital Psicologico e Procura de Emprego
Como tem sido
notório,a
psicologia positiva interessa-sepelo
estudo dasemoções positivas, mas também
pela
influência que estastêm no
florescimento esucesso dos indivíduos.
Contudo, neste momento
ainda há
muito para aprendere
percebercom
oestudo
do
comportamento positivodos
índivíduos, ou seja,o
que
os torna pessoascom sucesso, como
florescemno
meio
do
caos, quais
as
capacidadesque
osindivíduos com sucesso possuem que lhes permitem voltar depois
de
um "recuo". Apsicologia positiva também
tem vindo
a
ser
aplicadaao
mundo organizacional. Nocampo do comportamento organizacional tem existido um desejo crescente para olhar
para
as
organizaçõesde
uma
perspectiva
mais
positiva,
que
reconhece
ascomponentes positivas das organizações (Larson, n/d).
Esta nova
abordagem organizacionalé
em tudo
semelhanteà
psicologiapositiva defendida por Seligman.
Mas
porseu
lado esta nova teoriaé
baseada notrabalho
e
teoria
desenvolvidospor
Luthans
e
Stajkovic,
a
que
se
chamoucomportamento organizacional positivo, este foca-se nas forças
dos
indivíduos. Ascapacidades psicológicas positivas podem
ser
vistas como capital psicológico, quepode ser traduzido em valor acrescentado para as organizações (Luthans & Youssef,
Sim eu consigo!- Relação entre Capital Psicológico e Procura de Emprego
Gapita!
Psicológico
PositivoApós tudo o que foi dito anteriormente, pode-se afirmar que enquanto o capital
humano
e
socialsão
muito reconhecidose
têm sido
muito investigados,o
capitalpsicológico como meio de valorizar
e
geriros
recursos humanos começa apenas aemergir (Larson
&
Luthans, 2006) com a psicologia positiva. O capital psicológico vaipara além
do
capital
humanoe
social,ganha
vantagem competitivaatravés
doinvestimento e desenvolvimento de "quêm és tu"
e
"no que te queres torna/'.A
baseteórica do capital psicológico é a psicologia positiva e o comportamento organizacional
positivo (Larson & Luthans, 2006).
O capital psicológico tem, desta forma, a sua origem na psicologia positiva, no
fina! da década de 90 emergiu a psicologia positiva com uma ênfase renovada no que
de positivo têm
as
pessoas, ao contrário do que sempre preocupoua
psicologia, ouseja, aquilo que de errado se passa com os indivíduos (Seligman & Csikszentmihalyi,
2000
cit.
por Larson&
Luthans, 2006). Esta mudança de foco, parao
lado positivo,forças e virtudes dos indivíduos, ao invés de se focar nas disfunções e fragilidades dos
mesmos iniciou-se com Martin Seligman (Larson & Luthans, 2006).
Podemos
dizer
que
da
aplicação
da
psicologia
positiva
ao
contextoorganizacional emerge
o
comportamento organizacional positivo, quefoi
começadopor Fred Luthans, este debruça-se sobre o estudo das capacidades psicológicas que
têm influência no desempenho organizacional. O que os apoiantes do comportamento
organizacional
positivo
pretendem
é
legitimá-lo
enquanto
área
de
estudoorganizacional,
que
contribui para uma gestão mais eficiente
das
pessoas
nasorganizaçôes (Palma, Cunha & Lopes, 2007).
O comportamento organizacional positivo procura abarcar, investigação
e
umacomponente interventiva focando-se,
essencialmente,no
desenvolvimento dosrecursos humanos
e
gestãodo
desempenhodas
organizações.O
comportamentoorganizacional positivo pretende afirmar-se
como área
de
estudoe
melhoria dascapacidades psicológicas,
as quais
podem apresentarum
impacto significativo nodesempenho (Luthans & Youssef ,2004, cit. por Palma, Cunha & Lopes, 2OOl).
As capacidades psicológicas designadas como capital psicológico, ilustram um
ponto
de
desenvolvimento psicológico positivoem que
o
indivíduo possui algumascaracterísticas específicas
como,
apresentaruma grande
confiançapara usar
oesforço necessário para ser bem sucedido em tarefas desafiantes; realizar atribuições
Sim eu consigo!- Relação entre Capital Psicológico e Procura de Emprego
persistência, relativamente
aos
objectivos delineadose,
conseguir redireccionar osmeios
para
alcançaros fins
e,
por
último revelar capacidadepara
recuperar dasadversidades (Luthans, Youssef & Avolio, 2007 cit. por Palma, Cunha & Lopes, 2007).
Desta forma,
o
capital psicológico possui quatro capacidades psicológicas distintas esão elas: auto-eficácia; optimismo; esperança e resiliência.
No que concerne
à
auto-eficácia, esta é definida comoa
convicção individualque a pessoa possui acerca das suas capacidades de mobilizar a motÍvação, recursos
cognitivos
e
cursos de acção necessários para executar de modo bem sucedido umatarefa específica num dado contexto (Stajkovic & Luthans, 1998).
A
auto-eficácia percebida é definida como, as crenças dos indivíduos sobre assuas capacidades para produzirem níveis específicos de desempenho, que produzam
influencia sobre os acontecimentos que afectam as suas vidas.
As
crenças naauto-eficácia determinam como
as
pessoas sentem, pensam, motivame
comportam. Taiscrenças produzem estes diferentes efeitos através de quatro grandes processos, que
incluem processos cognitivos, motivacionais, afectivos e de selecção (Bandura, 1995).
Bandura (1977) desde muito cedo que defende uma perspectiva integrativa,
para explicar e prever as mudanças psicológicas alcançadas por diferentes modos de
tratamento. Esta teoria defende que os procedimentos psicológicos alteram o nível e a
força
da
auto-eficácia. Levantou-sea
hipótese que expectativas sobre auto-eficáciadeterminam quando será iniciado um comportamento de coping, quanto esforço será
gasto
e,
durante quantotempo será
sustentávelface
a
obstáculoe
experiênciasadversas.
No
modelo proposto defende-se que,as
expectativasda
eficácia pessoalderivam de quatro fontes de informação principais:
.
Desempenho em tarefas;.
Experiênciasvividas;.
Persuasão verbal;o
Estado psicológicoldentificou-se
ainda um
númerode
factores como influenciadoresdo
processocognitivo da informaçáo eficaz obtida através de fontes emotivas.
Bandura (1981) levou
a
caboum
estudoem
que testoua
hipótesede
a
auto-motivação através
de
objectivos próximos servir comoum
mecanismo efectivo paracultivar
competências, auto-percepçõesde
eficácia
e
interesse intrínseco.
Estahipótese