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Análise dos indicadores da estrutura econômica e financeira de conveniência em posto de combustível: um estudo de caso

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ARTHUR GUILHERME R. B. PIRES

ANÁLISE DOS INDICADORES DA ESTRUTURA ECONÔMICA E FINANCEIRA DE CONVENIÊNCIA EM POSTO DE COMBUSTÍVEL – UM ESTUDO DE CASO

NATAL/RN OUTUBRO / 2019

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ARTHUR GUILHERME R. B. PIRES

ANÁLISE DOS INDICADORES DA ESTRUTURA ECONÔMICA E FINANCEIRA DE CONVENIÊNCIA EM POSTO DE COMBUSTÍVEL – UM ESTUDO DE CASO

Trabalho em cumprimento aos requisitos do componente curricular Mono II. Curso de Ciências Econômicas. Universidade Federal do rio Grande do Norte.

ORIENTADORA: PROFA. DRA. JULIA ROCHA ARAÚJO

NATAL/RN OUTUBRO / 2019

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Pires, Arthur Guilherme Rodrigues Bezerra.

Análise dos indicadores da estrutura econômica e financeira de conveniência em posto de combustível: um estudo de caso / Arthur Guilherme Rodrigues Bezerra Pires. - 2019.

32f.: il.

Monografia (Graduação em Economia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Econômicas. Natal, RN, 2019. Orientadora: Profa. Dra. Julia Rocha Araújo.

1. Indicadores econômicos e financeiros - Monografia. 2. Tomada de decisão - Monografia. 3. Economia - Monografia. 4. Empresa - Monografia. I. Araújo, Julia Rocha. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 338.1

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ARTHUR GUILHERME R. B. PIRES

ANÁLISE DOS INDICADORES DA ESTRUTURA ECONÔMICA E FINANCEIRA DE CONVENIÊNCIA EM POSTO DE COMBUSTÍVEL – UM ESTUDO DE CASO

Trabalho em cumprimento aos requisitos do componente curricular Mono II. Curso de Ciências Econômicas. Universidade Federal do rio Grande do Norte.

MONOGRAFIA DEFENDIDA EM ____/____/________

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________ Profa Dra Julia Rocha Araújo – UFRN

(Orientadora)

_____________________________________________________ Prof. Dr. Igor Ezio Maciel Silva – UFRN

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me dado condições de, apesar de todas as adversidades, chegar até aqui.

Agradeço ao meus pais, William e Elizabeth, por serem o maior exemplo de empreendedores que eu poderia conhecer: eles acreditaram em mim e investiram na minha educação.

Ao meu irmão, Fernando, por sempre me incentivar academicamente e procurar me motivar nos momentos de cansaço.

Agradeço à minha esposa, Roberta, por sempre cobrir as necessidades das atribuições profissionais e domésticas, em prol da minha formação acadêmica.

Aos professores que se fizeram presentes ao longo dessa caminhada, e que, cada um à sua maneira, contribuem diariamente para uma melhor educação de nossa comunidade.

Faço também um agradecimento à amiga Luana Albuquerque. Sem ela isso não teria se tornado possível.

Por fim, agradeço aos meus demais familiares, amigos, e todos que de alguma forma estiveram presentes e contribuíram para que esse ciclo se tornasse possível.

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RESUMO

Diante das constantes adversidades que as empresas enfrentam em seu cotidiano, a atenção aos números financeiros e econômicos se torna uma ferramenta importante para o planejamento e para as tomadas de decisões. As empresas brasileiras, por estarem inseridas num cenário cuja economia é instável, precisam buscar informações sobre sua situação financeira, visando extrair dados que auxiliem na tomada de decisão. Tendo em vista isso, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma abordagem sobre a importância de alguns dos principais indicadores econômicos e financeiros da empresa, tomando como base os números de uma loja de conveniência em posto de combustível, no ano de 2018. Diante deste contexto, serão abordados conceitos, objetivos, tipos e vantagens da análise econômica e financeira que podem ser realizados em uma empresa. Para isso, o texto será de forma descritiva. Conclui-se que esse estudo propiciará condições de conhecer a realidade financeira e econômica da organização, analisando-a através dos indicadores. Ter ciência disso é essencial para a tomada de decisão, uma vez que a empresa precisa ter conhecimento da sua situação para efetuar investimentos e projeções futuras.

Palavras-Chave: Indicadores econômicos e financeiros. Tomada de decisão. Economia. Empresas. Loja de conveniência. Posto de combustível.

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ABSTRACT

Because of constant adversities companies face in their daily routine, the attention to financial and economical number becomes an important tool towards planning and decision-making. The Brazilian companies, when inserted in a scenario in which the economy is unstable, need to look for information about their financial situation, aiming to extract data that aid in the decision-making process. With this in mind, the present paper aims to make an approach about the importance of the main economic and financial indicators of a company, taking as base the numbers of a convenience store in a gas station, in the period of 1 year. In this context, this paper will approach concepts, objectives, types and advantages of economic and financial analysis that can be done in a company. For this matter, the text will have a descriptive form. As a conclusion, this paper will enable conditions to know the financial and economic situation of this organization, analyzing its main indicators. Knowing this is essential for the decision-making process, since the company needs to know its situation to make investments and future projections.

Keywords: Financial and economic indicators. Decision-making process. Economy. Companies. Convenience store. Gas station

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 7 1.1 Contextualização do setor ... 7 1.2 Objetivo do estudo ... 11 1.3 Metodologia ... 11 1.4 Caracterização da empresa ... 12 1.5 Importância do estudo ... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15 2.1 Fluxo de caixa ... 15 2.2 Ticket médio ... 16 2.3 Margens ... 17 2.3.1 Margem bruta ... 17 2.3.2 Margem operacional ... 17 2.3.3 Margem líquida ... 18 2.4 Índices de liquidez ... 19 2.4.1 Liquidez seca ... 19 2.4.2 Liquidez corrente ... 20 3 RESULTADOS OBTIDOS ... 21 3.1 Ticket médio ... 23 3.2 Margens ... 24 3.3 Índices de liquidez ... 25 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 28 REFERÊNCIAS ... 30

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1 INTRODUÇÃO

O comércio varejista, bem como grande parte do que compreende o universo organizacional, é acometido por diversas peculiaridades e fatores que podem influenciar o desempenho da atividade realizada. Tratando mais especificamente do segmento de lojas de conveniência situadas em postos de combustíveis, existem diferentes formatos de abordagens para explorar a operação.

Considerando lojas de um mesmo segmento e de formas semelhantes de operar, existem diferenças consideráveis em seus desempenhos. Assim sendo, no que tange a realidade desse tipo de operação em postos de combustíveis, surge o seguinte questionamento: de que forma a análise dos indicadores econômicos e financeiros pode acabar influenciando a performance das operações e a melhoria da gestão da loja?

Nesse sentido, gerir o conhecimento é de suma importância para compartilhar informações no ambiente interno da empresa. Tal conhecimento permite acompanhar o desempenho da empresa no cenário econômico em que a mesma está inserida. Essa postura pode levar à otimização de lucros e a redução dos impactos negativos sobre os investimentos realizados, assim como tende a ajudar no processo de tomada de decisões.

Dessa forma, o objetivo do presente estudo é apresentar o cenário econômico e financeiro de uma empresa atuante no ramo de conveniências em postos de combustíveis e analisar seus principais indicadores, ressaltando a importância dos mesmos para o processo de gestão e tomadas de decisões no ambiente empresarial.

1.1 Contextualização do setor

O início das operações de lojas de conveniência em postos de combustíveis foi atrelado ao período pós crise do petróleo dos anos 1970. Segundo a Agência Somos Plural (2018), nos anos 1980, mesmo com o setor ainda sendo controlado pelo governo, a flexibilização dos horários de funcionamento dos postos possibilitou a criação de serviços que agregassem valor ao estabelecimento, como oficinas, borracharias, trocas de óleo, lavanderias e lojas de conveniência.

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Seguindo a tendência, em 1987 inaugurou no Brasil a primeira conveniência localizada em um posto de combustível. Ainda de acordo com a Plural, a primeira loja era situada em Moema, São Paulo, no posto Shell Bola Preta, e nasceu de uma parceria entre a distribuidora americana e o grupo de supermercados Pão de Açúcar. Com o objetivo de montar uma loja nos moldes das que já existiam nos Estados Unidos, a Shell fez um alto investimento à época importando integralmente uma loja americana. Visando um retorno rápido e mostrar aos seus revendedores a rentabilidade do novo formato de negócio, a loja praticava preços altos nas vendas das mercadorias. Embora a inovação tivesse sido um sucesso, pois a loja foi instalada em um posto de serviço numa região de alto poder aquisitivo de São Paulo, a adoção de preços elevados em relação ao mercado concorrente enraizou nos consumidores a ideia de que lojas de conveniência são locais caros.

Mesmo diante das barreiras inicialmente impostas pelo mercado consumidor, o modelo foi expandindo. Cinco anos após a implantação da loja do Bola Preta eram contabilizadas 88 conveniências em postos de combustíveis no Brasil. Em 1995, com a retomada da estabilidade da economia e com as expansões das redes de postos pelo Brasil, a atividade foi massificada, e o número de operações passou para 238. No ano de 1997 a quantidade de lojas já havia mais do que triplicado, chegando a 780 unidades. Segundo Coelho (2000), o crescimento continuou a existir, fechando a década de 90 com um total de 1.370 lojas em todo o país. Segundo o anuário do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (SINDICOM) em 2017 já existiam no Brasil 7.655 conveniências, conforme sinaliza o gráfico à frente. Os crescimentos do número de lojas e do faturamento no mercado nacional podem ser visualizados ao longo do tempo nos gráficos a seguir do Anuário da SINDICOM (2017).

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Gráfico 1 – Evolução da quantidade de lojas entre 2007 e 2016.

Fonte: SINDCOM (2017).

Gráfico 2 – Faturamento do mercado total entre 2007 e 2016.

Fonte: SINDCOM (2017).

Segundo a própria Associação, mesmo em anos em que a economia do país esteve mais retraída, como 2015 e 2016, o segmento manteve o crescimento, no que se refere ao faturamento gerado no Brasil, conforme demonstrado acima no gráfico 2. Em 2018 o crescimento foi de 3,2%. Segundo o mesmo levantamento, 90% do faturamento é composto por tabacaria, bebidas alcoólicas, bebidas não alcoólicas, food service, bomboniere e sorvetes, sendo a tabacaria responsável por 41% do montante.

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A combinação dos negócios de distribuição de combustíveis com lojas de conveniência gerou um nicho de mercado interessante, onde a oferta de combustíveis, bens de consumo e serviços em um só local passou a representar um segmento importante para as redes distribuidoras, em decorrência da redução das margens de lucro na revenda dos combustíveis e da diferenciação de oferta em relação ao varejo tradicional.

Este novo conceito de varejo acabou por trazer um maior fluxo de pessoas aos postos, proporcionando maior economia de escala para os empresários do setor e economia de tempo para seus clientes. De acordo com o Sebrae (2011), as lojas de conveniência em sua maioria estão vinculadas a um posto de combustível como forma de agregar valor às vendas da organização. Grande parte das lojas é caracterizada por vender alimentos e bebidas 24 horas por dia, o que proporciona a atração de todos os públicos, sejam eles os que precisam de um lanche rápido, algum produto em horário diferenciado, ou somente aproveitam para comprar alguma coisa enquanto aguardam o abastecimento do seu veículo.

Segundo SINDICOM (2017), as lojas de conveniência elevam cerca de 20% do potencial de rentabilização do posto em que está situada. Porém, para que os números de fato se confirmem, alguns fatores devem ser ponderados e levados em consideração. Ainda segundo o levantamento do SINDICOM (2017), para explorar o máximo potencial, as lojas deveriam otimizar os pontos de venda, o que implica em considerar o treinamento dos funcionários, a localização da loja dentro do posto de combustível, regulamentações e documentações adequadas e investimento em uma boa infraestrutura. Ainda de acordo com a SINDICOM (2017), o potencial de instalação de novas lojas também é grande: no Brasil inteiro, apenas 18% dos postos de combustíveis possuem unidades de conveniência.

Visando auxiliar e tornar mais célere o processo de abertura e funcionamento das lojas, algumas empresas do ramo oferecem modelos de franquias. Disponibilizando uma alternativa interessante para o segmento, os postos de gasolina têm atraído marcas que buscam atingir o público ou ampliar seu campo de atuação. Hoje, os principais modelos ofertados são oferecidos pelos postos ALE (Entrepostos), Petrobrás (BR Mania), Ipiranga (AmPm) e Shell (Raizen/Select).

Basicamente, todas as empresas oferecem produtos exclusivos (quase sempre relacionados à fast food e bomboniere), fardamentos, layouts das lojas, padronização do mix ofertado, identidades visuais, plataformas digitais e mídias que

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auxiliam o processo de vendas e divulgação da loja. Em contrapartida, cobram valores percentuais sobre o faturamento e taxas de franquias. Contudo, tornar-se um franqueado não é a única opção para o empresário. Vários postos de combustíveis não obrigam a loja de conveniência seguir o padrão de suas respectivas marcas. A escolha por aderir ou não a um modelo de franquia reflete diretamente no que se refere ao investimento que será realizado para a abertura da unidade. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising, o montante a ser investido varia da empresa franqueadora do negócio: considerando uma loja de 60 metros quadrados, o valor seria por volta de R$ 200mil. Em caso de não optar por uma franquia, os custos de instalação de uma loja do mesmo tamanho giram em torno de R$ 150 mil, considerando o investimento em estrutura física, estoque e capital de giro, podendo variar em função da localização e mix de produtos ofertados.

1.2 Objetivo do estudo

O presente trabalho tem como objetivo de estudo aferir o desempenho da empresa em questão no que for tangente ao fluxo de caixa; ticket médio; margem bruta; margem operacional; margem líquida; liquidez seca e liquidez corrente. Ao final do levantamento, objetiva-se chegar a uma conclusão acerca da saúde financeira e econômica da conveniência estudada.

1.3 Metodologia

O trabalho apresenta um estudo de caso que busca elementos a partir da literatura para aplicação na prática. A escolha da empresa foi realizada de forma intencional, considerando a facilidade de acesso às informações, comunicação com os gestores e relevância do trabalho para a própria organização estudada como forma de melhorar seus processos internos. A partir da necessidade da empresa em buscar meios de tornar sua gestão mais eficiente, objetiva proporcionar a oportunidade de aplicação dos conceitos teóricos das informações para que outros gestores também possam utiliza-las. A metodologia usada para o desenvolvimento da pesquisa foi a pesquisa bibliográfica em material como livros e artigos (parte teórica) juntamente com a pesquisa de campo, apresentada em forma de estudo de

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caso, através de documentos fornecidos pela empresa, para as avaliações (parte prática).

1.4 Caracterização da empresa

Por motivos de estratégias mercadológicas alguns dados cadastrais da empresa em questão serão mantidos em sigilo. A empresa é localizada na cidade de Natal, estado do Rio Grande do Norte. Atua no ramo de comércio varejista de mercadorias em lojas de conveniência e é registrada como uma Sociedade Empresária Limitada.

O início da operação se deu após uma negociação com um grupo de postos de combustíveis do estado do Rio Grande do Norte que atua com a bandeira Petrobrás. A empresa, em consenso com a rede de postos, optou por não aderir a um formato de franquia. O início da operação se deu após aproximadamente 1 mês de trabalho de estruturação da loja.

O posto é localizado no cruzamento entre duas grandes avenidas da cidade, e atende um fluxo diário de 1.000 clientes. Além da atividade das bombas de combustíveis, o posto conta com uma loja de pneus, uma oficina, e um serviço de caixa eletrônico 24h. Já a conveniência propriamente dita dispõe de uma estrutura física de 48 metros quadrados. Funciona todos os dias das 6h às 23h, e a operação conta com 4 colaboradores diretamente ligados, distribuídos entre atividades relativas à atendimento ao público, compras, parte financeira e parte operacional da loja. Os funcionários são dispostos em duplas, e obedecem a jornada de trabalho de 12h/36h. A atividade conta ainda com mais de 30 fornecedores, o que possibilita trabalhar com um mix de aproximadamente 700 produtos diferentes na loja, composto 90% por comidas, bebidas diversas, tabacaria e produtos de uso doméstico.

Ao longo do tempo em atividade a empresa abriu filial e outros CNPJs, mas, para a finalidade desse estudo, serão considerados apenas os dados da conveniência em questão, que será chamada ao longo do texto de “L1”.

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1.5 Importância do estudo

De modo geral, o desperdício causado pela falta de informação e descontrole acerca dos indicadores econômicos e financeiros de uma empresa podem impedir o desenvolvimento da mesma, tornando às vezes até inviável a operação do negócio em questão. As incertezas quanto ao desempenho da empresa parecem ser uma constante que pode ser clareada a partir da análise de indicadores, que são capazes de ser comparados com períodos anteriores, assim como com outras empresas. A principal função dos indicadores é demonstrar a saúde de determinado empreendimento, permitindo avaliar o desempenho da produção, vendas, finanças, lucratividade, patrimônio, entre outros elementos.

Indicadores como margem de lucro, lucro bruto, lucro líquido, custos fixos e variáveis são relativamente conhecidos no ambiente empresarial. Contudo, existem mais vários indicadores que são úteis para medir o desempenho, tais como evolução do faturamento, ticket médio, ponto de equilíbrio, retorno sobre o ativo, retorno sobre o investimento, margem operacional, margem líquida, fluxo de caixa, entre outros. Assim, basicamente, a principal função dos indicadores é fornecer informações que auxiliem na análise do rendimento econômico da empresa e na tomada de decisão. Segundo Zdanowicz (2012, p. 3), “na prática, esses conceitos são muito relevantes para se atingirem a eficiência e a eficácia na gestão empresarial. Para tanto, ela precisa estar focada em resultados, e não em expectativas de mercado”.

De acordo com Soares (2006) a análise econômico-financeira aponta limitações e problemas, porém se manuseada da forma correta, pode tornar-se uma solução preventiva para os gestores. As limitações das investigações e aplicações da análise de balanços são de natureza essencialmente financeira. Assim sendo, tratando, trabalhando e analisando os dados das demonstrações contábeis, pode-se acrescentar e ampliar a percepção de eventuais imperfeições das demonstrações contábeis.

Não havendo uma visualização e uma leitura correta dos indicadores, a empresa pode se encontrar em uma posição desvantajosa frente à concorrência, ou até mesmo frente a ela própria em um outro momento, o que pode ser observado através de análises horizontais e verticais das estruturas financeira e econômica da empresa.

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A análise econômico-financeira é um instrumento importante no processo de gerenciamento de uma empresa. Constitui-se de um processo de verificação e entendimento dos indicadores, obtendo-se a situação da empresa, em seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros (PADOVEZE, 2008).

Espera-se então que as informações levantadas e analisadas por esse estudo possam direcionar a conveniência, afim de clarear a visualização dos possíveis pontos fortes e fracos no tangente às partes econômica e financeira, sob a ótica dos indicadores. Os resultados obtidos serão interpretados com a finalidade de obter conhecimento dos fatos que acarretam a evolução do negócio e, ao mesmo tempo, verificar as tendências futuras da empresa.

Diante disso, percebe-se que o estudo poderá proporcionar uma reflexão sobre a empresa, atentando para os índices relativos aos desempenhos econômico e financeiro, e servindo de base para futuras decisões venham a ser tomadas, bem como base para evitar possíveis situações adversas em um próximo momento.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Por definição, segundo Silva (2005), índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis que tem por finalidade fornecer informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta.

Tais índices e indicadores econômicos são utilizados para demonstrar a realidade econômica e financeira de empresa ou organização e podem ser expressos em valores monetários, valores relativos ou taxas de variação, tempo, entre outras unidades.

A seguir, os indicadores e índices que serão abordados e utilizados têm por finalidade mostrar as informações que os gestores precisam para tomar suas decisões, de forma clara e concisa, visando uma mais rápida e eficaz tomada de decisão.

2.1 Fluxo de caixa

Nas operações do dia a dia de uma empresa a organização financeira é fundamental. Para isso, o gestor deveria fazer uso de uma ferramenta de planejamento e controle, chamado fluxo de caixa.

Por definição, segundo o Manual de Análise e Planejamento Financeiro do SEBRAE (2011), o fluxo de caixa é um Instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado. De fácil elaboração para as empresas que possuem os controles financeiros bem organizados, ele deve ser utilizado para controle e, principalmente, como instrumento na tomada de decisões. O fluxo de caixa deve ser considerado como uma estrutura flexível, no qual o empresário deve inserir informações de entradas e saídas conforme as necessidades da empresa. Com as informações do fluxo de caixa, o empresário pode elaborar a estrutura gerencial de resultados, calcular a rentabilidade, a lucratividade, o ponto de equilíbrio e o prazo de retorno do investimento. O objetivo é verificar a saúde financeira do negócio a partir de análise e obter uma resposta clara sobre as possibilidades de sucesso do investimento e do estágio atual da empresa.

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Apesar de não ser de fato um indicador, o fluxo de caixa funciona como base para o levantamento e entendimento dos mesmos. Ainda segundo o manual do SEBRAE, as informações contidas ajudam a avaliar a capacidade de uma empresa de gerar fluxos de caixa positivos, assim como a capacidade para cumprir as suas obrigações e entregar lucros. Além disso, facilita a identificação das necessidades da organização e a medição e gestão do controle orçamental de forma eficaz.

O fluxo de caixa é fundamental para a gestão de uma empresa pois permite identificar de forma precisa quais serão os valores que deverão ser pagos para cumprir com as obrigações, quais os valores serão recebidos e no fim das contas saber qual será a diferença entre aquilo que será recebido e aquilo que será pago, ou seja, qual será o saldo. Quando o saldo é negativo, significa que a empresa tem gasto mais do que aquilo que recebe, se por outro lado o saldo é positivo, a empresa está conseguindo cumprir com suas obrigações financeiras e tem sobrado dinheiro, para investimentos, capitalização ou lucro. A estrutura do fluxo de caixa depende da natureza da empresa e também das necessidades dos gestores. O resultado do fluxo de caixa é o saldo disponível apurado pela diferença entre o total do valor dos recebimentos e pagamentos efetivamente realizados em uma determinada data ou período. O saldo final do fechamento de caixa deve corresponder ao valor dos recursos disponíveis no caixa da empresa ou depositados em contas correntes.

2.2 Ticket médio

Outro indicador importante que contribui para uma análise mais detalhada dos números de uma organização empresarial é o ticket médio. De acordo com Massad (2018), ticket médio é um indicador métrico de desempenho a que representa o valor médio de vendas por cliente. No entanto, esse indicador deve ser interpretado com base em um histórico de medições, pois um valor isolado não diz nada sobre a realidade da empresa. Tal indicador é de grande importância para, após estabelecer uma comparação entre o ticket médio de uma empresa e o ticket médio do mercado em que a empresa está inserida, o empresário traçar suas próximas decisões, como precificação dos produtos ofertados, implantação de planos de marketing, ações promocionais, variação do mix de produtos, entre outras. Ainda segundo Anselmo Massad, Para calcular o ticket médio de uma empresa basta dividir o montante total

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de receita em um determinado período pela números de vendas realizadas no mesmo espaço de tempo. A fórmula do ticket médio é dada por:

Ticket médio = receita / número de vendas

2.3 Margens

No que se refere ao contexto da análise do desempenho econômico das empresas, a análise de lucratividade sobre as vendas é uma das principais metodologias utilizadas. Também chamados de índices de rentabilidade, englobam indicadores conhecidos como margem bruta, margem operacional e margem líquida e servem para o estudo dos impactos causados pelos lucros bruto, operacional e líquido em relação ao volume monetário de vendas (ASSAF NETO, 2015)

2.3.1 Margem bruta

Segundo César Tibúrcio (2012), por definição, margem bruta é quanto a empresa obtém de retorno das vendas, retirando os custos das mercadorias vendidas e serviços prestados. A margem bruta representa quanto sobra após levar em consideração tais custos. Quanto maior for a margem bruta, maior a rentabilidade das vendas.

A margem bruta pode ser calculada por uma relação entre o lucro bruto (obtido após retirar o custo das mercadorias e serviços) dividido pelo montante de vendas líquidas (representada pelas vendas da empresa após retirar-se os impostos incidentes sobre as vendas e demais deduções cabíveis), multiplicado por 100. Ela é expressa em porcentagem, e, consequentemente, varia entre 0% e 100%. A fórmula da margem bruta é dada por:

Margem bruta = (lucro bruto / vendas líquidas) x 100

Pode-se também interpretar o resultado da margem bruta como sendo a quantidade monetária restante após retirar da venda os custos das mercadorias e dos serviços prestados. A margem bruta serve ainda para medir a rentabilidade do produto, ajudando na análise da margem de lucro de determinado produto ofertado e contribuindo diretamente no sentido de facilitar o processo de precificação.

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2.3.2 Margem operacional

A margem operacional mede a eficiência operacional da empresa. Com relação ao montante proveniente das vendas líquidas, a margem operacional mede o quanto de lucro operacional a empresa consegue gerar a partir de uma determinada receita. De acordo com Rodrigo Wainberg (2018), tal indicador contribui para avaliar a viabilidade de um determinado negócio. De modo geral, quanto maior for a margem operacional, mais viável tende a ser a operação.

A margem operacional pode ser calculada a partir da divisão do lucro operacional pela receita líquida. A fórmula da margem operacional é dada por:

Margem operacional = (lucro operacional / receita líquida) x 100

2.3.3 Margem líquida

Dentre os indicadores financeiros de uma empresa ligados à margem, a margem líquida irá indicar o que restou do valor de vendas após a dedução de todas as despesas. Segundo Andrade (2019), a margem líquida mostra qual é o lucro líquido para cada unidade de venda da empresa. Quanto maior for a margem líquida, maior será a sobra que a empresa terá após o recebimento das vendas e a retirada de todas as deduções. Quanto maior for a margem líquida, maior será a quantidade monetária após o recebimento das vendas e a retirada dos descontos.

Tal indicador é calculado usando os lucros líquidos divididos pela receita das vendas, multiplicado por 100, e assim como a margem bruta, deve ser expressa em porcentagem, variando entre 0 e 100. Segundo Santos (2001), essa forma identifica quanto de lucro a empresa obteve em relação à venda líquida do período. Pode ser considerado quanto mais elevado melhor, desde que esses valores sejam sempre atualizados para que os índices sejam corretos. A fórmula da margem líquida é dada por:

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2.4 Índices de liquidez

Índices de liquidez são índices que possibilitam a análise da capacidade de pagamento da empresa, e a necessidade de capital de giro (o que não se aplicou no ano de estudo da L1). Esses indicadores ajudam a identificar a capacidade da empresa de quitar suas obrigações financeiras com terceiros, como empréstimos, financiamentos, impostos e fornecedores. Segundo Marion (2006), tais índices revelam a capacidade da empresa de quitar suas dívidas em curto e longo prazos, e que se possuir um bom fluxo de caixa, dificilmente terá problemas de endividamento. Já para Ross, Westerfield e Jaffe (1995), os índices de liquidez são medidos pela facilidade com que a empresa consegue transformar seus ativos em unidade monetárias. Ainda segundo Ross, alguns ativos são mais líquidos que outros, o que acaba influenciando o tempo que ele demora para ser transformado em dinheiro.

Para um melhor entendimento dos índices de liquidez, seria interessante introduzir alguns outros conceitos relativos à contabilidade da empresa, presentes no balancete ou balanço patrimonial da mesma. De acordo com Ross, Westerfield e Jaffe (1995) e Silva (2005), é necessário levar em consideração os ativos e passivos da organização para definir os índices de liquidez seca e passiva. Tanto ativo quanto passivo podem ser subdivididos. O ativo subdivide-se em permanente (investimentos adquiridos), fixo (bens e direitos), tangíveis (bens materiais), intangíveis (direitos legais), diferido (aplicações de recursos) e circulante. Este último termo refere-se a bens e direitos representados por contas que estão sujeitas à conversão em dinheiro de acordo com a necessidade da empresa e, para fins de determinações de liquidez, é o mais utilizado.

Já o passivo pode ser classificado como de longo prazo (dívidas a serem pagas no prazo mínimo de um ano), resultados de exercícios futuros (inclui contas que a empresa pode receber adiantado) e circulante. O passivo circulante, engloba as obrigações contraídas pela empresa e que devem ser pagas no próximo ano, sendo representado por praticamente todas as contas e impostos que a empresa tem a pagar.

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2.4.1 Liquidez seca

A liquidez seca é apenas um dos indicadores de liquidez de uma empresa. Tal índice pode ser calculado subtraindo-se os estoques do ativo circulante dividido pelo passivo circulante. Segundo Ross (1995), os ativos que rapidamente se transformam em dinheiro são os ativos circulantes. Nesse caso, diminuem-se os valores dos estoques, pois são ativos de menor liquidez. Quanto maior esse índice melhor as condições da empresa. A fórmula da liquidez seca é dada por:

Liquidez seca = (ativo circulante – estoque) / passivo circulante

2.4.2 Liquidez corrente

Representa os valores, bens, dinheiro, estoque, todo o ativo que a empresa disponibiliza, comparando-se as suas dívidas. Tal índice pode ser calculado a partir da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante total, e, de acordo com Silva (2005), quanto maior for o índice maior também será a disponibilidade para pagar suas dívidas. A fórmula da liquidez corrente é dada por:

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3 RESULTADOS OBTIDOS

Levando em consideração a movimentação da L1 no período avaliado, é necessário analisar alguns índices importantes da empresa, afim de verificar como estão suas situações econômica e financeira.

No tocante ao fluxo de caixa, para a confecção do mesmo, foi necessário fazer um levantamento dos números da operação, junto ao escritório de contabilidade da empresa. Levou-se em consideração dados como o faturamento bruto da loja em cada mês, os custos com fornecedores, investimentos realizados, impostos e encargos recolhidos e despesas gerais da L1, onde foram consideradas despesas com folha de pagamento e suas respectivas obrigações, aluguel, honorários, energia, seguros, internet, telefone, despesas de escritório, fretes, reparos e manutenções, conforme pode-se observar na tabela 1.

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Tabela 1 – Fluxo de caixa da Loja L1 em 2018

JAN. FEV. MAR. ABR. MAIO JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

RECEITA R$ 49.988,37 R$ 43.150,78 R$ 47.375,84 R$ 46.655,70 R$ 49.998,33 R$ 48.343,19 R$ 47.751,63 R$ 42.135,13 R$ 48.901,41 R$ 49.889,45 R$ 53.677,02 R$ 58.704,18

IMPOSTOS SOBRE VENDAS R$ 2.499,42 R$ 2.157,54 R$ 2,368,79 R$ 2.323,29 R$ 2.499,92 R$ 2.417,16 R$ 2.387,58 R$ 2.106,76 R$ 2.445,07 R$ 2.494,47 R$ 2.683,85 R$ 2.935,21

RECEITAS LÍQUIDAS R$ 47.988,95 R$ 40.993,24 R$ 45.007,05 R$ 44.142,42 R$ 47.498,41 R$ 45.926,03 R$ 45.364,05 R$ 40.028,37 R$ 46.456,34 R$ 47.394,98 R$ 50.993,17 R$ 55.768,97 CUSTOS DE PRODUTOS VENDIDOS R$ 27.493,60 R$ 23.732,93 R$ 26.056,71 R$ 25.556,14 R$ 27.499,08 R$ 26.588,75 R$ 26.263,40 R$ 23.174,32 R$ 26.895,78 R$ 27.439,20 R$ 29.522,36 R$ 32.287,30

LUCRO OPERACIONAL BRUTO R$ 19.995,35 R$ 17.260,31 R$ 18.950,34 R$ 18.586,28 R$ 19.999,33 R$ 19.337,28 R$ 19.100,65 R$ 16.854,05 R$ 19.560,56 R$ 19.955,78 R$ 21.470,81 R$ 23.481,67 DESPESAS GERAIS R$ 11.745,75 R$ 10.267,11 R$ 11.562,87 R$ 11.499,16 R$ 13.756,44 R$ 11.630,58 R$ 11.589,17 R$ 12.796,02 R$ 11.669,66 R$ 12.738,82 R$ 14.793,75 R$ 15.935,86 LUCRO OPERACIONAL (EBITDA) R$ 8.249,60 R$ 6.933,20 R$ 7.387,47 R$ 7.087,12 R$ 6.242,89 R$ 7.706,69 R$ 7.511,48 R$ 4.058,53 R$ 7.890,91 R$ 7.216,96 R$ 6.677,07 R$ 7.545,81

DEPRECIAÇÃO N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

JUROS N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

LUCRO ANTES DO I.R. R$ 8.249,60 R$ 6.933,20 R$ 7.387,47 R$ 7.087,12 R$ 6.242,89 R$ 7.706,69 R$ 7.511,48 R$ 4.058,53 R$ 7.890,91 R$ 7.216,96 R$ 6.677,07 R$ 7.545,81

I.R. N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

LUCRO LÍQUIDO R$ 8.249,60 R$ 6.933,20 R$ 7.387,47 R$ 7.087,12 R$ 6.242,89 R$ 7.706,69 R$ 7.511,48 R$ 4.058,53 R$ 7.890,91 R$ 7.216,96 R$ 6.677,07 R$ 7.545,81

DEPRECIAÇÃO N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL

R$ 8.249,60 R$ 6.933,20 R$ 7.387,47 R$ 7.087,12 R$ 6.242,89 R$ 7.706,69 R$ 7.511,48 R$ 4.058,53 R$ 7.890,91 R$ 7.216,96 R$ 6.677,07 R$ 7.545,81

AMORTIZAÇÃO N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

INVESTIMENTOS R$ 1.200 R$ 0,00 R$ 558,00 R$ 0,00 R$ 2.164,41 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 1.710,50 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

FLUXO DE CAIXA R$ 7.049,60 R$ 6.993,20 R$ 6.829,47 R$ 7.087,12 R$ 4.078,48 R$ 7.706,69 R$ 7.511,48 R$ 4.058,03 R$ 6.180,41 R$ 7.216,96 R$ 6.677,06 R$ 7.545,81

TOTAL – ANO 2018 R$

78.934,31

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Ao analisar o fluxo de caixa da L1 constata-se a presença de um saldo positivo em todos os doze meses do ano de 2018. As receitas total e média da empresa foram R$586.381,03 e R$48.865,09, respectivamente. O mês de maior faturamento foi o de dezembro, com R$58.704,18, e a pior receita foi gerada no mês de agosto com um total de R$42.135,13 em vendas.

Contudo, apenas olhar os números relativos às receitas não nos diz muita coisa. Para chegar-se ao saldo final do fluxo de caixa também deve ser analisado o montante que sai do caixa da empresa. Ao longo do ano a operação desembolsou R$507.446,72, o que equivale a um custo total mensal de R$42.287,22 em média.

Ao final de 2018, então, observou-se um saldo positivo do fluxo de caixa da L1, como um total de R$78.934,31, tendo-se em média um saldo positivo mensal de R$6.577,86, o que indica que houve um maior volume financeiro entrando no caixa da empresa do que saindo.

Aparentemente, ao analisar especificamente o fluxo da L1 no período, observa-se que a loja é uma operação bastante saudável. É importante chamar atenção para os baixos custos operacionais da empresa, além da ausência de saídas financeiras relativas à juros, depreciações e amortizações. Segundo as informações disponibilizadas pelos gestores, a operação foi totalmente efetivada sem o uso de capital de terceiros, além de não ter sido necessário realizar investimentos diretamente ligados à compra de maquinários nem melhoramento da estrutura física. A loja, por ter sido adquirida já em plenas condições de uso, e dispor de equipamentos cedidos em caráter de comodato pelos fornecedores, não possui despesas além das gerais, o que dispensa a necessidade de uma possível análise de endividamento ou qualquer outro cálculo pertinente ao uso de capital de terceiros.

3.1 Ticket médio

Calculou-se o ticket médio a partir da relação entre o fluxo de clientes da L1 e a receita total gerada no ano de 2018. No período, foram realizadas aproximadamente 54.649 vendas, segundo o levantamento do número de notas fiscais emitidas pela loja. Sabendo que a receita total do ano foi de R$586.381,03, o ticket médio da L1 foi de R$10,73. Para um melhor desempenho da operação, poderia ser interessante utilizar-se de algumas ferramentas para elevar o ticket médio da L1. Uma estratégia possível seria aumentar o mix de produtos, afim de

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criar um nicho de produtos complementares, assim, o mesmo cliente tenderia a levar mais produtos em uma única compra. Outra opção seria a criação de descontos progressivos com relação ao volume do produto: quanto mais unidades do mesmo produto o cliente comprasse, menor seria o valor unitário do mesmo. Tais estratégias serviriam, de modo geral, para impulsionar as vendas da loja, e por consequência incrementar seu ticket médio.

Assim, ao final da análise do indicador ticket médio, verifica-se que a L1, caso conseguisse elevar os seus números para o nível da média nacional, poderia gerar um incremento em sua receita anual da ordem de R$64.488,56.

3.2 Margens

Após analisar o fluxo de caixa da empresa e aplicando a teoria à realidade da L1, tem-se que a margem bruta resultante do período analisado foi de 47,37%, o que implica dizer que, a cada R$100,00 vendidos na loja, R$52,63 foram destinados para o custeio de produtos e serviços inerentes à venda da mercadoria. Os outros R$47,37 ficaram disponíveis para custear as demais despesas da operação, bem como o lucro ao final do processo.

No que diz que à margem operacional, tem-se que, com um lucro operacional da L1 de R$84.567,22 e com uma receita líquida de R$557.061,98, chega-se a uma margem operacional de 15,18%. Isto significa dizer que de cada R$100 de receita que a empresa obtém, R$15,18 representa o lucro das operações, antes do imposto de renda e da remuneração dos financiadores, sejam eles próprios ou terceiros (o que não se aplica à realidade analisada, como já dito anteriormente).

No tocante à margem líquida, a mesma mostra a margem de lucro que a empresa alcança em relação às vendas. Ao aplicar-se os números presentes no fluxo de caixa da L1 à formula, tem-se que, para o período do ano de 2018, a margem líquida da loja foi de 15,18%.

Observando-se as margens, verifica-se uma equivalência entre as margens operacional e líquida. Tal evento se dá em decorrência da ausência de compromissos da L1 com terceiros, juros, amortizações, depreciações e imposto de renda. Conforme informado pela contabilidade da empresa, a mesma é enquadrada no regime de tributação do Simples Nacional, que engloba em uma única guia os principais tributos e contribuições que a empresa necessita honrar enquanto estiver

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operando. Assim sendo, os impostos a serem pagos provenientes da receita gerada pela empresa são contabilizados no ato da venda (mediante emissão de nota fiscal), e pagos de maneira única, o que isenta a empresa de pagar imposto de renda propriamente dito. Ao isentar-se de tal pagamento, bem como dos pagamentos relativos à juros, amortizações e depreciações, percebe-se que o lucro operacional da empresa é igual ao lucro líquido, o que, por consequência, implica em margens operacional e líquidas iguais.

Ao final da análise das margens, observa-se uma margem líquida ligeiramente superior à média nacional. De acordo com a agência Somos Plural (2018), a margem líquida de lucro média das conveniências no Brasil é de 15%, podendo chegar a 18% em lojas que realizam serviços de entrega (o que não se aplica à L1). Apesar de possuir uma margem superior à média do país, uma opção para incrementar tal percentual seria reformular o mix de produtos ofertados, no sentido de incentivar a venda de mercadorias com melhores margens de lucro. Outra alternativa, visando atingir um patamar mais elevado de margem, seria a implantação do serviço de entrega: segundo contato telefônico com uma fornecedora de uma plataforma digital de delivery (aplicativo de celular), as conveniências em Natal/RN que aderiram ao serviço conseguiram alavancar sua margem líquida para 18%, margem essa igual à da média nacional das conveniências que praticam serviços de delivery. Apesar da diferença em números percentuais entre a margens da empresa e a margem das lojas que utilizam delivery ser pequena, caso a L1 conseguisse chegar aos 18% de margem líquida, haveria um aumento considerável da rentabilidade da operação, o que poderia ser interessante para a empresa gerar cada vez mais vantagens competitivas e aumentar seus lucros.

3.3 Índices de liquidez

Para viabilizar os cálculos dos índices de liquidez é preciso observar no balanço patrimonial ou balancete contábil da empresa os dados necessários para se fazer tal análise. A tabela 2 mostra as principais informações extraídas do balancete (exercício 2018) necessárias para calcular tais índices.

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26

Tabela 2 – Balanço Patrimonial da Loja L1 (exercício 2018) 01.01.2018 a 31.12.2018

DESCRIÇÃO DA CONTA SALDO ATUAL

Ativo R$ 595.346,73

Ativo circulante R$ 595.346,73

ESTOQUE

Mercadoria para revenda R$ 450.446,72

Passivo R$ 507.446,72

Passivo circulante R$ 327.455,43

Passivo não circulante R$ 179.991,29

Patrimônio líquido R$ 87.900,01

Fonte: dados da pesquisa.

Ao analisar os dados presentes no balancete da L1, fornecido pelo escritório de contabilidade, no período estudado observou-se a existência de um alto valor em estoque, quando comparado ao ativo circulante da loja. Para o período estudado, tem-se um estoque de R$450.446,72 e um ativo de R$595.346,73. Ao aplicar a fórmula para calcular a liquidez seca da L1, o resultado foi de 0,44. Já com relação à liquidez corrente o resultado obtido foi um índice bem superior ao da liquidez seca. Considerando o mesmo ativo circulante, e o passivo circulante de R$327.455,43 observou-se uma liquidez corrente de 1,82.

Considerando que para Ross, Westerfield e Jaffe (1995), os índices de liquidez ajudam a medir a facilidade com que a empresa consegue transformar seus ativos em unidade monetárias, tem-se que, ao subtrair o estoque do ativo circulante da L1, no curto prazo, a empresa apresenta uma situação de baixa liquidez. A alta relação do estoque quando comparado ao ativo faz com que o índice de liquidez seca encontrado seja inferior a 1, o que implica dizer que, nesse cenário, a empresa não teria capital disponível suficiente para quitar suas obrigações no curto prazo. Por outro lado, ao incluir o valor do estoque ao ativo circulante da empresa, a situação é

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outra: observa-se que, no curto prazo, a empresa teria sim capital disponível para uma possível liquidação de suas obrigações, o que parece incutir no gestor uma tomada de decisão entre rentabilidade e liquidez.

Ao analisar a situação da L1 sob o que nos diz o índice de liquidez seca, a empresa não teria condições de liquidar todas as suas obrigações no curto prazo pelo fato de possuir um alto valor de mercadorias em estoque, o que poderia não se realizar em forma de vendas futuras, fazendo com que a liquidez da operação seja baixa. Contudo, parece ser uma prática comum do segmento de conveniências possuir um alto valor de estoque quando comparado ao seus ativos, uma vez que, havendo uma boa gestão e controle do estoque a empresa poderia atingir altos níveis de rentabilidade. Por outro lado, ao analisar a situação pela ótica do índice de liquidez corrente, observa-se um alto poder da loja quitar todas as suas obrigações no curto prazo, elevando seu nível de liquidez, o que nos leva a crer que a operação é gerida de forma segura. Porém, ao que parece, altos níveis de liquidez devem ser geridos de forma cautelosa, pois o montante financeiro que estiver parado com a finalidade de cobrir as obrigações poderia estar rentabilizando em forma de giro de novas mercadorias adquiridas.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A eficiência e a eficácia na gestão empresarial são os dois fatores que determinam a continuidade da empresa perante a competitividade do mercado. Diante das alterações no cenário financeiro mundial, é de vital importância que as informações estejam à disposição dos gestores no momento da tomada de decisões, a fim de garantir que a alternativa escolhida seja a que representa menor risco. Um bom investimento pode representar o incremento de caixa que a empresa necessita em determinado momento, para sobreviver ao sobe e desce do mercado e, ao mesmo tempo, crescer econômica e financeiramente. Com isso, após analisar os dados da empresa em questão, pode-se dizer que a empresa apresentou, de forma geral, para o período estudado, indicadores animadores. Contudo, alguns mostraram-se um pouco a quem da média do mercado ou praticamente na média, como observado nos casos do ticket médio e margem líquida, o que pode influenciar em uma futura tomada de decisão por parte do gestor.

Abaixo, pode-se visualizar de forma mais compacta os resultados obtidos através do levantamento dos indicadores a partir dos dados da L1.

Tabela 3 – Indicadores financeiros da loja L1

INDICADORES OBTIDOS DA L1 Fluxo de caixa R$ 78.934,82 Ticket médio R$ 10,73 Margem bruta 47,87% Margem operacional 15,18% Margem líquida 15,18% Liquidez seca 0,44 Liquidez corrente 1,82

Fonte: dados da pesquisa.

Assim, depois de analisados os indicadores, pode-se afirmar que a operação estudada obteve um bom fluxo de caixa para o período, com saldo positivo em todos os 12 meses do ano. Observou-se ainda a existência de boa vantagem competitiva da empresa com relação aos compromissos com pagamentos relativos à capitais de

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terceiros. O fato da empresa ter iniciado a operação com 100% do capital próprio e não havendo necessidade e aquisição de maquinários nem componentes estruturais parece ser, nesse caso, uma vantagem, uma vez que boa parte do saldo positivo do fluxo de caixa é proveniente das não deduções que normalmente existiriam. Outra vantagem que a L1 aparentou ter é proveniente do cenário tributário em que está inserida, o que faz com que a empresa tenha menos compromissos com impostos e deduções financeiras quando comparada à uma empresa do mesmo ramo que não esteja inserida em tal regime de tributação.

Com relação às margens aferidas, nota-se uma superioridade da L1 em relação à média nacional. Porém, levanta-se a possibilidade do incremento da margem líquida a partir da adoção dos serviços de entrega, o que poderia, segundo a média brasileira, alavancar por volta de 3% de tal indicador. No entanto, como as margens foram levantas sem a utilização do delivery, notou-se uma igualdade entre as margens operacional e líquida, proveniente também da inexistência das obrigações financeiras do fluxo de caixa.

Observou-se também que, no tocante aos índices de liquidez, existe um dilema com relação a qual postura o tomador de decisão deve adotar, afim de encontrar um meio termo entre liquidez e rentabilidade. Ao elevar seus níveis de estoque a empresa possui diminui sua capacidade de honrar com os compromissos de curto prazo. Assim sendo, a empresa passa a apresentar menores índices de liquidez seca, uma vez que a venda total dos estoques pode não se realizar no curto prazo. Por outro lado, entende-se que um estoque mais elevado seja necessário para um aumento da rentabilidade, uma vez que o produto necessita girar. Com isso, mercadorias em estoque podem ser interessantes para elevar os níveis de rentabilidade da empresa, desde que gerido de forma eficiente, uma vez que se o estoque não se efetivar em vendas a rentabilidade da operação não irá crescer. Em contrapartida, ao manter os estoques baixos, o índice de liquidez corrente tende a aumentar, o que implica dizer que, no curto prazo, a empresa se tornará mais liquida, com maior capacidade de honrar seus compromissos, abrindo mão da possibilidade de aumento da rentabilidade em prol do aumento de tal liquidez.

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REFERÊNCIAS

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