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A Escola Primaria, 1936, anno 20, n. 8 e 9, nov./dez., RJ

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Anno

XX N.

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8 e 9 -Num. avulso

1$200-Nov.º

e

Dezembro

de 1

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Educação

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Red. . .

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Os vencimentos dos prof esso

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res

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José Plragibe ...•••..

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Macah u bas

Leo,zor Posada . .•..•.

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Um eurso de Economia Domestica

nas

escolas puõlicas

A população do

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mundo

e a

posição do

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J.

Pierre . ... ,. ...••...•

Brasil

Pedro A • Pinto • .•..•..

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Lingua

Materna.

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Mestre Escola . , . . . • . . .. . . . •

Três Palàvrinhas-

Prof

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sora

Eozz"Jia

A

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Uma

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aula de Botanica

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(Dram2tização)

e

Yolanda Rorfqati • .••.•.•.•••.•..•••

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Raul

Fer

na1ldes •

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Noções rudimentares de ciências

das

natur.aes.

A

educação e

a

paz

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Rua Sete de

Set·embro,

74

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tempo

pará

o

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desb:uotar

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esses beneficios, a familia os receber6 logo

.,,,._

após seu fallecimentõ.

.

·

Goze

em

tempo

opportuno o

justô

préJDJQ

doe trabalhos e lutas

de

ego-ra: uma aposentadoria calma

e

·

feliz.

A Sul

America

ter6

go9';o

em

oflerecer-lhe.

,em

c~mpromiaio, informaç&e$

'

completas sobre o

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8881Jmpto.

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XX-Nº

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Nº.

avulso 1$200

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Nov

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º e l)ezembro de 1936

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REVISTA

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IENSAL

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ector:

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Superintende::ite de Ensino P.1rticular

RED.'\CÇÃO : RU.'\ Sli'l'E DE SETE~IBtlO, · 174

RIO DEl J • .\ NEI!lO "

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P a r a

SUh\MARIO

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Red . : .. .... ... ... Os vencin1eatos dos prof~s~ore~ ~ · 1 • . 1 • • •• '

.To;~ P1rag1be ... . _ .... - ... ,, ~iarul1,,b,1s 1,l'rofe,_sorl\ E1nili:1 ,A11tony , , , , . , l:1na aula de Uotar.ict} (:J

rama-J.,eonor ros,1da ... _ .. _ .• ... ... Utn cur.-o_ cld Econou1ia oou1estica i) ti½ação) .

nas Escolas Public>ts ' Yolanda Rovigati .. ,.,,,, ... ;,,. Noções rudimentares de cieilcias

1i . J, Pierre ... . . . . •... A população do mundo e a posi- : . . • cha11111das naturais , , i

. · _cão do Brasil . Raúl l'ernandes .' •.... , •• ; . ,', . . A educação e u. p~z. ·

Pedro A, Pinto .... ... , , ... L1ngua i\Iaterna , • .. , • i ·• • • •

}!e.stre Escola .. ... , .. Tres palavrinl1as. _ _ _ _ _ ~ - - _ ' ''--,----~'-:--,--<--;~

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Co1ig~·at

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tla11io._~os hoje, de todo o

·

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pois, acto de

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p1·i,ricipal11tente o inicial, lza

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;x:á1·a de se,· l'

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nuneração ;·usta e

,

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lttadora, e ·,:sso, a contirtuar, reve,·teria

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e11t p,·e,Jtltzo pti1·a o proprtQ ensi110

,

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1

·elzender.

Si os

. e

venci,,,tentos iniciaes são 11zuito aqize,n

·

.

-do qzze vale, no padrão actual da

·

vida,

os servi

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çàs do l'J'Zest,·e, as vocações são

'

desaninzadas, os p,·epa,·ados procuranz

'

1 • \ • • •

campo itzats pt'OJJtc10, e o ensino jicç,,,

ao ji,n de algiznz te11zpo, do1n1·n1·0 quas,;

exclzzst

·

oo dos ,nenos dotados, e111 ,na

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-

teria de preparo

·

fntellectiial, para o

t,

·

iunfo nas competições.

Foi ti11za oictoriti se,11 lacta,

·

a não

se,· a da

.

espe,·a pelos tra,11 ites, se 111

-•

pre lentos, das leis.

Ne11hz,111a

pala-vra se arguiu co11t1

·

a a ;ustd p,·eten

-são, e a elevação

dJ

venc1,·,,!e1itos

·

foi

feita sob apla.11,sos gerais.

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Ha, portanto,

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otivo para

co,z-g,·atulações e A

ESCOLA PR

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MA-RIA sente e_n_or11ie p

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razer e111

apresen-tai-as a esse nob,·e p,·ofessorado

,

que

não 11zede sacrijicio~ no cun1prinzen;to

de seus ardz,os deve,·es

.

( .

·

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• • Toda a correspondencia · deve· ser dirigida :

á

redacoã<Y:' '

' Rua Sete · de ·Setemb·ro, 17-4 '

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COLA

PRIMARIA

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,

Macahubas

como dos, e depois em rltinas, pre st!;!s in

va-didas pelo mato, o manto que a naturesa

. lança envergonhada sobre as ruínas e

so-ll meu primei::o livro de leitura era bre as miserias nacionacs.

de Aoilio, de Abílio a minha primeira E' relembrado agora por oi1tro peda-granatica. No ·col-eginh.o do morro

(Ex-

gogo, tambew apaixonado pelas questões ternato d,1. l\{ocidade, rua de Pa11la l\'1atos de ensino,

33),

andavam de mão em mão os livros de

O

barão de Macahubas, como outros

Abílio,

Os

trechos seletos eram tantas ve- brasileiros, foi uma vitima do circulo vi-zes lidos e relidos que acabavam decora- cioso dentro do qual vão girando os destt-dos, e tão clara e tão simples a gramaticasi- nos do Brasil.

O

Barão «agiu isolado numa nha que os fatos da linguagem nos salta- sociedade que não lhe co:npreendia as in-vam das paginas e impressionain-vam como . tençôes, porque não estava preparada para gravuras.

O

nosso mestre, Antonio José realisar os seus ideaes a1evantados.»

Va-T.eixeira da Cunha, vt!jo agora que êle co- mos indo assim: os nossos o-randes ho-nhecia ·O Abílio a fundo, No coleginho do mens não são compreendidosº pela

socie-morro, (Não

é

verdade, Fernando J\,laga- dade, e, para que a sociedade os compre-lhãe~?) tin-hamos tudo o que depois se enda, é necessario exatamente seguir-lhes considerou moderno. Em

1885

cantavamos os conselhos e adotar-lhes as doutrinas. o hino, tínhamos o nosso jornal, havia ar · Foi o caso de Cayrú, o de Alberto Torres gu1n·e.ntos -â0S s-aba.dos, havi.1 dois partidos o de Farias Brito, o de Ruy Barbosa, o d~ ( ~T.a.lento» '.e «~plicação» )

1 h~via e~ucação Oswaldo Cruz. Viva, coberta de flôres

pe-c1v1ca, lra:·11a tribunal do ·Jur1, havia a co- renes, a memoria dos martires,

laboração dos alµnos na disciplina. Qual foi o assunto de pedagogia

m,1-E'

bem verdade que o passado escla- derna do qual não se ocupou ha mais de rece o presente. Mas quando o passado se' cincoenta anos -o Barão de l\'Iacahubas? nos apresenta pela primeira •;ez, é uma re-'I Escrevendo, falando, realisando. I--Gea1isar surr:;ei.ção,

é

o pres·ente lançando sobre o:l·tratando-se de educação,

é

deslocar mouta~

passado a lt1z vivissíma, Deve-se a resur- nhas. .

r-eição de Abílio Cezar Borges, Barão de Queremos nacionalisar a nação brasi-Macahu_bas, ao professor Isa_ias

AI

ves, que' leira ? Só um sistema geral de educaçãr• , lh_e dedicou um excelente livro, recente- responde Macahubas, será capaz de o

fa-·tnente ed:tado, z er.

Podemos dízer sem exagero que o Ba- E por toda ~ sua vida, como diretor rão de Macahubas

é

um ignorado. Conta-1 de instrução, como diretor de colegio, como nos !saias Alves que certa vez em um cur- autor de livros didaticos, procurou por to-so de :t!)erfeiçoamento de profesto-sores do dos os mei~s, esquecido das minucias,

de-Distrito Federa! leu algumas frases, e pe- sàgradando meio mundo, conquistando an-dio ás educadoras que lhe indicassem o tipatias, mas satisfeito comsigo mesmo rea-autor de C'ada pensamento. Surgiram os· lisar os seus ideaes.

Teve,

sobretudo, a nomes de Dewey, Tliorndike, Ferriére, Kil- coragem de enfrentar a campanha de ridi-patrick. Grande foi

a

surpresa quando lhes culo,

a

mais covarde das campanhas, e que 'foi rev.elado o nome do autor·-Macahubas. por isto mesmo, só afugenta os covardes. '

Não ~rrar.emos m~ito dizendo . que igu~lr Si êle aparecesse hoje, disse o prof. exper1enc1a poderia o prof. Isa1as fazer em Isaías, ainda teria muito que fazer,,

qualquer centro de cultura, porque o re-1

O

livro precisa ser lido e meditado sultado não seria diferente. 1 pelos educadc,res, pelos chefes de familia,

Pr:esta assim o prof. Isaías .Alves re-· de- cuja colaboração Abílio n~uca se es-levar.te serviço

á

educação nacional exal- quecia, pelos homens de governo. ]\,fas

so-.tan.do a -nobre figura de Abiiio Cesar Bor- bretudo pelos desocupado!ô: que enchem o

·

ges.

1 tempo, e as tiras de papel, dizendo

toli-Nascido em

1824

em Minas, formado ces sobre assuntos de oue não entendem. medico em

1847,

iniciou a sua v·ida de

pe-1 Os nossos grandes homens precisam

dagogo em

1856,

bafejado pelo Barão .de resurgir. Será este, porventura, o meio de Cotegipe, e por D. Pedro

2°.,

o «monarca romper

o

circulo vicioso em que vae gi-republicano., Aos sessecta anos em

1884

rancto a vida intelectual do Brasil. ,Porque escreve a «A Lei Nova do Ensino Infan- o reformador moderno, como principal

de-til,.- Morre em

1891,

Foi sendo pouco a fesa das suas modernices, citará os anti-pouco esquecido á proporção que o edifi- gos que já prégavam as mesmas

doutri-cio magestoso se transformava em casa de nas. Ha cincoeilta anos ut'.! professor bra

-• • • •

• 1 Á~

ESCO

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---sileiro

préga va a ne ce ss ida de do ensino religioso , já ped ia a colabo raç ã o d·o s paes,

. , , ' . .

Jª mo strav a com o e 1m pres c1nd1v cl na es-cola o en -, in o da m usica , j á ex igiu que os pro fesso res foss~ m mu i to bem preparadot:

e muito b em r em unera d os,

organisava bibl io tecas es col ares.

J

á

vêe m os senhores que todas estas no vidades s ão notaveis peia s ua anti gu idade.

O 1 i vro d o prof . I s aias Alves precisa

ser li do . Li vros, como es te, são alavancas que irão a fas tando os grandes blócos de gr ,1nito, e fa cilit an do a tarefa dos que t ê m de a brir as es tradas d o futuro. Bemdita a

luz qt1e s e r eflecte no p ass ado, para

ilumi-,

nar o porvir.

Jus

é

P

i

,·agib

e

Um eurso de Etonomia

Oomesti(ja

nas estolas publieas

O

amparo ás crianças q11e vivem pe-las ru as e a sua educação representam o

maior problema social no momento.

Vozes

se vêm levantando com in-tere:.se e os primeiros passos já estão sen-do dados ".'elo Departamento de Educação .

E

'

tambem problema social importan-tíssimo esse de se pre~)arar a menina para ser uma perft: ita dona de cas a,.

Nesta epoca de g,andes e justas a<:pi-raçôes femininas, nes ta é po r.a em que a mulher disputa e caminha, hombro a hom• bro, c•)m o homem, na reivindicação de seus diri:itos inco!'.tes. te s, a menina sem-pre tende, apeza r de todas as influencias

'

a ser realmente mulher e, como tal, se-nhora absol'.lta de seu lar ou do seu pa-lacio.

- - ,

Não

!

A _ u:.enina deve. sentit ·a

impor·

eia desse novo estudo. Assim não poderá faze-lo ao me.smo tempo em que realiza

o seu curso primario,

E' mister mesmo que ella com. pre.hen-da a finalipre.hen-dade de ta.es, estudos . e sinta o

valor que elles repre.sentar,ão, em.

S.U

'.

a

viaa daquelle dia e.lL diantç;.

Por isso essas aulas que, de v.em se.r as mais concretisad.a.s , possi veis e de. cara,. cter obrigatorio serão. um, com_o, comp]e .. men to do Curso prima.rio, m.in.is.tradas. a todas as alumnas que tenham t .erwi-n.arl,o o Cltrso e constando, mais ou menos,. das seguintes disciplinas: · ·

I - E.conomia domestica,. levando a me nina a saber equilibrar a re.cei,ta e a despeza de- sua cas:a, de • um, mod.o, in,te:ili- -ge11te e completo;

II - Aprendizagem de· c·oS"tura, córte, principalmente de roupas de crian-ça.

Con

"

certos, aproveitamento de peças de v·estua.

r10 1 etc.

III - Conhecimento de arte• culinaTia·, não dos chamados

'

petiscos,

was do•trivial economico e sadio, }e\·ando a meni11·a·_ a saber preferir este ou· aquelle a-limentb, a preparar regimens· dieteticos, alimentares, etc.

IV - P ratica de enfermagem e assis-tencia a dc entes; meios de t,ata-lÔs, na

ob&ervancia das prescripçíies medicas; cura-ti vos de emergencia, etc., etc,

V - Estudo mais completo· de· bygie-ne e prophylaxia das molestia·s infect· o-con t ,1giosas.

VI ·- Puericultura. Futttra mamãe:, a menina tem necessidade de saljc·r· lidar com o s eu bebê, sem esses extremos

exag•

gerados de muitas mães ou essa displicett· eia que · não é mais que· uma grande d·ó'se de ignorancia,

VII - Sociabi!idade, Mo d.o de receb.er os amigos com distincção e gentileza na-a turues, podendo-se provna-ar q11c, mesmo nos

meios mais pobres, tudo que

é

nobre e

bri 1 l1an te pode caber,, pois que no.bteza e brilho são oriundos de uma perfeita

edu-E,

sendo as sim,

;;.i

á dama rica facil

é orientar a filha para gerir seus domi-nios7 a menina pobre precisa de quem

ensine ;:iara conduzir o s eu lar.

C~be ainda á Escola Primaria - que é o alicerce de todos os emprehendimen-tos humanos - o esboço desse preparo que, naturalmente, com a experiencia se irá completando e aprimorando,.

Certo, uma pergunta surgirá:

Como deve ser feita essa aprendíza-gem de Economia domestica? Nas horas de aula, no mesmo tempo em que a

me-nina recebe os ensinamentos preliminares

tl a

Li

n g-u a Materna, de Calculos e de Sci-en ci as ?

. /

cação.

E,

para dar um pouco de umas lindas ·aulas ele musica,

alegria, E 5se estudo, tendo o caract,er de obri-gatoriedade, uma vez tcr:ninado, conferirá

ã alumna então o seu dipl'o,ll'Ja, de curso • •

pr1mar10·.

-Naturalmente a idéa da cre'ação· de

.

.

, '

escolas domesticas advira dessa.s clasfei;

(4)

• • • • • • • • • • • • ' ' • ' . '

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1

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COLA

1

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M

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-• • • 41. 801.000

de ensaiô, o que. seria de um gran 1e d 1- F rança.

cance para as nossas mo~inhas. . E m 1930, estava o Bras il co llocado

. · .c ont entem<..1-nos , pbrem? que seJ~ p~r- , e1n

9

°

log ar, occup ando, depois da Italia ,

m 1tt1da a todas as escolas 11:termed1ar1~s

!

0 primeiro posto, entrt: os povos de for-e d~ curso .c ompleto, a c_reaça o de ~se uti- · maçã o latir,a , quanto ao numero de seus l1s ,;1cno Curso de economia docnest1ca. ha bitantes

·· · . Muito pe~dor errado será c?rrig i~o, U m d~ce11io depois, isto é em 194(), muita tend~ncta b·oa desa?rochara ;, mu1t_o calcula o de111ographo e sociologo ci-c~racter lev,an~mente ~er1goso sera modt- tado que a s nacões de maio r conteudo f~cado e a pat~1a podera contar com fo~tes demographi co e starão· assim di s postas, o filhos, es_p~end1da~ante educados, por 1ssr• quanto ao factor numero :

que prov1rao de maes que, embora pobres, 1 A II

1 ·

receberam a melhor e a mais sadia das R e~an 1

ª ;

·

·

72.925.000 educações. .. us~1a europea . . 154.1 60000

L

e

o,z

o

r P

os

a

d

a

Japao · · · · 74.567,000

India ingle za. ." • 386.640.000

_ • . India hollandeza . . 75.140.000

Ã

pc,pulaçao do mundo

e a posição do Brasil

Estados Unidos . . 144,112.000

, Brasil . · . . . 55.005.0üo

· U1na das questões mais interessantes ·E nião tere O d · d t , It 1· d I XX · t t . 1 m s e1 xa o a ras a a 1a ,

O. se.cu O ~onsis e no augmen

°

rapi- que deverá accusar 45 289 OOO· F

do da populaçao. , . , . · · , a ra_nça ,

·

·

o

d qu· d . . 43 .68:'1 .000; f ngla terra, 4 7. 7 42.000 habita n

-. es e e os progressos

a

sc1enc1a , tes Seremo . . na ·:I I t· · d · ,

e da hygiene se introduziram,. co1n rnaior ;·pul.ação N

~ ~

eç· 0 ,

~

in; le dmai~r

P~-r ap1dez, em n~ssa éra do que em outros Bra. s1·1 s·era' a a ·nA1rr1cat· o u epo1sl 9400

· · d t · d 1 1 , , gen 1na que, em . ,

pe_rio os a~ e~iores O secu ~ . ~ctua : n~ apresen}ará maior o 1 - : 15 234 000 ~e10 .da ma1or1a dos povos t1v1l1sados foi

I habitantes ou seja p p~ açao ·. •

f

:

.

po.ssivel, já ~ã o di.zemos ~~g'!lentar a .na- 1 a t1 ossa. , qua ro vezes tn ertor talidade, mas (?elo menos l1m1tar cons1de· Oas nações braiicas d·otad 1 .

ravel a mortalidade o que confere aos

po-1 rosa opulação ' . as ( e nti

V

.

q

~

·

.

·que s ·

.

ªt sim pdroce em ~mdry mo h'e d th d .. me P , o at1 g n1ento qtJe s e

1

deverá evide11ciar no decenio 1·v:.:0-40 se

-cresc1men o e e expansao em(\grap •· a' d t· · . . · 1 d . · . Ir es a maneira .

ca rea me:n~e extraor 1nar10. . ~

. Um demograph Ó belga, o sr .. R.

J

:

1 Ru~sia eu~opea :: · • · 26.8li0.000

Pierre a~aba, depois de exhaustivos estu- Est ª~ºs

U

ni dps · · 19.872.000 dos sobre · a população do mundo e _as . Brasil · . · · · 14. 1 ~f5,00U

~uas tendencias dominantes, de estabele · 1 AII~n:ianlia · · · 6.i38i ,00 0

· cer quadros curiosos acerca do potencial Italia · · · . · :!.li8-i.ÜÜ(J

· demographico .de quasi todos os paizes F rança· • . . . · 1.88 1.

ou

o

actuaes os seus -estudos b1searam-se so- Inglaterra · . . J.74 8.000

bre as cifras da população , tal·como ellà Basta considerar-, e o qu adro acima exi stia ou constava dos diversos recen- para se chegar a evidencia de que, prc -ceame11tos, . em 1930. Depois, sobre a porcio·nalmente á massa da populaçã o ,

base do ac½rescimo constatado

at

é

aquel- exi st ente em 1930, nenhun1a outra «pOJJ tt ·

la data, es.tab eleceu os t'otaes provaveis d~ lação branca » apresenta índices mais aus·

população, 110 fim dos a r1nos de 1940 e piciosos de desenvolvimento do qne a de 1950. brasi.l eira. Os Estados Unidos adquirirão Em ,1930. os · p aizes cuja população, provavelmentE:, mais 20 milhões ; eram , po-de accordo co1n a exposição do Sr. R.J. rem :,quasi 125 milhões em 1930.

O

Bra

-excediam a do Brasil, foram os seguin· sil, porém, era apenas pouco n1ais de 40

tes:- · . n1ilhôes em 1930 . Devendo p 'l ssar para Orã·Bret:i nha. · . . 4f..:J9.t 000 mais de 60 milhões em 1!140. E~tamos

.A llemanha · . . .• 66.538.000 au g 1lle11tando po is, a razão de n1 a is de um

I talia . • , . . • 42 605.000 m ilbão de l1 abitantes po r anno.

Ru s sia européa . . 127 .300 00 Certamente co1no . nol -o affirn, a ri Sr.

Japão • . . . 64. 616.000 R.

J.

P ierre,

é

pr eciso levar-se e1n conta lodi.a .. b.ritanica • . • 350.853.000 q 11e · o accr es cirno d en1ograpl1 ico do s

I0qi;1

-

hollandeza . . 60.845.000 grandes paizes ámericanos é devido esp e-E .. tados Unidos • • 124.240.000 cialmente ao augmt!11to vegetativo de st1a

Brasil • . . . 41 .899.000 população e á immigração. Esta, porém ,

• • ' • • •

' • • •

• • • • • •

t

A

ESCOLA PRIMARIA

105 ' • - - - -- -- - - --,-'-- - · - - - -

--

- - -

·

·

-tende a din1inuir, des.de a crise economi- dei-na e elevada de i:riodo que velho pro:..

ca de 1929, sando problematico que se fessor, como eu o sou, uão a entenda?

reproduza o facto, acontecido no , seculo Entenderão os alwnos ó que diz seu

XIX, quando cerca de 30 .milhões de eu- ''técnico

?

ropet1s se despejaram sobre os Estados Eu, em regra, nada percebo do que

Unidos. escreve o sr, Venâncio, mas atribuo a

fal-A espeito dessa circunstancia, não ta de compreensão a mim e não ao

páre-se pode negar o facto 9e que, entre as 'dro do .Instituto de Educação.

nações brancas, a que registra, no secu- Posso fazer un1 livro onde aponte cen•

lo actual, possibilidades mais rapida

pe

tenas de coisas escritas pelo afamado

téc-augmentos demographico é o Bras.il. Res nico, destinadas a principiantes, coisas

ta que ess_e. accrescimo, por todos os ti- que estão em desacôrdo com o que

apren-tulos ausp1c1oso, possa ser acon1pan-hado di, com o que se vê na maioria dos livros

por uma elevação de nosso «standard·>> de' com o resultado de velhas e c:ássicas ex~

vida, sob pena de estarmos fadados a periências.

ser o recept~culo de uma civilisação de

l

·

No livro intitulado Ciências físicas e

baixo e~talão de s~bs_istencia, nma como nati;.rais,

1ª.

série, não há página on·de

que Ch1n~ ou ,nd1a 1 incrustada no coração não encontre proposições que me es~

da Amer1ca . C<1.ndalizem. O de

Física

penso não é

me-'

'

.

lhor que o citauo.

Língua Materna

Exige êsse livro análise mi,nuciosa, por

1que pode êle ser nocivíssimo á mocidade

Pergunta.me uma alu-na da Esc·ola Se- 1brasileira, pelo grande número de coisas

re-cundária, do «I.ust.ituto de EdLtcação», se volucionárias que encerra.

está certa, à luz da Jíngi1a, a frase: «po- Até aparelhos de· uso se~ular,

coai.o

dem-se ver que O núu.,eru de imagens ·é ,os alambiques, foram totalment'e reforma·

muito grande», fra~e que viu no livro de dos_ pelo especialista do Instituto de

E~ú-seu professor de ciências fí:iica.; e natu- caçao.

rais. (V . l<,í,ica , P. n. ~00 . Ed. de 1935,)

Trata-se de proposição do técnico des , Por agora, apenas aponto uns passos

cobridor dos mamíferos de per1a, e é ela, qtte estou estudando, dos quais ·ainda nã'o

de modo claro, peludamente solecística . apanhei O sentido:

Notemos que O solecismu aparece aos ca- «De certo modo a Física precéd.e e

chos nos livros do sr. Francisco Venâncio, prepara as demais ciê::icias

experimen-catedrático de ciências no Instituto em ,tais · " (Prc:fácio. P. n. ~5). ·

que está matric11lada minha muito cân- De facto, não se tenao conta com a

dida, sinão muito manho_,a consulente. parte experimental da Melânica, que, em

O exemplo apresentado aparece no classificação razoávt>l, preci:de á Fí,sica

volume que se chama «Ciências físicas e 'pode dizer-se que a Física precede as

de-naturais», na página n. 89, ed.

lª.,

de mais ciências experimentais ou que

pre-1932 . cede ás demais ciência& .• . · ·

Está ass im redigido: 1 . Mas ter á sentido_ a .:xp~e.ssão «a

Fí-«Em certos lugares em confeitarias,, e1ca prepara as demais ~1en(~1as>

?

.

barbeiros, em que há espeihos paralelos,,,

l

Então uma ciência P!"epara o_utras.?

podem-se ver

que

o número de imagens é , Penso que falt_a alguma cois a ~a

muito grande.> frase.

E' 0 técnic,> Francisco '\Tenâncio Fi- 1 N9 mes::10 prefácio, linhas abaixo,

lho paladino da clareza de linguagem, de I vejo estas palavras, das . quais não log,ro

SU'¼ exacç&o, de seu rigo r. Em livro que apanha r o senso :

há po1:1co surgiu, num manual de

Fisica

«Se, o que se deseja é a acumulação

publicado pela .Companhia Editora Na- 1apenas de in formações, isoladas ,

dcstaca-cio naJ,., 0 sr . Venâncio, o pioneiro da ins · ,das, sem articulação , qua11t o mais dados

t rução, diz que devemos escrever com si.m- 1se fo r necer e coagir o alu no a 'fixa r: de

plicidade e com clareza. 1qual quer modo, não importa o m ei o de

A

mim me parece que êsses ccer to.s ,aq uisição, porque cheg:tm ao mes mo d es•

lugares em confeitarias> nada têm de ela- tino: serem esqueci das.> .

ro. L Que pretenderia dizer com «bar bei- 1 .l Em qu e lí n gua está escrito isso ?

r os, em que há espelhos paral elos > ? · Todo o livro

é

de est il o nebuloso

L S erá isso linguagem t écn ica, m o- con fus9, em 1 in gu agem que me parece ina,

(5)

•"

' • ,, • • •

·,.

106

A

ASCOLA PRI1\1AR

.

IA

- - -- -...:_.,,:.:::.. ..

--

-

.

--

-

- - - -

- - - -- - -- - --

-cessível a inteligências vulgares, e

fre-qüentemente, cem solecismos, com

pa1a-vras exóticas, com frases de sentido

duvi-doso.

Tres Palavrinhas

r - ,.. ••

-Meio dia e meia.

-Quando :,ão doze

.

.

.

,,

e trinca e frequente ouvirmois aize1'~ da

par-Apresento agora mais um exemplo e te de pessoas menos cultaf, ou desatentas

em

ocasião oportuna darei um · milheiro : que é

11,eio-dia

e

11,eio.

I-la verá m,tior a bs

ur-. do ?

Maio-dia e

111eio

não pode sio·nific'ar

de

«E'

o que explica em um navio a ne- maneira alguma

meio-dia

e

n1eia h~ra;

é

ape-cessiàa.de -:!e afastar os pés, afim de aui J nas destempêro. Devemos dizei·

111eio-dia

e

mentar a base de apôio,> (Pág. n.

3.3).

nieia

(oude se subentende

hora)

ou então,

l

Estará claro êsse lanço ? · <

r11eio-dia

e

t,·inta,

doze e

tr·i1,ta.

Voltarei ao referido manual, possivel-mente em livro no qual ando a trabalhar. Hoje, por exemplo, passei parte da manhã resolvendo um problema relativo a

as~un-to do livro do sr. Venâncio. r

Publicarei, quando me permitirem as

ocupações, uma · série de cotas aos textos

do técnico moderno. Sou, entretanto, o

primeiro em reconhecer que há grande

ousadia da parte de um homem, como eu, velho professor autodidacta, emµírico, que não freqüentou as aulas da Escola de pro-fessores da Colúmbia, vir para público fo, •

mular dúvidas a respeito de trabalho de

um pioneiro, paladino, té cnico de instru,...

ção e, segundo dize·m. diplomado pela Co

-lúmbia . . • O arrôjo

é

próprio da igr.o-:

râ:icia e é feitio de meu espírito o ser algq

irreverente. Mas não sou teimoso, nern

deixo de reconhecer o mérito de c1uem o

possue.

1

1

has de Sonda.-Ou

Ilhas

lia

Sort-da.

Alg·uns escrevem de

S1112da,

mas isso

Ei

disparate. Assim g·rafam os irig·leses, p,ira

que se leia

sâ,ida,

que é quasi

;:;011da.

Para

nós, a escrita

Su11du

e a pronuncia

co1·res-pondente é absolut,1me11te !!J'rônta.

Quebrangulo.-lVIuitos,

dando com o

nome deste povoado b1·asileiro, e

imaginan-do logo etimolo gia en'l que entre a paiav1·a

ât1,q1,r,lo,

pronunciam

q1,eb1·â1zguto.

Entretan-to

a

palavra é dita no local

quebr·angúlo

(acento cón11ico sôbre a vogal i.z) e nada tem

com

queb,·a,·

ne1n com

·

angz1lo.

Trata-se,

na-turalm eu t_e, de palav1·a provenieqte da

lingua-gem d~s indígenas, muití ss imo deturpada, e

que ~e1u

a

frear com êsse aspeto de coisa. co

-ul1 ec1da, o que é muitu frequ ente r:o

voca-bul ario.

lVIESTRE-ESCOLA.

Temos a felicidade de vi ver nu ma ter·

f

J

ra onde ainda vige a democracia, pelo que .

"'ma

assiste a qualquer escriba, o direito de

aula

de

Botanica

· pretender analisar os partos intelectuais MMW! AWWWMN./1 U

de tipos da altura do sr. Francisco Ve-nânciô Filho, uma das mais belas cabeças

do .Instituto de E r.lucação, dono de

invejâ-,•el cultura cie11tífic-a ~ l1terá1 ia , no dizer

' de certa revista, e íntímo de tôdas as

au-toridades de ensino. , .

.

,

nare1

-Q<.tando julgar conveniente,

exami-ttm problema de de.;amarramento

(demarragem na língua dos afrancesados),

do livro do sr- Venâncio, problema que rr·

solverei imitando o m.>d o cr1,.{10 o roceiro

de minha terra obriga o t i.t tU a sair do '

.

buraco • • • • • ' • • '

P

ed

0

A.

Pi1tto

• '

E

s

t'!' aula deve se,· dada de pr·efe1·e1icia

ao a,· l1.v,·e,

1

ztt

11z local

01ztle os alu,zos

11tu-

·

tzido.

,;

ele_

1,zate1·ial

de ja1·d/1zagern, p;ssa,,i

e11z

l'

e~

ftd

adP

p/a1zfa1•

a

se1·i1zgtt

e

i1•a,

1

·ega

l-a

e

c1r.lttva-la adqtti1·i1zdo assi,,i

lzabitos

educa

-ti_vos .

co11zo

'

se,ja,11,

os ele p

_e

1·s

eve

1·a11

ça,

pa-cze

,

icza,

labo,· p,·oficzzo, aléi,z do

se

1zti11

1e

1zto

ela

r

es

po,zsabilidade.

A Sl:RINGUEIRA

( Dramatização )

SERINGUEIRA

. Sabem qu em sou? A Seri ng11eira, Não

fico triste e desiludida dia11te d<i rei das

florestas. 8011 gran<ie. S01J for te. A )tiva

e m,esmo gig-antesca .

(Di

1

·igi

1

1do

-s

e

a ttnza

• •• 1 • • •

'

A ESCOLA

PRIMARIA

107

creaaça

que represe

.

nta o

Estade

do

.

Ama-,eonas).

Q

Lle seria de ti, Amazonas, si eu ·

ay_ui não vivesse? A ime,nsidão do teu

ter-,ri torio nada rei;iresen ta ria ji.:nto aos teus

irmãos do Brasil, ~e eu não existisse.

FLÔR

' '

Psiu! Escutem-me. Sot.: a flôr. Dou

,

.

.

encanto e graça

a

ser1ngue1ra,

ao mesmc;>

tempo que embelezo a natureza. Não sou

branca, mas tambem não sou preta,

Pre-zo-me de morena côr de jam bo.

No mez

de Junho, sinto um calor intenso;

nesta

epoca, desprendo-me da seringueira e

vou beijar o solo deste Amazonas ·

1enda-rio. Deixo fixar, no entanto, uma pequena

parte do meu ser para transformar-se em

AMAZO

~ AS

(ooltando-se para

a

/,eringueira)

Não te julgues tão impor.tante. E's

uma dádiva de Deus para as minhas

ter-ras fertilíssimas.

Elil

meu seio fecundo

cresces naturalmente, espontaneamente,

não precisas ser plantada.

SERING

U

EIRA

Em compen;;ação, dou

o

.meu sangue

para aplicações inumera1/eis. Concorro

pa-ra

a

tu.-. grandeza. Faço

a

tua gloria

mis-terioso Amazonas

I

Se me levam, p~rém,

para 011tras terras e outt"·OS ,climas, ah!

en-cho-me de melindres, fico manhosa, exijo

cuidados especiaes 11ara desenvolver-me,

{Segredando)

.

E'

só para malt1atar os

ga,-•

nanc1osos,

'

RAIZ

1

Como estás pretenciosa, seringueira' !

E

se· eu desaparecesse, de que modo te

se-gurarias ao solo? De que maneira te alÍ·

-meutaria:s? Lembra-te que, com as minh::ics

garras, penetro

n

a

terra e dela retiro todo

o alimento de que precisas para o teu

s11s-tento.

CAULE

(pa,·a a raiz)

Quanta vaidade

!

E se eu me recusas·

se a distribuir os alimentos qut extrae's

dos terrenos, como chegariam elles às

ou-tras partes da seringueira? Além disto

.

'

sou eu que sirvo de suporte c1s folhas, ás

flores e aos frutos. Sejamos mais

modes-tos. Cada um de nós tem seu valor pro·

'

pr10.

FOLHA

Ora que tolice. Que grande

presun-çoso! Pelos meus póros, estes

bura11ui-nhos que vês

(lliostra-os

tia

folha que t,·d

z

1ia

mão)

sorvo do ar o oxygenio nece -s

a-frt, to. Sou orgão de r~prod ução ,

FRUTO

(zangado)

Quem falou em fruto ? Estoú aqui para defender-me de qualquer censura que

me queiras fazer, flôr minuscula e

conven-cida! Dentro de mim oculto tres

maravi-lhosa.~ . sementes que, plantadas, dão

ori-gem a outras tantas seringueiras. Sou eu; portanto, o principal orgão da reprodução.

FLÕR

Que bobinho ! Nem uma semente.

exis-tiria, se não fosse eu. De mim dependes

q11eiras ou não queiras. Façamos as pa~

zes. Somos ambos, num trabalho comum,

os orgãos da reprodução • .

SEIVA

Que barulho

é

este? Todos vocês são,

sem nenhuma duvida, indispensaveis á por-tentosa seri:;gueira. E eu, que digo?

Cir-c1ílo em toda ela, dando vida e calor a

voc;ês todos. Apesar de branca, sou

san-gue, e ~em sangue não se vive.

TODOS

(exclamando,

excepto

Aznazo,zas e

Seri,zgueira)

Oh

! Seiva. Estamos de accordo.

Una-mo-nos

(dão

se

as ,nãos)

trabalhemos

jun-tos pará a grandeza da arvore, que tanto

colabora no progresso do npsso querido

Amazonas .

UM GRUPO DE CRIANÇ.i\.S QUE

SERVA A DISCUSSÃO:

OB-rio á seringueira e el la não morrerá· Sou Plantemos a seringueira, cultivemol-a

seu · orgão respira torio_. ES t e trabalh~ só com an1or e carinho. E' ela que nos dá a

eu o conheço. Ademais, 5 ~11 _verde, cor da borracha, a quàl vendida &os estrangeiros,

esperança, e a esperança nao morre nunca. prcduz dinheiro para o nosso Tesouro.

CAU LE

(

rindo)

l

Quando volta á nossa terra vem já t·

rans-Ah! ah ! ;ih! Achas então

respirando? Puro engano.

formada em rodas de dutomovel, pentes,

que se vive brinquedos e muitos outros objetos de que

• necessitamos . , • • ' ' '

(6)

-'

108

A

.

ESCOLA

PRIMARIA

- - -

-

- - - -

.

-OUTRO

GRUPO

DE CRIANÇAS

'

Sejam

mais patriotas.

No

Bra,;iJ,

a

nossa idolatrada Patria,

existem

fabri-. cas para

a feitura de objetos de borra

c

ha.

Não precisamos, pois, vendei-a

·

a outros

'

pa1zes.

::;uperffcie das messas líquidas oomo ma-

-res, rios, lagos, lagõas etc., que estão

es-palhadas

na

terra.

Adiante, ex

·

plicaremos

o

que vem a

ser evaporação e

o

modo con10

ela

se

processa.

A ág11a que se

evapora

da superfície

UMA

DAS CRIANÇAS

das massas líquidas

pode

tomar de

s

tinos.

.,

diferentes: ou ela

se

condensa indo

cons-S.

Paulo,

ª

cidade do labor,

pos- tituir as nuvens, nebrin:;s

etc ..

011 não

sue em grande escala.

se condensa, permanece11do no n1odo de

·

OUTRA CRIANÇA

S.

Paulo.

só? N0

Pará ...

A TERCEIRA

(toma,ido

a palav1'a)

Aqui,

em nossa bela

Manaos,

o

comen~

da9,or

J.

G.

de Araujo

é

propr1etario

de

um:_i. fabrica

1

onde

.

se

fazem lindos tapetes

e elegante

_

s

saltos para sapatos.- Não te

recordas de que

a

.

professora prometeu

Je-v ..

r-~os até lá,

!)ara

conhecermos de perto

os progres

s

os da nossa terra

?

\

TOD

1\.

S

AS

CRI

i\.NÇAS

REUNIDAS

Homenageemos a

Stringueira

! ·

Glorifiquemo1;

o Amazonas!

·

(Bate11t

pal11zas

e, e11,z seguida, ca,ztam o

Hi,io

á

Arvore.)

E111iti,, tlé C,,rv,,11,,, A1ito1iy

'

vapor o qual se espalha n:i atm

os

fera. O

vapor de água existe na

atmos·fera,

mas

.-não

nos é possível vê lo; inúmeros factos

.

evidencian1 sua

·

existência .

Assim, podemos l

a

nçar n

o de vári0s

,

processos que nos

permitem

demonstrar a

existência do vapor de ág11a na atmosfera

dos quais uns são 111uitos singelos

·

outros

..

se tornam mais co1

11

pli.:ados,

printipalmen-te para quem

"

t:stá iniciando ct1rso de

ci-ências. Se tomarmos

,

por exemplo, um

co-po con1 água gelada,

.

ou qualquer

ií-·

quido que contenha

gêlo,

verrios que no

fim de certo tempo a

suptrfície f'Xterna

'

do

copo

se

acha to

1

aln1ente

embaC'iada,

e al

-gumas gotas de água

chegam

a formar-se.

A que se atribue

a formação

dessas

guticulas

de água na face

e

xterna do cc)pü'r"

Será

que a água tenha atravessado

as

paredes? Como

vemos

tal hipótese

de-ve ser afastada, visto que

semelhante

fa--

~Transcrito

iíanáos.)

da

R

ev

i.~(a

de

Ediicação,

de

cto não

é

possível

ocorrer.

O que houve foi

o stgt1int

·

e: o

vapor

-. .

--

---

---

-Noções rudimentares

c

·

iências chamadas

de

-

-naturais-de

água da

atmosfera,

em contacto com

as p;;redes frias do cop

o

,

condens

.

o

u-se e

se

depositou sob a

forn,a d~

f)equenas

gota~. Por

outro lado, fica

demonstrado

que

há vapc

1

r de água

na

atmosfera!

relo

facto

de

q11e muitas

substa11cic1s

têm

a

propriedade de apre

~

entP.r ,1

,

1

1

dança de

coloração algurnas.

at1mento

ele

pêso e

·

volun

1

e

otitras.

segt1ndo

estejan1 ou não

·

.

.

, e,n

JJre

s

er,ça dfi v

;,pn

r

(iP

água.

Umida

d

e do ~r; hrf!rometr()S

.

C

u

n

,

ieii-

j

Em curso de Q11ímira es1udar-se-ão

sação do v_apor de agua, -

Evaporctção e

,li

versas substâncias

sob

a denomi ação

de·

sua titil1dade na vida

dome

_

st ,ca

.

s11bstâncias anídricas e

substâ

·

ncias

hidra--

-

tad

.

as.

O homern e os animais superiores não

podem viver em ar ~êco, do

,

mesmo modo

Como exemplo de s11hstâncias

anídri-que os a

i

iimais aquáticos não podetn vi- cas podemos citar o s11lfato de cobre, o

-ver em água sem ar.

cloreto e o

azota

to

de cobalto,

que

Naturaltnente, sµrge agora a seguinte apre

·

sentam color

a

ção diferente quando se

·

pergunta :

encontr

;i

m hidrat~das.

.

-«De onde provém a umidade do

Assim é o st1ltat11 de cobre anídrico,

.

ar?~- Em duas

.

palavras diren1os que substância sólida. cle cõr bra11ca.

Se

expu-.

grande

"

qt1antidade do vapor de água que'

.

zermos ao

iir

úmido parcela pequPna

des-.

s~ encontra na atmosfera

é

subministr

.

ada

~a

s11bstância vem0s que no fim de certo

pela evapóração contínua, observada rta

..

J

tempo, de bran'Co se vai

·

tornando leve-

·

L '

A

'

ESCOLA PRIMARIA

109

·--- - - -- - -

----

---·---mente

azulado, até q11e predomina colo- ção aos higroscópios mais usados,

come--ração azul nítida. Isto significa que o sul- çando pelo

higroseápio de

f/01·

ou

flor

hi-iato

de cobre absorveu

o vapor

de água

dt'ópota.

Como cu

'

riosidade costuma

fazer-da atmosfera, transmufazer-dando-se em sulfato se

êste

higroscópio esteando-se na

proprie-de cobre hidra

t

ado

,

que

é

azul.

·

dade que têm o cloreto de cobalto sêco

Ocorre

facto

idê

,,ti

co com o cloreto

de

ser azul e perder a côr tornando-se

ró-de cobalto, que

é

azul

quando

anídrico e reo, quando em presença da água.

Prepa-·

toma

coloração rósea,

quando

exposto a

·

o

ra-se

uma flor artificial de cambraia

bran-ar

,

porque

se hidrata.

ca.

iíolha-se

numa solução concentrada de

Outras

'>ubs!âncias

quando

absorvem cloreto de cobalto, solução que é rósea.

-0

vapor de água

experimentam

certas mo- Evaporando-se a água,

o

que

se

consegue

dificações,

as

quais

se dão principalmente

levando a flor a uma estufa, ela

fica

azul

em r

el

ação ao

pê;o

e ao volume.

Tõda

e conserva esta cõr num ar s

ê

co.

·

subst

àn

cia que absorve vapor de água

so-fre aumento de

pêso

ou de vol11me. Destas

Se,

porém,

há muita umidade, o

clore-sub

s!ân

cias as

mais

conhecidas são : o áci to de cobalto se hidrata e a flor se torna

do

sulfúrico,

o cloreto

de cálcio,

cal viva, rósea.

uma

planta

chamada planta

hi-carbonato de

potássio calcinado:

que, grômetro, rosa-de-Jericó, flor da

ressurei-~xpo

sta

s ao

ar, lhe

roubam o vapor de

I

ção, que é 0

.

11

que foi

empregada

como

.água e

há conseq

üe

nte

aumento

de pêso higroscópio.

A rosa

-

de-Jericó tem seus

para o cloreto de cálcio, cal viva, carbo- tecidos muito hidr

:

ópotas. Quando o te

·

,

nato

de

potássio

calcinado

e aumento de po est:: sêco, ela se apresenta como um

volt1me e pêso para

o

ácido sulfúrico.

esferóide, do tamanho de um ovo de

ga-As subst

â

ncias e

os

corpos que

tem

a linha. Umedecendo-se, ela se expande

em

propriedade d~ absorver a água, de chu- raminhos e perde a forma.

pá-la, para assim dizer, sf:.o chamadas

·

substâncias hidrópotas. A

últin1a

palavra

São da

«Botãnica geral» do Prof.

·

há-de ver-se adiante

,

no curso de língua Pedro A. J>into estas palavras

« •• ;

o

que

materna,

é

formada de

'

dois têrmos gre- se

conhece

sob o nome de rosa

de

Jericó

gos

-

hydor que corresponde a nossa não é flor, é um

vegetal completo. Nos

,

água e outro que

s

ignifica

beber,

chupar. próprios

dicionários da

língua, a

propósi-As

subst

â

ncias q11e

~ervem para

me·

to da palavra

rosa adquire-se tal noção.No

dir a propriedade hidrópota são ditas

hi-1

Bluteau,

por exemplo, lê-se

:

« •••

a rosa

grontétricas e os aparelhes higrômetros. de

Jericó não

é

rosa; mas

.

é

uma

certaplan-·

Quando a substância que absorve

a

água

ta

da

altura

de

quatro dedos, com muitos

permite que se veja a absorção, aproprie· ramitos

e da feição de um

pequeno

globo,

ria de

é

chamada propriedade

higroscó

·

de côr cinzenta.

Quando

a

põem

a secar

pica e o

aparelh

o

para observação é

dito

I

os

seus

ramitos

se

secam pouco a pouco

'

higroscópio.

e posta demolho

em breve tempo se abre.»

Em

muitos livros chamam-se

higr

os

CÓpicas

e higro'l1étricas

as subst

â

ncias

hi-drópotas, isto é,

as

que absorvem água.

Mas

há-de ver-se

adiante,

no curso de

lín-gua,

que

higroscópio

é

palavra portuguesa

io!mada

de duas

gregas-Jiggros,

umidade,

úmido

e

scopein

examinar.

Esse

elemento

.scopein

que se

muda

em

scopio

aparece em

muitas palavras de

nossa

língua, a cada

hora

ouvidas

-

: microscópio, telescópio,

·

caleidoscópio ...

Higrométrico é formado de

hggros

e

·

111et1·on;

o 1'tltimo deu nosso metro e

si-·

gnifica medida. Aparece num sem conto

de palclvras-termômetro, quilômetro,

di-·

namômetro

,

fotômetro, hidrôrnetrC\...

Bi-,

d,·ô11ietro

é de uso corrente e designa o

aparelho

com

o qual se mede a água

con-:SUmida.

um higroscópio,relativamente

gros-seiro, do qual se vê a figura e descrição

em quase todos os livros de física, o

cha-mado higroscópio do frade. E' a umidade

.

maior ou menor do ar indicada pelo

mo-vimento do capuz. Está

êste

preso ao

cor-po do rrade cor-por uma corda de tripa, que

se acha dentro do tubo e fixado pela

ex-tremidade inferior da figura. Quando há

muita umidade no ar, a tripa sêca, que

é

hidrópota, absorve o vapor de água,

en-grossa, torna-se mais curta e f

.

az que o

capuz cubra a cabeça do frade.

. ·

Quando

o ar contém pouca umidade

' 1

a corda seca, torna-se frouxa e o capuz se

desloca, deixando o frade de cabeç& des.,.

Diremos agora duas palavras em

.

rela- cobert

,

a (fig. n.

·

1;

.

.

,

'

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