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Pedro A, Pinto .... ... , , ... L1ngua i\Iaterna , • .. , • i ·• • • •
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Macahubas
como dos, e depois em rltinas, pre st!;!s inva-didas pelo mato, o manto que a naturesa
. lança envergonhada sobre as ruínas e
so-ll meu primei::o livro de leitura era bre as miserias nacionacs.
de Aoilio, de Abílio a minha primeira E' relembrado agora por oi1tro peda-granatica. No ·col-eginh.o do morro
(Ex-
gogo, tambew apaixonado pelas questões ternato d,1. l\{ocidade, rua de Pa11la l\'1atos de ensino,33),
andavam de mão em mão os livros deO
barão de Macahubas, como outrosAbílio,
Os
trechos seletos eram tantas ve- brasileiros, foi uma vitima do circulo vi-zes lidos e relidos que acabavam decora- cioso dentro do qual vão girando os destt-dos, e tão clara e tão simples a gramaticasi- nos do Brasil.O
Barão «agiu isolado numa nha que os fatos da linguagem nos salta- sociedade que não lhe co:npreendia as in-vam das paginas e impressionain-vam como . tençôes, porque não estava preparada para gravuras.O
nosso mestre, Antonio José realisar os seus ideaes a1evantados.»Va-T.eixeira da Cunha, vt!jo agora que êle co- mos indo assim: os nossos o-randes ho-nhecia ·O Abílio a fundo, No coleginho do mens não são compreendidosº pela
socie-morro, (Não
é
verdade, Fernando J\,laga- dade, e, para que a sociedade os compre-lhãe~?) tin-hamos tudo o que depois se enda, é necessario exatamente seguir-lhes considerou moderno. Em1885
cantavamos os conselhos e adotar-lhes as doutrinas. o hino, tínhamos o nosso jornal, havia ar · Foi o caso de Cayrú, o de Alberto Torres gu1n·e.ntos -â0S s-aba.dos, havi.1 dois partidos o de Farias Brito, o de Ruy Barbosa, o d~ ( ~T.a.lento» '.e «~plicação» )1 h~via e~ucação Oswaldo Cruz. Viva, coberta de flôres
pe-c1v1ca, lra:·11a tribunal do ·Jur1, havia a co- renes, a memoria dos martires,
laboração dos alµnos na disciplina. Qual foi o assunto de pedagogia
m,1-E'
bem verdade que o passado escla- derna do qual não se ocupou ha mais de rece o presente. Mas quando o passado se' cincoenta anos -o Barão de l\'Iacahubas? nos apresenta pela primeira •;ez, é uma re-'I Escrevendo, falando, realisando. I--Gea1isar surr:;ei.ção,é
o pres·ente lançando sobre o:l·tratando-se de educação,é
deslocar mouta~passado a lt1z vivissíma, Deve-se a resur- nhas. .
r-eição de Abílio Cezar Borges, Barão de Queremos nacionalisar a nação brasi-Macahu_bas, ao professor Isa_ias
AI
ves, que' leira ? Só um sistema geral de educaçãr• , lh_e dedicou um excelente livro, recente- responde Macahubas, será capaz de ofa-·tnente ed:tado, z er.
Podemos dízer sem exagero que o Ba- E por toda ~ sua vida, como diretor rão de Macahubas
é
um ignorado. Conta-1 de instrução, como diretor de colegio, como nos !saias Alves que certa vez em um cur- autor de livros didaticos, procurou por to-so de :t!)erfeiçoamento de profesto-sores do dos os mei~s, esquecido das minucias,de-Distrito Federa! leu algumas frases, e pe- sàgradando meio mundo, conquistando an-dio ás educadoras que lhe indicassem o tipatias, mas satisfeito comsigo mesmo rea-autor de C'ada pensamento. Surgiram os· lisar os seus ideaes.
Teve,
sobretudo, a nomes de Dewey, Tliorndike, Ferriére, Kil- coragem de enfrentar a campanha de ridi-patrick. Grande foia
surpresa quando lhes culo,a
mais covarde das campanhas, e que 'foi rev.elado o nome do autor·-Macahubas. por isto mesmo, só afugenta os covardes. 'Não ~rrar.emos m~ito dizendo . que igu~lr Si êle aparecesse hoje, disse o prof. exper1enc1a poderia o prof. Isa1as fazer em Isaías, ainda teria muito que fazer,,
qualquer centro de cultura, porque o re-1
O
livro precisa ser lido e meditado sultado não seria diferente. 1 pelos educadc,res, pelos chefes de familia,Pr:esta assim o prof. Isaías .Alves re-· de- cuja colaboração Abílio n~uca se es-levar.te serviço
á
educação nacional exal- quecia, pelos homens de governo. ]\,fasso-.tan.do a -nobre figura de Abiiio Cesar Bor- bretudo pelos desocupado!ô: que enchem o
·
ges.
1 tempo, e as tiras de papel, dizendotoli-Nascido em
1824
em Minas, formado ces sobre assuntos de oue não entendem. medico em1847,
iniciou a sua v·ida depe-1 Os nossos grandes homens precisam
dagogo em
1856,
bafejado pelo Barão .de resurgir. Será este, porventura, o meio de Cotegipe, e por D. Pedro2°.,
o «monarca rompero
circulo vicioso em que vae gi-republicano., Aos sessecta anos em1884
rancto a vida intelectual do Brasil. ,Porque escreve a «A Lei Nova do Ensino Infan- o reformador moderno, como principalde-til,.- Morre em
1891,
Foi sendo pouco a fesa das suas modernices, citará os anti-pouco esquecido á proporção que o edifi- gos que já prégavam as mesmasdoutri-cio magestoso se transformava em casa de nas. Ha cincoeilta anos ut'.! professor bra
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préga va a ne ce ss ida de do ensino religioso , já ped ia a colabo raç ã o d·o s paes,. , , ' . .
Jª mo strav a com o e 1m pres c1nd1v cl na es-cola o en -, in o da m usica , j á ex igiu que os pro fesso res foss~ m mu i to bem preparadot:
e muito b em r em unera d os,
já
organisava bibl io tecas es col ares.J
á
vêe m os senhores que todas estas no vidades s ão notaveis peia s ua anti gu idade.O 1 i vro d o prof . I s aias Alves precisa
ser li do . Li vros, como es te, são alavancas que irão a fas tando os grandes blócos de gr ,1nito, e fa cilit an do a tarefa dos que t ê m de a brir as es tradas d o futuro. Bemdita a
luz qt1e s e r eflecte no p ass ado, para
ilumi-,
nar o porvir.
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amparo ás crianças q11e vivem pe-las ru as e a sua educação representam omaior problema social no momento.
Vozes
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se vêm levantando com in-tere:.se e os primeiros passos já estão sen-do dados ".'elo Departamento de Educação .E
'
tambem problema social importan-tíssimo esse de se pre~)arar a menina para ser uma perft: ita dona de cas a,.Nesta epoca de g,andes e justas a<:pi-raçôes femininas, nes ta é po r.a em que a mulher disputa e caminha, hombro a hom• bro, c•)m o homem, na reivindicação de seus diri:itos inco!'.tes. te s, a menina sem-pre tende, apeza r de todas as influencias
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a ser realmente mulher e, como tal, se-nhora absol'.lta de seu lar ou do seu pa-lacio.
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Não
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A _ u:.enina deve. sentit ·aimpor·
eia desse novo estudo. Assim não poderá faze-lo ao me.smo tempo em que realizao seu curso primario,
E' mister mesmo que ella com. pre.hen-da a finalipre.hen-dade de ta.es, estudos . e sinta o
valor que elles repre.sentar,ão, em.
S.U
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viaa daquelle dia e.lL diantç;.Por isso essas aulas que, de v.em se.r as mais concretisad.a.s , possi veis e de. cara,. cter obrigatorio serão. um, com_o, comp]e .. men to do Curso prima.rio, m.in.is.tradas. a todas as alumnas que tenham t .erwi-n.arl,o o Cltrso e constando, mais ou menos,. das seguintes disciplinas: · ·
I - E.conomia domestica,. levando a me nina a saber equilibrar a re.cei,ta e a despeza de- sua cas:a, de • um, mod.o, in,te:ili- -ge11te e completo;
II - Aprendizagem de· c·oS"tura, córte, principalmente de roupas de crian-ça.
Con
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certos, aproveitamento de peças de v·estua.•
r10 1 etc.
III - Conhecimento de arte• culinaTia·, não dos chamados
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petiscos,
was do•trivial economico e sadio, }e\·ando a meni11·a·_ a saber preferir este ou· aquelle a-limentb, a preparar regimens· dieteticos, alimentares, etc.IV - P ratica de enfermagem e assis-tencia a dc entes; meios de t,ata-lÔs, na
ob&ervancia das prescripçíies medicas; cura-ti vos de emergencia, etc., etc,
V - Estudo mais completo· de· bygie-ne e prophylaxia das molestia·s infect· o-con t ,1giosas.
VI ·- Puericultura. Futttra mamãe:, a menina tem necessidade de saljc·r· lidar com o s eu bebê, sem esses extremos
exag•
gerados de muitas mães ou essa displicett· eia que · não é mais que· uma grande d·ó'se de ignorancia,
VII - Sociabi!idade, Mo d.o de receb.er os amigos com distincção e gentileza na-a turues, podendo-se provna-ar q11c, mesmo nos
meios mais pobres, tudo que
é
nobre ebri 1 l1an te pode caber,, pois que no.bteza e brilho são oriundos de uma perfeita
edu-E,
sendo as sim,;;.i
á dama rica facilé orientar a filha para gerir seus domi-nios7 a menina pobre precisa de quem
ensine ;:iara conduzir o s eu lar.
C~be ainda á Escola Primaria - que é o alicerce de todos os emprehendimen-tos humanos - o esboço desse preparo que, naturalmente, com a experiencia se irá completando e aprimorando,.
Certo, uma pergunta surgirá:
Como deve ser feita essa aprendíza-gem de Economia domestica? Nas horas de aula, no mesmo tempo em que a
me-nina recebe os ensinamentos preliminares
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n g-u a Materna, de Calculos e de Sci-en ci as ?. /
cação.
E,
para dar um pouco de umas lindas ·aulas ele musica,alegria, E 5se estudo, tendo o caract,er de obri-gatoriedade, uma vez tcr:ninado, conferirá
ã alumna então o seu dipl'o,ll'Ja, de curso • •
pr1mar10·.
-Naturalmente a idéa da cre'ação· de
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, 'escolas domesticas advira dessa.s clasfei;
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de ensaiô, o que. seria de um gran 1e d 1- F rança.
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cance para as nossas mo~inhas. . E m 1930, estava o Bras il co llocado
. · .c ont entem<..1-nos , pbrem? que seJ~ p~r- , e1n
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log ar, occup ando, depois da Italia ,m 1tt1da a todas as escolas 11:termed1ar1~s
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0 primeiro posto, entrt: os povos de for-e d~ curso .c ompleto, a c_reaça o de ~se uti- · maçã o latir,a , quanto ao numero de seus l1s ,;1cno Curso de economia docnest1ca. ha bitantes·· · . Muito pe~dor errado será c?rrig i~o, U m d~ce11io depois, isto é em 194(), muita tend~ncta b·oa desa?rochara ;, mu1t_o calcula o de111ographo e sociologo ci-c~racter lev,an~mente ~er1goso sera modt- tado que a s nacões de maio r conteudo f~cado e a pat~1a podera contar com fo~tes demographi co e starão· assim di s postas, o filhos, es_p~end1da~ante educados, por 1ssr• quanto ao factor numero :
que prov1rao de maes que, embora pobres, 1 A II
1 ·
receberam a melhor e a mais sadia das R e~an 1
ª ;
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72.925.000 educações. .. us~1a europea . . 154.1 60000L
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Japao · · · · 74.567,000India ingle za. ." • 386.640.000
_ • . India hollandeza . . 75.140.000
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pc,pulaçao do mundo
e a posição do Brasil
Estados Unidos . . 144,112.000, Brasil . · . . . 55.005.0üo
· U1na das questões mais interessantes ·E nião tere O d · d t , It 1· d I XX · t t . 1 m s e1 xa o a ras a a 1a ,
O. se.cu O ~onsis e no augmen
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rapi- que deverá accusar 45 289 OOO· Fdo da populaçao. , . , . · · , a ra_nça ,
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d qu· d . . 43 .68:'1 .000; f ngla terra, 4 7. 7 42.000 habita n-. es e e os progressos
a
sc1enc1a , tes Seremo . . na ·:I I t· · d · ,e da hygiene se introduziram,. co1n rnaior ;·pul.ação N
~ ~
eç· 0 ,~
in; le dmai~rP~-r ap1dez, em n~ssa éra do que em outros Bra. s1·1 s·era' a a ·nA1rr1cat· o u epo1sl 9400
· · d t · d 1 1 , , gen 1na que, em . ,
pe_rio os a~ e~iores O secu ~ . ~ctua : n~ apresen}ará maior o 1 - : 15 234 000 ~e10 .da ma1or1a dos povos t1v1l1sados foi
I habitantes ou seja p p~ açao ·. •
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po.ssivel, já ~ã o di.zemos ~~g'!lentar a .na- 1 a t1 ossa. , qua ro vezes tn ertor talidade, mas (?elo menos l1m1tar cons1de· Oas nações braiicas d·otad 1 .
ravel a mortalidade o que confere aos
po-1 rosa opulação ' . as ( e nti
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ªt sim pdroce em ~mdry mo h'e d th d .. me P , o at1 g n1ento qtJe s e1
deverá evide11ciar no decenio 1·v:.:0-40 se
-cresc1men o e e expansao em(\grap •· a' d t· · . . · 1 d . · . Ir es a maneira .
ca rea me:n~e extraor 1nar10. . ~
. Um demograph Ó belga, o sr .. R.
J
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1 Ru~sia eu~opea :: · • · 26.8li0.000
Pierre a~aba, depois de exhaustivos estu- Est ª~ºs
U
ni dps · · 19.872.000 dos sobre · a população do mundo e _as . Brasil · . · · · 14. 1 ~f5,00U~uas tendencias dominantes, de estabele · 1 AII~n:ianlia · · · 6.i38i ,00 0
· cer quadros curiosos acerca do potencial Italia · · · . · :!.li8-i.ÜÜ(J
· demographico .de quasi todos os paizes F rança· • . . . · 1.88 1.
ou
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actuaes os seus -estudos b1searam-se so- Inglaterra · . . J.74 8.000bre as cifras da população , tal·como ellà Basta considerar-, e o qu adro acima exi stia ou constava dos diversos recen- para se chegar a evidencia de que, prc -ceame11tos, . em 1930. Depois, sobre a porcio·nalmente á massa da populaçã o ,
base do ac½rescimo constatado
at
é
aquel- exi st ente em 1930, nenhun1a outra «pOJJ tt ·la data, es.tab eleceu os t'otaes provaveis d~ lação branca » apresenta índices mais aus·
população, 110 fim dos a r1nos de 1940 e piciosos de desenvolvimento do qne a de 1950. brasi.l eira. Os Estados Unidos adquirirão Em ,1930. os · p aizes cuja população, provavelmentE:, mais 20 milhões ; eram , po-de accordo co1n a exposição do Sr. R.J. rem :,quasi 125 milhões em 1930.
O
Bra-excediam a do Brasil, foram os seguin· sil, porém, era apenas pouco n1ais de 40
tes:- · . n1ilhôes em 1930 . Devendo p 'l ssar para Orã·Bret:i nha. · . . 4f..:J9.t 000 mais de 60 milhões em 1!140. E~tamos
.A llemanha · . . .• 66.538.000 au g 1lle11tando po is, a razão de n1 a is de um
I talia . • , . . • 42 605.000 m ilbão de l1 abitantes po r anno.
Ru s sia européa . . 127 .300 00 Certamente co1no . nol -o affirn, a ri Sr.
Japão • . . . 64. 616.000 R.
J.
P ierre,é
pr eciso levar-se e1n conta lodi.a .. b.ritanica • . • 350.853.000 q 11e · o accr es cirno d en1ograpl1 ico do sI0qi;1
-
hollandeza . . 60.845.000 grandes paizes ámericanos é devido esp e-E .. tados Unidos • • 124.240.000 cialmente ao augmt!11to vegetativo de st1aBrasil • . . . 41 .899.000 população e á immigração. Esta, porém ,
• • ' • • •
•
' • • ••
•
• • • • • ••
•
• tA
ESCOLA PRIMARIA
105 ' • - - - -- -- - - --,-'-- - · - - - ---
- - -
·
·
-tende a din1inuir, des.de a crise economi- dei-na e elevada de i:riodo que velho pro:..
ca de 1929, sando problematico que se fessor, como eu o sou, uão a entenda?
reproduza o facto, acontecido no , seculo Entenderão os alwnos ó que diz seu
XIX, quando cerca de 30 .milhões de eu- ''técnico
?
ropet1s se despejaram sobre os Estados Eu, em regra, nada percebo do que
Unidos. escreve o sr, Venâncio, mas atribuo a
fal-A espeito dessa circunstancia, não ta de compreensão a mim e não ao
páre-se pode negar o facto 9e que, entre as 'dro do .Instituto de Educação.
nações brancas, a que registra, no secu- Posso fazer un1 livro onde aponte cen•
lo actual, possibilidades mais rapida
pe
tenas de coisas escritas pelo afamadotéc-augmentos demographico é o Bras.il. Res nico, destinadas a principiantes, coisas
ta que ess_e. accrescimo, por todos os ti- que estão em desacôrdo com o que
apren-tulos ausp1c1oso, possa ser acon1pan-hado di, com o que se vê na maioria dos livros
por uma elevação de nosso «standard·>> de' com o resultado de velhas e c:ássicas ex~
vida, sob pena de estarmos fadados a periências.
ser o recept~culo de uma civilisação de
l
·
No livro intitulado Ciências físicas ebaixo e~talão de s~bs_istencia, nma como nati;.rais,
1ª.
série, não há página on·deque Ch1n~ ou ,nd1a 1 incrustada no coração não encontre proposições que me es~
da Amer1ca . C<1.ndalizem. O de
Física
penso não éme-'
'
.lhor que o citauo.
Língua Materna
Exige êsse livro análise mi,nuciosa, por1que pode êle ser nocivíssimo á mocidade
Pergunta.me uma alu-na da Esc·ola Se- 1brasileira, pelo grande número de coisas
re-cundária, do «I.ust.ituto de EdLtcação», se volucionárias que encerra.
está certa, à luz da Jíngi1a, a frase: «po- Até aparelhos de· uso se~ular,
coai.o
dem-se ver que O núu.,eru de imagens ·é ,os alambiques, foram totalment'e reforma·
muito grande», fra~e que viu no livro de dos_ pelo especialista do Instituto de
E~ú-seu professor de ciências fí:iica.; e natu- caçao.
rais. (V . l<,í,ica , P. n. ~00 . Ed. de 1935,)
Trata-se de proposição do técnico des , Por agora, apenas aponto uns passos
cobridor dos mamíferos de per1a, e é ela, qtte estou estudando, dos quais ·ainda nã'o
de modo claro, peludamente solecística . apanhei O sentido:
Notemos que O solecismu aparece aos ca- «De certo modo a Física precéd.e e
chos nos livros do sr. Francisco Venâncio, prepara as demais ciê::icias
experimen-catedrático de ciências no Instituto em ,tais · " (Prc:fácio. P. n. ~5). ·
que está matric11lada minha muito cân- De facto, não se tenao conta com a
dida, sinão muito manho_,a consulente. parte experimental da Melânica, que, em
O exemplo apresentado aparece no classificação razoávt>l, preci:de á Fí,sica
volume que se chama «Ciências físicas e 'pode dizer-se que a Física precede as
de-naturais», na página n. 89, ed.
lª.,
de mais ciências experimentais ou quepre-1932 . cede ás demais ciência& .• . · ·
Está ass im redigido: 1 . Mas ter á sentido_ a .:xp~e.ssão «a
Fí-«Em certos lugares em confeitarias,, e1ca prepara as demais ~1en(~1as>
?
.
barbeiros, em que há espeihos paralelos,,,
l
Então uma ciência P!"epara o_utras.?podem-se ver
que
o número de imagens é , Penso que falt_a alguma cois a ~amuito grande.> frase.
E' 0 técnic,> Francisco '\Tenâncio Fi- 1 N9 mes::10 prefácio, linhas abaixo,
lho paladino da clareza de linguagem, de I vejo estas palavras, das . quais não log,ro
SU'¼ exacç&o, de seu rigo r. Em livro que apanha r o senso :
há po1:1co surgiu, num manual de
Fisica
«Se, o que se deseja é a acumulaçãopublicado pela .Companhia Editora Na- 1apenas de in formações, isoladas ,
dcstaca-cio naJ,., 0 sr . Venâncio, o pioneiro da ins · ,das, sem articulação , qua11t o mais dados
t rução, diz que devemos escrever com si.m- 1se fo r necer e coagir o alu no a 'fixa r: de
plicidade e com clareza. 1qual quer modo, não importa o m ei o de
A
mim me parece que êsses ccer to.s ,aq uisição, porque cheg:tm ao mes mo d es•lugares em confeitarias> nada têm de ela- tino: serem esqueci das.> .
ro. L Que pretenderia dizer com «bar bei- 1 .l Em qu e lí n gua está escrito isso ?
r os, em que há espelhos paral elos > ? · Todo o livro
é
de est il o nebulosoL S erá isso linguagem t écn ica, m o- con fus9, em 1 in gu agem que me parece ina,
•
•"
' • ,, • • •·,.
106
A
ASCOLA PRI1\1AR
.
IA
- - -- -...:_.,,:.:::.. ..--
-
.--
-
- - - -
- - - -- - -- - ---cessível a inteligências vulgares, e
fre-qüentemente, cem solecismos, com
pa1a-vras exóticas, com frases de sentido
duvi-doso.
Tres Palavrinhas
• r - ,.. ••
-Meio dia e meia.
-Quando :,ão doze.
.
.
,,e trinca e frequente ouvirmois aize1'~ da
par-Apresento agora mais um exemplo e te de pessoas menos cultaf, ou desatentas
em
ocasião oportuna darei um · milheiro : que é11,eio-dia
e
11,eio.
I-la verá m,tior a bsur-. do ?
Maio-dia e
111eio
não pode sio·nific'arde
«E'
o que explica em um navio a ne- maneira algumameio-dia
e
n1eia h~ra;
éape-cessiàa.de -:!e afastar os pés, afim de aui J nas destempêro. Devemos dizei·
111eio-dia
e
mentar a base de apôio,> (Pág. n.
3.3).
nieia
(oude se subentendehora)
ou então,l
Estará claro êsse lanço ? · <r11eio-dia
e
t,·inta,
doze e
tr·i1,ta.
Voltarei ao referido manual, possivel-mente em livro no qual ando a trabalhar. Hoje, por exemplo, passei parte da manhã resolvendo um problema relativo a
as~un-to do livro do sr. Venâncio. r
Publicarei, quando me permitirem as
ocupações, uma · série de cotas aos textos
do técnico moderno. Sou, entretanto, o
primeiro em reconhecer que há grande
ousadia da parte de um homem, como eu, velho professor autodidacta, emµírico, que não freqüentou as aulas da Escola de pro-fessores da Colúmbia, vir para público fo, •
mular dúvidas a respeito de trabalho de
um pioneiro, paladino, té cnico de instru,...
ção e, segundo dize·m. diplomado pela Co
-lúmbia . . • O arrôjo
é
próprio da igr.o-:râ:icia e é feitio de meu espírito o ser algq
irreverente. Mas não sou teimoso, nern
deixo de reconhecer o mérito de c1uem o
possue.
1
1has de Sonda.-Ou
Ilhas
liaSort-da.
Alg·uns escrevem deS1112da,
mas issoEi
disparate. Assim g·rafam os irig·leses, p,ira
que se leia
sâ,ida,
que é quasi;:;011da.
Paranós, a escrita
Su11du
e a pronunciaco1·res-pondente é absolut,1me11te !!J'rônta.
Quebrangulo.-lVIuitos,
dando com onome deste povoado b1·asileiro, e
imaginan-do logo etimolo gia en'l que entre a paiav1·a
ât1,q1,r,lo,
pronunciamq1,eb1·â1zguto.
Entretan-to
a
palavra é dita no localquebr·angúlo
(acento cón11ico sôbre a vogal i.z) e nada tem
com
queb,·a,·
ne1n com·
angz1lo.
Trata-se,na-turalm eu t_e, de palav1·a provenieqte da
lingua-gem d~s indígenas, muití ss imo deturpada, e
que ~e1u
a
frear com êsse aspeto de coisa. co-ul1 ec1da, o que é muitu frequ ente r:o
voca-bul ario.
lVIESTRE-ESCOLA.
Temos a felicidade de vi ver nu ma ter·
f
J
ra onde ainda vige a democracia, pelo que .
"'ma
assiste a qualquer escriba, o direito de
aula
de
Botanica
· pretender analisar os partos intelectuais MMW! AWWWMN./1 U
de tipos da altura do sr. Francisco Ve-nânciô Filho, uma das mais belas cabeças
do .Instituto de E r.lucação, dono de
invejâ-,•el cultura cie11tífic-a ~ l1terá1 ia , no dizer
' de certa revista, e íntímo de tôdas as
au-toridades de ensino. , .
.
,•
nare1
-Q<.tando julgar conveniente,
exami-ttm problema de de.;amarramento
(demarragem na língua dos afrancesados),
do livro do sr- Venâncio, problema que rr·
solverei imitando o m.>d o cr1,.{10 o roceiro
de minha terra obriga o t i.t tU a sair do '
.
buraco • • • • • ' • • '
P
ed
1·
0
A.
Pi1tto
• 'E
s
t'!' aula deve se,· dada de pr·efe1·e1icia
ao a,· l1.v,·e,
1
ztt
11z local
01ztle os alu,zos
11tu-
·
tzido.
,;
ele_
1,zate1·ial
de ja1·d/1zagern, p;ssa,,i
e11z
l'
e~
ftd
adP
p/a1zfa1•
a
se1·i1zgtt
e
i1•a,
1
·ega
l-a
e
c1r.lttva-la adqtti1·i1zdo assi,,i
lzabitos
educa
-ti_vos .
co11zo
'
se,ja,11,
os ele p
_e
1·s
eve
1·a11
ça,
pa-cze
,
icza,
labo,· p,·oficzzo, aléi,z do
se
1zti11
1e
1zto
ela
r
es
po,zsabilidade.
A Sl:RINGUEIRA
( Dramatização )
SERINGUEIRA
. Sabem qu em sou? A Seri ng11eira, Não
fico triste e desiludida dia11te d<i rei das
florestas. 8011 gran<ie. S01J for te. A )tiva
e m,esmo gig-antesca .
(Di
1
·igi
1
1do
-s
e
a ttnza
• •• 1 • • •
'
A ESCOLA
PRIMARIA
•107
•creaaça
que represe
.
nta o
Estade
do
.
Ama-,eonas).
Q
Lle seria de ti, Amazonas, si eu ·ay_ui não vivesse? A ime,nsidão do teu
ter-,ri torio nada rei;iresen ta ria ji.:nto aos teus
irmãos do Brasil, ~e eu não existisse.
FLÔR
' '
Psiu! Escutem-me. Sot.: a flôr. Dou
,
.
.
encanto e graça
a
ser1ngue1ra,ao mesmc;>
tempo que embelezo a natureza. Não sou
branca, mas tambem não sou preta,
Pre-zo-me de morena côr de jam bo.
No mez
de Junho, sinto um calor intenso;
nesta
epoca, desprendo-me da seringueira e
vou beijar o solo deste Amazonas ·
1enda-rio. Deixo fixar, no entanto, uma pequena
parte do meu ser para transformar-se em
AMAZO
~ AS(ooltando-se para
a
/,eringueira)
Não te julgues tão impor.tante. E's
uma dádiva de Deus para as minhas
ter-ras fertilíssimas.
Elil
meu seio fecundocresces naturalmente, espontaneamente,
não precisas ser plantada.
SERING
U
EIRA
Em compen;;ação, dou
o
.meu sanguepara aplicações inumera1/eis. Concorro
pa-ra
a
tu.-. grandeza. Façoa
tua gloriamis-terioso Amazonas
I
Se me levam, p~rém,para 011tras terras e outt"·OS ,climas, ah!
en-cho-me de melindres, fico manhosa, exijo
cuidados especiaes 11ara desenvolver-me,
{Segredando)
.
E'
só para malt1atar osga,-•
nanc1osos,
'
RAIZ
1Como estás pretenciosa, seringueira' !
E
se· eu desaparecesse, de que modo tese-gurarias ao solo? De que maneira te alÍ·
-meutaria:s? Lembra-te que, com as minh::ics
garras, penetro
n
a
terra e dela retiro todoo alimento de que precisas para o teu
s11s-tento.
CAULE
(pa,·a a raiz)
Quanta vaidade
!
E se eu me recusas·se a distribuir os alimentos qut extrae's
dos terrenos, como chegariam elles às
ou-tras partes da seringueira? Além disto
.
'
sou eu que sirvo de suporte c1s folhas, ás
flores e aos frutos. Sejamos mais
modes-tos. Cada um de nós tem seu valor pro·
'
pr10.
FOLHA
•
Ora que tolice. Que grande
presun-çoso! Pelos meus póros, estes
bura11ui-nhos que vês
(lliostra-os
tiafolha que t,·d
z
1ia
mão)
sorvo do ar o oxygenio nece -sa-frt, to. Sou orgão de r~prod ução ,
FRUTO
(zangado)
Quem falou em fruto ? Estoú aqui para defender-me de qualquer censura que
me queiras fazer, flôr minuscula e
conven-cida! Dentro de mim oculto tres
maravi-lhosa.~ . sementes que, plantadas, dão
ori-gem a outras tantas seringueiras. Sou eu; portanto, o principal orgão da reprodução.
FLÕR
Que bobinho ! Nem uma semente.
exis-tiria, se não fosse eu. De mim dependes
q11eiras ou não queiras. Façamos as pa~
zes. Somos ambos, num trabalho comum,
os orgãos da reprodução • .
SEIVA
Que barulho
é
este? Todos vocês são,sem nenhuma duvida, indispensaveis á por-tentosa seri:;gueira. E eu, que digo?
Cir-c1ílo em toda ela, dando vida e calor a
voc;ês todos. Apesar de branca, sou
san-gue, e ~em sangue não se vive.
TODOS
(exclamando,
excepto
Aznazo,zas e
Seri,zgueira)
Oh
! Seiva. Estamos de accordo.Una-mo-nos
(dão
se
as ,nãos)
trabalhemosjun-tos pará a grandeza da arvore, que tanto
colabora no progresso do npsso querido
Amazonas .
UM GRUPO DE CRIANÇ.i\.S QUE
SERVA A DISCUSSÃO:
OB-rio á seringueira e el la não morrerá· Sou Plantemos a seringueira, cultivemol-a
seu · orgão respira torio_. ES t e trabalh~ só com an1or e carinho. E' ela que nos dá a
eu o conheço. Ademais, 5 ~11 _verde, cor da borracha, a quàl vendida &os estrangeiros,
esperança, e a esperança nao morre nunca. prcduz dinheiro para o nosso Tesouro.
CAU LE
(
rindo)
l
Quando volta á nossa terra vem já t·rans-Ah! ah ! ;ih! Achas então
só
respirando? Puro engano.formada em rodas de dutomovel, pentes,
que se vive brinquedos e muitos outros objetos de que
• necessitamos . , • • ' ' '
•
•
• -'•
••
108
A
.
ESCOLA
PRIMARIA
- - -
-
- - - -
.
-OUTRO
GRUPO
DE CRIANÇAS
'
Sejam
mais patriotas.
No
Bra,;iJ,
a
nossa idolatrada Patria,
já
existem
fabri-. cas para
a feitura de objetos de borra
c
ha.
Não precisamos, pois, vendei-a
·
a outros
'
pa1zes.
::;uperffcie das messas líquidas oomo ma-
-res, rios, lagos, lagõas etc., que estão
es-palhadas
naterra.
Adiante, ex
·
plicaremos
oque vem a
ser evaporação e
o
modo con10
ela
se
processa.
A ág11a que se
evapora
da superfície
UMA
DAS CRIANÇAS
das massas líquidas
pode
tomar de
s
tinos.
.,
diferentes: ou ela
se
condensa indo
cons-S.
Paulo,
ª
cidade do labor,
Jª
pos- tituir as nuvens, nebrin:;s
etc ..011 não
sue em grande escala.
se condensa, permanece11do no n1odo de
·
OUTRA CRIANÇA
S.
Paulo.
•só? N0
Pará ...
•
A TERCEIRA
(toma,ido
a palav1'a)
Aqui,
em nossa bela
Manaos,
o
comen~
da9,or
J.
G.
de Araujo
épropr1etario
de
um:_i. fabrica
1onde
.
se
fazem lindos tapetes
e elegante
_
s
saltos para sapatos.- Não te
recordas de que
a
.
professora prometeu
Je-v ..
r-~os até lá,
!)ara
conhecermos de perto
os progres
s
os da nossa terra
?
\
TOD
1\.
S
AS
CRI
i\.NÇAS
REUNIDAS
Homenageemos a
Stringueira
! ·Glorifiquemo1;
o Amazonas!
·
(Bate11t
pal11zas
e, e11,z seguida, ca,ztam o
Hi,io
áArvore.)
E111iti,, tlé C,,rv,,11,,, A1ito1iy
'
vapor o qual se espalha n:i atm
os
fera. O
vapor de água existe na
atmos·fera,
mas
.-não
nos é possível vê lo; inúmeros factos
.
evidencian1 sua
·
existência .
Assim, podemos l
a
nçar n
1ã
o de vári0s
,
processos que nos
permitem
demonstrar a
existência do vapor de ág11a na atmosfera
dos quais uns são 111uitos singelos
·
outros
..
se tornam mais co1
11
pli.:ados,
printipalmen-te para quem
"
t:stá iniciando ct1rso de
ci-ências. Se tomarmos
,
por exemplo, um
co-po con1 água gelada,
.
ou qualquer
ií-·quido que contenha
gêlo,
verrios que no
fim de certo tempo a
suptrfície f'Xterna
'
do
copo
se
acha to
1
aln1ente
embaC'iada,
e al
-gumas gotas de água
chegam
a formar-se.
A que se atribue
a formação
dessas
guticulas
de água na face
e
xterna do cc)pü'r"
Será
que a água tenha atravessado
as
paredes? Como
vemos
tal hipótese
de-ve ser afastada, visto que
semelhante
fa--
~Transcrito
iíanáos.)
da
R
ev
i.~(a
de
Ediicação,
de
cto não
épossível
ocorrer.
O que houve foi
o stgt1int
·
e: o
vapor
-. .--
---
---
-Noções rudimentares
c
·
iências chamadas
de
-
-naturais-de
água da
atmosfera,
em contacto com
as p;;redes frias do cop
o
,
condens
.
o
u-se e
se
depositou sob a
forn,a d~
f)equenas
gota~. Por
outro lado, fica
demonstrado
que
há vapc
1
r de água
na
atmosfera!
relo
facto
de
q11e muitas
substa11cic1s
têm
a
propriedade de apre
~
entP.r ,1
,
1
1
dança de
coloração algurnas.
at1mento
ele
pêso e
·
volun
1e
otitras.
segt1ndo
estejan1 ou não
·
.
.
•
, e,n
JJre
s
er,ça dfi v
;,pn
r
(iPágua.
Umida
d
e do ~r; hrf!rometr()S
.
C
u
n
,
ieii-
jEm curso de Q11ímira es1udar-se-ão
sação do v_apor de agua, -
Evaporctção e
,li
versas substâncias
sob
a denomi ação
de·
sua titil1dade na vida
dome
_
st ,ca
.
s11bstâncias anídricas e
substâ
·
ncias
hidra--
-
tad
.
as.
O homern e os animais superiores não
podem viver em ar ~êco, do
,
mesmo modo
Como exemplo de s11hstâncias
anídri-que os a
i
iimais aquáticos não podetn vi- cas podemos citar o s11lfato de cobre, o
-ver em água sem ar.
cloreto e o
azota
to
de cobalto,
que
Naturaltnente, sµrge agora a seguinte apre
·
sentam color
a
ção diferente quando se
·
pergunta :
encontr
;i
m hidrat~das.
.
-«De onde provém a umidade do
Assim é o st1ltat11 de cobre anídrico,
.
ar?~- Em duas
.
palavras diren1os que substância sólida. cle cõr bra11ca.
Se
expu-.
grande
"
qt1antidade do vapor de água que'
.
zermos ao
iir
úmido parcela pequPna
des-.
s~ encontra na atmosfera
é
subministr
.
ada
~a
s11bstância vem0s que no fim de certo
pela evapóração contínua, observada rta
..
Jtempo, de bran'Co se vai
·
tornando leve-
·
L '
•
•
A
'
ESCOLA PRIMARIA
•109
·--- - - -- - -----
---·---mente
azulado, até q11e predomina colo- ção aos higroscópios mais usados,
come--ração azul nítida. Isto significa que o sul- çando pelo
higroseápio de
f/01·
ou
flor
hi-iato
de cobre absorveu
o vapor
de água
dt'ópota.
Como cu
'
riosidade costuma
fazer-da atmosfera, transmufazer-dando-se em sulfato se
êste
higroscópio esteando-se na
proprie-de cobre hidra
t
ado
,
que
éazul.
·
dade que têm o cloreto de cobalto sêco
Ocorre
facto
idê
,,ti
co com o cloreto
de
ser azul e perder a côr tornando-se
ró-de cobalto, que
é
azul
quando
anídrico e reo, quando em presença da água.
Prepa-·
toma
coloração rósea,
quando
exposto a
·
o
ra-se
uma flor artificial de cambraia
bran-ar
,
porque
se hidrata.
ca.
iíolha-se
numa solução concentrada de
Outras
'>ubs!âncias
quando
absorvem cloreto de cobalto, solução que é rósea.
-0
vapor de água
experimentam
certas mo- Evaporando-se a água,
o
que
se
consegue
dificações,
as
quais
se dão principalmente
levando a flor a uma estufa, ela
fica
azul
em r
el
ação ao
pê;o
e ao volume.
Tõda
e conserva esta cõr num ar s
ê
co.
·
subst
àn
cia que absorve vapor de água
so-fre aumento de
pêso
ou de vol11me. Destas
Se,
porém,
há muita umidade, o
clore-sub
s!ân
cias as
mais
conhecidas são : o áci to de cobalto se hidrata e a flor se torna
do
sulfúrico,
o cloreto
de cálcio,
cal viva, rósea.
Há
uma
planta
chamada planta
hi-carbonato de
potássio calcinado:
que, grômetro, rosa-de-Jericó, flor da
ressurei-~xpo
sta
s ao
ar, lhe
roubam o vapor de
Ição, que é 0
.
11
que foi
empregada
como
.água e
há conseq
üe
nte
aumento
de pêso higroscópio.
A rosa
-
de-Jericó tem seus
para o cloreto de cálcio, cal viva, carbo- tecidos muito hidr
:
ópotas. Quando o te
·
m·
,
nato
de
potássio
calcinado
e aumento de po est:: sêco, ela se apresenta como um
volt1me e pêso para
o
ácido sulfúrico.
esferóide, do tamanho de um ovo de
ga-As subst
â
ncias e
os
corpos que
tem
a linha. Umedecendo-se, ela se expande
em
propriedade d~ absorver a água, de chu- raminhos e perde a forma.
pá-la, para assim dizer, sf:.o chamadas
·
substâncias hidrópotas. A
últin1a
palavra
São da
«Botãnica geral» do Prof.
·
há-de ver-se adiante
,
no curso de língua Pedro A. J>into estas palavras
« •• ;o
que
materna,
éformada de
'
dois têrmos gre- se
conhece
sob o nome de rosa
de
Jericó
gos
-
hydor que corresponde a nossa não é flor, é um
vegetal completo. Nos
,
água e outro que
s
ignifica
beber,
chupar. próprios
dicionários da
língua, a
propósi-As
subst
â
ncias q11e
~ervem para
me·
to da palavra
rosa adquire-se tal noção.No
dir a propriedade hidrópota são ditas
hi-1
Bluteau,
por exemplo, lê-se
:
« •••a rosa
grontétricas e os aparelhes higrômetros. de
Jericó não
é
rosa; mas
.
é
uma
certaplan-·
Quando a substância que absorve
a
água
ta
da
altura
de
quatro dedos, com muitos
permite que se veja a absorção, aproprie· ramitos
e da feição de um
pequeno
globo,
ria de
é
chamada propriedade
higroscó
·
de côr cinzenta.
Quando
a
põem
a secar
pica e o
aparelh
o
para observação é
dito
Ios
seus
ramitos
se
secam pouco a pouco
'
higroscópio.
e posta demolho
em breve tempo se abre.»
Em
muitos livros chamam-se
higr
os
-·
CÓpicas
e higro'l1étricas
as subst
â
ncias
hi-drópotas, isto é,
as
que absorvem água.
Mas
há-de ver-se
adiante,
no curso de
lín-gua,
que
higroscópio
é
palavra portuguesa
io!mada
de duas
gregas-Jiggros,
umidade,
úmido
e
scopein
examinar.
Esse
elemento
.scopein
que se
muda
em
scopio
aparece em
muitas palavras de
nossa
língua, a cada
hora
ouvidas
-
: microscópio, telescópio,
·
caleidoscópio ...
Higrométrico é formado de
hggros
e
·
111et1·on;
o 1'tltimo deu nosso metro e
si-·
gnifica medida. Aparece num sem conto
de palclvras-termômetro, quilômetro,
di-·
namômetro
,
fotômetro, hidrôrnetrC\...
Bi-,
d,·ô11ietro
é de uso corrente e designa o
aparelho
com
o qual se mede a água
con-:SUmida.
Há
um higroscópio,relativamente
gros-seiro, do qual se vê a figura e descrição
em quase todos os livros de física, o
cha-mado higroscópio do frade. E' a umidade
.
maior ou menor do ar indicada pelo
mo-vimento do capuz. Está
êste
preso ao
cor-po do rrade cor-por uma corda de tripa, que
se acha dentro do tubo e fixado pela
ex-tremidade inferior da figura. Quando há
muita umidade no ar, a tripa sêca, que
é
hidrópota, absorve o vapor de água,
en-grossa, torna-se mais curta e f
.
az que o
capuz cubra a cabeça do frade.
. ·
Quando
o ar contém pouca umidade
' 1
a corda seca, torna-se frouxa e o capuz se
desloca, deixando o frade de cabeç& des.,.
Diremos agora duas palavras em
.
rela- cobert
,
a (fig. n.
·
1;
.
.
,'
•